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− Relaxe, você pode descobrir que se encaixa em muitos padrões aqui descritos,
inclusive tidos como “negativos”. Tenha em mente que a principal vantagem dessa
leitura é o auto-conhecimento e a auto-aceitação somente Na medida em que você
SE conhece e SE aceita, fica muito mais simples também SE compreender e
descobrir os porquês de muitas coisas até então misteriosas até pra você
mesmo(a). Comigo foi assim.
− A descoberta e aceitação do “encaixe” nos padrões aqui descritos não implica
obrigatoriamente num diagnóstico, pode ser só um indicativo. Seja crítico e
autocrítico. Isso implica em não aceitar qualquer imposição “de primeira” e, por
outro lado, também não descartar nenhuma possibilidade, ok? O que manda é o
bom-senso, sempre!!
− A idéia por trás desse texto é fazer você pensar e enxergar tanto a você mesmo,
quanto o mundo, de forma “diferente”.
− E, repetindo, tenha em mente que não existem padrões “positivos” ou “negativos”
aqui. Padrões somente positivo e/ou negativo pertencem à outro campo, o moral. A
A abordagem das questões aqui tratadas é feita à partir da visão médica e psiquica
somente, sem nenhuma intenção de criterizar nenhum sintoma partindo do ponto
de vista “moral”, ok?
− Se você tem um PROCESSADOR DE TEXTO, pode ir sublinhando, ou marcando de
outra forma qualquer as partes com as quais se identifica e/ou encaixa. Foi assim
que eu fiz e tomei um baita choque ao final.
− Boa leitura, e espero que seja tão útil à você, quanto foi pra mim.
A maioria dos estudos indica uma infância traumática (especialmente separação dos pais,
abuso infantil) como precursora do TPL, ainda que alguns pesquisadores apontem uma
predisposição genética, além de disfunções no metabolismo cerebral.
Estima-se que 2% da população sofra deste transtorno, com mulheres sendo mais
diagnosticadas do que homens.
O termo Borderline (Limítrofe) deriva da classificação de Adolph Stern que descreveu, na
década de 1930, a condição como uma patologia que permanece no limite entre a neurose
e a psicose. Pelo fato de o termo carecer de especificidade, existe um atual debate se esta
doença deva ser renomeada.
Características borderline
"Eu te odeio… por favor, não me abandones."
"Eu mal vejo a hora de que essa fase de rebeldia passe!", "É assim por falta de uma boa
surra!" ou "Ele ficou assim na adolescência, isso deve ser da idade ou pura frescura para
chamar a atenção!" são pensamentos frequentes de pais ou familiares de um indivíduo
com o transtorno de personalidade borderline.
Essa forma de pensar é muito comum, sendo que raramente os pais se dão conta de que o
problema de agressividade, impulsividade, falta de concentração e até de vontade de
terminar o que mal começa, podem ser sintomas de uma doença ou transtorno. Às vezes,
os pais têm vergonha de levar o filho ao psiquiatra ou terapeuta, o que prejudica ainda
mais o tratamento que acaba sendo tardio, e as consequências piores. Frequentemente
eles preferem culpar o próprio filho ou a problemas espirituais. Além disso, muitas vezes
eles tendem a acreditar que o indivíduo é assim por ser mal-educado, irresponsável ou até
mesmo mimado. Contudo, quando os sintomas típicos borderline estão presentes, tais
hipóteses são falsas porque, pelo contrário, não se trata de uma pessoa mimada ou mal-
educada, com uma personalidade essencialmente imatura (que muitas vezes está
caracteristicamente presente na personalidade anti-social). E sim de um indivíduo
doente e que sofre muito por ser assim, muitas vezes tais sintomas frutos de maus
tratos e uma infância traumática. Apesar do borderline ser também muito imaturo, a
específica personalidade imatura frequentemente ocorre por consequência de um déficit
na educação, pela "superproteção" ou pela falta de limites educacional. A personalidade
imatura limita-se especificamente a características típicas de imaturidade como
impaciência, intolerância às frustrações, egoísmo excessivo, auto-estima inflada.
Exibicionismo, pouca consideração com os sentimentos alheios e falta de respeito e
educação para com os outros. Bem como impulsividade, puerilismo, pseudo hiperatividade
e comportamento visivelmente muito infantil, propensos a atos francamente anti-sociais,
como furtos e outros crimes. Além disso, a personalidade imatura ausenta de outros
sintomas típicos do borderline (como a auto agressão, sentimento de vazio, tédio e raiva,
baixa auto-estima, medo de abandono e de estar só etc.).
Aqueles que sofrem do transtorno de personalidade borderline são indivíduos
que afastam aqueles de quem mais precisam. Ao tempo que precisam dessas
pessoas, afastam assustadoramente as mesmas. São muito exigentes de atenção e
são excessivamente manipuladores. Eles têm profundos traços de masoquismo e sadismo
e, de forma geral, são como crianças em um corpo de adulto que não toleram limites.
