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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA

MÓDULO VI

DIREITO INTERNACIONAL

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DIREITO INTERNACIONAL

1. INTRODUÇÃO

O número de Tratados Internacionais cresceu vertiginosamente nas


últimas décadas. Existem tratados e cláusulas convencionais referentes a quase
todas as matérias imagináveis e de interesse do Estado, principalmente aquelas
que envolvem direitos e deveres na área econômica.

Assim, para especificar quais os principais Tratados Internacionais, é


necessário antes delimitar o campo em que tais tratados podem ser encontrados.

Podemos enumerar alguns deles, propiciando ao estudante uma pálida


idéia dos tratados considerados mais importantes, sob a luz de um estudo
sistematizado do Direito Internacional.

Vamos separá-los por matéria:

• Sobre Tratados

– Convenção sobre o direito dos tratados – Viena/1969.

– Convenção sobre o direito dos tratados entre Estados e


Organizações Internacionais – Viena/1986.

• Sobre Agentes Diplomáticos

– Convenção de Viena sobre relações diplomáticas – 1961.


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– Convencion sobre las misiones especiales – New York/1969.

– Convenção sobre a representação dos Estados em suas relações


com as Organizações Internacionais de caráter universal –
Viena/1975.

• Sobre Cônsules

– Convenção sobre agentes consulares – Havana/1928

– Convenção de Viena sobre relações consulares – 1963.

• Sobre Direitos do Mar

– Convenção das Nações Unidas sobre direitos do mar – 1982.

– Acordo relativo à implementação da parte XI da Convenção


das Nações Unidas sobre direito do mar – Nova Iorque/1994.

• Sobre o Meio Ambiente

– Declaração do Rio de Janeiro sobre o meio ambiente e


desenvolvimento – 1992.

– Convenção sobre diversidade biológica – Rio de Janeiro/1992.

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• Sobre Espaço Exterior

– Tratado sobre os princípios reguladores das atividades dos Estados


na exploração e uso do espaço cósmico, inclusive a Lua e demais
corpos celestes – 1967.

• Sobre Sucessão de Estados

– Vienna convention on succession of states in respect of treaties –


Viena/1978.

– Convenção sobre sucessão de Estados, em matéria de bens,


arquivos e dívidas do Estado – Viena/1983.

• Sobre Direitos do Homem

– Declaração Universal dos Direitos do Homem – 1948.

– Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos – ONU/1966.

– .

– Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de


discriminação racial – ONU/1966.

– Convenção americana sobre direitos humanos – São José da Costa


Rica/1969.

– Convenção sobre os Direitos da Criança – Nova Iorque/1989.

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• Sobre Segurança Coletiva

– Tratado de proscrição das experiências com armas nucleares na


atmosfera, no espaço cósmico e sob a água – Moscou/1963.

– Tratado de proscrição de armas nucleares na América Latina –


México/1967.

– Tratado de não-proliferação de armas nucleares – 1948.

• Sobre Solução dos Litígios Internacionais

– Tratado americano de soluções pacíficas (Pacto de Bogotá) – 1948.

– Estatuto da Corte Internacional de Justiça – 1945.

– Protocolo de Brasília sobre a solução de controvérsias (âmbito do


Mercosul) – 1991.

• Sobre Organizações Internacionais

– Carta das Nações Unidas – 1945.

– Carta da Organização dos Estados Americanos – Bogotá/1948 e


Buenos Aires/1967.

– Tratado para a constituição de um mercado comum entre a


República Argentina, a República Federativa do Brasil, a
República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai
(Tratado de Assunção) – Assunção/1991.

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– Protocolo adicional do Tratado de Assunção sobre a estrutura


institucional do Mercosul (Protocolo de Ouro Preto) – Ouro
Preto/1994.

– Carta da Organização Internacional do Trabalho – OIT no Tratado


de Paz de Versailles – 1919.

Esses são alguns dos tratados que podem ser destacados pela
importância que têm hoje no mundo.

2. PONTOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO INTERNACIONAL


PÚBLICO

O Direito Internacional Público não deve assustar o candidato nos


concursos públicos, apesar da densidade da matéria.

Temos observado que alguns pontos são fundamentais, como os que


abaixo descrevemos:

• Tratados: conceito, elementos, espécies, validade interna e internacional.

• O Homem nas Relações Internacionais: direitos humanos– violações.

• O Direito Penal Internacional: tribunais internacionais, crimes, princípios.

