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OMO ESCREVER E PUBLICAR UM ARTIGO CIENTÍFICO

Robert A. Day
Este material foi adaptado pela Biblioteca Digital e Sonora da Universidade de Brasília.
Permitido o uso apenas para fins educacionais de pessoas com deficiência visual. Este
material não pode ser reproduzido, modificado e utilizado com fins comerciais.

Endereço de contato:
Campus Universitário Darcy Ribeiro. Instituto Central de Ciências – ICC – Ala Norte, sala
BT 678. Brasília – DF. CEP: 70910-900
Telefone: (61) 3307-2971 ou 3307-2972 (fax)
http://www.unb.br/ppne
e-mail: ppne@unb.br

Texto digitalizado e adaptado por:


Joana D'arc, Fernando S. Sousa e Ana Caroline Freitas – Brasília/DF

Revisado por:
Jaqueline de Almeida Sousa e Nathalia Martins Peres Costa – Brasília/DF

Brasília, abril de 2008.

Sugestão de referência bibliográfica:


DAY, Robert A. Como escrever e publicar um artigo científico Livraria e Editora
Santos, 2001. 275 p.

(Capa)

Robert A Day
Como Escrever e publicar um artigo científico

Livraria e Editora Santos


5ª edição

(Contra capa)

Robert A Day
Como escrever e publicar um artigo científico

ROBERT A. DAY é professor de Inglês dos cursos de graduação e pós graduação


da Universidade de Delaware, onde ensina como escrever e editar artigos científicos e
técnicos. Por 19 anos, ele dirigiu o programa de publicação da American Society for
Microbiology e trabalhou como editor-chefe do Journal of Bacteriology e em outras oito
revistas da American Society for Microbioloy. Ele também foi diretor da ISI Press. Day é
ex-presidente da Society for Scholarly Publishinge ex-diretor do Council of Biology Editors.
É também autor do livro Scientific English: A Guide for Scientists and Other Professionals.

(Créditos)

Robert A. Day

Como escrever e publicar um artigo científico


5º edição
Título em Inglês: How to Write & Publish a Scientific Paper
Título em Português: Como Escrever e Publicar um Artigo Científico
Autor: Robert A.Day

Tradução: Profª Marina André de Alvarez


Diagramação: Adriano Volnei Zago
Revisão de Texto: Profª Drª Cínthia P. M. Tabchoury
Design & Capa: Gilberto R. Salomão

Tradução autorizada da edição em inglês por The Oryx Press Copyrightc


1979,1983,1988,1994,1999 por Robert A.Day
Livraria Santos Editora Com. Imp. Ltda., 2001
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sem a
permissão previa do Editor

Santos Editora
Rua Dona Brígida, 701 - Vila Mariana 04)11-081-São Paulo-SP Tel.:(11)5574-1200 -Fax:
(11) 5573-8774 E-mail: editorasantos@terra.com.br

Para BETTY
Nancy, Bart, Robin, Joe, Sarah, Ron,
Hilary, Hannah, lan e Matt

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Centro administrativo RP
Tel (61) 35125500
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tecmedd@tecmedd.com

Página V

Sumário

Prefácio - ix

Agradecimentos - xv

Capítulo 1
O que é Redação Científica? - 1

Capítulo 2
Origens da Redação Científica - 4

Capítulo 3
O que é um Artigo Científico? - 8

Capítulo 4
Como Preparar o Título - 15

Capítulo 5
Como Listar os Autores e Endereço - 22

Capítulo 6
Como Preparar o Resumo - 29

Capítulo 7
Como Escrever a Introdução - 33

Capítulo 8
Como Escrever a Seção de Materiais e Métodos - 36

Capítulo 9
Como Escrever os Resultados - 42

Capítulo 10
Como Escrever a Discussão - 45

Página VI

Capítulo 11
Como Expressar os Agradecimentos - 49

Capítulo 12
Como Citar as Referências Bibliográficas - 51

Capítulo 13
Como Construir Tabelas Eficazes - 61

Capítulo 14
Como Preparar Gráficos Eficazes - 70

Capítulo15
Como Preparar Fotografias Eficazes - 84

Capítulo 16
Como Digitar o Manuscrito - 92

Capítulo 17
A quem e Como Enviar o Manuscrito - 109

Capítulo 18
O Processo de Revisão (Como Lidar com Editores) - 117

Capítulo 19
O Processo de Publicação (Como Lidar com Provas) - 130

Capítulo 20
Formatos Eletrônicos de Publicação: CD-ROM e composições Eletrônicas - 139

Capítulo 21
A Internet e a World Wide Web - 142
Capítulo 22
O Periódico Eletrônico - 151

Capítulo 23
E-mail e News groups - 154

Capítulo 24
Como Solicitar c Utilizar Reimpressões - 158

Capílulo25
Corno Escrever um Artigo de Revisão - 163

Página VII

Capítulo 26
Como Escrever um Relatório de Encontro - 168

Capítulo 27
Como Escrever uma Revisão Crítica de um Livro - 172

Capítulo 28
Como Escrever uma Tese - 178

Capítulo 29
Como Apresentar Oralmente um Artigo - 182

Capítulo 30
Como Preparar um Pôster - 189

Capítulo 31
Ética, Direitos e Permissões - 193

Capítulo 32
Uso e Mau Uso do Inglês - 200

Capítulo 33
Evitando Jargão - 215

Capítulo 34
Como e Quando Usar Abreviações - 222

Capítulo 35
Um Resumo Personalizado - 227

Apêndice 1
Abreviações de Títulos de Periódicos Conhecidos - 230

Apêndice 2
Abreviações que Podem ser Usadas sem Definição em Cabeçalhos de Tabelas - 233

Apêndice 3
EITOS Comuns de Estilo e Ortografia - 234
Apêndice 4
Palavras e Expressões a Evitar 238

Apêndice 5
Prefixos e Abreviações para Unidades do SI (Sistema Internacional) 244

Página VII

Apêndice 6
Abreviações c Símbolos Aceitos - 245

Apêndice 7
Requisitos para Submissão de Amostra para um Periódico Eletrônico - 248

Glossário e Termos Técnicos - 250

Referências Bibliográficas - 257

Índice - 261

Página IX

Prefácio

(início de epígrafe) Análise e teste são a essência de nosso trabalho.


Isto significa que a Ciência é uma atividade fundamentalmente social,
que implica nela depender de boa comunicação. Na prática da
Ciência, estamos cônscios disto e é por esta razão que é correto, por
parte de nossos periódicos, insistirem na clareza e inteligibilidade...
(fim de epigrafe)
Hetmann Bondi

Publicação científica boa não é uma questão de vida ou morte; é muito mais sério
que isto.
O objetivo de uma pesquisa científica é a publicação. Os cientistas, iniciando-se
como estudantes de pós-graduação, são avaliados primariamente não por suas destrezas
nas manipulações de laboratório, não pelos seus conhecimentos inatos de assuntos
científicos amplos ou restritos e, certamente não, por suas vivacidades intelectuais ou
seus charmes; eles são avaliados, e tornam-se conhecidos (ou permanecem
desconhecidos), por suas publicações.
Um experimento científico não está completo até que os resultados sejam
publicados, não importa quão espetaculares eles sejam. De fato, a pedra angular da
Filosofia da Ciência é baseada na suposição fundamental de que pesquisa original deve
ser publicada; somente isto pode autenticar o conhecimento científico novo e assim
incorporá-lo ao acervo existente, que chamamos de conhecimento científico.
Não é necessário ao encanador escrever sobre canos, nem é necessário ao
advogado escrever sobre causas (exceto breves relatos), mas o pesquisador científico é
talvez o único, consideradas as carreiras e profissões, que precisa fornecer um
documento escrito, mostrando o que ele ou ela fez, porque foi feito, como foi feito e o que
foi aprendido a partir disso. A palavra-chave é reprodutibilidade. Isto é que faz a Ciência e
as publicações científicas únicas.
Assim, o cientista deve não somente fazer Ciência, mas "escrever" Ciência. O
mau escritor pode, e freqüentemente o faz, frustrar ou retardar a publicação

Página X

de boa ciência. Infelizmente, a educação dos cientistas é, em geral, tão terrivelmente


comprometida com os aspectos técnicos da Ciência, que as artes de se comunicar são
negligenciadas ou ignoradas. Em resumo, muitos bons cientistas são escritores
medíocres. Certamente, muitos cientistas não gostam de escrever. Como Charles Darwin
disse, "a vida de um naturalista seria feliz se ele tivesse só que observar e nunca
escrever" (citado por Trelease, 1958).
Muitos dos cientistas atuais não tiveram a oportunidade de fazer um curso formal
de redação científica. Como estudantes de pós-graduação, eles aprenderam a imitar o
estilo e a abordagem de seus professores e autores anteriores. Alguns cientistas tomam-
se bons escritores, de qualquer forma. Muitos, entretanto, aprendem apenas a imitar a
prosa e o estilo de autores anteriores a eles -com todo seu conjunto de defeitos - assim
estabelecendo um sistema de erros em perpetuidade.
O propósito deste livro é ajudar os cientistas e estudantes de ciências, em todas
as disciplinas, a prepararem manuscritos que tenham uma alta probabilidade de serem
aceitos para publicação e de serem completamente entendidos quando são publicados.
Pelo fato de as exigências das publicações especializadas variarem muito de disciplina
para disciplina e mesmo dentro da mesma disciplina, não é possível oferecer
recomendações que sejam universalmente aceitas. Neste livro, eu apresento certos
princípios básicos que são aceitos na maioria das disciplinas.
Para aqueles de vocês que compartilham minha tremenda admiração por Como
escrever e publicar um artigo científico, deixe-me relatar-lhes um pouco de sua história. O
desenvolvimento deste livro começou muitos anos atrás, quando eu dava um seminário
para pós-graduação, sobre redação científica, no Instituto de Microbiologia, na
Universidade de Rutgers. Rapidamente aprendi que os estudantes de pós-graduação em
ciências tanto queriam como precisavam de informação prática sobre redação. Se eu
lecionasse sobre prós e contras da subdivisão dos infinitivos, meus estudantes ficariam
sonolentos; se eu ensinasse sobre como organizar dados numa tabela, eles ficariam
vivamente acesos. Por esta razão, eu usei um direto "como fazer", quando mais tarde eu
publiquei um artigo (Day, 1975), baseado em minhas velhas anotações de aula. O artigo
tornou-se surpreendentemente popular e isto levou naturalmente à publicação da primeira
edição deste livro.
E a primeira edição levou naturalmente à segunda edição e então às sucessivas
edições. Porque este livro está sendo, no momento, usado em programas de ensino cm
centenas de faculdades c universidades, é desejável mantê-lo atualizado. Eu agradeço
àqueles leitores que gentilmente me forneceram comentários e criticas das edições
anteriores c eu inclusive solicito sugestões adicionais e comentários que possam melhorar
futuras edições deste livro. (Escre-

Página XI

vam para mim, aos cuidados da editora, Oryx Press, 4041 North Central Avenue, Phoenix,
AZ 85012-3397.)
Embora esta quinta edição seja maior e melhor (dizem) que as primeiras edições,
a diretriz básica do livro não foi alterada. Porque as revisões das edições anteriores
foram, na maioria, amplamente favoráveis, uma revisão drástica parecia imprudente. E as
críticas/oram favoráveis. Um crítico descreveu o livro como "tão bom quanto original".
Infelizmente, ele continuou acrescentando (citado por Samuel Johnson) que "as partes
que são boas não são originais e as partes que são originais não são boas". Vários outros
revisores críticos compararam meu estilo de escrever com aqueles de Shakespeare,
Dickens e Thackeray, mas não favoravelmente. Um outro crítico disse (parafraseando
George Jean Natham) "Day é um escritor para as idades -para as idades de quatro a
oito".
Porém, por que uma quinta edição, realmente? O que aconteceu desde o
lançamento da quarta edição (1994) que justifique uma nova edição agora? A resposta é
tudo à nossa volta. A Ciência e o relato da Ciência sofreram mudanças realmente
revolucionárias nestes poucos anos passados.
Em termos amplos, considere a Internet e a World Wide Web. "Em todo o mundo,
de acordo com quatro milhões de cientistas, estão inseridos no labirinto rapidamente
crescente de redes interligadas, cujo número atual é de 11.252 e que são conhecidas
como Internet, ou, algumas vezes, apenas como a rede. Milhares de cientistas emergem
dela, pela primeira, vez todos os dias."
"Este emaranhado de conexões eletrônicas pode ligar um pesquisador isolado,
sentado em frente a uma tela de computador, a coisas como experimentos distantes e a
supercomputadores, a colegas em continentes longínquos, numa espécie de colaboração
íntima, impossível antes do correio eletrônico, a montanhas de dados muito caros para
serem enviados de outra forma, a grandes encontros e sessões de trabalhos eletrônicos,
a uma página de boletins em que, colocada uma questão, ela pode ter prontamente
centenas de respostas, c a periódicos eletrônicos que disseminam amplamente
descobertas a grandes distâncias." (William J. Broad, The New York Times, 18 de maio
de 1993.)
Periódicos eletrônicos são uma realidade atualmente. Assim, os periódicos
tradicionais não são mais o único meio de apresentar artigos científicos.
Levem-se em conta, também, os muitos pacotes de programas ("softwares") que
chegaram ao mercado nos últimos anos. A produção de gráficos e alguns outros tipos de
ilustrações passaram, quase que completamente, a ser produzidos por computador.
Mesmo todo um pôster, para apresentação cm encontros científicos, pode hoje ser
produzido por computadores, empregando programas de impressão.
Felizmente, os princípios da comunicação científica não mudaram signifi-

Página XII

cativamente em comparação com as mudanças tecnológicas que vêm aflorando com


velocidade vertiginosa. A ênfase, neste livro, continuará a ser nos princípios da redação
científica, mas esta quinta edição também acompanha de perto as modificações de
procedimentos e as novas tecnologias.
Sem intenção de combater a competição, eu deveria observar que meu livro é
claramente um livro de "como fazer", enquanto a maioria dos outros livros sobre o tema
redação científica são escritos em termos mais gerais, com ênfase na linguagem da
Ciência. Este livro foi escrito a partir da perspectiva dos meus muitos anos de experiência
como chefe de edição, como revisor e como professor. Desta forma, os conteúdos têm a
intenção de serem específicos e práticos.
Ao escrever este livro, eu tinha quatro metas em mente. Primeiro, eu retardei sua
escrita e sua publicação até estar razoavelmente seguro de que não iria violar o credo dos
chefes de edição: "Não inicie vastos projetos com idéias meio vastas". Segundo, eu
queria apresentar alguma informação sobre artigo científico propriamente dito e como
"cozinhá-lo". (Sim, este é um livro de receitas.) Terceiro, embora este livro não seja de
forma alguma um substituto para um curso de gramática inglesa, eu realmente comento
repetidamente sobre o uso e mau uso do inglês, com tais comentários espalhados por um
certo número de capítulos c com um resumo sobre o assunto em um dos últimos
capítulos. (Leitores que desejam um livro completo sobre este assunto, mais do que um
resumo, devem ler o meu Inglês científico: um guia para cientistas e outros profissionais,
2º ed. Oryx Press, 1995.) Quarto, porque livros como este são normalmente tão maçantes
quanto ultrapassados, enfadonhos de ler e aborrecidos de escrever, eu também tentei
fazer o leitor rir. A redação científica é rica em enganos ilustres (que os britânicos às
vezes chamam de "gafes") e, através dos anos, amealhei praticamente uma coleção
destas monstruosidades gramaticais e científicas, que eu tenho agora o prazer de
compartilhar. Pretendi divertir-me escrevendo este livro e espero que vocês aproveitem,
ao lê-lo.
Note que eu disse "ao lê-lo", mesmo tendo em mente que eu anteriormente tenha
descrito este livro como um livro de receitas. Se ele fosse simplesmente um livro de
receitas, ele dificilmente seria adequado para uma leitura abrangente. De fato, eu tentei
organizar este material de forma que seja lido logicamente do início ao fim, enquanto, ao
mesmo tempo, forneça as receitas necessárias para fabricar um artigo científico. Eu
espero que os usuários deste livro possam, pelo menos, fazer uma leitura completa dele.
Dessa maneira, o leitor, particularmente o estudante de pós-graduação e escritor
inexperiente, pode obter algo cio sabor que um artigo científico exatamente tem. Então, o
livro pode ser usado como uma referência, toda vez que surgirem dúvidas. O livro tem um
índice detalhado de assuntos para esta última finalidade.

Página XIII

Nos dois primeiros capítulos, tento definir como a redação científica difere de
outras formas de redação e como a história levou a isto.
No terceiro capítulo, eu procuro definir um artigo científico. Para escrever um
artigo científico, o escritor deve saber exatamente o que fazer e por quê. Isso torna o
trabalho não só maleável, mas esse é precisamente o conhecimento que o cientista
praticante deve ter sempre em mente, para evitar as armadilhas que arruinaram a
reputação de muitos autores científicos. Ser responsável por publicações dúbias ou por
usar a palavra de outros sem referência apropriada é o tipo de violação da ética científica
que é considerada como imperdoável por seus pares. Entretanto, a exata definição do
que pode constar em um artigo científico e o que não pode é de importância capital.
Nos nove capítulos seguintes, cada elemento individual do artigo científico é
analisado, elemento por elemento. Um artigo científico é a soma de suas partes
componentes. Afortunadamente, de modo igual para o estudante e para o cientista
praticante, há certas regras comumente aceitas com relação à construção do Título, do
Sumário, da Introdução e das outras partes principais do artigo. Essas regras, uma vez
colocadas, servirão ao cientista por toda sua carreira de pesquisa.
Nos últimos capítulos, são dadas informações correlatas. Parte dessas
informações é técnica (como preparar material de ilustração, por exemplo) e parte delas
está relacionada aos estágios posteriores à redação (submissão, revisão c processos de
publicação). Em seguida, de forma breve, as regras relacionadas aos artigos científicos
propriamente ditos são adaptadas para servir a diferentes circunstâncias, tais como
escrever artigos de revisão, relatórios de encontros, revisão crítica de livros e elaboração
de teses. Os capítulos 29 e 30 apresentam informação acerca de apresentações orais e
apresentações de posters. Os capítulos 20 a 23, incluindo novos formatos de publicações
eletrônicas, a Internet, periódicos eletrônicos e correios eletrônicos (e-mails) são novos
nesta edição. Finalmente, nos últimos quatro capítulos, apresento algumas das regras de
Inglês aplicadas à redação científica, um sermão contra jargões, uma discussão sobre
abreviações e um sermão contra ofensa.
No final do livro, há sete apêndices, o Glossário de Termos Técnicos, as
Referências Bibliográficas e o índice. Com relação às referências bibliográficas, note-se
que eu usei duas formas de citação aqui neste livro. Quando eu cito algo de ligeiro
interesse, por exemplo, um título defeituoso de um artigo publicado, a citação é dada
brevemente e entre parênteses dentro do texto. Artigos e livros, que contêm informação
substancial sobre o assunto em discussão, são citados pelo nome e ano, no texto, e a
citação completa é dada nas Referências Bibliográficas, no final do livro. Estudantes
sérios podem desejar consultar algumas destas referências para informação correlata ou
adicional.

Página XIV

Eu não tenho todas as respostas. Eu pensava que tinha, quando era um pouco
mais jovem. Talvez eu possa mostrar algo sobre o desenvolvimento do meu caráter no
tempo em que o Dr. Smith submeteu a um dos meus periódicos um manuscrito
surpreendentemente bem escrito e bem preparado; seus manuscritos anteriores tinham
sido redigidos de forma medíocre, eram emaranhados mal organizados . Após a revisão
do novo manuscrito, eu escrevi: "Dr. Smith, estamos felizes em aceitar, para publicação
no Periódico, seu artigo soberbamente escrito." entretanto, eu não pude deixar de
acrescentar: "diga-me, quem o escreveu para o senhor?"
Dr. Smith respondeu: "Eu estou muito feliz por você considerar meu artigo
aceitável, mas diga-me, quem o leu para você?"
Assim, com humildade apropriada, eu tentarei dizer-lhes uma série de coisas que
serão de utilidade ao escrever artigos científicos.
No Prefácio da Primeira Edição, eu afirmei que "veria o livro como um sucesso, se
ele lhes fornecesse a informação necessária para redigir artigos científicos eficientes e se
ele me tornasse rico e famoso". Não tendo conseguido, desde então, nem fama nem
fortuna, não obstante, continuo a desejar que este livro seja um "sucesso" para vocês,
leitores.
Finalmente, eu espero que aqueles de vocês que usaram as primeiras edições
deste livro percebam melhorias nesta edição. De uma coisa eu tenho certeza: eu não sou
um tão grande tolo como eu costumava ser; eu tenho feito regime.

Página XV

Agradecimentos

(início de epígrafe) A maior parte da gratidão humana é meramente


uma secreta esperança de maiores favores. (fim de epígrafe)

Duc de Ia Rochefoucauld

Como um livro de culinária, um livro de "como fazer" apresenta muitas receitas


que o autor coletou pelos anos afora. Poucas receitas podem ser originais. Algumas
podem ter variações dos originais de outrem. Muitas das receitas em uma tal coleção,
entretanto, são completamente "emprestadas" de outras fontes.
Neste livro, eu fiz um trabalho razoável, acredito, citando as fontes de material
emprestado da literatura publicada. Mas, o que fazer com relação às muitas idéias e
procedimentos que se extrai das discussões com colegas? Com o passar do tempo, não
se pode mais lembrar quem originou que idéia. Com o passai- de mais tempo, parece-me
que todas as idéias realmente boas originaram-se de mim, uma proposição que eu sei ser
indefensável.
Sou devedor a meus amigos e colegas que trabalharam comigo em Publications
Board of the American Society for Microbiology, durante os 19 anos que eu servi àquela
Sociedade. Sou também grato a Society for Scholarly Publishing e a Council of Biology
Editors, as duas organizações com as quais eu aprendi a maior parte do que sei sobre
redação científica e publicação.
Não há nenhuma dúvida sobre isso. Eu fui incrivelmente afortunado com este
livro. No momento em que agora ele entra na sua quinta edição, é ainda amplamente
usado em centenas de faculdades e universidades. A Oryx Press fez um belo trabalho,
distribuindo o livro nos Estados Unidos e no Canadá e a Cambridge University Press
controlou a publicação na maior parte do resto do mundo. Além da edição inglesa, o livro
é disponível em espanhol, (publicado pela Panamerican Health Organization) e em
japonês (publicado pela Maruzen). Por que tenho sido tão afortunado? Acredito que seja,
porque selecionei algu-

Página XVI

mas pessoas maravilhosamente talentosas para ler e criticar as várias edições deste livro.
Quando passo os olhos pelos nomes das várias pessoas que leram um manuscrito ou
mais para as edições precedentes, até agora fico assustado com o brilho de suas
reputações. Ainda, também estou cônscio e fico quase penalizado, ao perceber quanto da
sabedoria deles veio para o conteúdo de "meu" livro. Novamente, eu digo obrigado. Aqui
estão seus nomes:

Robert E. Bjork
Estella Bradley
L. Leon Campbell
Morna Conway
Cheryl A. Cross
LycllC. Dawes
Barton D. Day
Betty J. Day
Robin A. Day
Barbara Frech
Eugene Garfield
Barbara Gastei
Jay L.Halio
Karl Heumann
Edward J.Huth
Linda M.Ilig
Kirsten Fisher Lindah
Karen Kictzman
R.G.E.Murray
EvelynS.Myers
Erwin Neter
Maeve O' Connor
Allie C.PeedJr
Michael Pohuski
Gisella Pollock
Nancy Sakadushi
Charles Shipman, Jr
Alex Shrift
Simon Silver
Rivers Singleton, Jr.
David W. Smith
Robert Snyder

E agora envio agradecimentos, agradecimentos muito sinceros, àqueles colegas


que realmente leram tudo ou partes do manuscrito para esta quinta edição: Robert E.
Bjork, L. Leon Campbell, Betty J. Day, Robin A. Day, Richard H. Duggan, Ronald J.
Hirschhorn, Linda M. Illig, Robin W.Morgan, Nancy Sakadushi, Brian H. Schaffer e David
W. Smith. Além disso, quero destacar duas pessoas que contribuíram substancialmente
para iniciar e organizar muito das novas informações eletrônicas que entraram nesta
edição: Bernice Glenn, uma consultora muito eficiente e John Wagner, um editor-sênior
da Oryx Press muito experiente. Estou em débito com toda essa boa gente.

Página 1

CAPÍTULO 1

O que é Redação Científica?

(início de epígrafe) Coloque seus fatos da forma mais simples


possível, corajosamente, mesmo. Ninguém quer flores de eloqüência
ou ornamentos de literatura num artigo científico. (fim de epígrafe)
R. B. McKerrow

A NECESSIDADE DE CLAREZA
A característica chave da redação científica é a clareza. Experimentação científica
bem-sucedida é o resultado de uma mente lúcida, abordando um problema claramente
estabelecido e produzindo conclusões perfeitamente estabelecidas. De forma ideal, a
clareza deveria ser uma característica de qualquer tipo de comunicação; entretanto,
quando alguma coisa está sendo dita pela primeira vez, a clareza é essencial. A maior
parte dos artigos científicos, aqueles publicados em nossos periódicos de pesquisa
original, são aceitos para publicação exatamente porque eles realmente contribuem com
conhecimento novo. Conseqüentemente, necessita-se de clareza absoluta na redação
científica.

RECEBENDO OS SINAIS
A maioria das pessoas, sem dúvida, ouviram esta questão: Se uma árvore cai em
uma floresta e não há ninguém lá para ouvi-la cair, ela produz um som? A resposta
correta é não. Som é mais do que "ondas de pressão" e, de fato, não pode haver um som
sem um ouvinte.

Página 2I

Similarmente, a comunicação científica é um processo de mão-dupla. Da mesma


forma que um sinal de qualquer tipo só é aproveitável quando perceptível, um artigo
científico publicado (sinal) é útil somente quando for recebidos entendido pela clientela
pretendida. Assim, podemos reescrever axioma da Ciência como: Um experimento
científico não fica completo até que os resultados tenham sido publicados e entendidos. A
publicação nada mais é que "ondas de pressão", a não ser que o artigo publicado seja
entendido. Muitos artigos científicos caem silenciosamente nas matas.

ENTENDENDO OS SINAIS
A redação científica é a transmissão de um sinal claro para um receptor. As
palavras do sinal deverão ser tão claras, simples e bem ordenadas quanto possível. Na
redação científica, há pouca necessidade de ornamentação. O embelezamento da
literatura floreada - as metáforas, os sinônimos, as expressões idiomáticas - servem para
causar confusão e deveriam ser usadas raramente ao serem redigidos artigos de
pesquisa.
A comunicação da Ciência é simplesmente tão importante que não pode ser feita
de qualquer forma que não seja através de palavras com certos significados. Posto isto
com clareza, um determinado significado deve pertencer não somente aos especialistas
da área do autor, mas também aos estudantes que estão acabando de embarcar em suas
carreiras, aos cientistas que lêem além de suas próprias disciplinas específicas e,
especialmente, àqueles leitores (a maioria dos leitores, hoje em dia,) cuja língua nativa
não é o inglês.
Muitas espécies de redação são destinadas a entretenimento. Redação científica
tem um propósito diferente: comunicar novas descobertas científicas. Redação científica
deve ser tão clara e simples quanto possível.

LINGUAGEM DE UM ARTIGO CIENTÍFICO


Além da organização, o segundo principal ingrediente de um artigo científico
deveria ser a linguagem apropriada. Neste livro, eu dou ênfase ao uso próprio da língua,
porque a maioria dos cientistas tem problema nesta área. Todos os cientistas devem
aprender a usar a língua com precisão. Atualmente, dispomos de um livro (Day, 1995),
todo dedicado ao Inglês para cientistas.
Se o conhecimento obtido cientificamente é, afinal de contas, tão importante
quanto (qualquer outro conhecimento, ele deve ser comunicado de maneira afetiva, clara,
por meio de palavras com certos significados. Os cientis-

Página 3

tas, para serem bem-sucedidos neste esforço, conseqüentemente, devem ser literatos.
David B. Truman, quando ele era reitor da Universidade de Colúmbia, disse bem: "Na
complexidade da existência contemporânea, o especialista que foi treinado, mas não
educado, tecnicamente habilitado, mas incompetente culturalmente, é uma ameaça."
Embora o resultado final de uma pesquisa científica seja a publicação, sempre
tem-me surpreendido o fato de que tantos cientistas negligenciem as responsabilidades aí
envolvidas. Um cientista gastará meses ou anos de trabalho duro para obter dados e
então tranqüilamente deixa muito de seu valor ser perdido, por causa da falta de interesse
no processo de comunicação. O mesmo cientista que ultrapassará tremendos obstáculos
para levar a cabo medidas até a quarta casa decimal estará em profundo cochilo quando
uma secretária estiver casualmente mudando de "microgramas/mililitros" para
"miligramas/mililitros" e enquanto o editor dorme em um ocasional "libras/ barril", dando
significado de "dinheiro para propina" a esta unidade (* - Nota de rodapé).
A linguagem não precisa ser difícil. Em redação científica, dizemos: "A melhor
linguagem é aquela que dá o sentido com o menor número de palavras curtas" (um dito
impresso por muitos anos nas Instruções aos Autores de Journal of Bacteriology).
Artifícios literários, metáforas e assemelhados desviam a atenção, da essência para o
estilo. Eles devem ser raramente usados na redação científica.

Nota de rodapé:
* - NT: Trata-se de um trocadilho do autor, para os possíveis significados de "pounds per
barrel".

Página 04
CAPÍTULO 2

Origens da Redação Científica

(início de epígrafe) Aquilo que a boa Ciência procura eliminar, a boa


arte procura provocar - mistério, que é letal para uma e vital para a
outra. (fim de epígrafe)
John Fowles

OS PRIMÓRDIOS DA HISTÓRIA
Os seres humanos têm sido capazes de se comunicarem por milhares de anos.
Já a comunicação científica como a conhecemos hoje é relativamente nova. Os primeiros
periódicos foram publicados somente há 300 anos atrás e a organização dos artigos
científicos conhecida como IMRAD (Introduction, Methods, Results, and Discussion -
Introdução, Métodos, Resultados e Discussão) foi desenvolvida nos últimos 100 anos.
Conhecimento, científico ou de outro tipo, não pôde ser transmitido de forma
eficiente, até que mecanismos apropriados de comunicação tornaram-se disponíveis. Os
povos pré-históricos podiam comunicar-se oralmente, claro, mas cada nova geração
começava praticamente da mesma linha basal, porque, sem registros escritos em que
consultar, o conhecimento era perdido quase tão rapidamente quanto tinha sido obtido.
Pinturas e inscrições em cavernas, entalhadas sobre rochas, estavam entre as
primeiras tentativas humanas de deixar registros para as sucessivas gerações. Num certo
sentido, hoje somos afortunados pelo fato de nossos ancestrais primitivos terem escolhido
tal meio, porque algumas dessas primeiras "mensagens" sobreviveram, enquanto
mensagens em materiais menos duráveis teriam sido perdidas. (Talvez isso tenha
ocorrido com muitas

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delas.) Por outro lado, comunicação por tal meio era incrivelmente difícil. Pense, por
exemplo, nos problemas de distribuição que o Serviço Postal dos Estados Unidos teria,
hoje, se o meio de correspondência fosse 100 libras (cerca de 45 kg) de pedra. Eles têm
problemas suficientes com cartas de meia onça (cerca de 14 g).
O primeiro livro que conhecemos é um relato caldeu sobre o Dilúvio. Esta história
está inscrita numa placa de argila de 4000 a.C, ante datando o Gênesis em cerca de 2000
anos (Tuchman, 1980).
Um meio de comunicação que fosse leve e portátil era necessário. O primeiro
meio bem-sucedido foi o papiro (lâminas feitas da planta do papiro e coladas, de maneira
a formar um rolo de 20 a 40 pés - cerca de 6 a 12 metros - de comprimento, às vezes,
fixado a um cilindro de madeira), que passou a ser usado mais ou menos a partir de 2000
a.C. Em 190 a.C, pergaminhos (feitos de couro de animais) passaram a ser usados. Os
gregos montaram grandes bibliotecas em Efeso e Pérgamo (no que hoje é a Turquia) e
em Alexandria. De acordo com Plutarco, a biblioteca de Pérgamo continha 200.000
volumes, em 40 a.C. (Tuchman, 1980).
No ano 105 da Era Cristã, os chineses inventaram o papel, o meio moderno de
comunicação. Entretanto, porque não havia um meio efetivo de duplicação das
comunicações, o conhecimento erudito não podia ser amplamente distribuído.
Talvez, a maior invenção isolada, na história intelectual da raça humana, tenha
sido a imprensa. Embora os tipos móveis tenham sido inventados na China, por volta de
1100 (Tuchman, 1980), o mundo ocidental deu seu crédito a Johannes Gutenberg, que
imprimiu sua Bíblia com tipos móveis, em uma impressora, em 1455. A invenção de
Gutenberg foi efetiva e imediatamente colocada em uso em toda a Europa. Pelo ano de
1500, milhares de cópias de centenas de livros (chamados "incunabula") foram
impressas.
O primeiro periódico científico surgiu em 1665, quando, coincidentemente, dois
diferentes periódicos começaram sua publicação: o Journal cies Sça vans, França, e o
Philosophical Transactions of the Royal Society of London, na Inglaterra. Desde aquela
época, os periódicos têm servido como o principal meio de comunicação nas ciências.
Atualmente, cerca de 70.000 periódicos científicos e técnicos são publicados em todo o
mundo (King et al., 1981).

A HISTÓRIA DA IMRAD
Os primeiros periódicos publicavam artigos que chamamos "descritivos".
Tipicamente, um cientista reportaria "Primeiro, eu vi isto e então eu vi

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aquilo" ou "Primeiro fiz isto e então fiz aquilo." Geralmente, as observações eram em
ordem cronológica simples.
Este estilo descritivo era apropriado para o tipo de ciência que estava sendo
reportada então. De fato, esta forma direta de relatar é ainda usada hoje em periódicos do
tipo "letters" ("relatos"), no caso, relato de casos em Medicina, descrições de
levantamentos geológicos, etc.
Na segunda metade do século dezenove, a Ciência começou a mudar
rapidamente e de modos crescentemente sofisticados. Especialmente por causa do
trabalho de Louis Pasteur, que confirmou a teoria de moléstias causadas por germes e
que desenvolveu métodos de culturas puras para estudar microrganismos, tanto a Ciência
como o relato da Ciência fizeram grandes avanços.
Neste tempo, a metodologia tornou-se de suma importância. Para aquietar seus
críticos, muitos dos quais eram fanáticos partidários da teoria da geração espontânea,
Pasteur achou necessário descrever seus experimentos com apurado detalhe. Porque
pesquisadores razoavelmente competentes puderam reproduzir os experimentos de
Pasteur, o princípio da reprodutividade dos experimentos tornou-se um dogma
fundamental da Filosofia da Ciência e uma seção de métodos separada abriu caminho
para a forma mais estruturada do formato IMRAD.
Por eu ter estado próximo à ciência da Microbiologia por muitos anos, é possível
que eu superestime a importância deste ramo da Ciência. Não obstante, realmente
acredito que a cura de doença infecciosa foi o maior avanço na História da Ciência. Além
disso, defendo que um breve recordar desta história pode ilustrar a Ciência e o seu relato.
Aqueles que acreditam que a Energia Atômica ou a Biologia Molecular são os "maiores
avanços" devem ainda prezar o paradigma da Ciência moderna fornecido pela história da
doença infecciosa.
O trabalho de Pasteur teve prosseguimento, no início dos 1900s, pelo trabalho de
Paul Ehrlich e, nos anos 30, pelo trabalho de Gerhard Domagk (drogas a base de sulfa). A
Segunda Guerra Mundial foi a razão do desenvolvimento da penicilina (pela primeira vez
descrita por Alexander Fleming, em 1929). A estreptomicina foi descrita em 1944 e logo
depois da Segunda Gueixa Mundial, a louca, mas maravilhosa procura por "drogas
milagrosas" produziu as tetraciclinas e dúzias de outros antibióticos eficientes. Assim,
esses desenvolvimentos levaram à eliminação virtual dos flagelos da tuberculose, da
septicemia, da difteria, das pestes, do tifo e, através de vacinações, da varíola e da
paralisia infantil (polio).

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Como estes milagres estavam emergindo de nossos laboratórios de pesquisa
médica depois da Segunda Guerra Mundial, é lógico que o investimento em pesquisa
cresceria muito. Este fator indutor positivo para a Ciência foi logo (1975) somado a um
fator negativo, quando os soviéticos lançaram o Sputnik ao redor do planeta. Nos anos
seguintes, quer por conta de mais "milagres", quer por medo dos soviéticos, o governo
dos Estados Unidos (e outros) despejaram bilhões de dólares adicionais em pesquisa
científica.
Dinheiro produz Ciência. E Ciência produz artigos. Montanhas deles. O resultado
foi uma poderosa pressão para a existência e a criação de muitos periódicos novos. Os
editores de periódicos, em defesa própria, se não por outras razões, começaram a exigir
que os manuscritos fossem escritos de forma sucinta e bem organizada. O espaço do
periódico tornou-se muito precioso para ser desperdiçado com verbosidade ou
redundância. O formato IMRAD, que havia lentamente progredido desde a última parte do
século dezenove, agora tornou-se usado quase universalmente, em periódicos de
pesquisa. Alguns editores aderiram ao IMRAD, porque eles ficaram convencidos de que
era a forma mais simples e mais lógica de comunicar resultados de pesquisa. Outros
editores, talvez não convencidos pela lógica simples do IMRAD, não obstante, entraram
na onda, porque, de fato, a rigidez do IMRAD economiza espaço (e custo) nos periódicos
e porque o IMRAD faz a vida mais fácil para os editores e aqueles que dão os pareceres
(também conhecidos como revisores), "padronizando" a maioria das partes de um
manuscrito.
A lógica do IMRAD pode ser definida na interrogativa: Que questão (problema) foi
estudada? A resposta é a Introdução. Como o problema foi estudado? A resposta são os
Métodos. Quais foram as descobertas? A resposta são os Resultados. O que estas
descobertas significam? A resposta é a Discussão.
Agora, parece-nos claro que a simples lógica do IMRAD ajuda o autor a organizar
e escrever o manuscrito e o IMRAD fornece um caminho simples para os editores,
revisores e, por último, para os leitores seguirem, na leitura do artigo.

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CAPÍTULO 3

O que é um Artigo Científico?

(início de epígrafe) Sem publicação, a Ciência está morta. (fim de


epígrafe)
Gerará Piei

DEFINIÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO


Um artigo científico é um relatório escrito e publicado, descrevendo resultados de
pesquisa original. Esta curta definição deve ser incrementada, porém, esclarecendo que
um artigo científico deve ser escrito de uma certa forma e deve ser publicado de um certo
modo, como definido pelos três séculos de desenvolvimento de uma tradição, de uma
prática editorial, de ética científica e o concurso de procedimentos de impressão e
publicação.
Para definir "artigo científico" apropriadamente, precisamos definir o mecanismo
que cria um artigo científico, a saber, a publicação válida (isto é, original). Resumos,
teses, relatórios de encontros e muitos outros tipos de literatura são publicados, mas tais
publicações não têm o compromisso de publicação válida. Além disso, mesmo que um
artigo científico preencha todas as exigências (discutidas abaixo), eles não são publicados
de forma válida se forem publicados nos lugares errados. Quer dizer, um relatório de
pesquisa relativamente pobre, mas que preenche as exigências, é publicado de forma
válida se aceito e publicado no lugar certo (periódico de artigos originais ou outro tipo de
publicação deste tipo); um relatório de pesquisa soberbamente preparado não é publicado
de forma válida se publicado no local errado. A maior parte dos relatórios governamentais
e da literatura de

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encontros, assim como boletins institucionais e outras publicações efêmeras não se


qualificam como literatura original (primária).
Muitas pessoas colocaram empenho em definir publicação primária ou válida, da
qual deriva a definição de artigo científico. O "Council of Biology Editors" (CBE - Conselho
de Editores de Biologia), uma organização normativa (em Biologia, pelo menos), ao lidar
com estes problemas, chegou à seguinte definição (CBE, 1968):

(início de epígrafe) Uma publicação científica primária aceitável deve


ser a primeira descoberta, contendo suficiente informação que
permita aos especialistas na área: (1) obter informações, (2) repetir os
experimentos e (3) avaliar o processo intelectual; sobretudo, ela deve
ser susceptível à percepção sensorial, essencialmente permanente,
disponível para a comunidade científica sem restrições e acessível ao
julgamento regular de um ou mais dos principais serviços secundários
(por exemplo, normalmente, Biological Abstracts, Chemical Abstracts,
Index Medicus, Excerpta Medica, Bibliography of Agriculture etc, nos
Estados Unidos, e serviços similares em outros países).(fim de
epígrafe)

À primeira leitura, esta definição pode parecer excessivamente complexa ou, pelo
menos, prolixa. Aqueles entre nós, entretanto, que deram nina mão em seu esboço,
pesamos cada palavra cuidadosamente e duvidamos que urna definição aceitável possa
ser fornecida de forma adequada, em poucas palavras. Porque é importante que
estudantes, autores, editores e todos os demais interessados entendam o que é um artigo
científico e o que não 6, pode ser útil trabalhar com esta definição, para ver o que ela de
fato significa.
"Uma publicação científica primária aceitável" deve ser "a primeira descoberta".
Certamente, as primeiras descobertas de novos dados de pesquisa geralmente ocorrem
através de uma apresentação via oral em um encontro científico. O ponto de vista da
postulação do CBE, porém, é que esta descoberta seja mais do que a regurgitação do
autor; a primeira descoberta efetiva completa-se somente quando toma uma forma que
permita aos especialistas da mesma área do autor (tanto agora, como no futuro)
compreender completamente e usar aquilo que foi descoberto.
Assim, informação suficiente deve ser apresentada de forma que usuários
potenciais dos dados possam (1) ter acesso às informações, (2) repetir os experimentos e
(3) avaliar o processo intelectual. (As conclusões do autor são justificáveis pelos dados?).
Então, a descoberta pode ser "suscetível à percepção sensorial". Isto pode ser visto como
uma frase inábil, porque, na prática normal, isto simplesmente significa publicada;
entretanto, esta definição permite que a descoberta seja fornecida não apenas em termos
de ma-

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teriais visuais (periódicos impressos, microfilme, microficha), mas também, quem sabe,
em formas não impressas, não visuais. Por exemplo, "publicação" na forma de fitas
cassetes, se aquela publicação atinge os outros requisitos fornecidos pela definição,
constituir-se-á em uma publicação efetiva. E, certamente, os novos periódicos eletrônicos
estão de acordo com a definição de publicação válida, (ou, como pode-se gaiatamente
observar: "Publicações eletrônicas têm a capacidade de adicionar toda uma nova
demência ao modo como as pessoas obtêm ou lêem literatura.") O que se pode dizer
sobre material colocado numa página eletrônica? Alguns editores tomaram a posição de
que isto realmente é "publicação" e que bloqueará publicação posterior em um periódico.
Aqui está como a American Society of Microbiology (ASM) estabeleceu sua orientação
(Instruções aos Autores, Journal of Bacteriology, janeiro, 1998):

(início de epígrafe) Um artigo científico, ou sua essência, publicado


em relatório de encontro ("conference report"), em anais de simpósio
("symposium proceeding") ou em boletim técnico, colocado em um
terminal de computador, ao qual há acesso pela Internet, ou tornado
disponível por meio de qualquer outra fonte reproduzível, incluindo
CD-ROM e outros meios eletrônicos, não é aceito para ser apreciado
em um periódico da ASM na forma de publicação original. Um
manuscrito cujo conteúdo foi incluído numa tese ou numa
dissertação, colocado em um terminal de computador, ao qual há
acesso via Internet, não é aceitável para apreciação em um periódico
da ASM, no nível de publicação original. (fim de epígrafe)

Independentemente da forma de publicação, essa forma precisa ser


essencialmente permanente, deve ser disponível para a comunidade científica, sem
restrição, e deve estar disponível para os serviços de recuperação da informação
(Biological Abstracts, Chemical Abstracts, Index Medicus etc). Assim, publicações como
matéria de jornal, como publicações de corporações ou de jornais de circulação
controlada, muitos dos quais são de valor por suas notícias ou outras características, não
podem servir como depositárias do conhecimento científico.
Para estabelecer de novo a definição do CBE em termos mais simples, mas não
menos acurados, publicação original é (1) a primeira publicação de resultados de
pesquisa original, (2) de maneira que os especialistas da mesma área do autor possam
repetir os experimentos e testar as conclusões e (3) em periódico ou outra forma de
documentação facilmente disponível, dentro da comunidade científica. Para entender esta
definição, entretanto, devemos adicionar uma importante advertência. A parte da definição
que se refere aos "especialistas da mesma área do autor" é aceita como significando
revisão da pré-publicação por especialista da área. Então, por definição, ar-

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tigos científicos são publicados em publicações revisadas por especialistas do mesmo


ramo.
Expliquei excessivamente esta questão da definição por duas razões. Primeiro,
toda a comunidade da Ciência tem por muito tempo trabalhado com um sistema de
comunicação científica ineficiente e custoso, precisamente porque ela (autores, editores,
publicadores) têm sido incapazes ou não se dispuseram a definir publicação original.
Como resultado, muita da literatura é sepultada em resumos de encontros, obscuros
relatórios de encontros, documentos governamentais ou livros, ou periódicos de
minúscula circulação. Outros artigos, da mesma forma ou com ligeira alteração, são
publicados mais de uma vez; ocasionalmente, isto é devido à falta de definição de quais
relatórios de encontro, livros e compilações são (ou deveriam ser) publicações originais e
quais não o são. O resultado é redundância e confusão. Segundo, um artigo científico é,
por definição, um tipo particular de documento que contém certos tipos de informação
específica, numa ordem (IMRAD) prescrita. Se os estudantes de pós-graduação ou os
cientistas em formação (e mesmo alguns daqueles cientistas que já publicaram muitos
artigos) puderem apreender totalmente o significado desta definição, a tarefa de redigir
será bem mais fácil. Uma tarefa amorfa resulta em confusão. A tarefa mais fácil é aquela
na qual vocês sabem perfeitamente o que deve ser feito e exatamente em que ordem
deve ser feito.

ORGANIZAÇÃO DE UM ARTIGO CIENTÍFICO


Um artigo científico é organizado para preencher as necessidades de uma
publicação válida. Ele é, ou deveria ser, altamente estilizado, com partes componentes
distintas e claramente evidentes. Os rótulos mais comuns das partes componentes, na
ciência básica, são a Introdução, o Método, os Resultados e a Discussão (portanto, o
acrônimo IMRAD). Atualmente, o termo "Materiais e Métodos" pode ser mais comum que
o mais simples "Métodos" (Metodologia), mas foi a última forma que foi fixada no
acrônimo.
Eu ensinei e recomendei a abordagem IMRAD por muitos anos. Até
recentemente, entretanto, tem existido vários sistemas de organização algo diferentes,
que eram preferidos por alguns periódicos e alguns editores. A tendência em direção à
uniformidade aumentou desde que o sistema IMRAD foi prescrito como um padrão pelo
American National Standards Institute, pela primeira vez, em 1972 e, novamente, em
1979 (American National Standards Institute, 1979a). Uma variação recente no IMRAD foi
introduzida pelo Celle vários outros periódicos. Nesta variação, os métodos aparecem por
último, em vez de na segunda posição. Talvez nós poderíamos chamar isto de IRDAM.

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A ordem do IMRAD básico é tão eminentemente lógica que, cada vez mais, ela é
usada por muitos outros tipos de redações descritivas. Se se está escrevendo um artigo
sobre Química, Arqueologia, Economia ou crime nas ruas, o formato IMRAD é geralmente
a melhor escolha.
Isto é normalmente verdade para artigos que descrevem estudos científicos. Há,
claro, exceções. Como exemplo, relatórios de estudos de campo nas Ciências Agrárias e
relatórios de casos clínicos nas Ciências Médicas não se enquadram perfeitamente neste
tipo de organização. Entretanto, mesmo nestes artigos "descritivos", a mesma progressão
lógica do problema à solução é geralmente apropriada.
Ocasionalmente, a organização, mesmo dos artigos de laboratório, deve ser
diferente. Se alguns métodos são usados para atingir diretamente resultados
relacionados, é desejável combinar Materiais, Métodos e Resultados em uma seção
"Experimentação". Raramente, os resultados podem ser tão complexos ou fornecer tais
contrastes que a discussão imediata torne-se necessária e uma combinação de
Resultados e Discussão é então desejável. Além disso, muitos periódicos de publicação
de originais apresentam "Notas" ou "Pequenas Comunicações", nas quais a organização
IMRAD é abreviada.
Vários tipos de organização são usadas nas áreas descritivas da Ciência. Para
determinar como organizar certos artigos e qual padrão geral usar, vocês terão que
consultar as Instruções aos Autores de seu periódico alvo. Se vocês estiverem em dúvida
de qual periódico ou se o periódico publica artigos com tipos muito diferentes, vocês
podem obter informação geral em livros de consulta apropriados. Por exemplo, os vários
tipos principais de artigos médicos são descritos em detalhe por Huth (1990) e os muitos
tipos de artigos e relatórios de engenharia estão delineados por Michaelson (1990).
Resumindo, eu defendo a posição de que a preparação de um artigo científico
tem menos a ver com uma tarefa literária do que com organização. Um artigo científico
não é literatura. O artífice de um artigo científico não é um autor, no sentido literário.
Alguns de meus colegas antiquados acreditam que artigos científicos devam ser
literatura, que o estilo e o talento de um autor devam estar evidentes e que as variações
no estilo aumentam o interesse do leitor. Eu discordo. Eu acredito que os cientista devem,
de fato, estar interessados em ler literatura e talvez, mesmo, em escrever literatura, mas a
comunicação de resultados de pesquisa 6 um procedimento mais prosaico. Como Booth
(1981) colocou, “Grandiloqüência não tem lugar na redação científica".
Hoje, o cientista médio, para manter-se em um campo, precisa examinar os dados
reportados em um grande número de artigos. Conseqüentemente, os

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cientistas (e, claro, os editores) devem procurar um sistema de relato de dados que seja
uniforme, conciso e claramente inteligível.

OUTRAS DEFINIÇÕES
Se o "artigo científico" é o termo empregado para o relatório de pesquisa original,
como poderia isto ser diferenciado de relatórios de pesquisa que não são originais ou que
não são científicos ou de alguma maneira falham em qualificar-se como artigos
científicos? Vários termos específicos são comumente usados: "artigos de revisão",
"relatórios de encontro", "resumo de encontro".
Um artigo de revisão pode rever qualquer coisa, mais tipicamente o trabalho
recente em uma área de assunto definido, ou o trabalho de um indivíduo ou grupo em
particular. Assim, o artigo de revisão é construído para resumir, analisar, avaliar ou
sistematizar informação que já foi publicada (relatórios de pesquisa em periódicos).
Embora muito do ou todo o material de um artigo de revisão já tenha sido previamente
publicado, o espectro de publicação duplicada não aflora, normalmente, porque a
natureza de nova discussão do trabalho de revisão fica usualmente óbvio (geralmente, no
título da publicação, como Microbiology and Molecular Biology Reviews, Annual Review of
Biochemistry, etc). Não se assuma, entretanto, que as revisões não contenham nada de
novo. Dos melhores artigos de revisão surgiram novas sínteses, novas idéias e teorias e,
mesmo, novos paradigmas.
Um relatório de encontro é um artigo publicado em um livro ou periódico, como
parte dos relatórios de um simpósio, de um congresso nacional ou internacional, de um
"workshop" (oficina de aprendizagem), de uma mesa redonda ou assemelhados. Tais
encontros não são normalmente delineados para a apresentação de dados originais e os
relatórios resultantes (em um livro ou periódico) não são qualificados como publicações
originais. Relatórios de encontros são geralmente artigos de revisão, contendo releitura de
trabalho recente de determinados cientistas ou trabalhos atuais de certos laboratórios.
Algo do material relatado em alguns encontros, (especialmente os excitantes), é uma
forma preliminar de reportagem, na qual dados novos, originais, são descritos, geralmente
acompanhados de especulação interessante. Mas, usualmente, estes relatos preliminares
não qualificam, eles nem têm a intenção de qualificar-se, como artigos científicos. Mais
tarde, geralmente muito mais tarde, tal trabalho é validamente publicado em um periódico
de artigos originais; nesta ocasião, os becos sem saída foram resolvidos, todos os
detalhes experimentais essenciais foram descritos (de forma que um pesquisador
competente possa repetir os experimentos) e a especulação prévia amadureceu em
conclusões.

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Conseqüentemente, a vasta literatura referente a encontros que surge na
imprensa, normalmente não é original. Se dados originais são apresentados em tais
contribuições, os dados podem e devem ser publicados (ou republicados) em um
periódico de arquivo (de originais). Por outro lado, a informação pode efetivamente ser
perdida. Se uma publicação em um periódico de originais segue-se à publicação em um
relatório de encontro, podem ocorrer problemas de direitos autorais e de permissão (veja
capítulo 31), mas o problema mais grave da publicação duplicada (duplicata de
publicação de dados originais) normalmente não ocorre e nem deve ocorrer.
Resumos de encontros (meeting abstracts), assim como anais de encontros ou
assemelhados (conference proceeding), são de vários tipos. Conceitualmente, entretanto,
eles são semelhantes a relatórios de encontros, no fato deles poderem conter e
geralmente contêm informação original. Eles não são publicação original, nem tampouco
publicação de um resumo pode ser considerada um impedimento para uma publicação
posterior de um relatório completo.
No passado, houve um pouco de confusão com relação ao típico resumo de um
parágrafo publicado como uma parte do programa ou distribuído durante um encontro
nacional ou um congresso internacional, junto com o programa. Sempre foi entendido que
os artigos apresentados nestes encontros seriam, mais tarde, submetidos para publicação
em periódicos de originais. Mais recentemente, entretanto, tem havido uma tendência a
fazer resumos estendidos (ou "sinopses"). Porque a publicação de todos artigos
completos, apresentados em um grande encontro, como a maioria dos congressos
internacionais, é muito caro, e porque tal publicação ainda não é um substituto para a
publicação válida, oferecida pelo periódico de originais, o movimento no sentido de
ampliar o resumo faz muito sentido. O resumo estendido pode fornecer virtualmente tanta
informação quanto um artigo completo; tudo que lhe falta são os detalhes experimentais.
Entretanto, precisamente porque faltam detalhes experimentais, ele não pode ser
qualificado como um artigo científico.
Aqueles que estão envolvidos com publicação destes materiais deveriam ver a
importância da definição cuidadosa dos diferentes tipos de artigos. Mais e mais
publicadores, organizadores de encontros e cientistas, individualmente, estão começando
a concordar com essas definições básicas e sua aceitação geral irá tornar muito clara a
comunicação da informação científica, lauto a primária quanto a secundária.

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CAPÍTULO 4

Como Preparar o Título

(início de epígrafe) As primeiras impressões são impressões fortes;


um. título deverá, então, ser bem estudado e dar, tanto quanto seus
limites permitirem, uma indicação precisa e concisa do que se segue.
(fim de epígrafe)
T. Clifford Allbutt

IMPORTÂNCIA DO TÍTULO
Ao preparar um título para um artigo, o autor fará bem em recordar um fato
importante: aquele título será lido por milhares de pessoas. Talvez poucas pessoas, se
alguma, irão ler o artigo inteiro, mas muita gente lera o título, tanto no jornal original
quanto em uma das publicações secundárias (resumos e índices). Por isso, todas as
palavras no título devem ser escolhidas com grande cuidado e suas associações umas
com as outras devem ser cuidadosamente manejadas. Talvez, o erro mais comum em
títulos defeituosos, e certamente o mais desastroso em termos de compreensão, é uma
sintaxe (ordem das palavras) defeituosa.
O que é um bom título? Eu defino como o menor número possível de palavras
que descrevem adequadamente o conteúdo do artigo.
Lembrem-se de que os serviços de resumo e de indexação dependem muito da
precisão do título, assim como acontece com muitos sistemas computadorizados
individuais de catalogação de literatura em uso, hoje. Um artigo impropriamente intitulado
pode ser virtualmente perdido e nunca alcançar a clientela pretendida.

