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1º BIMESTRE
1.1 CONHECIMENTO
1.1.1 Noções Preliminares de Conhecimento e Correlação entre sujeito
cognoscente e objeto cognoscível (Maria Helena Diniz, pg11)
É o conhecimento que nos fornece a maior parte das noções de que nos
valemos em nossa existência cotidiana. Conhecimento vulgar não significa
conhecimento errado ou errôneo, pois pode ser conhecimento autêntico. Significa
apenas conhecimento não verificado, não dotado de certeza. É o conhecimento
que vamos adquirindo à medida que as circunstâncias o vão ditando. É aquele
conhecimento do cotidiano, do dia-a-dia, que se resume a um amontoado de
informações que vão se depositando em nossa mente sem que haja necessidade
ou preocupação com a verdade. É o conhecimento em que não há certeza da
certeza. Exemplo: todos nós sabemos que o relógio marca as horas e que ao dia
sucede análises mais profundas se isso é realmente verdade. É um saber parcial,
desordenado e não metódico.
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
TIPOLOGIA
LEIS
Devem ser tomadas em sua acepção mais geral. As leis são aplicadas ao
Mundo Natural e ao Mundo Ético e Jurídico. No Mundo Natural há as leis da
natureza. No Mundo Ético há aquelas leis que são básicas para o convívio
harmonioso do homem em sociedade. Porém, atualmente, a palavra lei tem sido
empregada pelos juristas como norma de conduta e de regra a ser obedecida.
Segundo Montesquieu, a “lei é a relação necessária que deriva da natureza das
coisas “aplicável tanto no campo das ciências naturais, como no das ciências
ético-jurídicas.
O Direito, como ciência, não pode deixar de considerar as leis que enunciam
a estrutura e o desenvolvimento da experiência jurídica, ou seja, aqueles nexos
que, com certa constância e uniformidade, ligam entre si e governam os
elementos da realidade jurídica, como fato social.
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ESTRUTURA DO CONHECIMENTO
PRINCÍPIOS
TIPOS DE PRINCÍPIOS
JUÍZO
O EMPIRISMO E O DIREITO
RACIONALISMO
RACIONALISMO ANTOLÓGICO
Consiste em conceber a realidade como racional, ou racionalizar o real, de
maneira que a explicação conceitual mais simples se tenha em conta da mais
simples e segura explicação conceitual mais simples se tenha em conta da mais
simples e segura explicação da realidade.
INTELECTUALISMO
CRITICISMO
FORMAS DO CONHECIMENTO
CIÊNCIA DO DIREITO
Conceito de IED: É uma matéria que visa fornecer uma visão global da
ciência que trata do fenômeno jurídico, propiciando uma compreensão de
conceitos jurídicos comuns a todos os ramos do direito e introduzindo o
estudante e o jurista na terminologia técnico jurídica. É um sistema de
conhecimento, recebidos de múltiplas fontes de informação, destinado a oferecer
os elementos essenciais ao estudo do Direito, em termos de linguagem e de
método, com uma visão preliminar das partes que o compõem e de sua situação
na história da cultura.
Natureza Epistemológica: A introdução à ciência do direito não é ciência,
por faltar-lhe unidade de objeto, isto é, falta um campo autônomo e próprio de
pesquisa, mas é uma disciplina epistemológica, visto que contém conhecimentos
científicos, filosóficos e por:
• dar uma visão sintética da ciência jurídica;
• definir e delimitar, com precisão os conceitos jurídicos fundamentais que
serão utilizados pelo jurista na elaboração da ciência jurídica;
• apresentar de modo sintético, as escolas científico-jurídicas.
COMPLEMENTARIDADE DO DIREITO
Não basta ter uma visão unitária do Direito. É necessário possuir o sentido
da complementaridade inerente a esta união, visto que as partes do Direito não
ficam estáticas umas ao lado das outras, pois o Direito se renova dia-a-dia.
As ciências humanas possuem uma unidade denominada “unidade de fim”,
esta que se constitui em razão de uma função comum. Nestas, o todo se constitui
para perseguir um objetivo comum, irredutível às partes componentes.
Para que se possa entender esta unidade, primeiramente ; é a necessidade
de adquirir um vocábulo, pois cada ciência exprime-se numa linguagem. Onde
quer que exista uma ciência, existe uma linguagem correspondente. Os juristas
falam uma linguagem própria e devem Ter orgulho de sua linguagem
multimilenar, dignidade que bem poucas ciências podem invocar. Ex: o juiz é
competente. (Não no sentido de preparação cultural, mas querendo dizer que
ele, por força de dispositivos legais da organização judiciária, tem poder para
examinar e resolver determinados casos).
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CIÊNCIA DO DIREITO
Definição de Ciência
Natureza e Cultura
Mundo ético
Toda norma ética liga-se a um juízo de valor (deve ser) ao qual se liga uma
sanção que prevê o descumprimento desta regra. Está previsão nos mostra uma
característica do mundo ético que é a liberdade de escolha por parte do
destinatário da lei. “A norma ética brilha com esplendor insólito no instante
mesmo em que é violada Rosmini Filos, italiano da Segunda metade do século
XIX. A norma ética é estrutura em função do comportamento normalmente aceito
e previsível do tipo de homem dotado de tais ou quais qualidade que o tornam
um destinatário razoável.
Complementaridade do Direito
Linguagem do Direito
Método do Direito
A ORDEM UNIVERSAL
1- Matemática
2- Astronomia (Mecânica universal)
3- Física
4- Química
5- Biologia
6- Sociologia
CONCLUSÕES
CIÊNCIA DO DIREITO
ZETÉTICA E DOGMÁTICA JURÍDICAS
A CIÊNCIA DO DIREITO
Tem por objeto o fenômeno jurídico tal como ele se encontra historicamente
realizado. Ciência do Direito estuda o fenômeno jurídico tal como ele se
caracteriza no espaço e no tempo, já a Filosofia do Direito indaga as condições
mediantes quais esta concretização é possível.
MÉTODO DO DIREITO
CIÊNCIA DO DIREITO
DIREITO-NORMA
DIREITO-FACULDADE
DIREITO-JUSTO
DIREITO-CIÊNCIA
DIREITO-FATO SOCIAL
ACEPÇÕES FUNDAMENTAIS
DIREITO-CONCEITO ANÁLOGO
CONCLUSÕES
ANALOGIA
MATERIAL E FORMAL:
VALOR FUNDAMENTAL
PERSPECTIVA DIFERENTES
Como vimos na primeira parte deste livro, “o direito pode ser estudado sob
perspectivas diversas. Alguns o analisam simplesmente como um sistema de
normas positivas que regem a vida e determinada comunidade. É esse o ponto
de vista de Kelsen, em sua Teoria pura do direito.
Outros, como Lévy-Bruhl, colocando-se no campo da sociologia, consideram
o direito ou as regras jurídicas como fatos sociais ou, até mesmo, como coisas.
Certos autores preferem estuda-lo sob o prisma dos direitos subjetivos
através das Declarações de Direito e do reconhecimento histórico das
prerrogativas da pessoa humana. É o caso, entre outros, do estudo de Jayne
Altavila sobre a Origem dos direitos dos povos.
Pode, ainda, o direito ser considerado, não como lei positiva, fato social ou
direito subjetivo, mas como ciência. É a perspectiva em que se colocam, em
geral, os tratados e as introduções ao estudo do direito, `a frente dos quais, por
sua importância histórica, é de justiça colocar as institutas de Justiniano,
destinadas a ser “os primeiros elementos de toda a ciência das leis”.
