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Ano III - Nº 6
Dezembro de 2009
DESTAQUES DO MÊS
Ministérios prestam
conta das ações de 2009
e mostram seus planos
para 2010
Conselheiros do Conade
participam de seminário
no Supremo Tribunal
Federal (STF)
3 de dezembro
Ministério da Cultura
Ministério da Educação
Ministério da Saúde
Ministério do Turismo
Social. Na sua apresentação, ela detalhou o Básica, e a Proteção Social às Pessoas com
Programa de Qualidade dos Serviços Deficiência.
Previdenciarios, o Programa Previdência Social
Na foto: platéia no
STF, com parte dos
Conselheiros do
Conade.
O
s Conselheiros do Conade participaram
no dia 2 de dezembro do Seminário brasileiros declararam possuir algum tipo de
“Poder Judiciário e Acessibilidade: limitação, algum tipo de deficiência. Destes,
Novo Paradigma de Inclusão da Pessoa com 27% vivem em situação de pobreza extrema e
Deficiência”, realizado pelo Supremo Tribunal 53% são pobres, o que, segundo o ministro,
Federal (STF), em Brasília. O evento aconteceu reflete os altos índices de desemprego nesse
na Sala de Sessões da Primeira Turma, no segmento. “Essa combinação de fatores se
Anexo II-B do STF, e faz parte da torna mais grave ainda diante da constatação
programação “STF Sem Barreiras”, projeto de de que são essas pessoas que precisam de mais
inclusão social da pessoa com deficiência no assistência e, portanto, de mais recursos para
Tribunal. sobreviver. Em outras palavras, por serem mais
vulneráveis a situações de discriminação,
A abertura do seminário foi feita pelo sentem de forma mais cruel os efeitos da
Presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes, pobreza e da exclusão social”, avaliou o
que disse que “já passa da hora de garantir à presidente do STF.
pessoa com deficiência a efetiva participação
nos benefícios da vida em sociedade, mediante Mas, na visão de Gilmar Mendes, que falou a
a possibilidade de acesso ao trabalho, à escola, uma platéia repleta de servidores do
à saúde, à reabilitação, e aos transportes e aos Judiciário, magistrados, Conselheiros do
demais serviços públicos, tudo isso em Conade e jornalistas, felizmente, hoje o
igualdade de tratamente e de oportunidade”. tratamento dado à pessoa com deficiência “não
Presidente Gilmar Mendes mais se cuida de mera tolerância, mas de
obrigatoriedade de inclusão”. “Hoje não se
Em seu discurso, Gilmar Mendes fez referência admite mais a hipócrita política da
aos dados do Censo 2000 do Instituto invisibilidade, uma forma perversa de condenar
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas com alguma limitação ao ostracismo
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social. Hoje, nem ao Estado, nem aos cidadãos, O presidente do STF também falou sobre o
se permite tamanha e tão prejudicial importante papel dos órgãos públicos na
indiferença. Ao contrário, bem longe do tempo promoção de políticas públicas que assegurem o
das falsas indulgências, o que se impõe é o amplo acesso aos serviços. Segundo ele, por
reconhecimento da limitação como simples e meio do projeto “STF Sem Barreiras”, a Corte
normal alternativa à diversidade humana”, já tem lidado de forma exemplar com essa
ressaltou. questão, sendo, inclusive, reconhecida como um
dos órgãos mais atuantes no que diz respeito à
acessibilidade: “Hoje, o que se exige do Estado
são ações proativas que avancem no tocante ao
processo de inclusão e valorização da pessoa
com deficiência, e são os órgãos públicos que
devem estar à frente desse movimento, de
maneira a sinalizar à comunidade os
procedimentos, as posturas corretas diante
desses cidadãos”.
Desembargador Ricardo Tadeu pela ONU, que se tornou eficiente por contar
com participação intensa da sociedade civil no
O desembargador Ricardo Tadeu Marques da seu processo de elaboração. Foi um diálogo
Fonseca, do Tribunal Regional do Trabalho da entre diplomatas e a sociedade civil organizada
9ª Região (TRT-9), discorreu sobre sua de todo o mundo, com cerca de 800 pessoas
experiência por ser o primeiro cego a ocupar a indicadas por organizações não-governamentais
magistratura do Brasil. Ele falou sobre a (ONG) e que tiveram voz no processo de
participação de pessoas com deficiência na vida discussão.
pública e política e afirmou que os órgãos
públicos precisam se municiar para atender as O desembargador afirmou, por fim, que “na
pessoas com limitações física, intelectual, medida em que a sociedade impõe barreiras,
visual, auditiva ou múltipla. gera deficiência. E, na medida em que elimina
barreiras, elimina a deficiência”. Para ele, a
Ele deu como exemplo o caso de um juiz do deficiência não é um problema clínico, tampouco
trabalho no Paraná que parou o andamento de um problema da pessoa que tem esses
um processo porque nem mesmo o advogado atributos, e sim um problema social.