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COMPRIMENTO DO TÍTULO
Ocasionalmente, o título é muito pequeno. Um artigo foi submetido ao Journal of
Bacteriology com o título "Studies on Brucella" (Estudos sobre Brucella). Obviamente, um
tal título não ajuda muito o leitor em potencial. O estudo é taxonômico, genético,
bioquímico ou médico? Nós vamos querer, certamente, saber pelo menos isso.
Muito mais comumente, os títulos são muito longos. Ironicamente, títulos longos
geralmente são menos significativos do que os curtos. Há mais ou menos uma geração,
quando a Ciência era menos especializada, os títulos tendiam a ser longos e não
específicos, como "On the addition to the method of microscopic research by a new way of
producing colour-contrast between an object and its background or between definite parts
of the object itself ("Sobre a adição ao método de pesquisa microscópica, através de uma
nova forma de produzir contraste de cor entre um objeto e seu fundo ou entre partes
definidas do objeto em si") (J. Rheinberg, J. R. Microsc. Soe. 1896:313). Isso certamente
parece ser um título pobre; talvez ele pudesse ser um bom resumo.
Indubitavelmente, a maior parte dos títulos excessivamente longos contém
"desperdício" de palavras. Geralmente, as palavras desnecessárias aparecem logo no
início do título, tais como "Estudos sobre", "Investigações sobre" e "Observações sobre".
As palavras Um ou O de abertura são também desnecessárias. Certamente, estas
palavras são inúteis para fins de indexação.

NECESSIDADE DE TÍTULOS ESPECÍFICOS


Analisemos um título simples: "Ação de antibióticos em Bactérias". É um bom
título? Na forma, ele é; é curto e não porta excesso de bagagem (desperdício de
palavras). Certamente, ele não vai melhorar, mudando para "Observações preliminares
sobre o efeito de certos antibióticos sobre várias espécies de bactérias". Entretanto (e isto
me leva a meu próximo ponto), a maioria dos títulos que são muito curtos o são, porque
eles contêm termos gerais e não específicos.
Nós podemos seguramente assumir que o estudo apresentado pelo título acima
não testou o efeito de todos os antibióticos sobre todo tipo de bactéria.
Entretanto o título é essencialmente sem conteúdo. Se somente um ou poucos
antibióticos foram estudados, seria mais fácil listá-los no título. Se somente um ou poucos
organismos foram testados, ele devem ser listados individualmente, no título. Se o
número de antibióticos ou organismos foi muito grande pata ser listado no título, talvez um
nome genérico seria admissível.
Exemplos de títulos mais aceitáveis são:

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"Ação da estreptomicina em Mycobacterium tuberculosis "


"Ação de estreptomicina, neomicina e tetraciclina sobre bactérias Gram-positivas
"
"Ação de antibióticos de largo espectro sobre bactérias que causam patogenia em
plantas"
"Ação de vários antibióticos antifúngicos sobre Cândida albicans e Aspergillus
fumigatus"

Embora estes títulos sejam mais aceitáveis que o simples, eles não são bons o
suficiente, porque são ainda muito gerais. Se o "Ação de" puder ser expresso facilmente,
seu significado deve ficar claro. Por exemplo, o primeiro título acima poderia ser assim
construído: "Inibição do crescimento de Mycobacterium tuberculosis por estreptomicina".
Muito tempo atrás, Leeuwenhoek usou a palavra "animahinculos", uma palavra
descritiva, mas não específica. Howard Raistrick publicou uma importante série de artigos
com o título "Estudos sobre bactérias". Um artigo similar, hoje, teria um título muito mais
específico. Se um estudo focaliza um organismo, o título dará o gênero e a espécie e,
possivelmente, mesmo o número da cepa. Se o estudo focalizar uma enzima em um
organismo, o título não dever se algo como "Enzimas em bactérias". Ele deverá ser
alguma coisa como "Dihidrofolato Redutase produzida por Bacillus subtilis ".

IMPORTÂNCIA DA SINTAXE
Em títulos, seja especialmente cuidadoso com a sintaxe. A maior parte dos erros
gramaticais são devidos a falhas na ordem das palavras.
Um artigo foi encaminhado ao Journal of Bacteriology com o título "Mecanismo de
supressão de pneumonia não-transmissível em rato induzido por Virus da Doença de
Newcastle". A não ser que este autor tenha, de alguma forma, trabalhado em demonstrar
geração espontânea, deve ter sido a pneumonia que foi induzida e não o rato. (O título
seria melhor da seguinte forma: "Mecanismo de supressão de pneumonia não-
transmissível induzida em rato pelo Vírus da Doença de Newcastle".)
Se vocês ainda não acreditarem que bebês resultam de uma visita da cegonha,
eu ofereço este título (Bacteriol. Proc, p. 102, 1968): "Infecções múltiplas entre recém-
nascidos resultantes de implantação com Staphylococcus aureus 502A". (É este o
"Estado-Maior da Vida"?)
Um outro exemplo, encontrei por acaso (Clin. Res. 8:134, 1960): "Primeira
avaliação canina clínica de um novo agente antitumoral, estreptovitacina". Já que aquele
cachorro consegue avaliar estreptovitacina, tenho certo trabalho no qual gostaria que
esse cachorro desse uma olhada.

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Como uma gramática à parte, eu os encorajo a serem cuidadosos quando


empregarem o termo "usando". A palavra "usando" é, acredito, a expressão dúbia mais
comum em redação científica. Ou há alguns cães mais inteligentes, ou o "usando" está
mal empregado nesta sentença de um manuscrito recente: "Usando um broncoscópio de
fibra ótica, cães foram imunizados com glóbulos vermelhos de carneiro".
Os cães não são os únicos animais inteligentes. Um manuscrito foi enviado ao
Journal of Bacteriology sob o título "Isolamento de antígenos de macacos usando técnicas
de fixação de complemento".
Mesmo bactérias são espertas. Um manuscrito foi enviado ao Journal of Clinical
Microbiology com o título "Caracterização de bactérias causadoras de mastite usando
cromatografia líquido-gasosa". Não seria maravilhoso que bactérias pudessem usar GLC?

O TÍTULO COMO UM RÓTULO


O título de um artigo é um rótulo. Ele não é uma sentença. Por que não é uma
sentença, com o arranjo usual, constituído de sujeito, predicado e complementos, ele é
realmente mais simples que uma sentença (ou, pelo menos, geralmente mais curto), mas
a ordem das palavras torna-se ainda mais importante.
Atualmente, uns poucos periódicos permitem que um título seja uma sentença.
Aqui está um exemplo: "OCT-3 é um fator maternal necessário para a primeira divisão
embrionária de camundongos" (Cell 64:1103, 1991). Suponho que esta seja apenas uma
questão de opinião, mas tenho objeções contra tal título, em dois níveis. Primeiro, o verbo
("é") é um desperdício de palavra, no fato dele poder ser perfeitamente retirado sem
afetar a compreensão. Segundo, a inclusão do "é" resulta em um título que agora parece
uma afirmação categórica. Há uma conotação dogmática nele, porque não estamos
acostumados a ver os autores apresentando seus resultados no tempo presente, por
razões que são amplamente discutidas no capítulo 32. Rosner (1990) deu o nome de
"título de sentença afirmativa" ("assertive sentence title - AST") a este tipo de título e
apresentou uma série de razões para que tais títulos não devessem ser usados. Em
particular, ASTs são "impróprios e imprudentes", porque "em alguns casos, o AST
ousadamente estabelece uma conclusão que é então mais brandamente afirmada no
resumo ou em outra parte" e "ASTs trivializain um relatório científico, reduzindo-o a uma
linha".
O significado e a ordem das palavras no título são de importância para o

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leitor em potencial que vê o título na lista de conteúdos do periódico. Estas


considerações, entretanto, são igualmente importantes para todos os usuários potenciais
da literatura, inclusive aqueles (provavelmente a maioria) que tomaram conhecimento do
artigo por meio de fontes secundárias. Assim, o título deveria ser útil como um rótulo que
acompanha o artigo em si e ele também deveria estar numa forma acessível para o
sistema eletrônico de indexação usado pelo Chemical Abstracts, pelo Index Medicus e
outros. Muitos dos serviços de indexação e resumo são conectados a sistemas de
"palavras chaves", gerando tanto entradas por KWIC (key word in context - palavra chave
no contexto), como por KWOC (key word out of context - palavra chave fora do contexto).
Ademais, é fundamentalmente importante que o autor forneça as "chaves" certas para o
artigo, ao rotulá-lo. Isto é, os termos do título devem limitar-se àquelas palavras que
esclarecem o conteúdo significante do artigo, com termos que são inteligíveis e
recuperáveis.
Como uma ajuda aos leitores, "títulos de página" ou "cabeçalhos de página" são
impressos no alto da página. Geralmente, o título do periódico ou livro é dado no alto das
páginas da face esquerda e o título do artigo ou capítulo é dado no alto das páginas da
face direita (como neste livro). Geralmente, uma versão resumida do título é necessária,
por causa das limitações de espaço. (É desejável que o número máximo de caracteres
seja fornecido pelas Instruções aos Autores do periódico.) É sensato sugerir um título de
página do manuscrito que seja apropriado.

ABREVIAÇÕES E JARGÕES

Os títulos nunca devem conter abreviações, fórmulas químicas, nomes próprios


(em detrimento dos genéricos), jargões e assemelhados. Ao delinear o título, o autor deve
perguntar: "Como eu olho para esta espécie de informação num índex?" Se o artigo
refere-se ao efeito do ácido clorídrico, o título deve incluir as palavras "ácido clorídrico" ou
o muito mais curto e perfeitamente reconhecível HO?" Eu acredito que a resposta é obvia.
Muitos de nós procuraria por "ácido" em um índice, não em "hc". Além do mais, se alguns
autores usam (e o periódico permite) HC1 e outros usam ácido clorídrico, o usuário dos
serviços bibliográficos poderia localizar somente parte da literatura publicada, nada mais
que referências adicionais são listadas, abreviadamente, abaixo de outra entrada. Na
verdade, os maiores serviços secundários têm programas de computadores que são
capazes de juntar entradas tais como ácido desoxirribonucléico, DNA e mesmo ADN.
Entretanto, até segunda ordem, a regra para os autores (e editores) é evitar abreviações
nos títulos. E a

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mesma regra aplicar-se-á a nomes próprios, jargões ou terminologia incomum ou


ultrapassada.

TÍTULOS EM SÉRIE
A maior parte dos editores com quem falei são contra os arranjos com título-
subtítulo e vinculação entre títulos. O principal arranjo título-subtítulo (títulos em série) era
extremamente comum alguns anos atrás. (Exemplo: "Estudos sobre bactérias: IV. Parede
celular de Staphylococcus aureus"). Atualmente, muitos editores acreditam que é
importante, especialmente para o leitor, que cada artigo publicado "deva apresentar os
resultados de um estudo corrente, independente; assim, títulos de séries numeradas não
são permitidos" ("Instruções aos Autores", Journal of Bacteriology). Artigos em série, no
passado, tinham a tendência a relacionar-se uns com o outros muito de perto, dando
somente partes dos resultados; assim, o leitor ficava em séria dificuldade, a não ser que
toda a série pudesse ser lida de forma consecutiva. O sistema em série era sobretudo
aborrecido para os editores, porque provocava problemas e atrasos. (O que aconteceria,
quando o número IV era aceito, mas o III era rejeitado ou suspenso na revisão?)
Objeções adicionais são que títulos em série geralmente fornecem considerável
redundância; a primeira parte (antes do número romano) é usualmente tão geral, que não
é útil, e os resultados, quando os serviços secundários usam um índice KWIC, ficam
quase inteligíveis, tornando impossível reconstruir tais títulos duplos. (Títulos colocados
como questões também se tornam inteligíveis e, em meu ponto de vista, títulos
interrogativos não devem ser usados).
Títulos vinculados (assim como um título em série, exceto aquele onde dois
pontos substituem o número romano) é consideravelmente melhor, evitando alguns dos
problemas mencionados acima, mas não, certamente, a peculiaridade que resulta da
indexação KWIC. Infelizmente, um periódico científico conceituado, Science, é o
proponente do título vinculado, presumivelmente por considerar importante obter as
palavras mais importantes do título na frente. (Exemplo: "A estrutura do canal de
Potássio: Base molecular do transporte e seletividade de K+- Science 280:69, 1998).
Ocasionalmente, títulos vinculados podem ser um acréscimo para o leitor, mas em minha
opinião, eles parecem pedantes, geralmente colocam a ênfase num termo geral, em vez
de em um termo mais significante, necessitam de pontuação, índices escalonados e, em
geral, resultam em títulos pobres.
O uso de um título direto não torna menor a necessidade da sintaxe própria ou a
forma própria de cada palavra no título. Por exemplo, um título em que se lê "Novo padrão
de cor para a Biologia" parece indicar o desenvolvi-

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mento de especificações de cor para uso em descrever espécimes de plantas e animais.


Entretanto, no título "Novo padrão de cor para Biólogos (BioScience 27:762, 1977), o
novo padrão pode ser usado para estudo da taxonomia de biólogos, permitindo-nos
separar os biólogos verdes dos azuis.
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CAPÍTULO 5

Como Listar Autores e Endereços

(início de epígrafe) Alguns deveriam defender o ponto de vista de que


pesquisadores devem ter responsabilidade pelos artigos em que
constam seu nome. O chefe de um laboratório que coloca o nome de
alguém num artigo, sem que este tenha tido envolvimento ou
supervisão direta sobre o mesmo, está incontestavelmente abusando
do sistema de crédito. Houve ocasiões em que cientistas renomados
puseram seu nome, de forma irresponsável, em um artigo que foi
descartado por conter erros sérios ou fraudes. Corretamente, alguns
deles pagaram um alto preço. (fim de epígrafe)

Editorial, Nature, p.831, 26 de junho de 1997

A ORDEM DOS NOMES


"Se vocês tiverem co-autores, problemas com relação à autoria podem surgir, do
trivial ao catastrófico"(O'Connor, 1991).
A parte mais fácil do preparo de um artigo científico é simplesmente o início da
seção de autoria: os autores e os endereços. Às vezes.
Eu ainda não ouvi falar de uma dupla que lutou por causa da ordem de listagem
dos autores, mas eu sei de situações nas quais colegas razoáveis, racionais em outras
situações, ficaram inimigos implacáveis somente porque eles não conseguiram chegar a
um acordo quanto aos nomes de quem deveria ser colocados ou em que ordem.
Qual é a ordem correta? Infelizmente, não há regras comuns ou convenções
aceitas de forma geral. Alguns autores, talvez para evitar discussões entre eles,
concordam em listar seus nomes em ordem alfabética. No campo

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da Matemática, esta prática parece ser universal. Tal sistema simples, ordenado de forma
não significante, tem muito a recomendá-lo, mas o sistema alfabético ainda não se tornou
comum, especialmente nos Estados Unidos.
No passado, houve uma tendência a listar o chefe de laboratório como um autor,
quer ele tenha participado ativamente na pesquisa ou não. Geralmente o "cabeça" era
listado por último (segundo de dois autores, terceiro de três etc). Como resultado, a
posição terminal passou a dar prestígio. Assim, dois autores, dos quais nenhum era chefe
de laboratório ou necessariamente professor mais titulado, competiam pelo segundo
lugar. Se havia três ou mais autores, o autor "importante" iria querer a primeira ou a última
posição, mas nunca a do meio.
Uma tendência conciliadora e mais moderna tem sido definir o primeiro autor
como o autor principal e pai original do trabalho que está sendo relatado. Mesmo quando
o primeiro autor é um estudante de pós-graduação e o segundo (terceiro, quarto) autor é
o chefe do laboratório, talvez até um ganhador do Prêmio Nobel, hoje é aceita a forma
que se refere ao primeiro autor como o "autor principal" e que assume que ele ou ela fez a
maior parte da pesquisa.
A tendência dos diretores de laboratório em insistir em ter seus próprios nomes
em todos os artigos publicados a partir de seus laboratórios ainda é de nosso convívio.
Também é o caso da tendência de usar a abordagem "lista de lavanderia", nomeando
como autor praticamente todo mundo do laboratório, incluindo técnicos que devem ter
limpo a vidraria depois que os experimentos acabaram. Além disso, a tendência de
realizar pesquisa em colaboração está seguramente aumentando. Assim, o número médio
de autores está em crescimento.

DEFINIÇÃO DE AUTORIA
Talvez possamos agora definir a autoria, considerando que a lista de autores
inclui aqueles, e apenas aqueles, que ativamente contribuíram para o planejamento total e
execução dos experimentos. Além do mais, os autores deveriam ser normalmente listados
em ordem de importância para os experimentos, o primeiro autor sendo conhecido como
autor principal, o segundo autor sendo o associado mais importante, o terceiro autor
possivelmente sendo equivalente ao segundo, mas tendo, supostamente, menos
envolvimento com o trabalho relatado. Colegas ou supervisores não devem solicitar que
seus nomes estejam nos manuscritos nem permitir que seus nomes sejam postos em
manuscritos que relatam pesquisa com as quais eles mesmos não tenham

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estado intimamente envolvidos. O autor de um artigo deve ser definido como aquele que
assume a responsabilidade intelectual pela pesquisa que está sendo relatada, Entretanto,
esta definição deve ser atenuada pela consciência de que a Ciência moderna, em muitos
campos, é colaborativa e multidisciplinar. Pode ser fora da realidade assumir que todos os
autores possam defendei' Iodos os aspectos de um artigo escrito por colaboradores de
uma variedade de disciplinas. Mesmo assim, cada autor deve ter completa
responsabilidade por sua escolha de parceiros.
Admitamos, a resolução desta questão não é sempre fácil. É geralmente
incrivelmente difícil analisar a contribuição intelectual em um artigo. Certamente, aqueles
que trabalharam juntos intensivamente por meses ou anos, em um problema de pesquisa,
podem ter dificuldade em lembrar quem fez a concepção original da pesquisa ou qual
idéia brilhante foi a chave do sucesso do experimento. O que estes colegas fazem
quando, de repente, tudo fica claro, como resultado da busca pelo tradicional "gaiato do
laboratório ao lado" que nunca teve nada a ver com a pesquisa?
Cada autor listado deve ter feito uma contribuição importante ao estudo que está
sendo relatado; "importante", no que se refere àqueles aspectos do estudo que produzem
informação nova, o conceito que define um artigo original.
A seqüência de autores em um artigo publicado deve ser decidida,
unanimemente, antes que a pesquisa comece. Uma mudança pode ser necessária
posteriormente, dependendo do rumo que a pesquisa tome, mas é tolo deixar esta
importante questão de autoria para ser verificada no final do processo de pesquisa.
Ocasionalmente, eu vi 10 ou mais autores listados no cabeçalho de um artigo (às
vezes só uma nota). Por exemplo, um artigo de F. Bulos et al. (Phys. Rev. Letters 73:486,
1964) tinha 27 autores e somente 12 parágrafos. Tais artigos freqüentemente vêm de um
laboratório que é tão pequeno que 10 pessoas não podem ficar dentro do laboratório, ao
mesmo tempo; deixar o outro sozinho é uma contribuição significante ao experimento.
O que conta na tendência a listar um grande número de autores? Deve haver
várias razões, mas a principal, sem dúvida, relaciona-se à síndrome de publicar ou morrer
Alguns pesquisadores adulam ou bajulam seus colegas tão efetivamente que- eles se
tornam autores da maioria ou de todos os artigos que são produzidos em seu laboratório.
Sua produtividade em pesquisa deve ser, de fato escassa, mas no final do ano, sua lista
de publicações é realmente extensa. Em algumas instituições, tais listas inchadas podem
resultar em promoção, Apesar disso, a prática não é recomendada. Talvez alguns
administradores

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sejam leitos de bobo e vantagens momentâneas são ás vezes obtidas por esses
folgados. Suponho, entretanto, que bons cientistas não permitem n diluição de seu próprio
trabalho, adicionando o nome de outras pessoas pelas suas minúsculas contribuições,
nem eles querem seus próprios nomes manchados pela adição dos nomes de todo um
rebanho de pesos-leves.
Em resumo, o artigo científico deve listar como autores aqueles que contribuíram
substancialmente para o trabalho. O efeito de diluição da abordagem multiautoral afeta os
verdadeiros investigadores. (E, falando como um chefe de edição no passado, é
importante acrescentar que esta prática repreensível leva a pesadelos bibliográficos para
todos nós envolvidos com o uso e o controle da literatura científica). Uma discussão
ampla foi publicada sobre "Diretrizes para autoria em artigos médicos", por Huth (1986).

DEFININDO A ORDEM: UM EXEMPLO


Talvez, o seguinte exemplo auxilie no esclarecimento do nível de envolvimento
conceituai ou técnico que definirá a autoria.
Suponha que o cientista A delineie uma série de experimentos que podem
resultar em um importante conhecimento novo e então o cientista A explica ao técnico B
exatamente como realizar os experimentos. Se os experimentos dão certo e resultam em
uma publicação, o cientista A será o único autor, mesmo que o técnico B tenha feito todo
o trabalho. (Claro, a assistência do técnico B deve ser reconhecida nos Agradecimentos.)
Agora, suponhamos que os experimentos acima não tenham dado certo. O
técnico B leva os resultados negativos ao cientista A e diz algo como, "Acredito que
poderemos conseguir que esta maldita linhagem (de bactérias) cresça se mudarmos a
temperatura de incubação de 24 para 37"C e se adicionarmos albumina sérica ao meio".
O cientista A concorda com uma experimentação e os experimentos, desta vez, atingem
os resultados esperados e surge uma publicação. Neste caso, o cientista A e o técnico B,
nesta ordem, devem ser ambos listados como autores.
Tomemos este exemplo um passo depois. Suponha que os experimentos a 37°C
e com albumina sérica funcionem, mas o cientista A perceba que há, agora, uma evidente
contradição, isto é, o crescimento nestas condições sugere que o organismo testado é um
patógeno, enquanto que a literatura precedente indicava que o organismo era não-
patogênico. O cientista A. agora, pede ao cientista C, um especialista em microbiologia de
patógenos, para testar este organismo quanto à sua patogenicidade. O cientista C realiza
um teste rápido, injetando a substância-problema em um camundongo de labo-

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ratório, num procedimento padrão que qualquer médico microbiologista usaria e confirma
a patogenicidade. Alguma sentenças importantes são então adicionadas ao manuscrito e
o artigo é publicado. O cientista A e o técnico B são listados como autores; a assistência
do cientista C é noticiada em Agradecimentos.
Suponhamos, entretanto, que o cientista C fique interessado nesta linhagem
peculiar e prossiga, realizando uma série de experimentos bem planejados que levam à
conclusão de que esta linhagem particular não é apenas patogênica para o camundongo,
mas é a responsável por certas infecções humanas raras, cujas causas foram tão
longamente procuradas. Assim, os dois novos conjuntos de dados são adicionados ao
manuscrito e os Resultados e a Discussão são reescritos. O artigo é então publicado,
listando o cientista A, o técnico B e o cientista C como autores. (Pode ocorrer de se listar
o cientista C como segundo autor).

FORMA PRÓPRIA E CONSISTENTE


Para designar o nomes dos autores, a forma preferida é, normalmente, o primeiro
nome, inicial mediana e último nome. Se um autor usa apenas iniciais, o que se tornou
uma tendência lamentável na Ciência, a literatura científica pode ficar confusa. Se há
duas pessoas chamadas Jonatham B. Jones, os serviços de literatura podem
provavelmente citá-los um em seguida do outro (pelos endereços). Se, entretanto dúzias
de pessoas publicarem com o nome J.B. Jones, (especialmente se, por acaso, alguns
deles usarem Jonathan B. Jones), os serviços de recuperação têm pouca possibilidade de
manter as coisas claras e organizadas. Alguns cientistas resistem à tentativa de mudar
seus nomes (depois do casamento, por questões religiosas ou por ordem judicial),
sabendo que seus trabalhos de publicação serão separados.
Em vez do primeiro nome, inicial mediana e último nome, não seria melhor
colocar o nome do meio inteiro? Não. Novamente, devemos ter em mente que a literatura
de recuperação é um processo computadorizado (e que os computadores podem ser
facilmente confundidos). Um autor com prenomes (por exemplo Robert Jones) poderia
tentar colocar seu nome mediano, pensando que Robert Smith Jones é mais fácil de
distinguir que Robert S. Jones. Entretanto, o nome duplo resultante é um problema. O
computador deve indexar o autor como "Jones" ou como "Smith Jones"? Porque nomes
duplos, com ou sem hífen, são comuns, especialmente na Inglaterra e na América Latina,
este problema não é fácil para os computadores (ou para seus programadores).
Além do mais, muitos catálogos de bibliotecas e sistemas de recupera-

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ção de literatura computadorizados são baseados no princípio da truncagem. Assim, não


é necessário entrar, como chave, com um longo título ou um nome completo: economiza-
se tempo, encurtando (truncando) a entrada. Mas, se indicamos "Day, R. A", por exemplo,
aparecerá na tela todas as Racheis Days, os Ralphs Days, os Raymonds Days etc, mas
nenhum Robert A. Day. Portanto, o uso de iniciais, mais que os prenomes, podem causar
problema.
Em geral, periódicos científicos não publicam graus ou títulos após os nomes dos
autores. Todos nós sabemos o que quer dizer "B. S." (Bachelor of Science - Bacharel em
Ciências), "M. S. "(Master of Science - Mestre em Ciências), "Ph. D." (Doctor of
Philosophy - Doutor em Filosofia), "M. D. "(Doctor of Medicine - Doutor em Medicina) (* -
Nota de rodapé). Entretanto, muitos periódicos médicos dão graus após os nomes. Os
títulos também são freqüentemente listados em periódicos médicos, tanto depois dos
nomes e graus ou em notas de rodapé na página frontal. Mesmo em periódicos médicos,
entretanto, graus ou títulos (Dr., por exemplo) não são colocados nas Referências
Bibliográficas. Os colaboradores devem consultar as "Instruções aos Autores" do
periódico ou uma matéria recente relacionada ao uso preferencial.
Se um periódico permite tanto graus como títulos, talvez um pouco de
propaganda deveria ser também recomendada, como sugerido pelo terrível Leo
Rosten(1968):

Dr. Joseph Kipnis - Psiquiatra


Dr. Eli Lowitz – Proctologista
Especialistas em Loucos e Extremidades (** - Nota de rodapé)

Drs. M. J. Korblum e Albert Steinkoff,


Obstetras com Serviço 24 Horas... Entregamos em casa.
LISTANDO OS ENDEREÇOS
As regras para listar os endereços são simples, mas geralmente não obedecidas.
Como resultado disso, os autores não podem sempre ser encontrados pelos endereços.
Com mais freqüência, entretanto, é o estilo do periódico que cria confusão, mais do que a
não obediência às regras ou omissão do autor.
Com um autor, é dado um endereço (o nome e endereço do laboratório no qual o
trabalho foi feito). Se, depois da publicação, o autor mudou-se para um

Notas de rodapé:
* - NT: Aqui, o autor faz uma série de brincadeiras, dando significados diferentes a estas
siglas consagradas, usando palavras que só têm sentido se colocadas na língua inglesa.
** - NT: Odds and Ends, em inglês.

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endereço diferente, o novo endereço deve ser indicado em uma nota de rodapé como
"Endereço Atual".
Quando dois ou mais autores são listados, cada um em uma instituição diferente,
os endereços devem ser listados na mesma ordem dos autores.
O problema mais crucial aparece quando um artigo é publicado por, digamos, três
autores de duas instituições. Em tais situações, cada nome e endereço de autor deve ter
o acréscimo de uma designação tal como os expoentes a, b ou c depois do nome do autor
e antes (ou depois) do endereço apropriado.
Esta convenção é freqüentemente útil para os leitores que podem querer saber se
R. Jones está em Yale ou em Harvard. A identificação clara dos autores e dos endereços
é também de prima importância para vários dos serviços secundários. Para estes serviços
funcionarem apropriadamente, eles necessitam saber se o artigo publicado por J. Jones é
de autoria do J. Jones do Estado de Iowa ou pelo J. Jones da Cornell ou do J. Jones da
Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Apenas quando os autores podem ser
adequadamente identificados, suas publicações podem ser agrupadas em índices de
citação.

PROPÓSITOS
Lembrem-se de que um endereço serve a dois propósitos. Ele serve para
identificar o autor; ele também fornece (ou deveria fornecer) o endereço postal do autor. O
endereço postal é necessário por muitas razões, a mais comum é deixar claro a fonte de
separatas. Embora isto não seja necessário, via de regra, ao fornecer as ruas dos
endereços da maioria das instituições, é imprescindível, atualmente, fornecer o código
postal.
Alguns periódicos usam asteriscos, notas de rodapé ou os Agradecimentos para
indicar "a pessoa a quem perguntas relativas ao artigo devam ser endereçadas". Os
autores deveriam estar atentos à orientação do periódico a este respeito e eles deveriam
decidir previamente quem comprará e distribuirá as separatas e a partir de que endereço
(uma vez que normalmente é a instituição que compra as separatas, não o indivíduo).
A não ser que um cientista deseje publicar anonimamente (ou o mais perto disso
possível), um nome completo e um endereço completo devem ser considerados
obrigatórios.

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CAPÍTULO 6
Como Preparar o Resumo

(início de epígrafe) Tenho a forte impressão de que comunicação


científica tem sido seriamente encoberta por resumos
qualitativamente pobres, escritos em enigmáticos jargões do tipo
mambo-jambo. (fim de epígrafe)
Sheila M. McNab

DEFINIÇÃO
Um resumo deve ser visto como uma mini-versão do artigo. O Resumo deve
fornecer um breve sumário de cada uma das principais seções do artigo: Introdução,
Materiais e Métodos, Resultados e Discussão. Como Houghton (1975) colocou, "Um
resumo pode ser definido como o sumário da informação em um documento".
"Um resumo bem preparado permite aos leitores identificar o conteúdo básico de
um documento de forma rápida e acurada, determinar sua relevância com relação a seu
interesse e, assim, decidir se é necessário ler o documento em sua integridade"
(American National Standards Institute, 1979b). O Resumo não deve exceder 250
palavras e deve ser destinado a definir claramente a que se refere o artigo. O Resumo
deve ser redigido como um único parágrafo. (Alguns periódicos médicos agora redigem
resumos "estruturados", constituídos de alguns parágrafos breves). Muitas pessoas lerão
o Resumo, tanto nos periódicos originais quanto em Biological Abstracts, Chemical
Abstracts ou em uma das outras publicações secundárias (mesmo na edição de
impressão ou em buscas "online", em computadores).

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O Resumo deve: (1) estabelecer os principais objetivos e o escopo da pesquisa,


(2) descrever os métodos empregados, (3) resumir os resultados e (4) estabelecer as
principais conclusões. A importância das conclusões é indicada pelo fato de que elas
geralmente são escritas três vezes: primeiramente, no Resumo, novamente, na
Introdução e, de novo, (com mais detalhes, provavelmente) na Discussão.
A maioria ou todos os Resumos deve ser escrita no tempo passado, porque
refere-se ao trabalho feito.
O Resumo não deve nunca dar qualquer informação ou conclusão que não esteja
colocada no artigo. Referências à literatura não devem ser citadas no Resumo (exceto em
raras situações, como uma modificação de um método previamente publicado).

TIPOS DE RESUMO
As regras acima aplicam-se aos resumos usados em periódicos de originais e, em
geral, sem alterações, nos serviços secundários (Chemical Abstracts, etc). Este tipo de
resumo é freqüentemente conhecido como resumo informativo e é planejado para
condensar o artigo. Ele pode e deve estabelecer de forma breve o problema, o método
usado para estudar o problema e os principais dados e conclusões. Muitas vezes, o
resumo suplanta a necessidade de ler todo o artigo; sem tais resumos, os cientistas não
seriam capazes de manter-se em áreas de pesquisa que evoluem rapidamente. Este é o
tipo de resumo que é usado como um "cabeçalho", na maioria dos periódicos.
Um outro tipo comum de resumo é o resumo indicativo (algumas vezes chamado
de resumo descritivo). Este tipo de resumo é feito para indicar os assuntos contidos em
um artigo, tornando mais fácil, para o leitor em potencial, decidir se lê o artigo. Entretanto,
por causa de sua natureza mais descritiva do que conteudista, ele raramente serve como
um substituto para o artigo completo. Assim, resumos indicativos não devem ser usados
como resumos de cabeçalho em artigos de pesquisa, mas eles podem ser usados em
outros tipos de publicações (artigos de revisão, relatórios de encontros, literatura de
relatórios governamentais etc); tais resumos indicativos são freqüentemente de grande
valor para arquivos de referências bibliográficas.
Uma discussão efetiva sobre os vários usos e tipos de resumo foi feita por McGirr
(1973), cujas conclusões valem a pena ser repetidas: "Quando se escreve o resumo,
lembrem-se de que ele será publicado por si só e deve ter conteúdo em si próprio. Isto
quer dizer que ele não deve conter nem bibliografia, nem figura ou referências... A
linguagem deve ser familiar ao leitor em

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potencial. Omita abreviações obscuras e siglas. Escreva o artigo antes de escrever o


resumo, sempre que for possível".
A não ser que um termo longo seja usado várias vezes no resumo, não abreviem
termos. Esperem e introduzam a abreviação apropriada, quando for usada a primeira vez
no texto (provavelmente na Introdução).

ECONOMIA DE PALAVRAS
Ocasionalmente, um cientista omite algo importante no Resumo. Geralmente, a
falha mais comum, entretanto, é a inclusão de detalhes estranhos.
Eu uma vez ouvi falar de um cientista que teve uma teoria terrivelmente
complicada sobre a relação entre matéria e energia. Então, ele escreveu um artigo
terrivelmente complicado. Entretanto, o cientista, conhecendo as limitações dos editores,
percebeu que o Resumo de seu artigo deveria ser pequeno e simples, já que era para o
artigo ser julgado aceitável. Então, ele gastou horas e horas afiando seu Resumo. Ele
eliminou palavra após palavra até, que, finalmente, todos a verborréia fosse eliminada. O
que ele deixou foi o Resumo mais curto jamais escrito: "E = mc ao quadrado”.
Hoje, muitos periódicos imprimem um Resumo de cabeçalho com cada artigo. Ele
é geralmente impresso (e deveria ser feito) como um parágrafo simples. Pelo fato do
Resumo preceder o artigo em si e porque os editores e revisores gostam de um pouco de
orientação, o Resumo é quase universalmente a primeira parte do manuscrito lido durante
o processo de revisão. Por isso, é de fundamental importância que o Resumo deva ser
escrito de forma clara e simples. Se vocês não conseguirem atrair o interesse do revisor
em seu Resumo, sua causa pode estar perdida. Muito freqüentemente, o revisor pode
estar perigosamente perto de um julgamento final de seu manuscrito depois de ler apenas
o Resumo. Isto poderia acontecer, porque o revisor teve a atenção pouco atraída
(geralmente é o caso). Entretanto, se, por definição, o Resumo for simplesmente uma
pequena versão de todo o artigo, é lógico que o revisor atingirá com ele, geralmente, uma
conclusão preliminar e esta conclusão estará próxima de ser a correta. Com freqüência,
um bom Resumo é seguido por um bom artigo; um Resumo pobre é anunciador do que
está por vir.
Pelo fato de um Resumo de cabeçalho ser solicitado pela maioria dos periódicos
e porque um Resumo para reuniões é um requisito para participação em inúmeros
grandes encontros nacionais e internacionais (participação, às vezes, determinada com
base no resumo apresentado), os cientistas deveriam assenhorar-se dos fundamentos da
preparação de um Resumo.

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Quando escreverem o Resumo, examinem cada palavra cuidadosamente. Se


vocês puderem contar suas histórias em 100 palavras, não usem 200. Econômica e
cientificamente, não tem sentido desperdiçar palavras. O conjunto total da comunicação
pode conter somente muito abuso verbal. De maior importância para vocês é o uso da
clareza, palavras significantes impressionarão os editores e revisores (para não
mencionar os leitores), enquanto que o uso de construções verbosas, confusas,
provavelmente tende a ser rejeitado durante a revisão.
Em curso sobre redação científica, eu às vezes conto uma história para colocar a
essência de uma boa redação do Resumo. Eu peço a meus alunos para retirar somente
os pontos "chaves" na história, o que, claro, é a chave para escrever um bom resumo.
A história é a seguinte: uma noite, uma orquestra sinfônica foi escalada para tocar
a famosa Nona Sinfonia de Beethoven. Antes da apresentação, os músicos que tocam a
viola medieval estavam batendo papo entre eles e um dos músicos lembrou aos outros
que havia um longo intervalo, para os que tocam viola medieval, na parte final da Nona de
Beethoven. Um deles disse: "Hoje à noite, em vez de ficarmos sentados no palco,
olhando sem falar nada lodo o tempo, por que não rastejamos pelo palco, saímos pela
porta traseira, vamos ao bar do outro lado da rua e relaxamos um pouco? Todos
concordaram. Aquela noite, quando o "tal intervalo" chegou, eles realmente rastejaram
pelo palco, foram ao bar e voltaram depois de dois uísques duplos cada. Um músico
disse, "Bem, chegamos em tempo para o final". Em seguida, um outro músico replicou:
"Não se preocupe. Depois que decidimos fazer isto, eu fui ao estrado do maestro e, no
ponto onde estão as nossas partes finais, eu dei várias voltas de barbante em torno de
sua partitura. Isto fará com que ele leve alguns minutos para desatar aqueles nós. Vamos
tomar outra". E eles foram.
Neste momento, eu disse aos estudantes, "Agora, esta história chegou a um
ponto muito dramático. Se vocês retirarem o essencial, como deveriam fazer num bom
resumo, aqui está o que vão obter: É o final da Nona, a partitura está atada e os músicos
estão chumbados".

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CAPÍTULO 7

Como Escrever a Introdução

(início de epígrafe) Um mal começo faz um mal final. (fim de epígrafe)


Eurípedes

REGRAS SUGERIDAS

Agora que temos as questões preliminares fora do caminho, chegamos ao artigo


em si. Devo mencionar que alguns escritores experimentados preparam seu título e seu
Resumo depois que o artigo foi escrito, embora, pela localização, estes elementos
venham antes. Vocês devem, entretanto, ler em mente (se não por escrito) um título
provisório e um esboço do artigo que vocês se propõem a escrever. Vocês devem
também considerar o nível dos leitores para o qual estão escrevendo, de forma que vocês
tenham uma base para determinar que termos e procedimentos precisam de definição ou
descrição e quais não. Se vocês não tiverem um objetivo claro, poderão atirar para todo
lado.
É uma boa orientação começar a escrever o artigo enquanto o trabalho ainda
estiver em andamento. Isto torna a redação do mesmo mais fácil, porque tudo está fresco
em suas mentes. Além do mais, o processo de escrita, em si, aponta as inconsistências
nos resultados ou talvez sugira interessantes linhas paralelas que possam ser seguidas.
Então, comecem a escrever enquanto o aparato experimental e os materiais ainda estão
disponíveis. Se vocês tiverem co-autores, é conveniente escrever o trabalho enquanto
eles estão ainda disponíveis para consulta.
A primeira seção do próprio texto, claro, é a Introdução. O propósito da Introdução
deve ser suprir informação básica suficiente para permitir ao leitor

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compreende e avaliar os resultados do presente estudo, sem necessidade de referir-se a


publicações prévias sobre o tópico. A Introdução deve também estabelecer a relevância
do presente estudo. Acima de tudo, vocês devem deixar claro, de forma breve e clara, o
propósito de escrever este artigo. Escolham cuidadosamente as referências bibliográficas,
a fim de fornecerem a informação prévia mais importante. A maior parte da Introdução
deve ser escrita no tempo presente, porque vocês estão se referindo principalmente ao
seu problema e ao conhecimento estabelecido antes do início de seu trabalho, que com
ele se relaciona.
As regras sugeridas para uma boa Introdução são as seguintes: (1) A Introdução
deve ter presente, em primeiro lugar, com a maior clareza possível, a natureza do assunto
que o problema investiga. (2) Ela deve rever a literatura necessária para a orientação do
leitor. (3) Ela deve estabelecer o método de investigação. Se necessário, as razões para a
escolha de um método em particular devem ser acrescentadas. (4) Devem-se estabelecer
os principais resultados da investigação. (5) Ela deve conter a(s) principal(is)
conclusão(ões) sugeridas pelos resultados. Não deixem o leitor em suspense; permitam-
lhe seguir o desenvolvimento da evidência. Um final surpresa, do tipo dos de O. Henry,
pode resultar em boa literatura, mas ele dificilmente atinge os moldes do método
científico.
Permitam-me estender-me no último ponto. Muitos autores, especialmente os
iniciantes, cometem o erro (e é um erro) de esconder suas descobertas mais importantes
até o final do artigo. Em casos extremos, os autores omitem, às vezes, importantes
descobertas no Resumo, presumivelmente na esperança de fazer suspense enquanto
prosseguem para um clímax bem concebido e dramático. Entretanto, este é uma
pegadinha tola que, entre os cientistas experimentados, vale como um duplo negativo
numa gincana de gramática. Basicamente, o problema com os finais surpresas é que os
leitores ficam entediados e param de ler antes de chegar ao ponto crucial. "Ler um artigo
científico não é a mesma coisa que ler uma história de investigação policial. Queremos
saber, desde o começo, que o mordomo é o culpado" (Ratnoíf, 1981).

RAZÕES PARA AS REGRAS


As primeiras três regras para uma boa Introdução não precisam de maior
ampliação, sendo razoavelmente bem aceitas pela maioria dos escritores-cientistas,
mesmo os iniciantes. E importante manter em mente, entretanto, que o propósito da
Introdução é introduzir (o artigo). Assim, a primeira re-

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gra (definição do problema) é a mais importante. E, obviamente, se o problema não é


colocado de uma forma razoável, inteligível, os leitores não terão interesse em nossas
soluções. Mesmo que o leitor trabalhe com todo o artigo, o que não parece provável, se
vocês não apresentarem o problema de uma forma significante, ele ou ela não ficarão
impressionados com o brilhantismo de suas soluções. Em um certo sentido, um artigo
científico é como outros tipos de jornalismo. Na Introdução, vocês devem ter um certo
"gancho" para ganhar a atenção dos leitores. Por que escolheram aquele assunto e por
que ele é importante!
As segunda e terceira regras reportam-se à primeira. A revisão da literatura e
escolha de um método devem ser apresentadas de tal forma que o leitor irá entender qual
era o problema e como vocês tentaram solucioná-lo.
Estas três regras, então, naturalmente levam à quarta, a colocação dos principais
resultados e conclusões, que devem ser a pedra fundamental da Introdução. Este
caminho do problema para a solução é tão importante que um pouco de redundância com
o Resumo é geralmente desejável.

CITAÇÕES E ABREVIAÇÕES
Se vocês já publicaram uma nota preliminar ou resumo do trabalho, devem
mencioná-lo (com citação) na Introdução. Se artigos muito relacionados foram ou estão
para serem publicados em outro lugar, vocês devem dizê-lo na Introdução,
costumeiramente no ou próximo ao final. Tais referências dão clareza e nitidez à literatura
para aqueles que precisam encontrá-la.
Em adição às regras acima, não esqueçam que seus artigos podem bem ser lidos
por pessoas fora de suas especialidades restritas. Além do mais, a Introdução é o local
apropriado para definir termos especializados ou abreviações que vocês pretendem usar.
Deixem-me colocar isto no contexto, citando uma sentença de uma carta de reclamação
que eu uma vez recebi. A reclamação referia-se a um anúncio que havia aparecido no
Journal of Virology durante minha gestão como Editor-chefe. A seção de avisos anunciou
uma vaga para um virologista no National Institute of Health (NIH) e concluiu com a
afirmação "Um empregador imparcial, M&F". A carta sugeriu que "a designação 'M&F'
poderia ser que o NHI é muscular e aparelhado (fit), musical e flatulento, hermafrodita
(masculino e feminino) ou deseja um candidato maduro (mature applicant) em seus
cinqüenta anos (fifties)".

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CAPÍTULO 8

Como Escrever a Seção de Materiais e Métodos

(início de epígrafe) A maior invenção do século dezenove foi a


invenção do método de invenção. (fim de epígrafe)
A. N. Whitehead

PROPÓSITO DA SEÇÃO
Na primeira parte do artigo, a Introdução, vocês estabeleceram (ou deveriam tê-lo
feito) a metodologia empregada no estudo. Se necessário, também defenderam a razão
de terem escolhido um método em particular em detrimento de outros métodos
pertinentes.
Agora, em Materiais e Métodos, vocês devem dar todos os detalhes. A maior
parte desta seção deve ser escrita no tempo passado. A principal finalidade da seção de
Materiais e Métodos é descrever (e, se for necessário, defender) o delineamento
experimental e então fornecer detalhes suficientes, de forma que um pesquisador
competente possa repetir o experimento. Muitos (provavelmente a maioria) dos leitores de
seus artigos pularão esta seção, porque eles já conhecem (da Introdução) os métodos
gerais que vocês usaram e eles provavelmente não têm interesse nos detalhes
experimentais. Entretanto, uma redação cuidadosa desta seção é altamente importante,
porque a pedra de toque do método científico é que seus resultados, para que tenham
mérito científico, devam ser reproduzíveis; e, para que os resultados sejam julgados
reproduzíveis, vocês elevem fornecer a base para a repetição dos experimentos por
outrem. Que estes experimentos não serão provavelmente reproduzidos está fora de
cogitação; o potencial para a reprodução

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dos mesmos ou de resultados similares deve existir ou seus artigos não representam boa
ciência.
Quando seus artigos são sujeitos à revisão por especialistas, um bom revisor irá
ler Materiais e Métodos cuidadosamente. Se há uma dúvida séria de que seus
experimentos possam ser repetidos, o revisor recomendará uma rejeição de seus
manuscritos, não importa quão assustadoramente inspirados sejam seus resultados.

MATERIAIS
Como materiais, incluam as especificações técnicas exatas e as quantidades e
fontes ou método de preparação. Algumas vezes, é até necessário listar as propriedades
químicas e físicas pertinentes dos reagentes usados. Evitem o uso do nome das marcas;
o emprego dos nomes genéricos ou químicos é usualmente preferível. Isso evita os
obstáculos inerentes aos nomes patenteados. Além do mais, os nomes comuns são
conhecidos em todo o mundo, enquanto os nomes patenteados podem ser conhecidos
somente no país de origem. Entretanto, se há diferenças conhecidas entre produtos
patenteados e se essas diferenças podem ser críticas (como com certos meios de cultura
microbiológicos), então o uso dos nomes patenteados, mais o nome do fabricante, é
essencial. Quando nomes patenteados, que usualmente são registrados, são usados,
eles devem constar com letras maiúsculas no início (Teflon, por exemplo) para distingui-
los dos nomes genéricos. Normalmente, a descrição genérica deve imediatamente seguir-
se ao nome patenteado, como em lenços faciais Kleenex.
Animais experimentais, plantas e microrganismos devem ser identificados
acuradamente, usualmente pelo gênero, espécie e designações de linhagem. As fontes
devem ser listadas e as características especiais (idade, sexo, tipo genético e estado
fisiológico) descritas. Se um indivíduo humano for usado, o critério de seleção deve ser
descrito e o documento de consentimento deve ser adicionado ao artigo, se pedido pelo
periódico.
Por causa do valor de seus artigos (e de suas reputações) poder ser danificado se
seus resultados não forem reproduzíveis, vocês devem descrever os materiais de
pesquisa com grande cuidado. Estejam atentos às instruções aos autores do periódico ao
qual vocês planejam enviar o manuscrito, porque importantes especificações são
detalhadas lá. Abaixo está uma regra cuidadosa mente descrita, aplicável a linhagens de
células (tirada das Informações aos Autores do In Vitro, um periódico da Associação de
Cultura de Tecido):

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(início do trecho em destaque) Dados da linhagem celular: a fonte da célula utilizada, a


espécie, o sexo, a linhagem (variedade), a raça, a idade do doador, se primária ou
estabelecida, devem ser claramente indicados. O nome do fornecedor, a cidade e a
abreviação do estado devem ser colocados entre parênteses, quando citados pela
primeira vez. testes específicos usados para verificação da origem pretendida,
características dos doadores e detecção para a presença de agentes microbianos deve
ser identificada. Devem ser realizados testes específicos, com relação à presença de
contaminação micoplasmática, em substratos da cultura celular, usando tanto uma cultura
direta em agar como uma coloração indireta ou procedimentos bioquímicos. Uma breve
descrição ou urna citação bibliográfica apropriada do procedimento usado devem ser
incluídos. Se estes testes não foram feitos, este fato deve ser claramente colocado na
seção de Materiais e Métodos. Outros dados relacionados sobre marcadores biológicos,
bioquímicos e/ou imunológicos específicos devem ser incluídos, se possível. (fim do
trecho em destaque)

MÉTODOS
Para métodos, a ordem usual de apresentação é a cronológica. Obviamente,
entretanto, métodos relacionados devem ser descritos juntos e a ordem cronológica
estrita não pode ser seguida sempre. Por exemplo, mesmo se um determinado
experimento não foi feito antes de um certo tempo, na pesquisa, o método deste
experimento deve ser descrito junto com os demais métodos experimentais, não
isoladamente numa parte posterior de Materiais e Métodos.

SUBTÍTULOS

A seção de Materiais e Métodos usualmente tem subtítulos (veja Cap. 16, para a
discussão de como e quando subtitular). Quando possível, construam subtítulos que "se
casem" com aqueles a serem usados em Resultados. A redação das duas seções será
mais fácil se vocês esforçarem-se por obter consistência interna, e o leitor será capaz de
encontrar rapidamente a relação de uma metodologia particular com os Resultados
relatados.

MEDIDAS E ANÁLISES
Sejam precisos. Métodos são semelhantes a receitas de um livro de culinária. Se
uma mistura de reação for aquecida, dê a temperatura. Questões como "de que. forma" e
"quanto" deverão ser precisamente respondidas pelo autor e não serem deixadas para o
revisor ou o leitor montarem o quebra-cabeça.

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Freqüentemente são necessárias análises estatísticas, mas vocês devem


apresentar e discutir os dados, não as estatísticas. Geralmente, uma longa descrição dos
métodos estatísticos indica que o escritor adquiriu recentemente esta informação e
acredita que os leitores necessitam de explicações semelhantes. Métodos estatísticos
comuns devem ser usados sem comentários; métodos avançados ou incomuns podem
necessitar de uma referência bibliográfica.
E, novamente, cuidado com sua sintaxe. Um manuscrito recente descreveu o que
se poderia chamar de um método de desaparecimento. O autor colocou, "A radiatividade
na região do RNAT foi determinada pelo método "do ácido tricloroacético solúvel de
Britten et al.". E, então, há o método doloroso: "Depois de ficar em água fervente por uma
hora, examine o frasco."

NECESSIDADE DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Ao descrever os métodos de investigação, vocês devem dar detalhes suficientes,
de forma que um pesquisador competente possa repetir os experimentos. Se seu método
é novo (não publicado), devem providenciar todo o detalhe necessário. Entretanto, se um
método foi previamente publicado em um periódico padrão, somente a referência
bibliográfica deve ser dada. Recomendo, entretanto a mais completa descrição do método
ser a única publicação prévia foi, digamos, no South Tasmanian Journal of Nervous
Diseases of de Gnat (Jornal da Tasmânia do Sul de Doenças Nervosas do Mosquito).
Se vários métodos alternativos são comumente empregados, é útil identificar
brevemente os métodos usados por vocês, assim como citar a referência bibliográfica.
Por exemplo, é melhor colocar "as células foram quebradas por tratamento ultrassônico,
como previamente descrito (9)" do que colocar "as células foram quebradas como
previamente descrito (9)".

TABELAS COM MATERIAIS


Quando um grande número de linhagens de micróbios ou mutantes é usado no
estudo, prepare uma tabela com as linhagens, identificando a fonte e o proprietário dos
mutantes, bacteriófagos, plasmídeos, etc. As propriedades de um número de compostos
químicos pode também ser apresentado na forma de tabela, geralmente em benefício
tanto do autor quanto do leitor.
Um método, uma linhagem, etc, usados somente em um dos vários experimentos
relatados no artigo, devem ser descritos na seção de Resultados ou,

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em forma bem breve, podem ser incluídos no rodapé de uma tabela ou na legenda de
uma figura.

FORMA CORRETA E GRAMÁTICA


Não cometam o erro comum de misturar alguns dos resultados nessa seção. Há
apenas uma regra para redação correta da seção de Materiais e Métodos: deve ser dada
informação suficiente de forma que os experimentos possam ser reproduzidos por um
especialista competente.
Um bom teste, a propósito, (e um boa forma de evitar rejeição de seus
manuscritos), é darem uma cópia de seus manuscritos acabados para um colega e
perguntarem se ele ou ela consegue seguir a metodologia. É bastante provável que, lendo
os seus Materiais e Métodos, seus colegas percebam um erro berrante que vocês
simplesmente deixaram passar, porque estão muito próximos ao trabalho. Por exemplo,
vocês podem ter descrito, com infinito cuidado, seu aparelho de destilação, procedimento,
produtos e, inadvertidamente, esquecido de definir o material inicial ou de colocar a
temperatura de destilação.
Erros de gramática e pontuação não são sempre sérios; o significado dos
conceitos gerais, como expresso na Introdução e Discussão podem geralmente
sobreviver a um pouco de mutilação lingüística. Em Materiais e Métodos, entretanto, itens
exatos e específicos estão envolvidos e o uso preciso da língua é uma necessidade.
Mesmo a falta de uma vírgula pode causar uma devastação, como nesta sentença:
"Placas de agar de sangue de coelho, de carneiro e humano empregando um arame de
platina reto, foram inoculadas...". Esta sentença começou apresentando problemas ao
usar o termo "empregando", porque a palavra é dúbia. A compreensão não teria sido
totalmente jogada pela janela, entretanto, se o autor não esquecesse de colocar a vírgula
depois de humano.
Porque a seção de Materiais e Métodos usualmente dá informações pequenas e
discretas, a redação, às vezes, torna-se hermética; detalhes essenciais à compreensão
podem então ser omitidos. O erro mais comum é colocar a ação sem nomear o agente da
ação. Na sentença "Para determinar seu i oriente respiratório, o organismo era...", o único
agente nomeado da ação é "o organismo" e , não sei porque, eu duvido que o organismo
fosse capaz de fazer tal determinação. Aqui está uma sentença similar: "Tendo
completado n estudo, as bactérias não eram de posterior interesse". Novamente, eu
duvido que as bactérias "completaram o estudo"; se elas o fizeram, a falta de posterior
interesse" era certamente um ato de ingratidão.

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Amostras de sangue foram tomadas de 48 pacientes que concordaram por
escrito... os sujeitos variando em idade de 6 meses a 22 anos (Pediatr. Res. 6: 26, 1972).
Não há problema gramatical com esta sentença, mas a redação hermética deixa o leitor
desejando apenas saber como crianças de seis meses de idade deram seu
consentimento por escrito.
E, claro, sempre olhe para erros de ortografia, tanto nos manuscritos como nas
provas.

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CAPÍTULO 9

Como Escrever os Resultados

(início de epígrafe) Resultados! Porque, homem, eu consegui uma


porção de resultados. Eu sei vários milhares de coisas que não
funcionam. (fim de epígrafe)
Thomas A. Edison

CONTEÚDO DOS RESULTADOS

Agora, então, chegamos ao coração do artigo, os dados. Esta parte do artigo á


chamada de seção de Resultados.
Ao contrário do que popularmente se acredita, vocês não devem iniciar a seção
de Resultados, descrevendo métodos que inadvertidamente omitiram na seção de
Materiais e Métodos.
Há geralmente dois ingredientes na seção de Resultados. Em primeiro lugar,
vocês devem dar algum tipo de descrição geral dos experimentos, fornecendo o "quadro
geral", sem, entretanto, repetir os detalhes experimentais previamente descritos em
Materiais e Métodos. Em segundo lugar, devem apresentar os resultados. Seus
resultados devem ser apresentados no tempo passado (veja "Tempo na redação
Científica", no Cap. 32).
Obviamente, não é tão simples. Como vocês devem apresentar os resultados?
Uma simples transferência de dados do caderno de anotações do laboratório para o
manuscrito raramente funcionará.
Mais importante, no manuscrito vocês deverão apresentar dados significativos cm
vez de dados indefinidamente repetitivos. O fato de terem realizado o mesmo experimento
100 vezes, sem divergência significante nos resultados, pode ser de considerável
interesse para seu orientador, mas os edi-

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tores, para não mencionar os leitores, preferem um pouco mais de digestão prévia.
Aaronson (1977) disse isso de outra forma: "A compulsão de incluir tudo, não deixando
nada de fora, não prova que se tenha informação ilimitada; prova que se teve falta de
discriminação". Exatamente o mesmo conceito, e ele é importante, foi estabelecido há
quase um século atrás por John Wesley Powell, um geólogo que foi Presidente da
Associação Americana para o Progresso da Ciência, em 1888. Nas palavras de Powell:
"O tolo coleta os fatos; o homem sábio os seleciona."

