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Se a coisa perece, o legado fica sem objeto, qualquer que seja a causa do
perecimento: destruio do veculo, incndio do prdio, morte do animal, por
exemplo. Em qualquer desses casos, resolve-se o legado, no assistindo ao
legatrio direito de reclamar pagamento do valor da coisa, pois presume-se que
o testador apenas pretendeu deixar a prpria coisa e no o seu valor.
Verificada a evico, caduca o legado, visto que o seu objeto pertence a outrem.
Decorrendo a evico de sentena judicial que proclama pertencer a coisa ao
reivindicante e no ao testador, torna-se incontestvel ser alheio o objeto da
liberalidade. Como j mencionado, ineficaz o legado de coisa alheia.
Se apenas parcial o perecimento ou a evico, subsiste o legado no
remanescente. Por conseguinte, no caso de prdio que venha a ser destrudo
por incndio, por exemplo, subsiste o legado quanto ao terreno em que foi
edificado.
O dispositivo em estudo ressalva, no entanto, expressamente, o pressuposto de
no ter havido culpa do herdeiro ou legatrio incumbido do cumprimento do
legado. Caso contrrio, isto , se ela for comprovada, o beneficirio estar
autorizado a postular o ressarcimento. A soluo ser a mesma se a coisa
perecer por caso fortuito ou fora maior, estando o herdeiro ou legatrio em
mora de entreg-la, salvo se provar que o dano sobreviria ainda quando a
obrigao fosse oportunamente desempenhada (C.C, art. 399).
Todavia, se o perecimento ocorrer por culpa de terceiro, antes da morte do
testador, somente este ou seus herdeiros podem pleitear o ressarcimento, jamais
o legatrio. O beneficirio s tem direito ao ressarcimento, se a coisa legada se
perde por culpa do herdeiro ou do legatrio que deveriam dar cumprimento ao
legado.
No entanto, se a coisa pereceu depois da morte do testador, pereceu quando o
legatrio j era dono. Assim, se houve culpa de herdeiro ou de terceiro, pode o
legatrio, como proprietrio, ingressar com ao de perdas e danos.