• Direito de Asilo: asilo territorial e asilo diplomático.

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• Território no Direito Internacional: mares, águas interiores,


plataforma continental.

• Proteção do Meio Ambiente.

• Órgãos de Relação Exterior do Estado: ministro das Relações


Exteriores, corpo diplomático– imunidades.

• Arbitragem, mediação, solução judiciária.

• Conflitos de leis no espaço, elementos de conexão (LICC).

• Homologação de sentença estrangeira, cartas rogatórias.

• Nacionalidades, cidadania, vistos.

• Adoção internacional.

• Pessoa Jurídica: nacionalidade, empresas multinacionais.

Este curso, acompanhado de livros e de uma pesquisa jurisprudencial,


proporciona uma boa base para o candidato.

3. DESTAQUES NA JURISPRUDÊNCIA

3.1. Posição do STF quanto aos Tratados e à Vigência Interna dos


Mesmos

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O Supremo Tribunal Federal nem sempre tem andado numa linha reta,
no que concerne aos tratados e à vigência interna dos mesmos. O assunto é
naturalmente polêmico e a nossa Constituição Federal não se mostra clara e
objetiva.

A doutrina tem afirmado que a lei não pode modificar tratado, no


entanto, em pronunciamentos recentes o Supremo Tribunal Federal vem
decidindo que não há hierarquia constitucional entre tratado e lei.

Observe-se que o tratado obriga o Estado na ordem internacional e a sua


revogação se faz por meio de denúncia. O Supremo Tribunal Federal, no
entanto, atém-se à Carta Magna e, em resumo, tem-se pautado pelas seguintes
idéias:

• O processo legislativo está previsto na Constituição Brasileira.

• Não consta, no processo legislativo, qualquer indicação sobre


tratados.

• Se tratado revoga lei, por ser a ela posterior, a lei também pode
revogá-lo, embora no plano internacional o Brasil continue obrigado.

• Deve ser preservada a autoridade da lei fundamental do Estado.

Entendemos que o exame da constitucionalidade de uma lei não deve


cingir-se à verificação de compatibilidade com as normas constitucionais, mas,
também, há que se levar em conta os compromissos internacionais assumidos
pelo Brasil. Afinal, os tratados no Brasil passam pelo crivo do Congresso
Nacional (ratificação interna) para somente depois serem ratificados
internacionalmente. Está na Constituição Federal, nos arts. 49, inc. I, e 84, inc.
VIII. A questão é interpretativa. O Estado brasileiro, na área internacional, não
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é visto de forma compartimentada. Como o Estado é um só e não se manifesta


por intermédio de seus poderes internos, é de se crer que, quando o Brasil
assina e/ou ratifica um tratado, o faz de acordo com as suas leis fundamentais
(pelo menos, assim pensam os parceiros internacionais). Quando o aplicador
interno da norma desconsidera um tratado, tal atitude pode causar um mal-
estar internacional. Caso o tratado seja realmente incompatível, é preferível
denunciá-lo.

As decisões do Supremo Tribunal Federal, todavia, têm razão de ser, sob


o aspecto estritamente técnico (Constituição, leis internas, tratados). Faz-se
necessária uma melhor sistematização dos tratados na Carta Magna.

O próprio Supremo Tribunal Federal já teve oportunidade de entender


de forma diversa, no passado, ao dizer que as disposições de uma lei interna
não podem prevalecer sobre as do tratado (art. 5.º, § 2.º, da CF).

Esse é um tema que dá ensejo a respostas bem fundamentadas e que,


portanto, demandam estudo apurado.

3.2. A Questão do Depositário Infiel

Outro destaque é a questão do depositário infiel.

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos não contempla essa


possibilidade. Essa Convenção é o chamado Pacto de São José da Costa Rica,
firmado e ratificado pelo Brasil (Dec. n. 678, de 6.11.92).

No entanto, o art. 5.º, inc. LXVII, da Constituição Federal diz: “Não


haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentar e a do depositário infiel”.

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Ao apreciar a matéria no habeas corpus n. 72.131, o plenário do


Supremo Tribunal Federal julgou, por maioria de votos, regular a prisão do
depositário infiel. Na ocasião, foram vencidos os Ministros Marco Aurélio,
Francisco Rezek, Carlos Velloso e Sepúlveda Pertence.

