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O documento resume as seguintes informações essenciais sobre a disciplina Teoria Geral do Direito Privado I:
1) Apresenta as principais famílias jurídicas - Romano-Germânica e Common Law - e suas origens e características.
2) Discute as diferentes visões sobre o que constitui Direito, incluindo normas, costumes e a tese das três dimensões de Miguel Reale.
3) Resume as principais escolas históricas do Direito Romano-Germânico e o processo de codificação.
O documento resume as seguintes informações essenciais sobre a disciplina Teoria Geral do Direito Privado I:
1) Apresenta as principais famílias jurídicas - Romano-Germânica e Common Law - e suas origens e características.
2) Discute as diferentes visões sobre o que constitui Direito, incluindo normas, costumes e a tese das três dimensões de Miguel Reale.
3) Resume as principais escolas históricas do Direito Romano-Germânico e o processo de codificação.
O documento resume as seguintes informações essenciais sobre a disciplina Teoria Geral do Direito Privado I:
1) Apresenta as principais famílias jurídicas - Romano-Germânica e Common Law - e suas origens e características.
2) Discute as diferentes visões sobre o que constitui Direito, incluindo normas, costumes e a tese das três dimensões de Miguel Reale.
3) Resume as principais escolas históricas do Direito Romano-Germânico e o processo de codificação.
Data das Anotaes: comeo do semestre at 11/04/2013 Aluno: Pedro de Almeida Pires Camargos
Introduo Ao Direito (Aula de 07/03) Questo Central: O que Direito? Seria apenas um conjunto das leis?
Costumes X Normas - Em outros momentos da histria e para outras famlias jurdicas, o Direito tem como base central os Costumes Definio de Costume: Norma praticada pela maioria da sociedade longo prazo. Para ser considerado costume precisa ser antiga e existir um consentimento social de obrigatoriedade e validade Vale ressaltar que os costumes possuem grande relevncia para o Direito Internacional no mundo contemporneo
- A famlia Romano-Germnica utiliza como principal fonte do Direito as Normas Jurdicas Definio de Norma: Regra de conduta qual prescreve-se uma consequncia (sano). Apesar da maioria ver as sanes apenas como algo ruim, existem as sanes premiais (como a Nota Fiscal Paulista) e as sanes negativas (como a restrio da liberdade)
A Trs Dimenses do Direito (Tese de Miguel Reale) De acordo com Reale, Direito pode ser definido como fato, valor e norma. A representao dessa definio deve ser imaginada como um prisma que o complexo de fatos pelo qual entram os valores e saem refratadas as normas (que devem ser examinadas sempre em conjunto, pois uma nova norma em um sistema interfere na interpretao dele por inteiro)
A representao busca mostrar como os valores da sociedade, os fatos do mundo contemporneo e as prprias normas incidem sobre as Normas. Um exemplo de incidncia da evoluo dos fatos nas normas: criao da Responsabilidade Civil Objetiva a partir do antigo conceito de Responsabilidade Civil Subjetiva. De acordo com a viso antiga, apenas que tinha culpa poderia ser responsabilizado (Resp. Civil Subj.), mas a partir da Revoluo Industrial, passou-se a responsabilizar quem realiza-se atividades de risco (como por exemplo, atividade nuclear) pelos danos, mesmo sem a culpa (Resp. Civil Obj.)
Famlias Jurdicas (Aulas de 13/03 e 14/03) Apesar das diferenas jurdicas entre os pases, o agrupamento em famlias facilita o estudo do Direito e a comparao jurdica
Duas famlias principais: Romana-Germnica Common Law Romano-Germnica: - Quase todos os pases da Europa Ocidental (exclui-se UK) - Amrica Latina - Louisiana - Quebec - frica do Sul - Pases africanos ex-colnias europias
Surge na Europa Continental entre os sculos XII e XIII, com o redescobrimento do Direito Romano. Em um primeiro momento, ressurge em Bolonha (Itlia). Aos poucos, o Direito Romano passou a ser ensinado nas Universidades que estavam nascendo. --> Renascimento cultural e comercial facilitou o ressurgimento do antigo direito de Roma O Romano passou a ser ensinado junto com o Cannico, na realidade.