COMO LIDAR COM OS NÚMEROS


Se uma ou algumas determinações forem ser apresentadas, elas podem ser
tratadas de forma descritiva, no texto. Determinações repetitivas devem ser fornecidas em
tabelas ou gráficos.
Qualquer determinação, repetitiva ou de outro tipo, deve ser significante. Suponha
que, num grupo particular de experimentos, um número de variáveis foram testadas (uma
de cada vez, claro). Aquelas variáveis que afetam a reação tornam-se determinações ou
dados e, se extensas, são tabuladas ou colocadas em gráfico. Aquelas variáveis que não
parecem afetar a reação não precisam ser tabeladas ou apresentadas; entretanto,
geralmente é importante definir mesmo os aspectos negativos de seus experimentos.
Geralmente, é de bom alvitre deixar claro o que vocês não encontraram, nas condições
de seus experimentos. Alguém outro, com certeza, pode encontrar resultados diferentes
sob diferentes condições.
Se são usadas estatísticas para descrever os resultados, elas devem ser
estatísticas significantes. Erwin Neter, o último editor chefe de Infection and Immunity,
costumava contar uma história clássica para enfatizar este ponto. Ele referia-se a um
artigo que supostamente lera: "33 1/3 % dos ratos usados neste experimento foram
curados pela droga testada; 33 1/3 % da população testada não foi afetada pela droga e
ficou agonizante; o terceiro camundongo sumiu".

A LUTA PELA CLAREZA


Os resultados devem ser breves e atraentes, sem palavrório. Mitchell (1968),
disse que Einstein, teria dito: "Se vocês estiverem a fim de descrever a verdade, deixem a
elegância para o alfaiate". Embora a seção de Resultados de um artigo é a parte mais
importante, ela é geralmente a mais curta, particularmente

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se precedida de uma seção de Materiais e Métodos bem escrita e seguida de uma


Discussão bem redigida.
Os Resultados precisam ser estabelecidos de forma clara e simples, porque são
os Resultados que constituem o conhecimento novo que vocês estão fornecendo ao
mundo. As primeiras partes do artigo (Introdução e Materiais e Métodos) têm como
utilidade relatar porque e como vocês obtiveram os resultados; a última parte do artigo
(Discussão) tem como finalidade dizer o que eles significam. Obviamente, entretanto, todo
o artigo deve sustentar-se mi falir, com base nos Resultados. Assim, os Resultados
devem ser apresentados com clareza cristalina.

EVITAR REDUNDÂNCIA
Não sejam culpados de redundância nos Resultados. A falha mais comum é a
repetição, em palavras, do que já está claro para o leitor, pelo exame das figuras e das
tabelas. Pior ainda é a apresentação propriamente dita, no texto, de todos ou de muitos
dos dados mostrados nas tabelas e figuras. Este erro grave é cometido com tal freqüência
que eu o comento mais longamente, com exemplos, nos capítulos de como preparar as
tabelas e as ilustrações (Caps. 13 e 14).
Não sejam prolixos ao citar as figuras e tabelas. Não digam "E claramente
mostrado, na Tabela 1, que a nocilína inibe o crescimento de N. gonorrhoeae." Diga
"Nocilina inibiu o crescimento de N. gonorrhoeae (Tabela 1)".
Alguns escritores vão muito longe em evitar verbosidade, entretanto. Tais
escritores violam a regra dos antecedentes, a violação mais comum sendo o uso de
artigos definidos ubíquos. Aqui está um iten retirado de um manuscrito médico: "A perna
esquerda, às vezes, apresentou dormência e ela andou... Em seu segundo dia, a região
do joelho estava melhor e no terceiro dia, esta havia desaparecido por completo. "A
palavra esta, presumivelmente, refere-se à dormência, mas do jeito que está escrito, pode
parecer que o antecedente para a palavra seja a região do joelho, mas eu acredito que a
forma de colocar as palavras na segunda frase foi um caso de dormência (do autor).

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CAPÍTULO 10

Como Escrever a Discussão

(início de epígrafe) É um erro de nossos retóricos, que não se pode


estabelecer firmemente um fato sem parecer desmentir algum outro.
(fim de epígrafe)
Ralph Waldo Emerson

DISCUSSÃO E PALAVREADO

A Discussão é mais difícil de definir que as outras seções. Por isso, é usualmente
a seção mais difícil de escrever. E, quer saibam disso ou não, muitos artigos são
rejeitados pelos editores de periódicos, por causa de uma Discussão incompleta, mesmo
que os dados do artigo possam ser tanto válidos como interessantes. Mais
freqüentemente, o verdadeiro significado dos dados pode ficar completamente obscuro
com a interpretação presente na Discussão, novamente resultando em rejeição.
Muitas, se não a maioria, das seções de Discussão são muito longas e prolixas.
Como Doug Savile disse, "Ocasionalmente, eu reconheço o que eu chamo de técnica da
lula: o autor tem dúvida acerca de seus fatos ou de suas explicações e esconde-se atrás
de uma nuvem de tinta protetora" (Tableau, setembro 1972).
Algumas seções de Discussão lembra-nos o diplomata descrito por Allen Drary no
Advise and Consent (Doubleday & Co., Garden City, NY, 1959, p.47), que
caracteristicamente deu "respostas que ficaram cada vez mais intrincadas, enroscadas
nos interstícios da língua inglesa, até que elas finalmente foram tremeluzentemente
desaparecendo, todas juntas, e nada mais restando que uma expressa confusão e um
sorriso polido."

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COMPONENTES DA DISCUSSÃO
Quais são os componentes essenciais de uma boa Discussão? Eu acredito que
os principais componentes serão fornecidos se forem mantidas as seguintes premissas:
1. Tentem apresentar os princípios, as relações e as generalizações indicadas
pelos Resultados. Mantenham em mente que, numa boa Discussão, vocês discutem -
não recapitulam - os Resultados.
2. Apontem qualquer exceção ou qualquer falta de correlação e definam pontos
não estabelecidos. Nunca optem pela alternativa de alto risco de tentar esconder ou
falsificar dados que não estão bastante estabelecidos.
3. Mostrem como seus resultados e interpretações concordam (ou contrastam)
com trabalho publicado anteriormente.
4. Não sejam tímidos; discutam a implicação teórica de seu trabalho, assim como
quaisquer aplicações práticas possíveis.
5. Estabeleçam suas conclusões tão claramente quanto possível.
6. Resumam suas evidências para cada conclusão. Ou, como os cientistas mais
sábios e experientes lhes dirão, "Nunca assumam nada mais que 4% de hipoteca."
RELAÇÕES FATUAIS
Em termos simples, o objetivo principal da Discussão é mostrar as relações entre
os fatos observados. Ao enfatizar este ponto, eu sempre conto a velha história acerca do
biólogo que treinou uma pulga.
Depois de treinar a pulga por muitos meses, o biólogo foi capaz de obter
respostas a certos comandos. O experimento mais gratificante foi aquele em que o
professor gritava o comando "pule" e a pulga saltava para o ar, no momento em que o
comando era dado.
O professor estava por submeter este memorável feito à posteridade por meio de
um periódico científico, mas ele - à maneira de um verdadeiro cientista - decidiu levar
mais longe seus experimentos. Ele tentou determinar a localização do órgão receptor
envolvido. Em um experimento, ele removeu as pernas da pulga, uma de cada vez. A
pulga amavelmente continuou a pular sob o comando, mas a cada perna que era
sucessivamente arrancada, seus pulos tornavam-se cada vez menos espetaculares.
Finalmente, com a remoção de sua última perna, a pulga tornou-se imóvel. Vezes
seguidas o comando não teve a resposta usual.

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O professor decidiu que finalmente poderia publicar suas descobertas. Ele


colocou mãos à obra e descreveu meticulosamente os experimentos executados ao longo
dos meses precedentes. Sua conclusão pretendia estarrecer o mundo científico: Quando
as pernas da pulga são removidas, a pulga não pode mais ouvir
Claude Bishop, o decano dos editores canadenses, contou uma história similar.
Uma professora de ciências montou um experimento simples para mostrar para sua
classe o perigo do álcool. Ela tomou dois copos, um contendo água e outro contendo gin.
Nos dois, ela colocou uma minhoca. Na água, a minhoca nadou feliz. A minhoca, no gin,
rapidamente morreu. "O que este experimento prova?", ela perguntou. O pequeno
Joãozinho, do fundo, começou a falar: "Isto prova que se a gente tomar gin, a gente não
tem vermes".

SIGNIFICÂNCIA DO ARTIGO
Muito freqüentemente, a significância dos resultados não é discutida ou não é
discutida adequadamente. Se o leitor do artigo se pega perguntando "E daí?", depois de
ler a Discussão, o que pode ter acontecido é que o autor ficou tão absorvido com as
árvores (os dados) que realmente não percebeu quanto de sol apareceu na floresta.
A Discussão deve terminar com um breve resumo ou conclusão relacionados à
significância do trabalho. Eu gosto da forma como Anderson e Thistle (1947) colocaram
isso: "Finalmente, boa redação, como boa música, termina com um clímax. Muitos artigos
perdem muito de seu efeito, porque o claro fluxo da discussão termina num delta
pantanoso." Ou, nas palavras de T. S. Eliot, muitos trabalhos científicos terminam "não
com um estampido, mas com um soluço."

DEFININDO VERDADE CIENTÍFICA


Ao mostrar as relações entre fatos observados, vocês não necessitam de
alcançar conclusões cósmicas. Às vezes, vocês serão capazes de esclarecer toda a
verdade; mais freqüentemente, o melhor que podem obter é fazer brilhar um faixo de luz
sobre uma parte da verdade. Suas próprias áreas da verdade podem ser esclarecidas por
seus dados; se vocês extrapolarem para um quadro mais geral do que aquele abarcado
por seus dados, podem parecer tolos a ponto de, mesmo com o apoio de seus dados,
suas conclusões serem colocadas em dúvida.
Página 48

Um dos pensamentos mais significantes em poesia foi expresso por Sir Richard
Burton em The Kasidah;

Toda Crença é falsa, toda Crença é verdadeira:


A verdade é um espelho estilhaçado, espalhado
Em miríades de pequenos cacos; enquanto cada um acredita
Seu pequeno caco a totalidade possuir. (* - Nota de rodapé)

Assim, exibam seu pequeno caco do espelho ou façam brilhar um foco de luz em
suas áreas da verdade. A "verdade total" é assunto que melhor seria deixar para os
ignorantes, que proclamam suas descobertas em alta voz, todos os dias.
Quando vocês descreverem o significado de seus pequenos pedaços da verdade,
façam-no de forma simples. As afirmações mais simples evocam maior sabedoria; a
linguagem verbosa e palavras técnicas fantasiosas são empregadas para expressar
pensamentos nebulosos.

Nota de rodapé:
* - NT: Tradução livre. 411

Página 49

CAPÍTULO 11

Como Expressar os Agradecimentos

(início de epígrafe) A vida não é tão curta que não haja tempo suficiente para a
cortesia. (fim de epígrafe)
Ralph Waldo Emerson

INGREDIENTES DOS AGRADECIMENTOS

O texto principal do artigo científico é usualmente seguido por duas seções


adicionais, a saber, os Agradecimentos e as Referências Bibliográficas.
Como Agradecimentos, dois possíveis ingredientes requerem consideração.
Primeiramente, vocês devem agradecer qualquer ajuda técnica significante que
receberam de qualquer pessoa, quer em seu laboratório, quer em outro local. Vocês
devem também agradecer às fontes de equipamento especial, de culturas ou de outros
materiais. Devem, por exemplo, dizer algo como "Devo agradecer a J. Jones pela
assistência aos experimentos e a R. Smith pela valiosa discussão". (Claro, a maioria de
nós que estivemos por aí algum tempo, reconhecemos que isto é simplesmente uma
refinada forma dissimulada de admitir que Jones fez o trabalho e Smith explicou o que ele
significa.)
Em segundo lugar, é costume colocar em Agradecimentos aqueles que se
referem a qualquer assistência financeira externa, como patrocínios, contratos ou bolsas,
que vocês devam mencionar. (Nos dias atuais, vocês devem disfarçadamente mencionar
a falta de tais patrocínios, contratos ou bolsas.)

Página 50
SENDO CORTÊS
O elemento importante nos Agradecimentos é simplesmente cortesia. Não há
nada realmente científico sobre esta seção de um artigo científico. As mesmas regras que
se aplicariam em qualquer outra área da vida civilizada devem ser aplicadas aqui. Se
vocês pedirem emprestado um cortador de grama de um vizinho, vocês (eu espero)
lembram-se de agradecer. Se seu vizinho lhes deu uma idéia realmente boa para
ajardinar suas propriedades e vocês então a colocam em prática, vocês deveriam (eu
espero) lembrar de dizer obrigado. E o mesmo em Ciência: se seu vizinho (seu colega)
fornece idéias importantes, auxílio importante ou equipamentos importantes, vocês devem
agradecer-lhe. E devem dizer obrigado por escrito, porque esta é a forma que a produção
científica é apresentada a seu público.
Uma palavra de advertência é necessária. Geralmente, é conveniente mostrar a
redação proposta para Agradecimentos à pessoa cuja ajuda vocês estão agradecendo.
Ela pode pensar que seu agradecimento é insuficiente ou (pior), que ele é muito efusivo.
Se vocês estiveram trabalhando tão de perto com um indivíduo, de quem usaram tanto os
equipamentos como as idéias, esta pessoa é sobretudo um amigo e um colega valioso.
Seria tolo arriscar, tanto sua amizade como as oportunidades de futuras colaborações,
colocando, numa publicação aberta, uma palavra impensada que possa ser ofensiva. Um
agradecimento impróprio pode ser pior que nenhum, afinal, e se vocês prezarem este
conselho e a ajuda de seus amigos e colegas, deverão ser cuidadosos ao agradecer-lhes
de uma forma que os agrade e não que os aborreça.
Além do mais, se seus agradecimentos relatam uma idéia, uma sugestão ou
interpretação, sejam bem específicos a respeito disso. Se a colaboração de seus colegas
for muito enfatizada, ele pode ser colocado na posição delicada e embaraçosa de ter que
defender todo o artigo. Certamente, se seu colega não é um co-autor, vocês não devem
fazê-lo parcialmente responsável pelas considerações básica tratadas em seus artigos.
De fato, seu colega pode não concordar com alguns de seus pontos centrais e não é
cientificamente correto nem ético para vocês expressarem os Agradecimentos de forma
que denote endosso.
Eu gostaria que a palavra "gostaria" desaparecesse dos Agradecimentos.
Gostaria é uma palavra perfeitamente boa, quando vocês querem dizer desejo, como em
"Eu gostaria que tivesse sucesso". Entretanto, se disserem "Eu gostaria de agradecer a
John Jones", vocês estão desperdiçando palavras. Vocês devem também estar
introduzindo a implicação de que "Gostaria de poder agradecer a John Jorres por sua
ajuda, mas ela não foi assim tão grande". "Agradeço a John Jones" é suficiente.

Página 51

CAPÍTULO 12

Como Citar as Referências Bibliográficas

(início de epígrafe) Manuscritos contendo inumeráveis referências são


mais um sinal de insegurança do que uma marca de erudição. (fim de
epígrfe)
William C. Roberts

REGRAS A SEGUIR
Há duas regras a seguir na seção de Referências Bibliográficas, assim como na
seção de Agradecimentos.
Primeiro, vocês devem listar somente referências publicadas significantes.
Referências a dados não publicados, resumos, teses e outros materiais secundários não
devem tumultuar a seção de Referências Bibliográficas ou Literatura Citada. Se uma tal
referência parece ser absolutamente essencial, podem adicioná-la entre parênteses ou
como nota de rodapé, no texto. Um artigo que foi aceito para publicação pode ser listado
na Literatura Citada, colocando o nome do periódico seguido de "no prelo" (in press).
Segundo, confira todas as partes de cada referência com o original da publicação,
antes do manuscrito ser submetido e talvez, novamente no estágio de prova. Considere o
que disse um livreiro de outrora: Há mais erros na seção de Referências Bibliográficas de
um artigo que em qualquer outro lugar.
E não se esqueçam, como revisão final, assegurem-se que todas as referências
citadas no texto estão, sem dúvida, listadas na Literatura Citada e que todas as
referências listadas sob o nome Literatura Citada estejam realmente em algum lugar do
texto.

Página 52

ESTILOS DE REFERÊNCIAS

Os periódicos variam consideravelmente em seus estilos de apresentar as


referências bibliográficas. Uma pessoa examinou 52 periódicos científicos e encontrou 33
diferentes estilos de listar referências [M. O'Connor, Br. Med. J. 1 (6104);3I, 1978], Alguns
periódicos imprimem o título dos artigos e alguns uno. Alguns insistem em incluir a
paginação, enquanto outros colocam somente as primeiras paginas. O autor esperto
escreve as referências bibliográficas (em fichas, geralmente) com toda a informação
possível ou armazena toda a informação cm uni arquivo de computador. Então, ao
preparar o manuscrito, tem toda a informação necessária. É fácil editar informação; é
realmente trabalhoso campear 20 referências, ou mais ou menos isso, para adicionar
títulos de artigos ou páginas finais, quando se é solicitado a fazer isso por um editor de
periódico. Mesmo que vocês saibam que o periódico para o qual planejam enviar o
manuscrito usa uma forma breve (sem os títulos dos artigos, por exemplo), devem ainda
ser espertos e colocar suas listas de referências bibliográficas na forma completa. Esta é
uma boa prática, porque: (1) o periódico que vocês selecionaram pode rejeitar seus
manuscritos, resultando em suas decisões de submetê-los a outro periódico, talvez um
que exija mais e (2) é mais do que provável que vocês usem algumas destas referências
novamente, em outros artigos de pesquisa, em artigos de revisão (e a maioria dos
periódicos de revisão exigem as referências completas) ou em livros. Quando vocês
enviarem um manuscrito para publicação, assegurem-se de que as referências
bibliográficas estão apresentadas de acordo com as Instruções aos Autores. Se as
referências bibliográficas estão radicalmente diferentes, o editor e os revisores podem
assumir que isto é um motivo para a rejeição prévia ou, na melhor das hipóteses, uma
evidência óbvia de falta de cuidado.
Embora haja quase uma variedade infinita de estilos de referências bibliográficas,
a maioria dos periódicos cita as referências em uma de três formas genéricas que podem
ser referidas como: "nome e ano", "número de acordo com a ordem alfabética" e "ordem
de citação".

SISTEMA DE NOME E ANO


O sistema de nome e ano (geralmente referido como o sistema de Harvard) foi
muito popular por muitos anos e é usado por muitos periódicos e livros (como este aqui).
Sua maior vantagem é a conveniência para o autor. Pelo fato das referências
bibliográficas não serem numeradas, as referências podem ser colocadas ou retiradas
facilmente. Não importa quantas vezes a lista de referencia seja modificada, "Smilh e
Jones"( 1998) continua exatamente assim. Se
Página 53

houver duas ou mais referências "Smith e .Jones" (1998), o problema é facilmente


resolvido, colocando o primeiro como "Smith e Jones"(1998a), o segundo como "Smith e
Jones"(1998b), etc. As desvantagens do sistema de nome e ano relacionam-se com os
leitores e publicadores. A desvantagem para o leitor ocorre quando (geralmente na
Introdução) um grande número de referências precisam ser citadas em uma sentença ou
parágrafo. Às vezes, o leitor tem que pular várias linhas de referências entre parênteses
para retomar o texto. Mesmo duas ou três referências, citadas juntas, podem distrair o
leitor. A desvantagem para o publicador é óbvia: aumenta o preço. Quando "Smith, Jones
e Higginbotham (1998) pode ser convertido em "(7)", os custos da composição e da
impressão podem ser reduzidos.
Pelo fato de alguns artigos serem escritos por um grande número de autores, a
maioria dos periódicos que usam o sistema de nome e ano aplicam a regra "et al.". Mais
freqüentemente, as coisas funcionam como se segue. Os nomes são sempre usados ao
citar artigos com um ou dois autores, p. ex., "Smith (1998)", "Smith e Jones (1998)". Se o
artigo tem três autores, listam-se os três na primeira vez que o artigo é citado, por
exemplo, "Smith, Jones e McGillicuddy (1998)". Se o artigo é citado novamente, ele
deverá ser citado como "Smith et al. (1998)". Quando um artigo citado tem quatro ou mais
autores, ele deverá ser citado como "Smith et al. (1998), mesmo na primeira citação. Na
seção de Referências Bibliográficas, alguns periódicos preferem que todos os autores
sejam citados (não importa quantos); outros periódicos citam apenas os primeiros três
autores e seguem com "et ai.". O "Uniform Requirements for Manuscriprs Submitted to
Biomedical Journals", International Comittee of Medical Journal Editors, 1993 (Exigências
Uniformizadas para Seleção de Artigos por Periódicos Biomédicos, Comitê Internacional
dos Editores de Periódicos Biomédicos, 1993) diz que: "liste todos os autores, mas, se o
número exceder seis, cite seis e siga com "et al."

SISTEMA DE NÚMERO DE ACORDO COM A ORDEM ALFABÉTICA


Este sistema, de citação com um número de uma lista de referências
bibliográficas organizada em ordem alfabética, é uma modificação do sistema de nome e
ano. A citação por números mantém o custo da impressão dentro de limites; a lista em
ordem alfabética, particularmente se é uma lista longa, é realmente fácil para os autores
prepararem e para os leitores (especialmente os bibliotecários) usarem.
Alguns autores, que têm habitualmente usado o sistema de nome e ano tendem a
não gostar do sistema de número de acordo com a ordem alfabética, alegando que a
citação de números engana o leitor. O leitor deve ser informado,

Página 54

e por aí vai a argumentação, sobre o nome das pessoas associadas com o fenômeno
citado; às vezes, o leitor deve também ser informado da data, na base de que unia
referência de 1897 deva ser vista diferentemente de uma de 1977.
Afortunadamente, estes argumentos podem ser rebatidos. À medida que vocês
citam as referências no texto, decidam se os nomes e datas são importantes. Se eles não
o são (como, em geral, é o caso), usem somente o número de referência: "Tirosina 6
convertida a fenilalanina nestas condições (13)". Se vocês desejarem salientar o nome do
autor, façam-no no contexto da sentença: "O papel do seio carótido na regulação da
respiração foi descoberto por Heymans (13)". Se vocês desejarem salientar a data,
também podem fazê-lo dentro da sentença: "Estreptomicina foi primeiramente usada no
tratamento da tuberculose em 1945 (13)".
SISTEMA DE ORDEM DE CITAÇÃO

O sistema de ordem de citação é simplesmente um sistema de colocar as


referências bibliográficas (por número) na ordem em que ela aparece no artigo. Este
sistema evita o custo substancial da impressão do sistema de nome e ano e geralmente
agrada os leitores, porque eles podem rapidamente ir às referências, se assim o
desejarem, na ordem um-dois-três, à medida que elas vão chegando no texto. É um
sistema útil para um periódico que é basicamente um periódico de "notas", cada artigo
contendo apenas poucas referências. Para artigos longos, com muitas referências, a
citação na ordem em que aparece no texto, não é provavelmente um bom sistema. Não é
bom para o autor, devido ao grande número de mudanças na numeração que se tornam
necessárias pela adição ou retirada de referências bibliográficas. Não é o ideal para o
leitor, porque a apresentação não-alfabética da lista de referências pode resultar na
separação de várias referências de trabalhos do mesmo autor.
Na primeira edição deste livro, eu afirmei que o sistema de número de acordo
com a ordem alfabética "parecia estar ganhando lentamente ascendência". Logo depois
disso, entretanto, a primeira versão dos "Requisitos para Manuscritos Submetidos a
Periódicos Biológicos" (o sistema de "Vancouver") apareceu, adotando o sistema de
ordem de citação no texto para os periódicos cooperados. Os "Requisitos Uniformizados"
(International Committee of Medical Journal Editors, 1993) foram adotados por várias
centenas de periódicos biomédicos. Assim, não fica claro qual sistema de citação, se
algum, ganhará "ascendência". Os "Requisitos Uniformizados" são expressivos de tantas
formas, que eles estão tendo forte impacto. Há um acordo substancial com relação aos
padrões estabelecidos pelo American National Standads Institute (1977). Nesta área
específica de citação da literatura, entretanto, o uso de outros sistemas continua forte. Por
exemplo, o Council of Biology Editors decidiu usar o

Página 55

sistema de nome e ano na sexta edição do Estilo e Padronização de Texto Científico


(Scientific Style and Format - Style Manual Committee, Council of Biology Editors, 1994).
No texto, o Estilo e Padronização de Texto endossa tanto o sistema "de nome e ano"
como o "de ordem de citação". Ele mostra também como o sistema dos "Requisitos
Uniformizados", de simplificar pontuação, pode ser usado tanto no sistema "de nome e
ano" como no "de ordem de citação". Além disso, a 14a ed. do Manual de Estilo de
Chicago (1993), a bíblia da maioria da comunidade de intelectuais que publicam, aparece
com seu sempre alardeado endosso às referências bibliográficas em ordem alfabética.
Em suas mais de cem páginas de detalhadas instruções de como lidar com referências
bibliográficas, várias vezes faz comentários tais como (página 522): "O meio mais útil e
prático de colocar entradas para a bibliografia é a ordem alfabética, por autor". (* - nota de
rodapé)

TÍTULOS E PÁGINAS ABRANGIDAS

Os títulos dos artigos devem ser dados nas referências bibliográficas?


Normalmente, vocês devem seguir o estilo do periódico; se o periódico oferece uma
escolha (e alguns o fazem), eu recomendo que coloquem as referências completas. Para
dar uma idéia do assunto geral, os títulos dos artigos facilitam, para os leitores
interessados (e para os bibliotecários), quando eles têm de decidir se necessitam
consultar todas, algumas ou nenhuma das referências citadas.
O costume de colocar as páginas (números da primeira e da última páginas) torna
mais fácil, para os usuários em potencial, distinguirem entre artigos de 1 ou de 50
páginas. Obviamente, o custo de obtenção das referências, para vocês ou para seus
bibliotecários, particularmente se as adquirirem como fotocópias, pode variar
consideravelmente, dependendo do número de páginas envolvidas.

ABREVIAÇÕES DE PERIÓDICOS

Embora os estilos dos periódicos variem consideravelmente, um aspecto da


citação de referências bibliográficas foi padronizado nos anos recentes, a saber, as
abreviações dos periódicos. Em decorrência de larga adoção de um padrão (American
National Standards Institute, 1969), quase a maioria dos periódicos de publicações
originais e de serviços secundários agora usam o mesmo sistema de abreviação.
Antigamente, a maioria dos periódicos abreviavam os nomes dos

Nota de rodapé:
* - NT: No Brasil, as recomendação da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
são as mais usadas.

Página 56

periódicos (custos significantes de impressão podem ser evitados pela abreviação), mas
não havia uniformidade. O Journal of the American Chemical Society era abreviado de
várias formas como "J. Amer. Chem. Soe", "Jour. Am. Chem. Soe", "J.A.C.S.", etc. Estes
sistemas diferentes criaram problemas tanto para os autores como para os publicadores.
Atualmente, há, essencialmente, um único sistema e ele é uniforme. A palavra "Journal" é
agora sempre abreviada com um "J.". (Alguns periódicos omitem os pontos depois das
abreviações). Seguindo algumas regras, os autores podem abreviar muitos títulos de
periódicos, mesmo aqueles pouco familiares, sem consultar a lista na fonte. É útil saber,
por exemplo, que todas as palavras terminadas em "ology" são abreviadas como "I".
("Bacteriology" é abreviada para "Bacteriol."; "Physiology" é abreviada para "Physiol.",
etc). Assim, se a pessoa memoriza as abreviações de palavras comumente usadas nos
títulos, a maioria dos periódicos pode ser abreviada com facilidade. Uma exceção a ser
lembrada é aquela de títulos com uma única palavra (Science, Biochemistry) que não são
nunca abreviados. O Apêndice I lista as abreviações corretas para as palavras mais
comumente usadas em títulos de periódicos.

CITAÇÃO NO TEXTO

Eu acho deprimente o fato de muitos autores usarem métodos displicentes ao


citar a literatura (nunca fico deprimido muito tempo - meu tempo de atenção é muito
pequeno). Uma ofensa comum é o "referência vaga", na qual o leitor é loquazmente
introduzido a "contribuição elegante de Smith", sem sugerir o que Smith relatou ou como
os resultados de Smith relacionam-se com os resultados do autor em questão. Se uma
referência é valorizada, o leitor deve ser informado do porquê.
Pior mesmo é o hábito detestável de alguns autores de insultar os autores
previamente estudados. E provavelmente correto dizer "Smith (1997) não estudou...". Não
é direito, entretanto, dizer "Smith (1997) omitiu totalmente..." ou "Smith (1997) ignorou...".
Alguns autores têm o hábito de colocar todas as citações no final das sentenças.
Isto é errado. A referência bibliográfica deve ser colocada naquele ponto da sentença ao
qual ela se aplica. Michaelson (1990) deu este bom exemplo:

(início da citação) Examinamos um método digital de modulação de espectro de


espalhamento para comunicação por satélite de acesso múltiplo e para radiotelefonia
móvel. (1,2 – Nota) (fim da citação)

Note como as citações ficam claras quando a sentença é estruturada assim:

(início da citação) Examinamos um método digital de modulação de espectro de


espalhamento para uso no desenvolvimento de Smith de comunicação de múltiplo acesso
e na técnica de Brown de radiotelefonia digital. (2 – Nota) (fim da citação)

Página 57

EXEMPLOS DE DIFERENTES ESTILOS DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Para que vocês possam visualizar rapidamente as diferenças entre os três


principais sistemas de referência, aqui estão três referências escritas na forma como elas
deveriam aparecer na seção de Referências Bibliográficas de um periódico.

SISTEMA DE NOME E ANO


Day, R. A. 1998. How to write and publish a scientific paper. 5. ed. Phoenix: Oryx
Press.
Huth, E. J. 1986. Guidelines on authorship of medical papers. Ann. Intern. Med.
104:269-274.
Sproul, J., H. Klaaren, and F. Mannarino. 1993. Surgical treatement of Freiberg's
infraction in athletes. Am. J. SportsMed. 21:381-384.

SISTEMA DE NÚMERO DE ACORDO COM A ORDEM ALFABÉTICA


1. Day,R. A. 1998. How to write and publish a scientific paper. 5.ed. Phoenix: Oryx
Press.
2. Huth, E. J. 1986. Guidelines on authorship of medical papers. Ann. Inlern, Med.:
269-274.
3. Sproul, J., H. Klaaren, and F. Mannarino. 1993. Surgical treatement of
Freiberg's infraction in athletes. Am. J. Sports Med. 21:381-384.

SISTEMA DE ORDEM DE CITAÇÃO


1. Huth EJ . Guidelines on authorship of medical papers. Ann Intern Med
1986;104:269-274.
2. Sproul J, Klaaren H, Mannarino F. Surgical treatement of Freiberg's infraction in
athletes. Am J Sports Med 1993; 21:381-4.
3. Day R A. How to write and publish a scientific paper. 5.ed. Phoenix: Oryx Press,
1998.

Além do arranjo não-alfabético das referências bibliográficas, o sistema de ordem


de citação é marcadamente diferente dos outros no fato de defender a abolição dos
pontos após as abreviações (de títulos de periódicos, por exemplo), pontos após as
iniciais dos autores e vírgulas depois dos sobrenomes dos autores. Se vocês desejarem
submeter um manuscrito à apreciação de qualquer

Página 58

periódico que use este sistema de citação, devem obter uma cópia dos Requisitos
Padronizados para Manuscritos Submetidos à Apreciação em Periódicos Biomédicos.
Cópias individuais sem taxa podem ser obtidas no Secretariat Office, Annals of Internal
Medicine, American College of Physicians, Independence Mall West, Sixth St. at Race,
Philadelphia, PA 19106.

CRIAÇÕES ELETRÔNICAS PARA RODAPÉS, REFERÊNCIAS E CITAÇÕES

Muitos programas de processador de texto tornam fácil numerar as citações e


colocar referências bibliográficas no final de seus documentos. Coloquem simplesmente
seu cursor onde vocês querem que o número da citação apareça e selecionem o
comando notas de rodapé ou notas finais de seus programas para inserir o número de
citação. O número é automaticamente colocado e aparece uma janela na qual coloca-se o
item de referência. Vocês podem selecionar o estilo de letra e tamanho tanto da citação
como da referência. As preferências de referências estão também disponíveis, incluindo
localização, estilo de letra e tamanho.
Algumas publicações preferem o esquema de numeração em expoente, no qual
os números são menores que os do corpo do trabalho e situam-se acima da linha do
texto, como indicado no seguinte exemplo:

(início da citação) Este é a conclusão mais surpreendente que surgiu do estudo


de Wilson. (5 – Nota) (fim da citação)

No Microsoft Word, o número do expoente será inserido automaticamente com


letra tamanho 9 e sobe 3 pontos em relação à linha básica do texto. Meramente coloque o
cursor onde querem que o número apareça e escolha o comando de nota de rodapé. As
notas podem ser colocadas no rodapé da página na qual sua referência em expoente
aparece ou no final do artigo, como preferido pela maioria dos periódicos. O programa
automaticamente mantém o esquema de número, mesmo que o número de citação seja
adicionado ou retirado de uma seção anterior do texto. O número de citação pode ser
arábico, números romanos, letra minúscula ou maiúscula ou símbolos.

"SOFTWARE" DE CITAÇÃO E REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

EndNote (Sistema de nota no final) é um "software" aplicativo que fornece


formatos de muitos dos estilos padrões de referências bibliográficas aceitos por
periódicos. Tocando uma tecla, o EndNote mostra uma bibliografia completa para ser
formatada no estilo selecionado. Se seus manuscritos são rejeitados para uma
publicação, vocês podem dar novo formato às referências para obter

Página 59

os requisitos de outro periódico, novamente ao toque de uma tecla. Além disso, o


EndNote pode reformatar as citações do texto, assim como a seção de Literatura Citada
do manuscrito. EndNote e outros aplicativos similares trouxeram grande precisão e
facilidade de uso à compilação de referências. Uma vez que uma referência foi arquivada
de forma completa e correta, não é necessário gravá-la novamente, a não ser que ela
seja mudada de alguma forma, ela estará sempre correta.

CITAÇÃO DE FONTES ELETRÔNICAS


Com tantos trabalhos em andamento, listados eletronicamente na Internet, as
citações, hoje em dia, podem requerer que vocês também listem as fontes eletrônicas.
Por ser o World Wide Web um meio tão volátil, uma página eletrônica rapidamente deixa
de ser atualizada e desaparece logo depois da publicação de seu artigo ou porque as
pessoas e organizações que mantêm a página podem movê-la para outra localização,
com uma referência eletrônica ou URL (Uniform Resource Locator - Locadores de
Recursos Uniformes) diferente. Os leitores de seu artigo, usando o endereço eletrônico
antigo, ficarão frustrados quando não conseguirem acessar a página. A única solução
para este problema é o autor de um artigo manter uma cópia impressa de um URL
eletrônico, como um arquivo de referência que qualquer um possa solicitar.
Outro problema reside na natureza das páginas do Web, que podem variar
grandemente em comprimento. Um longo documento do Web não terá número de
páginas para serem referidas, caso vocês queiram salientar uma localização exata para
os fatos que desejam citar. Uma forma geral de contornar este problema é nomear o
subtítulo sob o qual a referência se encontra. Pode-se, também, contar os parágrafos
abaixo, a partir da margem superior, ou acima da margem inferior, o que for mais fácil.
Várias fontes do Web fornecem modelos de formatos para citação eletrônica. A
International Standards Organization (ISO - Organização Internacional de Padrões)
<http://www.iso.ch/infoe/guide.html> oferece uma longa lista de sugestões para
referências bibliográficas de documentos eletrônicos ou de partes de documentos (ISO
690-2:1977). Estas sugestões do catálogo da ISO podem ser pedidas "online", através do
endereço Web da ISO. A página do Web da Universidade de Toronto
<http://www.fis.utoronto.ca/internet/citation.htm> lista uma variedade de modelos e
formatos, incluindo aqueles da ISO. Outros endereços incluem os seguintes:

<http://www.askanexpert.eom/p/cite.html> oferece aos estudantes ajuda nos


formatos de citação com relação à gramática e estilo.

Página 60

<http://www.uvin.edu/~xli/reference/apa.html> lista exemplos do estilo de citação


de fontes eletrônicas da APA (American Psychological Association).
<http://www.famu.edu/sjmga/ggrow> <http://www.famii.edii/sjmga/ggrow> é um
guia adequado para o estilo da APA para Macintosh.
<htlp://www,tivin.edii/~ncrane/estyles/mla.html> permite aos usuários alcançar Xia
Li e Nancy Crane, autores de um livro popular sobre citações da Web, c lisla os modelos
para citações eletrônicas da MLA (Modern Language Association).
<http://iism.edu/~engdept/mla/niles.html> cita material eletrônico com novas
normas.

RECOMENDAÇÕES DA ISO (INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION) PARA


CITAÇÕES ELETRÔNICAS
A ISO é um grupo internacional que desenvolve padrões internacionais para
apresentação, identificação e descrição de documentos. As recomendações da
organização (ISO 690-2:1997) para padrões de citações eletrônicas podem ser pedidas
"online" a partir do catálogo da ISO pelo endereço <
<http://www.iso.ch/>infoe/guide.html>. As recomendações dão exemplos de estilos de
referências para documentos inteiros, para monografias eletrônicas, para banco de dados
e para programas de computadores. Também listam exemplos de citações eletrônicas
para artigos de periódicos, comunicações pessoais por correio eletrônico e comunicações
por "listserv" (Lista de serviços).

MANUAIS PARA ESTILO DE IMPRESSÃO PARA CITAÇÃO ELETRÔNICA

O periódico para o qual vocês estão escrevendo geralmente fornecem um modelo


para a colocação de referências eletrônicas às quais vocês se referem em seus artigos.
Várias referências de cópias de trabalhos constantes em páginas eletrônicas podem ser
também fornecidos neste guia. As publicações mais importantes neste assunto são:
Eletronic Styles: A Handbookfor Citing Electronic Information (Estilos Eletrônicos: Um
manual para citar Informações Eletrônicas) (edição revisada, 1996), por Xia Li e Nancy
Crane, a 14.ed. de The Chicago Manual ofStyle (Manual cie Estilo de Chicago) (1993) e a
6.ed. de Scientific Style and Formal (Estilo Científico e Formato) (1993), pelo Council of
Biology Editors.

Página 61

CAPÍTULO 13

Como Construir Tabelas Eficazes

(início de epígrafe) Uma apresentação de dados em tabelas é


geralmente o coração ou, melhor, o cérebro de um artigo científico.
(fim de epígrafe)
Peter Morgan

QUANDO USAR TABELAS

Antes de prosseguir com o "como fazer" com relação a tabelas, examinemos a


questão "se deve ser feito".
Como regra básica, não construa uma tabela a não ser que devam ser
apresentados dados repetitivos. Há duas razões para esta regra geral. Primeiro,
simplesmente não é científico regurgitar uma resma de dados só porque vocês os têm em
seus cadernos de anotação de laboratório; somente amostras e pontos onde houve
mudança precisam ser dados. Segundo, o custo de publicação de uma tabela é muito
mais alto, comparado com o do texto, e todos nós que estamos envolvidos com a geração
e a publicação de literatura científica devemos nos preocupar com o custo.
Se vocês fizerem (ou precisarem apresentar) somente algumas determinações,
forneçam os dados no texto. As Tabelas 1 e 2 são desnecessárias, embora elas sejam
exemplos de muitas tabelas que são submetidas aos periódicos.
A Tabela 1 está errada, porque duas das colunas dão condições padrões e não
variáveis ou dados. Se a temperatura é uma variável no experimento, ela deve ter sua
coluna. Se todos os experimentos foram feitos à mesma temperatura, entretanto, esta
pequena informação deve ser colocada em Materiais e Métodos e, talvez, como uma nota
de rodapé na tabela, mas não em uma coluna da tabela. Os dados apresentados em uma
tabela podem ser fornecidos no próprio texto, numa forma que seja perfeitamente
compreensível ao leitor, ao mesmo tempo que se evita o substancial aumento de custo de
impressão da tabulação.

Página 62

Muito simplesmente, os resultados deverão ser apresentados da seguinte forma:


"A aeração do meio de cultura foi essencial para o crescimento do Streptomyces
coelicolor. A temperatura ambiente (24°C), não houve crescimento evidente em culturas
estacionadas (não aeradas), enquanto que crescimento substancial (7N unidades Kletl)
ocorreu em culturas com agitação".

Tabela 1. Efeito da aeração no crescimento de Streptomyces coelicolor

Adaptação de tabela. A tabela se refere a:


Tem. (ºC) – Nº de exposições - Aeração do meio – Crescimentoª
24 – 5 - +b – 78
24 – 5 - - - 0

a Como determinado por densidade óptica (unidades Klett).


b Símbolos: +, Erlenmeyer de 500ml foram aerados por sopro de um estudante de
graduação, nos frascos, por 15 minutos em cada hora; -, condições de teste iguais, exceto
que a aeração foi feita por um professor mais velho.

Tabela 2. Efeito da temperatura sobre crescimento de embriões de carvalho


(Quercus)ª

Figura (adaptada).
Os dados da tabela se refere à:
Temp. (°C) - Crescimento em 48 h (mm)
-50 - 0
-40 - 0
-30 - 0
-20 - 0
-10 - 0
0-0
10 - 0
20 - 7
30 - 8
40 - 1
50 - 0
60 - 0
70 - 0
80 - 0
90 - 0
100 - 0

ª Cada embrião foi mantido individualmente em um frasco cilíndrico com 10 cm de


diâmetro e 100 m de altura, em um meio de cultura rico, contendo turfa 50% de Michingan
e estéreo de cavalo seco 50%. Realmente, não era "50% de Michigan": a turfa era 100%
"de Michigan", toda ela proveniente do estado em questão Todo o estéreo não era meio-
seco (50%): ele era todo seco. E, reflita, eu deveria lei dito "50% de esteiro seco (de
cavalo)": eu não sequei o cavalo, afinal.

A Tabela 2 não tem colunas de leituras idênticas e ela parece uma boa tabela,
Mas ela é? A coluna da variável independente (temperatura) parece ser suficientemente
razoável, mas a coluna da variável dependente (cresci-

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mento) tem um número de zeros suspeitos. Vocês devem questionar qualquer tabela com
um grande número de zeros (qualquer que seja a unidade de medida) ou um grande
número de 100s, quando são usadas percentagens. A Tabela 2 é uma tabela inútil,
porque toda ela nos relata que "O embrião de carvalho cresceu em temperaturas entre 20
e 40°C; nenhum crescimento mensurável ocorreu em temperaturas abaixo de 20°C ou
acima de 40°C".
Além de zeros e 100s, suspeite de sinais + e -. A Tabela 3 é de um tipo que
geralmente aparece na imprensa, embora ela não seja, obviamente, muito informativa.
Tudo que esta tabela mostra é que "S. griseus, S. coelicolor, S. everycolor e S.
rainbowenski cresceram sob condições aeróbicas, enquanto que S. nocolor e S.
greenicus necessitaram de condições anaeróbicas ". Toda vez que uma tabela, ou
colunas dentro de uma tabela, possam ser perfeitamente colocadas em palavras, façam-
no.
Alguns autores acreditam que todo dados numéricos devem ser colocados em
uma tabela. A Tabela 4 é um triste exemplo. Isso fica mais triste quando percebemos
(após o fim da nota de rodapé) que os resultados não são estatisticamente significantes,
afinal (P = 0,21). Se esses dados merecessem ser publicados (o que eu duvido), uma
sentença nos resultados seria o suficiente: "A diferença entre os níveis de insucesso -
14% (5 de 35) para nocilina e 26% (9 de 34) para penicilina V potássica - não foi
significante (P = 0,21).
Ao apresentar números, dê somente conteúdos significantes. Valores não-
significantes enganam o leitor ao criarem um falso senso de precisão; eles também
tornam a comparação dos dados mais difícil. Dados não-essenciais, como números de
laboratório, resultantes de simples cálculos, e colunas que não mostram variações
significantes, devem ser omitidos.

FIGURA
Tabela 3. Necessidades de oxigênio de várias espécies de Streptomyces
Os dados da tabela se refere à:
Organismo / Crescimento em condições aeróbicasª / Crescimento em condições
anaeróbicas
Strepíomyces griseus / + / -
S. coelicolor / + / -
S. nocolor / - / +
S. everycolor / + / -
S. greenicus / - / +
S. rainbowenski / + / -

ª Veja Tabela 1 para explicação dos símbolos. Neste experimento, as culturas foram
aeradas por agitação mecânica (New Brunswick Shaking Co. Scientific, NJ).

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Tabela 4. Níveis de insucesso de bactérias


Figura (adaptada)
Os dados da tabela referem-se à:
Nocilina - K Penicilina
5/35(14)ª - 9/34(26)
ª Resultados expressos em número de insucesso em relação ao total, que então foram
convertidos em percentagem (entre parênteses). P = 0,21.

Uma outra tabela muito comum, mas inútil é aquela com uma lista de nomes. A
Tabela 5 é um exemplo típico. Esta informação pode ser facilmente apresentada no texto.
Um bom editor de texto retirará este tipo de tabela e incorporará os dados no texto. Eu
mesmo fiz isso milhares de vezes. Além do mais, ao fazê-lo (e isto leva à próxima regra
sobre tabelas), eu encontrei muito freqüentemente que não muito da informação, senão
toda, já estava no texto. Assim, fica a regra: Apresentem os dados no texto ou em uma
tabela ou em uma figura. Nunca apresentem o mesmo resultado em mais de uma forma.
Claro, dados selecionados podem ser isolados para a discussão, no texto.
As Tabelas 1 a 5 fornecem exemplos típicos de espécies de materiais que não
devem ser tabulados. Agora, vejamos o material que deve ser tabulado.

Tabela 5. Efeitos adversos de nicklecilina em 24 pacientes adultos


Na de pacientes - Efeito colateral
14 - Diarréia
5 - Eosinofilia (> 5 eos./mm3)
2 - Gosto metálico"
1 - Vaginite de levedurab
1 - Crescimento significante do Nitrogênio na forma de uréia
1 - Hematúria

ª Os dois pacientes que sentiram gosto metálico trabalhavam em uma mina de zinco.
b O organismo infectante era uma cepa rara de Cândida albicans que causa vaginite na
levedura, mas não em humanos.

COMO ORGANIZAR MATERIAL DE TABELA

Decidindo-se a tabular, façam a si mesmos a questão: Como eu devo organizai os


dados? Como uma tabela tem dimensões da esquerda para a direita e de cima para
baixo, vocês tem duas escolhas. Os dados podem ser apresentados tanto
horizontalmente como verticalmente. Mas podem não quer dizer devem; os dados devem
ser organizados de tal forma que os elementos análogos sejam lidos para baixo e não de
forma cruzada.

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Examinem as Tabelas 6 e 7. Elas são equivalentes, exceto em que a Tabela 6 é


lida de forma cruzada, enquanto que a Tabela 7 lê-se de cima para baixo. Para usar uma
antiga expressão de pesca, a Tabela 6 é " na direção oposta do peixe". A Tabela 7 tem
um formato preferível, porque ela permite que o leitor perceba a informação mais
facilmente e é mais compacta e, assim, menos dispendiosa para imprimir. A questão com
relação a facilidade para o leitor parece ser o óbvio. (Vocês já tentaram alguma vez
adicionar números listados horizontalmente e não verticalmente?) A questão com relação
a reduzir custos de impressão refere-se ao fato de que todas as colunas devem ser largas
ou com mais de uma linha no arranjo cruzado, por causa da diversidade de elementos,
enquanto que algumas colunas (especialmente aquelas com números) poderiam ser mais
estreitas, sem continuar na próxima linha, no arranjo de leitura para baixo. Assim, a
Tabela 7 parece ser menor que a Tabela 6, embora elas contenham exatamente a mesma
informação.

FIGURA
Tabela 6. Características de Streptomyces produtores de antibióticos
Os dados da tabela referem-se à:
Determinação - S. Fluoricolor - S. Griseus - S. Coelicolor - S. nocolor
Temp. de crescimento ótimo ("C)- -10 – 24 – 28 – 92
Cor do micélio – bronze – cinza – vermelho - Púrpura
Antibiótico produzido – Fluoricillinmicina – Estreptomicina – Rholmondelay ª - Nomicina
Produção de antibiótico (mg/ml) - 4.10878 – 2 - 0

a Pronunciada "Rumley" pelos britânicos.


Tabela 7. Características de Streptomyces produtores de antibiótico!)

A tabela se refere a:
Organismo – Temp. de crescimento ótimo (ºC) – Cor do micélio – Antibiótico produzido –
ção de antibiótico (mg/ml)

S. fluoricolor - -10 – Bronze – Fluoricilinmicina – 4.108


S. griseus – 24 – Cinza – Estreptomicina – 78
S.coelicolor – 28 – Vermelho – Rholmondelayª – 2
S. nocolor – 92 – Púrpura – Nomicina - 0

ª Onde os peixes voadores brincam.

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Palavras em uma coluna são colocadas à esquerda. Números são colocados à


direita (ou sobre o ponto decimal). A Tabela 7, por exemplo, ilustra esta questão.
A Tabela 8 6 um exemplo de uma tabela bem construída (reimpressa das
Instruções aos Autores do Journal of Bacteriology). Ela se lê de cima para baixo e não de
forma cruzada. Foi montada de forma clara suficiente para tornar os significados dos
dados inteligíveis sem referência no texto. Ela tem rodapés explicativos, mas eles não
repetem detalhes experimentais excessivos. Notem a distinção aqui. Ela é própria para
fornecer informação suficiente, de forma que o significado dos dados seja claro, sem
referência no texto, mas ela é imprópria para fornecer na tabela os detalhes experimentais
que deveriam ser necessários para repetir o experimento. Os materiais e métodos
detalhados, usados para obter os dados, devem ficar na seção com este nome.

FIGURA
Tabela 8. Indução de creatinina deiminase em C. neoformans e C. hacillisporus
Figura (adaptada)
Os dados da tabela refere-se à:
Fonte de nitrogênioª – C. Neoformans NIH12 Enzima total - C. Neoformans NIH12
Atividade (U/mg de proteína) – C. Bacillisporus NIH191 enzima total - C. Bacillisporus
NIH191 Atividade (U/mg de proteína)

Amônia – 0,58 – 0,32 – 0,50 - 0,28


Ácido glutâmico – 5,36 – 1,48 – 2,18 - 0,61
Ácido aspártico – 2,72 – 0,15 – 1,47 - 0,06
Arginina – 3,58 – 2,18 – 3,38 - 2,19
Creatinina – 97,30 – 58,40 – 104,00 - 58,30

a O inóculo cresceu em caldo de glicose com sulfato de amônio, foi lavado duas vezes e
transferido para um meio com as fontes de N listadas abaixo.
b Unidades de enzima no extrato celular obtidas a partir de cerca de 10'° células.

Notem que estas tabelas têm três traços horizontais, mas não verticais.
Virtualmente, todas as tabelas são construídas desta forma. Ocasionalmente, linhas
intermediárias (como acima "NIH12 eNIH191", na Tabela 8) são usadas. Os traços
verticais não são usados, porque eles são difíceis de inserir na maioria dos sistemas
tipográficos.
EXPOENTES NOS CABEÇALHOS DAS TABELAS
Se possível, evite usar expoentes nos cabeçalhos das tabelas. Surge confusão,
porque alguns periódicos usam expoentes positivos e alguns usam expoen-

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tes negativos para significar a mesma coisa. Por exemplo, o Journal of Bacteriology usa
"cpm X 10 ao cubo" para referir-se a milhares de contagens por minuto, enquanto que o
Journal of Biological Chemistry usa "cpm X 10 ao cubo” para os mesmos milhares de
contagem. Não é possível evitar tais rótulos no cabeçalho da tabela (ou em figuras), seria
mais razoável colocar a convenção que está sendo usada no rodapé (ou na legenda da
figura), em palavras que eliminassem a ambigüidade.

INDICADORES DE MARGEM

É uma boa idéia identificar, na margem do texto, a localização da primeira


referência de cada tabela. Simplesmente escrevam "Tabela 3" (por exemplo) na margem
e circule-a. Este procedimento é uma boa forma de verificação para assegurarem-se que
realmente citaram cada tabela no texto, em ordem numérica. Principalmente, entretanto,
este procedimento fornece indicações para o compositor na hora de fazer a estruturação
da página, ele saberá onde quebrar o texto para inserir as tabelas. Se vocês não
marcarem a localização, o editor de cópia o fará; entretanto, o editor de cópia pode
esquecer a primeira referência a uma tabela e a tabela pode então ser colocada muito
longe da primeira menção sobre ela, no texto. Sobretudo, vocês podem querer passar a
referência para uma tabela o mais cedo possível, no artigo, mas podem preferir que a
tabela apareça mais adiante no artigo. Somente por meio de suas notas de margem, o
editor de cópia e o compositor sabem onde vocês desejam que a tabela apareça.

TÍTULOS, NOTAS DE RODAPÉ E ABREVIAÇÕES

O título da tabela (ou a legenda de uma figura) é como o título do artigo em si. Isto
é, o título ou a legenda devem ser concisos e não divididos em duas ou mais cláusulas ou
sentenças. Palavras desnecessárias devem ser omitidas.
Tome extremo cuidado com os rodapés de suas tabelas. Se devem ser definidas
abreviações, vocês podem freqüentemente dar toda ou a maior paradas definições na
primeira tabela. Então, as demais tabelas podem ter simplesmente a nota de rodapé:
"Abreviações como na Tabela 1".
Note que "temp."(Tabelas 1, 2, 6 e 7) é usada como uma abreviação de
"temperatura". Por causa do espaço limitado das tabelas, a maioria dos periódicos
encoraja as abreviações de certas palavras, nas tabelas, que não devem ser abreviadas
no texto. Coloquem com letra maiúscula tais abreviações usadas como primeiras palavras
em um cabeçalho de coluna; não use ponto (exceto

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depois de "no." (número, quando o idioma é o Inglês). Habituem-se a usar as abreviações


do Apêndice 2, de forma que vocês possam fazer tabelas apropriadas (para periódicos
em língua inglesa). Isto é particularmente útil no caso de (alicias adequadas para serem
fotografadas.

CÓPIAS ADEQUADAS PARA FOTOGRAFAR


Uma vez que vocês aprenderam como montar tabelas eficientes, podem usar
equipamento do processador de texto para prepararem tabelas para serem fotografadas.
Mais e mais autores estão fazendo isso, tanto com suas próprias tabelas, como depois de
colocadas pelos editores do periódico. As vantagens para o autor, para o periódico e para
a literatura é substancial. Uma tabela própria para fotografar é reproduzida
fotograficamente, salvando-os do trabalho exaustivo de conferir as provas da tabela (a
câmara não comete erros tipográficos). A vantagem para o periódico é que o custo de
reproduzir a tabela fica reduzido, porque não há necessidade de enquadrar o material,
conferir a prova ou fazer correções. A vantagem para a literatura é que os dados
publicados conterão menos erros. Quaisquer erros em sua cópia original serão,
evidentemente, mantidos, mas os erros dos impressores, comuns no passado, aos quais
as tabelas eram especialmente suscetíveis, podem ser evitados pela entrega de cópias
adequadas para fotografar.
Outras partes do manuscrito podem também ser beneficiadas pelo uso de cópias
adequadas para fotografar. Desta forma, vocês obterão o que desejam, não aquilo que o
editor de cópia ou o compositor pensam que vocês desejam. Cópias adequadas para
fotografar funcionam com perfeição para complicadas fórmulas Matemáticas e da Física,
estruturas químicas, porções de mapas genéticos, diagramas e fluxogramas. Por que não
tentar?
Um cuidado final: Estejam seguros de ter lido as Instruções aos Autores do
periódico ao qual vocês planejam enviar seus manuscritos, antes de produzirem suas
tabelas com o formato definitivo. O periódico pode deixar bem claro os tipos de tabelas
que eles aceitarão, as dimensões das tabelas e outros instruções para preparar tabelas
eficientes.
A maioria dos periódicos insiste que cada tabela seja escrita em páginas
separadas e que as tabelas (e figuras) sejam juntadas no final do manuscrito. As tabelas
não devem ser submetidas na forma de fotografias.
Finalmente, "adequadas para serem fotografadas" quer dizer exatamente isto. A
página deve ser clara (sem manchas ou marcas estranhas). A tinta deve ser preta.
Impressões em impressora do tipo matricial não produzem cópias fotográficas boas.
Deve-se usar impressora laser ou jato de tinta.