DIREITO E JUSTIÇA
Mas, que ponto o direito se identifica com o justo? Poder-se-á sustentar que
todas as exigências do direito são baseadas na justiça?
Alguns autores afirmam que o direito nada tem a ver com a justiça. É
simples convenção, como afirmaram Carnéades ou Epicuro, no passado, e de
certa forma reafirmam certas correntes do liberalismo moderno ao admitir que
“quem diz contratual diz justo”.
Para a generalidade dos seguidores positivismo jurídico, direito se reduz a
imposição da força social, e a justiça é considerada um elemento estranho à sua
formação e a validade. Para alguns como Kelsen, os critérios da justiça são
simplesmente emocionais e subjetivos e sua determinação deve ser deixada a
religião ou à metafísica.
Outros autores, como Renard, pretendem que apenas uma parte das
instituições jurídicas se fundamente na justiça; outra parte teria seu fundamento
na segurança ou ordem social.
ANALOGIA DE RELAÇÃO
A ALTERIDADE NA (JUSTIÇA)
O DEVIDO
Para que se realize a noção de justiça além da pluralidade, outro elemento é
necessário: esse ato deve ter o caráter de rigorosa obrigatoriedade. De parte de
A deve existir um dever estrito (debitum) e da parte de B o direito de exigir esse
ato (exigibilidade). O ato da justiça consiste em dar o que é “devido”. Existe 2
tipos de débito, um dever simplesmente moral, menos rigoroso que não pode ser
exigido por lei e outro estrito e rigoroso, que pode ser exigido e legalmente
imposto.
Quando o respeito a determinado dever é necessário ao bem comum, a lei o
torna exigível, isto é atribui ao credor o poder de exigi-lo. É o que modernamente
se denomina ATRIBUTIVIDADE.
Esta distinção em debitium moral e debitim legal ou jurídico corresponde a
diferença entre Norma de aperfeiçoamento: são as que visam aprimorar a
comunhão humana de um grupo social, já ordenado pelas normas de garantia. As
normas de garantia visam a conferir o grupo social a forma condizente com sua
razão de ser. Normas do Código Civil ou de estatutos são normas de garantia.
Uma vez estabelecida que precisa ser cumprida, ela adquire, por este fato, a
qualidade denominada atributividade. ATRIBUTIVIDADE é a qualidade, inerente à
norma de garantia de atribuir a quem seria lesado pela violação dessa norma, a
faculdade de exigir do violador, por meio do poder público, o cumprimento dela,
ou a reparação do mal sofrido. Diferentemente das normas atribui a quem seria
lesado pela sua violação, a faculdade de faze-la cumprir pelo violador, ou de
exigir deste a reparação do mau por ele causado.
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IGUALDADE
2º BIMESTRE
A) Fundamento do Direito
-POSITIVISMO FILOSÓFICO
APRECIAÇÃO CRÍTICA:
O positivismo não nega a sua preocupação pelo estudo dos fatos e pelo rigor
que deve existir na observação, daí que vem a crítica a certas correntes
filosóficas, pois reduzem a atividade da inteligência humana ao campo das
realidades sensoriais.
POSITIVISMO CIENTÍFICO
POSITIVISMO JURÍDICO
MONTESQUIEU
“As leis são relações necessárias que decorrem da natureza das coisas”.
Essa natureza das coisas manifesta-se em condições gerais e em tendências
relativas:
- condições gerais = manifesta aqui a satisfação de certas necessidades
primárias (comer...) e o desejo de paz.
Tendências relativas = dependem de condições geográficas, de fatores
religiosos, culturais, políticos...
APRECIAÇÃO CRÍTICA
DOUTRINA RACIONALISTA
GROTIUS= Diz que o direito natural é o ditame da razão, por isso ser
necessário haver pactos sociais em que o povo livremente escolha a forma de
governo, pois a livre escolha é o critério do ordenamento jurídico. Grotius libertou
a ciência do direito de fundamentos teológicos, cedendo as tendências
sociológicas do seu tempo e, instituiu o senso social como sendo fonte do direito
propriamente dito.
STAMLER= Fala que o direito natural não pode ser visto como preciso
concreto, absoluto, sem modificações, porque o direito natural serve como um
critério diretor, ou seja, cada tempo, época, lugar, possui o seu próprio direito,
não sendo igual um ao outro. O direito é dinâmico, pois se modifica com a
situação apresentada, porém, o seu ideal de justiça nunca é modificado, pois a
justiça está embutida no direito, provinda sempre de um ideal social.
Para ele, o direito positivo é uma tentativa de direito justo.
DEL VECCHIO= Para saber o ideal de justiça, é necessário saber o que é a
natureza humana no plano da causalidade e da finalidade.
- causalidade = aqui, o homem seria uma partícula minúscula da natureza,
ou seja, a natureza humana seria uma parte de um conjunto de todos os
fenômenos, recebendo todos os efeitos por ela apresentados. Ex: El Nino é um
fenômeno que se reflete na natureza humana (causa e efeito)
- finalidade = aqui, o homem deve comporta-se, como um ser dotado de
inteligência, isto é, não como um indivíduo de causa e efeito, e sim como ser
racional, valorativo.
Enfim, o direito natural racional considera não somente o que a pessoa
pretende fazer como sendo um ato de justiça, mas também deve cumprir as suas
obrigações para com outrem, ou seja, o ser humano acha correto praticar tal ato
como para ele sendo justo, porém deixa de cumprir as obrigações que lhes são
impostas para praticar a justiça para com o outro ser.
TELLES (GOLFREDO) – Diz que o direito objetivo da sociedade nem sempre
coincide com o direito que esta sociedade queria que fosse (pseudo- direito). O
direito muda conforme as circunstâncias, sendo, portanto necessário que ele se
adequai com a sociedade.
Telles fala muito do homem real, o “eu” mesmo: para ele, “eu” não seria o
eu transcendental de Kant e nem uma consciência comum do grupo, mas sim,
um eu mesmo, um eu genético, formado por cada indivíduo, ou seja, cada
indivíduo possui o seu eu diferente.
Portanto, o sistema de referência de todos os valores, seria o “eu”, porque o
homem dá valores ao dado natural. O “eu” pode-se se transformar à medida que
vai enriquecendo de experiência e de passado.
Para Telles, o direito natural não é artificial, porque tem raízes, brota do seio
do povo. Confere ainda ao direito natural, o nome de direito quântico, porque o
direito natural provém do “eu” e por isso, quântico, pois mede os valores do “eu”
através de sua ética, dos seus próprios valores atendendo todas as necessidades
do povo, as suas inclinações genéticas, o seu sentimento.
Esse direito quântico não é arbitrário, pois é elaborado a partir da liberdade
humana, a liberdade do “eu”.
CULTURALISMO JURÍDICO
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EMPIRISMO EXEGÉTICO
3º BIMESTRE
lo a lei autoriza ao Poder Judiciário aplicar normas jurídicas gerais aos casos
concretos, estatuindo normas individuais com a obrigação de sempre exercer
esse poder. Logo, em Kelsen, os atos autorizados podem ser comandados ou não
comandados, enquanto o indivíduo munido do poder pode não ser obrigado a
exercita-lo. O poder efetivo é aquele que consegue obter os resultados propostos
satisfazendo as expectativas.
ATRIBUTOS DO PODER.
Legitimidade do título- os detentores do poder devem estar munidos de
títulos que comprovem sua dominação. E os futuros governantes só conseguem
este título depois de serem eleitos pelo povo e serem nomeados pelo juiz,
através de uma solenidade. Obs: A força nunca legítima um poder a não ser
quando para restituir a ordem social de uma sociedade.