entendia o empregado que recorria contra uma
ser exercida. Para ele, essa é uma forma de todos nós temos de ter outra postura diante da
discriminação que deve ser corrigida. vida. Temos de ter outro olhar sobre a maneira
M
ais de 16 milhões de brasileiros que na própria Agenda Social da Presidência da
possuem algum tipo de deficiência República.
visual aguardam ansiosamente Princípio Constitucional
providências a respeito da implementação
do recurso da audiodescrição na A Convenção da ONU em nosso
programação das emissoras de televisão ordenamento jurídico determina a
brasileiras. acessibilidade como direito, como princípio
constitucional e ainda, ao tratar da
Neste sentido, o Plenário da 2ª Reunião participação na vida cultural, em seu artigo
Extraordinária de 2009, aprovou por 30, diz que o Brasil reconhece o direito das
unanimidade o parecer da Comissão de Atos pessoas com deficiência de participar na
Normativos (CAN) propondo o envio de vida cultural, em igualdade de
Nota de Exigibilidade
A audiodescrição é o recurso que permite a oportunidades com as
da Audiodescrição
inclusão de pessoas com deficiência visual demais pessoas, e que
para a Presidência de
em cinema, teatro e programas de televisão. tomará todas as
República, exigindo o
No Brasil, segundo dados do Instituto medidas apropriadas
cumprimento da
Brasileiro de Geografia e Estatística para que as pessoas
Convenção sobre os
(IBGE), existem aproximadamente 16,5 com deficiência
Direitos das Pessoas
milhões de pessoas com deficiência visual, possam ter acesso a
com Deficiência, da
total e parcial, que se encontram excluídas bens culturais,
Organização das programas de
da experiência audiovisual e cênica.
Nações Unidas televisão, cinema,
(ONU), que vigora no teatro e outras atividades culturais em
Brasil com equivalência de emenda formatos acessíveis.
constitucional, foi ratificada pelo Decreto
Legislativo n.º 186/2008 e promulgada pelo O objetivo da Nota de Exigibilidade da
Decreto nº 6.949/2009, constando também Audiodescrição é fazer com que o Brasil
siga a Convenção sobre Direitos das
Pessoas com Deficiência, no que diz
respeito ao seu artigo 30. O documento
pede ainda que o Ministério das
Comunicações cumpra a Portaria nº
310/2006 em seu inteiro teor, pondo fim à
suspensão da exigibilidade da mesma e
garanta, assim, a audiodescrição para os
cidadãos brasileiros, sem mais demoras e
sem supressão de direitos.
Na foto: Plenário do Conade. Em primeiro plano,
Domingos Montangna (FCD-Brasil), Edmando
Albuquerque (Abra) e Maria do Carmo Torinho (Abra).
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O parecer da CAN recomenda, ainda, que argumentos das pessoas com deficiência a
sejam agendadas reuniões ou audiências favor da efetivação dos direitos humanos.
com o Ministro Relator do Supremo
Tribunal Federal, que é responsável pela
Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF nº 160), impetrada em
conjunto pelo Conselho Nacional dos
Centros de Vida Independente (CVI-
Brasil) e pela Federação Brasileira das
Associações de Síndrome de Down
(FBASD) e com o Procurador Geral da
República a fim de demonstrar a
necessidade de concessão imediata da
liminar.
A grafia de siglas obedece às regras ortográficas da lingua portuguesa. As principais normas são:
1. Sigla com até três letras deve ser grafada em caixa alta. OAB
2. Sigla com quatro ou mais letras e que seja pronunciada como se fosse uma palavra deve ser grafada em caixa
baixa, com exceção da letra inicial que deve ser maiúscula. Conade
3. Sigla com quatro ou mais letras e que só possa ser pronunciada letra por letra deve ser grafada em caixa alta.
SEDH
4. Toda sigla, independentemente do número de letras, em que algumas letras não correspondem à letra inicial de
cada um dos nomes que a compõem, deve ser grafada em caixas alta e baixa. UnB
5. No caso de órgãos estrangeiros, deve ser mantida a sigla do idioma original, porém grafada conforme as regras
anteriores. Unesco
6. Sigla de entidade com unidades regionais ou estaduais deve ser grafada com hífen seguido da sigla do estado
ou região. Apae-DF
7. As siglas, assim como as abreviaturas, não admitem a pluralização. As Apae
Comitê Editorial:
Denise Costa Granja (MC)
Roberto Tiné (Apabb)
Romeu Sassaki (CVI-Brasil)
Revisão:
Niusarete Margarida de Lima (SEDH)
Apoio:
Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade
(Apabb).