Muito imaturos emocionalmente, são impacientes, não sabem esperar, suas recompensas
devem ser sempre imediatas, não toleram frustrações e tendem a colocar a culpa sempre
em outros. Isto acontece porque borderlines geralmente foram crianças privadas de uma
necessidade básica, especialmente foram negligenciadas em alguma etapa de sua vida
emocional que deixaram marcas profundas na personalidade (ex.: Separação dos pais,
crianças que foram abusadas sexualmente ou emocionalmente, que sofreram violência
física, perda precoce de um ente querido, etc.). Assim, é como se seu desenvolvimento
emocional tivesse estacionado drasticamente.
Às vezes, indivíduos borderlines foram pessoas que cresceram com um grande sentimento
de não ter recebido atenção suficiente. Eles são revoltados, e buscam caminhos para
procurar essa falta de atenção, em suas relações. Frequentemente, na amnese, é achada
uma carência afetiva (ex.: ausência do pai), maus tratos ou abusos sexuais.
Os diferentes traumas na infância geram um profundo sentimento crônico de vazio,
rejeição e dor, incorporando-se na personalidade borderline que é vivenciada como uma
dor profunda e dilacerante. Essa dor é intensamente sentida em indivíduos borderlines, o
que pode estimular o processo auto destrutivo.
O borderline também é essencialmente insaciável. Em termos de atenção, cuidado e
carinho, eles sempre querem mais do que realmente têm. Por mais que as pessoas lhe
deem tais afetos, com frequência eles estão a exigir constantemente muito mais do que
recebem. Talvez porque quando crianças, foram indivíduos que sempre estariam exigindo
muita atenção, sendo esta não suficientemente preenchida, e frequentemente foram
também crianças muito teimosas.
Tais pessoas com instabilidade emocional são aquelas que não conseguem manter
equilíbrio em situações de tensões ou estresse. Elas frequentemente mudam de humor,
emoções e conduta conforme o contexto que lhe são apresentadas. Via de regra, têm
baixa capacidade de julgamento e usualmente têm reações grosseiras, acompanhadas
muitas vezes de culpa ou ansiedade. Podem ser pessoas rebeldes ou totalmente tímidas.
Esses indivíduos que possuem instabilidade emocional tendem a ser grosseiros,
"reclamões" e briguentos. Algumas vezes, essas pessoas podem confundir carência
emocional com paixão. Transferem para relacionamentos amorosos a sua instabilidade
emocional. Então, são os causadores de brigas excessivas, têm ciúmes exagerado ou
sentimento possessivo, e o borderline vê o outro como se ele só tivesse a obrigação de
estar ali apenas para prover o que o limítrofe necessita. Além disso, eles tendem a
acreditar que o outro parceiro tem de estar todo o tempo com ele e com a obrigação de
não deixá-lo sozinho ou abandonado. Quando o parceiro tem de ir embora, deixá-lo
sozinho, ou quando cancela um encontro, facilmente borderlines ficam furiosos ou entram
em pânico, partindo frequentemente para manipulações, com ameaças suicidas. Essa
tendência do limítrofe se sentir facilmente ferido ou agredido (pequenos estressores são
capazes de enfurecê-los. Eles se irritam ou se rebelam por pouca coisa, às vezes
totalmente insignificantes) faz com que frequentemente entrem em brigas ou confusões
no ambiente social do dia-a-dia. Eles não têm controle de si mesmo, por isso facilmente
demonstram irritabilidade e raiva em variadas situações triviais, desde maus tratos e
estupidez até xingamentos e violência. Borderlines são, de forma geral, propensos a um
comportamento evidentemente briguento, com uma notável facilidade em brigar com
todos a seu redor, abrir escândalos, confusões etc. Eles podem conseguir brigas por coisas
pouco importantes em restaurantes, lojas, bancos, mercado ou em outro qualquer lugar
público. Por exemplo, é o caso da jovem borderline que solta explosões verbais a um
homem, por este ter esbarrado, sem querer, na moça. Tais situações, ocasionalmente,
podem ser uma porta de entrada para brigas realmente violentas, já que, às vezes,
borderlines podem deparar-se com outras pessoas também explosivas e pouco tolerantes.
Em geral, tais conflitos são frutos de explosões em situações contornáveis aos olhos do
observador, mas que o borderline não consegue evitar.
Limítrofes são pessoas que passam seu tempo a tentar controlar mais ou menos emoções
que elas não controlam realmente. São pessoas que, diga-se de passagem, têm duas
vidas. Uma vida quando estão na sociedade e outra vida de comportamentos muito
diferentes quando estão a sós. Sua capacidade de esconder o transtorno faz com que
sejam vistos, superficialmente, como se não tivessem nada, entretanto suas vidas são
sofríveis e um verdadeiro inferno dissimulado. Pessoas com o transtorno oscilam entre um
comportamento adulto e um comportamento infantil.
Esses indivíduos são árduos manipuladores. Alguns psiquiatras e psicólogos dizem que
borderlines são "pacientes impossíveis", porque frequentemente são manipuladores,
pessoas que buscam atenção, perturbam e irritam, além de não terem capacidade o
suficiente para controlar suas condutas. Agridem a eles mesmos e aos demais que tentam
ajudá-los. Em suas relações iniciais (ex.: terapia), por causa da grande desconfiança que
eles mantêm, as palavras com frequência não são usadas para comunicar ou exprimir
sentimentos. O que existe são as manipulações, testes, controle etc. Eles tendem a
defender-se de sentimentos, emoções e lembranças e facilmente testam suas relações
através de manipulações.