Legalidade do exercício- Este poder para ter legalidade deve estar de acordo
com as normas vigentes, não podem estar em desacordo com o ordenamento
jurídico ou ir contra os valores sociais.
Efetividade- o poder para ser efetivo deve atender os anseios da sociedade
que dirige, isto é, conseguir obter os resultados almejados. E que para isto ocorra
o poder tem que ter validade (vigência e eficácia) ao mesmo tempo um respeito
da sociedade ao dirigente do poder.
O poder não constitui uma força arbitrária pressupõe sempre uma série de
valores sendo que a eliminação do perigo do arbítrio se dá medida que tais
normas se desligam das vontades que as prescreveram através de decisões
convertendo-se em intencionalidades objetivadas.
ESCOLHA DO PODER
obrigação objetiva de algo que deve ser feito, sem que o dever enunciado fique
subordinado à ocorrência de um fato previsto, do qual possam ou não resultar
determinadas conseqüências. Ora, não havendo a alternativa do cumprimento ou
não da regra, não há que falar em hipoteticidade.
O que efetivamente caracteriza uma norma jurídica, de qualquer espécie, é
o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de
organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e
obrigatória.
Estrutura proposicional porque o seu conteúdo pode ser enunciado
mediante uma ou mais proposições entre si correlacionadas. Agora, enuncia um
dever ser porque nenhuma regra descreve algo que é mesmo quando para
facilidade de expressão, empregamos o verbo ser. É certo que a CF declara que o
BR é um República Federativa, mas é evidente que a República não é algo que
esteja aí, diante de nós, esta norma enuncia que o BR deve ser organizado e
compreendido como um República Federativa”.
No que cabe a esse tipo de norma jurídica cabe observar, inicialmente, que
elas se estruturam de maneira binada, articulando logicamente dois elementos:
Endonorma Perinorma
Millas- critica Cossio, pois acha que os 2 juízos propostos por ele não são
permitidos ao mesmo tempo, já que excluem uma a outra: Se é devida a 1ª, não
o é na 2ª . Portanto, diz Millas que a norma jurídica deve ter o caráter conjuntivo.
SE A é, B deve ser e se não B deve ser S.
Quintas- acha que a fórmula de Cóssio está correta, porém, necessário seria
utilizar a conjunção adversativa (mas), porque essa conjunção dá a entender que
uma depende da outra, não sendo uma simples alternativa, mas uma
conseqüência do não cumprimento enunciado. Ex: Dado H deve ser P, mas senão
P deve ser S.
Enfim, o traço distingue a norma ética da lei física é a imperatividade, que
revela, então, o gênero próximo da norma jurídica, incluindo-se no grupo das
normas que regem a conduta humana. Sob o prisma lógico, a norma tem
estrutura proposicional podendo apresentar-se, conforme a posição filosófica do
jurista, como juízo hipotético condicional, disjuntivo, conjuntivo e adversativo.
A norma moral e a jurídica têm uma comum base ética, ambas são
imperativas, constituindo normas de comportamento, mas só a jurídica é
autorizante, sendo por isso, bilateral. A norma moral é tão-somente imperativa e,
portanto, unilateral. Além disso, a jurídica é heterônima, e a moral, autônoma.
tempo e lugar. A norma em si, não pode ser justa ou injusta, depende do ângulo
histórico sob o qual se julga.
Conceito de justiça é a virtude de dar a cada um o que lhe é devido segundo
uma igualdade simples ou proporcional.
3-não há nulidade do ato, porém há uma pena, Ex; viúvo sem fazer
inventário.
4- não há nulidade do ato e nem se aplica pena ao infrator. São as
obrigações naturais, é um momento de passagem das regras éticas, às jurídicas.
Ex: divida de jogo.
DAS NORMAS QUANTO A IMPERATIVIDADE
Imperatividade do direito por via de regra não se manifesta sempre com a
mesma intensidade, existem graus que implicam o aparecimento de categorias
de normas, por exemplo: as normas cogentes e as normas dispositivas.
COGENTES- ou de ordem pública (imperativa absoluta ou impositivas são as
normas que não podem ser modificadas pelos particulares, já que são de ordem
pública, necessárias ao interesse do estado e não ao Direito Público, de interesse
à comunidade. Este estado é o juiz.
NORMAS DISPOSITIVAS OU RELATIVAS
São as normas derrogáveis pelas partes que o cercam, o particular pode
dispor de forma diferente a que o legislador propôs, de modo que seja oportuno
ao interessado.
OUTRAS ESPÉCIES DE NORMA
Segundo à NATUREZA OU AO CONTEÚDO
PERCEPTIVAS- são as que determinam que se faça alguma coisa.
PROIBITIVAS- são as que negam a alguém a prática de certos atos.
Relativas- permissivas- são as que facultam fazer ou não fazer algo
Supletivas- são as que suprem o vazio deixado pelas partes
HIERARQUIA- normas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias,
(leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções), decretos
regulamentares, normas internas (despacho, estatutos, regimentos, etc), normas
individuais
Quanto à natureza de suas disposições, as normas podem ser:
SUBSTANTIVAS- se definem e regulam relações jurídicas ou criam direitos e
impõe deveres, como por exemplo, as disposições do CP,CC.
ADJETIVAS- se regulam o modo ou o processo de efetivar as relações
jurídicas por ex: os artigos do CC. CPC
Quanto a aplicação, as normas jurídicas serão: EFICÁCIA ABSOLUTA- são
inatingíveis, insuscetíveis de emenda, contendo força paralisante total de toda a
legislação que vier a contrariá-las. Ex: art. 1 da CF.
EFICÁCIA PLENA- apresenta todos os requisitos para disciplinar as relações
jurídicas ou o processo de sua efetivação, por ex: art. 155 CF.
EFICÁCIA RELATIVA RESTINGÍVEL- sua eficácia pode ser reduzida nos casos e
na forma que a lei estabelece, seu alcance é reduzido pela atividade legislativa.
EFICÁCIA RELATIVA COMPLEMENTAR- se a possibilidade de produzir efeitos é
mediata dependendo de norma posterior.
Quanto ao poder de autonomia legislativa;1 nacionais e locais 2 federais,
estaduais e municipais
Quanto a sistematização: a)esparsas ou extravagantes, se editadas
isoladamente ex: lei do inquilinato, salário família b) codificadas- quando
constituem um corpo orgânico de normas sobre certo ramo do direito, ex: CC,CP
c) consolidadas- quando forem uma reunião de leis esparsas vigentes sobre
determinado assunto, ex: a CLT.
4-LEI JURÍDICA
4.1 NORMA JURÍDICA
Dentre as normas que regem o comportamento social dos homens devemos
distinguir as leis jurídicas. A expressão “lei jurídica” pode ser empregada em dois
sentidos diferentes. Um restrito é equivalente à lei escrita, nesse sentido
“lei”(direito escrito) opõe ao “costume jurídico”(direito não escrito). Em outra
acepção, ampla, o vocábulo “lei” abrange todas as normas jurídicas: lei escrita,
costume jurídico, jurisprudência, etc.
A norma jurídica é, em 1º lugar, uma regra de conduta social. Seu objetivo é
regular as atividades dos homens em suas relações sociais.