Importncia do Cannico: - Primeiro escrito - foco na universalidade, que era tendncia na poca - Era muito forte em diversas partes da Europa
Escolas (Formao Histrica) Escola dos Glosadores (Bolonha); fundada por Irnrio, Azo e Arcurs Mtodo usado: Glosa = Explicaes entre linhas ou do lado sobre textos dos antigos Jurisconsultos (No incio, glosa era explicar palavras) --> Se limitaram isso, logo, no analisavam com novos contextos Escola dos Comentadores (13 e 15); Bartolo e Baldo Adaptavam e comentavam o direito romano em relao ao direito da poca Escola Humanista (16 e 17); acanto, Donellus e Cupico (?) - Frana Objetivo de resgatar a pureza do Direito Romano, estudo muito maior das instituies romanas, sem interferncias, apenas com base nos textos do "Latim Puro"; conhecida como segundo renascimento do Dir. Romano
Escola de Direito Natural (17 e 18) (se ope ao direito positivo); a idia do que realmente bom, anlogo aos direitos romanos. O Direito Ocudental sempre foi pautada pelo binmio de oposio Natural/Positivo. O estudo na nova escola foi importante pois trouxe a laicizao do Direito Natural: elaborao do Direito em Sistemas
Escola Histrica Reao Escola Natural, que diz que direito no racional, mas sim fruto da histria. > Direito com base em costumes, foram radicalmente contra a codificao Paradoxalmente, reforou a codificao, pois se ops ao Natural e quebrou suas bases
--> Aps isso, a Alemanha tornou-se o centro de Estudo. Ao mesmo tempo, passou a existir a idia do Direito Comum pela Europa. Direito comum era aquele ensinado na faculdade, e, alm disso, era SUBISIDIRIO, ou seja, vinha aps os Direitos locais Influencia do Direito Comum em cada pas foi diferente. Mas desse modo, foi formando-se a famlia Romano-Germnica
Codificao: Movimento Histrico que se inicia no sc. 18 e vai at 20. Foi antecipado pelas Escolas Naturais e Histrica - Primeiro Cdigo: Francs, Napoleo (1804) - Segundo: Alemo, BGB (1896); Escola Histrica atrasou em 90 anos a codificao
Codificao o pice do processo legislativo, pois lei a principal fonte
Common Law (Direito Ingls) - UK - EUA - Canad - Austrlia
Periodizao: 1. Perodo Anglo-Saxnico (Queda de Roma - 1066) 2. Perodo de Formao do Common Law (1066 - 1485); em 1066 houve invaso dos Normandos na Inglaterra - Tribunais Reais, mas que aos poucos tornaram-se independentes - "Writs": Chanceleres do rei ouviam reclamaes, e cada caso era avaliado, e se fosse necessrio, Chanceler mandava irem atrs do ru. Eram, portanto, pequenos tribunais que funcionavam muito bem - Poderes locais foram acabando com os Writs 3. Rivalidade com Equity (1485 - 1832); data que inicia a dinastia Tudor - Equity: Rei, chanceleres e outros comearam a decidir sem bases no Common Law; muitas vezes inspirados no Romano e no Cannico. - 1616: Diviso das competncias entre Common Law e Equity 4. Perodo Moderno (1832 -) - Foi realizada extrema reforma do direito ingls, que acabou com a difernciao entre Equity e Common Law
Caractersticas (Direito Ingls): Base conceitual no a mesma; pois no h a influencia direta do Direito Romano. Exemplos: Contrato, responsabilidade civil, conceito de Direito de Propriedade Direito formado por decises judiciais "Case Law". Existem leis, mas essas so muito mais recentes e tem muito menos importncia do que no Direito Romano-Germnico Direito Americano - Diferenas: Regime Poltico (Democracia) Federao Constituio Escrita No to calcado nos precedentes, pois federao muito importante, e se fosse usado o precedente, Direitos dos estados se diferenciariam muito. Existe tentativa de uniformizar leis
Diferenciaes do Direito (Aula de 20/03) Diferenciaes:
1. Direito Objetivo: conjunto de normas pertinentes a alguma rea do conhecimento jurdico direito subjetivo: vantagens jurdicas que a norma estabelece.