Parece que o borderline está sempre usufruindo de testes e manipulações, a fim de testar
as outras pessoas, como elas reagirão a tais testes como agressividade, brigas,
chantagens, etc. e, se por acaso, o abandonarão por tais razões. Esses testes, então, são a
forma de limítrofes analisar e ter certeza de que não há jeito de aparecer alguma ameaça
de abandono por parte da pessoa cuidadora.
Geralmente, a dor física bem como as brigas e discussões podem ser formas de aliviar a
tensão interna que se alastra no interior do indivíduo limítrofe. Por isso, com frequência, o
borderline se acalma após uma briga com familiares. Enquanto depois da discussão todos
ficam mal, como ele descarregou sua tensão, ele age como se nada de importante
houvesse acontecido e tende a esperar que os outros reajam assim também.
As pessoas de sua intimidade, facilmente olham limítrofes como estressados, pessoas "de
lua" e imprevisíveis. A convivência diária com borderlines pode ser de extrema dificuldade.
Porque ao longo de um dia, podem ser tidos como aqueles que de manhã estão de um
jeito, à tarde de outro, e à noite de outro jeito. Por isso, o ambiente intra-familiar é
caracterizado por intensas intrigas e conflitos constantes. Frequentemente irritadiços ou
agressivos, podem tratar hora bem, hora mal aqueles que convivem com ele. Até mesmos
seus parentes podem ser divididos hora como "bons", hora como "maus". Portanto, medo,
repulsa e raiva são emoções frequentes que borderlines produzem em pessoas de sua
grande intimidade. Familiares sempre percebem que são pessoas que têm facilidade em
demonstrar agressividade, sendo que dificilmente conseguem controlar tais hostilidades -
Estas perceptíveis através de mau humor, agressividade constante, amargura persistente
e até ataques de rebeldia ou violência.
Apesar disso, quase sempre, socialmente essas características não são
momentaneamente percebidas. Pelo contrário, suas relações podem ser superficiais,
assim, demonstram ser adoráveis, queridos e simpáticos - embora possam armar confusão
e demonstrar irritação por coisa mínima. Contudo, tais qualidades perdem a força
conforme suas relações se tornam profundas e íntimas. Muitas vezes, superficialmente,
tais pessoas que mal conhecem o indivíduo borderline podem duvidar e não acreditar
quando familiares, por exemplo, relatam o comportamento irritadiço e anormal que o
limítrofe exibe.
A automutilação
A automutilação é uma das principais características do transtorno, sendo assim,
frequentemente o que o diferencia de outros transtornos de personalidade (em especial
histriônica e anti-social) é a presença de forte tendência à auto destruição. Tais atitudes
impulsivas podem ser vistas por inúmeras formas e são tidas como triplo sentido: Ao
tempo que significam desespero, angústia, depressão e dor emocional atenuada com a
dor física, a automutilação pode ser uma forma de conseguir atenção e carinho para si,
bem como culpar pessoas à sua volta, em momentos de raiva extrema. Alguns atos auto-
destrutivos frequentemente usados por borderlines podem ser se cortar, queimar,
arranhar, bater-se, Abusar de medicamentos, expor-se a acidentes e situações perigosas,
não se importar com sua saúde expondo-se a doenças etc. Bem como abusar de
substâncias psicoativas, energéticos e café, ingerir doces em exagero, dirigir
imprudentemente, dormir em excesso (hipersônia), praticar sexo inseguro. E ainda gastar
sem controle dinheiro, comer compulsivamente, roubar objetos e utensílios de pouco valor
monetário (cleptomania) entre outros comportamentos prejudiciais a si próprio. Engajam-
se em tais comportamentos impulsivos para se libertarem de sentimentos crônicos de
vazio, mas que frequentemente causam grande arrependimento e culpa após cumprir
essas ações. Às vezes, as outras pessoas podem perceber ou questionar-se sinais
evidentes de automutilação em borderlines (ex.: vários arranhões percebidos no braço,
hematomas ou cortes). Mas via de regra, eles tendem a apresentar argumentos
implausíveis ou pouco explicativos em relação a tais ferimentos, com medo de que
descubram seu comportamento auto-destrutivo. Por exemplo, podem dizer que não sabem
de onde tais hematomas apareceram ou dizer que se machucaram sem querer com uma
faca.
Pessoas com o distúrbio, podem haver períodos em que se isolam socialmente. Mas em
contrapartida, frequentemente estabelecem novos relacionamentos apenas para sentir-se
com uma jornada normal, principalmente porque tendem a evitar a que se façam mal a si
mesmos, quando estão sós. Às vezes, eles se vêem obrigados a aproximar-se de outras
pessoas que não os agradam muito, especificamente apenas para se impedirem de que se
auto-destruam (auto mutilações, abuso de medicamentos, bulimia etc.).