Mas, como distinguiu as normas jurídicas das demais normas da vida social,
e especialmente das demais normas éticas?
a) as normas morais, em sentido estrito, fundadas na consciência.
b) As normas religiosas, fundadas na fé;
c) Os usos e costumes sociais, como os hábitos de convivência,
recreação..etc.
d) As normas jurídicas, que, distinguindo-se das demais constituem o
campo do direito
Duas características fundamentais distinguem as normas jurídicas das
demais regras sociais.
1º elas são protegidas pela eventual aplicação da força coercitiva do poder
social não é necessário que haja, em cada momento, uma coerção efetiva. Basta
que ela seja potencial. E possa ser invocada pela parte a quem a lei atribui o
direito de exigir seu cumprimento. Ela (norma jurídica) é imperativa atributiva.
2º se refere não a forma de imposição ou obrigatoriedade da norma jurídica,
mas ao seu conteúdo e matéria. É a justiça que dá sentido à norma jurídica.
PROBLEMA DE DENOMINAÇÃO
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FONTE FILOSÓFICA
Em sentido filosófico e amplo, o direito tem sua fonte essencial na natureza
humana. Em 1º lugar porque o homem é essencialmente um sujeito, capaz de
compreender e de se relacionar com outros sujeitos. É precisamente esta
‘relação com outrem”que constitui a forma lógica do direito. A 2ª conseqüência:
essa relação com outrem se refere a sujeitos a quem se deve reconhecer seu
igual valor essencial, o que impõe uma exigência fundamental de justiça.
Conclui Del Vecchio que é possível necessário deduzir de uma consideração
transcendental de nossa natureza as duas noções, conexas mas não idênticas,
indicando o que é “jurídico”, de um lado, e o que é “justo’, de outro.
FONTE SOCIOLÓGICA
Em sentido menos amplo e histórico, o direito tem sua fonte na
produtividade jurídica das consciências individuais e se traduz por uma série de
atos de pensamento e de vontade, que se relacionam necessariamente no
terreno da experiência e dão lugar, assim, a uma fenomenologia jurídica positiva.
O relacionamento e os atritos das sugestões fornecidas pelas diferentes
consciências individuais faz nascer um certo sistema de vida, isto é, um conjunto
de regras que são seguidas efetivamente, mesmo que não sejam formuladas
expressamente. Pode-se qualificar esse sistema como “vontade social
preponderante”.
Toda vida em comum dos seres humanos deve ser necessariamente dirigida
por certas regras, que podem não ser formuladas explicitamente, mas sempre
existem. Essa regulamentação não é uma realidade extrínseca e destacada da
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vida social, mas sim a maneira própria de agir dos seres que têm uma vida em
comum. “A consciência comum do povo é a fonte substancial do direito.
As regras da vida em comum, correspondente à vontade social
preponderante, podem ser expressas de diversas maneiras: costume,
jurisprudência, legislação. São exatamente esses modos de expressar as regras
da vida em comum, que se denominam fontes do direito ou formas de expressão
do direito.
FONTES MATERIAIS
Para Reale o que se indica com a expressão material é “o estudo filosófico e
sociológico dos motivos éticos ou dos fatos econômicos que condicionam o
aparecimento e as transformações das regras de direito.
A fonte material aponta a origem do direito, configurando a sua gênese, daí
ser fonte de produção. Fontes materiais não são só fatores sociais, que
abrangem os históricos, os religiosos, os naturais (clima, solo, etc), mas também
os valores de cada época (ordem, segurança, paz social, justiça). São elementos
que emergem da própria realidade social e dos valores que inspiram o
ordenamento jurídico. O conjunto desses fatores sociais e axiológicos determina
a elaboração do direito através de atos dos legislados, magistrados, etc.
Há um pluralismo das fontes reais do direito, pois se o direito coexiste com a
sociedade, tudo que pode influir sobre esta pode influenciar aquele. Assim, se as
normas jurídicas têm os mais variados conteúdos não podem derivar de um fato
único.
Portanto, fontes materiais ou reais, por serem fontes de produção do direito
e nos valores, que o direito procura realizar, fundamentalmente sintetizados no
conceito amplo de justiça.
FONTES FORMAIS
A fonte formal lhe dá forma, fazendo referência aos modos de manifestação
das normas jurídicas, demonstrando quais os meios empregados pelo jurista para
conhecer o direito, ao indicar sua aplicação a casos concretos, apresentando-se,
portanto, como “fonte de cognição. Por isso dizer que quem quiser conhecer o
direito, deverá buscar as informações nas fontes formais, ou seja, nos tratados
doutrinários, na lei, na jurisprudência, nos costumes. As fontes formais seriam os
processos ou meios pelos quais as normas jurídicas se positivam com legítima
força obrigatória, ou seja, com vigência e eficácia.
Portanto, as fontes formais subdividem-se em estatais e não-estatais.
LEGISLAÇÃO
Legislação é o processo pelo qual um ou vários órgãos estatais formulam e
promulgam normas jurídicas de observância geral, que podem ser principais (lei
constitucional, lei ordinária, lei complementar) ou secundárias (as portarias, as
ordens de serviço)
A rigor a fonte jurídica formal é o processo legislativo constituído por um
conjunto de fases constitucionalmente estabelecidas pelas quais há de passar o
projeto de lei, até sua transformação em lei vigente. Em regra, os trâmites
constitucionalmente previstas são: iniciativa, discussão, deliberação, sanção,
promulgação, publicação.
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JURISPRUDENCIAIS
Jurisprudência é o conjunto de decisões uniformes e constantes dos
tribunais, resultantes de aplicação de normas a caso semelhantes, sendo uma
norma geral aplicável a todas as hipóteses similares ou idênticas, enquanto não
houver nova lei ou modificação na orientação jurisprudencial. Portanto, constitui
um costume judiciário (segundo autores) que se forma pela prática dos tribunais.
Os recursos ordinários e extraordinários do supremo tribunal é que vão
estabelecendo a possível uniformização das decisões judiciais, mediante
enunciados normativos (súmulas), que resumem as teses consagradas em
reiteradas decisões.
É fonte não só porque influencia a produção de normas jurídicas individuais,
mas também porque participa do fenômeno de produção do direito normativo,
chegando até mesmo a antecipar a tarefa legislativa.
Distinguem-se a jurisprudência do costume, pois este é criação da
consciência comum do povo, nascendo espontânea e naturalmente, como
decorrência do exercício de direitos e obrigações, e aquele obra exclusiva da
reflexão de juizes e tribunais, decorrente de decisões sobre casos litigiosos. A
jurisprudência é atividade reflexiva, pois vem como representação de um
processo, não é uma prática.
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ELEMENTOS DO COSTUME
Seus elementos são o uso e a convicção. O uso deve ser uniforme,
constante, público e geral. Uniforme e constante, pois, em idênticas situações,
deve-se agir sempre da mesma maneira, sem interrupção. Público, porque
deverá obrigar a todos, e geral, por alcançar a totalidade dos atos e das pessoas
que realizam os pressupostos da sua incidência.
A existência de um uso requer que não haja, ao mesmo tempo, outro uso
contrário, devendo ser, ainda, conforme a moral, aos bons costumes e à ordem
pública.
CONVICÇÃO- é a convicção de que a norma é necessária. Traduz exigências
de certeza, de segurança, de justiça e de utilidade comuns.
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ESPÉCIES DE COSTUME
PRAETER LEGEM- intervém tão somente quando há ausência ou omissão da
lei. Tem caráter supletivo. A lei deixa lacunas que são preenchidas pelo costume,
apesar de não se referir a ele expressamente.
SECUNDUM LEGEM- o costume é secundum legem quando a lei a ele se
reporta expressamente e reconhece sua obrigatoriedade.
