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Resenha do texto: Globalização e crise do Estado-Nação, de Otávio Ianni. Que aborda de que forma o processo de expansão neoliberal afetou a soberania dos Estados-Nação.
Resenha do texto: Globalização e crise do Estado-Nação, de Otávio Ianni. Que aborda de que forma o processo de expansão neoliberal afetou a soberania dos Estados-Nação.
Resenha do texto: Globalização e crise do Estado-Nação, de Otávio Ianni. Que aborda de que forma o processo de expansão neoliberal afetou a soberania dos Estados-Nação.
InstitutoFederal de Educao, Cincia e Tecnologia da Bahia.
Discliplina: SociologiaDocente: Sinval de Arajo
Discente: Sabrina Bomfim. Turma: 8831
Resenha Crtica do texto: Globalizao e crise do Estado-Nao, de Otvio Ianni.
Salvador Bahia 2014 Com o fenmeno da globalizao e a expanso dos conceitos neoliberais, a soberania dos Estados-Nao foi abalada, fazendo com que estes imergissem cada vez mais na lgica de mercado, cada vez mais transnacionalizada e interdependente. De forma deveras sinttica, sobre isto que Octavio Ianni, professor de cincia sociais no Instituto de Filosofia e Cincias Humanas da Unicamp, renomado nos estudos sobre globalizao, trata em seu texto Globalizao e crise do Estado-Nao. Para tanto, traz como pano de fundo, o contexto de reformas polticas, sociais e econmicas vivenciado pelos pases no fim da Guerra Fria. O sistema capitalista se apresenta em processos cclicos nos quais, em momentos de saturao e crise, novos meios de produo e organizao necessitam ser articulados para a manuteno e renovao desse sistema. A globalizao, que surge como produto do capitalismo e do extenso desenvolvimento tecnolgico proporcionado por este, assume papel importante, no s como fenmeno resultante do sistema, mas como fenmeno dialgico, parte imprescindvel para as novas articulaes necessrias ao capitalismo moderno, que se estabelece de maneira hegemnica com o trmino da Guerra Fria. Importa salientar que, no perodo em que esta ocorria, ocorreram tambm diversos avanos tecnocientficos, fomentados pelas disputas entre os blocos capitalista e socialista. Nesse momento, h um grande avano na corrida espacial, no desenvolvimento de satlites e dos sistemas de posicionamento global, na modernizao dos computadores, das redes internacionais de comunicao e transporte. Todos estes, so fatores imprescindveis para a globalizao mundial, diminuindo as distncias,culturais, informacionais, econmicas e mercantis. Abundncia de recursos naturais, mo de obra barata, iseno fiscal, so condies produtivas favorveis e mais competitivas, as quais so visadas pelas indstrias. E com essa comunicao global cada vez mais massiva, em busca dessas condies produtivas, as indstrias se estabelecem nas mais diversas regies do globo, as tendo como campos de atuao, no s para a extrao de recursos e fora de trabalho, como possibilidade de mercado consumidor. Estabelecem-se, ento, novas formas de imperialismo e colonialismo, com nova roupagem e nova dinmica. Objetivando, de fato, a globalizao de indstrias e a dinamizao do processo produtivo a extenses geogrficas e demogrficas ainda maiores que, no contexto do trmino da guerra fria e de estabelecimento do capitalismo, organizaes econmicas e transnacionais, pressionam os Estados-Nao a fim de que estes promovessem reformas favorveis expanso capitalista e lgica de mercado: Esse o cenrio histrico ou, mais propriamente, geohistrico, no qual o Fundo Monetrio Internacional (FMI), o Banco Mundial (BIRD) e a Organizao Mundial do Comrcio (OMC), bem como as corporaes transnacionais pressionam estados nacionais a promoverem reformas polticas, econmicas e socioculturais(...), destinadas a favorecer a dinmica das foras produtivas e relaes capitalistas de produo. (Ianni, 1999) A desestatizao de empresas, a desregulao da economia nacional, a abolio de medidas protecionistas nacionalistas so algumas das reformas econmicas favorveis ao avano capitalista e neoliberal, que resulta num afastamento do Estado em relao Sociedade Civil, tornando o Estado muito mais comprometidos com o que transnacional, em detrimento dos anseios e inquietaes da Sociedade Civil. A privatizao dos sistemas de sade, educao e previdncia, tal como, de transportes e habitao, relegam as classes subalternas a condies