Características diversas
Pensamento extremista
• Borderlines têm raciocínio 8 ou 80, branco ou preto, amor ou ódio, ótimo ou
péssimo, perfeito ou terrível mas nunca o cinza ou meio termo.
• Eles vêem as pessoas drasticamente como perfeitas ou terríveis. Para eles, não
existe o "mais ou menos", ou a pessoa é perfeita ou a pessoa é terrível. Se não é
perfeita é terrível e vice-versa;
• Se a pessoa é perfeita, ótima ou boa ela merece ser tratada muito bem, como um
deus. Quando a pessoa é horrível, péssima ou má, ela merece ser tratada muito
mal, como um demônio;
• Eles têm esse pensamento também consigo mesmos: se hoje eles se vêem como
perfeitos, eles acham que merecem serem tratados como os melhores, como os
principais e terem toda a atenção do mundo, caso contrário, eles se tornam
terríveis, merecedores de maus tratos, punições e auto mutilações;
• Pensamentos "tudo-ou-nada" aparecem em muitas outras áreas da vida do
borderline. Quando há um problema, algumas pessoas com desordem borderline
podem sentir como se existisse apenas uma solução. Uma vez que a ação é feita,
não há retorno. Por exemplo "faça tudo, ou não faça nada". Uma mulher no
trabalho, recebeu novas ordens na qual ela não gostou, sua solução foi deixar seu
emprego;
• Têm dificuldade em terminar o que começam. Isso vai desde uma simples leitura de
um livro, até a desistência ou interrupção de um projeto importante.
• "Ou fazem tudo ou não fazem nada";
• Podem ser tidos erroneamente como "preguiçosos" por causa desse pensamento;
• Não conseguem ver o "lado bom" e o "lado ruim" de cada pessoa, objeto ou
circunstância: acreditam que o objeto é totalmente bom, ou totalmente ruim,
alternando drasticamente entre o primeiro e o segundo, várias vezes;
• Têm dificuldade em verem defeitos ou má qualidades em pessoas na qual
consideram totalmente boas ou ótimas. E têm dificuldade em enxergar qualidades
boas em pessoas na qual consideram totalmente más ou péssimas, demonstrando
uma grande resistência em entender o "meio-termo" das coisas e situações. Ex.: se
a pessoa é terrível, ela é péssima, não há nenhuma qualidade nela. Ela é ridícula,
má, abusadora, inconfiável… Ao passo que, se a pessoa é perfeita, ela é ótima, não
há praticamente nenhum defeito nela. Ela é linda, boa, confiável…
• Sua opinião de alguém é baseada frequentemente em sua última interação com
ele, porque têm dificuldade em integrar os traços bons e ruins de uma só mesma
pessoa;
• Em cada momento particular, alguém é "bom" ou é "mau", não há nada no meio,
nenhuma área cinzenta;
• Eles também podem sentir que seus relacionamentos devem ser claramente
definidos: ou é amigo ou é inimigo. Ou é seu amante apaixonado ou um
companheiro platônico. Esta é a razão porque as pessoas borderlines podem ter
dificuldade em ser amigos após o fim de um romance.
Manipulações
• Manipulam as pessoas através de chantagens emocionais pouco evidentes como
brigas, discussões e conflitos que na verdade são a forma de que encontram para
testarem as pessoas das quais necessitam;
• Demonstram seus medos através de irritabilidade, mau humor, raiva e
agressividade;
• Tentam se proteger através da raiva;
• Críticas e acusações são típicos mecanismos de defesas usados por borderlines;
• Situações comuns com manipulações e acusações:
A namorada borderline acusa o namorado muitas vezes de não amá-la e de querer
abandoná-la. A filha adolescente borderline acusa os pais de não amá-la o suficiente para
deixá-la morar sozinha. O marido borderline acusa a esposa "a culpa é toda sua de
estarmos nessa situação financeira decadente"
• Às vezes, as críticas e acusações se tornam abuso verbal;
• Agem de maneira extrema, exagerada ou manipuladora para conseguirem o que
querem;
• Acusam os outros de terem dito coisas que nunca disseram, de terem feito coisas
que nunca fizeram, de terem acreditado em coisas que nunca acreditaram;
• Conseguem reconhecer o ponto fraco das pessoas as quais conhecem muito bem,
utilizando de tal conhecimento para manipulações e terem êxito nas suas
necessidades;
• Chantagistas para conseguirem o que querem: acreditam no "se eu fizer isso, você
faz aquilo…" e vice-versa;
• Eles vivem a testar o amor e afeição das outras pessoas.
Instabilidade excessiva
• Borderlines têm uma grande instabilidade emocional evidente: pessoas instáveis
sentem tudo de forma intensa, ferindo-se facilmente e deixam-se abalar por
situações externas e internas por motivos pouco importantes ou até mesmo fúteis.
Eles não conseguem manter o mesmo humor e emoções durante um longo período
(no caso do borderline, ele não consegue manter um humor estável num mesmo
dia, alternando muitas vezes, variadas emoções). Uma característica típica de
pessoas instáveis emocionalmente são as constantes brigas no ambiente intra-
familiar, por exemplo, por isso são tidos como agressivos, briguentos ou que
reclamam demais.