CONTRA LEGEM – o costume é contra legem quando contraria o que dispõe
a lei. Pode ocorrer em dois casos: no desuso, quando o costume simplesmente
suprime a lei, que fica letra morta, ou no costume ab-rogatório, que cria uma
nova regra.
DOUTRINA- a doutrina decorre dos estudos realizados pelos juristas, na
análise e sistematização das normas jurídicas na elaboração das definições dos
concertos jurídicos, na interpretação das leis, facilitando e orientando a tarefa de
aplicar o direito adequando o direito aos fins que deve perseguir, apontando as
necessidades e oportunidades das reformas jurídicas.
A doutrina exerce grande influência na legislação, pois o legislador, muitas
vezes, vai buscar nos ensinamentos dos doutores os elementos para legiferar.
Também influi na decisão judicial, por proporcionar os fundamentos do
julgado, pois juiz se vale do argumento de autoridade, por modificar a orientação
dos juizes e tribunais, ante críticas e definições jurídicas apresentadas pelos
juristas.
NEGÓCIO JURÍDICO- são os contratos geradores de normas jurídicas
particulares e individualizadas, vinculando apenas os participantes da relação
jurídica.
Uma norma jurídica negocialmente criada não estatui sanção, mas uma
conduta e, se não obedecida a conduta é pressuposta a sanção prevista na
norma jurídica geral.
A questão da consciência (antinomias) e da completude (lacunas) do
ordenamento visto como sistema, aponta para o problema dos centros
produtores de normas e sua unidade e pluralidade. Se, num sistema, podem
surgir conflitos normativos, há de se admitir que as normas entram no sistema a
partir de diferentes canais que com relativa independência, estabelecem suas
prescrições. Se se admite lacunas, é porque se aceita que o sistema, a partir de
um centro produtor unificado, não cobre o universo dos comportamentos,
exigindo-se outros centros produtores. São estas suposições que estão detrás
das discussões em torno das chamadas fontes de direito.
A formulação mais acabada desta concepção encontramos na pirâmide
Kelsiana que vê no ordenamento apenas normas hierarquizadas conforme seu
fundamento de validade e que postula que o direito só tem uma fonte: o próprio
direito (tudo refluindo para a sua conhecida norma fundamental).
Na verdade, o termo “fonte de direito” é empregada metaforicamente, pois
em sentido próprio fonte é a nascente de onde brota uma corrente de água.
Justamente por ser uma expressão figurativa tem mais de um sentido.
“Fonte jurídica” seria a origem primária do direito, confundindo-se com o
problema da gênese do direito. Trata-se da fonte material ou real do direito, ou
seja, dos fatores reais que condicionaram o aparecimento de norma jurídica.
Fontes essas que, no entender de Kelsen, se distinguem das do direito positivo,
porque estas são juridicamente vinculantes e aquelas não o serão enquanto uma
NJ positiva não as tornar vinculantes, caso em que elas assumem o caráter de
uma norma jurídica superada que determina a produção de uma norma jurídica
inferior.
Emprega-se também o termo “fonte de direito” como equivalente ao
fundamento de validade da ordem jurídica (fonte formal). O fundamento de
62
validade de uma norma, como assevera Kelsen, apenas pode ser a validez de
uma outra, figurativamente denominada norma superior, por confronto com uma
norma que é, em relação a ela, inferior. Logo, é fonte jurídica a norma superior
que regula a produção de uma norma inferior. (Constituição é a fonte das normas
gerais).Num sentido jurídico-positivo, fonte jurídica só pode ser o direito, pelo
fato de que ele regula sua própria criação, já que a norma inferior só será válida
quando for criada por um órgão competente e segundo certo procedimento
previsto em norma superior. Assim, a ciência jurídica, ao contemplar o direito
como um sistema normativo, está obrigada a pressupor uma norma hipotética
fundamental que garanta a possibilidade de conhecer o direito, pois é ela o
princípio ideal que reduz as normas jurídicas a uma unidade absoluta, conferindo-
lhes validade nesta acepção enquadra-se em certa medida, a fonte formal da
teoria tradicional, que é idônea para produzir norma jurídica, servem de
fundamento para dizer qual é o direito vigente.
Estamos com a teoria egológica de Carlos Cóssio que demonstrou que o
jurista deve ater-se tanto às fontes materiais como às formais, preconizando a
supressão distinção, preferindo falar em fonte formal-material, já que toda a
fonte formal contém, de modo implícito, uma valoração, que só pode ser
compreendida como fonte do direito no sentido de fonte material. Além disso, a
fonte material ou real aponta a origem do direito, configurando a sua gênese, daí
ser fonte de produção aludindo a fatores éticos, sociológicos, históricos, políticos,
etc..que produzem o direito, condicionam o seu desenvolvimento e determinam o
conteúdo das normas. A fonte formal lhe dá forma, fazendo referência aos
modos de manifestação das NJ, demonstrando quais os meios empregados pelo
jurista para conhecer direito, ao indicar os documentos que revelam o dir.
vigente, possibilitando sua aplicação a casos concretos, apresentando-se,
portanto, como fonte de cognição. As fontes formais são os modos de
manifestação do direito mediante os quais os juristas conhece e descreve o
fenômeno jurídico. Logo, quem quer conhecer o direito, deverá buscar a
informação desejada nas suas fontes formais, nos tratados doutrinários. O órgão
aplicador também recorre a elas, invocando-as como justificação de sua norma
individual.
Como fontes formais do direito, indicam-se
a) legislação
b) o costume jurídico (direito
consuetudinário)
c) a jurisprudência
d) a doutrina (dir, científico)
e)
4º BIMESTRE
INTERPRETAÇÃO
Interpretação: uma investigação zetética
DESAFIO KELSENIANO
Não teria, pois, nenhum valor racional procurar um fundamento teórico para
a atividade metódica da doutrina, quando esta busca e atinge o sentido unívoco
das palavras da lei? Seria um contra-senso falar em verdade hermenêutica?
Enfrentar esta questão constitui o chamado “desafio Kelseniano”.
CONCEITO DE INTREPRETAÇÃO
Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma procurando a
significação dos conceitos jurídicos. Devido à vaguidade, ambigüidade do texto,
imperfeição e falta de terminologia técnica e má redação, o magistrado, ao
aplicar a norma, interpreta-a pesquisando o seu significado. Isto é assim porque
a letra da norma permaneceu, mas seu sentido se adapta a mudanças que a
evolução e o progresso opera na vida social.
Assim, interpretar é explicar, esclarecer, dar o verdadeiro significado do
vocábulo, extrair da norma tudo que nela se contém, revelando seu sentido
apropriado para a vida real e conducente a uma decisão.
FUNÇÃO DA INTERPRETAÇÃO
1- Conferir aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais que lhe
deram origem
68
INTERPRETAÇÃO E HERMENÊUTICA
Interpretar é fixar o verdadeiro sentido e alcance de uma norma jurídica. É a
investigação e explicação do sentido da lei.
Hermenêutica, em sentido técnico, é a teoria científica da interpretação. É a
ciência que tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis
para determinar o sentido e o alcance das expressões o direito.
EFEITOS DO AO INTERPRETATIVO
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA
Limita a incidência do comando normativo, impedindo que produza efeitos
injustos ou danosos, porque suas palavras abrangem hipóteses que nelas, na
realidade, não se contém. Não reduz o campo da norma, determina-lhe a
fronteira, os seus limites reais.
Diz-se neste caso que o legislador escreveu mais do que realmente
pretendia. O intérprete, assim, vê-lhe aplicação razoável.