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TABELAS GERADAS POR COMPUTADOR

Nos dia atuais, muitos autores que estão familiarizados com técnicas de
computação, podem facilmente criar eletronicamente suas próprias tabelas. O Word e o
Word Perfect permitir-lhes-á criar uma tabela diretamente num formato, usando o
aplicativo de processamento do word. No Word, vocês podem criar uma tabela
meramente escolhendo a Inserção de Tabela desejada. Podem, também, transformar
texto em um formato de tabela, selecionando o texto que vocês desejarem converter e
"clicando" a opção Converta Texto em Tabela no menu da Tabela. O menu permitirá a
vocês selecionarem o número de colunas que desejam, o número de linhas e a largura da
coluna requeridos. Todos este itens podem ser facilmente mudados, se vocês
descobrirem que suas tabelas necessitam de ajustes. Vocês podem também partir uma
tabela para inserirem um texto, adicionarem linhas de grades e arrumarem textos na
tabela em ordem crescente ou decrescente.
Uma vez que vocês criam o formato de sua tabela, coloquem o texto em cada
quadro. A tecla "tab" leva-os de um quadro ao próximo. Vocês podem escolher o tamanho
e tipo de letra. Se vocês alinharem suas tabelas pela margem esquerda, não é necessário
alinhar a margem direita. Seus alinhamentos vão depender do número de colunas que a
tabela inclui e da largura que a coluna deve ter para conter os dados. Muito espaço entre
os dados em cada coluna pode tornar a tabela difícil de ler.
Os dados para tabelas podem também ser colocados, usando o Excel ou outros
programas semelhantes. O Excel pode também converter dados num for mato de tabela.
Alguns periódicos aceitam tabelas colocadas cm seus programas de processamento do
redator de texto como parte de seus manuscritos. Outros preferem que vocês imprimam a
tabela separada, adequada pai a copia fotográfica (veja "Cópia Adequada para
Fotografia" acima). Tabelas adequadas para fotografia devem ser imprimidas em papel
com maior gramatura, impressas em impressora a laser com 600 dpi (dots per inch -
pontos por polegada). Naturalmente, a tabela não deve ter manchas e ser rotulada
claramente com o número e o cabeçalho.

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CAPÍTULO 14

Como Preparar Gráficos Eficazes

(início de epígrafe) Um boa ilustração pode auxiliar o cientista a ser


ouvido, quando fala, a ser lido, quando escreve. Pode ajudar a
compartilhar informações com outros cientistas. Pode auxiliar a
convencer as agências patrocinadoras a financiar a pesquisa. Pode
ajudar a ensinar aos alunos. Pode ajudar a informar o público sobre o
valor do trabalho. (fim de epígrafe)
Mary Helen Briscoe

QUANDO ILUSTRAR

No capítulo anterior, discuti certos tipos de dados que não devem ser tabulados.
Eles não devem ser colocados em figuras também. Basicamente, gráficos são tabelas na
forma de figuras.
A questão é a seguinte. Certos tipos de dados, particularmente aqueles esparsos
ou monotonamente repetitivos, não precisam ser colocados juntos nem numa tabela, nem
num gráfico. Os fatos são sempre os mesmos: o custo de preparar e imprimir uma
ilustração é alto e devemos considerar necessário ilustrar nossos dados apenas quando o
resultado é realmente um ganho para o leitor.
Isto leva-me à repetição, porque muitos autores, especialmente aqueles que
estão apenas começando, pensam que uma tabela, um gráfico ou um esquema, de
alguma forma adicionam importância aos dados. Assim, em busca de credibilidade, há
uma tendência a converter uns poucos elementos dos dados em vistosos gráficos ou
tabelas. Meu aviso é: não façam isto. Seus colegas mais experimentados e a maioria dos
periódicos não serão enganados; eles logo deduzirão que (por exemplo) três ou quatro de
suas curvas em seus gráficos são

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simplesmente as condições padrões e que o significado da quarta curva poderia ser


colocado em poucas palavras. Tentativas de enfeitar dados científicos são geralmente
fadadas ao fracasso.
Se há apenas uma curva em um dado gráfico, vocês podem descrevê-la em
palavras? Possivelmente, apenas um valor é significante, talvez um máximo ou um
mínimo; o resto é enfeite. Se determinaram, por exemplo, que o valor ótimo de pH, para
uma dada reação, era pH 8,1, será provavelmente suficiente colocar algo como "A
atividade máxima foi obtida em pH 8,1". Se determinaram que o máximo crescimento de
um organismo ocorreu a 37°C, uma simples afirmação sobre este efeito é mais
econômica e mais científica que um gráfico mostrando a mesma coisa.
Se a escolha não for gráfico versus texto, mas gráfico versus tabela, suas
escolhas devem considerar se vocês quiserem fornecer aos leitores valores numéricos
exatos ou simplesmente uma visão da tendência ou da forma dos dados. Raramente,
deve haver uma razão para apresentar os mesmos dados tanto em tabelas como em
gráficos, a primeira apresenta os valores exatos e o segundo mostra uma tendência que
de outra forma não ficaria clara. (Este procedimento parece ser mais comum em Física).
A maioria dos editores, entretanto, resistem a essa redundância óbvia, a não ser que a
razão para ela existir seja irrefutável.
Um exemplo de gráfico de barras desnecessário é mostrado na Fig. 1. Esta figura
pode ser substituída por uma sentença no texto: "No grupo-teste de 56 pacientes,
hospitalizados para uma avaliação durante 14 dias, 6 adquiriram infecções".
Quando uma ilustração se justifica? Não há uma regra clara, mas examinemos os
tipos de gráficos comumente usados em redação científica, com algumas indicações para
seu uso eficaz.

QUANDO USAR GRÁFICOS

Gráficos (que são denominados desenhos ou representações gráficas lineares na


terminologia de impressão) são muito semelhantes a tabelas em termos de apresentação
de dados numa forma organizada. De fato, os resultados de muitos experimentos podem
ser apresentados tanto por meio de tabelas como por meio de gráficos. Como decidirmos
qual é preferível? Isto é freqüentemente uma decisão difícil. Uma boa diretriz pode ser
esta: Se os dados mostram inclinações pronunciadas, fazendo uma figura interessante,
usem gráfico. Se os números apenas ficam lá, sem nenhuma inclinação em evidência,
uma tabela será satisfatória (e certamente mais fácil e mais barata de se preparar). As
tabelas também são melhores para apresentar números exatos.

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FIGURA
Fig. 1. Incidência de infeções hospitalares.
(Cortesia de Erwin F. Lessel.)

Figura (adaptada): Gráfico de barras que marca 56 como número total de pacientes; 6
como número de infecções e 14 como média do número de dias no hospital.

Examinem a tabela 9 e a figura 2, que relatam exatamente os mesmos dados.


Ambos formatos são aceitáveis para publicação, mas eu acredito que a figura 2 é
claramente superior à tabela 9. Na figura, a ação sinergética da combinação das duas
drogas fica imediatamente aparente. Assim, o leitor pode rapidamente perceber a
significância dos dados. É também óbvio, no gráfico, que a estreptomicina é mais efetiva
que a isoniazida, embora sua ação seja ligeiramente mais lenta; este aspecto dos
resultados não fica claramente evidente na tabela.

FIGURA
Tabela 9. Efeito de estreptomicina, de isoniazida e de estreptomicina mais isoniazida
sobre Mycobacterium tuberculosisª
Figura (adaptada)
Os dados da tabela referem-se à :
Tratamento b – Porcentagem de culturas negativas em sem. – Porcentagem de culturas
negativas em 4 sem. – Porcentagem de culturas negativas em 6 sem. – Porcentagem de
culturas negativas em 8 sem.

Estreptomicina – 5 – 10 – 15 - 20
Isoniazida – 8 – 12 – 15 - 15
Estreptomicina + isoniazida -30 -60 – 80 – 100

a A população de pacientes, atualmente algo diminuída, foi descrita em uma publicação


precedente.
b A mais alta qualidade disponível em nosso fornecedor (Town Pharmacy, Podunk, IA).

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FIGURA
Figura (adaptada): Gráfico da Duração do tratamento (semanas) pelas Culturas
negativadas (%).
Os dados da tabela referem-se à:

A estreptomicina identificada por um círculo, apresenta aproximadamente os seguintes


valores: 2 semanas, 4%; 4 semanas, 8%; 6 semanas, 12%; 8 semanas, 15%.

A isoniazida identificada por um triângulo, apresenta aproximadamente os seguintes


valores: 2 semanas, 8%; 4 semanas, 9%; 6 semanas, 12%; 8 semanas, 11%.

A estreptomicina mais ionizada identificada por um quadrado, apresenta


aproximadamente os seguintes valores: 2 semanas, 24%; 4 semanas, 48%; 6 semanas,
73%; 8 semanas, 93%.

COMO PREPARAR GRÁFICOS


Em edições anteriores deste livro, eu forneci diretrizes precisas de como usar
papel milimetrado, tinta Nankin, normógrafo, etc. Os gráficos eram preparados com estes
materiais e por meio destas técnicas, por gerações.
Atualmente, todos nós vivemos em um mundo revolucionado pelo computador. As
capacidades gráficas dos computadores aumentaram grandemente, nos

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anos recentes. E agora, que as impressoras a jato de tinta e a laser tomaram o lugar das
impressoras matriciais, baratas, mas de baixa qualidade de impressão, a maioria dos
laboratórios científicos têm capacidade de produzir gráficos min a qualidade adequada
para publicação, por meio de métodos de computador (veja "Criando Eletronicamente
Gráficos para Artigos Científicos", abaixo).
As técnicas de produção eletrônica de gráficos variam muito de programa puni
programa. Entretanto, os princípios de produção de bons gráficos, quer leitos na forma
antiga, quer por meio de computador, pelos mais modernos programas, não variam. O
tamanho das letras e símbolos, por exemplo, deve ser escolhido de forma que a
impressão final do gráfico no periódico seja clara e legível.
O tamanho da legenda deve ser baseado na redução fotográfica, feita
antecipadamente, que será usada no processo de impressão. Este fator torna-se
especificamente importante, se vocês combinarem dois ou mais gráficos em uma única
ilustração. Combinado ou não, cada gráfico deve ser tão simples quanto possível. "O
desastre mais comum em ilustração é incluir muita informação em uma figura. Quanto
mais pontos são feitos em uma ilustração, maior é o risco de confusão e
desencorajamento do revisor" (Briscoe, 1990).
A figura 3 é um gráfico agradável. A legenda é grande suficiente para permitir
redução fotográfica. A figura é enquadrada, em vez de ter dois lados (comparada com a
Fig. 2), tornando um pouco mais fácil estimar os valores do lado direito do gráfico. O autor
marcou os pontos no interior da curva e não no exterior.

TAMANHO E ARRANJO DOS GRÁFICOS

Examinem a figura 4. Obviamente, as letras não são grandes o suficiente para


sustentar a redução que ocorreu e a maioria dos leitores terão dificuldade de ler os
dizeres da ordenada e da abcissa. De fato, a figura 4 efetivamente ilustra dois pontos.
Primeiro, as letras devem ser de tamanho suficiente para suportar redução do tamanho da
coluna ou da página. Segundo, porque o tamanho é um elemento importante do ponto de
vista do impressor, é sempre recomendável combinar figuras em arranjos "em cima e em
baixo", em vez de "lado a lado"; se a redução fotográfica aqui não tivesse sido tão
drástica, os dizeres ficariam mais legíveis
O arranjo espacial da figura 4 pode não ser o ideal, mas a combinação de três
gráficos num arranjo composto é inteiramente próprio. Toda vez que figuras forem
relacionadas e possam ser combinadas em uma composição, elas devem ser
combinadas. O arranjo composto economiza espaço e assim reduz os

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FIGURA
(Pedir orientação)

Fig. 3. Efeito da espermidina na transformação de B. subtilis BR 151. Células


competentes foram incubadas com espermidina por 40 min., antes da adição de 5 ug de
DNA doador por ml (círculo fechado) ou 0,5 ug de DNA doador por ml (triângulo fechado).
Amostras de DNA de 5 ug (círculo aberto) ou de 0,5 ug por ml (triângulo aberto) foram
incubadas por 20 minutos, antes da adição das células. (Mol. Gen. Genet. 178: 21-25,
1980; cortesia de Franklin Leach).
(pedir orientação)

custos de impressão. Mais importante, o leitor tem uma compreensão muito melhor,
vendo, em justaposição, elementos relacionados. Não estenda a ordenada ou a abcissa
(ou a legenda explanatória) mais do que o gráfico necessita. Por exemplo, se seus dados
têm valores entre 0 e 78, o número máximo deve ser 80. Vocês podem ter a tendência de
estender o gráfico até 100, um simpático número redondo; esta necessidade é
especialmente difícil de resistir, se os dados fornecem porcentagens, para as quais a
variação natural é de 0 a 100. Precisam resistir a esta tentação, entretanto. Se vocês não
o fizerem, parte de seus gráficos será vazia; pior, a parte viva de seus gráficos ficará em
dimensão menor, porque desperdiçaram talvez 20% ou mais da largura (ou altura) com
espaço vazio, em branco.

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FIGURA
(Pedir orientação)
Fig. 4. Relação dose-efeito de cefazolina e de cefradina (44).

No exemplo acima (dados com valores variando de 0 a 78), seus números de


referência devem ser 0, 20, 40, 60 e 80. Vocês devem usar pequenas linhas para
indicação destes números e também nas dezenas intermediárias (10, 30, 50, 70).
Obviamente, uma linha de referência entre 0 e 20 só pode ser 10. Assim, vocês não
precisam legendar os 10s e podem usar letras maiores nos 20s, sem precisar espremer.
Usando tais técnicas, vocês podem fazer gráficos simples e eficazes, em vez de
desordenados e confusos.

SÍMBOLOS E LEGENDAS
Se há espaço no gráfico em si, usem-no para apresentar as chaves dos símbolos.
No gráfico de barras (Fig. 1), os sombreamentos das barras seriam um pouco difícil de
definir na legenda; fornecendo-os como chaves, eles não necessitam de definições
posteriores (e são evitados montagem adicional, conferência de provas e custos).
Se precisarem definir os símbolos na legenda da figura, vocês devem usar
somente símbolos que são considerados padrões e que estão disponíveis na maioria dos
sistemas de impressão. Talvez os símbolos mais padronizados são círculos, triângulos e
quadrados abertos e fechados. Se vocês tiverem somente uma curva, usem círculos
abertos para os pontos de referência; usem triângulos abertos para a segunda, quadrados
abertos para a terceira, círculos fechados para a quarta e assim por diante. Se
necessitarem de mais símbolos, vocês provavelmente têm muitas curvas para um gráfico
e devem tentar dividi-lo em dois. Se precisarem usar um pouco mais de símbolos,
qualquer editor de texto tem o sinal de multiplicação (x). Diferentes tipos de linhas

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de união (sólida, tracejada) podem também ser usadas. Mas não usem diferentes tipos de
linhas de união e diferentes símbolos.
Gráficos devem ser desenhados com nitidez. Ao imprimir, estes "emaranhados de
linhas" ficam em branco e preto; não há cinzas. Qualquer coisa desenhada muito de leve
(mais a maioria das manchas e rasuras) não aparecerão na impressão; entretanto, o que
aparece, pode aparecer muito preto, talvez de forma embaraçosa. Felizmente, vocês
podem determinar antecipadamente como seu gráfico ficará depois de impresso,
simplesmente fazendo fotocópias. A maior parte das fotocopiadoras funcionam como
câmaras próprias para imprimir.
O que eu disse acima assume que irão construir os gráficos vocês mesmos. Se
isso ocorrer, estas diretrizes são úteis. Se alguma outra pessoa em sua instituição
prepara os gráficos, vocês devem ser capazes de fornecer instruções razoáveis, estando
de posse dos elementos essenciais. Se vocês não tiverem experiência em construção de
gráficos, e tal talento não está facilmente disponível em sua instituição, vocês devem
provavelmente tentar encontrar um bom estabelecimento comercial de arte. Os cientistas,
às vezes, se surpreendem pelo fato de artistas poderem fazer em minutos, a preço
razoável (usualmente) o que, para eles, levaria horas para fazer. Confecção de gráficos
não é um trabalho para amadores.
Com relação às legendas, elas normalmente devem ser feitas em páginas
separadas, não na base ou no alto das ilustrações. A principal razão para isso é que as
duas porções devem ser separadas no processo de impressão, sendo a legenda
produzida por processos de impressão a as ilustrações por processos fotográficos.

CRIANDO ELETRONICAMENTE GRÁFICOS PARA ARTIGOS CIENTÍFICOS


A tecnologia de hoje permite colocar facilmente qualquer número de dados
variáveis em um único gráfico. Infelizmente, a facilidade com a qual esquemas e gráficos
complexos podem ser criados eletronicamente geralmente resultam em gráficos confusos
ou falsos. Programas de computador permitem uma larga escolha de modelos e formatos,
mas não ajudam vocês a escolherem os mais apropriados para seus dados. Embora eles
possam tornar a criação de ilustrações detalhadas mais fácil e rápida, a aplicação de
"softwares" não eximem os autores de suas responsabilidades de desenhar ilustrações
que comuniquem dados de forma acurada e eficaz.
Uma informação ilustrada eficaz salienta o que o gráfico supostamente possui em
termos de seu conteúdo de dados. Ela inclui a tipologia usada para a apresentação do
gráfico, o significado das linhas e o arranjo visual dos dados.

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SOFTWARE" PARA GRÁFICOS E ESQUEMAS

Esquemas e gráficos podem ser preparados usando aplicativos com telas


quadriculadas, como os seguintes:
 Excel: Dados do Excel podem ser convertidos em formato de figura dentro do
programa do Excel. Dados do Excel podem também ser exportados para o DeltaGraph
Pro (veja abaixo) ou para programas para fazer slides como o PowerPoint e o
Persuasion (veja abaixo).
 Microsoft Office: Dados do Excel ou do Word podem ser convertidos em formato
de figura, usando Microsoft Chart na coleção de programas do Microsoft Office.
 Deltagraph Pro: DeltaGraph Pro é um programa exclusivamente devotado a fazer
gráfico. Ele contém uma ampla biblioteca de tipos de gráficos, com extensiva
documentação de como dar formato a cada tipo.
 Word: Este programa de processamento do redator de texto contém as
ferramentas para construir tabelas, mas não gráficos.

"SOFTWARE" PARA SLIDES (E TRANSPARÊNCIAS)

PowerPoint e Persuasion são programas para "slides" (diapositivos e/ou


transparências - Nota da Tradutora) com funções similares; ambos são disponíveis tanto
para Mac como para PC. PowerPoint é parte do conjunto do Microsoft Office e tem a
vantagem de se conectar com os aplicativos do mesmo. O Persuasion do Adobe pode
facilmente importar dados de outros aplicativos. Se é transportado de um computador
para outro, estes aplicativos contêm facilidades para mudar para vídeo ou filmes rápidos.
Eles também incluem funções para esboçar e imprimir desenhos feitos a mão. Aplicações
do processador de texto podem imprimir todo tipo de transparências em lâminas de
acetato próprias para impressoras a laser. Se vocês desejarem converter seu "datashow"
do computador em diapositivos fotográficos de 35 mm, vocês poderão selecionar uma
função que fornecerá a informação digital para fazer a conversão em dia-positivo por meio
de um "bureau" de serviço. O pacote Astound difere do PowerPoint e do Persuasion no
fato de ter funções de movimento que podem ser úteis numa apresentação de palestra.

"SOFTWARE" PARA ILUSTRAÇÕES


Há dois diferentes tipos de "software" de ilustração. Programas Draw ou de
Ilustração são baseados em formas geométricas ou curvas que podem ser colocadas na
leia através de cálculos matemáticos. Tintas coloridas ou em tons

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de cinza podem ser incluídas. Aplicativos do tipo desenho são melhor usados para
desenhos lineares. Programas de desenho incluem o Adobe Illustrator e o
MacromediaFreeHand. Estes programas não foram projetados para amadores. Embora o
Illustrator e o FreeHand sejam similares em funções, o FreeHand tem propriedades
tipográficas melhores. O Illustrator é popular, porque ele trabalha bem com outros
aplicativos do Adobe. Um programa de desenho barato e fácil de usar para o Macintosh é
o SmartSketch. O ChemDraw é um programa de desenho para criação de estruturas
químicas. Enquanto outros programas de desenho foram aperfeiçoados, o ChemDraw
tem omissões no que se refere a tipos de superfície, a comprimento e espessura de
ligações químicas, a espessura de linhas e a outros parâmetros para criação de
estruturas químicas.
Programas de pintura usam brochas eletrônicas, borrachas e pincéis de uma
maneira semelhante a dos pintores para criar novas ilustrações ou para limpar ou retocar
fotografias e desenhos existentes. Programas de pintura são baseados em pixel. Pixels
são blocos retangulares ou quadrados minúsculos que compõem uma tela gráfica de
computador. Quando vocês "pintam" sobre uma tela de computador, estão, na realidade,
tornando cada pixel aceso ou apagado, permitindo que ele apareça preto, branco ou em
uma determinada cor. O PhotoShop do Adobe é o programa de pintura melhor conhecido;
ele trabalha com o Illustrator, podendo-se importar e exportar imagens entre os dois
programas. PhotoShop é um programa bem acabado, empregado por usuários
especialistas no assunto e experientes. Para usuários menos sofisticados, a Adobe tem
um programa muito menos extenso e fácil de usar, o PhotoDeluxe, que tem muitas das
funções do PhotoShop. Estes dois programas podem ser usados para retocar fotografias
ou desenhos que estão desbotados ou que estão muito claros ou muito escuros ou com
pouco contraste de cor. Paintshop Pro do Windows é um aplicativo similar.

FORMATOS PARA GRÁFICOS ELETRÔNICOS

Gráficos usados em aplicativos para computador vêm em vários tipos de arquivos


diferentes. Os formatos de gráficos mais comumente usados, no Win dows, são PIC, TIFF
(Tag Image File Format), EPS (Encapsulated PostScript) e WMF; aqueles da Macintosh
incluem PICT, TIFF e EPS. Felizmente, a maioria dos programas de gráfico permitem-lhes
salvar seus arquivos, a escolher, em inúmeros formatos diferentes. Os periódicos
geralmente aceitam arquivos TIFF ou PICT do PhotoShop, ou outros programas de
pintura, e arquivos EPS do FreeHand ou do Ilustrator. Antes de criarem gráficos
eletronicamente, confiram com a publicação, para a qual vocês planejam enviar, quais
são as preferências deles quanto aos formatos.

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GRÁFICOS GERADOS POR COMPUTADOR

Uma das mais úteis contribuições para escrever e publicar artigos científicos é o
uso de aplicativos eletrônicos para criar gráficos. O Excel, um programa de planilha,
contém alguns formatos de esquemas e gráficos. Dados que entram em células nas
colunas do programa podem ser convertidos em um esquema ou gráfico, usando outra
propriedade do programa. Programas de planilha oferecem um número limitado de estilos.
Muitas pessoas usam programas deste tipo, como o Excel, Lotus ou outros, para gravar
dados provisórios, a medida que eles estão sendo obtidos. Os dados em um programa de
planilha podem também ser exportados para um programa de figuras, a fim de se obter
uma maior variedade de formatos.
DeltaGraph Professional é um software de programas especificamente projetados
para esquemas e gráficos. Muitos formatos estão disponíveis, embora seja mais prudente
ficar com os de desenhos bidimensionais simples. Dados colocados no Excel ou outros
aplicativos de planilha podem ser importados para o DeltaGraph. Os formatos incluem os
gráficos tipo pizza, de barras e lineares, mas também incluem tanto esquema de
dispersão de pares XY e formatos lineares como gráficos polares. Programas
dedatashow também têm a facilidade de produzir gráficos, embora estes sejam orientados
para uso empresarial e são geralmente impróprios para uso científico.

ESCOLHENDO O TIPO CERTO DE GRÁFICO

Inicialmente, vocês devem analisar cuidadosamente seus dados para determinar


o formato mais claro, menos ambíguo para demonstrar seus dados, de maneira que suas
informações possam ser rapidamente percebidas pelos leitores. O formato de gráfico que
vocês escolherem deve deixar claro para o leitor a informação numérica, permitindo
comparações fáceis e fornecendo os conceitos cobertos pelo texto associado. Quando
vocês selecionarem o formato do esquema no DeltaGraph, Excel ou outro software de
programa, escolham o formato que apresente seus dados da maneira mais clara e
simples possível, sem elementos de desenhos desnecessários ou que provoquem
confusão. A maioria das representações gráficas usadas para descrições científicas são
baseadas nos seguintes tipos de configurações:
 Gráficos de barras para comparar proporções e quantidades relativas e mostrar
tendências e mudanças no tempo.
 Tabelas fazem comparações de proporções e quantidades.
 Gráficos tipo pizza ilustram proporções e mostram mudanças no tempo.
 Gráficos lineares mostram tendência e mudanças no tempo.

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 Gráficos multiplotados mostram correlações entre eventos. Gráficos multi-


plotados podem ser construídos das seguintes formas: (I) combinando dados em
linhas e barras verticais; (2) usando um gráfico com barras verticais duplas, com cada
barra representando um de dois conjuntos de dados, o da base e o outro do alto; (3)
usando um gráfico linear com linhas individuais representando cada variável do dado
ou (4) usando uma representação em dispersão com duas distribuições.

CONSISTÊNCIA NA REPRESENTAÇÃO DOS DADOS

Os intervalos de medida que vocês escolherem devem ser os mesmos por todo o
gráfico. Por exemplo, se um gráfico de linha de tempo representa incrementos anuais,
faça cada intervalo de tempo no eixos dos xs igual a todos os outros, tanto em medida
como no período de tempo representado. Se vocês estiverem usando linhas, assegurem-
se de que cada linha colocada no gráfico tenha igual destaque visual em relação às
outras. Variem o visual somente se quiserem que uma dada variável, presente nos dados,
apareça realçada, quando comparada a outras. Uma alternativa é criar linhas de igual
espessura e cor, nas quais cada linha usa um símbolo diferente no ponto do nódulo.
Defina claramente cada dado colocado, com uma legenda ou usando texto de explicação
ao lado de cada linha.

PREPARANDO GRÁFICOS PARA PUBLICAÇÃO

Há várias vantagens de criarem-se gráficos para publicação, eletrônica mente.


Uma é a possibilidade de trabalhar na dimensão final para reprodução, especificada pela
publicação. Gráficos pequenos são usualmente de uma coluna de largura; gráficos
grandes podem ter duas colunas de largura, se necessário, Assegurem-se de que todo o
texto tenha extensão suficiente para ser lido facilmente, mas não tão extenso que domine
a página e confunda o revisor. Muitas publicações preferem uma tipo de letra mais
simples, como a Helvetica, para rótulos e títulos. Números são mais fáceis de ler e
reproduzir em tipos de letras simples. O tamanho final do tipo (se o gráfico for ser
reduzido) não deve ser menor que 8 pontos. O tipo de letra Boldface pode ser usado para
rótulos importantes, como o nome dos eixos.
Quando criarem gráficos de barra, evitem usar modelos diferentes para distinguir
os dados colocados. Branco, preto e duas ou três níveis de cinza usualmente são
suficientes. Quando usarem sombras cinzas para diferenciar dados, usem as seguintes
porcentagens de preto: 25, 50 ou 75%. Quando os dados

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colocados incluem um grande número de variáveis, podem ser colocados rótulos para dar
nome a cada variável.
Quando usarem linhas como variáveis dos dados, grafem-nas com pelo menos
0,5 pontos de espessura, mas não mais grossas que 1,0 ponto, se suas linhas forem
100% pretas. As linhas podem ser diferenciadas por símbolos ou usando um diferente
padrão de traçado para cada variável dos dados. Quando usarem símbolos, mantenham-
nos com o mesmo tamanho; 10 ou 11 pontos funcionam bem. Quando trabalharem com
linhas tracejadas, mantenham todas as linhas com a mesma espessura, mas assegurem-
se que cada padrão de linha seja suficientemente diferente dos outros, para clareza.
Evitem usar linhas de grade dentro do gráfico, a não ser que elas sejam necessárias para
a clareza. Pequenas marcas isoladas podem freqüentemente fornecer a informação
necessária. A informação que descreve as variáveis dos dados pode geralmente ser
realçada, criando uma legenda que mostre seu uso. Quando escreverem a legenda para
um gráfico, descrevam cada colocação de dados de forma não ambígua e fácil de seguir.
O gráfico indicado na figura 5 é o gráfico mostrado anteriormente na figura 3,
refeito em DeltaGraph Pro. A chave no canto superior direito da figura 5

FIGURA
Pedir orientação

Fig. 5. Efeito da espermidina na transformação de B. subtilis BR 151. Ensaios 1 e 2:


amostras de DNA de 5 pg (círculo aberto) ou 0,5 pn de DNA doador por ml (triângulo
aberto) Coram incubados por 20 minutos, antes da adição de células. Ensaios 3 c 4:
células competentes foram incubadas com espermidina por 40 minutos, antes da adição
de 5 μg de DNA doador por ml (círculo fechado) ou 0,5 μg de DNA doador por ml
(triângulo fechado).

(Mol. Cen, Genet 178:21-25, 1980; cortesia de Franklin Leach; refeito em DeltaGraph Pro
por cortesia de IV T. Glenn).

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descreve cada variável dos dados, visualmente. A legenda abaixo do gráfico descreve
cada variável num texto detalhado.
O gráfico da figura 6 contém os mesmos dados do gráfico da figura 5. Na figura 6,
as variáveis dos dados são indicadas com linhas tracejadas.
FIGURA
Pedir orientação

Fig. 6. Efeito de espermidina na transformação de B. subtilis BR 151.


(Mol. Gen. Genet. 178:21-25, 1980; cortesia de Franklin Leach; refeito em DeltaGraph Pio
por cortesia de B. T. Glenn.)

A figura 7 é o mesmo gráfico com o eixo dos xs indicado em cinza mais claro, de
forma a não confundir o traço com os importantes indicadores de dados. Se vocês
desejarem incluir linhas de grade para clareza, façam-no com a espessura de 1 ponto
com 15% de cinza. Entretanto, as linhas de grade da figura 7 dão ao gráfico uma
aparência muito confusa.

FIGURA
Pedir orientação

Fig. 7. Efeito da espermidina na transformação de B. subtilis BR 151.


(Mol. Gen. Genet. 178:21-25, 1980; cortesia de Franklin Leach; refeito em DeltaGraph Pio
por cortesia de B. T. Glenn.)

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CAPÍTULO 15

Como Preparar Fotografias Eficazes

(início de epígrafe) A vida não é sobre detalhes significantes,


iluminados por um flash, fixado para sempre. As fotografias são. (fim
de epígrafe)
Susan Sontag

FOTOGRAFIAS E MICROFOTOGRAFIAS
Se seus artigos tiverem que ser ilustrados com uma ou mais fotografias, que se
transformam em fotogravuras (veja Glossário de Termos Técnicos) no processo de
impressão, há vários fatores que devem ter em mente.
O principal fator com o qual devem se preocupar, entretanto, é a apreciação
adequada do valor das fotografias para a história que vocês estão apresentando. O valor
pode variar de essencialmente zero (neste caso, como no caso de tabelas e gráficos
desnecessários, elas não devem ser apresentadas), até o valor que transcende àquele do
texto em si. Em muitos estudos da ultraestrutura celular, por exemplo, a significância do
artigo está nas fotografias.
Se suas fotografias (especialmente microfotografias eletrônicas) são de prima
importância, vocês devem primeiro se perguntarem qual periódico tem a mais alia
qualidade de padrões de reprodução (telas de .fotogravuras de 150 a r'()() linhas, fundo
coberto) para imprimir estudos de estrutura fina. Em Biologia, os periódicos publicados
pela American Society for Microbiology e pela The Rockefeller University Press são
especialmente conhecidos pelos seus altos padrões com relação ao assunto.

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Assim como em gráficos, o tamanho (especialmente a largura) do que deve ser


impresso, em relação à largura da coluna e da página do periódico, c extremamente
importante. Assim, as dimensões devem ter importância para vocês, ao adequarem o
material à página do periódico. É importante para o periódico, porque os custo da
reprodução de fotogravuras são muito altos.

ENQUADRAMENTO E MONTAGEM
Qualquer que seja a qualidade de suas fotografias, vocês querem que elas sejam
impressas de forma legível. Até certo ponto, podem controlar este processo, se usarem
suas cabeças.
Se vocês estiverem conscientes de que certos detalhes podem ser perdidos por
redução excessiva, há várias formas de evitarem isso. Toda vez que precisarem da
fotografia toda, enquadrem os quatro cantos. Depois, selecionem a parte importante; isto
é especialmente útil se vocês puderem adaptar o tamanho da foto ao tamanho da coluna
ou da página do periódico. Vocês podem então, sem susto, escrever na margem da
impressão ou na capa: "imprima com o tamanho de uma coluna (ou com o tamanho de
uma página), sem redução fotográfica". Lidando com fotografias tão cuidadosamente
produzidas, contendo instrução razoável, provinda do autor, a maior parte dos editores de
cópia terão prazer em concordar. As figuras 8,9 e 10 mostram fotografias com e sem
produção. Uma maior fidelidade de reprodução é obtida, quando vocês fornecem
fotografias do tamanho exato, não necessitando nem de aumento nem de redução. Uma
redução significante (mais de 50%) deve ser evitada. Maior redução de gráficos é
possível, se as letras puderem resistir a isso. Não há necessidade de impressão em papel
"glossy", como pedido por certos periódicos, desde que a superfície sensível da folha seja
polida.
Usualmente, vocês podem colocar marcas de montagem nas margens das
fotografias. Vocês não devem jamais colocar marcas de montagem diretamente sobre
uma fotografia (excetuando as margens). Marcas na margem podem ser usadas, às
vezes, especialmente se as fotografias são montadas sobre cartolina ou outro material de
apoio. Por outro lado, marcas de montagem podem ser colocadas em um papel
transparente de cobertura ou sobre uma fotocópia que acompanhe a fotografia. Lápis de
rotulação costuma ser adequado para isso.
Um truque útil que vocês podem tentar é o seguinte: Cortem dois "Ls", talvez com
15 cm de altura, 7,5 cm na base, 2,5 cm de largura feitos de papel cartão preto. Se agora
vocês invertem um dos "Ls" e o colocarem sobre o outro, vocês têm à disposição um
retângulo ajustável com o qual podem montar suas fotos. Através deste tipo de
montagem, vocês podem colocar marcação i\c \v produção nos locais onde se podem
obter melhores figuras.

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FIGURA
Descrição de figura: figuras microscópicas.
Pedir orientação

Fig. 8. Culturas de Desulfovibrio vulgaris em placas de Petri. A fotografia original (no


alto) foi reduzida em 50% para adaplar-se ao tamanho desta página. A versão remontada
(em baixo) não necessitou redução fotográfica. A versão originalmente produzida
obviamente forneceu mais detalhes sobre as colônias. (Cortesia de Rivers Singleton Jr. E
Robert Kelcham).

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FIGURA
Descrição de figura: Figuras microscópicas.
Pedir orientação

Fig. 9. Microfotografia eletrônica de um corte fino de Desulfomaculum nigrificans.


Fotografia original (no alto); reprodução para dar uma figura mais clara da formação do
esporo (em baixo). (Cortesia de Rivers Sangleton Jr. e Roger Buchanan.)

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FIGURA
Descrição de figura: Figuras microscópicas.
Pedir orientação

Fig. 10. Microfotografia de fratura por congelamento de um segmento de capilar


arterial. Fileiras de partículas intercaladas de membrana, características de junções
de oclusão compactas, são evidentes. Permanecem os sulcos onde outras
partículas foram removidas com o pedaço fraturado complementar. Original (no alto).
Somente uma pequena fração (canto esquerdo, ao alto) do original permaneceu após a
reprodução, com o detalhe muito aumentado. A microfotografia eletrônica reproduzida em
baixo foi publicada no Microvascular Research .W:349-362, 1987.

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CHAVES E GUIAS NECESSÁRIOS

Se vocês não puderem produzir com as características de seus interesses


particulares, tentem colocar setas superpostas ou letras sobre as fotografias. Neste caso,
vocês podem chamar a atenção dos leitores para características significantes, enquanto
tomam mais fácil fazer uma legenda com conteúdo adequado.
Sempre marquem "alto" no lado que vocês querem que fique para cima na
fotografia. Marquem-no no verso, com lápis macio. De outra forma, a fotografia (a não ser
que ela tenha uma parte superior muito óbvia) pode ser imprimida de cabeça para baixo
ou de lado. Se a fotografia é sobre um campo que pode ser impresso com qualquer
orientação, marque "alto" no lado mais estreito. (Isto é, sobre uma cópia 4 por 6 ou 8 por
10, as dimensões 4 polegadas ou 8 polegadas devem ser os tamanhos necessários para
que, sem redução, preencham as dimensões de uma coluna ou de uma página).
Assim como com tabelas, é uma boa idéia indicar a localização preferencial para
cada ilustração. Desta forma, vocês asseguram-se de que todas as ilustrações foram
referidas no texto, na ordem um-dois-três, e o redator saberá como entremear as
ilustrações no texto, de forma que cada uma fique perto do texto a ela relacionado.
Em microfotografias eletrônicas, coloquem o marcador micrométrico diretamente
na fotografia. Desta forma, independentemente da porcentagem de redução (ou mesmo
de ampliação), no processo de reprodução, o fator ampliação do tamanho do material
real, na fotografia, fica claramente evidente. A prática de colocar a ampliação na legenda
(por exemplo, X 50.000) não é prudente e alguns periódicos não o permitem mais,
precisamente porque este tamanho (e assim sua ampliação em relação ao material
original) pode ter mudado na impressão. E, usualmente, os autores se esquecem de
mudar a ampliação no estágio de prova.

FOTOGRAFIAS COLORIDAS
Embora muitos laboratórios estão atualmente equipados para executá-las,
fotografias coloridas são raramente impressas em periódicos; os custos são, às vezes,
proibitivos. Muitos periódicos imprimirão uma ilustração colorida se o editor concordar que
a cor é necessária para mostrar um determinado fenômeno e se o autor puder pagar
(talvez por meio de patrocínio) parte ou todo o custo adicional de impressão. Portanto,
suas fotos de laboratórios devem ser normalmente feitas em preto e branco, porque isto é
que pode ser impresso. Embora

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fotografias coloridas possam ser impressas em preto e branco, elas sempre ficam
esmaecidas e não têm a fidelidade das fotografias originais em preto e branco.
Nos últimos anos, o custo para imprimir ilustrações com quatro cores diminuíram
um pouco e o uso de cores em alguns campos (Medicina Clínica, Cristalografia, por
exemplo) tornou-se comum. Além disso, muitos periódicos médicos têm um grande
número de anúncios em quatro cores e fotografias coloridas podem então ser impressas
no texto com custo mínimo (a maior parte do custo sendo absorvido pelos anunciantes).
Ocasionalmente, diapositivos coloridos são preferíveis às cópias, para reprodução em
periódicos.

ILUSTRAÇÕES EM BICO DE PENA


Em algumas áreas (especialmente Biologia Descritiva) ilustrações a bico de pena
(desenhos com linhas) são superiores a fotografias para mostrar detalhes significantes.
Tais ilustrações são também comuns em Medicina, especialmente ao apresentar figuras
anatômicas e, com certeza, tornaram-se virtualmente uma forma de arte. Normalmente,
são requeridos serviços de ilustradores profissionais, quando tais ilustrações são
necessárias.

PREPARAÇÃO ELETRÔNICA DE FOTOGRAFIAS E DESENHOS


Muitos periódicos que aceitam manuscritos digitais também aceitarão imagens
digitais juntamente com os desenhos e fotografias preparados da forma tradicional. Se
vocês estiverem enviando imagens feitas à mão, em preto e branco, elas podem ser
escaneadas com um "scanner" convencional de escritório, preferencialmente aqueles que
trabalham com 600 pontos por polegada (dpi). Se vocês planejarem enviar suas fotografia
ou desenhos em gradações de cinza, de forma digital, assegurem-se de que a reprodução
seja de pelo menos 1200 dpi, ou mais alto, para melhor qualidade da imagem. Pelo fato
de a qualidade da maioria dos "scanners" de escritório não fornecerem esta alta
resolução, vocês precisarão fazer o escaneamento em uma gráfica. Quando
encomendarem o escaneamento, digam à gráfica que as figuras escaneadas serão
usadas para reprodução.
Fotografias digitais podem ser criadas com câmaras digitais. Câmaras digitais que
podem ser compradas por 800 dólares ou menos não são boas; suas resoluções são
adequadas para projeção, não para impressão. Câmaras de qualidade digital de alta
resolução são caras, com preços da ordem de 10.000 até

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50.000 dólares, dependendo de suas características. Uma outra forma de obter imagens
digitais é usar uma câmara padrão e processar as fotografias num formato digital, tal
como um Photo-CD.

FORMATO DE IMAGEM TIPO PHOTO-CD


Quando vocês têm uma série de fotografias para digitar, podem usar Photo-CDs,
um formato digital inventado pela Kodak. Com esse processo, seu rolo de filme comum é
convertido em imagens digitais, cada uma com quatro níveis de resolução, do menor ao
maior. As imagens digitais, fornecidas a vocês na forma de um CD, podem ser usadas
para apresentação na forma de diapositivos ou na de imagens do Web, assim como para
impressão, dependendo da resolução com que vocês escolheram para trabalhar. Vocês
podem também selecionar imagens individuais a partir de vários rolos de filmes e tê-las
em uma determinada ordem. Este tipo de processamento custa um pouco mais, mas é
ainda menos caro que escanear uma certa quantidade de imagens individuais.
Vocês podem querer mudar o formato Photo-CD Web que a Kodak fornece para
um formato JPEG, no caso de algo que necessite ser implantado mais rapidamente.
Vocês podem ver e selecionar as imagens que desejam, usando o drive de CD-ROM em
seu computador. As imagens selecionadas podem ser transferidas para um disquete
comum ou um disquete zipado. (Um disquete zipado é um disquete que pode conter
quantidades muito maiores de informação que os disquetes normais). Para maiores
informações, entrem em contato com seu processador de Photo-CD local ou para
"Informação sobre "Photo-CD", diretamente com a Kodak, pelo endereço
<www.kodak.com/daiHome/products/photoCDs.html>

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CAPÍTULO 16

Como Digitar o Manuscrito

(início de epígrafe) Então, a preta-brilhante, de clique claro, macia ao


correr, Escovada, lubrificada e elegante máquina de escrever, Com
teclas de estanho, esperando pelos desastres Que logo a martelarão
em verso e prosa. (* - Nota de rodapé) (fim de epígrafe)
John Masefield

IMPORTÂNCIA DE UM MANUSCRITO BEM PREPARADO


Quando vocês terminarem os experimentos e escreverem o trabalho, a digitação
final do manuscrito não é importante, porque, se seu trabalho é bom, se parece científico,
ele será aceito para publicação. Certo? Isto está errado. Não somente um manuscrito mal
digitado não será aceito para publicação, mas também, em muitas rotinas de periódicos,
um manuscrito preparado com displicência nem sequer será considerado.
Na Divisão de Periódicos da American Society for Microbiology, que não é atípica
com relação a esta questão, todo manuscrito recentemente enviado é examinado antes,
simplesmente com relação à apresentação. O mínimo aceitável é que o manuscrito esteja
bem digitado (não à mão), feito em espaço duplo (não com espaçamento simples),
somente em uma face da folha (não frente e verso); três cópias completas (incluindo três
conjuntos de tabelas, gráficos e fotografias) devem ser fornecidas e uma adequação
razoável ao estilo do pe-

Nota de rodapé:
* - NT: Tradução livre.

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riódico (títulos apropriados, citação apropriada da literatura, presença de um resumo


inicial) deve estar em evidência. Se o manuscrito for falho em um destes pontos, ele pode
ser imediatamente devolvido ao autor ou a revisão poderá ser retardada até que o autor
forneça os materiais que faltem.
Considerem isto uma regra fundamental: Antes que a cópia final de seus
manuscritos seja preparada, examinem cuidadosamente as Instruções aos Autores do
periódico para o qual vocês os estão enviando. Alguns periódicos e publicadores - A
American Society for Microbiology (1998), a American Medical Association (1998), a
American Psychological Association (1994) e a American Chemical Society (Dodd, 1997),
como bons exemplos, estabelecem instruções muito completas e úteis (manuais de
estilo). Também examinem detalhadamente uma edição recente do periódico. Prestem
particular atenção àqueles aspectos do estilo editorial que tendem a variar muito de
periódico para periódico, como o estilo de citação de literatura, títulos e subtítulos,
tamanho e colocação do resumo, desenho das tabelas e figuras e tratamento das notas
de rodapé.
A propósito, um número crescente de periódicos parece estar recusando notas de
rodapé no texto. A principal razão para isto é o alto custo de impressão, quando se
colocam as notas de rodapé na base da página, com um tipo diferente de fonte e tendo de
montar separadamente cada página com nota de rodapé, a fim de colocá-lo na base da
página (depois que o compositor identificar que notas de rodapé são citadas em quais
páginas). Além do mais, as notas de rodapé provocam interrupção durante a leitura,
tornando os artigos mais difíceis de serem lidos rapidamente, com compreensão. Então,
não usem notas de rodapé, a não ser que um periódico em particular as peça por alguma
razão. A maior parte dos periódicos pedem notas de rodapé com "endereços atuais", caso
um autor tenha se mudado; alguns periódicos solicitam que os nomes dos produtos
manufaturados estejam citados em notas de rodapé, com esse fornecendo os nomes e
endereços dos fabricantes. Toda vez que algum material de algum modo estranho precise
ser mencionado, façam isso entre parênteses, no texto. Alguns periódicos têm uma seção
de "Referências e Notas" no final de cada artigo, assim tornando óbvio a necessidade de
notas de rodapés no texto.
Num mundo ideal, talvez boa ciência possa ser publicada sem a preocupação
com o formato do veículo (o manuscrito depois de digitado). No mundo real, entretanto,
editores e revisores ocupados, que trabalham sem salário, na maioria das tarefas,
simplesmente não podem e não gastarão tempo lidando com manuscritos confusos e
incompletos. Além disso, muitos dos editores experientes acreditam que há uma relação
direta aí envolvida: um manuscrito pobremente preparado é, com pouca probabilidade de
erro, o veículo transportador de uma ciência pobre.

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Portanto, meu aviso para vocês é firme neste ponto. Se desejarem que seus
manuscritos sejam publicados (e para que mais vocês os estão enviando?), tenham plena
certeza de que o manuscrito enviado esteja digitado claramente, sem erros, no estilo do
periódico e que esteja completo em todos os sentidos. Isto é uma obrigação.
Seus manuscritos devem estar digitados ou impressos em papel branco, de 216
por 279 mm (8 1/2 por 11 pol.) ou ISO A4 (212 por 297 mm), com margens de pelo menos
25 mm (1 pol.). Esta cópia é enviada em disquete, se essa for a solicitação do publicador.

PAGINAÇÃO DO MANUSCRITO
É conveniente que se comece cada seção do manuscrito em uma nova página. O
título e os nomes dos autores ficam usualmente na primeira página e esta deve ser a
página 1. O resumo é a segunda página. A Introdução começa na terceira página e cada
uma das seções seguintes (Materiais e Métodos, Resultados ele.) então se iniciam em
uma nova página. As legendas de figuras são agrupadas em uma página separada. As
tabelas e figuras (e as legendas das figuras) devem ser colocadas no final do manuscrito,
não entremeadas ao longo dele.
Historicamente, o sistema de "nova página" foi uma necessidade de muitos
periódicos, porque a antiga tecnologia de impressão necessitava de separação de
materiais diferentes. Se, por exemplo, o estilo do periódico exigia tipos de 8 pontos no
Resumo e de 9 pontos na Introdução, estas duas seções deveriam ir para máquinas de
composição diferentes. Então, a cópia deveria ser cortada, a não ser que as divisões
naturais fossem fornecidas antes.
Devido à flexibilidade das fotocopiadoras modernas, as cópias não precisam ser
cortadas. Ainda assim, é uma boa idéia preservar estas divisões naturais. Mesmo que as
divisões não ajudem mais os processos de impressão, elas lhes são freqüentemente úteis
no processo de revisão do manuscrito. Geralmente, por exemplo, vocês podem decidir
(ou o revisor pode exigir) que um determinado método seja adicionado, expandido,
diminuído ou retirado. A vantagem é que a seção de Materiais e Métodos pode ser
redigitada da página da mudança até o fim, sem perturbar o resto do manuscrito.
Provavelmente, apenas a quantidade de espaço em branco na última paginados Materiais
e Métodos mudará. Mesmo se o novo material exigir espaço adicional, vocês não
precisam perturbar as seções posteriores. Suponham, por exemplo, que a seção de
Materiais e Métodos em seus manuscritos originais acabe na página 5, os Resultados
comecem na página 6 e então não exista espaço em branco suficiente na página 5

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para a inserção do novo material necessário. Simplesmente redigitem Materiais e


Métodos da página da mudanças em diante, indo para as páginas 5a, 5b etc, se
necessário. Os Resultados e as seções posteriores não precisam ser locados

MARGENS E TÍTULOS
Seus manuscritos devem ter margens largas. Uma polegada (cerca de 25 mm) no
alto, uma na base e uma em ambos os lados 6 o mínimo. Precisarão deste espaço para
seus próprios usos, durante a revisão tio manuscrito. Depois, o editor de cópia e o
compositor necessitarão desse espaço para colocar as instruções necessárias. Também,
é vantajoso usar papel com linhas numeradas para facilitar a indicação dos problemas
durante os processos de editoração e de impressão.
Depois de digitarem a versão final, examinem seus títulos cuidadosamente. Os
títulos principais ("Materiais e Métodos" etc.) não têm problemas, geralmente. Esses
títulos devem ser centrados, com espaço acima e abaixo.
Além dos títulos principais, a maior parte dos periódicos usam subtítulos (por
exemplo, parágrafo introdutório em negrito). Estes devem ser planejados como uma forma
de marcação, para orientar o leitor através do artigo. Consultem um número recente do
periódico para determinar que tipos de títulos ele usa. Se o periódico usa negrito ou itálico
em subtítulos, faça-o dessa forma. Títulos e subtítulos devem ser "rótulos", não
sentenças.
Não cometa o erro comum de usar um terceiro (ou mesmo um quarto) nível de
título, a não ser que tal uso seja especificado pelo periódico. Dois níveis de título são
usualmente suficientes para artigos de pesquisa e muitos periódicos não permitem mais.
Periódicos de revisão, entretanto, especificam em geral três ou quatro níveis de títulos,
devido ao maior comprimento dos artigos de revisão.

PROBLEMAS ESPECIAIS
Tenham em mente que a digitação feita por vocês não é muito diferente daquela
que será feita mais tarde pelo compositor. Se tiverem um problema com seus
manuscritos, é provável que o compositor também terá um problema. Vejam se podem
identificar e então resolver alguns destes problemas, no sentido de facilitar para vocês e
para o compositor. Por exemplo, a maior parte dos aparelhos para escrever (como a
ultrapassada máquina de escrever) move-se inexoravelmente para frente, significando
que é difícil ou impossível estabelecer localizações acima e abaixo de uma linha. Os
computadores resolveram ou tornaram mais fácil muitos problemas, mas colocar uma
fração numérica com

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seu traço na vertical, como ab-c / de-x pode ainda ser difícil. Mude a forma para (ab-c)/
(de-x) e não haverá problema. Do mesmo modo, é difícil colocar uma letra inferior
diretamente abaixo de uma superior. Assim, a2 elevado a primeira potência não é
problema, mas a elevado a primeira potência sobre 2 é um problema. O termo ax ao
quadrado no texto é um problema para alguns aparelhos de escrever. A alternativa mais
fácil é colocar "a raiz quadrada de ax ao quadrado”. Se uma fórmula não pode ser
colocada de uma forma adequada para ser digitada, vocês devem considerar a
possibilidade de enviá-la na forma de um desenho feito a tinta Nankin. Vocês irão assim
evitar um monte de problemas pata si e para o compositor e poderão salvar-se de
bastante aflição. A câmera colocará sua fórmula perfeitamente; os aparelhos de escrever
não.
Um outro problema é a diferença de grafia entre o Inglês americano e o Inglês
britânico. Para evitar dificuldades para vocês mesmos, assim como para os compositores
e revisores das provas, usem a grafia americana em um manuscrito que será enviado
para um periódico, nos Estados Unidos e usem a grafia britânica em um manuscrito a ser
enviado para um periódico, na Grã- Bretanha.

O MANUSCRITO ELETRÔNICO
Os computadores agora têm um enorme impacto na forma como os artigos
científicos são escritos e publicados. A maior parte dos periódicos de Ciência estão
atualmente aceitando envios de autores no formato digital, e muitos estão começando a
manter versões eletrônicas "online" (disponível por computador). Tradicionalmente, o
processo de escrever e publicar artigos científicos desenvolveu-se passo a passo, em um
processo linear. O autor enviava um sumário de seu manuscrito a um periódico. O artigo,
se fosse de interesse do publicador, era revisado pelos editores e especialistas da área.
Seus comentários eram usados para aperfeiçoar o trabalho. Quando o trabalho era
publicado, uma biblioteca classificava o artigo e catalogava-o para futuro acesso.
No passado, estes processos eram independentes um do outro e indivíduos e
departamentos separados os faziam. Nos atuais periódicos de publicação, o processo
mudou. O orçamento encolheu e o processo de revisão ficou mais veloz. As funções
evoluíram, com os autores tomando-se digitadores e artistas gráficos, além de cientistas;
os publicadores freqüentemente dão aos autores diretrizes e modelos para uso na
redação de seus manuscritos. Os publicadores, em geral, fornecem padrões para a
apresentação visual que têm a intenção de ajudar o processo de impressão e de melhorar
a clareza dos conceitos contidos no texto. (!om o advento da publicação computacional,
poucos indivíduos ou departamentos acadêmicos ainda se fiam no digitador. De fato,
muitos editores dr periódicos deixaram a cargo dos autores, pelo menos parte da
montagem paia publicação do manuscrito.

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"HARDWARE"
COMPUTADORES E IMPRESSORAS
Um computador pessoal - quer usando um sistema de operação da Macintoch,
quer do Windows - é, claro, a peça essencial do "hardware" (conjunto compreendido pelo
computador e seus acessórios). A maioria dos laboratórios e das universidades agora
usam computadores pessoais conectados uns aos outros, em grandes redes, com um
servidor que fornece, a todas as unidades, acesso a arquivos, a aplicativos e à Internet.
Se vocês estiverem usando Windows, um computador com um processador mais lento
como um 4K6 e a velha versão 3.1 do Windows servirá plenamente à maioria de seus
propósitos. Entretanto, se estiver disponível, um processador Pentium de 133 mHz
fornecerá melhor adequação para a criação de gráficos. Os computadores Macintosh
mais velhos, mais lentos, preencherão satisfatoriamente a maior parte de suas
necessidades do processador de texto, embora o Power Macs, mais moderno, mostrar-
se-á mais útil no que se refere a aplicativos (documentos previamente preparados para
preenchimento pelo usuário) para confecção de gráficos. Estão listados abaixo algumas
outras características importantes a serem consideradas, quando forem preparar seus
manuscritos eletrônicos.

 Disco rígido: seus discos rígidos portam seus aplicativos e programas. A não ser
que vocês planejem usar muitos aplicativos e criarem muitos arquivos de gráficos, um
disco de 1,2 gigabytes tem usualmente memória suficiente. A maioria das máquinas
atuais vem com um disco rígido de pelo menos 1,2 gigabytes.
 "Drive" de CD-ROM: Muitos computadores hoje vêm com um "drive" (dispositivo
de entrada) que pode ler CDs ("Compacl disks"). Muitos "softwares" de programas
estão atualmente disponíveis em CD-ROM.
 Memória: se vocês estiverem usando seus computadores para escrever algo,
podem realizá-lo com 8 megabytes de RAM ("random access meinory" -memória de
acesso randômico). Entretanto, se vocês planejarem criar gráficos e correr mais de um
aplicativo de cada vez, vocês necessitarão de pelo menos 16 megabytes de RAM. A
maioria das máquinas modernas vem com pelo menos 16 megabytes. Se vocês
estiverem trabalhando com fotografias digitais e outros gráficos com tons contínuos,
planejem uma necessidade de pelo menos 32 megabytes de RAM.
 Monitor: Os monitores vêm em vários tamanhos - 15 pol., 17 pol. e 20 pol.; são
grandes o suficiente para visualizar quase uma página inteira do texto, de uma vez.
Além disso, vocês abrem uma segunda página para com-

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paração ou abrem um gráfico relacionado para visualização lado a lado. Um monitor de


17 pol. é um de seus próximos melhores objetivos. A maioria dos novos monitores
permite-lhes ajustar a resolução da tela de forma que vocês vejam mais da imagem,
ficando esta apenas um pouco menor.

Uma outra peça vital de "hardware" é a impressora. Periódicos profissionais


freqüentemente aceitam material gráfico gerado por computador; vocês necessitarão de
uma impressora a laser que seja capaz de produzir gráficos de alta qualidade, claros,
assim como texto facilmente legível, escuro. Os periódicos requerem que o produto
gerado por laser seja imprimido com resolução de 600 dpi; qualquer resolução menor que
isso é inaceitável, porque não será bem reimpresso.