• Mudam de comportamento de forma muito rápida, em questão de segundos: com
pessoas que conhecem muito bem (tal como familiares e namorado), tratam-nas
mal com frequentes discussões e provocações, mudando rapidamente para gentis e
adoráveis com as outras pessoas na qual têm pouco intimidade;
• Muitas vezes, as outras pessoas não acreditam nos familiares que relatam esse
comportamento;
• Agem de forma controlada e apropriada em várias situações, mas extremamente
fora do controle em outras;
• Facilmente desvalorizam alguém. Podem adorar a pessoa em um dia, mas no outro
podem odiá-la a ponto de maltratá-la e não se importar disso, afinal, de uma pessoa
"perfeita", de repente, passaram drasticamente para uma pessoa "desastrosa" que
merece ser tratada assim como ela é vista. Tais desvalorizações rápidas
frequentemente são precedidas por motivos pouco perceptíveis para a outra
pessoa.
• Ao tempo que querem a intimidade, eles não querem. Eles têm medo de muita
intimidade, por isso alguns relacionamentos podem ser superficiais.
• Às vezes eles querem estar perto de outros, outras vezes quer estar longe;
• Empurra o outro para longe justamente quando o outro está se sentindo próximo;
• Limítrofes tendem a ser aquele tipo que quando querem alguma coisa, ficam
ansiando e sentindo uma grande vontade de ter aquilo, contudo, quando
conseguem, desgostam, enjoam ou não querem mais;
• Eles têm dificuldade em dizer exatamente o que gostam, o que querem, de modo
que há uma notável tendência à instabilidade em seus gostos, comportamentos,
identidade e auto-imagem;
• Eles frequentemente não sabem quem são, não sabem o que gostam, mudam de
gosto drasticamente de um segundo a outro, não sabem o que querem ou então
mudam de opiniões e objetivos a todo momento;
• Sua orientação sexual também pode ser instável: uma boa parte dos borderlines
têm dificuldade ou instabilidade em relação à sua própria orientação sexual, sendo
que frequentemente também não sabem o que são, mudando rapidamente de uma
identidade sexual para outra. Por exemplo, eles podem não ter certeza se são
realmente heterossexuais ou homossexuais, ou então podem ser bissexuais (isto
não é regra);
• Borderlines são enchidos de imagens contraditórias de si mesmos. Eles relatam
geralmente que sentem o vazio interior, que são pessoas diferentes dependendo de
com quem estão;
• Mudam de desejos, opiniões e humor num piscar de olhos;
• "Mantenha a distância um pouco próximo": o borderline pode começar a se sentir
subjugado ou com medo de estar perdendo o controle quando uma pessoa se
aproxima demais dele. Ao tempo que ele quer a intimidade, ele não sabe como
estabelecer limites de maneira saudável, e a intimidade genuína pode fazê-lo sentir
vulnerável ou abusado. Ele talvez esteja com medo de que o outro possa ver o seu
"verdadeiro" eu, fique enojado e o abandone. Então, ele começará a se distanciar
para evitar se sentir vulnerável ou controlado. Ele pode arranjar uma briga com o
outro, "esquecer" alguma coisa importante ou fazer algo dramático ou explosivo.
Mas então a distância o faz se sentir solitário. Os sentimentos de vazio pioram e o
seu medo de abandono se torna forte. Então ele faz esforços frenéticos para se
aproximar novamente e o ciclo de repete.[6]
• As outras pessoas fora do ambiente familiar, como amigos e conhecidos, podem
perceber que o borderline não é o mesmo, aquele que conheceram no início. Por
exemplo, as outras pessoas viam-no como adorável, porém, percebem que ao
passar da intimidade, conforme se conhecem mais, o indivíduo limítrofe muda de
comportamento, tal como passam de um comportamento delicado e gentil para
frio, seco ou distante.
Narcisismo e histrionismo
• Podem parecer egoístas ou egocêntricos;
• Suas emoções e sentimentos são tão intensos que eles têm dificuldade em colocar
as necessidades dos outros em primeiro lugar, acontecendo o contrário: suas
necessidades são colocadas antes das dos outros, pouco importando se a pessoa
em relação é seu filho, pai, mãe etc.;
• Eles se sentem ignorados quando não são o foco da atenção;
• Fazem ou dizem algo impróprio para receber atenção e cuidado quando se sentem
ignorados. Por quererem atenção, tais traços histriônicos podem estar presentes,
tais como: às vezes o borderline pode se vestir sexualmente provocante para
receber cuidado e atenção, podem inventar histórias ou exagerá-las, exagerar
sintomas ou doenças, entre outros comportamentos a fim de reafirmar sua
presença;
• Alguns borderlines podem jogar o papel de vítima para si mesmos, porque isso atrai
atenção solidária, fornece uma identidade e lhes dá uma ilusão de que não são
responsáveis por suas próprias ações;
• Há uma evidente exigência narcisista no borderline: alguns borderlines
frequentemente trazem o foco da atenção para si mesmos. Algumas pessoas com
personalidade borderline puxam a atenção para si mesmos por ficar se queixando
de doenças; outras talvez ajam inapropriadamente em público. Esse
comportamento narcisista pode ser sobrecarregante especialmente para as outras
pessoas que não possuem o transtorno de personalidade borderline, visto que o
limítrofe nem mesmo considera como suas ações afetarão a outra pessoa.