TÉCNICAS INTERPRETATIVAS
TÉCNICA GRAMATICAL
Por meio dela, o intérprete busca o sentido literal do texto normativo,
alicerçando-se em regras de lingüística, atendendo à pontuação, colocação de
vocábulos, origem etmológicas etc. O hermeneuta deve ter sempre em vista as
regras:
1- as palavras podem ter um sentido comum e um técnico, caso em
que deve-se dar preferência ao sentido técnico.
2- Deve ser considerada a colocação da norma, por exemplo, uma
disposição, incluída no capítulo sobre curatela, está indicando que se destina a
regular essa forma de incapacidade.
3- Havendo antinomia entre o sentido gramatical e o lógico, este deve
prevalecer.
4- O significado da palavra deve ser tomado em conexão com a da lei
5- O termo deve ser interpretado em relação aos demais.
6- Havendo palavras com sentido diverso, cumpre ao intérprete fixar-
lhes o adequado ou o verdadeiro.
Porém, esta interpretação, por si só é insuficiente para conduzir o intérprete
a um resultado conclusivo, sendo necessário que os elementos por ela fornecida
sejam articulados com os demais, propiciados pelas outras espécies de
interpretação.
PROCESSO LÓGICO
cruzam-se nos seus âmbitos, que introduzem os critérios da lex noci e da lex
personae.
2- atitude prática- visa evitar incompatibilidades à medida que elas se
forem apresentando, repensando as disposições normativas, atendo-se à
situação.
3- Atitude diplomática- recomenda ao intérprete, tentando evitar
incompatibilidades em certo momento e em determinadas circunstâncias,
invente uma saída que solucione, mesmo provisoriamente, apenas aquele
conflito.
PROCESSO SISTEMÁTICO
TÉCNICA HISTÓRICA
LACUNA DA LEI
COSTUME
Trata-se de outra fonte supletiva para suprir as lacunas, seja ele decorrente
da prática dos interessados (sociedade), dos tribunais e dos jurisconsultos, seja
secundum legem, praeter legem ou contra legem. O juiz pode socorrer-se de
qualquer espécie de costume, quando se esgotarem as potencialidades legais
para preencher a lacuna normativa, axiológica e ontológica, desde que armado
de um certo grau de sensibilidade e fato-sociológico para descobrir o ponto de
saturação em que um uso pode ser invocado como jurídico.
O costume é aplicado na hipótese de lacuna normativa e, principalmente,
em:
a) LACUNA AXIOLÓGICA: quando existe uma lei aplicável para o fato,
mas o resultado da aplicação será injusta ou insatisfatória, devendo, assim, ser
afastada. Deste modo, para ajusta-las aos valores atuais vigentes na sociedade,
tem-se aplicado o costume em qualquer das suas modalidades, principalmente o
contra legem tem sido admitido com maior veemência pelos juízes e tribunais.
b) LACUNA ONTOLÓGICA- quando há um desajuste entre as normas e
os fatos. Se a realidade define a situação de um certo modo e a norma legal de
outro, a doutrina ou a jurisprudência são levadas, autorizadas pelo art. 5 da LICC,
a concluir pela inaplicabilidade de tais normas, que estão em desuso, aplicando-
se então, na impossibilidade de analogia, um costume.
NATUREZA MÚLTIPLA
1-decorrem dos subsistemas normativos
2-originam-se das idéias políticas e sociais vigentes
3-são reconhecidos pelas nações civilização os que tiverem substractum
comum a todos os povos ou a algum deles em dada época histórica.
EQUIDADE
Em caso de lacuna, o juiz deverá constatar, na própria legislação, se há
semelhança entre fatos diferentes, fazendo juízo de valor de que esta
semelhança se sobrepõe as diferenças. E se não encontrar casos análogos, deve
recorrer ao costume e o PGD, não podendo contar com essas alternativas é
permitido, ainda, socorrer-se a equidade.
A equidade liga-se a 3 acepções, intimamente correlacionadas:
• LATÍSSIMA: seria a suprema regra da justiça a que os homens devem
obedecer,
• LATA: confunde-se com PGDs e com o direito natural
• ESTRITA: seria o ideal de justiça enquanto aplicado, isto é, na
interpretação, integração, individualização judiciária, adaptação etc.
REQUISITOS
1- o seu emprego decorre do sistema e do direito natural,
2- inexistência de texto claro e inflexível sobre a matéria
3- só se aplica em caso de lacuna depois de esgotados os recursos do
art 4º da LICC.
4- Deve estar em harmonia com o espírito que rege o sistema com os
princípios que informam o instituto objeto da decisão.
INFLUÊNCIAS DA EQUIDADE
ANTINOMIA JURÍDICA
4- QUANDO À EXTENSÃO
79
ANTINOMIAS DE 2º GRAU.
Ocorrem ante uma antinomia em que seria impossível aplicar dois critérios
de solução que, contudo, não poderiam ser ao mesmo tempo utilizados na
solução da antinomia, pois a aplicação de um levaria à preferência de uma das
normas , e a de outro resultaria na da outra norma.
Ex: num conflito entre uma norma constitucional anterior e uma norma
ordinária posterior, pelo critério hierárquico haverá preferência pela primeira, e
pelo cronológico, pela segunda.
Ter-se-a antinomia de 2º grau, quando houver conflito entre os critérios:
1- HIERÁRQUICO E CRONOLÓGICO: quando houver uma antinomia
entre uma lei posteiror-inferior e uma anterior-superior, deverá prevalecer o
critério hierárquico porque este é mais forte que o cronológico, visto que a
competência se apresenta mais sólida do que a sucessão no tempo.
2- ESPECIALIDADE E CRONOLÓGICO: se houver uma norma anterior-
especial conflitante a uma posterior-geral, seria a primeira preferida pelo critério
de especialidade e a segunda pelo critério cronológico.
Seria aplicada o metacritério segundo a qual regra de especialidade
prevaleceria sobre a cronológica. Porém tal metacritério não tem valor absoluto,
tendo em vista certas circunstâncias presentes. Não há uma regra definida, pois,
conforme o caso, haverá supremacia ora de um, ora de outro critério.
3- HIERÁRQUICO E DE ESPECIALIDADE: no caso de uma norma
superior-geral ser antinomia e a uma inferior-especial, em que prevalece a
primeira aplicando-se o critério hierárquico e a segunda, utilizando-se o da
especialidade. Mas , segundo Bobbio, o critério hierárquico deverá prevalecer
também sobre o especial, porque a norma superior sempre deve prevalecer, pois
se admitisse o princípio de que uma lei ordinária especial pudesse derrogar
normas constitucionais, os princípios fundamentais do ordenamento jurídico
estariam destinados a esvaziar-se, rapidamente, de seu conteúdo.
Mas, na prática, a exigência de se aplicarem as normas gerais de uma
Constituição a situações novas levaria, às vezes, à aplicação de uma lei especial,
ainda que ordinária sobre a Constituição. A supremacia do critério de
especialidade só se justificaria, nessa hipótese, a partir do mais alto princípio da
justiça: “o que é igual deve ser tratado como igual e o que diferente, de maneira
diferente”.
Em caso extremo de falta de um critério que possa resolver a antinomia de
2º grau, o critério dos critérios para solucionar o conflito normativo seria o do
princípio supremo da justiça: entre duas normas incompatíveis dever-se-á
escolher a mais justa.