"DRIVES" PORTÁTEIS, "MODEMS" E CÂMERAS DIGITAIS


Para evitar de se perder um duro trabalho em algum evento catastrófico que
possa ocorrer com o computador, vocês devem fazer cópia de segurança ("backup") de
seus dados, separadamente do seu disco rígido. Alguns arquivos de manuscritos são
pequenos o suficiente para serem arquivados em um disquete. Entretanto, se vocês
estiverem trabalhando com uma série de arquivos, manter um conjunto de discos pode
ser um problema. Para evitá-lo, vocês podem usar um "drive" portátil, que guarda mais
dados.

 "Syquest Drive": embora o venerável Syquest esteja gradualmente sendo


substituído por novos tipos de equipamentos, ele é, ainda, um dos "drives" portáteis
mais amplamente usados. Os cartuchos facilmente transportáveis vêm com tamanhos
de 44,88 e 200 megabytes. Um "drive" de 200 megabytes irá ler todos os três tipos;
escreverá ou copiará dados para cartuchos de 88 e de 200 megabytes. Os cartuchos
custam cerca de 50 dólares cada.
 "Zip Drive": se vocês planejarem comprar um "drive" novo, o "zip drive" Iomega é
uma excelente escolha para muitos usos gerais. O "drive" custa por volta de 150
dólares e o cartucho, que se parece com um disquete grosso, é vendido por 15
dólares a peça. Cada um porta 100 megabytes de dados. O Zip está gradualmente
substituindo o Syquest em termos de disponibilidade geral. O "drive" é leve e pequeno
e pode ser facilmente transportado em uma pasta. O Zip pode ser conectado tanto a
um PC como a um Mac e o "software" do Zip, para cada tipo de computador, é
fornecido pelo produtor do "drive".
 "Jaz Drive": o Jaz Iomega c uma boa escolha, se vocês precisarem armazenar
uma grande quantidade de dados. O "drive" é mais caro que o Zip, sendo vendido por
cerca de 400 dólares. O cartucho porta todo um gigabyte de dados custa cerca de 130
dólares.

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Os "modems" são a ligação entre um servidor da Internet e o seu computador.


Quanto mais rápido é seu modem, mais facilmente as páginas da Web aparecerão em
sua tela. O modem v28 corre a 28.8 kbps (28.800 bits por segundo) e pode ser comprado
por 125 dólares ou menos. Velocidades algo mais rápidas (32 e 54 kbps) estão
disponíveis por 50 a 100 dólares a mais. Para uma velocidade duas vezes maior, linhas
ISDN (Integrated Services Digital Network - Rede Digital de Serviços Integrados),
correndo a 57,6 kbps, estão disponíveis em suas companhias telefônicas. Os preços e a
disponibilidade variam muito para esta linhas, de local para local e de urna companhia
telefônica para outra. Seus provedores de serviços de Internet cobrarão mais por uma
conexão ISDN. Se vocês estiverem usando um modem em uma escola ou em instalações
de empresas, as conexões são provavelmente as tradicionais linhas TI e T2, que podem
estabelecer várias conexões de uma vez. A não ser que o tráfego de linha esteja
especialmente pesado, as páginas da Web apresentam-se rapidamente em conexões TI
eT2.
Se seus trabalhos exigem o uso de evidência fotográfica, vocês devem considerar
a possibilidade de comprar uma câmera digital. Entretanto, câmeras de baixa resolução
são excelente escolha para imagens que vocês planejam ver somente em uma tela de
computador ou mesmo para apresentação oral ou para a Web.

"SOFTWARE"

APLICAÇÕES DO PROCESSADOR DE TEXTO


Programas do processador de texto podem fazer certas diagramações de página,
mas eles foram essencialmente planejados para escrever. Incluem funções para copiar,
cortar e colar texto e permitem a vocês estabelecerem margens e trabalhar com uma ou
mais coluna do texto. Vocês podem escolher uma série de tipos de fontes em uma
variedade de tamanhos. Os programas do processador de texto mais completos incluem
corretores de ortografia, enciclopédia, numeração automática de página e inserção
automática de citação. Alguns processadores de texto permitem criar tabelas e trabalhos
artísticos simples, enquanto outros incluem um revisor gramatical. Muitos periódicos
recomendam o uso do Microsoft Word ou o WordPerfect, dois dos programas do
processador de texto mais comuns e mais populares. O Word e o WordPerfect estão
disponíveis tanto para os sistemas operacionais Windows como para os Macintosh.
As funções de correção de ortografia e de gramática são úteis, mas não se pode
confiar muito nelas. Corretores de ortografia devem ser usados somente para corrigir
erros de digitação. A conferência das provas ainda é necessária

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para prevenir erros no contexto; entretanto, a revisão das provas para erros contextuais é
usualmente muito mais eficiente, se vocês não tiverem que parar constantemente para
corrigir erros de digitação. Virtualmente, Iodos os corretores ortográficos permitem a
criação de um dicionário com os termos científicos costumeiros e palavras incomuns.
Para afastá-los da possibilidade de confiarem demais em corretores de ortografia, eu lhes
ofereço o seguinte poema de Janet Minor, intitulado "Spellbound" (que pode significar
encantado ou escrito corretamente - Nota da Tradutora):

Eu tenho um corretor de ortografia,


Ele veio com o meu PC;
Ele marca com perfeição, para minha revisão1.
Erros que eu não consigo ver2.
Eu redigi3 este poema por meio4 dele,
Eu tenho certeza que vocês5 gostarão de saber6,
Ele foi7 avaliado como perfeito em sua correção do sentido textual,
Meu corretor assim me disse8. (* - Nota de rodapé)

APLICATIVOS DE DIAGRAMAÇAO DA PÁGINA


Os programas de diagramação de página ajudam a dar formato a construções de
página elaboradas. Colunas múltiplas são muito mais fáceis de criar num aplicativo de
diagramação de página do que num programa do processador de texto, fornecendo um
grau muito maior de controle dos elementos colocados. Esses são programas geralmente
usados por artistas gráficos que fazem a produção definitiva das páginas para impressão.
Embora vocês possam bater o texto como deve aparecer no processo final de
diagramação da página, a maior parte das pessoas escreve em uma aplicação do
processador de texto e então transporta o texto escrito para o aplicativo de diagramação
de página. Programas de diagramação de página populares incluem o Quark Express e o
Adobe PageMaker. Muitos periódicos preferem que os escritores enviem seus artigos em
um programa do processador de texto, para que o publicador crie as páginas definitivas
em um programa de diagramação.

Nota de rodapé:
* - NT: A finalidade deste poema é mostrar que quando a palavra está grafada certa, mas
não tem sentido no contexto, ou a frase está gramaticalmente incorreta, o corretor de
texto nada assinala. Assim, a autora, no título, usou palavra que tem dois sentidos
diferentes, dependendo do contexto. No poema, usa palavras, que estão sublinhadas na
tradução, cujos sons, ao ler o poema em voz alta, parecem querer dizer o que está escrito
acima, mas, pela grafia das palavras, ou está escrito errado ou tem outro significado ou
está gramaticalmente incorreto, a saber: 1, revue, teatro de revista em vez de review,
revisão; 2. sea, mar, em vez de see, ver; 3. run, em vez de runned erro gramatical; 4.
threw, arremessado, em vez de trought, através dele; 5. your, seu, em vez de you, você;
6. too no, muito não, em vez de to know, saber; 7. tolled me sew, multou-me, costurando-
me com linha, referindo- se a linhazinha vermelha que aparece em baixo da palavra
errada, feita pelo corretor de texto, em vez told me so, assim me disse.

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O Adobe FrameMaker é um programa de diagramação de página que é preferido


por escritores técnicos. Escrever neste aplicativo de diagramação de página pode ser tão
fácil quanto escrever num programa do processador de texto. Entretanto, o FrameMaker
também permite uma multiplicidade de tipos de formatos, particularmente adequados para
materiais técnicos, incluindo a possibilidade de colocar fórmulas matemáticas. O
programa permite o processo de indexação, fornecendo marcações de texto e códigos
especialmente destinados à indexação. Podem ser criados modelos para apresentações
complexas com o objetivo de automatizar a diagramação e o processo de confecção de
páginas. Alguns periódicos, particularmente aqueles ligados à Matemática e à Química,
aceitam trabalho escrito no FrameMaker.
O Adobe Acrobat é um tipo de programa de diagramação de página híbrido. Seu
aplicativo Distiller converte um arquivo eletrônico, tanto de texto quanto de imagem, em
um formato com caracteres (fontes) universais que pode ser interpretado por todos os
usuários. A apresentação do arquivo original é mantido, inclusive o posicionamento dos
gráficos. O artigo convertido, que termina com a designação .pdf, pode ser colocado na
Internet para ser transportado. Quando visto na tela, usando o leitor do Adobe, de fácil
acesso, o arquivo .pdf simula páginas de livro, enquanto, ao mesmo tempo, oferece as
vantagens dos arquivos eletrônicos. Quando impresso, o arquivo .pdf fica parecido com
seu arquivo original, independentemente de que tipo de fontes o usuário tem disponível.

APLICATIVOS ESPECIALIZADOS
Várias disciplinas e mesmo determinados periódicos geralmente têm diferentes
necessidades com relação a seus formatos de citação. Além do mais, muitos programas
do processador de texto não criam formatos de citação próprios para certas disciplinas.
Estão disponíveis aplicativos para fornecer-lhes os formatos de citação ou de bibliografia
que vocês querem ou necessitam. EndNotes, um dos aplicativos mais comumente
usados, permite-lhes produzir modelos que se adequam às suas necessidades. (Veja
capítulo 12, "Como citar as Referências", para obter mais informação sobre programas de
citação e bibliografia.)
Se vocês precisam criar tabelas e esquemas eficazes, muitos programas estão à
sua disposição. O Microsoft Word permite-lhes criar excelentes tabelas. Vocês podem
colocar tantas linhas e colunas quantas forem preciso, no tipo e tamanho de letra que
forem necessários para seu periódico. O DeltaGraph Pro, tanto para Macintoch como para
Windows, tem muitos diferentes tipos de estilo de esquemas e gráficos para serem
escolhidos. Os dados podem ser batidos diretamente ou importados de um programas de
montagem, como o Lotus ou o

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Excel. Tipos e tamanhos de letras podem ser padronizados. Linhas de grade podem ser
selecionadas por espessura e localização, de acordo com a necessidade. Chart, um
programa da Microsoft, que é também parte do conjunto de programas do Microsoft Office
96, serve para construir esquemas, usando dados do próprio programa ou do Excel, um
outro componente do Office 96. Ele pode transportar um esquema que vocês criaram no
PowerPoint, o aplicativo de apresentação de "slides" do Office. Os desenhos encontrados
nestes modelos gráficos estão focalizados principalmente nas necessidades de
empresas, mas também podem ser úteis para confeccionar esquemas e gráficos
científicos simples.
Alguns periódicos aceitam tabelas intercaladas com o texto. A maior parte dos
periódicos, entretanto, requerem que os gráficos sejam impressos em forma de cópias
feitas com a resolução mínima de 600 dpi. As fotografias precisam ser geralmente
entregues impressas em papel glossy, no tamanho de 8 X 10 pol.. Alguns periódicos
aceitam fotografias digitalizadas, com a resolução mínima de 1200 dpi. Certos periódicos
aceitam gráficos confeccionados eletronicamente. Pesquisem as exigências do periódico
antes de fazerem a confecção definitiva dos gráficos ou outra forma artística de
apresentação. (Veja Cap. 13. "Como construir Tabelas eficazes", e Capítulo 14, "Como
preparar Gráficos eficazes", para maiores informações sobre programas de criação de
gráficos e tabelas.)

USANDO SEU PROGRAMA DO PROCESSADOR DE TEXTO


Muitos escritores usam, atualmente, programas do processador de texto para
prepararem seus manuscritos. Praticamente todos os periódicos aceitam, e muitos agora
exigem, os artigos ou os relatórios em disquete, no formato eletrônico. Abaixo estão
listadas algumas das vantagens que os programas do processador de texto oferecem aos
escritores:

 A apresentação é construída em muitos aplicativos.


 A revisão e a edição são muito simplificadas.
 Múltiplas configurações são mais facilmente construídas.
 Trabalho cooperativo é feito com maior facilidade.
 Tabelas e esquemas podem ser construídos em muitos aplicativos.

MODELOS
Modelos são combinações de texto e formatos de página que codificam o arranjo
básico da página. Um modelo inclui especificações para cada iten, como margens, tipos
de letras para o texto, cabeçalhos maiores ou menores e título. Um modelo pode ser
criado tanto para as aplicações do processador de texto, como para os de diagramação
de página. Os modelos não automatizam inteira-

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mente os processos; melhor, eles tornam mais fácil, para o escritor, a preparação do
manuscrito, fornecendo um formato básico que pode ser modificado para necessidades
específicas. Por exemplo, um autor pode modificar um modelo para obter todas as
exigências de estilo de um determinado periódico. Modelos são também uma forma de
manter uniformidade, quando se trabalha em colaboração. Modelos podem ser criados
para definir letras, páginas de títulos e o manuscrito completo.

EDITANDO E REVISANDO SEUS MANUSCRITOS


Alguns escritores gostam de editar diretamente na tela. Outros preferem fazer
suas modificações editoriais em uma cópia impressa e muitos usam uma combinação de
ambos os procedimentos. Desde que temos a tendência de ver as coisas de forma
diferente na tela do computador, comparado com uma apresentação em papel, o
processo de edição funciona melhor com a combinação dos dois procedimentos. Como
vocês vão agir é essencialmente uma questão de preferência pessoal. Impressos são
também úteis se desejarem que colaboradores e colegas critiquem seus artigos à medida
que os desenvolvem.

GRAVANDO, FAZENDO CÓPIA DE SEGURANÇA E IMPRIMINDO DOCUMENTOS


Enquanto escrevem, vocês devem gravar seus arquivos pelo menos a cada 10
minutos. Podem também regular seu programa do processador de texto para lembrá-lo de
salvar ou para salvar automaticamente. Se o computador desliga, vocês perderão apenas
um pouco de seu trabalho. Depois de escrever uma seção, assegurem-se de que fizeram
uma cópia de segurança de seus trabalhos. Gravem em um disquete, em cartucho de
Syquest ou de Zip. Estejam seguros de que gravaram seus arquivos com nomes e em
diretórios definidos, de forma que possam localizá-los facilmente. Este procedimento é
particularmente importante se vocês estão compartilhando o computador com outras
pessoas. Se são iniciantes em computação, consultem o manual que vem com a
máquina, sobre convenções com relação a nomeação de documento.
Ocasionalmente, vocês podem querer manter duas diferentes apresentações de
seus artigos, porque vocês gostam das duas versões e ainda não estão seguros de com
qual querem prosseguir. Vocês podem gravar duas ou mais versões separadas, desde
que os nomes do arquivo para as duas sejam diferentes. Lembrem-se de que nomes de
arquivos são para seus usos e devem ser fáceis para vocês. Por exemplo, se eu nomeio a
primeira versão de meu manuscrito como DAY1, a segunda versão pode ser
simplesmente nomeada DAY2. O principal é nomear seus artigos de forma que possam
recordar a que eles se

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referem. Quando estão buscando seus artigos, um outro fator que ajuda, tanto no
Macintoch como no Windows, é a possibilidade de ver a data e a hora de criação deles.
Se vocês estão procurando pelas versões mais recentes e não se lembram do nome que
vocês deram, procurem pela data de criação.
Quando estiverem prontos para editar uma versão eletrônica de seus
manuscritos, imprimam-na. Estes impressos podem ser feitos em baixa resolução, se
vocês não têm acesso imediato a impressoras de alta resolução. Quando vocês enviarem
seus artigos ao periódico, isto deve seu feito com uma impressão de pelo menos 300 dpi.
Cópias manchadas ou de baixa resolução, feitas por impressoras de jato de tinta, ou com
a qualidade de impressão matricial não são aceitáveis. Como mencionado acima, a maior
parte dos periódicos preferem que o trabalho artístico, incluindo esquemas e tabelas,
tenham a qualidade de impressão a laser de 600 dpi ou mais.

GRAVANDO TEXTOS USADOS FREQÜENTEMENTE PARA USO REPETITIVO


Muito tempo pode ser economizado quando vocês escrevem seus documentos
eletrônicos, devido à capacidade de estocar textos freqüentemente usados na forma de
"placas de aquecimento". No redator de texto, expressões são armazenadas no Glossário
de Palavras ("Word Glossary") e associadas com um nome de referência para chamar o
nome completo ou a frase. No WordPerfect, uma expressão armazenada é acessada pelo
comando da macro (tecla ou conjunto de teclas que, ao serem batidas, colocam um nome
ou toda uma frase no texto) junto com um pequeno nome de referência.
Abreviações e acrônimos podem também ser armazenados para uso repetitivo.
(Acrônimos são palavras formadas por uma letra, ou mais de urna, de cada um dos
nomes que aparecem em uma locução. Por exemplo, a palavra sonar foi montada da
expressão inglesa sound navigation ranging, que quer dizer "alcance de som de
navegação, ou ultrassom"). Se vocês desejam catalogar abreviações relacionando-as
com seus nomes completos, usem o Glossário de Palavras. Quando vocês escolherem o
termo do menu do Glossário ou pressionarem a tecla de acesso, toda a expressão será
colocada em seu arquivo, automaticamente, toda vez que vocês colocarem o cursor num
determinado local. Se armazenaram a expressão como um macro no WordPerfect, usem
o comando da chave da macro. Procurem, em seus manuais do usuário, maiores
instruções de como usar estas facilidades.

TRANSMISSÃO ELETRÔNICA DE UM DOCUMENTO


A maior parte dos periódicos aceitam seus documentos (material de tabela

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pode ser excluído) num disquete ou outra forma de disco, como cartuchos de Syquest ou
de Zip. Os periódicos também pedem três a cinco cópias do manuscrito, acompanhando a
versão eletrônica. Toda a correspondência enviada para um periódico, incluindo o disco e
todas as cópias em papel, deve ser rotulada com as iniciais do autor e o último nome.
Vocês também devem colocar se o disco é para Macintoch ou Windows, que "softwares"
usaram e qual versão. Além disso, forneçam uma cópia impressa dos arquivos
armazenados em seu disco ou cartucho, com a descrição do que cada arquivo contém.

SUBMISSÃO DE UM RESUMO ELETRÔNICO


As associações, hoje em dia, geralmente pedem os resumos de artigos antes dos
artigos propriamente ditos serem enviados para um encontro. Muitas organizações
aceitarão o resumo na forma de uma cópia simples ou em uma versão eletrônica em
disquete. Outras associações podem pedir que o autor insira códigos de digitação para
agilizar o processo. A American Society for Microbiology <http://www.asmusa.org/>,
quando pediu aos membros resumos para um encontro recente, exigiu que os autores
inserissem marcações especiais para indicar formatação em itálico, negrito, superescrito e
subscrito. Um exemplo de como ela pediu que fosse feita a marcação de início e fim do
texto em itálico é o seguinte:
$\IPseudomonas aeruginosa$$END é detectado...
Ela também pediu que caracteres gregos fossem grafados e apresentados pela
marca $. Os resumos são enviados na Forma Oficial de Resumo, constante na página da
Web da Associação. Itens desse formato incluem caixas para tipo de submissão, nomes
dos autores e afiliações, o resumo em si e três palavras-chaves. Para enviar o resumo, o
autor meramente pressiona o botão "enviar".

DIAGRAMAÇÃO E TIPOLOGIA
Pelo fato de muitos periódicos e publicações profissionais atualmente aceitarem
artigos no formato eletrônico, vocês podem ter a necessidade de descobrir que formato a
publicação requer e colocar as páginas do processador de texto de acordo com ele, antes
da submissão. As exigências da publicação devem incluir colocação de margens, tipos de
letras e estilos de cabeçalho. Os periódicos usualmente especificarão tais considerações
sobre o formato, assim como sobre a justificação e o alinhamento do texto. Se estão
enviando seus artigos eletronicamente, vocês precisam saber um pouco mais sobre
tipologia e sobre confecção de página, além do básico do processador de texto.

Página 106

MARGENS
Muitos periódicos especificam os tamanhos de margem preferidos. Seus
programas do processador de texto permitem-lhes colocar larguras para todas as suas
margens. Dentro das margens do alto e da base, vocês podem colocar números de
página sucessivos, qualquer texto identificador que selecionem e mesmo a data e a hora.
A informação colocada desta forma é referida como cabeçalho ou rodapé, dependendo se
é colocada no alto ou na base da página. Vocês podem colocar o número da página no
alto da mesma, como um cabeçalho, ou na base, como um rodapé. Vocês podem centrar
o número da página no alto ou na base ou podem colocá-lo à esquerda ou à direita, no
alto ou na base. Vocês ainda podem posicionar os números de página de rosto dentro das
margens internas ou das externas ou em ambas. Vocês precisam consultar os editores
dos periódicos, ao qual vocês estão enviando, com relação às suas preferências sobre a
colocação do número das páginas.

JUSTIFICAÇÃO E ALINHAMENTO
A justificação descreve o alinhamento particular das letras. O texto justificado à
esquerda, o formato mais comum, alinha verticalmente pelo lado esquerdo. Ele pode ficar
irregular à direita, significando que as letras não ficam alinhadas verticalmente no lado
direito. Um texto justificado, o estilo usualmente empregado na impressão de livros, alinha
verticalmente em ambas as margens, esquerda e direita. As aplicações do processador
de texto produzem textos justificados, adicionando ou subtraindo os espaços entre
palavras em cada linha, para forçar o alinhamento em ambas as margens, esquerda e
direita. Embora seu programa do processador de texto permita-lhes fazer isto facilmente,
muitos periódicos preferem que vocês enviem material eletrônico no formato justificado à
esquerda e irregular do lado direito. Fazendo isso, evitam a necessidade do sistema de
impressão deles ter que cancelar os comandos de seus programas do processador de
texto.

HlFENIZAÇÃO
Aplicações do processador de texto permitem hifenização automática. O
computador consulta um dicionário e as regras de hifenização que são construídas dentro
do aplicativo. Estes dicionários nem sempre podem ser-lhes úteis, especialmente porque
a terminologia científica não é freqüentemente encontrada no dicionário comum do
processador de texto. Seus programas do processador de texto lhes permitirão, também,
hifenizar manualmente palavras desconhecidas.

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As novas palavras serão gravadas em um dicionário prático para uso futuro.


Dicionários especializados estão disponíveis para algumas disciplinas científicas. A maior
parte dos periódicos solicita que vocês não hifenizem o texto, porque a hifenização pode
interferir em seu sistema de impressão. Além do mais, certas palavras perdem clareza de
significado quando quebradas por um hífen. Em um texto desalinhado do lado direito,
longas palavras não precisam ser hifenizadas. Publicações que permitem hifenização
devem ter uma necessidade particular de estilo, tal como nunca colocar mais de três
hífenes em uma fileira vertical.

TIPOLOGIA
A tipologia eletrônica vem em duas diferentes arquiteturas - TrueType e
PostScript. O PostScript foi desenvolvido para impressoras a laser e fornece fontes
(letras) estreitas e claras, independente de como a imagem aparece na tela. O TrueType
trabalha bem sobre a tela, mas pode causar problemas quando convertido para
impressão. É mais útil para "slides" projetados do computador e para outros materiais que
serão vistos no monitor. Sempre usem fontes do PostScript para propósitos de
publicação.
Times Roman é o tipo de fonte mais freqüentemente especificada para letra do
texto do corpo do artigo. Ela é um tipo de letra serifada de fácil leitura. (A letra serifada
tem tracinhos, chamados serifas, no final das linhas mais grossas, formando cada
caractere). A fonte usualmente especificada para títulos em artigos enviados
eletronicamente é o Helvetica, uma fonte não-serifada. (Os caracteres não-serifados não
têm terminais serifados nos finais das linhas mais grossas e, ao contrário dos serifados,
são balanceados por igual, com espessuras iguais em todas as linhas). Os periódicos
também geralmente preferem que a letra do texto para um manuscrito enviado tenha 12
pontos de tamanho e espaço duplo entre linhas para tornar fácil ler e comentar por sobre
o que está escrito. (Nos Estados Unidos, as letras são medidas em pontos, com 72
pontos perfazendo uma polegada).
O tipo de letra padrão para símbolos científicos é, apropriadamente, a Symbol.
Periódicos científicos geralmente preferem que vocês usem Symbol quando preparem
seus artigos. Outros tipos de letras são especificamente delineados para fórmulas
matemáticas e químicas. Algumas publicações os aceitam, mas outras não. Se vocês
estão usando um tipo de letra diferente de Symbol, vocês devem estar seguros que o
periódico tenha uma cópia do tipo de letra que vocês estão usando. Consultem o
periódico sobre as preferências do editor a este respeito. Usando um tipo de letra para
símbolos, especial para gráfico, e enviando uma cópia impressa do gráfico como trabalho
artístico para publicação, geralmente não haverá nenhum problema.

Página 108

TeX é um programa de composição de letras do processador de texto criado por


Donald Knuth, da Universidade de Stanford, para impressão de manuscritos técnicos
complexos. O nome TeX, pronunciado "tec ", é baseado nas letras gregas Tau, Epsilon e
Qui, cujos equivalente romanos são T, E e X. O programa é disponível nas versões para
os ambientes Unix, Windows e Macintosh. Certas organizações, como a American
Mathematical Society < hllp://www.ams.org <http://www.ams.org/>, preferem que os
manuscritos sejam enviados a elas com o formato do TeX. Estão disponíveis modelos
para formatação eletrônica de manuscrito no TeX.

REVISÃO FINAL
Depois que o manuscrito foi implantado, é conveniente que vocês façam duas
coisas.
Primeiramente, leiam vocês mesmos. Ficarão surpresos de quantos manuscritos
são enviados a periódicos sem terem sido verificados depois do final da digitação -
manuscritos tão cheios de erros de digitação que às vezes mesmo o nome do autor está
escrito errado. Recentemente, um manuscrito foi enviado por um autor que estava muito
ocupado para fazer a revisão, não só da versão final do manuscrito, mas também da carta
de apresentação. Sua carta dizia: "Espero que vocês considerem este manuscrito não
aceitável." Nós o consideramos.
Em segundo lugar, peçam a um ou mais de seus colegas que leiam seus
manuscritos antes de enviá-los ao periódico. Pode ser que o significado de uma ou mais
partes de seus artigos esteja completamente confuso para seus colegas. Claro, isto pode
ser porque seus colegas sejam burros, mas é possível que estas partes de seus
manuscritos não estejam claras como deveriam estar. Vocês devem também pedir a um
cientista, que é especialista em um campo de trabalho diferente, para ler seus artigos e
anotar palavras e frases que ele ou ela não entenderam. Isto, talvez, seja a forma mais
fácil de identificar jargões que podem estar presentes em seus manuscritos. Além disso,
peçam a alguém, cujo conhecimento da língua seja razoavelmente especializado, para
que leia os manuscritos. Em resumo, a revisão doméstica de seus manuscritos, feita por
especialistas, deve incluir revisão por (1) um cientista que trabalha no mesmo campo que
vocês, (2) por um cientista que trabalha em um campo não-relacionado e (3) por uma
pessoa altamente competente na língua em que os manuscritos foram escritos. O
gerenciamento cuidadoso deste processo anterior a submissão é necessário para
aumentar as chances de aceitação pelo periódico. Esperem suar um pouco, se vocês
ainda não o fizeram. Como certa vez as Instruções aos Autores do Journal of General
Microbiology colocou, podemos afirmar que "A leitura fácil é fruto de uma escrita
trabalhosa".

Página 109

CAPÍTULO 17

A Quem e Como Enviar o Manuscrito

(início de epígrafe) Grandes periódicos nascem nas mãos de editores;


eles morrem nas mãos de homens de negócio.(fim de epígrafe)
Bernard de Voto

ESCOLHA DO PERIÓDICO
As escolhas de a quem e como enviar o manuscrito são importantes. Alguns
manuscritos são enterrados em periódicos impróprios. Outros são perdidos, danificados
ou têm sua publicação atrasada por causa da displicência por parte do autor.
O primeiro problema é a quem submeter o manuscrito. (Na verdade, vocês terão
que ter chegado a uma decisão sobre isso, antes de digitar o manuscrito de acordo com
as Instruções aos Autores). Obviamente, suas escolhas dependem da natureza de seus
trabalhos; vocês precisam identificar aqueles periódicos em sua área específica.
Uma boa forma de começar ou de refrescar suas memórias é pesquisar em um
número recente do Current Contents. É geralmente fácil determinar, apenas na base do
título, que periódicos podem publicar artigos em suas áreas. Somente pelo exame da lista
de conteúdos, entretanto, vocês podem determinar que periódicos estão publicando
artigos em suas áreas. Vocês podem também obter informações úteis, conversando com
colegas.
Para identificar que periódicos poderiam publicar seus manuscritos, vocês

Página 110

devem fazer várias coisas: leiam a declaração de cabeçalho (uma frase usualmente
encontrada na página frontal, na frente da publicação, dando o nome do periódico, o
publicador e uma breve afirmação ou propósito), numa edição recente de um determinado
periódico que vocês estão considerando; leiam os parágrafos de "abrangência" que
geralmente são fornecidos nas Instruções aos Autores e examinem cuidadosamente a
lista de conteúdos de uma edição atual.
Pelo fato dos periódicos terem-se tornado mais especializados e porque mesmo
os periódicos mais antigos têm mudado freqüentemente seu propósito (por necessidade,
à medida que a Ciência, ela própria, mudou), vocês precisam estar seguros de que o
periódico que estão considerando está presentemente publicando trabalho do tipo que
vocês se propõem a enviar.
Se vocês enviarem seus manuscritos para um periódico errado, uma de três
coisas pode acontecer, todas ruins.
Primeiro, seus manuscritos podem simplesmente retornar a vocês com o
comentário de que seu trabalho "não é adequado para este periódico". Geralmente,
entretanto, este julgamento não é feito antes da revisão do manuscrito. Um parecer de
"não adequado" depois de semanas ou meses de espera não é nada que os façam
felizes.
Segundo, se o periódico é periférico em relação a seus trabalhos, seus
manuscritos podem ter recebido uma revisão pobre ou injusta, porque os revisores (ou
editores) do periódico podem estar vagamente familiarizados com suas áreas específicas.
Vocês podem ser submetidos ao trauma da rejeição, mesmo que os manuscritos tivessem
a possibilidade de serem aceitos no periódico certo. Ou podem terminar com uma perda
de qualidade, através das revisões sugeridas, com as quais vocês não concordam, e que
não melhoram seus manuscritos. E, se seus manuscritos realmente têm deficiências,
vocês não serão capazes de beneficiar-se da crítica que vem dos editores do periódico
certo.
Terceiro, mesmo que seus artigos forem aceitos e publicados, suas alegrias terão
vida curta se vocês posteriormente descobrirem que seus trabalhos são virtualmente
desconhecidos, porque foram enterrados em uma publicação que os especialistas de sua
área não lêem. Esta é outra boa razão, a propósito, para conversar com os colegas, antes
de decidir sobre o periódico.

O FATOR PRESTÍGIO
Se vários periódicos forem adequados, importa qual vocês selecionam? Talvez
não deveria, mas importa. É uma questão de prestígio. Pode ocorrer que seu progresso
futuro (promoções, patrocínios) seja determinado somente pela sorte. Mas não
necessariamente. Pode, perfeitamente, ser que um velho

Página 111

pássaro esperto, sentado no comitê da faculdade ou no de revisão de concessão de


bolsas reconheça e aprecie fatores qualitativos. Um artigo publicado em um periódico de
"restos" simplesmente não é igual a um artigo publicado em um periódico de prestígio. De
fato, o velho pássaro esperto (e há muitos pela ciência fora) pode ficar mais
impressionado pelo candidato com uma ou duas publicações sólidas em um periódico de
prestígio do que por um candidato com 10 ou mais publicações em um periódico de
segunda categoria.
Como vocês percebem a diferença? Não é fácil e, claro, há muitas gradações. Em
geral, entretanto, vocês podem formar julgamentos razoáveis através de um pouco de
pesquisa bibliográfica. Vocês irão certamente ficar sabendo de artigos importantes que
foram recentemente publicados em seus campos de trabalho. Tomem a seus cargos
determinar onde eles foram publicados. Se a maioria das contribuições reais em seus
campos foram publicadas no Periódico A, no Periódico B e no Periódico C, vocês devem
provavelmente limitar suas escolhas a estes três periódicos. Os periódicos D, E e F,
quando inspecionados, contêm somente os artigos menos importantes, então eles podem
ser eliminados como suas primeiras escolhas, mesmo que o propósito deles seja o
correto.
Vocês podem então escolher entre os Periódicos A, B e C. Suponham que o
Periódico A seja um periódico novo, atrativo, publicado por um publicador comercial,
como uma estratégia comercial, sem vínculo com uma sociedade ou outra organização;
que o Periódico B seja um pequeno periódico antigo, bem conhecido, publicado por um
famoso hospital ou museu; que o Periódico C seja um periódico grande, publicado pela
principal sociedade científica que representa o campo de atuação de vocês. Em regra
(embora haja muitas exceções), o Periódico C (o periódico de uma sociedade) é
provavelmente o de maior prestígio. Ele também terá a maior circulação (parcialmente por
causa de fatores de qualidade e, em parte, porque periódicos de sociedade são menos
caros do que a maioria dos outros, pelo menos para os membros da sociedade).
Publicando em tais periódicos, seus artigos podem ter suas melhores chances de causar
um impacto na comunidade de especialistas a qual vocês estão ligados. O Periódico B
pode ser de igual prestígio, mas ele deve ter uma circulação muito limitada, o que será um
fator desfavorável; ele pode também ser muito difícil de penetrar, se a maior parte de seu
espaço for reservada para o material "da casa". O Periódico A (o periódico comercial)
certamente, sobretudo, tem a desvantagem de ter baixa circulação (por causa do preço
comparativamente mais alto, o que é o resultado tanto do aspecto de lucratividade do
publicador, como do fato dele não ter o respaldo de uma sociedade ou instituição com
uma lista de subscrição já consolidada). A publicação em tal periódico pode resultar numa
distribuição algo restrita de seus artigos.

Página 112

Fiquem de sobreaviso com relação a periódicos novos, especialmente aqueles


não-vinculados à sociedade. A circulação pode ser minúscula e o periódico pode falir
antes que seus artigos sejam conhecidos pelo mundo científico.

O FATOR CIRCULAÇÃO
Se vocês desejarem determinar a circulação comparativa de vários periódicos, há
uma forma fácil e acurada de fazê-lo nos periódicos dos Estados Unidos. Procure entre as
páginas finais das edições de novembro e dezembro e vocês encontrarão "Statement of
Ownership, Manegement and Circulation" (Declaração de Bens, Administração e
Circulação). O serviço postal dos Estados Unidos solicita que cada publicador agraciado
com privilégios de desconto em envio postal (e quase todos os periódicos científicos se
beneficiam desta facilidade) arquive e publique uma declaração anual. Esta declaração
inclui dados de circulação básica.
Se vocês não podem determinar a circulação comparativa dos periódicos que
estão considerando e não têm nenhuma outra maneira de acessar fatores de prestígio
para compará-los, existe um instrumento muito útil para avaliar comparativamente os
periódicos científicos. Eu refiro-me no Journal Citation Reports (Relatório de Citação dos
Periódicos), um suplemento do Science Citation Index (índice de Citação do Science).
Usando este documento de referência, vocês podem determinar que periódicos são
citados mais freqüentemente, tanto em termos quantitativos totais como em termos de
média de citação por artigo publicado ("fator de impacto"). Especialmente, o fator de
impacto parece ser uma base razoável para o julgamento da qualidade dos periódicos. Se
a média de citação de artigo do periódico A é duas vezes maior que a média de citação
de artigo do periódico B, há pouca razão para se questionar que o periódico A seja o
periódico mais importante.

O FATOR FREQÜÊNCIA
Um outro fator a considerar é a freqüência do periódico. O tempo de espera para
publicação num periódico mensal é quase sempre menor do que aquele de um periódico
quadrimestral. Assumindo que os tempos de revisão sejam iguais, a demora adicional dos
periódicos quadrimestrais alcançará 2 ou 3 meses. Desde que a espera para publicação,
incluindo o tempo de revisão editorial que é muitas vezes (provavelmente na maioria das
vezes) de 4 a 7 meses, em média, o tempo de espera de um periódico quadrimestral
chega a ser de até 10 meses. Lembrem-se, também, de que muitos periódicos, quer men-

Página 113

sais, quer bimestrais ou quadrimestrais, têm acúmulo de pedidos. Às vezes, ajuda


perguntar aos colegas quais suas experiências com relação ao(s) periódico(s) que vocês
estão considerando. Se o periódico publica datas de "recebimento para publicação",
vocês podem verificar qual é a média de espera.

FATOR AUDIÊNCIA
Prestígio, circulação e freqüência são todos importantes, mas qual clientela vocês
estão pretendendo atingir ? Se estão relatando um estudo fundamental em Bioquímica,
vocês deveriam, claro, tentar fazer seu artigo ser publicado em um periódico internacional
de prestígio. Por outro lado, suponham que seus estudos relatem uma moléstia tropical
encontrada somente na América Latina. Nesta situação, a publicação no Nature não
alcançará a clientela que necessita e pode usar sua informação. Vocês deveriam publicar
em um periódico da América Latina, provavelmente em espanhol.

EMPACOTAMENTO E ENVIO
Depois que vocês decidiram a quem submeter seus manuscritos, não
negligenciem a tenacidade necessária para enviá-los.
Como vocês os embalam? Cuidadosamente. Sigam o conselho de um velho
editor-chefe: Muitos manuscritos são perdidos, retardados desastrosamente ou
danificados no correio, geralmente porque são impropriamente empacotados. Não
grampeiem o manuscrito. Danos podem resultar tanto da grampeamento, como da
posterior remoção do grampo. São preferíveis clips gigantes. (Nota especial: Sempre
retenham pelo menos uma cópia dos manuscritos, mesmo que conservem o manuscrito
em um arquivo de computador. Eu fiquei sabendo de vários patetas que enviaram as
únicas cópias existentes de seus manuscritos e houve um inesquecível ranger de dentes
quando os manuscritos e as ilustrações originais foram perdidos para sempre). Quando
enviarem um disquete de computador com uma ou mais cópias do manuscrito, usem um
pacote especial para disquete ou assegurem-se de que ele esteja recoberto por pedaços
de papelão.
Coloquem o manuscrito e os disquetes em um envelope de papel manila grosso
ou mesmo uma caixa de correio reforçada. Quer vocês usem ou não um envelope bem
fechado, devem ser espertos o suficiente para colocar uma fita adesiva de reforço sobre a
aba de fechamento.
Autores não devem enviar fotografias maiores que as adequadas. O tamanho
máximo é de 8 1/2 por 11 polegadas. Fotografias maiores geralmente danificam-se
durante o trânsito.

Página 114

FIGURA
Descrição de figura: Tirinha animada do Snoop formada por 4 quadrinhos.
Legenda: No primeiro, o Snoop lê uma folha próximo a uma caixa de correio. Está
escrito: “Querido colaborador,”. No segundo, o Snoop caminha enquanto lê. Está escrito:
“Estamos devolvendo-lhe seu manuscrito. Ele não preenche nossas necessidades atuais.”
No terceiro, Snoop está sentado de frente a uma máquina de escrever com uma folha na
mão. Está escrito: “Obs.: Notamos que você enviou sua história por postagem de primeira
classe.” No quarto, Snoop está sentado de frente para a máquina de escrever fazendo
uma expressão facial de dúvida. Está escrito: “Refugo deveria ser enviado por postagem
de terceira classe.”.

PEANUTS – Tm. Reg. U.S. Fot. Off. - All rigth is reserved Copyrigth 1976 by United
Feature Syndicate, Inc.
Quadrinhos reimpressos com permissão do United Feature Syndicate, Inc.
Assegurem-se de que vocês colocaram o suficiente de selo e que enviaram o
pacote por um meio postal de primeira classe. A maioria dos envelopes de papel manila
postados no coireio dos Estados Unidos é enviada como postagem de terceira classe e
seus manuscritos serão tratados como de terceira classe e entregues no mês seguinte, se
vocês negligenciarem em indicar "First Class Mail" (Postagem de Primeira Classe - carta
registrada ou Sedex, no Brasil) de forma bem visível, no pacote, ou se não colocarem
uma quantidade de selos suficiente (ou pagar as taxas mais altas do Sedex).
A maior parte dos periódicos científicos não pedem que o autor forneça envelopes
de retorno com taxa postal previamente paga, embora muitos periódicos em outros
campos de trabalho insistam em tal exigência. Aparentemente, o tamanho
comparativamente reduzido dos manuscritos científicos faz com que o custo efetivo, para
os publicadores, de pagar a postagem de volta, seja menor que o do armazenamento de
estoque de envelopes.

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Envio trans-oceânico deve ser por via aérea. Um manuscrito enviado da Europa
para os Estados Unidos, ou vice versa, chegará dentro de 3 a 7 dias, se enviado por via
aérea; por mar, o tempo é de 4 a 6 semanas.

A CARTA DE APRESENTAÇÃO
Finalmente, notem que devem sempre enviar uma carta de apresentação junto
com o manuscrito. Cartas de apresentação de manuscritos trazem problemas imediatos:
A qual periódico o manuscrito está sendo submetido? É um manuscrito novo, de revisão
pedida por um editor (e, se for isso, qual editor?) ou um manuscrito talvez mal-enviado por
um revisor ou um editor? Se há vários autores, qual deve ser considerado o autor
responsável pelo envio, em que endereço? O endereço é de especial importância, porque
aquele indicado no manuscrito pode não ser o normalmente usado pelos autores que
estão contribuindo. O autor responsável deve também incluir seu número de telefone,
endereço eleletrônico e número de fax na carta de apresentação ou na página frontal do
manuscrito. Normalmente convém sugerir o editor apropriado (em periódicos com vários
editores) e possíveis revisores.
Sejam gentis com o editor e coloquem porque vocês enviaram aquele pacote em
particular. Devem tentar dizer algo gentil, como feito recentemente por uma carta em
Inglês impecável, mas escrita por alguém cuja língua nativa não é o Inglês: "Ficaremos
felizes se nosso manuscrito der a vocês um orgasmo completo". (* - Nota de rodapé)

EXEMPLO DE CARTA DE APRESENTAÇÃO

Prezado Dr.______ :
Nesta correspondência, estão incluídas duas cópias completas do manuscrito de
Mary Q. Smith e John L. Jones, intitulado "Fatty Acid Metabolismo in Cederia neteri", que
está sendo enviado para possível publicação na seção de Fisiologia e Metabolismo do
Journal of Bacteriology.
Este manuscrito é novo, ele não está sendo avaliado em nenhum outro lugar e
relata descobertas que ampliam os resultados que publicamos anteriormente em The
Journal of Biological Chemistry (145:112-117, 1992). Um resumo deste manuscrito foi
apresentado anteriormente (Abstr. Annu. Meet. Am. Soe. Microbiol., p. 406, 1993).
Sinceramente, Mary Q. Smith

Nota de rodapé:
* - NT: O autor da carta usou o termo "satisfaction", em Inglês, querendo dizer satisfação.
Entretanto este termo pode ter, para os nativos da língua inglesa, a conotação de
orgasmo.

Página 116

APÓS A CORRESPONDÊNCIA
A maioria dos periódicos envia uma carta de "aviso de recebimento", quando o
manuscrito é recebido. Se souberem que o periódico não o faz, adicionem ao manuscrito
um envelope com o próprio endereço, para que o editor possa acusar o recebimento. Se
vocês não receberem um aviso de recebimento em duas semanas, telefonem ou
escrevam para o escritório editorial a fim de verificar se seus manuscritos foram realmente
recebidos. Eu soube de um autor cujo manuscrito foi perdido no correio e que somente
depois de 9 meses descobriu o problema, por ocasião de ter humildemente perguntado se
os revisores teriam chegado a uma decisão sobre o manuscrito.
Os correios sendo o que são e os editores e revisores ocupados sendo o que são,
não fiquem espantados se não receberem uma decisão dentro de um mês, após o envio
do manuscrito. A maioria dos editores de periódicos, pelo menos os bons, tentam chegar
a uma decisão num prazo de 4 a 6 semanas; se for necessária uma demora maior, por
alguma razão, eles fornecem alguma explicação ao autor. Se vocês não receberem
nenhuma palavra sobre a situação do manuscrito depois de transcorridas 6 semanas, não
é impróprio enviar ao editor um polido pedido de explicação. Se nenhuma resposta for
recebida e o tempo de espera chegar a 2 meses, um telefonema pessoal não deve ser
descartado.

Página 117

CAPÍTULO 18

O Processo de Revisão (Como Lidar com Editores)

(início de epígrafe) Muitos editores vêem a si próprios como


escultores talentosos, tentando tornar um bloco de mármore numa
adorável estátua, e escritores, como toscos cinzéis. Na realidade, os
escritores são estátuas e os editores, pombas. (fim de epígrafe)
Doug Robarcheck

FUNÇÕES DOS EDITORES E DOS EDITORES-CHEFES


Editores e editores-chefes têm trabalhos impossíveis. O que torna seus trabalhos
impossíveis é a atitude dos autores. Esta atitude foi bem expressa por Earl H. Wood da
Clínica Mayo em sua contribuição a uma painel sobre o assunto "O que o Autor Espera do
Editor". O Dr. Wood disse: "Eu espero que o editor aceite todos os meus artigos, aceite-os
da forma como eles foram enviados e os publique prontamente. Eu também espero que
ele examine todos os outros artigos com o máximo cuidado, especialmente aqueles de
meus concorrentes".
Alguém uma vez disse: "Os editores são, na minha opinião, uma forma inferior de
vida - inferior aos vírus e apenas um pouco acima dos reitores acadêmicos".
E, então, há a história sobre o Papa e o editor que morreram e chegaram ao céu
simultaneamente. Eles foram submetidos ao processo inicial de rotina e então designados
para seus alojamentos celestes. O Papa inspecionou seu apartamento e descobriu que
realmente ele era espartano. O editor, por outro lado,
Página 118

foi enviado a um magnífico apartamento, com móveis de veludo, grossos carpetes e


posição privilegiada. Quando o Papa viu isso, ele foi a Deus e disse: "Talvez deva ter
havido um engano. Eu sou o Papa e fui designado para acomodações gastas, enquanto
que este mísero editor foi enviado para um apartamento adorável". Deus respondeu:
"Bem, em minha opinião, não há nada de muito especial com relação a você. Nós
admitimos cerca de 200 Papas nos últimos 2000 anos. Mas este é o primeiro editor que
consegue ser admitido no Céu".
Voltando para a primeira sentença deste capítulo, distingamos entre os editores e
os editores-chefes. Os autores devem conhecer a diferença, nem que seja para saber a
quem reclamar quando as coisas derem erradas.
Um editor (alguns periódicos têm vários) decide se os manuscritos são aceitos ou
rejeitados. Assim, o editor de um periódico científico é um cientista, geralmente de
posição proeminente. O editor não somente coloca as decisões finais de "aceito" ou
"rejeitado", como designa os revisores especialistas da área em questão a quem ele ou
ela recorre para aconselhamento. Toda vez que tiverem motivo para não concordar com a
qualidade dos revisores de seus artigos (ou com a decisão a que chegaram), sua
reclamação deve ser endereçada ao editor.
Tem sido dito que o papel do editor é separar a palha do trigo e então assegurar-
se de que a palha seja publicada.
O editor-chefe é normalmente um profissional em tempo integral, enquanto que os
editores usualmente são cientistas voluntários que trabalham graciosamente. (Alguns dos
maiores periódicos científicos e médicos têm editores pagos, em tempo integral. Um certo
número de outros periódicos, especialmente periódicos médicos, e sobretudo aqueles
publicados comercialmente, pagam salários aos seus editores em tempo parcial).
Normalmente, o editor-chefe não é diretamente envolvido com as decisões de "aceitação
- rejeição". Por outro lado, o editor-chefe procura salientar para o editor os detalhes com
relação a forma de escrever ou às questões administrativas do processo de revisão e ele
ou ela é responsável pelos eventos posteriores que convertem os manuscritos aceitos em
artigos publicados. Assim, quando ocorrem problemas nos estágios de prova e de
publicação, vocês devem comunicar-se com o editor-chefe.
Resumindo, problemas antes da aceitação são normalmente da alçada do editor,
enquanto que os posteriores à aceitação estão dentro das atribuições do editor-chefe.
Entretanto, do alto de meus anos de experiência como editor-chefe, eu posso afirmar-lhes
que parece haver uma lei fundamental que todo mundo endossa: "Toda vez que algo der
errado, culpe o editor-chefe".

Página 119

FIGURA
Descrição de figura: Tirinha animada do Snoop formada por 4 quadrinhos.
Legenda: No primeiro, o Snoop lê uma folha enquanto caminha. Está escrito: “Querido
colaborador”. No segundo, o Snoop pára próximo de sua casa continuando a ler. Está
escrito: “Obrigado por enviar sua história à nossa revista.” No terceiro, Snoop está sobre
sua casa, próximo a uma máquina de escrever com uma folha na mão. Está escrito: “para
economizar tempo, estamos incluindo duas tiras de rejeição...” No quarto, Snoop está
deitado sobre o telhado de sua casa, sobre a máquina de escrever fazendo uma
expressão facial de tristeza. Está escrito: “... uma para esta história e uma para a próxima
história que você nos enviar!”

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Feature Syndicate, Inc.
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O PROCESSO DE REVISÃO
Vocês, como autores, devem ter alguma idéia dos porquês e dos para quês do
processo de revisão. Para isso, eu descreverei as orientações e os procedimentos que
são típicos da maioria das editoras. Se vocês puderem entender (e, quem sabe, até
apreciar) algumas das razões que levam as decisões editoriais a serem tomadas, talvez
possam aumentar, em tempo, a taxa de aceitação de seus manuscritos, simplesmente
ficando cientes de como lidar com editores.
Quando seus manuscritos chegam pela primeira vez à editora, o editor (ou o
editor-chefe, se o periódico tem um) toma algumas decisões preliminares. Primeiro, o
manuscrito tem a ver com o assunto da área coberta pelo conteúdo do periódico? Se
claramente isso não acontece, o manuscrito é imediatamente devolvido ao autor que o
enviou, junto com uma breve nota sobre a razão desta ação. Raramente um autor seria
capaz de desafiar tal decisão com sucesso e não é usualmente nada engraçado tentar. É
uma parte importante do trabalho do

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editor definir a abrangência do periódico e os editores que eu conheci raramente aceitam


amavelmente sugestões dos autores, não importa quão polidamente os comentários
sejam escritos, de que o editor é, de alguma forma, incapaz de definir a característica
básica de seu periódico. Lembrem-se, entretanto, de que uma tal decisão não é uma
rejeição de seus dados ou conclusões. O que devem fazer é óbvio: tentem outro
periódico.
Segundo, se o assunto do manuscrito é apropriado para consideração, está o
manuscrito, propriamente dito, na forma adequada para ser considerado? Há duas cópias
do manuscrito com espaçamento duplo? (Alguns periódicos requerem três ou mais). Elas
estão completas, sem faltarem páginas, tabelas ou figuras em qualquer das duas cópias
do manuscrito? O manuscrito está no estilo editorial do periódico, pelo menos com
relação ao básico? Se a resposta a qualquer destas perguntas é "não", o manuscrito pode
ser imediatamente devolvido ao autor ou, no mínimo, a revisão será retardada até que a
deficiência seja retificada. A maior parte dos editores de periódico não desperdiçarão o
tempo de seus preciosos membros do corpo editorial e consultores, enviando-lhes, para
revisão, manuscritos mal preparados.
Eu conheci um editor, um homem gentil por natureza, que ficou totalmente
exasperado, quando um manuscrito mal preparado, devolvido ao autor, foi reenviado ao
periódico com muito poucas mudanças. O editor, então, escreveu a seguinte carta, que eu
tenho o prazer de colocar aqui, como uma advertência a todos os estudantes de ciências
em todo lugar:

Querido Dr._________ :
Examinei seu manuscrito_______ e notei, em sua carta de 23 de agosto, que o
senhor se justifica, sem pedir desculpas pela condição da submissão original. Não há
realmente nenhuma desculpa para a porcaria que submeteu posteriormente em seu
reenvio.
O manuscrito está sendo aqui devolvido ao senhor. Eu sugiro que procure outro
periódico.
Atenciosamente, ________________.

Somente depois que estas duas condições básicas (um manuscrito apropriado
sobre o assunto adequado) são preenchidas é que o editor está pronto a aceitar o
manuscrito para publicação.
Neste ponto, o editor deve realizar duas importantes funções. Primeiro, precisa
fazer o serviço de casa. Isto é, devem ser feitos registros cuidadosos, de forma que as
duas cópias do manuscrito possam ser seguidas através do processo de revisão e (se o
manuscrito for aceito) do processo de produção. Se o

Página 121

periódico tem um editor-chefe, e muitos dos grandes têm, esta atividade é normalmente
uma parte de sua atribuição. E importante que este trabalho seja feito acuradamente, de
forma que o que está acontecendo com o manuscrito seja conhecido todo o tempo. É
também importante que o sistema inclua a construção de vários dispositivos de detecção,
para que as inevitáveis demoras na revisão, extravio nos correios e outros desastres
possam ser percebidos pelo editor ou pelo editor-chefe, no menor tempo possível.
Segundo, o editor deve decidir quem irá rever o manuscrito. A forma de agir da
maioria dos periódicos é selecionar dois revisores para cada manuscrito. (De novo,
lembrem-se de que alguns periódicos têm mais de um editor, geralmente chamados
"editores associados", que lidam diretamente com revisores e autores). Obviamente, os
revisores devem ser especialistas na área do autor, ou suas recomendações não terão
valor. Normalmente, o editor começa com o Corpo Editorial do periódico. Quem, no corpo
editorial, tem a experiência apropriada sobre o assunto, para avaliar um manuscrito em
particular? Geralmente, por causa do caráter altamente especializado da Ciência
moderna, somente um (ou nenhum) membro do corpo editorial tem a requerida
familiaridade com o assunto de um determinado manuscrito. O editor deve então obter um
ou os dois revisores fora do corpo editorial, freqüentemente chamados "revisores
temporários" ou "consultores editoriais". (Uns poucos periódicos não têm Corpo Editorial e
dependem inteiramente de avaliadores temporários). Às vezes, o editor deve fazer uma
porção de contatos antes de conseguir identificar os revisores apropriados para um dado
manuscrito. A seleção de revisores pode ser facilita da se forem mantidos registros
apropriados. Muitos dos periódicos publicados pela American Chemical Society, por
exemplo, mandam questionários aos revi sores em potencial. Com base em suas
respostas aos questionários, registros computadorizados das áreas de especialização dos
revisores são estabelecidos e mantidos.
A revisão por especialistas da mesma área funciona? De acordo com Bishop
(1984), "A resposta a esta questão é um sonoro Sim! Todos os editores, e muitos autores,
afirmarão que dificilmente há um artigo publicado que não tenha sido, com freqüência,
melhorado substancialmente pelas revisões sugeridas pelos avaliadores".
A maioria dos periódicos usam revisores anônimos. Alguns periódicos colocam os
autores no anonimato, retirando seus nomes das cópias do manuscrito enviadas aos
revisores. Minha própria experiência está de acordo com o que disse um famoso cientista
canadense, J. A. Morrison, (1980): "Argumenta-se, ocasionalmente, que, para evitar
injustiça, os autores também deveriam ser anônimos, mesmo considerando-se que será
muito difícil consegui-lo. Na verdade, os editores encontram poucas situações de injustiça
e tendência a estardalhaço

Página 122

por parte dos avaliadores; talvez para 0,1 %, ou menos, dos manuscritos manuseados,
um editor é obrigado a desconsiderar os comentários do avaliador".
Se os revisores forem escolhidos de forma correta, as revisões serão
significativas e o editor ficará numa posição confortável para tomar uma decisão com
relação à publicação do manuscrito. Quando os revisores devolverem os manuscritos com
seus comentários, o editor deve então encarar o momento da verdade.
Normalmente, os editores não querem e não podem usar comentários que não
documentados. Entretanto, uma vez eu pedi a um distinto historiador da Ciência que
revisasse o manuscrito de um livro a respeito da História da Filosofia da Ciência. Sua
revisão compreendia somente três sentenças, embora tenha sido uma das revisões mais
claras que eu jamais vira:

Querido Bob:
Eu nunca antes ouvira falar sobre [o nome do autor] e a partir do que está no
resumo do livro eu realmente não quero ouvir falar dele a partir de agora. Parece para
mim muito distante de qualquer idéia que eu tenha de Ciência, História ou, seguramente,
de Filosofia. Eu não o tocaria nem com uma longa haste.
Cordialmente, ________________.