• Negam os efeitos de seu comportamento em outros, frequentemente diz que os
outros exageram;
• Cheia de auto-ódio, a pessoa borderline talvez acuse os outros de odiá-la. Com
medo de ser abandonada, ela pode se tornar tão crítica e facilmente enfurecida,
que por fim desejam realmente abandoná-la. Então, incapaz de enfrentar a causa
de sua dor, o borderline pode culpar os outros e se colocar no papel de vítima;
• Às vezes, podem parecer dramáticos, fazendo "tempestade em copo d'água";
• Podem ser tidos como incapazes de demonstrar gratidão.
Despersonalização
• Borderlines podem sentir que não são reais, são inexistentes,
especialmente quando estão sozinhos;
• Em momentos de grande estresse ou quando percebem o abandono real
ou imaginado, podem dissociar-se, existindo assim a despersonalização.
Eles frequentemente relatam tal fenômeno sendo frequente, mas que
aumentam de intensidade nos momentos em que estão a sós ou sentem-
se abandonados, ignorados ou rejeitados;
• A despersonalização pode ser referida por uma sensação de irrealidade,
de que nada mais é real em sua volta, nem eles mesmos. Podem acreditar
estar num sonho ou pesadelo, cuja sensação de irrealidade é fortemente
angustiante. Ainda podem relatar que estão num filme e vêem tudo como
se estivessem fora do corpo, como se tivessem se desprendido da sua
própria personalidade ou do seu corpo. Tais sensações são tão fortes que
frequentemente eles acabam por se sentir deprimidos e angustiados,
sendo às vezes um gatilho para a auto mutilação (podem se mutilar para
ver se existem mesmo, para sentirem que são reais);
• Quando estão tendo uma crise de despersonalização, as outras pessoas
podem perceber um comportamento levemente anormal, como por
exemplo, uma falta de atenção, como se a pessoa estivesse longe,
distante ou "viajando";
• Alguns borderlines podem conviver dias, semanas e até meses com
despersonalização, sendo frequentemente pegos a todo instante pela
sensação angustiante de irrealidade e de desprendimento do corpo.
• Algumas pessoas relatam que olhar-se no espelho bem como se lembrar
da despersonalização piora o quadro, pois sentem-se irreais ou
inexistentes;
• Borderlines podem ter problemas com a memória e atenção, especialmente em
momentos de dissociações tais como a despersonalização. Eles podem ter
"brancos" e apagões, esquecimentos sobretudo após as situações de
despersonalização.
• As atividades prejudiciais a si mesmos são uma forma de alívio da tensão, dor e
vazio interno, bem como uma maneira de expressar a raiva ou o ódio-próprio.
Pensamentos borderline
• "Eu tenho que ser amada por todas as pessoas importantes na minha vida o tempo
todo senão eu sou desprezível";
• "Algumas pessoas são ótimas e tudo sobre elas é perfeito. Outras pessoas são
inteiramente péssimas e devem ser severamente censuradas e punidas por isso";
• "Odeio quando as pessoas não dão atenção para mim;
• "Eu não tenho controle sobre meus sentimentos ou as coisas que faço em
consequência deles;
• "Ninguém se importa comigo tanto o quanto deveria, então eu sempre perco todos
com quem me importo - apesar das coisas desesperadas que eu tento fazer para
impedi-los de me abandonar";
• "Se todos me tratam mal, eu me torno má, ruim…"
• "Eu odeio ficar sozinha, a ansiedade toma conta de mim";
• "Quando eu estou sozinha, eu me torno ninguém e nada";
• "Eu não consigo parar a frustração que eu sinto quando necessito algo de alguém e
não sou capaz de receber isso."
• "O que será que eu fiz para ele(a) me olhar com desdém ?"
Critérios do DSM-IV-TR
A última versão do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou Manual
Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM-IV-TR) - o guia americano
amplamente usado por médicos à procura de um diagnóstico de doenças mentais – define
o TPL (código do DSM-IV-TR: 301.83) como: “um padrão invasivo de instabilidade dos
relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos e acentuada impulsividade, que
começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos”. Um
diagnóstico de TPL requer cinco dos nove critérios listados no DSM e que os mesmos
estejam presentes por um significante período de tempo.
Os critérios são:
1. Esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginado. [Não incluir
comportamento suicida ou automutilante, coberto no Critério 5].
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado
pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização.
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou
do sentimento de self (si mesmo).
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria
pessoa (por ex., gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias como drogas e
bebidas, direção imprudente, comer compulsivamente, roubo compulsivo e
patológico, entre outros.). [Não incluir comportamento suicida ou automutilante,
coberto no Critério 5].
5. Recorrência de comportamentos, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento
automutilante.
6. Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (por ex,
episódios de intensa disforia, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando
algumas horas e raramente mais de alguns dias).