2. Direito Pblico x Direito Privado - Pelo destinatrio da norma: se norma est dirigida ao Estado, de Direito Pblico. Se dirigida a particulares, de Direito Privado. No entanto, essa diviso acaba incompleta, pois existem leis que podem valer para Estado
- Interesse ao critrio Imediato e preponderante. Se de interesse do Estado pblico, se de interesse de particulares privado.
- Forma da relao jurdica que objeto da norma. Se regula relao de subordinao pblico, se regula relao de coordenao (parietria) privado. Esse critrio mostra-se mais interessante, de acordo com as vises do professor.
Direito Pblico: - Direito Constitucional - Direitos Fundamentais (limitao de poder do estado) - Direito Administrativo - Direito Penal (estado tem monoplio da aplicao da pena) - Direito Processual (regula como estado presta sua jurisdio) - Direito Tributrio - Direito do Trabalho - Direito Internacional
(Empresrio: produes de bens e/ou servios para o mercado)
Norma e Sistema Jurdico (Aula de 21/03) Norma Jurdica (captulo quinto do Livro do Bobbio)
Normas podem ser morais, sociais ou jurdicas. Linguagem das normas prescritiva.
Norma moral apresenta-se como o cdigo de conduta de um sujeito com ele mesmo. Norma social tem o objetivo de facilitar o convvio.
Diversos critrios diferenciam os tipos de normas apresentados. - Critrio do contedo: Normas jurdicas buscam regular relaes intersubjetivas e so, portanto, bilaterais. Serve para diferenciar jurdicas de morais, mas no de normas sociais
- Critrio da finalidade: Normas essenciais para a preservao da sociedade.
- Critrio da Sano: todas as normas tem sano, mas cada uma um tipo diferente. Sano moral: remorso, arrependimento pessoal Sano social: externa. a mxima o linchamento, no geral reprovao do ato. Problemas: 1. xito incerto 2. Incostncia 3. Desproporo Sano jurdica: externa, e a nica que institucionalizada.
Instituio: grupo social organizado (quais fins busca, por quais meios, como membros contribuem) Maior instituio o Estado. Mas, de acordo com essa viso, existem outras ordens jurdicas alm da do Estado.
Sistema Jurdico: elementos jurdicos dispostos de uma determinada forma organizada. Para Kelsen: Sistema jurdico funciona em forma de pirmide, que parte de normas inferiores e culminam em uma norma fundamental
Para Trcio: Sistema muito complexo, e no possvel dizer que h uma norma fundamental que sirva como centro para tudo.
"Doutrina" descreve o sistema e ajuda a constru-lo, portanto, ajuda a por "ordem na baguna"
Lei no deixa claro o que um contrato, por exemplo.
Em um sistema, existem regras de "input" e regras de "output". Existe um grande processo legislativo para uma norma legislativa passar a ser vigente
Monismo Jurdico: s h um ordenamento jurdico, de origem divina
Pluralismo Jurdico: - Estatal (existe um ordenamento para cada estado soberano) - Institucional (uma para cada instituio): mas nesse caso precisa-se dividir em ordenamentos do estado, acima do estado, abaixo do estado, ou contra o estado.
Interpretao das Leis (Aula de 03/04) Interpretao das Leis. - Fala-se de lei pois, admitindo o pluralismo institucional, as leis estatais so a principal fonte do Direito atual (seguindo a Famlia Romano-Germnico)
Interpretao: ao do intrprete cujo objetivo compreender esse algo e, portanto, revelar o seu significado. "A natureza se explica, a cultura se compreende" - Diltrey A frase indica a existncia de dois "mundos" (o da natureza e o da cultura) que possuem uma certa autonomia entre si. A conscincia dessa existncia e sua clara distino extremamente recente (sculo XVIII). Pensador italiano que diferenciou as "cincias humanas", contrapondo- as s cincias naturais. Cincias Naturais: descrio e explicaes dos fatos, estabelecendo algumas relaes causais A, compreenso, no entanto, muito diferente de uma simples explicao. Vale-se relacionar com valores e necessita de um profundo envolvimento entre intrprete e coisa analisada.