Na verdade, o que foi decidido é que o Pacto de São José, por se tratar de
norma infraconstitucional (art. 105, inc. III, alínea “a”, da CF), não pode se
contrapor à Lei Maior. O referido pacto constituir-se-ia em norma de caráter
geral, que não derroga as normas infraconstitucionais especiais, como aquela
referente à prisão civil do depositário infiel.

3.3. Homologação de Sentença Estrangeira

Outra matéria que causa certa polêmica é a homologação de sentença


estrangeira, em face do Protocolo de Las Leñas. Esse Protocolo, firmado no
âmbito do Mercosul (1997), tem por principal objetivo conferir caráter
extraterritorial a sentenças emanadas de países do Mercosul. A sentença
proveniente de um dos países integrantes do Mercosul produzirá efeitos
diretamente em outro, sem o procedimento de homologação de sentença
estrangeira. Desse modo, o vencedor, em ação judicial promovida em qualquer
dos Estados (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), poderá requerer a
execução da sentença em qualquer dos demais países, desde que preenchidas
certas condições, como, por exemplo, emanar a sentença de órgão
jurisdicional competente, ou não contrariar princípios de ordem pública dos
Estados (art. 20 do Protocolo).

Parece-nos que o Supremo Tribunal Federal não enfrentou com


abrangência essa questão, mantendo a tendência de exigir sempre a
homologação.

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As sentenças dotadas de eficácia extraterritorial não dependem de carta


rogatória, expedida pelo juiz do processo, para requerer o reconhecimento no
Brasil. O interessado, pura e simplesmente, inicia o processo de execução no
Brasil, instruindo o pedido com os documentos relacionados no art. 20 do
Protocolo.

3.4. Jurisprudência de Outros Tribunais

Outros tribunais (STJ, TST, TRTs, TRFs), nos limites de suas


competências, têm decidido matérias internacionais, incluindo assuntos
relativos ao Direito Internacional Privado.

Podemos destacar, como exemplo, as Súmulas n. 20 e n.124 do Superior


Tribunal de Justiça. A Súmula n. 20 estabelece que “A mercadoria importada
de país signatário do GATT é isenta de ICM, quando contemplado com esse
favor o similar nacional”. A Súmula n. 124 dispõe que “A Taxa de
Melhoramento dos portos tem base de cálculo diversa do Imposto de
Importação, sendo legítima sua cobrança sobre importação de mercadorias de
países signatários do GATT, da ALALC ou ALADI ”.

Lembramos que o GATT – Acordo Geral de Tarifas e Comércio – foi


substituído pela OMC – Organização Mundial do Comércio – a partir de 1995. O
GATT não era uma organização internacional, embora importante, compondo o
tripé da economia mundial – FMI, BIRD e GATT–, era um simples acordo de
comércio, enquanto a OMC é um organismo com estrutura complexa.

A ALALC – Associação Latino-Americana de Livre Comércio – foi criada


pelo Tratado de Montevidéu de 1980. A ALADI é sucessora da ALALC.

(Obs: Há uma preocupação em relação aos produtos vindos dessas

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organizações e de outras de que o Brasil faz parte. Tal preocupação se justifica


por ser o Brasil membro dos organismos internacionais e dever atuar no
mundo de forma coerente com seus compromissos.)

Tais tratados tiveram a participação dos seguintes países: Brasil,


Argentina, Chile, México, Paraguai, Peru e Uruguai, mas não obtiveram o
sucesso desejado, que era criar uma integração comercial na América Latina.

Tanto é assim, que Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru


constituíram um subgrupo regional por meio do Acordo de Integração Sub-
regional de Cartagena em 1969, e também foi criada, em julho de 1973 , a
CARICOM – Comunidade do Caribe – pelas repúblicas de Barbados, Guiana,
Jamaica, Trinidad e Tobago, com a adesão de Granada, República
Dominicana, Santa Lúcia, Belize e Antígua, pelo Tratado de Chaguaramas.

Todo esse movimento de uniões regionais acabou por resultar na criação


do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai –, pelo Tratado de
Assunção, em 1991.

Os tribunais internos – Judiciário e de cada país – pertencentes às diversas


Comunidades Regionais e à Comunidade Internacional, não podem, por lógica,
contrariar os compromissos assumidos pelo País, sob pena de fazê-lo credor
internacional. Por esse motivo, os tratados, quando assinados e ratificados,
devem ser obrigatórios na ordem interna. Claro que sobra eventual discussão
sobre a contrariedade a alguma norma de ordem pública e à Carta Magna.

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