insatisfatrias, quando no, miserveis. A precariedade dos servios pblicos pode ser entendida, ento, como benficas dinmica capitalista, fazendo com que a desvalorizao destes servios promova um maior consumo dos servios privados, aquecendo a economia e atraindo investimentos. Tudo isso, em detrimento da maior parte da sociedade civil que, segundo Ianni, desafiada a sobreviver, organizar-se e conscientizar-se elaborando novos meios de luta para influenciar ou conquistar o poder. De um modo geral, os pases que se encontram na vanguarda da economia mundial, como os Estados Unidos da Amrica, se enquadram no processo da globalizao como fomentadores do liberalismo econmico, que resulta numa reduo significativa do protecionismo da economia nacional e na abertura das fronteiras para um fluxo, cada vez mais intenso, de mercadorias e capital. No que consta ao fluxo de mo de obra, entretanto, os incentivos no ocorrem com a mesma intensidade, sendo muitas vezes limitado e dificultado. ...o projeto liberal em matria de circulao de capitais e mercadorias, sustentado por grande parte dos Estados centrais, entra em contradio com os severos controles impostos livre mobilidade dos trabalhadores e fixao das pessoas nos territrios nacionais desses Estados. Pellegrino (2003, p. 8) Essas contradies entre o discurso liberal e a prtica das potncias da vanguarda econmica mundial fazem com que a liberdade de mobilidade seja barrada pela imigrao. Essa contradio, ganha margem, muitas vezes, pelo racismo e a xenofobia existente nos pases. Racismo e xenofobia estes, fomentados pelo risco de desemprego e a cruel competitividade capitalista, fatores que fazem com que os cidados se submetam a condies e relaes de trabalho degradantes e subalternas. Empresas, indstrias e indivduos entram na cruel lgica de mercado, na qual, tem mais relevncia, poder e maiores condies de sobrevivncia o mais abastado. Isto confere s grandes e bilionrias corporaes poder sem precedentes, em extenso global e influncia profunda sobre as mais diversas regies, abalando a soberania dos Estados- Nao. Um exemplo disso na histria do Brasil foram os financiamentos por parte de grandes empresas, como a Coca-Cola, a Ford e a General Motors, alm de grandes proprietrios rurais, da grande mdia e da Igreja Catlica, para a derrubada de Joo Goulart, que representava a ameaa comunista, por suas medidas trabalhistas e populistas, instaurando a Ditadura Civil-Militar de 1964. So poucas as naes, e em momentos nem sempre duradouros, que alcanaram ou alcanam razovel integrao entre a Sociedade Civil e o Estado. Na maioria dos casos, subsistem tenses, antagonismos e contradies muitas vezes profundos, umas vezes no mbito de regimes democrticos e, na maioria dos casos, em regimes autoritrios, tirnicos ou nazifascistas. (Ianni, 1999) Nesse sentido, Octavio Ianni coloca como necessria a conscientizao e a articulao de indivduos e coletividades a fim de influenciar, conquistar e educar duramente o poder estatal. Para que isso ocorra, segundo o autor, se faz necessrio que, analogamente classe operria em relao ao poder da burguesia em Karl Marx, os grupos sociais subalternos de diferentes pases , prximos e distantes, se associem, organizem, conscientizem. Somando e multiplicando experincias e vivncias, organizaes e conscientizaes, reivindicaes e lutas, de modo a fortalecer e dinamizar a globalizao desde baixo.). Entretanto, importa deixar claro que necessrio mais que conscientizao e, j a conscientizao de contingentes significativos de pessoas um projeto laborioso, tendo em vista que as grandes mdias e grupos religiosos no medem esforos para justificar e propagar ideais em favor das elites, principalmente porque so grupos formadores de opinio que se caracterizam como elite e possuem forte influncia pelos setores subalternos da sociedade, a maior parcela dela. Tendo cumprido o laborioso projeto de conscientizao com a luta da classe, esses grupos sociais encontram outra dificuldade nas diferenas culturais, tnicas e de conceitos democrticos que devem ser conciliados para que estes grupos possam de fato se articular em prol de seus projetos de influncia e conquista do poder e alcancem as possibilidades de soberania hegemonia, tal como as condies sociais indispensveis sobrevivncia, das quais so alijados.