De acordo com Betti (intelectual italiano) prope que interpretao triangular. 1. Intrprete: Tem a sua prpria bagagem de experincias. 2. Objeto: forma representativa - Forma: conjunto de elementos sensveis para conservar a marca do autor - Representativa: quer dizer alguma coisa, ou seja, possui informao. 3. Autor
Existe, de certo modo, uma tenso entre um sujeito que j tem uma bagagem externa, e um objeto que tem uma independncia.
Regras da Hermenutica (sobre a "arte" da. Interpretao) de Betti - Duas primeiras so objetivas 1. Cnone da autonomia: deve-se preservar a autonomia do objeto. Ou seja, o intrprete no deve inserir o sentido que lhe parece conveniente, mas sim extrair o real significado 2. Cnone da Totalidade: deve-se analisar objeto em sua totalidade, no apenas uma parte. Alm disso, necessria a contextualizao. No mbito das leis, fala-se de Interpretao Sistemtica. - Outras duas so subjetivas 3. Cnone da atualidade: sujeito deve colocar objeto no contexto atual, luz de acontecimentos sociais, econmicos, tecnolgicos, etc. 4. Cnone da adequao: Intrprete deve colocar-se em posio adequada para a interpretao. Para isso, necessria a abertura mental e a abnegao.
Arco do Hermenutico representa a ligao entre sujeito e objeto. O Crculo do Hermenutico completa-se com a volta que existe do objeto ao sujeito. Autores atuais no utilizam a imagem de crculo, mas sim de espiral, pois uma srie de idas e vindas ocorrem durante o processo interpretativo.
Processo inicia-se com a "Pr-interpretao", que envolve conhecimentos anteriores e contextos, inevitvel, mas no pode se tornar uma viso definida
Meios Interpretativos: 1. Sentido literal da linguagem: sentido do dicionrio, independente das circunstncias e contextos. um ponto de partida necessrio e insuficiente para a interpretao. - Fixa um quadro de sentidos possveis.
2. Contexto normativo: circunstncias nas quais o objeto se encontram. a chamada Interpretao Sistemtica
3. Elemento Histrico: como o texto foi criado. Ou seja, mesmo com as dificuldades durante o processo, esse elemento prope a busca pelos objetivos e a vontade do legislador pela criao da lei. muito complexo e complicado realizar essa interpretao.
4. Elemento Finalstico (teleolgico): qual a finalidade da norma, qual sua razo. Existe um certo abuso com essa interpretao, pois nem sempre as normas tem um fim objetivo.
Diante dos casos, que meio usar? - Uma posio praticamente superada diz que existe um superiormente deve ser utilizado. - Outra posio diz que no deve-se utilizar os meios - Deve-se escolher o meio de acordo com a norma que est sendo interpretada, pois cada uma traz um texto diferente, que se adequam aos meios diferentes. Pode-se ainda, utilizar mais de um meio, quando apresenta-se necessrio ou adequado.
Interpretao das Leis Caso Prtico I (Aula de 10/04) O Caso do Bem de Famlia em uma dvida Regra Geral para dvidas: sujeito (devedor) que deve algo a algum (credor), responde dvida com o patrimnio "Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigaes respondem todos os bens do devedor" (cdigo civil)
Esse artigo pode ser melhorado em dois pontos: 1. Bens no respondem, mas sim so objetos 2. No s aps o no cumprimento que os bens so esses objetos
Mesma regra, mas com correes est no Cdigo de Processo Civil (Art. 591)
Lei que objeto de Estudo: 8009/90 (Lei dos Bens de Famlia)
Como acontece geralmente: Credor encontra um bem do devedor, abre petio para o bem ser penhorado, bem penhorado vai a leilo, e o dinheiro da compra usado para sanar a dvida. Lei citada abre exceo para bens de famlia.
Primeiro caso: o que "entidade familiar"? Ideia era acolher famlias monoparentais, mas e nos casos de Vivos ou divorciados sem filhos, e no caso de irmos morando juntos aps morte dos pais? Jurisprudncia do STF seguiu a interpretao que amplia o conceito de entidade familiar para esses casos.
Segundo Caso: e se for moradia de um solteiro? Definio do STJ: lei foi estendida para o solteiro: interpretao teleolgica - Proteo do Direito Moradia a finalidade da norma.