Muito tem sido escrito sobre o processo de revisão por especialistas da mesma
área. Afortunadamente, foi publicado um livro (Lock, 1985), contendo descrições e
análises desta literatura (281 referências). Embora muita crítica tenha sido apontada,
sobre vários aspectos do sistema de revisão por especialistas da mesma área, o fato dela
ter sido usada quase universalmente, de forma praticamente imutável, desde cerca de
1750, prova sem dúvida seu valor.

A DECISÃO DO EDITOR
Às vezes, a decisão do editor é fácil. Se ambos os revisores colocam "aceito" com
nenhuma ou pouca revisão, o editor não tem problema. Infelizmente, há muitas situações
em que as opiniões dos dois revisores são contraditórias. Em lais casos, o editor precisa
tomar a decisão final ou enviar o manuscrito para um ou mais revisores adicionais, para
determinar se pode ser estabelecido um consenso. O editor pode assumir a primeira
opção se for razoavelmente especialista no assunto da área do manuscrito e, assim,
servir como um terceiro revisor; é especialmente obrigado a fazer isto, se o comentário
detalhado de um

Página 123

FIGURA
Descrição de figura: Tirinha animada do Snoop formada por 4 quadrinhos.
Legenda: No primeiro, o Snoop lê uma folha próximo a uma caixa de correio. Está
escrito: “Querido colaborador”. No segundo, o Snoop lê uma folha enquanto caminha.
Está escrito: “Obrigado por enviar sua história.” No terceiro, Snoop está sentado sobre
sua casa lendo a folha. Está escrito: “Nós lamentamos que ela não preencha nossas
necessidades atuais” No quarto, Snoop está sentado sobre o telhado de sua casa lendo a
folha. Está escrito: “Se ela algum dia o fizer, estaremos em apuros”

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Feature Syndicate, Inc.
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dos revisores é consideravelmente mais substancial do que o do outro. A segunda opção


é obviamente mais lenta e é usada comumente pelos editores fracos; entretanto, qualquer
editor deve optar por esta abordagem se o manuscrito for relacionado a um assunto com
o qual não está familiarizado.
Completado o processo de revisão e tendo o editor tomado uma decisão, em que
base seja, o autor é notificado da decisão do editor. E ela é a decisão do editor. Os
membros do Corpo Editorial e os revisores temporários podem somente recomendar; a
decisão final é, e deve ser, do editor. Isto é especialmente verdadeiro para aqueles
periódicos (a maioria) que usam revisores anônimos. O

Página 124

editor, assumindo-se que seja um bom caráter, não se esconderá atrás de revisores
anônimos. As decisões serão apresentadas aos autores como sendo de autoria do editor
e de fato elas o são.
A decisão do editor será uma de três tipos gerais, comumente expressas por uma
palavra, como "aceito", "rejeitado" ou "modificar". Normalmente, uma destas três decisões
será alcançada dentro de 4 a 6 semanas, depois da submissão do manuscrito. Se vocês
não forem comunicados a respeito da decisão do editor dentro de 8 semanas, ou não lhes
fornecerem nenhuma explicação pela demora, não tenham medo de telefonar ou escrever
ao editor. Vocês têm o direito de esperar uma decisão, ou pelo menos um relatório, dentro
de um período de tempo razoável; também, seus pedidos de informação podem trazer à
luz um problema. Obviamente, a decisão do editor pode ter sido feita, mas a carta
portando esta decisão pode ter sido perdida ou retardada pelo correio. Se a demora foi
causada dentro do escritório do editor (usualmente por falta de resposta de um dos
revisores), suas solicitações servirão para desencadear o esforço no sentido de resolver o
problema, qualquer que seja ele.
Além disso, vocês não devem nunca ter medo de falar com o editor. Com raras
exceções, os editores são quase sempre pessoas terrivelmente agradáveis. Nunca os
considerem adversários. Eles estão do seu lado. Sua única meta como editores é publicar
boa ciência em linguagem inteligível. Se esta não é a sua meta também, vocês
seguramente estão lidando com um adversário mortal; entretanto, se compartilham o
mesmo objetivo, terão no editor um aliado resoluto. Vocês estão aptos a receber conselho
e orientação que possivelmente não estão à venda.

A CARTA DE ACEITAÇÃO
Finalmente, recebe-se a "palavra". Suponha que a carta do editor anuncie que
seus manuscritos foram aceitos para publicação. Quando receberem tal carta, vocês têm
todo o direito de brindar-se com uma taça de champagne ou com um sundae
incrementado ou o que quer que vocês costumem fazer quando têm motivo para celebrar
e admirarem-se a si próprios. A razão desta celebração ser adequada é a relativa raridade
do evento. Nos bons periódicos (nos de Biologia, pelo menos), somente cerca de 5% dos
manuscritos são aceitos na forma como foram enviados.

A CARTA DE MODIFICAÇÃO
Mais freqüentemente, vocês receberão do editor um conjunto de envelo-

Página 125

pes de papel manila, contendo seus disquetes, as duas cópias do manuscrito, duas ou
mais listas, rotuladas como "comentários dos revisores", e uma carta do editor. A carta
deve ser algo como "Seu manuscrito foi recebido e está sendo devolvido com os
comentários e sugestões pertinentes. Acreditamos que estes comentários lhes ajudarão a
melhorar seu manuscrito". Esta é a fraseologia inicial de uma carta de modificação típica.
De forma alguma, vocês devem ficar desconsolados quando receberem tal carta.
Realisticamente, não devem esperar pela coisa mais rara de acontecer, a carta de
aceitação sem um pedido de modificação. A vasta maioria dos autores que submetem
seus trabalhos receberão uma carta de modificação ou uma carta de rejeição, de forma
que vocês devem contentar- se com a primeira.
Quando receberem uma carta de modificação, examinem cuidadosamente a carta
e os comentários dos revisores que a acompanham. (Com maior probabilidade, a carta de
modificação é uma carta formal e os comentários anexos é que são significantes). A
grande questão, agora, é se vocês podem e estão dispostos a fazer as mudanças pedidas
pelos revisores.
Se os dois revisores apontam para o mesmo problema no manuscrito, quase
sempre ele é um problema. Ocasionalmente, uma avaliação pode ser tendenciosa, mas
raramente duas delas simultaneamente o serão. Se os avaliadores interpretarem mal, os
leitores o farão. Assim, meu conselho é: se dois avaliadores interpretaram mal o
manuscrito, descubram o que está errado e corrijam-no, antes de reenviar o manuscrito
ao mesmo periódico ou a outro.
Se as mudanças requeridas são relativamente poucas e superficiais, vocês
devem seguir em frente e fazê-las. Como o Rei Arthur costumava dizer: "Não fiquem
montados em seus altos cavalos a não ser que tenham um fosso profundo a atravessar".
Se uma revisão mais ampla é pedida, entretanto, vocês devem voltar atrás e dar
uma olhada geral em suas posições. Uma de várias circunstâncias deve existir.
Primeiro, os revisores estão certos e vocês agora vêem que há falhas
fundamentais em seus artigos. Neste caso, devem seguir as indicações deles e reescre-
verem os manuscritos de acordo com elas.
Segundo, os revisores pegaram vocês em um ou dois pontos, mas alguma coisa
da crítica não é válida. Neste caso, vocês devem reescrever o manuscrito com dois
objetivos em mente: incorporar todas as mudanças sugeridas, que vocês podem
razoavelmente aceitar, e tentar cortar ou deixar mais claro aqueles pontos aos quais os
revisores (erradamente, em suas opiniões) fizeram objeção. Finalmente e muito
importante, quando vocês enviarem o manuscrito revisado, forneçam anotações,
indicando, ponto por ponto, onde vocês colocaram os assuntos que se referem a cada
comentário dos revisores.

Página 126

Terceiro, é inteiramente possível que um ou os dois revisores e o editor realmente


leram de forma inadequada ou interpretaram mal seus manuscritos e que vocês acreditem
que as críticas deles são quase que completamente infundadas. Neste caso, vocês têm
duas alternativas a seguir. A primeira, e mais fácil de realizar, é enviar os manuscritos
para outro periódico, esperando que os mesmos sejam julgados de maneira mais justa.
Se, entretanto, vocês têm fortes razões para quererem publicar aquele manuscrito em
particular, naquele determinado periódico, não recuem; reenviem os manuscritos. Neste
caso, entretanto, usem todo o tato em seus procederes. Não somente devem fornecer
uma defesa, ponto a ponto, para cada comentário dos revisores, mas devem fazê-lo de
forma não agressiva. Lembrem-se de como o editor está se esforçando muito,
provavelmente sem pagamento, para alcançar uma decisão científica. Se vocês
começarem suas cartas, dizendo que os revisores, selecionados obviamente pelo editor,
são estúpidos (eu vi tais cartas), eu aposto 100 contra 1 que seus manuscritos serão
imediatamente devolvidos sem mais considerações. Por outro lado, todo editor sabe que
todo revisor pode estar errado e, em algum momento, (lei de Murphy) estará errado.
Então, se vocês, desapaixonadamente, apontarem ao editor, exatamente porque vocês
estão certos e o revisor errado (nunca digam que o editor está errado), o editor estará
pronto a aceitar, a essa altura, seus manuscritos ou, pelo menos, enviá-los a um ou mais
revisores adicionais para posterior consideração.
Se vocês decidirem revisar e reenviar o manuscrito, esforcem-se muito para não
ultrapassar o prazo que o editor estabeleceu. A maior parte dos editores realmente
colocam prazos limites. Obviamente, muitos dos manuscritos que retornam para revisão
não são reenviados ao mesmo periódico; então, os registros do periódico podem ser
apagados ou arquivados depois que o prazo final passou, por se considerar que os
manuscritos foram retirados.
Se vocês conseguem atender ao prazo final do editor, ele ou ela pode aceitar sem
demora o manuscrito. Ou, se a modificação foi substancial, o editor pode retorná-lo aos
mesmos revisores. Se vocês procederam de acordo com a crítica precedente ou
defenderam seus artigos contra elas, seus manuscritos serão provavelmente aceitos.
Por outro lado, se não conseguirem respeitar o prazo final, seus manuscritos
revisados podem ser tratados como um novo manuscrito e, outra vez, ser submetido a
toda a revisão, possivelmente por um diferente conjunto de revisores. li melhor evitar este
duplo risco, mais o tempo de revisão adicional, observando os prazos finais impostos pelo
editor, se, de todo, for possível fazê-lo.

Página 127

A CARTA DE REJEIÇÃO
Agora vamos supor que vocês recebam uma carta de rejeição. (Quase todos os
editores dizem "inaceitável" ou "inaceitável na presente forma"; raramente é usado o
termo mais forte "rejeitado"). Antes que vocês comecem a lastimar-se, façam duas coisas.
Primeiro, lembrem-se de que vocês têm muita companhia; a maior parte dos bons
periódicos têm uma laxa de rejeição de aproximadamente 50 % (ou mais). Segundo,
leiam a carta de rejeição cuidadosamente, porque, como as cartas de modificação, há
diferentes tipos de rejeição.
Muitos editores classificarão a rejeição em um de três tipos. Primeiro, há
(raramente) uma rejeição total, o tipo de manuscrito que o editor "nunca

FIGURA
Descrição de figura: Tirinha animada do Snoop formada por 4 quadrinhos.
Legenda: No primeiro, o Snoop lê uma folha próximo a uma caixa de correio. Está escrito:
“Querido colaborador”. No segundo, o Snoop lê uma folha enquanto caminha. Está
escrito: “Recebemos seu último manuscrito” No terceiro, Snoop está sentado sobre o
telhado de sua casa, ao lado se uma máquina de escrever, lendo a folha. Está escrito:
“Por que você remeteu ele para nós?” No quarto, Snoop está sentado sobre o telhado de
sua casa, ao lado da máquina de escrever, lendo a folha. Está escrito: “Já fizemos,
alguma vez, algo para ofendê-lo? ”

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mais quer ver" (uma frase direta, mas que nenhum editor de tato colocaria numa carta de
rejeição). Segundo e muito mais provável, há o tipo de manuscrito que contém alguns
dados úteis, mas os dados têm falhas sérias. O editor provavelmente reconsidera um tal
manuscrito, se ele for amplamente revisado e reenviado, mas ele não recomenda reenvio.
Terceiro, há um tipo de manuscrito que é basicamente aceitável, exceto por um defeito no
trabalho experimental - talvez a falta de um experimento-controle - ou pela presença de
uma grande falha na composição do manuscrito (sendo os dados aceitáveis).
Se suas "rejeições" forem do terceiro tipo, vocês devem considerar os
necessários reparos, como detalhados nos comentários dos revisores, e reenviar uma
versão revista ao mesmo periódico. Se vocês puderem adicionar o experimento controle,
como pedido pelo editor, a nova versão poderá com certeza ser aceita. (Muitos editores
rejeitam um artigo que necessite de experimentação adicional, mesmo que seja fácil
modificá-lo para que fique aceitável). Ou, se vocês fizerem, no manuscrito, a importante
mudança pedida; por exemplo, totalmente reescreverem a Discussão ou converterem
todo o artigo em uma nota, seus manuscritos reenviados provavelmente serão aceitos.
Se suas rejeições são do segundo tipo (com falhas sérias, de acordo com a carta
de rejeição do editor e os comentários dos revisores), vocês provavelmente não devem
reenviar o mesmo manuscrito para o mesmo periódico, a não ser que possam convencer
o editor de que os revisores julgaram erradamente seus manuscritos. Vocês devem,
entretanto, reter os manuscritos até que eles possam ser fortalecidos com maiores
evidências e conclusões mais claras. Reenvio destes "novos" manuscritos ao mesmo
periódico poderia então ser uma opção razoável. Suas cartas de apresentação devem
citar o manuscrito anterior e estabelecer brevemente a natureza do novo material.
Se suas rejeições são do primeiro tipo (rejeição total), seria inadequado reenviar
os manuscritos ao mesmo periódico ou ainda argumentar sobre isto. Se os manuscritos
forem realmente ruins, vocês provavelmente não devem reenviá-los para lugar nenhum,
por medo de que a publicação possa prejudicar suas reputações. Se há, neles, trabalho
que possa ser salvo, incorporem as partes pertinentes num novo manuscrito e tentem
novamente, em um periódico diferente.
Coragem! Vocês terão algum dia uma quantidade de cartas de rejeição suficiente
para cobrir uma parede. Vocês devem começar a apreciar o fraseado delicado que às
vezes é usado. Poderia ofender alguém uma carta como a seguinte? (Esta é
supostamente a nota de rejeição de um periódico econômico chinês.)

Página 129

(início do trecho em destaque) Nós lemos seu manuscrito com


ilimitado deleite. Se for para publicarmos seu artigo, seria impossível
para nós publicarmos qualquer trabalho de qualidade inferior. E como
é impensável que, nos próximos milhares de anos, nós vejamos algo
igual a ele, nós somos, para nosso pesar, compelidos a devolver sua
divina composição, e pedir-lhe milhares de vezes que não leve em
conta nossa limitação e timidez. (fim do trecho em destaque)

EDITORES COMO PORTEIROS


Talvez, o ponto mais importante a ser lembrado, quando se tem que lidar com
uma modificação ou com uma rejeição, é que o editor é um mediador entre vocês e os
revisores. Se vocês lidam com o editor de forma respeitosa, e se podem defender
cientificamente seus trabalhos, muitas de suas "modificações", e mesmo suas "rejeições",
serão, a seu tempo, artigos publicados. O editor e os revisores estão geralmente do seus
lados. A função primária deles é ajudá-los a expressarem-se de forma efetiva e dar a
vocês uma avaliação da ciência envolvida. É de bom alvitre vocês cooperarem com eles
de todas as formas pertinentes. Os possíveis resultados do processo editorial são
nitidamente descritos por Morgan (1986): "A metáfora moderna para editar seria um lava-
rápido pelo qual devem passar todos os carros que encabeçam uma meta. Carros
imundos retornam; carros sujos emergem mais limpos, enquanto carros limpos sofrem
pequena mudança."
Gastando o proverbial "mais anos do que eu possa recordar", trabalhando com
muitíssimos editores, eu estou totalmente convencido de que, se não fosse pelo papel de
porteiro tão valentemente mantido pelos editores, nossos periódicos científicos seriam
logo reduzidos a ininteligíveis algaravias.
Não importa como vocês sejam tratados pelos editores, tentem, de alguma forma,
manter um pouco de simpatia pelos membros dessa profissão selvagem H. L. Mencken,
um de meus autores favoritos (literariamente, quero dizer), escreveu uma carta, datada de
25 de janeiro de 1936, a William Saroyan, dizendo, "Notei o que você disse sobre sua
aspiração de editar uma revista, Eu estou lhe enviando, por esta correspondência, um
revólver de seis balas. Carregue-o e detone cada um dos projéteis em sua cabeça. Você
me agradecei a depois dr chegar ao inferno e ouvir de outros editores quão terrível era
seu trabalho na Terra".

Página 130

CAPÍTULO 19

O Processo de Publicação (Como Lidar com Provas)

(início de epígrafe) Confira as provas cuidadosamente para ver se tira


alguma palavra. (fim de epígrafe)
Anônimo

O PROCESSO DE PROVA
O que se segue é uma breve descrição do processo que seus manuscritos
seguem depois que eles foram aceitos para publicação.
O manuscrito usualmente vai para um procedimento de edição de cópia durante o
qual os erros ortográficos e gramaticais são corrigidos. Além disso, o editor de cópia
padronizará todas as abreviações, unidades de medida, pontuação e grafia, de acordo
com o "estilo" do periódico em particular, no qual seus manuscritos serão publicados. O
editor de cópia pode dirigir-lhes perguntas, se qualquer parte de suas apresentações não
estão claras ou se qualquer informação adicional for necessária. Estas questões
aparecerão como "questões ao autor", na margem das provas enviadas ao autor. Alguns
periódicos mandam a cópia editada do manuscrito de volta ao autor para aprovação,
antes que a matriz seja feita.
O manuscrito é digitado ou o arquivo eletrônico em seu disquete é colocado em
um sistema de computador que pode comunicar-se com um sistema de impressão, que
produzirá as provas de seus artigos. Os códigos do compositor, que indicam as letras e a
diagramação da página, caso vocês não tenham enviado um arquivo eletrônico, serão
também empregados para compor as palavras

Página 131

contidas em seus manuscritos. Se vocês enviaram seus manuscritos em disquete, o


compositor colocará as correções e revisões feitas durante a edição. O resultado deste
trabalho é o conjunto de provas, que então retorna a vocês para que verifiquem se o
trabalho editorial expressa o que foi feito em seus artigos; verifiquem os erros tipográficos
e respondam as questões feitas pelo editor de cópia.
Finalmente, o compositor irá introduzir as correções que vocês fizeram em suas
provas. Esta versão final se tornará o formato que vocês vêem nas páginas do periódico,
depois de publicado.
Um dia, provavelmente logo, todos os autores enviarão manuscritos tanto em
disquetes como por transmissão direta, via Internet. A necessidade de redigitar o texto
será então eliminada. Isto também irá reduzir substancialmente (mas não eliminar) as
dores de cabeça ao conferir as provas.
PORQUE AS PROVAS SÃO ENVIADAS AOS AUTORES
Alguns autores parecem esquecer de seus manuscritos, uma vez que eles foram
aceitos, dando pouca atenção às provas, quando elas chegam, e assumem que seus
artigos irão aparecer magicamente sem erros, nos periódicos.
Por que as provas são enviadas aos autores? As provas dos artigos são enviadas
aos autores por uma razão essencial: para conferirem a precisão da composição
tipográfica. Em outras palavras, vocês devem examinar as provas cuidadosamente para a
verificação de erros tipográficos, especialmente se o compositor teve que compor a partir
da cópia de seus manuscritos editados. Mesmo que vocês submetam seus manuscritos
em disquete e tenham feito uma revisão cuidadosa e verificado a ortografia de seus
arquivos antes de enviá-los, podem permanecer erros ou eles podem ocorrer quando são
feitas mudanças editoriais. Não importa quão perfeitos possam ser seus manuscritos, é
somente a versão impressa no periódico que conta. Se o artigo impresso contém erros
sérios, todas as espécies de problemas podem aparecer, não pouco deles podem causar
danos irreparáveis às suas reputações.
O dano pode ser real, pelo fato de muitos erros poderem destruir totalmente a
compreensão. Algumas vezes, apenas a colocação errada de uma vírgula que indica casa
decimal pode, às vezes, tornar um artigo publicado praticamente inútil. Neste mundo, nós
podemos estar certos somente de três coisas: morte, impostos e erros tipográficos.

PALAVRAS ERRADAS
Mesmo que o erro não afete grandemente a compreensão, não é muito bom para
suas reputações que ele se torne motivo de chacota. Os leitores

Página 132

saberão o que vocês queriam dizer se seus artigos referirem-se à "nosocomical infeccion"
e eles rirão disso, mas vocês não acharão graça. (* - Nota de rodapé)
Com relação a eixos de ortografia, eu me lembro do professor de Inglês que teve
a oportunidade de fazer um comentário produtivo sobre este assunto. Um estudante
escreveu errado, numa redação, a palavra "burro" (em vez de "burrow"-Nota da
Tradutora). Num comentário na margem, o professor escreveu: "Um 'burro' é um asno; um
'burrow' é um buraco no chão. As pessoas deveriam realmente saber a diferença." Sendo
eu mesmo um professor de Inglês, claro, concordo com este sábio comentário.
Entretanto, eu acabei talvez defendendo uma opinião contrária (por causa de minhas
precárias habilidades matemáticas), em uma ocasião anterior, quando eu disse, "Eu não
tenho notícia de colheita/matemática a partir de um buraco no chão". (** - Nota de rodapé)
Uma corporação de suprimentos para grandes laboratórios enviou um anúncio
com letras garrafais em negrito, no cabeçalho, proclamando que "A qualidade é
consistante, (# - Nota de rodapé) porque nós nos preocupamos". Certamente espero que
eles se preocupem mais com a qualidade de seus produtos do que eles o fizeram a
respeito da qualidade de sua ortografia.
Embora todos nós, relacionados com publicação, ocasionalmente não dormimos,
preocupados com relação a erros tipográficos típicos, eu me consolo em saber que,
quaisquer que sejam as falhas causadas por minha vista, elas serão provavelmente
menos graves do que alguns dos eixos monumentais cometidos pelos meus antecessores
de publicação.
Meu erro favorito de todos os tempos ocorreu em uma Bíblia publicada na
Inglaterra, em 1631. No sétimo mandamento lê-se: "Tu cometerás adultério" (## - Nota de
rodapé). Eu acredito que o Cristianismo ficou realmente muito popular após a publicação
desta edição. Se esta afirmação parece blasfema, eu preciso somente contar-lhes de uma
outra edição da Bíblia, impressa em 1653, na qual aparece a linha: "Saiba tu, que os
iníquos herdarão o reino de Deus".
Se vocês conferem a prova da mesma forma e na mesma velocidade com que
ordinariamente lêem artigos científicos, provavelmente não perceberão 90% dos erros
tipográficos.
Descobri que a melhor forma de conferir a prova é lê-la e, em seguida, estudá-la.
A leitura, como eu mencionei, deixará passar 90% dos erros, mas ela

Nota de rodapé:
* - NT: O artigo apareceu erradamente, em Inglês, com a palavra "nosocomical" em lugar
de "nosocomial" que, em português, quer dizer nosocômica ou nosocomial ou hospitalar,
dando, no texto, em Inglês, uma idéia de algo cômico.
** - NT: A palavra colheita, em Inglês é "math", que é também usada como abreviação da
palavra matemática, na linguagem coloquial.
# - NT: Foi grafado "consistam" em vez de "consistent", em Inglês, que quer dizer
consistente, em português.
## - NT: "Thou shalt commit adultery", na forma arcaica, com thou, forma antiga de you, e
shalt, segunda pessoa de shall, no Inglês antigo; está faltando a palavra not: "Thou not
shalt adultery".

Página 133

captará erros de omissão. Se o impressor pulou uma linha, ler com a finalidade de
compreensão é a única forma de percebê-lo. Alternativamente, ou além disso, duas
pessoas podem conferir a prova, um lendo enquanto outro segue o manuscrito.
Para perceber a maioria dos erros, entretanto, vocês precisam examinar devagar
cada palavra. Se deixam seus olhos pularem de um grupo de palavras para o próximo,
como se faz na leitura normal, perceberão nada mais que poucos erros de ortografia.
Especialmente, vocês devem estudar os termos técnicos. Lembrem-se de que
compositores tipográficos não são cientistas. Um bom compositor será capaz de colocar a
palavra "cherry" (cereja) 100 vezes, sem erro; entretanto, eu me lembro de ter visto em
uma prova de artigo, que a palavra "Escherichia" foi escrita erradamente 21 vezes
consecutivas (de quatro formas diferentes). Eu também fico imaginando os possíveis usos
para um composto cuja fórmula foi impressa como C12H6Q3.
Mencionei a devastação que pode ocorrer pela colocação errada da vírgula na
casa decimal. Esta observação leva a uma regra geral na conferência das provas.
Examinem detalhadamente cada um dos números. Sejam especialmente cuidadosos na
conferência das tabelas. Esta regra é importante por duas razoes Primeiro, erros
freqüentemente ocorrem na digitação de números, especialmente em material de tabelas.
Segundo, vocês são as únicas pessoas que podem perceber tais erros. Muitos erros
ortográficos são pegos na seção de impressão das provas ou na seção editorial do
periódico. Entretanto, estes profissionais conferentes das provas pegam erros, passando
os olhos pelas provas; o conferente das provas não tem meios de saber se "16" deveria
ser "61".

MARCAÇÃO DAS CORREÇÕES


Quando vocês encontrarem um erro, é importante que ele seja marcado duas
vezes, uma, no ponto onde ele ocorre e outra, na margem oposta a que ele ocorre. O
compositor usa as marcas na margem para identificar os erros. Uma correção indicada
somente no corpo do texto pode facilmente passar despercebida; a anotação na margem
é necessária para chamar a si a atenção. Este sistema de dupla marca está ilustrado na
figura 11.
Se vocês indicarem suas correções claramente e de forma inteligível, as
correções apropriadas provavelmente serão feitas. Entretanto, vocês podem reduzir a
chance de haver falta de compreensão e economizar tempo, seus e de todos que estão
envolvidos no processo, se usarem as marcas de correção de provas de impressão. Estas
marcas são uma linguagem universalmente usada em todos os tipos de publicações.
Assim, se gastarem tempo aprendendo uns

Página 134

FIGURA
Descrição de figura: Texto com vária marcações. A esquerda há uma numeração por
linha que vai de 4 a 52. A direita há, nas linhas que são marcadas no texto, alguns
símbolos.

Fig. 11. Uma cópia da prova corrigida. (Agradecimentos à Waverly Press Inc. pela
impressão desta amostra com vários erros. Uma prova normal da Waverly teria tão
poucos erros que seria inútil para ilustrar nossos propósitos.)

Página 135

FIGURA
Descrição de figura: Figura descrita no corpo do texto.

Tabela 10. Marcas de correção de provas de impressão usadas freqüentemente

poucos elementos desta linguagem, serão capazes de usá-los na revisão de provas em


todos os tipos de materiais impressos com que venham a lidar, ao longo de suas
carreiras. As marcas de correção de provas de impressão mais comuns estão citadas na
Tabela 10.

ACRÉSCIMOS ÀS PROVAS
No início deste capítulo, eu afirmei que são enviadas provas aos autores a fim de
que eles possam assegurar-se da precisão da composição do artigo. Na forma de
negativa, devemos afirmar que o estágio de prova não é o momento para revisão,
refraseamento, adição de material mais recente ou qualquer outra mudança significante
em relação à edição final do manuscrito. Há três boas razões para que vocês não façam
mudanças substanciais nas provas.
Primeira, uma consideração ética: desde que nem as provas nem as mudanças
nas provas são vistas pelo editor, a não ser que o periódico seja tão pequeno a ponto de
ter apenas um funcionário, é simplesmente impróprio fazer mudan

Página 136

ças substanciais. O manuscrito aprovado pelo editor, depois de revisão por especialistas,
é aquele que deverá ser impresso, não alguma nova versão, contendo material que não
foi visto nem pelo editor, nem pelos revisores.
Segunda, não é conveniente perturbar o material já composto, a não ser se de
lato necessário, porque novos erros tipográficos podem ser introduzidos.
Terceira, as correções são caras. Por serem caras, vocês não devem abusai do
publicador (possivelmente uma sociedade científica da qual vocês são membros leais em
outras circunstâncias); além disso, vocês podem ser golpeados com uma cobrança
substancial em dinheiro, pelas alterações feitas. Muitos periódicos absorvem os custos de
um número razoável de alterações dos autores, mas muitos, especialmente aqueles com
editores-chefes ou gerentes de empresas, irão, cedo ou tarde, cair em cima de vocês,
caso sejam inegavelmente responsáveis por muita alteração nas provas.
Um tipo de acréscimo à prova é freqüentemente permitido. A necessidade ile se
fazer isso aparece quando um artigo do mesmo assunto ou de assunto correlato é
publicado, enquanto os seus estão em processo de impressão. À luz do novo estudo,
vocês ficam tentados a reescrever várias partes de seus artigos. Vocês precisam resistir a
esta tentação, pelas razões que colocamos acima. O que podem fazer é preparar uma
breve nota (apenas algumas sentenças), Adendo às Provas, descrevendo a natureza
geral do novo trabalho e dando a referência bibliográfica. O Adendo pode então ser
impresso no fim, sem perturbar o corpo do artigo.

ACRÉSCIMO ÀS REFERÊNCIAS
Muitas vezes, aparece um novo artigo que vocês gostariam de acrescentar às
suas Referências Bibliográficas, de forma que não seja necessário fazer nenhuma
mudança apreciável no texto, a não ser adicionar umas poucas palavras, talvez, e o novo
número da nova referência. (O que se segue assume que o periódico empregue o sistema
de número de acordo com a ordem alfabética.)
Agora, ouça o seguinte. Se vocês adicionarem uma referência bibliográfica na
prova, não renumerem as referências. Muitos, se não a maioria dos autores, cometem
este erro e é um erro sério. É um erro, porque as muitas mudanças então necessárias na
lista de referências e no texto, onde quer que o número apareça, envolvem custo
significante; novos erros podem ser introduzidos, quando as linhas afetadas forem
redigitadas e, quase sempre, vocês perderão pelo menos uma das referências do texto.
O(s) velho(s) número(s) aparecerá(ão) na impressão, provocando confusão na literatura.
O que vocês devem fazer é adicionarem à nova referência uma letra "a". Se a
nova referencia, colocada em ordem alfabética, for cair entre as referências

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16 e 17, coloquem a nova referência como "16 a". Desta forma, a numeração do resto da
lista não precisa ser mexida.

REVISÃO DAS PROVAS DAS ILUSTRAÇÕES


É especialmente importante que vocês examinem cuidadosamente as provas das
ilustrações, principalmente se o manuscrito e as ilustrações originais retornarem a vocês
junto com as provas. Embora possam contar com os revisores de provas do escritório
editorial do periódico, para ajudá-los a perceber erros tipográficos, vocês precisam
esclarecer se as ilustrações foram reproduzidas corretamente, porque vocês é que têm os
originais com os quais as provas devem ser comparadas.
Se seus artigos têm fotografias de ultra-estruturas importantes e se vocês
escolheram aquele periódico em particular por causa de sua reputação em relação a
padrões de reprodução de qualidade (telas finas, estoque coberto), vocês não devem
somente esperar fidelidade, como deverão também cobrá-la. E vocês são os únicos que
podem fazê-lo, porque estão com os originais. Vocês e só vocês devem servir como
inspetores de controle de qualidade.
Geralmente, não há problemas com gráficos e outros desenhos lineares, a não
ser que o editor de cópia tenha reduzido os mesmo a um tamanho que os tomem ilegíveis
ou, raramente, modifique a porcentagem de redução de um entre um grupo de desenhos
relacionados, de forma que eles não se casem.
Com fotografias, entretanto, há problemas, às vezes, e é de sua responsabilidade
corrigi-los. Comparem a ilustração da prova com a do original. Se a prova é mais escura
por inteiro, trata-se simplesmente de um caso de superexposição; se, por outro lado,
foram perdidos detalhes, vocês devem, claro, solicitar ao impressor para refazer a
fotografia. (Não se esqueçam de devolver o original da ilustração junto com a prova.)
Se a prova é mais clara que a cópia, ela foi provavelmente subexposta. Pode ser,
entretanto, que o "impressor" (eu uso o termo "impressor" como uma simplificação para
as muitas das ocupações envolvidas no processo de impressão) propositalmente
subexpôs aquela foto. Às vezes, principalmente no caso das fotografias com pouco
contraste, subexposição retém mais os detalhes finos que a exposição normal. Assim,
suas comparações não devem realmente estar ligadas com o nível de exposição, mas
com a fidelidade dos detalhes.
Pode ser que uma área da fotografia seja de particular importância. Se é assim, e
vocês estão descontentes com a reprodução da mesma, digam ao impressor, através de
notas na margem ou usando uma cobertura sobre a fotografia, exatamente em que partes
das provas estão faltando detalhes que são evi-

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dentes na fotografia. Então, o impressor será capaz de concentrar-se sobre o que é


importante para vocês.

QUANDO RECLAMAR
Se vocês não aprenderam nada mais neste capítulo, eu espero que pelo menos
agora saibam que vocês devem fazer o controle de qualidade na reprodução das
ilustrações, em periódicos. De acordo com minha experiência, acho que autores demais
reclamam do fato depois de consumado (depois da publicação), sem ter nunca percebido
que só eles poderiam ter evitado o que quer que seja que eles tenham a reclamar. Por
exemplo, os autores, muitas vezes, reclamam que suas figuras foram impressas de
cabeça para baixo ou do lado errado. Quando pude verificar, constatei que, em quase
todos os casos, a parte da fotografia que estava marcada com a palavra "alto", na prova,
era também aquela que estava voltada para cima no periódico; o autor simplesmente não
o percebeu. Na realidade, o autor enganou-se duas vezes, a primeira, ao ser negligente
na marcação da palavra "alto" na fotografia enviada ao periódico e novamente, falhando
em notar que o impressor marcou "alto" no lado errado da prova.
Assim se vocês vão reclamar, façam-no no estágio de prova. E, acredite ou não,
sua queixa será recebida com prazer. Aqueles de nós que pagamos a conta achamos que
investimos pesadamente em colocar as especificações que podem fornecer qualidade à
reprodução. Nós precisamos de seus controles de qualidade, entretanto, para
assegurarmo-nos de que nosso dinheiro não foi gasto em vão.
Os bons periódicos são impressos por bons impressores, pagos por bons
publicadores. Os artigos publicados terão seus nomes neles, mas as reputações, tanto
dos publicadores como dos impressores, também estão em jogo. Eles esperam que vocês
trabalhem a seus lados para produzir um produto superior.
Porque os editores-chefes deste tipo de periódico devem proteger a integridade
do produto, aqueles que eu conheci nunca contratam um impressor exclusivamente na
base de preço baixo. John Ruskin estava sem dúvida certo, quando disse que "Há
raramente algo neste mundo que alguém não possa fazer um pouco pior e vender um
pouco mais barato e as pessoas que levam em conta somente o preço são as legítimas
vítimas disso".
Um aviso em uma gráfica salientou o mesmo ponto:

PREÇO
QUALIDADE
SERVIÇO
(escolha quaisquer dois dos acima)

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CAPÍTULO

Formatos Eletrônicos de Publicação: CD-ROM e Composições Eletrônicas

(início de epígrafe) Tecnologia significa a aplicação sistemática do


conhecimento científico ou de outro tipo de conhecimento organizado, em
tarefas práticas.(fim de epígrafe)
J.K. Galbraith

Tanto gravações em CD-ROM, quanto composições eletrônicas, oferecem aos


cientistas uma forma melhor de disseminar suas pesquisas para uma clientela mais
ampla. Novos formatos eletrônicos de publicação estão substituindo microfichas e
microfilmes como a maneira mais conveniente de armazenar material arquivado para
acesso e impressão. O formato CD-ROM pode armazenar uma publicação inteira de
resultados de um encontro ou vários meses de trabalho de um periódico científico, em um
único CD. Composição eletrônica (apostila) significa compor um "livro", colocando juntos
capítulos formados por materiais tirados de várias fontes, incluindo outros livros ou artigos
de periódicos. Os professores podem selecionar e produzir guias de estudo a partir destas
fontes; os cientistas podem colocar juntos procedimentos para laboratórios de pesquisa e
podem preparar materiais de encontros e seminários. Compiladores podem fazer
seleções para montar a composição eletrônica a partir de dados eletrônicos fornecidos
por um publicador, por uma universidade ou a partir de cópias de um material impresso.
Impressão e embalagem do material copiado são feitos por uma máquina copiadora de
alta velocidade, como a impressora Xerox DocuTech.

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PUBLICAÇÕES EM CD-ROM
A publicação em CD-ROM permite o armazenamento de imensa quantidade de
informação de uma forma relativamente estável. Os leves CDs ocupam pouco espaço e
são, por isso, fáceis de transportar e estocar. Texto, imagens e mesmo pequenos filmes e
animações podem ser armazenados em CD, para serem rodados quando se desejar.
Material novo pode ser facilmente adicionado, de graça, em arquivos-mestres de CD-
ROM e um novo CD pode ser remasterizado (feito um novo arquivo-mestre) e lançado
como atualização.
Aplicativos em CD-ROM podem ser interativos, contendo ligações entre várias
partes do texto que as constituem. Também podem ser feitas associações com uma
animação visual ou com um filme do tipo "QuickTime". Publicadores universitários estão
começando a colocar este tipo adicional de material em algumas de suas reimpressões
em CD. Do modo como a velocidade da tecnologia está aumentando, tais animações
visuais são algo a serem pensadas para trabalho futuro. Ao anotar seus dados, vocês
podem ter feito filmes de algum processo, para outros propósitos. Vocês devem também
ter pensado em preparar animações simples para processos que não são visíveis a olho
nu, porque eles são muito pequenos, muito distantes, muito rápidos ou muito lentos.
Animações podem, de longe, ser mais descritivas que desenhos individuais, se houver a
possibilidade de serem associadas a seus relatos ou artigos. Embora o artigo científico
padrão, enviado ao periódico, ainda não contenha este tipo de material eletrônico, muito
provavelmente o fará num futuro próximo. Em seu livro Visualization of Natural
Phenomena (Visualização do Fenômeno Natural) (1993), Robert S. Wolff e Larry Yaeger
discutiram como o movimento nos fenômenos naturais foram captados eletronicamente e
incluíram um CD de exemplos feito em QuickTime.
A American Chemical Society <http://pubs.acs.org/> fornece assinaturas para
suas publicações em disco. Cada disco é uma edição, contendo o texto original da versão
impressa. A versão do CD é um hipertexto associado com gráficos, esquemas e tabelas
adicionais fornecidos a cores ou em preto e branco. Hipertexto é um método de criar e
apresentar um texto que pode ser conectado a outro item, mesmo quando os dois são
partes do mesmo documento, ou quando o outro item é um outro gráfico relacionado, um
documento arquivado em outra parte do CD ou na rede. As notas de rodapé são
diretamente associadas a texto e a figuras. Se um assinante deseja imprimir um artigo, a
reprodução é a laser.
Como muitos outros grandes publicadores, a American Society for Microbiology ¦
http://www.asmusa.org <http://www.asmusa.org/> está em processo de implantação de
versões para

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computador de seus periódicos impressos. A ASM anunciou que o texto completo de


todos os 10 de seus periódicos científicos estariam disponíveis, via computador, antes do
fim de 1998.

COMPOSIÇÕES ELETRÔNICAS
Atualmente, faz-se composição eletrônica (apostila), colocando junto cópias de
arquivos eletrônicos, a fim de criar um documento novo, personalizado. As seleções
podem ser feitas a partir de livros, periódicos ou impressos de texto escrito pessoalmente.
Geralmente, é necessário obter permissão dos detentores do direito autoral do material
que está sendo usado (veja Cap. 31).
A versão eletrônica de diferentes composições difere do processo padrão. Nesta
versão de rápido desenvolvimento, o processo é baseado em artigos selecionados,
reportagens ou capítulos de livros tirados da vasta quantidade de dados armazenados
nos bancos eletrônicos. Quando alguém precisa fazer uma nova compilação de um
conjunto de materiais, a pessoa faz a seleção do conteúdo armazenado em um banco de
dados. Quando for feita a seleção de artigos e ilustrações e o número de cópias for
solicitado, a coleção é imprimida e embalada para distribuição, como se fosse um "livro".
Escritores e publicadores atualmente falam mesmo em documento "virtual", que não
existe fisicamente, mas somente como arquivos associados eletronicamente.
Um dos maiores bancos de dados em desenvolvimento no momento é o CUPID,
o "Consortium for University Printing and Information Distribution" (Consórcio para
Impressão e Distribuição Universitárias). Os participante acadêmicos do Consórcio
incluem a Universidade de Cornell, a iniciadora, as Universidades de Harvard e Princeton
e outras instituições. Os membros comerciais incluem a Xerox e a Kodak. Embora este
sistema de armazenamento eletrônico está ainda nos primeiros estágios de seu
desenvolvimento, planos futuros incluem trabalhar com os publicadores que quiserem
participar, devendo estes incluírem uma parte de seu material com direito autoral.

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CAPÍTULO 21

A Internet e a World Wide Web


(início de epígrafe) A nova interdependência eletrônica recriou o
inundo na imagem de uma vila global. (fim de epígrafe)
Marshall McLuhan

A INTERNET
A Internet é uma vasta rede mundial de sistemas eletrônicos que ligam "host
computers" (computadores principais ou hospedeiros) e usuários numa rede digital. Ela
originou-se da ARPANET, uma rede de computadores desenvolvida pela Advanced
Research Projects Agency (ARPA - Agência de Projetos em Pesquisa Avançada) e outras
agências governamentais relacionadas dos Estados Unidos, nos anos 60s. Tornando-se
operacional em 1969, a ARPANET permitiu aos cientistas e pesquisadores, que
trabalhavam em projetos do governo, comunicarem-se eletronicamente, estando em
lugares distantes um do outro. Os usuários da ARPANET podiam acessar arquivos
armazenados na rede e colaborar com os colegas, através do país. As universidades
estavam entre os primeiros nós, nesta grande rede de computadores.
A medida que a ARPANET cresceu em tamanho, seus arquitetos sentiram a
necessidade de comunicarem-se com outras redes de computadores que estavam sendo
desenvolvidas. Em 1983, a ARPANET foi dividida em duas redes separadas, mas
intercomunicantes, que juntas, formaram a Internet. A associação de outras redes a
Internet original aumentou rapidamente, muito além das ligações inicialmente fornecidas
pelo governo. Por volta de 1985, cerca de 100 redes estavam conectadas ao sistema; em
1990, quando o sistema original ARPANET foi descomissionado, o número de redes
ligadas à Internet crescera para cerca

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de 2000. As universidades e os programadores autônomos foram instrumentando e


adicionando novas ligações e funções para aumentar o poder e os serviços da Internet,
levando-a muito além de suas atribuições originais, a de ser um sistema de comunicação
eletrônica para cientistas governamentais e acadêmicos. Nos últimos anos da década de
90, a Internet continuou a crescer num ritmo rápido, oferecendo, a uma variedade de
usuários cada vez maior, correios eletrônicos (e-mails), ligações a "sites" (locais)
individuais, arquivos de transferência, "newsgroups" (grupos de discussão) e mecanismos
de busca.

A WORLD WIDE WEB


Em 1991, Tim Berners-Lee, trabalhando no CERN, o Laboratório Europeu de
Física de Partículas, na Suiça, introduziu o primeiro código de computador para
hipertexto, assim começando a expressão World Wide Web (W W W) (Teia de Alcance
Mundial). Através do uso de ligações de hipertexto, a Web permitiu a seus usuários a
possibilidade de ligar palavras, figuras e sons. Além de conexões de hipertexto entre
tópicos relacionados, a Web pode usar cores, gráficos, movimento e os mais variados
tipos de fontes (caracteres, sinais gráficos). Cientistas em todo o mundo podem usar a
Web para se comunicarem uns com os outros, como faziam com a velha ARPANET.
Podem ser colocados arquivos num "site" hospedeiro e então serem enviados para
qualquer lugar. O correio eletrônico pode também incluir ligações com outros "sites" na
Web, junto com arquivos de texto e gráficos, anexados à mensagem por correio
eletrônico. Por volta de 1995, a Web compreendia o grosso do tráfico da Internet.
A Web é acessada por um "browser " (navegador) - um aplicativo que reside em
seu computador ou em um servidor. O browser permite que se acesse informação
disponível na Web, de qualquer lugar do mundo. O Mosaic, o primeiro browser da Web,
baseado em gráficos, foi disponibilizado em 1993. O Netscape Navigator e o Microsoft
Explorer são os dois browsers mais populares em uso na ocasião em que este livro foi
escrito e suas funções economizam 90% do tempo. A função exclusiva de um browser
tem sido geralmente duplicada pelo outro, até certo ponto. O Explorer e o Navigator têm,
cada um, suas próprias arquiteturas e, embora estes browsers pareçam similares,
ocorrem algumas diferenças na aparência, quando eles são vistos em diferentes
plataformas (sistemas operacionais ou arquiteturas de computador). As cores são
ligeiramente mais carregadas nas plataformas do Windows, mas são, por outro lado, as
mesmas, à medida que os padrões de cores estejam na palheta de cores presentes nas
plataformas, tanto da Mac, como do Windows. Arquivos-mestres da Experienced Web
estão livres dessas limitações e codificam apropriadamente documentos para estas
instâncias.

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PROCURANDO INFORMAÇÃO NA WEB


Uma das funções mais usadas na Web é a capacidade de encontrar e transferir
informação. Alguns programas, chamados "search engines" (mecanismos de busca),
podem ajudá-los a localizarem termos e textos que aparecem em "sites" individuais por
toda Internet. "Search engines" são aplicativos que usam código programado para indexar
todo texto significante num documento. Palavras como "and" (e), "the" (o,a) e "but" (mas)
não são indexadas. O índice para cada documento é mantido em um grande banco de
dados. Quando uma requisição de busca é feita, o aplicativo procura pela informação
requerida, baseando-se em palavras-chaves ou em uma frase do texto, fornecidas pelo
usuário. Pelo fato de cada "search engine" usar um código diferente para localizar os
dados, cada aplicativo de busca pode fornecer informação diferente.
Depois que uma busca é completada, lhes serão apresentadas pontos de partida
para suas requisições. A lista de "hits" (acertos, dados obtidos) está em formato de
hipertexto; usando as associações do hipertexto, vocês mover-se-ão até o "site" que
contém a informação que requisitaram. Se lhes foi apresentada uma lista muito ampla de
"hits", vocês precisam refinar o termo de busca, de forma a estreitar o campo de
possibilidades. Uma forma de fazer isto é usando delimitadores booleanos (lê-se
buleanos, inventado pelo matemático inglês George lioolc, para determinar se uma
proposição lógica é falsa ou verdadeira). Numa pesquisa booleana, os conectores lógicos
AND (e), OR (ou) e NOT (não) são usados mais freqüentemente. Por exemplo, se vocês
buscarem por maçã OR laranja, vocês obterão muitos dados sobre maçãs e para laranjas,
separadamente. Se vocês pedem por maçã AND laranja, a pesquisa fica restrita somente
àqueles artigos que contêm menção às duas ao mesmo tempo. Se vocês pedem maçãs
NOT Delicious (variedade de maçã), vocês obterão referências para todos os tipos de
maçã, menos o Delicious.
Alguns "search engines" operam com a lógica booleana, usando delimitadores
AND, OR e NOT. Na WEB, entretanto, estes delimitadores nem sempre funcionam como
deveriam. HotBot, um mecanismo de busca muito popular, refina e limita o número de
hits, assumindo que há um conector AND entre as palavras. Alta Vista, outro mecanismo
de busca muito conhecido, assume um conector OR entre palavras, assim aumentando o
número de hits.
Pode ajudar, às vezes, se vocês estiverem procurando por uma frase inteira,
colocá-la em cotas (grupos de palavras), para manter as palavras juntas, na pesquisa. Por
exemplo, se vocês querem localizar informação pertencente ao Instituto Salk e não ao
Jonas Salk, coloquem em sua busca o termo "Instituto Salk". Por outro lado, se vocês
estão procurando por Jonas Salk e colocarem isto em cotas, vocês podem perder-se,
localizando Salk, Jonas e J. Salk.
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Se uma pesquisa não obteve sucesso, vocês precisarão refrasear sua requisição
e torcer para que sejam recompensados pela sua diligência. A mudança para outro
mecanismo de busca, freqüentemente funciona. Muitas das facilidades de busca têm uma
seção de ajuda, que os aconselha sobre como melhor usar palavras-chaves e frases, em
seus programas. Usem estas seções toda vez que puderem, porque, o fato de saberem
como trabalhar com um aplicativo de busca pode não ser de ajuda, quando mudarem
para outra.
Enquanto os robôs da Internet podem procurar todo um texto não-indexado,
quando alguém inicia uma busca, material indexado obtém resultados mais rápidos. Para
que seus materiais sejam indexados por um aplicativo de indexação, seu publicador deve
arquivar a informação junto com o índice. Se vocês estão publicando independentemente
na Web, terão que arquivar seus trabalhos de forma a permitir indexação para mecanismo
de busca.

MECANISMOS DE BUSCA DA WEB


Quando procurarem por informação em suas disciplinas, vocês têm vários
aplicativos disponíveis para usarem. Infelizmente, enquanto algumas disciplinas têm uma
presença ativa na Web, outras resistem a ter uma residência eletrônica. Para estas
últimas, artigos e reportagens publicados cm cópias impressas não estão ainda
duplicados na Web.
O endereço da Yahoo, < <http://www.yahoo.com/>, tem um dos maiores índices
da Web, mas, como outros mecanismos, seus poderes de busca são limita dos à maneira
como vocês pedem esta busca. O HotBot, cujo endereço é <http://www.hotbot.com/>, é
uma facilidade poderosa, mantida pelo Magazine Wired. Várias outras facilidades de
busca, que têm seus próprios truques e preferências, estão disponíveis. Estas facilidades
incluem Lycos, Magellan, AltaVista e Infoseek. À medida que aprendem a refinar suas
buscas, vocês perceberão que algumas facilidades de busca têm mais informação
indexada de suas disciplinas, em particular. Estas são aquelas que vocês devem usar
primeiro. Consultem o bibliotecário "online", em sua biblioteca, para obterem outras fontes
úteis e descubram, com seus colegas, que URLs (Uniform Resource Locators - Loca-
dores de Recursos Uniformes) que eles acham mais úteis. (Locadores de Recursos
Uniformes são endereços específicos de objetos dentro de um "site", porque este pode ter
muitos objetos, como música, texto, etc).
Outras fontes eletrônicas de informação para cientistas incluem serviços "online",
fornecidos por empresas, por sociedades e associações profissionais, por bibliotecas
universitárias, pela Biblioteca do Congresso, por laboratórios industriais de pesquisa, pela
MEDLINE (mantida pela Biblioteca Nacional de Medicina) e por outras instituições e
organizações. Mecanismos governamentais,

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como a MEDLINE, estão cada vez mais disponíveis, grátis para o público em geral; a
MEDLINE pode ser obtida através do Grateful Med ou do Pub Med, p.ex.. Algumas fontes
"online" estão disponíveis somente para membros que pagam assinatura ou num ritmo de
hora em hora. Outra fonte de informação é o "newsgroup" (grupo de discussão) (veja
Capítulo 23, "E-mail e Newsgroups").

FTP (FILE TRANSFER PROTOCOL)


Quando vocês importam arquivos de um "site" de um computador distante, o FTP
(Protocolo de Transferência de Arquivo) é o programa que facilita o processo. O FTP
também se localiza em um "site" que funciona como um arquivo FTP. Alguns "sites" do
FTP requerem a identificação do usuário, incluindo um "username" (nome de usuário) e
uma "password" (senha) para manter a privacidade de seus materiais. Outros "sites" do
FTP permitem que pessoas que não tenham senhas assinem-se como anônimo.
Companhias e instituições com suas próprias facilidades de transporte,
freqüentemente armazenam arquivos populares em vários "sites" do FTP, para fornecer
mais acesso aos usuários. Os usuários podem importar aplicativos completos, utilidades e
"upgrades" (novas versões de softwares) para computadores e folhetos em formato de
texto. Muitos publicadores montam artigos de jornais populares e mesmo cópias de
jornais completos para acesso de usuários.

PUBLICANDO NA WORLD WIDE WEB


A maior parte do material publicado como cópia impressa pode ser publicada na
Web. As vantagens e as desvantagens de se fazer publicação especializada na Web
ainda está em debate, embora muitos publicadores de periódicos impressos tenham
locais na Web. Estes "sites" da Web contêm informação sobre matérias passadas e atuais
e incluem tabelas de conteúdos referentes a resumos dos artigos individuais.

LINKS E HIPERTEXTOS
Um link (ou hiperlink) refere-se à capacidade da Web de usar hipertexto -um
método de criar e apresentar texto e outros objetos que podem ser associados uns aos
outros, assim formando documentos não-lineares. Na Web, um "link" é conhecido como
um URL (Uniform Resource Localor - Locador de Recurso Uniforme). O URL pode
aparecer como um texto ou como um gráfico; cada tipo de URL tem um formato padrão.
Quando o URL é acionado, o "browser" transfere vocês ao "site", onde a informação está
locada.

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HTLM: A LINGUAGEM DA Web


A linguagem usada para escrever toda a informação que aparece na Web é
chamada HTML (HyperText Markup Language - Linguagem de Marcação de Hipertexto).
Esta linguagem, baseada no Inglês escrito, consiste de rótulos semelhantes a códigos.
Baseados no tipo de estrutura do objeto, estes rótulos definem o formato da letra, o
tamanho e a localização, assim como cores, desenhos e ligações do hipertexto. Tipos de
estrutura de documento incluem elementos como parágrafos, cabeçalhos, listas, tabelas e
fundos de tela. A HTML também permite, aos programadores da Web, encaixar outros
códigos de programação, tais como Shockwave e Java, que fornecem animação visual e
outros efeitos. Os "browsers" específicos, usados pelos observadores, interpretam o
código da HTML escrito no documento e fazem o material aparecer codificado na tela do
usuário. Cada "browser" interpreta o código da HTML de uma forma algo diferente, mas o
formato geral é similar. Os padrões para a linguagem HTML são universalmente mantidos
e codificados, suportando revisões e adições regularmente.
Quando um artigo científico é publicado na Web, ele não é mais feito de páginas,
no sentido tradicional. O artigo pode ser uma única página, formada de uma longa janela
que se desenrola, ou pode ser quebrado em segmentos curtos, com cada "página" tendo
uma ligação URL separada. Para quebrar o texto em segmento semelhantes a páginas
são necessários "links" para ir à próxima página, retornar à página anterior e voltar à folha
inicial ou "home page". A página inicial tem que ter uma lista de conteúdos, consistindo de
associações com vários segmentos de informação no artigo ou com as chamadas "screen
pages" (páginas na tela). Gráficos e tabelas podem ser incluídos dentro do texto. Muitos
periódicos fornecem presentemente suas próprias conversões do processador de texto
para o formato HTML. Outros pedem ao autor do artigo para fornecer a formatação HTML,
na submissão.
Mantenham em mente que, incluir muitas fotografias grandes em seus artigos,
significa que os artigos publicados, se chamados pelo usuário, irão demorar muito para
serem importados. Muitos "sites" dão a opção de acessar "versões exclusivamente de
texto", para contornar este problema de importação. Se querem que seus trabalhos
apareçam em uma busca, eles devem ser indexados pelas facilidades de busca que
escolherem e vocês precisam fornecer algumas palavras-chaves significantes para
acesso. Uma taxa deve ser paga para indexação. Converter textos simples para acesso
na Web é relativamente fácil. Entretanto, se vocês estão colocando gráficos associados
por "links" e códigos HTML mais elaborados para a diagramação da página, é uma boa
idéia trabalhar com um profissional nesta área. Muitos livros sobre publicação da Internet
estão

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disponíveis. Os melhores podem explicar em detalhe como a Internet funciona, que "links"
há e como transcrever um documento de texto padrão em código HTML, de forma que ele
possa ser lido por um "browser" da Web.