TEORIADA VONTADE
Segundo a teoria da vontade, direito subjetivo é o poder da vontade
reconhecido pela ordem jurídica, apresentando-se sob dois aspectos distintos:
-ora como poder de exigir determinado comportamento, positivo ou
negativo, de outra pessoa. Ex: o direito do credor cobrar a dívida. Neste caso, a
vontade da pessoa é decisiva para a execução de direitos já estabelecidos ,
sendo apenas cumpridora ou executora de direitos.
-ora como capacidade de adquirir ou extinguir direitos e obrigações. Ex:
direito do proprietário de vender a propriedade. Aqui a vontade é criadora de
direitos.
82
TEORIA DO INTERESSE
Para a teoria do interesse, o elemento essencial do direito subjetivo é o
interesse. Não apenas interesses patrimoniais, mas qualquer bens, vantagens ou
valores materiais ou espirituais.
Assim, em todo direito, diz Ihering, há dois elementos: um substancial, que é
o interesse; outro formal, que é proteção jurídica, representada pela ação
judicial.
A principal crítica que se formula a essa teoria é a seguinte: há muitos
interesses, protegidos pela lei, que não constituem direitos subjetivos. Tal ocorre
sempre que uma lei favorece, com determinadas medidas, certos indivíduos ou
categorias, mas não lhes concede o direito de executar as mesmas. Há também
casos de direitos subjetivos em que não existe interesse da parte do titular. Ex:
direitos função.
Assim, podemos concluir que o interesse não é, em si mesmo, o direito
subjetivo, mas sim o objeto desse direito.
TEORIA DA GARANTIA
Busca o fundamento do direito subjetivo na garantia judiciária das relações
jurídicas. Aqui, o direito subjetivo nada mais é do que essa garantia conferida
pelo direito objetivo, a qual se invoca quando a liberdade é violada. Nesta teoria,
porém, o direito subjetivo deixa de ser algo próprio, posto que a vontade de
invocada decorre da obrigação, que é estabelecida pelo direito objetivo, e não de
alguma faculdade subsistente por si.
TEORIAS MISTAS
TRÍPLICE ASPECTO.
O conceito de direito subjetivo não é unívoco, mas análogo. Aplicamos a
expressão “direito subjetivo” para nos referir aos seguintes aspectos:
- DIREITO DE GOZO- existem plenamente, sem a intervenção da vontade do
titular. Ex: direito à vida.
- DIREITO DE AGIR: direito de praticar determinados atos. Aqui, a vontade é
necessária, embora esses direitos persistam, ainda mesmo que a pessoa não os
exerça. Ex: direito de concorrer e um concurso público.
- DIREITO- FUNÇÃO: existem e permanecem ainda mesmo na ausência de
manifestação do titular, embora essa manifestação seja necessária ao exercício
de tais direitos. Ex: direito do Estado de legislar.
O que há de comum em todos esses casos não é, portanto, “a vontade”,
nem o “interesse” do titular.
No direito subjetivo devemos sempre distinguir.
- UM DIREITO INTERESSE, que é o objeto do direito;
- UM DIREITO PODER, que é a prerrogativa do sujeito em relação ao objeto,
83
PRINCÍPIO DA REALIZABILIDADE
DIREITO SUBJETIVO
COISAS
PESSOAS
AÇÕES
PESSOA FÍSICA
PESSOA JURÍDICA
Pessoas jurídicas são todas as instituições ou entidades que a ordem jurídica
atribui capacidade para ser titulares de direitos e obrigações. O Estado é pessoa
jurídica e é constituída por pessoas físicas.
Assim, a pessoa jurídica se distingue da pessoa física.
89
quando o diretor presidente de uma empresa celebra um contrato, não é ele, pai,
eleitor, membro do clube que age, mas apenas o papel estatuário de diretor
presidente.
As pessoas jurídicas podem ser públicas ou privadas, dependendo do caráter
das normas que compõem o estatuto. Pessoas jurídicas de direito público são a
União Federal, os Estados, etc, e as de direito privado são a empresa privada, as
sociedades de modo geral.
A noção de sujeito jurídico não se deixa explicar pelo conceito de papel
social. É mais ampla do que o de pessoa física e jurídica. Toda pessoa física ou
jurídica é um sujeito jurídico. Mas a recíproca não é verdadeira. Os bens ainda
em inventário, por exemplo, é sujeito de direito, mas não é pessoa.
O sujeito nada mais é do que o ponto geométrico de confluência de diversas
normas. Este ponto pode ser uma pessoa, física ou jurídica, mas também um
patrimônio. A ele se atribuem, nele convergem normas que conferem direitos e
deveres.
CAPACIDADE E COMPETÊNCIA
RELAÇÕES JURÍDICAS
Del Vecchio define a relação jurídica como o vínculo entre pessoas, por força
do qual um pode pretender um bem que outra é obrigada. Mas como nasce uma
relação jurídica? O fato gerador da relação jurídica chama-se fato jurídico.
Fatos jurídicos são acontecimentos em virtude dos quais as relações de
direito nascem, transformam-se e terminam. Esse sentido amplo do termo. O fato
jurídico abrange, nesse caso.
1- OS FATOS NATURAIS, alheios à vontade humana, ou para os quais a
vontade concorre apenas indiretamente, como a inundação, a morte, o
nascimento, etc.
2- AÇÕES HUMANAS, que podem ser de duas espécies: atos jurídicos,
que produzem efeitos jurídicos de acordo com a vontade do agente (ex: contrato,
casamento, etc), e os atos ilícitos, que produzem efeitos jurídicos
independentemente da vontade do agente (ex: agressão, furto).
93
Atos jurídicos é todo ato lícito que tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.
Os atos jurídicos podem ser UNILATERAIS (dependem da vontade de uma só
parte) BILATERAIS ( dependem do acordo de vontade de duas ou mais pessoas),
SOLENES ( depende de forma prescrita em lei para sua validade), NÃO-SOLENES
(não dependem de forma prescrita em lei para sua validade), INTER-VIVOS (os
destinados a produzir efeitos durante a vida dos interessados) , CAUSA MORTIS
( os destinados a produzir efeito após a morte do sujeito).
PROTEÇÃO JURÍDICA
O direito subjetivo ou a relação jurídica são tutelados pelo Estado através de
uma proteção especial. Essa proteção jurídica pode ser conceituada:
-objetivamente, proteção é a garantia assegurada ao direito pela possível ou
efetiva intervenção da força de que dispõe a sociedade.
-subjetivamente, se traduz pelo poder conferido ao titular de exigir de
outrem o respeito ao seu direito.
A proteção é representada fundamentalmente pela sanção, que é a
conseqüência jurídica que atinge o sujeito passivo pelo não cumprimento da sua
prestação. A sanção, portanto, é uma conseqüência, supondo um dever, que não
foi cumprido.
Mas a sanção não se confunde com a coação, visto que a coação é a
aplicação forçada da sanção. Ex: no caso de não cumprimento de um contrato, a
multa seria a sanção, mas se a parte culpada se recusar a pagá-la, pode ser
obrigada a faze-lo por vida judicial, que pode chegar à penhora de bens: é a
coação. A coação é um meio empregado em última instância, quando a lei foi
desrespeitada.
Mas nas maioria dos casos, a sanção atua apenas psicologicamente como
possibilidade ou ameaça, que leva as partes a cumprir a obrigação para evitar os
aspectos aflitivos da execução forçada: é a coerção. Coerção é o medo que a
pessoa tem em relação ao não cumprimento da norma, por isso, cumpre-ª
ESPÉCIES DE SANÇÃO: CIVIS (nulidade), PENAIS ( reclusão),
ADMINISTRATIVA (multas), PROCESSUAIS ( revelia). Esta classificação é quanto
aos ramos de direito.