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (por ex,
demonstrações frequentes de irritação, raiva constante, lutas corporais
recorrentes).
9. Ideação paranóide transitória (por ex, sentir-se perseguido) e relacionada ao
estresse ou severos sintomas dissociativos (por ex, a despersonalização e processos
amnésicos intensos).
Diagnósticos comparáveis
A Classificação Internacional de Doenças - Volume 10 (CID-10), da Organização Mundial da
Saúde, tem um diagnóstico comparável chamado Transtorno de Personalidade
Emocionalmente Instável – Tipo Borderline (F60.31). Nele (além do critério geral de
transtorno de personalidade) se requer perturbações e incertezas sobre a auto-imagem,
metas, preferências internas (incluindo sexualidade), oscilações de humor, tendência em
se envolver em relações intensas e instáveis frequentemente levando a crises emocionais,
excessivos esforços para se evitar abandono, pensamentos e ameaças recorrentes ou atos
de autolesão e suicídio; e sentimentos crônicos de vazio.
A Sociedade Chinesa de Psiquiatria tem outro diagnóstico comparável chamado Transtorno
de Personalidade Impulsiva. Um paciente diagnosticado com TPI deve demonstrar
"explosões afetivas" e "demonstrável comportamento impulsivo", mais três de oito
sintomas. Este diagnóstico é descrito como um híbrido dos subtipos impulsivo e borderline
do Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável do CID-10, e também incorpora
seis dos nove critérios do DSM-IV-TR.
Também chamado de Transtorno Explosivo Intermitente, ou TEI, transtorno que é
provocado pela baixa serotonina no cérebro. A diminuição desse neurotransmissor no
cérebro prejudica a transmissão de informações de um neurônio para o outro, o que leva a
situações de descontrole e agressividade.
Diagnósticos diferenciais
O transtorno de personalidade limítrofe pode ser confundido com outras desordens
da personalidade, especialmente o transtorno de personalidade histriônica, sociopatia e
dependente.
No transtorno de personalidade histriônica, ambos compartilham características como
oscilação emocional, dependência afetiva, necessidade de cuidado e atenção,
manipulações emocionais, intolerância às frustrações, monotonia, rotina e a regras,
carência afetiva, hipersensibilidade emocional, impulsividade, dificuldade em ficar só,
insegurança, instabilidade e dissociações, mas em geral, podem distinguir-se porque o
comportamento do limítrofe diante outros caracteriza-se essencialmente como carente,
enquanto que o comportamento do histriônico quase sempre é visto como sedutor ou
sexualmente provocante. Apesar de muito semelhantes, os dois transtornos ainda se
diferenciam pelas principais características de tais personalidades, como a tendência
suicida, esforços excessivos para evitar o abandono e grande sentimento de raiva que
borderlines demonstram, além do mecanismo de cisão-extremo (idealização total ou
desvalorização total) que limítrofes veem o mundo. Enquanto isso, histriônicos
demonstram um comportamento exuberante ou chamativo, manipulador e sedutor,
teatral, aparentemente fingido e modulando suas encenações conforme as pessoas ou
circunstâncias. Histriônicos também podem fazer ameaças ou tentativas suicidas, mas em
geral, são frequentemente para terem atenção para si.
No transtorno de personalidade anti-social, apesar de muito semelhantes, as duas
personalidades se diferenciam porque anti-sociais não tendem caracteristicamente à
instabilidade emocional, comportamento suicida, cisão e medo de abandono, com esforços
excessivos para evitá-los. Sociopatas, via de regra, manipulam para conseguir bens
materiais, financeiros ou que lhe proporcione prazer, enquanto borderlines manipulam a
fim de conseguir cuidados, apoio e afeto.
No transtorno de personalidade dependente, ambas personalidades compartilham
excessiva dependência afetiva e emocional, com grande medo de abandono e rejeição,
hipersensibilidade, baixa tolerância às críticas, insegurança, baixa-auto estima e
imaturidade emocional. Contudo, elas se diferenciam porque enquanto o dependente ao
terminar relacionamentos íntimos, prestam a colocar-se como submissos, borderlines
tendem a terminar de forma explosiva, com sentimento raiva em relação à pessoa amada.
Além da diferença entre outras características como auto-agressão, manipulação
emocional, comportamento suicida e tendências impulsivas no indivíduo limítrofe.
Prevalência
Estatísticas provam que a prevalência do Transtorno de Personalidade Limítrofe varia de
1% a 2% na população geral. As mulheres correspondem a 75% dos diagnosticados, na
proporção de que para três mulheres diagnosticadas, um homem é diagnosticado.
Limítrofes correspondem aproximadamente a 20% das populações prisionais, 10% das
populações de atendimento ambulatorial e 20% das populações internadas em hospitais
psiquiátricos. O suicídio é 800 vezes maior que na população geral e 10% entre esses
pacientes.