ADOBE ACROBAT
Se vocês desejam que o leitor seja capaz de importar cópias imprimíveis de seus
artigos, de forma a reter a diagramação do original eletrônico, vocês podem usar o
aplicativo Acrobat Distiller. Acrobat, um programa criado pela Adobe, converte seus
arquivos em algo chamado PDF (Portable Docu-ment Format - Formato de Documento
Portátil). Um arquivo neste formato pode ser visto na tela com o Acrobat Reader, que se
pode importar livremente do "site" do Adobe Web <http://www.adobe.com/>. O arquivo
PDF pode ser copiado e impresso, com fontes substitutas que são parte do aplicativo.
(Nota: ao contrário do Acrobat Reader, o Distiller não é um "software" livre). O Adobe
Acrobat trata o texto como uma imagem e, portanto, ele gasta muita memória.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA PUBLICAÇÃO NA WEB


Entre as vantagens de se colocarem relatórios e artigos na Web está a
possibilidade de fazer freqüentes adições de dados, mantendo a informação atualizada,
quase dia a dia. Outras vantagens são o uso de "hyperlinks" para relacionar dados e a
possibilidade de acessar imediatamente arquivos para trabalho em colaboração e
revisões por especialistas.
Entre as desvantagens da publicação na Web, está a fluidez do texto eletrônico,
que pode ser mudado por alguém que reenvie seus artigos, em desrespeito aos direitos
autorais. Com as novas medidas de segurança, este problema está gradualmente sendo
resolvido. Um problema mais sério é a natureza volúvel da publicação na Web; relatórios
e artigos que aparecem na Web nem sempre foram submetidos a processos rigorosos de
revisão por especialistas e editores, o que é inerente ao processo de publicação
especializada. Os publicadores estão começando a encarar este problema de duas
formas. A primeira é publicando relatórios e artigos na forma impressa antes da
publicação do mesmo material na Internet. Este tipo de publicação secundaria torna n
informação e os dados de um relatório ou artigo disponíveis para uma clientela
internacional mais ampla. A segunda é publicando o material num "site" seguro, no qual
os leitores só entram com senhas. Artigos

Página 149
científicos e outros artigos publicados nestes "sites" são revisados por editores e
especialistas, da mesma forma que o material impresso.
Enquanto a impressão tem a vantagem da revisão editorial e por especialista e de
fornecer vários tipos de versões da mesma informação, ela é também lenta. Outra
desvantagem são os erros tipográficos e outros erros, que, uma vez impressos, não
podem ser corrigidos. O estágio de prova é a última chance de perceber tais erros; depois
disso, eles são eternos. Vários meses de produção são necessários para levar uma
matéria até a impressão e a distribuição pelo correio toma outras dias mais. Podem levar
meses a vários anos para que a literatura responda a um artigo específico, porque a
interação entre especialistas via palavra escrita é lenta.
Steven Harnad foi um dos primeiros indivíduos a reconhecerem o potencial da
Internet para a interação de especialistas em um meio que ele chamou "eletronic
skywritting" (escrita aérea eletrônica). Ele é o editor da PSYCOLOQUY, um periódico que
foi transformado, em 1989, em uma publicação eletrônica de referência, patrocinada pela
American Psychological Association. Sua versão UseNet, "sci.psycology.digest", é livre
para os assinantes. Para assinar, mande uma mensagem por e-mail ao seguinte
endereço: <listserv@pucc.bitnet:"sub psyc Firstname Lastname">. Os artigos de Harnad
sobre publicação eletrônica de artigos científicos podem ser encontrados no endereço
<ftp://ftp.princeton.edu/pub/harnad <http://ftp.princeton.edu/pub/harnad>.

ARQUIVANDO INFORMAÇÃO
Os periódicos, tradicionalmente, têm arquivado seus materiais como cópias
impressas. Agora, o arquivamento pode ser feito eletronicamente, publicadores de
periódicos especializados estão começando a responsabilizar-se por esta área também.
Entretanto, devido aos custos em tempo, dinheiro e especialização, o arquivamento é
agora também feito por parceiros terceirizados, sendo os dados fornecidos pelo
publicador.
Não existe um padrão particular corrente para determinar a melhor forma de
arquivar os dados. Bancos de dados eletrônicos "online", CD-ROMs e disquetes que
guardam grandes quantidades de dados, são todos usados. Decisões acerca de onde e
como armazenar ilustrações que estão separadas do texto ainda têm que ser tomadas.
Impressos têm a vantagem de serem portáteis, mas uma cópia serve apenas a um leitor.
Dados eletrônicos permitem uma busca de informação com alto nível de interatividade,
com muitos leitores acessando informação ao mesmo tempo.

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PUBLICAÇÃO ELETRÔNICA INDEPENDENTE


Enquanto vocês podem colocar seus próprios trabalhos na Internet, tanto em seus
"sites" particulares, como em um mantido por suas universidades ou empresas, não há
realmente credibilidade, porque eles não receberam revisão editorial crítica ou revisão por
especialistas, exigidas por um periódico especializado. Para que seus trabalhos sejam
considerados confiáveis, vocês precisarão buscar endosso ou autorização de uma
organização de reputação. Este tipo de endosso pode vir de um publicador de periódico
especializado, de uma associação profissional em suas disciplinas ou de um rigoroso
processo de revisão por especialistas ao qual vocês submetem seus próprios trabalhos.
Quando publicarem independentemente, sempre incluam seus endereços eletrônicos e
um "link" com uma descrição sobre sua experiência profissional, como informação
adicional. E certamente estejam cônscios de que este tipo de publicação impede
publicação posterior em um periódico com revisão por especialista.
Página 151

CAPÍTULO 22

O Periódico Eletrônico

(início de epígrafe) O computador perfeito foi desenvolvido. Vocês


colocam nele seus problemas e eles nunca mais sairão. (fim de
epígrafe)
Al Goodman

A publicação de periódicos dirigidos exclusivamente para meio eletrônico é um


novo fenômeno da Web. O periódico eletrônico é semelhante àquele distribuído pela
impressa, no qual os artigos foram revisados por especialistas e editores, antes da
publicação. Periódicos eletrônicos podem também incluir pequenos filmes e movimento
como referências visuais para os dados, assim como o fazem os CD-ROMs, embora com
tecnologia diferente. A publicação eletrônica também inclui as vantagens secundárias de
"hyperlinks" e referência cruzada. As edições são publicadas em menos tempo que em
edição impressa, porque publicações impressas ainda precisam ser montadas, impressas
e empacotadas para envio, antes da distribuição. A distribuição na Web é instantânea,
assim que o periódico eletrônico é publicado. Publicação eletrônica é cara. Embora não
haja custos de postagem, as versões eletrônicas têm seus próprios custos associados a
colocá-las "online" e para terem as especificidades eletrônicas desejadas. Também,
questões de cobrança, direito autoral e acessibilidade ainda estão sem solução.
Embora periódicos eletrônicos estejam disponíveis a qualquer um que possa
acessar o "site", eles são mais comumente facilidades exclusivas, acessíveis somente
para membros que tenham uma senha. Acesso a periódicos pode ser do tipo "exclusivo
para sócios", parte das atribuições de uma associação ou patro-

Página 152

cinado por uma entidade de pesquisa ou universidade, como parte de sua Intranet (em
oposição a Internet total). Entre os muitos publicaclores "online" importantes estão os
seguintes:
ProjectMuse<http://www.press.jhu.edu/muse.html>, patrocinado pela Hopkins
University Press, oferece acesso eletrônico pela Internet ao texto completo de cerca de 40
periódicos publicados pela editora.
Academic Press <http://www.idealibrary.com/> está oferecendo "online" sua lista
completa de cerca de 170 periódicos.
Blackwell Science <http:www.blackwell-science.com <http://www.blackwell-
science.com/> publica livros e periódicos "online", em Ciência, Tecnologia e Medicina.
Elsevier Press <http:www.elsevier.com <http://www.elsevier.com/> planeja ter
todos os seus cerca de 1000 títulos "online" até o final de 1998.
Springer-Verlag <http:www.springer.co.uk <http://www.springer.co.uk/> está
presentemente desenvolvendo seu serviço "online" em cooperação com a IBM.
O maior problema envolve a diagramação da página eletrônica. A impressão nem
sempre preserva o visual de interesse e a integridade, na conversão para a Web. Embora
a Web ofereça recursos adicionais, incluindo som, movimento e vídeo, estes itens
precisam ser fornecidos pelo autor e inseridos no texto em HTML. Devem ser fornecidos
"links" para as locações referenciadas. Outro problema é a necessidade de mudar
símbolos e fórmulas matemáticas do impresso para ilustrações gráficas. Formatos
gráficos para impressão não podem ser lidos pelos "browsers" da Web; eles precisam ser
convertidos em formatos compatíveis com a Web, como o GIF ou o JPEG.
As exigências aos autores variam para cada publicação eletrônica. Algumas
publicações irão converter documentos do processador de texto em HTML e gráficos em
formatos que o "browser" da Web possa ler. Outras publicações, particularmente aquelas
dirigidas a uma clientela que entende de computador, requerem que o autor converta
seus arquivos do processador de texto num formato HTML.

O PERIÓDICO ELETRÔNICO E A REVISÃO POR ESPECIALISTAS


Em um artigo de 1996, intitulado "Implementando Revisão por Especialista na
Net", Steven Harnad argumentou que a maioria das publicações eletrônicas
especializadas "necessitam ser censuradas através de revisão por especialistas", mas ele
também encontrou lugar na Internet para discussão sem-censura, mesmo em "fóruns de
discussão de especialistas de alto nível, aos quais apenas

Página 153

especialistas qualificados em um dado campo têm acesso de leitura e escrita". A medida


que a popularidade dos periódicos eletrônicos cresce, tais publicações estão começando
a fornecer o mesmo tipo de processo de revisão que o periódico impresso aplica. Não há
razão para que fóruns de discussão interativos, como descritos por Harnad, não possam
também ser adicionados para enriquecer a natureza do discurso científico.
O processo de revisão eletrônica de um artigo especializado é duplo, seguindo a
convenção da impressa escrita. A revisão editorial consiste de exame do trabalho por um
corpo editorial. Se o artigo é considerado aceitável, dois revisores especialistas no campo
são escolhidos pelos editores para avaliar e revisar o manuscrito. Se surge um empasse
entre os dois, um terceiro revisor é escolhido para retirar o entrave. Embora o objetivo dos
revisores especialistas seja objetividade, o processo de seleção é ainda vulnerável,
quando novos paradigmas são discutidos. Manuscritos controversos, mesmo aqueles de
cientistas bem conhecidos, podem ser rejeitados.
Tópicos impopulares não são os únicos fatores para a rejeição de um artigo. Em
abril de 1997, The New England Journal of Medicine publicou um artigo chamado "The
Messenger Under Attack-Intimidation of Researchers by Special Interest Groups" (O
Mensageiro sob Ataque - Intimidação de Pesquisadores por Grupos de Interesses
Especiais). O artigo descreve em detalhe vários casos de pesquisadores que foram
pressionados por grupos de médicos e associações acadêmicas que esconderam
envolvimento com laboratórios farmacêuticos. Como acontece com uma publicação
impressa, grupos de pressão podem interferir na obtenção de financiamento para
pesquisa, na promoção da mesma e na publicação na Internet.

O GUIA ACADÊMICO InterNIC PARA A INTERNET


O Guia Acadêmico InterNIC para a Internet <http://www.aldea.com/guides/
ag/attframes2.html <http://www.aldea.com/guides/ag/attframes2.html> focaliza-se
exclusivamente no interesse da pesquisa da educação superior e na de comunidades
educacionais. O InterNIC é uma atividade cooperativa da National Science Foundation, da
Network Solutions, Inc. e da AT&T. Os usuários do Guia expressam opiniões acerca do
valor acadêmico de um "site". Suas avaliações são colocadas com a descrição do "site",
fornecendo opiniões de especialista a respeito de seu valor. As categorias de ensino
superior incluem ciências biológicas, ciências computacionais, engenharia e geocências,
matemática e ciências físicas e ciências sociais. Para juntar-se à lista da InterNIC, mande
uma mensagem eletrônica, incluindo as palavras "subscribe internic" para
<majordomo@aldea.com <mailto:majordomo@aldea.com>.
Página 154

CAPÍTULO 23

E-mail e Newgroups

(início de epígrafe) Os computadores podem entender todos os tipos


de problemas, exceto as coisas que no mundo realmente não
combinam entre si. (fim de epígrafe)
James Magary

E-MAIL
E-mail refere-se a correio eletrônico, mensagens que podem ser enviadas
eletronicamente a qualquer pessoa em sua rede ou de outra rede, a qualquer momento
ou lugar. A rede pode ser local, costumeiramente instalada em um "site" específico, ou ela
pode ser parte da Internet. Se vocês têm acesso a uma rede em seu "site", peça ao
administrador para mostrar-lhes como enviar e receber correspondência. Usar a Internet
para mandar mensagens eletrônicas pode ser ainda mais fácil, fazendo com que seu
computador seja também ligado à Internet. O correio eletrônico é talvez o recurso
disponível aos usuários da Internet mais popular e mais amplamente usado. E-mails,
faxes e videoconferência ajudam as pessoas a trabalharem em colaboração sem precisar
estar face a face.

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS
Para mandar uma mensagem por correio eletrônico a alguém, vocês precisam
saber o endereço eletrônico dessa pessoa. Um endereço eletrônico usualmente consiste
do nome do usuário seguido de uma @, seguida pelo nome do hospedeiro (nome do
provedor de acesso do usuário), seguido pelo nome do

Página 155

domínio. O endereço c todo escrito geralmente com letra minúscula, sem espaços entre
os segmentos. Por exemplo, o endereço para um Professor Magon Thompson, na
Universidade Estadual do Arizona pode sermthomp@asu.edu
<mailto:sermthomp@asu.edu>, onde "mthomp" é o nome do usuário, "asu" é o nome do
hospedeiro e ".edu" é o domínio, neste caso, o domínio refere-se à instituição
educacional. Outros sufixos de domínios freqüentemente usados são ".com" para
empresas comerciais, ".gov", para endereços governamentais e ".org" para organizações
sem fins lucrativos. Endereços internacionais incluirão um domínio de país, como ".uk."
para United Kingdom (Reino Unido).
Vocês podem também mandar e-mail para alguém que tem uma conta em um
provedor de acesso comercial "online" como a American OnLine (AOL). O endereço
consistir-se-á do nome do usuário, seguido de uma @, seguida do nome do hospedeiro
do provedor de acesso "online". No caso da AOL, o endereço eletrônico do Magon
Thompson pode ser mthomp@aol.com <mailto:mthomp@aol.com>.
Vocês podem manter uma lista de endereços eletrônicos pessoais em um arquivo
de endereços que é parte das aplicações do correio eletrônico. Novos endereços podem
ser adicionados e os velhos editados, usando as funções de "pull-down" do menu (menu
com uma barra para baixo que pode ser acionada à vontade pelo usuário).

RECEBENDO E ENVIANDO E-MAIL


Correio eletrônico na Web pode ser acessado por aplicativos de e-mail, como
Eudora, ou diretamente através de um "browser", como o Netscape Navigator. Se vocês
estão usando o Navigator, acionem o pequeno envelope no botão direito do "browser"
para acessar a janela de correio eletrônico. Ela aparecerá juntamente com uma janela
para a senha. Toda vez que colocarem suas senhas, uma mensagem é enviada aos
servidores de seus provedores de serviço, perguntando que correspondência vocês têm.
A correspondência é então transferida a vocês, ou vocês verão uma mensagem que não
têm nenhuma correspondência. Toda correspondência que vocês receberem terá o
endereço eletrônico da pessoa que a enviou. Vocês podem copiar o endereço em seus
livros de endereços eletrônicos. Eudora e outros programas de correio eletrônico
funcionam de forma semelhante.
Para enviar uma mensagem, vocês podem clicar (acionar com o mouse) o nome
do recipiente no livro de endereços e uma forma de mensagem aparecerá preenchendo a
caixa do recipiente de nome. Por outro lado, selecionem a função de nova mensagem e
preencham o recipiente de nome. Outras caixas incluem a "cc", caixa para cópia, a ser
enviada a outros, e uma "subject box"(caixa de assunto), para descrever os conteúdos
das mensagens. Preencham estas e colo-

Página 156

quem suas mensagens na caixa principal. Quando isso for feito, acionem o botão "send"
(enviar) para transmissão imediata (ou "delayed" - retardada, se vocês estão normalmente
"offline"- com o computador desligado).
Para responder a uma mensagem, pressionem o botão "Reply" (resposta),
quando a mensagem que vocês desejam dar de resposta estiver colocada. Digitem nas
caixas apropriadas e coloquem suas mensagens. Se vocês desejam enviar uma cópia de
seus manuscritos para comentários, junto com a mensagem, eles podem ser copiados e
passados diretamente na caixa de mensagem, se forem curtos. De outra forma, mandem
seus manuscritos como um anexo. O anexo será aberto do outro lado, na forma como ele
aparece em suas telas, desde que o computador receptor tenha o mesmo programa que
vocês. Se este não é o caso, salvem uma cópia de seus artigos como "Text Only"
(unicamente texto) ou ASCII, e os enviem neste formato.

CORREIO ELETRÔNICO E LEI DE DIREITOS AUTORAIS


Todo e-mail que vocês escrevem tem direito autoral, mas não é segredo, a não
ser que vocês tenham concordado sobre sigilo com seus correspondentes, anteriormente.
Se não concordaram sobre isso, vocês podem revelar o que um e-mail disse em termos
gerais e mesmo colocar segmentos curtos de e-mail sob a cláusula de uso livre da lei de
direitos autorais. Colocar um e-mail inteiro é uma violação, mas revelar informação sobre
seu conteúdo é aceitável.

NEWSGROUPS
Os "newsgroups" (grupos de discussão) são compostos de indivíduos de uma
área de interesse específica que desejam ler e escrever uns aos outros sobre tópicos que
lhes concernem. Alguns grupos de discussão têm milhares de subscritos, enquanto que
outros são limitados a tão poucas pessoas quanto 10 a 15 membros. O bibliotecário
"online" de vocês pode dizer-lhes se há um "newsgroup" em sua disciplina.
Os "newsgroups" dependem de uma função da Internet chamada Usenet (Users
Network - rede de usuários). Com este sistema, um usuário da Internet, em qualquer lugar
do mundo, pode enviar uma mensagem do tipo "Usenet" aos membros de um grupo
específico. Todos os grupos de discussão têm um nome, colocado em letra minúscula,
com segmentos separados por pontos, tal como endereços de acesso na Internet. Por
exemplo, tópicos que têm a ver com Ciência em geral podem ser acessados sob
"newsgroups" com um prefixo "sei" e o prefixo "sci.med" cobre tópicos relacionados com
medicina. Um "newsgroup"

Página 157

devotado a bibliotecas eletrônicas é nomeado "comp.internet.library", com "comp"


significando grupo de computadores. Um "newsgroup" de universidade do MIT é prefixado
por "mit" . O Acesso a "newsgroups" do tipo "Usenet" é livre.
Vocês podem colocar perguntas e artigos em um "newsgroup" e vocês receberão
respostas de outros membros, referentes a seus tópicos. Vocês podem pedir que
respostas referentes a seus materiais possam ser feitas por e-mail. Se desejarem, podem
iniciar seus próprios grupos de discussão. Uma palavra de advertência - só porque algo é
publicado em um grupo de discussão, não significa que ele seja verdade ou baseado em
fatos. Se vocês desejam corresponder-se no formato de "newsgroup", selecionem aquele
que seja moderado e pareça ser de alto nível. Muitos "newsgroups" são mantidos por
laboratórios de pesquisa de universidades ou de empresas e a maioria dos
correspondentes, nestes grupos de discussão, são confiavelmente sérios acerca de seus
trabalhos. Entretanto, alguns grupos profissionais e acadêmicos preferem não publicar na
Web, até que um sério processo de revisão tenha ocorrido ou até que um artigo seja
publicado na forma impressa. The New England Journal of Medicine expressou cuidados
acerca de informação indiscriminada que aparece em um ambiente inseguro como o da
Web.
Se vocês estão considerando a possibilidade de colocar seus relatórios na Web,
antes da publicação impressa, mas ainda gostariam de trabalhar cooperativamente com
associados ou obter avaliações de colegas sobre o trabalho em andamento, outras
opções estão disponíveis para vocês. O e-mail. até hoje, é relativamente seguro. "Sites"
de Intranet, mantidos individualmente por uma escola ou por uma empresa para seus
próprios usos, podem ser um meio seguro através do uso de senhas.

Página 158

CAPÍTULO 24

Como Solicitar e Utilizar Reimpressões

(início de epígrafe) A maioria dos autores compra entre 100 a 300


cópias de reimpressões para cada artigo que publicam, para fazer
"auto-propaganda profissional", por meio de distribuição a seus
colegas, de acordo com a demanda. (fim de epígrafe)
John K. Crum

COMO SOLICITAR REIMPRESSÕES


Reimpressões são, até certo ponto, uma questão de vaidade. "Vaidade das
vaidades; tudo é vaidade "(Eclesiastes I, 2; XII, 8). Dizendo isto, eu agora falarei umas
poucas palavras de aviso de como comprar reimpressões e usá-las, porque sei que vocês
o farão. Todo mundo o faz, é realmente raro um autor que não quer pedir reimpressões.
O "como pedir" é usualmente fácil. Um pedido de reimpressão em branco é
geralmente enviado a vocês com as provas. De fato, este costume é tão universal que
vocês podem chamar por telefone ou escrever ao periódico, se o formulário de requisição
não chegar com as provas, porque a omissão foi provavelmente inadvertida.

SISTEMAS DE CONFECÇÃO DE SEPARATAS


Alguns periódicos ainda fabricam reimpressões (separatas) pelo sistema de
imprimir "junto com o periódico". (As cópias são impressas pulando trechos,

Página 159

à medida que o periódico propriamente dito está sendo impresso.) Se esse processo é
usado, é importante que vocês mandem logo seus pedidos. Devolvam o pedido junto com
as provas, se assim vieram, no tempo mais curto possível, em vez de esperar por um
pedido de compra oficial a ser moído através dos moinhos de suas instituições. Tentem
obter um número de ordem de compra, mesmo que possa ser demorado obter a ordem
de compra ela mesma.
Algumas reimpressões de periódicos são atualmente manufaturadas em
pequenas prensas de offset, num processo essencialmente não-relacionado com a
fabricação do periódico. Nos recentes anos, o custo do papel aumentou tremendamente;
o desperdício de papel inerente à impressão "junto com o periódico" fez este sistema ficar
economicamente inviável.
O sistema mais novo tem uma vantagem imensa: reimpressões de seus artigos
podem ser feitas a qualquer momento, em qualquer número. Além disso, se vocês
publicam em um periódico que o possui, vocês não precisam nunca se preocupar acerca
de conseguir reimpressões.

QUANTAS SOLICITAR
Mesmo que vocês possam pedir mais tarde, é melhor encomendar logo de início.
Muitos periódicos cobram preços altos para as primeiras 100 reimpressões, para cobrir os
custos de montagem e impressão. As 100 posteriores são geralmente muito mais baratas,
o pequeno acréscimo no preço total é um reflexo somente dos custos com papel e tempo
de impressão adicionais. Desta forma, se vocês imaginam que precisarão de cerca de
100 reimpressões, peçam 200, peçam 300. A diferença de preço é tão irrisória que será
tolo não pecar pelo excesso. A lista de preços da tabela 11 é típica de muitos periódicos.

FIGURA
Figura(adaptada): Tabela
Legenda: Lista de preços de reimpressões: Journal of Bacteriology

Número de cópias 100


Número de Páginas: 4=$128 – 8=222 – 12=280 – 16=338 – 20=394

Número de cópias 200


Número de Páginas: 4=$142 – 8=254 – 12=320 – 16=390 – 20=456

Número de cópias 300


Número de Páginas: 4=$154 – 8=286 – 12=362 – 16=442 – 20=520

Número de cópias 400


Número de Páginas: 4=$166– 8=316 – 12=386 – 16=494 – 20=582

Número de cópias 500


Número de Páginas: 4=$178 – 8=348 – 12=446 – 16=546 – 20=644

Número de cópias “adicionais”


Número de Páginas: 4=$17 – 8=46 – 12=60 – 16=74 – 20=88
COMO UTILIZAR REIMPRESSÕES
Sobre como utilizar separatas, deixem a imaginação e a vaidade de vocês serem
seus guias. Comecem mandando uma para suas mães, porque isto é mais fácil que
escrever cartas que vocês deveriam ter escrito há muito tempo atrás, Se é realmente um
bom artigo, enviem-no a todo mundo que vocês desejam impressionar, especialmente
para qualquer colega mais categorizado, que algum dia possa estar em posição de falar
bem de vocês.
A principal consideração que devem fazer é se querem ou não jogar o jogo do
"cartão postal". Alguns cientistas recusam-se a entrar no jogo, usando, em seu lugar, uma
lista de distribuição que eles acreditam levará as reimpressões a colegas que realmente
podem precisar delas. Cartões postais de rotina ou formulários de requisição são
ignorados, embora quase todo mundo responda favoravelmente a uma carta pessoal.
Ainda, embora muitos cientistas ressentem-se do tempo e do dinheiro gastos em
participar do jogo do cartão postal, a maior parte deles o joga, de qualquer forma. E
vaidade à parte, o jogo pode ocasionalmente valorizar a reimpressão. Se assim for, as
razões são mais ou menos as seguintes.
O grande número de reimpressões pedidas será de indivíduos que podem bem
ser definidos como "colecionadores". Eles tendem a ser cientistas bibliotecários,
possivelmente alunos graduados ou colegas pós-doutorados, que devem ter um grande
interesse pela literatura, talvez consideravelmente menos interesse pela manipulação de
laboratório. Vocês provavelmente não reconhecerão os nomes, mesmo que consigam ler
as assinaturas nos cartões, porque estes indivíduos certamente não publicaram em seus
campos (se é que eles publicaram alguma coisa, afinal). Em tempo, vocês precisam
começar a reconhecer os nomes, porque o verdadeiro colecionador coleta com pertinaz
determinação. Toda vez que vocês publicarem, receberão requisições de reimpressões
da mesma turma de colecionadores que trabalham em suas áreas específicas.
Se reconhecerem os colecionadores, vocês devem responder? Provavelmente.
Eu acredito que haja lugar na Ciência para os tipos multi-disciplinares, que gastam horas
na biblioteca, coletando constantemente, organizando e sintetizando vastas áreas da
literatura. Estas pessoas ecléticas podem não estar na frente da pesquisa científica, mas
eles freqüentemente tornam-se bons professores ou bons administradores e, no meio
tempo, certamente publicarão uma ou mais revisões ou monografias soberbas,
geralmente sobre um assunto genérico que somente um colecionador saberia como
manejar.
O próximo maior grupo de requerentes de reimpressões certamente virá de
países estrangeiros ou de instituições muito pequenas. E quase certo, óbvio, que estas
pessoas viram seus artigos listados em um dos serviços de indexação ou de

Página 161

resumos, mas não leram o artigo em si, porque o periódico não está disponível em sua
instituição. (Espere um monte de requisições pouco depois que seus artigos forem
listados no Current Contents.) Vocês devem responder a tais requisições? Francamente,
se vocês enviam reimpressões, afinal de contas, acredito que esse grupo mereça ser
colocado em primeiro lugar.
O terceiro grupo de requerentes será o de seus colegas, pessoas das quais vocês
conhecem ou os nomes ou os laboratórios, por perceberem que eles estão envolvidos em
seus próprios campos de trabalho ou nos relacionados. Vocês devem responder a tais
requisições? Provavelmente sim, porque sabem que as reimpressões serão realmente
usadas. A principal consideração que vocês devem fazer, neste caso, é se não seria
melhor preparar uma lista para envio postal, de forma que vocês e alguns de seus
colegas possam trocar reimpressões sem perder tempo e dinheiro com as requisições.
Vocês devem colecionar reimpressões? Se a resposta é sim, como fazê-lo? Isto,
claro, é com vocês, mas alguns conselhos podem ser úteis.
Vocês devem considerar, a princípio, que as reimpressões são úteis, se é que
são, como uma conveniência. Diferentemente de livros e periódicos, elas não têm
absolutamente valor econômico. Eu soube de muitos cientistas proeminentes que, na
aposentadoria, aborreceram-se, porque suas vastas coleções de reimpressões não
puderam ser vendidas, nem nenhuma instituição as aceitava como presente e porque
mesmo trituradores de papel as recusaram por causa dos grampos.

COMO ARQUIVAR REIMPRESSÕES


Assim, se as reimpressões forem para serem usadas por conveniência pessoal, o
que será conveniente? Considerem a possibilidade de arrumar suas reimpressões por em
ordem alfabética de autor (indexando de forma cruzada com outros autores adicionais).
Muitos cientistas parecem preferir um arranjo por assunto, mas, à medida que a coleção
cresce, como assuntos e interesses mudam, à medida que o tempo passa, mais e mais
partes da coleção tornam-se inacessíveis. Como um bibliotecário mais experiente, eu lhes
asseguro que qualquer sistema por assunto que tenha sido inventado falirá com o tempo,
e também lhes asseguro que não há nada tão enervante como procurar infrutiferamente
por algo que vocês necessitam e que sabem que possuem em algum lugar.
Seus arquivos de reimpressões também podem ser usados para guardar as
fotocópias de artigos de periódicos que vocês obtêm. Se suas bibliotecas conseguem
para vocês uma fotocópia de um artigo, via intercâmbio entre bibliotecas, este é,
obviamente, exatamente o tipo de item que deverá ir para suas coleções

Página 162

(porque seria inconveniente ter que recorrer ao processo de intercâmbio entre bibliotecas,
de novo).
Se vocês têm, ou pretendem ter, uma vasta coleção de reimpressões, nenhum
sistema de arquivamento simples irá fornecer recuperação eficiente. Devem ser feitos
registros. Os registros (provavelmente em fichas de 3 X 5 pol.) podem ser mantidos de
várias formas. O fichamento pode ser estabelecido de forma breve, para autores e co-
autores e para qualquer número de entradas de assuntos. Todas as fichas devem ser
mantidas em um arquivo (caixa de sapato?). As reimpressões, elas mesmas, podem ser
armazenadas com números de acesso, com este número marcado em todas as fichas por
autor ou por assunto. A manutenção de tais registros é relativamente fácil e
surpreendentemente eficiente.
Alternativamente, vocês podem registrar suas reimpressões em um arquivo de
computador. Vários programas de "softwares" estão disponíveis para este tipo de
processamento de registros.

O QUE COLECIONAR
Que reimpressões vocês devem colecionar? Chegamos ao coração do problema,
ou pelo menos à aorta. A não ser que vocês sejam realmente um colecionador por
personalidade, devem limitar suas coleções àqueles itens que são convenientes. Pelo fato
de vocês não poderem colecionar de tudo, a melhor regra é colecionar o difícil. Vocês não
devem colecionar reimpressões de artigos publicados em periódicos que possuem, e,
provavelmente, não devem colecionar reimpressões de periódicos que estão facilmente
disponíveis em quase todas as bibliotecas. Vocês devem colecionar reimpressões de
artigos publicados em periódicos pequenos, especialmente os estrangeiros, ou em
relatórios de encontros ou outras publicações extemporâneas. E vocês devem colecionar
reimpressões que contêm ilustrações coloridas ou de alta qualidade, porque elas não
podem ser fotocopiadas satisfatoriamente. Assim, medindo-se em termos de
conveniência, suas coleções de reimpressões não precisam suplantar a biblioteca do
saguão abaixo, mas ser convenientes para ter acesso, em seus próprios arquivos, a
materiais que não estão disponíveis na biblioteca. Além do mais, as reimpressões são
suas; vocês podem fazer marcas nelas, cortá-las e arquivá-las de qualquer maneira que
julgarem útil.

Página 163

CAPÍTULO 25

Como Escrever um Artigo de Revisão

(início de epígrafe) Um revisor é aquele que dá as melhores anedotas


de sua vida aos autores. (fim de epígrafe)
Anônimo

CARACTERÍSTICAS DE UM ARTIGO DE REVISÃO


Um artigo de revisão não é uma publicação original. Na ocasião em que é escrito,
uma revisão conterá dados (do laboratório do próprio autor) que ainda não apareceram
em um periódico de originais. Entretanto, o objetivo do artigo de revisão é rever literatura
previamente publicada e colocá-la em algum tipo de perspectiva.
Um artigo de revisão é usualmente longo, contendo, tipicamente, de 10 a 50
páginas impressas. (Alguns periódicos imprimem pequenas "minirrevisóes"). O assunto é
razoavelmente geral, comparado com os dos artigos de pesquisa. E a revisão da literatura
é, claro, o produto principal. Entretanto, os artigos de revisão realmente bons são muito
mais que compilação de bibliografia. Eles oferecem avaliação crítica da literatura
publicada e geralmente fornecem conclusões importantes, baseadas nesta literatura.
A organização de um artigo de revisão é usualmente diferente daquela de um
artigo de pesquisa. Obviamente, o arranjo em Materiais e Métodos, Resultados,
Discussão não pode ser usado de forma adequada nos artigos de revisão. Atualmente,
alguns artigos de revisão são preparados mais ou menos no formato IMRAD; por
exemplo, eles podem conter uma seção de Métodos, descrevendo como foi feita a revisão
da literatura.

Página 164

Se vocês já escreveram antes artigos de pesquisa e agora estão por escrever


suas primeiras revisões, será conceitualmente útil, se visualizarem o artigo de revisão
como se fosse um artigo de pesquisa, tomando por base o que se segue. Expandam
muito a Introdução; retirem Materiais e Métodos (a não ser que dados originais estejam
sendo apresentados); retirem os Resultados e expandam a Discussão.
Em dado momento, vocês já escreveram muitos artigos científicos. No formato,
uma artigo de revisão não é muito diferente dos chamados trabalho de conclusão de
curso ou tese bem organizados.
Como em um artigo de pesquisa, entretanto, é a organização do artigo de revisão
que é importante. A escrita quase que se fará por si mesma, se vocês puderem manter
tudo organizado.

PREPARANDO UM ESBOÇO
Diferentemente de artigos de pesquisa, não há uma organização prescrita para
artigos de revisão. Portanto, vocês deverão desenvolver as sua próprias. A regra principal
para escrever um artigo de revisão é preparar um esboço.
O esboço deve ser preparado cuidadosamente. Ele os auxiliará na organização
de seus artigos, o que é o mais importante. Se seus artigos de revisão forem organizados
corretamente, todo o conjunto da revisão será bem definido e as partes componentes
integrar-se-ão numa ordem lógica.
Obviamente, vocês devem preparar o esboço antes de começarem a escrever, é
conveniente determinar se um periódico de revisão (ou periódico de originais que também
publica artigos de revisão) estaria interessado em tal manuscrito. Possivelmente, o editor
quererá limitar ou expandir o conteúdo dos artigos propostos por vocês ou adicionar ou
retirar alguns dos tópicos.
As Instruções aos Autores do Microbiology and Molecular Biology Reviews instrui
da seguintes forma: "... um sumário de tópicos recebido ... será avaliado pelos editores e,
se o material for satisfatório, os autores serão convidados a escrever a revisão".
O esboço não só é essencial para o preparo da revisão, como é também muito útil
para os leitores potenciais dela. Por esta razão, muitos periódicos de revisão imprimem o
sumário no início do artigo, em que aquele serve como uma tabela de conteúdos,
conveniente para os propósitos do leitor. Um sumário bem construído é mostrado na
figura 12.

FIGURA
Descrição de figura: Sumário
Figura 12. Sumário de um artigo de revisão.

Efeitos Patofisiológicos de Vibrio cholerae e Escherichia coli Enterotoxigênica e suas


Exotoxinas sobre Células Eucarióticas
KAREN L. RICHARDS E STEVEN D. DOUGLAS
Departamento de Microbiologia e Medicina da Universidade da Escola Médica do
Minnesota. Minneapolis, Minnesota 55455

INTRODUÇÃO - 592
PATOFISIOLOGIA - 593
Etiologia - 593
Fatores de Patogenicidade - 593
Bases Genéticas e Fisiológicas para a Produção da Toxina - 593
AS TOXINAS - 594
Estrutura - 594
Anlígenos Relacionados com a Toxina - 594
Sítios de Ligação - 595
Ação das toxinas sobre a Adenilato Ciclase - 596
Adenilato Ciclase Solubilizada e Toxinas - 597
Co/atores Requeridos para a Atividade da Toxina - 597
Envolvimento da Guanosina 5'-Monofosfato (GMP) - 597
Efeito do Aumento do 3', 5'-Monofosfato de Adenosina Cíclico Intracelular - 598
Variabilidade na Ativação da Adenilato Ciclase - 598
Similaridade entre Hormônios Glicoprotéicos e outras Toxinas Bacterianas - 598
Vacinas e Imunidade - 599
ENTEROTOXINAS NOS SISTEMAS IN VIVO - 600
Modelos do Animal Completo - 600
Ensaio da Alça Ilíaca - 600
Ensaio da Permeabilidade da Pele - 601
ENTEROTOXINAS NOS SISTEMA IN VITRO - 601
Fantasmas de Eritrócito - 601
Células da Adrenal - 602
Células Adiposas Isoladas - 603
Linfócitos e Linhas de Células Linfocfticas e a Resposta Imune - 603
Fibroblastos - 604
Outros Sistemas Celulares - 604
DISCUSSÃO - 605
CONCLUSÕES - 606
LITERATURA CITADA - 606

Página 166

TIPOS DE REVISÃO
Depois de realmente escrever uma revisão, vocês também precisam determinar
os requisitos críticos do periódico ao qual vocês planejam enviar o manuscrito. Alguns
periódicos pedem avaliação crítica da literatura, enquanto que outros estão mais
interessados em abranger toda a bibliografia. Há também questões de organização, estilo
e ênfase que vocês devem ter em mente, antes de irem mais longe.
De forma geral, os periódicos de revisão tradicionais preferem, e alguns pedem,
avaliações criteriosas e críticas da literatura publicada no assunto. Muitas das série de
"livros" ("Annual Review of " - Revisão Anual de, "Recent Advances in" - Recentes
Avanços em, "Yearbook of' - Livro Anual de, etc), entretanto, publicam revisões que têm a
finalidade de compilar e anotar, mas não necessariamente de avaliar os artigos
publicados num assunto particular, durante um período definido de tempo. Algumas áreas
ativas de pesquisa são revisadas anualmente. Os dois tipos de artigos de revisão servem
a um propósito, mas os diferentes propósitos precisam ser conhecidos.
Até uma certa época, os artigos de revisão tendiam a apresentar uma análise
histórica. De fato, as revisões, são geralmente organizadas em ordem cronológica.
Embora este tipo de revisão seja atualmente menos comum, não se deve deduzir que a
História da Ciência ficou menos importante. Há ainda lugar para a História.
Hoje, entretanto, a maior parte das revisões preferem tanto revisões de qual é o
"estado em que as coisas estão" como revisões que forneçam um novo entendimento
para um campo em rápida evolução. Somente a literatura recente no assunto é
catalogada ou avaliada. Se vocês estiverem revendo um assunto que não foi ainda
revisado ou um no qual apareceram desentendimentos e polêmicas, cobrir um pouco
mais as bases históricas seria apropriado. Se o assunto foi efetivamente revisado
anteriormente, o ponto de partida para as suas revisões deverá ser a data da revisão
prévia (não a data de publicação, mas a data até a qual a literatura foi revisada). E, claro,
suas revisões devem começar citando a revisão prévia.

ESCREVENDO PARA A CLIENTELA


Uma outra diferença básica entre artigos de revisão e artigos originais é a
clientela. O artigo original é altamente especializado e assim é sua clientela (os colegas
do autor). O artigo de revisão irá provavelmente cobrir uma variedade destes assuntos
altamente especializados, de forma que a revisão será lida por

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muitos especialistas. O artigo de revisão também será lido por muita gente de campos
relacionados, porque a leitura de boas revisões é a melhor forma de manter-se atualizado
em sua ampla área de interesse. Finalmente, os artigos de revisão são valiosos no
processo de ensino, para que o uso pelo estudante aumente. (Por estas razões, a
propósito, peçam montanhas de reimpressões de qualquer artigo de revisão que
publiquem, porque serão soterrados por pedidos de separata.)
Porque o artigo de revisão deve ter uma ampla e variada clientela, seu estilo de
redação deve ser muito mais geral do que costuma ser o de artigo de pesquisa. Jargões e
abreviações especializados devem ser eliminados ou cuidadosamente explicados. Seu
estilo de redação deve ser mais expansivo do que telegráfico.

IMPORTÂNCIA DE PARÁGRAFOS INTRODUTÓRIOS


Os leitores são muito influenciados pela Introdução de um artigo de revisão. Eles
devem decidir se vão ler o resto ou não, com base no que encontram nos primeiros
poucos parágrafos (se eles ainda não foram rechaçados pelo título).
Os leitores também são influenciados pelo primeiro parágrafo de cada subtítulo da
revisão, decidindo o que ler, dando uma olhada ou pulando o resto da seção, dependendo
da forma como eles vêem o primeiro parágrafo. Se os "primeiros parágrafos" são bem
escritos, todos os leitores, incluindo os que dão uma olhadela e os que pulam trechos,
serão capazes de obter um certo grau de compreensão do assunto.

IMPORTÂNCIA DAS CONCLUSÕES


Pelo fato de os artigos de revisão cobrirem um assunto amplo para uma clientela
ampla, a presença de uma espécie de "conclusões" é um bom motivo para se ter o
trabalho de escrever. Isto é especialmente importante para um assunto altamente técnico,
avançado ou obscuro. Compromissos sérios devem ser feitos, às vezes, quando
realmente se pretende sumarizar um assunto complicado, para satisfazer tanto os
especialistas como os amadores. Ainda, bons resumos e simplificações acabarão sendo
utilizados em livros textos e serão de grande ajuda para os futuros estudantes.

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CAPÍTULO 26

Como Escrever um Relatório de Encontro

(início de epígrafe) Encontro: uma reunião de pessoas importantes


que isoladamente não podem fazer nada, mas juntas decidem que
nada pode ser feito. (fim de epígrafe)
Fred Allen

DEFINIÇÃO
Um relatório de encontro pode ser de vários tipos. Entretanto, deixe-nos lazer
algumas considerações e, a partir destas, tentar pintar um quadro do que um encontro
mais ou menos típico costuma ser.
Tudo começa, é claro, quando vocês são convidados a participar de um encontro
(congresso, simpósio, "workshop", painel de discussão, seminário, colóquio), os
resultados deles serão publicados. Neste início, vocês devem parar para perguntar a si
mesmos e aos organizadores do encontro e editores, exatamente o que está envolvido
com a publicação.
A questão mais relevante, ainda que geralmente ela fique encoberta, é se o
volume de resultados será definido como primário. Se vocês ou outros participantes
apresentarem previamente dados não publicados, a questão que se afigura (ou pelo
menos deveria) é se os dados publicados nos resultados de encontro têm sido
considerados publicação válida, assim impedindo publicação posterior em um periódico
de originais.
A medida que mais e mais cientistas e suas sociedades ficam cientes da
necessidade de definir suas publicações, haverá menos problemas. Por uma razão:
encontros ficaram tão populares nos últimos anos que relatórios de en-

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contros tornaram-se uma parte muito substancial do total da literatura, em muitas áreas
da Ciência.
A intenção clara, eu acredito, é definir relatórios de encontros como publicação de
dados primários não-válida. Isto se deve ao reconhecimento de três importantes
considerações: (1) A maior parte dos resultados de encontros são instantâneos,
publicações efêmeras, não largamente compradas por bibliotecas científicas, em todo o
mundo; assim, por causa de circulação e disponibilidade limitadas, elas não passam no
quesito fundamental de publicação válida. (2) Muitos relatórios de encontros são
essencialmente artigos de revisão, que não se qualificam como publicações primárias ou
eles são relatórios preliminares que apresentam dados e conceitos que podem ainda ser
exploratórios ou parciais e com os quais os cientistas ainda não se atrevem a contribuir
para uma publicação primária. (3) Relatórios de encontros não são normalmente
submetidos a revisão por especialistas ou a mais que o mínimo, o de ser editado;
portanto, pela falta de qualquer controle de qualidade efetivo, muitos publicadores
renomados agora definem os volumes de resultados de encontros como não-primários.
(Há, claro, exceções. Alguns resultados de encontros são editados de forma rigorosa e
seus prestígios são iguais aos dos periódicos de originais. De fato, alguns resultados de
encontros aparecem como matérias de periódicos).
Isto é importante saber, para que possam resolver se, ou não, seus dados serão
enterrados em um obscuro volume de resultados de encontros. Isto também responde
mais amplamente como devem escrever o relatório. Se o volume de resultados é julgado
como sendo publicação primária, vocês devem (e o editor não terá dúvida de assim
indicar) preparar seus manuscritos no estilo do periódico. Devem fornecer detalhes
experimentais completos e apresentar tanto seus dados, como suas conclusões dos
dados, tão seriamente como o fariam em um periódico prestigioso.
Se, por outro lado, vocês estão contribuindo para um volume de resultados que
não é uma publicação primária, o estilo de redação pode ser (e deve ser) bem diferente.
O requisito fundamental de reprodutibilidade, inerente às publicações primárias, deve ser
agora ignorado. Vocês não precisam, e provavelmente não devem, ter uma seção de
Materiais e Métodos. Certamente, vocês não precisarão fornecer os detalhes intrincados
que podem ser necessários para que os especialistas da área reproduzam os
experimentos.
Nem é necessário fornecer a usual revisão da literatura. Seus artigos de periódico
posteriores irão alimentar cuidadosamente, com seus resultados, a fábrica de ciência pré-
existente; seus relatórios de encontros devem ser delineados para fornecer as novas
descobertas e as especulações para a audiência presente. Somente periódicos de
originais têm a responsabilidade de ser os depositários oficiais.

Página 170

FORMATO
Se seus relatórios de encontro não são artigos científicos primários, em que,
realmente eles devem diferir do artigo científico usual?
Um relatório de encontro é geralmente limitado a uma ou duas páginas impressas
ou a 1000 até 2000 palavras. Usualmente, os autores podem beneficiar-se de uma
simples fórmula como "no máximo cinco páginas de manuscrito, com espaço duplo e não
mais que três ilustrações (qualquer combinação de tabelas, gráficos ou fotografias)".
APRESENTANDO NOVAS IDÉIAS
Como dito acima, o relatório de encontro pode ser relativamente curto, porque a
maior parte dos detalhes experimentais e muito da revisão da literatura podem ser
eliminados. Além do mais, os resultados podem usualmente ser apresentados de forma
breve. Pelo fato de que os resultados completos serão presumivelmente publicados mais
tarde, em um periódico de originais, somente as descobertas significantes precisam ser
apresentadas no relatório de encontro.
Por outro lado, o relatório de encontro deve abrir um grande espaço para
especulação. Editores de periódicos de originais podem ficar bem nervosos com relação a
discussão de teorias e possibilidades que ainda não foram amplamente apoiadas por
dados. O relatório de encontro, entretanto, deve servir ao propósito de ser um verdadeiro
relatório preliminar; ele deve apresentar e encorajar especulação, teorias alternativas e
sugestões para pesquisa futura.
Os encontros, eles mesmos, podem ser excitantes, precisamente porque
realmente servem como um fórum para a apresentação de idéias muito novas. Se as
idéias forem realmente inéditas, elas não foram ainda totalmente testadas. Elas podem
fazer água. Por isso, o encontro científico típico deve ser encarado como um anúncio e os
resultados publicados devem refletir esta conotação. Os controles estritos de editores
rigorosos e da revisão por especialistas são adequados para periódicos de originais, mas
estão fora de cogitação para a literatura de encontros.
O relatório de encontro típico, portanto, não necessita seguir a usual progressão
de Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e Discussão, que é padrão para o artigo
de pesquisa primário. Ao contrário, deve ser usada uma abordagem abreviada. O
problema é estabelecido; é colocada a metodologia usada (mas não descrita em detalhes)
e os resultados são apresentados brevemente, com uma, duas ou três tabelas ou figuras.
Então, faz-se especulações sobre os resultados mais significantes, geralmente com
considerável extensão.

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A revisão da literatura deve envolver mais a descrição de experimentos


relacionados ou planejados no próprio laboratório do autor ou em laboratórios de colegas
que estão normalmente trabalhando com problemas correlatas.

EDITANDO E PUBLICANDO
Finalmente, é necessário somente relembrar-lhes que o editor dos resultados,
usualmente o organizador do encontro, é o único árbitro sobre as questões relacionadas
com a preparação do manuscrito. Se o editor distribuiu Instruções aos Autores, vocês
devem segui-las (assumindo que querem ser convidados para outros encontros). Vocês
não precisam preocupar-se com rejeição, uma vez que os relatórios de encontros são
raramente rejeitados; entretanto, se vocês concordaram em participar do encontro, devem
então seguir todas as regras estabelecidas. Se todos os participantes seguirem as regras,
quaisquer que sejam elas, o volume resultante exibirá uma consistência interna razoável e
será um crédito para tudo que a ele diz respeito.

CAPÍTULO 27

Como Escrever ema Revisão Crítica de um Livro

(início de epígrafe) Sem livros, a História é silenciosa, a Literatura,


muda, a Ciência, aleijada, pensamento e especulação ficam
estagnados. (fim de epígrafe)
Bárbara W. Tuchman

LIVROS CIENTÍFICOS
Livros são importantes era todas as profissões, mas eles são especialmente
importantes nas ciências. Isto ocorre, porque a unidade básica da comunicação científica,
o artigo de pesquisa primário, é curto (tipicamente cinco a oito páginas impressas, na
maior parte dos campos de conhecimento) e muito específico. Portanto, para fornecer
uma visão geral de um ramo significante da Ciência, os escritores de livros científicos
organizam e sintetizam o conhecimento relatado em uma determinada área, numa
embalagem muito maior e mais significante. Em outras palavras, conhecimento científico
novo torna-se significante, através da seleção e da triagem de pedacinhos e porções que,
unidos, fornecem uma visão mais ampla. Assim, as plantas e flores individuais e mesmo
as ervas daninhas tornar-se-ão uma plantação.
Livros científicos, técnicos e de Medicina são de vários tipos. Nas categorias mais
gerais, eles podem ser considerados monografias, livros de referências bibliográficas,
livros textos e livros comerciais. Pelo fato de haver diferenças significantes entre estes
quatro tipos, um revisor deve entender as distinções.
Monografias. Monografias são os livros mais usados pelos cientistas. As
Monografias são escritas de cientista para cientista. Elas são especializadas e
detalhadas. Na forma, elas são o equivalente a um grande artigo de revisão.

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Algumas monografias são escritas por autores isolados; a maior parte é escrita
por vários autores. Se um grande número de autores estão contribuindo para uma
monografia, deve haver um ou mais editores que juntam os tópicos individuais e então
editam as contribuições na forma de um volume bem estruturado. (Esta é a teoria, mas
nem sempre a prática). Tal monografia pode ser montada pelo correio; alternativamente, é
organizado um encontro, são lidos artigos e um volume resultante contém os "resultados"
destes eventos.
Como um publicador de longa, se não boa, permanência no cargo, eu agora
expressarei uma opinião mau humorada. Se, como um bom revisor crítico, vocês querem
comentar acerca de "o ultrajante preço alto dos publicadores", saibam do que vocês estão
falando. (Isto, a propósito, é uma boa regra geral para todos os aspectos de fazer revisão
crítica de livros.) Minha opinião é a seguinte: alguns revisores críticos têm uma visão
precária acerca de preços de livros; alguns usam mesmo uma fórmula simplista, dizendo,
talvez, que qualquer livro que custe até 10 cents de dólar por página impressa está bem,
mas que um preço mais alto que 10 cents de dólar por página "é malograr a comunidade
científica". A realidade é que os preços de livros realmente variam e devem variar muito; a
variação não depende primariamente do tamanho do livro, mas do tamanho da clientela.
Um livro com um potencial de venda de 10.000 ou mais exemplares pode ser barato; um
livro com um potencial de venda de 1.000 a 2.000 exemplares deve ter um preço alto, se
o publicador quiser continuar em seu ramo de negócios. Assim, o preço de 10 cents de
dólar por página (isto é, 20 dólares para um livro de 200 páginas) pode ser uma
insanidade para uma monografia especializada.
Livros de referências bibliográficas. Pelo fato da Ciência produzir dados em
profusão, os publicadores de Ciência produzem uma ampla variedade de compilações de
dados. Muitos deles são da variedade Manual. Alguns dos campos mais extensos têm
enciclopédias e dicionários próprios. Bibliografias eram antes um tipo de livro de
referências bibliográficas, mas relativamente poucas estão sendo produzidas hoje em dia.
Como a busca de bibliografia através do computador ficou comum, bibliografia impressa,
na maioria dos campos, tornou-se obsoleta.
Livros de referências bibliográficas são caros de produzir. Muitos são produzidos
por editores comerciais, que delineiam o produto e empregam cientistas como
consultores, para assegurar a qualidade do produto. Os trabalhos de referências
bibliográficas publicados, principalmente os trabalhos com mais de um volume são, em
geral, caros. Do ponto de vista do revisor crítico, as considerações essenciais são a
utilidade e a precisão dos dados reunidos no livro.
Livros textos. Os editores amam os livros textos (livros didáticos), porque é aí que
o dinheiro reside. Um texto bem-sucedido, para cursos de graduação,

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abrangendo um campo amplo de conhecimento, pode vender dezenas de milhares de


exemplares. Novas edições de textos estabelecidos são freqüentemente publicados
(primariamente para matar a concorrência do mercado de livros usados) e alguns
cientistas tornaram-se modestamente ricos com os "royalties" (direitos autorais) de livros
didáticos.
Um livro didático é único no fato de seu sucesso ser determinado não pelos seus
compradores (os estudantes), mas por aqueles que os adotam (os professores). Assim,
os publicadores tentam atrair os nomes ilustres da Ciência para escrever textos,
esperando que maior índice de adoção daí resulte, na base do reconhecimento do nome.
Ocasionalmente, os grandes nomes, que se tornaram conhecidos por causa de suas
pesquisas, escrevem bons textos. Pelo menos, a ciência, presumivelmente, será de
primeira linha e atualizada. Infelizmente, alguns pesquisadores brilhantes e de sucesso
são maus escritores e seus textos podem ser praticamente imprestáveis para fins
didáticos. Isto não deveria precisar ser dito, mas é: um bom revisor crítico deveria avaliar
um texto na base de sua utilidade como texto; o nome na capa deveria ser irrelevante.
Livros comerciais. Livros comerciais são aqueles livros que são vendidos
primariamente através do mercado de livros, isto é, por atacadistas e revendedores de
livros. As livrarias revendedoras típicas atendem ao gosto de uma clientela geral, aquelas
pessoas que andam pelas ruas. Porque a livraria tem espaço para estocar apenas uma
pequena parte do total disponibilizado pelos publicadores, ela estoca somente aqueles
títulos que interessariam muitos leitores em potencial. Nas livrarias, vocês encontrarão
livros que aparecem em várias listas de "best-sellers", ficção popular e não-ficção de
interesse geral e, talvez, não muito mais.
Livrarias, entretanto, vendem livros científicos. Elas os vendem aos milhões. Mas
estes não são as monografias, os livros de referências bibliográficas ou os livros didáticos
(com exceção das livrarias universitárias). Estes são os livros sobre Ciência, escritos para
o grande público. Muitos, infelizmente, não são muito científicos e alguns são claramente
pseudocientíficos. Vocês andaram olhando uma lista de "best-sellers" ultimamente? Na
categoria de não-ficção, talvez metade refira-se a assuntos científicos. Livros de nutrição
e dieta, sobre Psicologia e sobre exercícios e "fitness" são especialmente populares no
mercado atual.
Embora alguns destes livros são triviais ou mesmo uma perversão do
conhecimento científico, vários livros científicos muito bons também são vendidos em
livrarias. Há muitos livros de primeira linha que tratam a Ciência e os cientistas de forma
interessante, educacional. Biografias de cientistas proeminentes parecem encontrar um
mercado certo. Quase todas as livrarias têm livros de qualquer coisa, do átomo ao
universo.

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Análise da clientela. O principal objetivo de um revisão crítica de livros é fornecer
informação suficiente para leitores potenciais, de forma que eles possam decidir se
devem comprar o livro. Para fazer isto, o revisor crítico deve definir o conteúdo do livro e
também a clientela do livro. Quem poderia ler o livro e por quê?
Muitos livros têm diferentes clientelas. Por exemplo,Lady Chatterley's Lover (O
amante de Lady Chatterley), de D.H. Lawrence, tem uma grande clientela geral, sendo a
principal razão disso o fato do livro ser sobre sexo explícito. Entretanto, uma clientela
diferenciada (mais científica?) estaria na mente do revisor crítico que escreveu a seguinte
crítica que apareceu na matéria de novembro de 1959 do Field and Streain (Campo e
Riacho):
(Inicio do trecho em destaque) Embora escrito há muitos anos, O Amante de Lady
Chatterley acabou de ser reeditado pela Grove Press e esta ficção, que se refere à vida
diária de um guarda-caças inglês, é ainda de considerável interesse para os leitores que
apreciam o ar livre, na medida em que ela contém muitas passagens sobre criação de
faisões, sobre o aprisionamento de caçadores ilegais, formas de controlar pragas e outras
tarefas e deveres de um guarda-caças profissional. Infelizmente, a gente se vê obrigado a
prosseguir com dificuldade através de muitas páginas de materiais estranhos, para poder
descobrir e conhecer estas luzes, colocadas entre linhas, sobre o gerenciamento de um
campo de caça das Midlands (Terras Médias da Inglaterra),e, na opinião deste crítico,
este livro não pode substituir o Practical Gamelceeping (Manual Prático do Guarda-Ca-
ças) de J. R. Miller.(fim do trecho em destaque).