Quanto à sua natureza, as sanções podem ser: COATIVAS- quando
necessitam do recurso à força para serem aplicadas-prisão), NÃO-COATIVAS-
(quando não necessitam do recurso à força para sua execução, por consistirem
na perda de um direito-nulidade de um ato).
A AÇÃO JUDICIAL- é o meio normal de se promover concretamente a
aplicação da garantia que a ordem jurídica assegura os direitos subjetivos. Todo
titular de um direito tem a faculdade de requerer do Estado a aplicação das
normas jurídicas a casos concretos. É o que diz o art. 75 do C.C: “ato do direito
corresponde uma ação que o assegura. É o direito de ação, que é a faculdade de
invocar a autoridade do Estado para a defesa de um direito. A esse direito de
ação corresponde, da parte do Estado, o dever jurídico de julgar, dever
jurisdicional.
Discutem os juristas sobre a natureza jurídica do direito de ação. Para
Savigny a ação é apenas “um aspecto ou momento de um direito subjetivo
ameaçado ou violado”, não se tratando de um direito autônomo, mas simples
acidentes ou adjetivo de um direito substantivo ou material. Já as teorias
modernas afirmam o caráter autônomo do direito de agir, como um direito
público subjetivo.
Outrora o processo era mero capítulo do direito civil, mas, emancipando-se
do direito civil, passa a constituir uma disciplina autônoma. Se a ação pode
94
nascer da obrigação a verdade é que ambos derivam da lei. São duas figuras
distintas, que têm conteúdo diverso e que, em alguns casos se apresentam tão
separadas que existe uma e não existe outra. Muitas vezes o objetivo da ação é
negar a relação jurídica ou o direito subjetivo. Assim, é insuficiente o conceito de
ação como aspecto ou momento do direito subjetivo ameaçado ou violado.
O direito de ação se divide em : AÇÃO CIVIL E AÇÃO PENAL. Em ambos
temos o mesmo instituto jurídico, que é o direito de invocar a prestação
jurisdicional do Estado, mas se a pretensão se vincula a uma norma de direito
civil, trabalhista ou qualquer outra norma extra penal, a AÇÃO CIVIL.
Na ação penal, o Estado administração vai a juízo, através de órgão
especiais, para pedir ao Estado juiz, a aplicação da norma de direito penal. Na
ação civil são os particulares que pedem ao Estado-juiz a aplicação de normas
extrapenais.
RELAÇÕES JURÍDICAS
Kelsen diz que relações jurídicas não são relações entre seres humanos
concretos, mas entre normas (normas que qualificam os sujeitos, ativo e passivo,
normas que lhes prescrevem condutas). Tal posição, nem sempre implica normas
e deve ser definida com a ajuda delas.
É preciso acrescentar que as normas jurídicas não constituem prescrições
claras e direitas, mas expressões que se reportam a mecanismos que produzem
certos efeitos: obrigação, responsabilidade, etc. Assim, as normas falam de um
mundo ou de uma realidade que parece estar por de trás do mundo social das
interações: a realidade das relações jurídicas.
O pressuposto zetético da discussão está no modo como concebemos a
sociedade. As diferentes concepções de sociedade têm consequências diferentes
para a noção de relação jurídica. Se a sociedade é concebida como conjunto de
seres humanos concretos, relações jurídicas serão relações entre indivíduos. Se é
concebida como sistema de ações, serão relações entre os papéis sociais a elas
correspondentes.
Como as relações jurídicas são estruturadas por normas, é possível propor-
lhes uma organização sistemática, a partir de uma classificação normativa:
normas de conduta e de competência.
NORMAS DE CONDUTA: estabelecem obrigações, proibições, faculdade e
impõe sanções. Estas normas estabelecem relações de coordenação entre os
agentes. Podemos falar de relações de coordenação de dever, de faculdade, de
liberdade e de não-faculdade.
Para que tenhamos uma RELAÇÃO DE DEVER é pois necessária uma norma
de obrigação ( que impõe a conduta e que estabelece uma sanção para conduta
contrária). Para que ocorra uma relação de FACULDADE é preciso uma norma de
permissão forte, isto é, que expresse o ato facultado. Para que ocorra uma
RELAÇÃO DE FACULDADE é preciso uma norma de permissão forte, isto é, que
expresse o ato facultado. Para que ocorra uma RELAÇÃO LIBERDADE é
necessária uma permissão fraca, isto é, é preciso que a conduta não esteja nem
proibida, nem proibidas nem obrigadas. A diferença está em que a facultada é
permitida expressamente e a livre é permitida implicitamente.
As normas de competência configuram poderes, os delimitam, limitam o seu
exercício e prevêem nulidade quando descumpridas. Estas estabelecem relações
de subordinação, que são quatro: potestade, imunidade, sujeito e impotência.
Para que tenhamos uma RELAÇÃO DE POTESTADE é preciso uma norma de
permissão forte, que autorize o ato de editar normas impondo condutas a
outrem. Para que haja uma RELAÇÃO DE SUJEIÇÃO, precisamos de uma norma de
95
O SUPORTE FÁTICO
Elementos do Suporte:
relação jurídica, ou, também, na substituição duma relação nova a uma relação
preexistente, e, ainda, na qualificação duma pessoa, duma coisa ou de um fato”.
CONCEPÇÃO PONTES DE MIRANDA: “Um direito nasce, se extingue e se
modifica- isto significa: concretiza-se aquele fato cujo ordenamento jurídico
conecta o ser, não ser, o ser diversamente do direito. Desse fato se diz que gera,
suprime, modifica o direito; o que verdadeiramente opera é a pronúncia do
ordenamento jurídico ligado a esse fato”.
Vimos que o fato jurídico é o que fica do suporte fático suficiente, quando a
regra jurídica incide e porque incide. Tal precisão é indispensável ao conceito de
fato jurídico. O suporte fático se contém, por vezes, fato jurídico, ou ainda se
contém fatos jurídicos. FATO JURÍDICO- é, pois o fato ou complexo de fatos sobre
o qual incidiu a regra jurídica;
ATO-FATO JURÍDICO
ESPÉCIES:
Ato Jurídico- é o fato jurídico cujo suporte fático tenha como cerne (núcleo)
uma exteriorização consciente de vontade, dirigida a obter um resultado
juridicamente protegido ou não-proibido e possível.
Elementos essenciais:
a)Um ato humano volitivo
b)Que haja consciência dessa exteriorização de vontade
c)Que esse ato se dirija à obtenção de um resultado ou, pelo menos, não
proibido.
EXTERIORIZAÇÃO DA VONTADE
No direito somente à vontade que se exterioriza é considerada suficiente
para compor suporte fático de ato jurídico.
A declaração e manifestação são modos de exteriorização de vontade e, por
isso, constituem elementos completantes do suporte fático dos atos jurídicos.
Os elementos da vontade são a exteriorização onde deve ser de forma
compreensível, também tem que ter consciência e por fim saber do que está
declarando.
Os vícios da vontade devem estar cercados de elementos em todo o sentido.
RESULTADO LÍCITO E POSSÍVEL
Todo ato jurídico, como instrumento de realização do direito tem uma
atribuição específica, de cunho prático que a ordem jurídica encampa e protege.
ATO ILÍCITO
Conceito: é o ato praticado em desacordo em desacordo com a ordem
jurídica, violando direito subjetivo individual, causando dano a outrem, criando o
dever de reparar tal prejuízo.