Genética
A literatura existente sugere que traços relacionados ao TPL são influenciados
por genes e já que a personalidade é geralmente hereditária, então o TPL
também deve ser, no entanto estudos têm tido problemas metodológicos e as
ligações exatas não estão claras ainda. Um estudo maior de gêmeos idênticos
descobriu que se um deles atingir o critério de TPL, o outro também atinge em
um terço (35%) dos casos. Filhos de pais (de ambos o gêneros) com TPL têm
cinco vezes mais chances de também desenvolver o Transtorno de
Personalidade Limítrofe ou o Transtorno de Personalidade Anti-Social
(Sociopatia).
Funcionamento cerebral
Neurotransmissores relacionados com o TPB incluem serotonina, noradrenalina,
acetilcolina (relacionada a várias emoções e ao humor); ácido gama-aminobutírico (o
maior neurotransmissor inibidor no cérebro, que pode estabilizar a flutuação de humor); e
o ácido glutâmico (um neurotransmissor responsável pelo prazer).
Tratamento
Psicoterapia
Tradicionalmente há um ceticismo em relação ao tratamento psicológico de transtornos de
personalidade, mesmo assim muitos tipos específicos de psicoterapia para TPB foram
desenvolvidos nos últimos anos. Os estudos (limitados) já registrados não confirmam a
eficácia desses tratamentos, mas pelo menos sugerem que qualquer um deles pode
resultar em alguma melhora. Terapias individuais simples podem, por si mesmas, melhorar
a auto-estima e mobilizar as forças existentes nos borderlines. Terapias específicas podem
envolver sessões durante muitos meses ou, no caso de transtornos de personalidade,
muitos anos. Psicoterapias são frequentemente conduzidas com indivíduos ou com grupos.
Terapia de grupo pode ajudar a potencializar as habilidades interpessoais e a
autoconsciência nos afetados pelo TPB.
Exemplos comuns de terapias indicadas aos limítrofes incluem:
• Terapia comportamental dialética: Estabelecida nos anos 1990, a terapia
comportamental dialética se tornou uma forma de tratamento do TPB, originada
principalmente como uma intervenção para pacientes com comportamento suicida.
Essa forma de psicoterapia deriva da terapia cognitivo-comportamental e enfatiza a troca
e negociação entre o terapeuta e o cliente, entre o racional e o emocional, e entre a
aceitação e a mudança. O tratamento tem como alvo os problemas com a automutilação.
O aprendizado de novas habilidades é um componente principal, incluindo consciência,
eficácia interpessoal, cooperação adaptativa com decepções e crises; e na correta
identificação e regulação de reações emocionais.
• Terapia de esquemas: Outra forma de terapia que também se estabeleceu nos
anos 1990 e tem como base uma aproximação integrativa derivada de técnicas
cognitivas-comportamentais juntamente com relações objetais e técnicas da
gestalt. Esta terapia se direciona aos mais profundos aspectos da emoção,
personalidade e esquemas (modos fundamentais de relacionamento com o mundo).
A terapia também foca o relacionamento com o terapeuta (incluindo um processo
de quase paternidade), vida diária fora da terapia, e experiências traumáticas na
infância.
• Terapia cognitivo-comportamental: A TCC é o tratamento psicológico mais
usado em doenças mentais, mas parece ter menos sucesso no TPB, devido
parcialmente às dificuldades no desenvolvimento de uma relação terapêutica e
aderência à terapia. Um estudo recente descobriu que resultados com essa terapia
aparecem, em média, depois de 16 sessões ao longo de um ano.
• Terapia matrimonial ou familiar: Terapia matrimonial pode ajudar na
estabilização da relação matrimonial e na redução dos conflitos matrimoniais que
podem piorar os sintomas do TPB. Terapia familiar pode ajudar a educar os
membros da família acerca do TPB, melhorar a comunicação familiar, e prover
suporte aos membros da família ao lidar com a doença de seus amados.
• Psicanálise: Com o ensino de Jacques Lacan, a clínica psicanalítica progrediu muito
no que diz respeito ao tratamento deste quadro, oferecendo a possibilidade para o
paciente de fazer novos ajustes, o que, consequentemente, provoca o
apaziguamento dos sintomas e do sofrimento psíquico.
Um dos maiores problemas com as psicoterapias são os elevados números de abandono
das mesmas pelos portadores de TPB.
Medicação
Um número de medicamentos é usado em pacientes com TPL. Devido ao fato de o
transtorno ser considerado primariamente uma condição psicossocial, a medicação tem
mais como função tratar as comorbidades, como ansiedade e depressão, do que o
transtorno por si. Antidepressivos são usados para melhorar o sentimento de vazio e
antipsicóticos são usados para diminuir os quadros de automutilação e os sintomas
dissociativos.
Dificuldades na terapia
Existem desafios únicos no tratamento de TPL. Na psicoterapia, um cliente por ser
bastante sensível à rejeição e pode reagir negativamente (por ex, se mutilando ou
abandonando a terapia) se sentir isso. Além do mais, profissionais da área podem se
distanciar emocionalmente dos indivíduos com TPL por auto-proteção devido ao estigma
associado com o diagnóstico.
Outras estratégias
Psicoterapias e medicamentos formam a parte principal do contexto geral dos serviços da
saúde mental e das necessidades psicossociais relacionadas ao TPL.