COMPONENTES DA REVISÃO CRÍTICA DE LIVROS


Por acreditar que há diferenças fundamentais entre os vários tipos de livros
científicos, descrevi-os com algum detalhe acima. Agora vou refazer o mesmo caminho,
para definir o que deve ser coberto por uma revisão crítica de livros eficaz.
Monografias. Podemos definir uma monografia como um livro especializado,
escrito para uma clientela especializada. Por isso, o revisor crítico de uma monografia tem
uma obrigação suprema: descrever, para leitores potenciais, exatamente o que está no
livro. O que, precisamente, é o assunto do livro e quais são os limites do material coberto
por ele? Se a monografia tem uma série de assuntos, talvez cada um escrito por um autor
diferente, cada assunto deve ser tratado individualmente. O bom revisor crítico, claro, irá
espelhar a qualidade do livro; passará rapidamente por cima do material trivial e as
contribuições significantes propiciarão discussão de maior peso. A qualidade da escrita,
com

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raras exceções, não necessita comentário, se é a informação, na monografia, que é


importante para sua clientela. Deve-se esperar linguagem altamente técnica e mesmo
alguns jargões.
Livros de referências bibliográficas. O assunto de um livro de referências
bibliográficas é provavelmente mais amplo do que aquele de uma monografia. Ainda, é
importante, para os revisores críticos, definir em profundidade apropriada o conteúdo do
livro. Diferentemente da monografia, que pode conter muitas opiniões e outro material
subjetivo, o livro de referências bibliográficas contém os fatos. Por isso, a principal
responsabilidade do revisor crítico é determinar, sempre que possível, a precisão do
material, no livro de referências bibliográficas. Qualquer profissional de biblioteca lhes dirá
que um livro de referências bibliográficas sem precisão é pior que não ter nenhum livro
deste tipo, afinal.
Livros Textos. Ao analisar um livro didático, o revisor crítico tem um diferente
conjunto de considerações a fazer. Ao contrário da linguagem de uma monografia, aquela
do livro texto não deve ser técnica e convém evitar-se o jargão científico. O leitor será um
estudante, não um colega do cientista que escreveu o livro. Termos técnicos serão
usados, é claro, mas cada um deverá ser cuidadosamente definido por ocasião da
primeira vez em que for usado. Ao contrário do livro de referências bibliográficas, a
precisão não é de crucial importância. Um número ou uma palavra sem precisão, aqui ou
ali, não são tão cruciais, desde que a mensagem seja passada através deles. A função do
revisor crítico, então, é determinar se o assunto do texto é tratado claramente, de uma
forma que provavelmente permita aos estudantes apreenderem e apreciarem o
conhecimento apresentado. Os revisores críticos de livros textos têm uma
responsabilidade adicional. Se existirem outros textos do mesmo assunto, o que
normalmente é o caso, os revisores críticos devem fazer comparações apropriadas. Um
novo livro didático deve ser bem alicerçado em seus próprios méritos evidentes;
entretanto, se ele não é tão bom quanto os textos existentes, ele é desnecessário.
Livros Comerciais. Novamente, os revisores críticos têm diferentes
responsabilidades. Os leitores de livros comerciais podem ser leitores gerais, não
cientistas ou estudantes de ciências. Por isso, a linguagem não deve ser técnica. Além
disso, ao contrário de outros livros científicos, um livro comercial precisa ser interessante.
Livros comerciais são comprados mais para entretenimento do que paia educação. Os
fatos podem ser importantes, mas uma aborrecida profusão de dados estaria fora de
lugar. Os preceitos científicos são, às vezes, difíceis de serem compreendidos pelo leigo.
A escrita científica, para este mercado, deve sempre manter em mente este ponto, e o
revisor crítico de livros comerciais lambem. Se um termo não-técnico, algo impreciso,
precisa vir a

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substituir um termo técnico preciso, que o seja. O revisor crítico pode espantar-se, de
quando em quando, mas um livro que consegue, de forma clara, apresentar conceitos
científicos ao grande público, não deve ser punido por uma imprecisão ocasional.
Finalmente, para livros comerciais (assim como para outros livros científicos do
gênero), o revisor crítico deve tentar definir a clientela. Pode qualquer pessoa que lê
literatura entender o livro, ou é necessário um certo nível de competência científica?
Se um revisor crítico realizou bem seu trabalho, um leitor potencial saberá se
deve ou não ler o livro em consideração e porquê.
Informação para Impressão. No alto da revisão crítica do livro, o revisor crítico
deve listar a lista completa de informações para impressão. A ordem usual é a seguinte:
título do livro, edição (se há outra além da primeira), nome(s) do(s) autor(es) ou do(s)
editor(es), publicador, local (cidade na qual o publicador está localizado), ano de
publicação, número de páginas e lista de preços do livro. Por convenção, cidades bem
conhecidas não são seguidas dos nomes do estado ou do país. Um publicador localizado
em Nova Iorque é listado em "Nova Iorque", não em "Nova Iorque, NI." e em Londres é
listada como estando em "Londres", não em "Londres, RU".
Capítulo 28

Como Escrever uma Tese

A tese de doutoramento é nada mais que


a transferência de ossos de um cemitério para outro.
J. Frank Dobie

OBJETIVO DA TESE
A tese de doutoramento, na Ciência, serve supostamente para apresentar
pesquisa original do candidato. Este propósito é para provar que o candidato é capaz de
fazer e comunicar pesquisa original. Portanto, uma tese apropriada deve ser semelhante
a uma artigo científico, que tem o mesmo objetivo. Uma tese deve exibir a mesma forma
de escrita disciplinada que seria requisitada para a publicação em um periódico.
Diferentemente do artigo científico, a tese pode descrever mais de um tópico e pode
apresentar mais de uma abordagem para algum tópico. A tese pode apresentar todos ou
a maior parte dos dados obtidos na pesquisa relacionada com a tese do estudante. Por
isso, a tese usualmente pode ser maior e mais abrangente que um artigo científico. Mas o
conceito de que a tese deve ter uma extensão de um tomo de 200 páginas é errado.
Muitas teses de 200 páginas contêm cerca de 50 páginas de boa ciência. As outras 150
páginas compreendem descrições inchadas de detalhes insignificantes.
Tenho visto um grande número de teses de doutoramento e assessorei a redação
e organização de um bom número delas. Baseando-me nesta experiência, conclui que
quase não há regras gerais aceitas para estas preparações. Muitos tipos de redação
científica são altamente estruturadas. A tese não o é. A forma

Página 179

"certa" de escrever uma tese varia muito de instituição para instituição e mesmo de
professor para professor, dentro do mesmo departamento, da mesma instituição.
A parte mais empoeirada da maioria das bibliotecas é aquela área onde as teses
departamentais são guardadas. Sem dúvida, muitas porções de conhecimento útil estão
contidas em teses, mas quem tem tempo ou paciência de aventurar-se através de
centenas de páginas de trivialidade para encontrar uma página ou duas de conhecimento
útil?
Reid (1978) foi um dos muitos que sugeriram que a tese tradicional não serve
mais a nenhum propósito. Nas palavras de Reid, "Requisitos de que um candidato precise
produzir dissertação em estilo tradicional prolixo, para obter o grau de doutor em ciências,
deve ser abandonado... A dissertação tradicional expansiva alimenta a falsa impressão de
que um registro típico deve ser sem qualquer tabela, gráfico ou procedimento
experimental bem-sucedido ou mal-sucedido".
Se uma tese tem um objetivo real, este objetivo deveria ser o de determinar
aptidão literária. Talvez, as universidades sempre tenham se preocupado acerca do que
aconteceria a suas imagens se viesse à tona que um grau de doutor tenha sido dado a
um iletrado. Por isso, a necessidade de tese. Colocado de forma mais positiva, o
candidato atravessou um processo de maturação, disciplina e erudição. O "bilhete" de
saída é uma tese satisfatória.
É de utilidade mencionar que a tese nas universidades européias são levadas
muito mais a sério. Elas servem para mostrar que o candidato tem uma grande
maturidade e pode tanto fazer Ciência como escrever Ciência. Tais teses devem ser
defendidas, após alguns anos de trabalho e algumas publicações primárias, com a tese
sendo, ela mesma, um "artigo de revisão" que traz tudo isto reunido.
"DICAS" PARA A REDAÇÃO
Há poucas regras para escrever uma tese, exceto aquelas que devem existir em
suas instituições. Se vocês não têm regras a seguir, devem ir à biblioteca departamental e
examinar as teses submetidas por graduados anteriores do departamento, especialmente
aqueles que tiveram fama e fortuna. Talvez vocês sejam capazes de detectar um aroma
comum. Tudo que funcionou no passado, para outros, deve provavelmente funcionar para
vocês, agora.
Geralmente, uma tese deve ser escrita no estilo de um artigo de revisão. Seu
objetivo é rever o trabalho que os levou à obtenção do título. Seus dados originais (quer
tenham sido previamente publicados ou não) devem, claro, ser incorporados, fortalecidos
com todos os detalhes experimentais. Cada uma das vá-

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rias seções devem ser realmente delineadas, pautando-se pelas partes do artigo de
pesquisa (Introdução, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão). De maneira geral,
entretanto, as partes devem ser colocadas juntas como num artigo de revisão
monográfico.
Sejam cuidadosos acerca dos subtítulos. Se vocês têm uma ou várias seções de
Resultados, estes devem ser os seus resultados, não uma mistura de seus resultados
com aqueles de outros autores. Se precisam apresentar resultados de outrem, para
mostrar como eles confirmam ou contrastam com os seus, vocês devem fazer isto na
seção de Discussão. Por outro lado, pode surgir confusão, ou, pior, vocês podem ficar
sobrecarregados de dados levantados na literatura.
Comecem com, e trabalhem a partir de, um esboço cuidadosamente preparado.
Em seus esboços e em suas teses, vocês descreverão, claro, em meticuloso detalhe,
seus próprios resultados de pesquisa. E também costumeiro rever todo o trabalho
relacionado. Além do mais, não há nenhum obstáculo numa tese, como deve haver no
estabelecido pela arte de fazer artigos de revisão, em adotar a velha tradição, de forma
que é geralmente desejável voltar na história de seu assunto. Vocês podem, assim,
montar uma revisão, realmente valiosa, da literatura de seu campo, enquanto, ao mesmo
tempo, aprendem algo sobre a História da Ciência, o que pode tornar-se a parte mais
preciosa da educação de vocês.
Recomendo que dêem especial atenção à Introdução em suas teses, por duas
razões. Primeiramente, em benefício próprio, vocês precisam deixar claro que problema
estão estudando, como e porque vocês selecionaram aquele problema, como o
enfrentaram e o que aprenderam durante o curso de seus estudos. O resto da tese deve
então fluir facilmente e logicamente, a partir da Introdução. Em segundo lugar, porque as
primeiras impressões são importantes, vocês não devem querer perder seus leitores
numa nuvem de ofuscação, de cara.

QUANDO ESCREVER A TESE


Convém que comecem a escrever a tese muito antes dela ser feita. De fato,
quando um grupo particular de experimentos ou alguma faceta principal de seus trabalhos
estiverem terminados, vocês devem escrevê-los, enquanto estão ainda frescos em suas
mentes. Se armazenarem tudo até o fim, vocês podem descobrir que se esqueceram de
detalhes importantes. Pior, podem descobrir que já não têm tempo de fazer um trabalho
de redação apropriado. Se não escreveram muito com antecedência, ficarão espantados
de quão penoso e demorado este processo pode ser. Vocês seguramente necessitarão
um total de três meses para escrever a tese, numa base de tempo integral. Vocês não
terão, porém,
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tempo integral, nem podem contar com a pronta disponibilidade do orientador de suas
teses. Coloquem seis meses, no mínimo.
Certamente, as partes publicáveis de seus trabalhos de pesquisa devem ser
escritas como artigos e enviadas, se possível, antes que vocês deixem a instituição. Será
difícil fazer isto após deixarem a instituição e será mais difícil ainda, com o passar dos
meses.

RELAÇÕES COM O MUNDO EXTERIOR


Lembrem-se, suas teses levarão somente seus nomes. Estas são normalmente
registradas como direito autoral do autor. Suas reputações iniciais e talvez suas
perspectivas de trabalho podem estar relacionadas à qualidade de suas teses e das
publicações relacionadas que podem aparecer na literatura de originais. (Como
estabelecido no Capítulo 3, vocês não poderão ter "nenhuma publicação relacionada", se
permitirem que suas teses sejam colocadas em um "site" da Web.) Uma tese coerente,
hermeticamente escrita, deixará vocês em um bom começo. Uma brilhante enciclopédia
de minúcias não darão a vocês nenhum crédito. Os escritores de boas teses tentam muito
evitar a verbosidade, o tédio e o trivial.
Sejam particularmente cuidadosos ao escrever o Resumo de suas teses. Os
Resumos de teses de muitas instituições são publicados no Dissertation Abstracts, assim
tomando-os disponíveis à comunidade científica geral.
Se o interesse de vocês neste livro, neste momento, centraliza-se em como
escrever uma tese, eu sugiro que agora leiam cuidadosamente o Capítulo 25 ("Como
Escrever Artigos de Revisão"), porque, em muitos aspectos, a tese é, de fato, um artigo
de revisão.

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CAPÍTULO 29

Como Apresentar Oralmente um Artigo

Fale baixo, fale devagar e não fale muito.


John Wayne

ORGANIZAÇÃO DO ARTIGO
A melhor maneira (em minha opinião) de organizar um artigo para apresentação
oral é seguir os mesmos passos lógicos que se seguiria usualmente ao escrever um
artigo, começando com "qual era o problema?" e terminando com "qual é a solução?"
Entretanto, é importante lembrar que apresentação oral de um artigo não se constitui
numa publicação e, por isso, aplicam-se regras diferentes. A grande distinção é que o
artigo publicado deve conter todo o protocolo experimental, de tal forma que os
experimentos possam ser repetidos. A apresentação oral, todavia, não precisa e não deve
conter todos os detalhes experimentais, a não ser, por acaso, que vocês tenham sido
chamados para administrar um soporífico num encontro de insones. Citação extensiva da
literatura lambem é indesejável, em uma apresentação oral.
Se vocês aceitarem minha afirmação de que a apresentação oral deve ser
organizada com as mesmas linhas de um trabalho escrito, eu não preciso dizer nada mais
sobre "organização". Este material está coberto no Capítulo 26. "Como Escrever um
Relatório de Encontro".
Página 183

APRESENTAÇÃO DO ARTIGO
Muitas apresentações orais são curtas (com um limite de 10 minutos, em muitos
encontros). Assim, mesmo o conteúdo teórico deve ser adaptado em relação àquele de
um artigo escrito. Não importa quão organizadas, muitas idéias apresentadas muito
rapidamente ficarão confusas. Vocês devem ater-se a seus pontos ou resultados mais
importantes e enfatizar isto. Não haverá tempo para apresentarem todas as suas outras
novas idéias.
Há, claro, outros tipos mais longos de apresentação oral. Um tempo típico
permitido para apresentações de simpósio é 20 minutos. Uns poucos são mais longos.
Um seminário é normalmente de uma hora. Obviamente, vocês podem apresentar mais
material, se tiverem mais tempo. Neste caso, devem seguir devagar, apresentando
cuidadosamente uns poucos pontos ou temas mais importantes. Se andam muito rápido,
especialmente no começo, sua audiência perderá o fio da meada; os sonhos do dia
começarão e suas mensagens serão perdidas.

"SLIDES"
Em pequenos encontros científicos informais, vários tipo de recursos visuais
podem ser usados. Retroprojetores, cartazes e até lousas podem ser efetivamente
usados. Na maior parte dos encontros, porém, diapositivos de 35 mm são a linguagem
permitida. Todo cientista deveria saber como preparar "slides" eficazes; ainda hoje, a
observação da maioria dos encontros, rapidamente indica que muitos não o sabem.
Aqui estão algumas considerações que são importantes. Primeiro, os "slides"
devem ser delineados especialmente para uso na apresentação oral. "Slides" preparados
a partir de gráficos que foram retirados de publicação de periódicos são raramente
eficazes e geralmente não são nem sequer legíveis. "Slides" preparados a partir de um
manuscrito feito no processador de texto ou a partir de um periódico impresso ou livro não
são quase nunca eficazes. Precisa ser também lembrado que "slides" devem ser mais
largos que altos, o que é exatamente o oposto das dimensões preferidas para ilustrações
impressas. Mesmo que os "slides" de 35 mm sejam quadrados (medidas externas de 2 X
2 polegadas ou 0,5 X 0,5 mm), a câmara convencional de 35 mm produz uma imagem
que é de 36,3 mm de largura por 24,5 mm de altura; além disso, as telas são
normalmente mais largas que altas. Assim, são preferidos "slides" orientados
horizontalmente.
Segundo, "slides" devem ser preparados por profissionais ou, pelo menos, com o
uso de equipamento profissional. O Processador de texto é adequado, se

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uma fonte de tamanho grande for selecionada. Uma letra não serifada, como a Helvetica,
tende a ser bem adequada para "slides". Seus gráficos com certeza serão gerados por
computador.
Terceiro, deve ser lembrado que a luz nas salas de encontros é raramente a
ótima para "slides". O contraste é, portanto, importante. Os melhores "slides" (mais
legíveis) têm texto preto em um fundo branco.
Quarto, "slides" não devem ser cheios. Cada "slide" deve ser designado para
ilustrar um ponto em particular ou talvez para resumir uns poucos dados. Se um "slide"
não pode ser entendido em 4 segundos, é um "slide" ruim.
Quinto, vá ao saguão ao lado da audiência. Inspecione o projetor, o controle
remoto e as luzes. Esteja seguro de que seus "slides" estejam inseridos na ordem
adequada e na orientação apropriada. Não há necessidade de, e não há desculpas para,
"slides" que aparecem fora da seqüência, de cabeça para baixo ou fora de foco.
Normalmente, cada "slide" deve conter uma colocação visual simples, facilmente
inteligível. O "slide" deve suplementar o que se está dizendo no momento em que o
"slide" está na tela; ele não deve simplesmente repetir o que vocês estão dizendo. E
vocês não devem nunca ler o texto do "slide" para a audiência; fazer isso seria um insulto
às suas audiências, a não ser que vocês estejam dirigindo-se a um grupo de analfabetos.
"Slides" que são atenciosamente elaborados e bem preparados podem aumentar
grandemente o valor da apresentação científica. "Slides" pobres teriam arruinado Cícero.

A AUDIÊNCIA
A apresentação de um artigo em um encontro científico é um processo de mão
dupla. Porque o material que está sendo comunicado no encontro científico é,
supostamente, uma informação mais recente, disponível no campo de trabalho em
questão, tanto os conferencistas como a audiência devem aceitar certas regras. Como
indicado acima, os conferencistas devem apresentar seus materiais clara e efetivamente,
de forma que a audiência possa entender e aprender a partir da informação que está
sendo comunicada.
Quase certo, a audiência para uma apresentação oral será mais diversificada que
a da leitura de um artigo científico. Portanto, a apresentação oral deve ser r: posia ni iii i
nível mais geral do que seria em um artigo escrito. Evitem detalhe técnico. Definam
termos. Expliquem conceitos difíceis. Um pouco de redundância pode ser muito útil.

Página 185

Ensaiando o artigo perante os membros (mesmo para alguns poucos membros)


de seus próprios departamentos ou grupos pode ser a diferença entre o sucesso e o
desastre.
Para a comunicação ser efetiva, a audiência também tem várias
responsabilidades. Estas começam com simples cortesia. A audiência deve ficar quieta e
atenta. O apresentador responde bem a uma audiência interessada e atenta, enquanto a
comunicação pode virtualmente ser destruída quando a audiência é barulhenta ou, pior,
sonolenta.
A melhor parte de uma apresentação oral é geralmente o período de perguntas e
respostas. Durante este tempo, membros da audiência têm a opção, se não a obrigação,
de elaborar questões que não foram cobertas pelo apresentador e de apresentar
brevemente idéias ou dados que confirmem ou contrastem com aqueles colocados pelo
apresentador. Tais questões e comentários devem ser estabelecidos cortesmente e
profissionalmente. Este não é o momento (embora todos tenhamos visto) de algum
falador destilar bile ou descrever sua própria erudição em infindável detalhe. E permitido
discordar, mas não ser desagradável. Em resumo, o apresentador tem a obrigação de ter
consideração com a audiência e esta de ter consideração com o apresentador.

PREPARAÇÃO ELETRÔNICA PARA APRESENTAÇÃO ORAL


Os "slides" são o melhor meio, quando se está fazendo uma apresentação oral,
embora transparências em retroprojetor, conjugadas com fotografias de 35 mm de alta
qualidade, em "slides", são uma alternativa possível. Tanto as transparências para
retroprojetor, como as apresentações em "slides" podem ser preparadas eletronicamente
e colocadas em "slides" de 35 mm, transparências, monitores de computador ou
projetores. Quando trabalharem com um aplicativo de apresentação de "slide", escolham
seu tipo final de apresentação, antes de desenharem seus "slides".
Independente do meio que vocês escolherem, a organização de seus tópicos é a
chave. Cada "slide" deve ser feito para cobrir um ponto principal, com um texto inicial,
listando não mais que seis subtópicos relacionados a ele. O título principal deve ser
escrito com letras de pelo menos 20 a 24 pontos, com os subtítulos não menores que 16
pontos. Se a sala na qual vocês estão apresentando é grande, usem fontes maiores.
Quando uma tabela ou gráfico é usado, indique-o pelo nome e coloque todos os
caracteres com pelo menos 14 pontos, de forma que possam ser lidos à distância. Não
entupam a página com mais tópicos e subtítulos abaixo do cabeçalho e do nome do
gráfico.

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TRANSPARÊNCIAS PARA RETROPROJETOR


Transparências para retroprojetor podem ser criadas em seus programas do
processador de texto e imprimidas a laser, em acetato. Elas também podem ser criadas
com um aplicativo de apresentação de "slide", embora isto não seja necessário.
Transparências são melhor empregadas em uma apresentação informal e em salas
pequenas. Transparências podem ser preparadas tanto para telas verticais como
horizontais. Ao contrário da apresentação de "slides", os formatos verticais são
freqüentemente preferíveis para as transparências, porque vocês podem colocar, sem
problemas, um gráfico encabeçado por tópicos, nestas dimensões.

APRESENTAÇÕES POR DATA-SHOW


Apresentações de "slides", em forma digital, permitem-lhes os meios de criar e
apresentar data-show com um computador. Vocês podem também preparar fotografias de
35 mm que podem ser processadas por um "bureau" de serviço e podem também
imprimir uma variedade de impressos e notas para distribuir para suas audiência. O data-
show permite-lhes incluir sons e video clipes. Ele também oferece a possibilidade de
acrescentar às suas apresentações outro material, dependendo do interesse, num tópico
em particular. Claro, se vocês prepararam estes "slides" com antecedência.
Os dois programas de preparação de "slides" mais populares são o Microsoft
Powerpoint e o Adobe Persuasion. Ambos servem às plataformas do Mac e do Windows e
têm características similares. Se vocês decidem usar o opção modelos, meramente
escolham o estilo que lhes agradem e usem-no. Se vocês estão treinados no assunto,
podem criar seus próprios modelos, selecionando o fundo e o formato visual desde o
começo. Este modelo pode ser gravado e usado para suas novas apresentações ou as de
seus colegas. O modelo fornecerá um título do "slide" e formatos que incluem subtítulos e
ilustrações. Material ilustrativo pode incluir tabelas e gráficos, assim como sinais sonoros
para introdução de idéias. Uma biblioteca de desenhos está suprida de ilustrações mais
adequadas ao setor empresarial que à comunidade científica. O trabalho de arte que
vocês criarem, tais como gráficos e fotografias, podem ser importados e colocados no
"slide" que vocês escolherem.
Vocês podem redigir um "slide", contendo um texto, em um compositor de texto
em "slide" ou escrevê-lo dentro de um modelo e ver como ele aparecerá na tela. B melhor
compor seu material primeiro em um compositor. Isto permitir-lhes .1 organizar seus
pensamentos e prever os subtópicos em seus trabalhos. Se desejarem, podem retirar ou
adicionar "slides" dentro dos compositores. Vocês

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podem mesmo rearranjar a seqüência de seus "slides", à medida que editam seus
materiais. Podem também rearranjar, adicionar ou retirar "slides" através de um tipo de
visualização, em tamanho reduzido, dos visuais reais.
USANDO COR NA APRESENTAÇÃO DE "SLIDES"
Quando vocês estão trabalhando com cor, decidam-se por um esquema de cores,
antes de começarem a preocupar-se com a legibilidade e o efeito em uma apresentação.
A legibilidade é muito importante. O texto deve destacar-se de seu fundo e um bom
contraste entre o fundo e seus textos dependerá disso. Se vocês escolherem uma cor
escura para o texto, usem uma mais clara, mais suave, para os elementos de fundo. Uma
boa combinação é um fundo amarelo claro com texto azul escuro brilhante. Bordas podem
ser feitas com azul mais escuro. Esta combinação de cores fornecerá bons impressos
para distribuição à platéia. Se desejarem usar um fundo escuro, como um cinza escuro ou
azul marinho, as letras e outros elementos devem ser brancos, amarelo pálido ou outra
cor pálida. Esta combinação de cor ficará bem na tela, mas não fornecerá os melhores
impressos. Fiquem cônscios, entretanto, de que é fácil exagerar nos efeitos de cor e
arruinar uma apresentação que poderia ser boa.
Uso consistente de cor adicionará uma qualidade adicional às suas
apresentações. Se usarem a mesma cor de forma consistente, para cada elemento,
através da projeção de "slides", ela comunicará suas idéias sem confusão. Por exemplo,
se estão usando bordas azuis-escuras numa forma retangular padrão, não mudem a
forma para um triângulo, no meio do caminho, na apresentação. Mudar a cor no meio do
caminho, numa apresentação, será ainda pior. Os membros da platéia quererão saber por
que fizeram a mudança e, inconscientemente, procurarão pela razão, mesmo quando não
houver nenhuma. Modelos geralmente fornecem um esquema de cor que funciona bem.
Se não gostam do desenho do modelo, mas gostam das cores, usem-nas como parte da
apresentação do "slide" que vocês realmente preferem. Para concluir suas
apresentações, adicionem um "slide" preto; isto é o que o profissional faz.

TRANSIÇÕES DO DATA-SHOW
Transições são efeitos visuais aplicados a um "slide", quando ele aparece em
uma tela. Elas podem ser tão simples como um esvanecimento ou uma aparição gradual
suave de um novo "slide", exatamente igual nos filmes, quando uma nova cena se abre.
As transições do tipo do esvaecimento podem ser aplicadas para aparecer de cima para
baixo, de baixo para cima, da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda.
Muitos efeitos sonoros estão incluídos,

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mas isto está completamente fora de cogitação numa apresentação científica. Qualquer
que seja a transição que vocês escolherem, usem-na de forma homogênea, de um "slide "
para outro.
Vocês também podem usar uma construção para suas apresentações. Em vez de
ter todo o "slide" mostrado de uma vez, ele pode ser construído. A primeira visão trará
somente o título; quadros sucessivos são expostos ao público, um de cada vez. Os
quadros previamente expostos permanecem ainda na tela. A construção adiciona um
impacto de suspense e um pouco de ação a um formato imóvel. Embora as construções
adicionem interesse a uma apresentação, limitem seu uso somente àquilo para o que elas
funcionam bem. Se usada para cada "slide, a construção também fica tediosa. Vocês
podem estabelecer o tempo a ser colocado entre a apresentação de um "slide" e a de
outro, automaticamente, de forma a dar-lhes o tempo exato para falar sobre o material, ou
vocês podem controlar a apresentação de "slide" para "slide", acionando o mouse.
Recursos como estes permitem que programas eletrônicos de data-show
ofereçam muitas formas de melhorar a clareza e de adicionar interesse a uma
apresentação.
Quando usarem apresentações eletrônicas, convém levar uma série de slides ou
transparências com vocês, no caso de problemas. Aparato eletrônico nem sempre
funciona, especialmente se depararem com um técnico que realmente não sabe como
lidar com o equipamento.

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CAPÍTULO 30

Como Preparar um Pôster

Precisa inteligência, mesmo brilhantismo, para condensar


e focalizar informação em uma simples e clara apresentação
que será lida e lembrada. Ignorância e arrogância são mostradas
em um pôster abarrotado de dados, complicado e difícil de ler.
Mary Helen Briscoe

TAMANHOS E FORMATOS
Em anos recentes, sessões de pôster têm-se tomado mais comum, tanto em
encontros nacionais, como nos internacionais. (Pôsteres são cartazes, nos quais
cientistas mostram seus dados e descrevem seus experimentos). A medida que a
presença em encontros aumentou e que foi maior a pressão exercida sobre o comitê de
programação para organizar mais e mais artigos para apresentação oral, alguma coisa
teve que mudar. Os grandes encontros anuais, como os da Federação das Sociedades
Americanas de Biologia Experimental, chegou ao ponto em que salas de reunião
disponíveis ficavam simplesmente esgotadas. E, mesmo quando uma quantidade
suficiente de salas estava disponível, o grande número resultante de sessões simultâneas
dificultava ou impossibilitava aos cientistas participantes assistirem ao trabalho que estava
sendo apresentado por colegas.
De início, os comitês de programação simplesmente rejeitavam qualquer número
de resumos que se julgasse estar além das capacidades de espaço das salas de
reuniões. Então, sessões de pôster foram desenvolvidas, os comitês de programação
puderam atenuar as rejeições, avisando os "rejeitados" que eles

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poderiam considerar a possibilidade de apresentar seus trabalhos como pôsteres. Nos


primeiros tempos, os pôsteres eram realmente relegados aos corredores dos hotéis de
encontros ou centros de convenções; mesmo assim, muitos autores, especialmente
estudantes de pós-graduação que apresentavam o primeiro artigo deles, ficavam
contentes de terem seus trabalhos aceitos para uma sessão de pôster, em vez de serem
inteiramente retirados do programa. Também a geração mais nova de cientistas chegou à
maturidade durante a era das maravilhas da Ciência e eles gostam dos pôsteres.
Nos dias atuais, claro, as sessões de pôsteres tornaram-se uma parte aceita e
significante de muitos encontros. Grandes sociedades disponibilizam um espaço
considerável para as sessões de pôsteres. Num recente Encontro Anual da American
Society for Microbiology, cerca de 2500 pôsteres foram apresentados. Mesmo pequenas
sociedades encorajam as sessões de pôsteres, porque muita gente acredita, agora, que
alguns tipos de materiais podem ser apresentados de forma mais eficiente, por meio de
pôsteres gráficos, que em apresentações orais tradicionais, limitadas a 10 minutos.
Como as sessões de pôsteres tornaram-se partes normais de muitos encontros
de sociedades, as regras que norteiam a preparação dos pôsteres ficaram muito mais
estritas. Quando um grande número de pôsteres tem de ser colocado em um dado
espaço, obviamente, os requisitos têm que ser cuidadosamente estabelecidos. Também,
como os pôsteres ficaram comuns, empresas de convenções colocaram em suas
atividades fornecimento de estandes e outros materiais; os cientistas podem então evitar
de embarcar ou transportar materiais embalados para as cidades da convenção.
Nunca comecem a preparação de um pôster em si, até que saibam os requisitos
especificados pelos organizadores do encontro. Vocês devem, claro, saber a altura e a
largura do estande. Vocês também precisam saber os métodos aprovados de fixação do
material exibido ao estande. O tamanho mínimo da letra pode ser especificado e a
seqüência da apresentação pode ser especificada (geralmente da esquerda para a
direita). Esta informação é geralmente fornecida no programa do encontro.

ORGANIZAÇÃO
A organização do pôster normalmente segue o formato IMRAD, embora
considerações gráficas e a necessidade de simplificação devam ser mantidas em mente. I
lá muito pouco texto em um pôster bem delineado, devendo a maior parte do espaço ser
tomada por ilustrações.
A Introdução deve ser apresentada sucintamente; o pôster será falho a não ser
que estabeleça claramente os objetivos, logo no início. A seção de métodos

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será muito breve; talvez apenas uma sentença ou duas serão suficientes para descrever o
tipo de abordagem usada. Os resultados, que é geralmente a menor seção de um artigo
escrito, é usualmente a parte mais importante de um pôster bem feito. A maioria do
espaço disponível será usada para ilustrar os resultados. A Discussão deve ser breve.
Alguns dos melhores pôsteres que eu vi não usavam o título "Discussão", em vez disso, o
título "Conclusões" aparecia em cima do painel, com as conclusões individuais talvez
apresentadas na forma de sentenças curtas numeradas. As citações da literatura devem
ser o mínimo possível.

PREPARANDO O PÔSTER
Vocês devem numerar seus pôsteres de acordo com o programa do encontro. O
título deve ser curto e chamativo (se possível); se for muito longo, ele pode não caber no
módulo de apresentação. O título deve ser legível a uma distância de 10 pés (3 m). O tipo
de letra deve ser nítido e negro, e a letra deve ter cerca de 30 mm de altura. Os nomes
dos autores devem ser algo menor (talvez 20 mm). A letra de texto deve ter cerca de 4
mm de altura. (Um tamanho de letra de 24 pontos é adequado para o texto). Letras
adesivas (exemplo, Letraset) são uma excelente alternativa, especialmente para os
cabeçalhos. Um bom truque é usar letras adesivas para seu título, montando-as em
máquinas de montagem padrões, de 2 14 polegadas. Vocês podem então enrolar seus
títulos e colocá-los em suas maletas e então colá-los no quadro de pôsteres, no encontro.
Os computadores também podem produzir letras de tamanho adequado.
Um pôster deve ser auto-explicativo, permitindo que diferentes leitores pros-sigam
em seu próprio ritmo. Se o autor tem que gastar a maior parte de seu tempo meramente
explicando o pôster em vez de responder às questões científicas, o pôster é um tremendo
fiasco.
Muito espaço em branco no pôster é importante. Preenchimento excessivo
afastará as pessoas. Tente fazê-lo de forma bem clara, o que significa que ele seja visto
na ordem certa, embora muitas pessoas ainda lerão o pôster de trás para diante. Impacto
visual é particularmente crítico em uma seção de pôster. Se vocês não têm talento para
desenho, considerem a possibilidade de obter ajuda de um artista gráfico. Tal profissional
pode produzir um pôster atrativo, mesmo no estilo tradicional de cartaz ou no novo
formato de reprodução fotográfica única (superstaf).
Robin Morgan, Professor de Ciências de Animais e Alimentos da Universidade de
Delaware, disse-me isto: "Sou um daqueles cientistas 'fiel à Ciência', que ama pôsteres e
também faz uma porção deles. Escrevo o texto no

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processador de texto e preparo gráficos individuais como EPS, usando McDraw Pro,
DeltaGraph e Quark. Então, mando as partes individuais para um artista gráfico. O artista
adiciona um pouco de cor aqui e ali e coloca tudo isto de forma adequada. Eu então o
imprimo numa gráfica e obtenho a lâmina. O custo é de mil dólares por pôster (muito alto
para muitos cientistas), mas é ótimo trazer para casa um pôster depois de um encontro e
colocá-lo em seu escritório ou laboratório".
Um pôster deve conter realces, de forma que os passantes possam facilmente
discernir se o pôster é algo de interesse deles. Se estão interessados, haverá um montão
de tempo para responder sobre detalhes. Também, é uma boa idéia preparar impressos,
contendo informações mais detalhadas; eles serão apreciados por colegas com
especialidades similares.
Um pôster pode realmente ser melhor que uma apresentação oral para mostrar os
resultados de um experimento complexo. Em um pôster, vocês podem organizar os
realces das várias linhas de estudo, de forma a dar a leitores informados a chance de
reconhecer o que está acontecendo e então obter os detalhes, se assim o desejarem. A
apresentação oral, como estabelecida no capítulo precedente, é melhor para explorar um
único resultado ou ponto.
O que é realmente bom com relação a pôsteres é a variedade de ilustrações que
podem ser usadas. Não há impedimento (como geralmente acontece em publicação em
periódico) para o uso de cor. Todos os tipos de fotografias, gráficos, desenhos, pinturas,
raios X e "quadrinhos" podem ser apresentados.
Tenho visto muitos pôsteres excelentes. Alguns cientistas certamente têm
considerável criatividade. É óbvio que estas pessoas estão orgulhosas da ciência que
estão fazendo e ficam felizes de colocá-la em um belo quadro.
Também tenho visto muitos pôsteres terríveis. Alguns eram simplesmente mal
desenhados. A grande maioria dos maus pôsteres eram ruins, porque o autor estava
tentando apresentar muita coisa. Blocos imensos de material escrito, especialmente se os
tipos são pequenos, não serão lidos. Multidões irão ficar em volta de pôsteres simples,
bem ilustrados; os pôsteres entulhados, cheios de palavras, serão ignorados.

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CAPÍTULO 31

Ética, Direitos e Permissões

A Ciência não seleciona ou molda especialmente pessoas


honestas: ela simplesmente as coloca em uma situação onde
não se paga por trapacear... De tudo que sei, os cientistas podem
mentir ao Imposto de Renda ou a suas esposas tão freqüentemente
ou tão raramente como qualquer outra pessoa.
S. R. Luria

IMPORTÂNCIA DA ORIGINALIDADE
Em qualquer tipo de publicação, vários princípios legais e éticos precisam ser
considerados. As principais áreas a serem consideradas, que sempre estão relacionadas
entre si, referem-se a originalidade e a direitos autorais ("copyright"). Para evitar multas
por plágio ou desrespeito aos direitos autorais, certos tipos de permissão são obrigatórios
para que o trabalho de uma determinada pessoa e, às vezes, mesmo o seus próprios,
sejam publicados.
Em publicação científica, o lado ético da questão é mesmo o mais importante,
porque a originalidade em Ciência tem um significado mais profundo que em outros
campos. Uma pequena história pode ser reimpressa muitas vezes, sem violar os
princípios éticos. Um artigo de pesquisa primário, entretanto, pode ser publicado em um
periódico de originais somente uma vez. Publicação duplicada pode ser legal se for obtida
a apropriada permissão de direito autoral, mas isso é universalmente considerado Um
pecado mortal contra a ética da Ciência. "Publicação repetitiva dos mesmos dados ou
idéias por diferentes periódicos, estrangeiros ou nacionais, reflete esterilidade científica e
constitui-se em explora-

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ção do que é considerado um meio ético de promover-se a si próprio. Plagiar a si mesmo


significa falta de objetividade científica e de modéstia" (Burch, 1954).
Todo periódico de pesquisa primária requer originalidade, sendo esta exigência
usualmente estabelecida na declaração de cabeçalho ou na Instrução aos Autores do
periódico. Tipicamente, esta afirmação é como se segue:
"A submissão de um artigo (que não seja de revisão) a um periódico,
normalmente implica em que ele apresente resultados de pesquisa original ou algumas
idéias novas que ainda não foram publicadas, em que não esteja sendo considerado para
publicação em nenhum outro lugar e em que, se aceito, não será publicado em nenhum
outro lugar, na mesma forma, em Inglês ou outra língua, sem o consentimento dos
editores" ("Notas Gerais sobre a Preparação de Artigos Científicos", The Royal Society,
Londres).
O "consentimento dos editores" não seria dado se vocês solicitassem a
republicação de todo ou de uma parcela substancial de seus artigos em outra publicação
primária. Se um tal consentimento fosse de alguma forma obtido, o editor do segundo
periódico deveria recusar publicar, se o autor possuir publicação prévia. Normalmente, o
consentimento dos editores (ou quem quer que se responsabilize pelos direitos autorais)
deveria ser dado somente se a publicação fosse em um periódico não-primário.
Obviamente, partes do artigo, como tabelas e ilustrações, podem ser republicadas em
revisões. Até mesmo o artigo inteiro pode ser republicado, se a natureza não-primária da
publicação for clara; por exemplo, republicações poderiam ser sempre permitidas em um
volume de "Collected Reprints" (Coleção de Reimpressões), de uma instituição em
particular, em um volume de "Selected Papers" (Artigos Selecionados), sobre um
determinado assunto de uma determinada instituição, ou em um volume comemorativo,
compreendendo artigos de um determinado cientista. Em todas estas circunstâncias,
porém, a permissão apropriada deve ser obtida, tanto por razões éticas, como pelas
legais.

AUTORIA
A lista de nome dos autores (veja Cap. 5) é de considerável importância ética.
Pode cada autor listado ter responsabilidade intelectual pelo artigo? Esta questão veio a
tona muitas vezes nos anos recentes. Várias pessoas listadas como autores de artigos
publicados, que mais tarde mostraram conter dados fraudulentos, tentaram escapar ã
culpa, alegando ignorância. "Realmente não me engajo no que o meu co-autor está
fazendo" tem sido a reclamação típica. Mas esta desculpa não cola. Todo autor de um
artigo deve ter responsabilidade pela validade da ciência que está sendo relatada.

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O QUE É DIREITO AUTORAL?


Direito autoral é o direito legal exclusivo de reproduzir, publicar e vender a matéria
e a forma de um trabalho artístico ou literário. O direito autoral protege formas originais de
expressão, mas não as idéias que estão sendo expressas. Os dados que vocês estão
apresentando não estão protegidos pelo direito autoral; a coleção de dados e as formas
como vocês as apresentaram estão protegidas. Vocês têm os direitos autorais dos artigos
que publicaram, por toda suas vidas mais 50 anos, desde que eles não tenham sido feitos
para um empregador ou por comissionamento de trabalho pago. Se vocês colaboraram
no trabalho, cada pessoa é um co-proprietário do direito autoral, com direitos iguais.
O direito autoral é divisível. O possuidor do direito autoral pode dar a uma pessoa
um direito não-exclusivo de reproduzir o trabalho e à outra, o direito de preparar trabalhos
derivativos, baseados no direito autoral do trabalho. O direito autoral pode também ser
transferido. Transferência de direito autoral deve ser feita, por escrito, pelo proprietário.
Um empregador pode transferir o direito autoral ao indivíduo que desenvolveu o trabalho
original. Como colocado anteriormente, se vocês desejam copiar, reimprimir ou republicar
todas as partes de um trabalho com direito autoral, que vocês não possuem, devem obter
a permissão do proprietário do direito autoral. Se vocês, como autores, transferiram o
direito autoral completo de seus trabalhos para um publicador, devem obter permissão do
publicador para uso de seus próprios materiais.
Uso permitido de material com direito autoral é legal, de acordo com o Ato de
Direito Autoral de 1976 (válido nos Estados Unidos). A lei permite copiar e distribuir
pequenas seções de um trabalho com direito autoral. Ela não permite que vocês copiem
artigos completos e os republiquem sem permissão, quer para fins lucrativos ou outros. A
Academia tem lucrado com o uso permitido do direito autoral. Entretanto, a tendência
atual de fornecer documentos pagos distorceu a forma legal de os obter. Alguns serviços
de cópias estão publicando e distribuindo artigos completos sem permissão do autor ou
do publicador.

CONSIDERAÇÕES SOBRE DIREITOS AUTORAIS


As razões legais para obtenção de permissão, quando se republica o trabalho de
outra pessoa, refere-se à lei do direito autoral. Se o periódico é do tipo que tem direitos
autorais, e praticamente todos eles assim se comportam, a propriedade legal dos artigos
publicados vem revestida de detenção do direito autoral. Assim, se vocês desejam
republicar material com direito autoral, devem obter aprovação do detentor do direito
autoral ou se arriscam a serem processados por desrespeito à lei.

Página 196

Os editores adquirem direitos autorais, de forma que terão as bases legais,


agindo em seus próprios interesses e em favor de todos os autores cujos trabalhos estão
contidos nos periódicos, para evitar uso não autorizado de qualquer trabalho publicado.
Assim, a companhia publicadora e seus autores estão protegidos contra plágio,
apropriação indébita de dados publicados, reimpressão não autorizada para informação
ou outros propósitos e outros maus usos potenciais.
Nos Estados Unidos, sob o "Assignment of Copyright Act" (Acordo de Direito
Autoral), de 1909, a submissão de um manuscrito a um periódico está presumivelmente
comprometida com este acordo de concessão da autoria do autor para o periódico
(publicador). Depois da publicação do periódico, com o direito autoral apropriadamente
impresso no local certo e seguido pelo preenchimento de formulários e pagamento de
taxas necessários, no Registro de Direitos Autorais, a autoria de todos os artigos contidos,
na matéria, efetivamente passam dos autores para o publicador.
O "Copyright Act" (Ato do Direito Autoral) de 1976, que tornou-se efetivo em
janeiro de 1978, requer que este acordo, doravante, não seja mais assumido; ele deve
estar por escrito. Na ausência de uma transferência escrita de direito autoral, considera-
se que o publicador adquiriu somente o privilégio de publicar o artigo no periódico em si; o
publicador deixou de ter o direito de produzir reimpressões, fotocópias e microfilmes ou de
licenciar outros para fazê-los (ou legalmente impedir outros de fazê-los). Também, o
"Copyright Act" estabelece que a proteção do direito autoral começa "quando a caneta
deixa o papel" (equivalente, hoje, a "quando o dedo deixa o teclado"), assim
reconhecendo os direitos de propriedade intelectual dos autores como sendo separados
do processo de publicação.
Além disso, muitos publicadores agora requerem que cada autor que publique em
um periódico assine, dando direito autoral ao publicador, no exato momento em que o
manuscrito é submetido ou quando ele é aceito para publicação. Para efetivar este
acordo, o publicador fornece, a cada autor que está enviando o trabalho, um documento
usualmente chamado "Copyright Transfer Form" (Formulário de Transferência de Direito
Autoral). A Figura 13 mostra o formulário recomendado pelo "Journal Procedures and
Practices Committee" (Comitê de Procedimentos e Práticas de Periódicos) do CBE
(Conselho de Editores de Biologia) (1978).
Um outro recurso do novo "Copyright Act", que é de interesse dos autores, refere-
se a fotocópias. Por um lado, os autores querem ver seus artigos receberem ampla
distribuição. Por outro lado, eles não querem (eu espero) que isto aconteça às expensas
do periódico. Assim, a nova lei reflete estes interesses conflitantes, definindo como "uso
legal" certos tipos de cópias feitas por bibliotecas e instituições educacionais (isto é, cópia
feita sem permissão e sem paga-

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Figura 13. Formulário de transferência de Direito Autoral sugerido pelo Comitê de


Procedimentos e Práticas de Periódicos do Conselho de Editores de Biologia (1987).

Formulário de transferência de Direitos Autorais

Data ____ N° ____

ACORDO DE DIREITO AUTORAL

O ____ tem a honra de publicar seu artigo, intitulado ____

Em consideração a publicação do Artigo, o Autor, ou seus sucessores, nos


outorgam todos os direitos do Artigo, de qualquer que seja a natureza, incluindo aquelas
agora ou posteriormente protegidas pelas Leis de Direitos Autorais dos Estados Unidos e
de todos os países estrangeiros, assim como qualquer renovação, extensão ou reversão
de direitos autorais, agora ou no porvir, estabelecidos em qualquer país.
O Autor garante que sua contribuição é um trabalho original não publicado em
outro local, no total ou em parte, exceto na forma de resumo, que ele tem total poder de
fazer este acordo e que o Artigo não contém nenhuma matéria libidinosa ou de alguma
outra forma contra a lei ou que invada os direitos de privacidade ou que infrinja qualquer
direito de propriedade.
O Autor garante que o Artigo não foi previamente publicado e que, se partes
foram previamente publicadas, obteve permissão de publicação para a publicação neste
Periódico e o Autor submeterá uma cópia da liberação da permissão e cópia dos recibos
de pagamento, junto com seu manuscrito.
O Responsável, por outro lado, outorga ao Autor os direitos de livre republicação
em qualquer livro do qual ele seja o Autor ou o Editor, sujeito à condição expressa de que
a resposta legal ao pedido de direito autoral seja dada.
O Autor não receberá "royalty" ou outra compensação monetária pela assinatura
estabelecida neste acordo.
Por favor, indique sua aceitação dos termos da publicação, assinando e datando
este acordo e retomando-o de forma própria a ____.

_____ _____
Assinatura do Autor data Assinatura do Autor data

_______ _________
Assinatura do Autor data Assinatura do Autor. data

Exceção para os Autores Empregados pelo Governo dos Estados Unidos: Eu


atesto que o artigo acima foi escrito como parte dos deveres oficiais dos autores
empregados pelo Governo dos Estados Unidos e que a transferência de direito autoral
não pode ser feita.
________________________ ______________________
Assinatura do Autor Assinatura do Autor
data data

________________________ ______________________
Assinatura do Autor Assinatura do Autor
data data

mento de direitos), enquanto, ao mesmo tempo, protegem o publicador contra cópia


sistemática não autorizada.
Para tornar fácil a autorização para usar os artigos de periódicos, dada a
fotocopiadores sistemáticos, e a remessa dos "royalties" (pagamentos por direi-

Página 198

tos autorais), foi fundado um Centro de Liberação de Direitos Autorais. A maior parte dos
publicadores científicos de qualquer tamanho tem aderido ao Centro. Esta casa de
liberação centralizada torna possível, a um usuário, fazer quantas cópias quiser sem a
necessidade de obter permissão prévia, desde que o usuário estiver disposto a pagar, ao
Centro, o direito autoral estabelecido pelo publicador. Assim, o usuário necessita lidar
somente com uma fonte, em vez de ter que encarar a necessidade de pedir permissão e,
então, pagar direitos autorais a centenas de diferentes publicadores.
Pelo fato de, tanto a ética científica, quanto a lei de direitos autorais, serem de
fundamental importância, todo cientista deve ser agudamente sensível a elas.
Basicamente, isto significa que vocês não devem republicar tabelas, figuras e partes
substanciais de texto, a não ser que obtiveram permissão do detentor dos direitos
autorais. Mesmo assim, é importante que rotulem tais materiais reimpressos, usualmente
com uma linha que dá o crédito, como se segue: "Reimpresso com permissão de
(referência do livro ou periódico); direito autoral (ano) de (proprietário do direito autoral)".
Quando vocês não dão o crédito próprio às fontes, mesmo breves frases do
trabalho de outra pessoa podem ser uma violação à ética de sua profissão. Estes
desrespeitos à ética, ainda que não intencionais, podem afetar de forma adversa a
permanência entre seus pares.
Simplesmente citar, esta é a responsabilidade de qualquer cientista para manter a
integridade da publicação científica.

DIREITOS AUTORAIS E PUBLICAÇÃO ELETRÔNICA


Tradicionalmente, os periódicos e livros foram bem definidos como entidades
legais. Entretanto, uma vez que a mesma informação entra em um ambiente digital, ela se
torna um documento composto que inclui não somente texto, mas também códigos de
programação e acesso a informação de bases de dados que foram usualmente criados
por alguém (geralmente várias pessoas), outro que não é o autor do artigo. Toda a lei de
direito autoral e todas as regras e regulamentações relativas aos direitos autorais ficam
valendo para publicação eletrônica, incluindo material colocado na Internet. A não ser que
o autor ou o possuidor do direito autoral do trabalho posto na Internet tenha colocado no
trabalho uma nota específica, estabelecendo que o item é de domínio público, ele está
sob o mando dos direitos autorais e não se pode reproduzi-lo sem permissão. Embora
não precisem colocar uma nota de direito autoral para proteção de seus materiais na
internet, fazendo isso, agem no sentido de alertar as pessoas que usam seu material sem
permissão. Para colocar tal aviso, precisam apenas

Página 199

por a palavra "Copyright", a data da publicação e o nome do autor ou do possuidor do


direito, em seguida ao título do trabalho, por exemplo, "Copyright 1998 de Magon
Thompson (ou Sundown Press)".
Os publicadores são obrigados a proteger um direito autoral, não somente em seu
próprio proveito, mas também em benefício do autor. Considerando-se que a versão
eletrônica de um artigo pode ser feita de várias formas, os publicadores, eles mesmos,
nem sempre estão atentos a possíveis problemas e armadilhas. Vocês devem assegurar-
se de que os publicadores de seus artigos científicos garantam, escrevendo, que
manterão acuradamente suas palavras e intenções, se seus artigos forem traduzidos para
um ambiente digital. Por exemplo, relatórios de encontros são geralmente colocados em
um CD-ROM, com conteúdos, palavra-chave e acesso indexado a artigos que ele contém.
Além do mais, o material pode incluir ligações de hipertexto a outras informações,
incluindo outros artigos, gráficos e informação adicional, juntados pelo publicador do
periódico. Vocês precisarão assegurar-se de que o acesso que o periódico forneceu aos
dados de seus artigos no CD ou na página da Web, ou para seus artigos a partir de
outros, concorda com a forma em que desejam que seu trabalho seja representado.
Vocês podem confiar em tudo que está implícito no formato eletrônico dado por seus
periódicos, mas uma vez que o periódico entre na arena eletrônica, a representação dada
ao trabalho que vocês criaram pode incluir propriedades que conflitem com seus trabalhos
e idéias.
Devido às imensas mudanças que estão ocorrendo no mundo eletrônico dos
direitos autorais, tanto as organizações dos publicadores como as dos autores estão se
unindo para identificar e lidar com documentos de direitos autorais, através da aplicação
de uma base de dados voltada a este propósito. Um tal sistema é o PII (Publisher Iten
Identifier - Item Identificador do Publicador), um sistema de rotulação, tanto para
impressão como para formatos eletrônicos, que é usado pela American Chemical Society
e pela American Mathematical Society, entre outras. O possuidor do direito autoral de um
trabalho publicado pode criar seu próprio rótulo PII. Porque a tecnologia está mudando
tão rapidamente e fornecendo tantas novas formas de publicação e de distribuição de
dados, o campo do direito autoral eletrônico está ainda em andamento. Toda vez que um
trabalho do qual vocês têm o direito autoral for ser publicado num formato eletrônico, não
deixem de conhecer e entender completamente seus direitos sob a lei de direitos autorais
vigente.

Página 200

CAPÍTULO 32

Uso e Mau Uso do Inglês* (Nota de rodapé)

Palavras longas nomeiam pequenas coisas. Todas as grandes coisas


têm nomes pequenos, assim como vida e morte, paz e guerra, ou
crepúsculo, dia, noite, amor, casa. Aprender a usar palavras
pequenas de forma grande - É tarefa difícil. Elas, porém, dizem
o que se quer expressar. Quando não souber o que está querendo
dizer, use palavras grandes: elas geralmente enganam gente pequena.
SSCBOOKNEWS, julho de 1981

MANTENHAM A SIMPLICIDADE
Nos primeiros capítulos deste livro, eu apresentei um esquema dos vários
componentes que podem supostamente compor um artigo científico. Talvez, com este
esquema, o artigo não será totalmente escrito por si mesmo. Se este esquema, este
formato de organização, for seguido, porém, eu acredito que a escrita será bem mais fácil
que de outra forma.
Sem dúvida, vocês ainda precisam usar a língua inglesa. Para muitos de vocês,
isto é difícil. Se sua língua nativa não é o Inglês, vocês deverão ter problemas. O Writing
Research Papers: An Easy Guide for Non-Native-English Speakers (Escrevendo Artigos
de Pesquisa: Um Guia Fácil para Pessoas de Língua Materna diferente do Inglês), da
Stapleton (1987) pode ser útil. Se nasceram em países de língua inglesa, vocês ainda
terão problemas, porque a língua nativa de muitos de seus leitores não c o Inglês.
Aprendam a apreciar, como muitos editores chefes aprenderam, a beleza
cristalina de uma sentença declarativa simples. Vocês então evitarão muitos problemas
gramaticais sérios e tornarão tudo mais fácil para as pessoas cuja língua nativa não é o
Inglês.

Nota de rodapé:
*NT; Este capítulo é destinado às pessoas que pretendem submeter seus artigos
científicos a periódicos publicados na língua inglesa.

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INFINITIVOS SUBDIVIDIDOS, COMPLEMENTOS MAL EMPREGADOS E OUTROS


CRIMES
Não é sempre fácil reconhecer um infinitivo subdividido ou um particípio mal
empregado ou um gerúndio, mas vocês podem evitar muitos problemas, dando a devida
atenção à sintaxe. A palavra "sintaxe" refere-se à parte da gramática que diz respeito à
forma pela qual as palavras são unidas para formar frases, cláusulas e sentenças. De
acordo com Will Rogers: "A sintaxe (syntax, em Inglês) tem que ser ruim, tendo, em si
mesma, tanto sin (pecado) como tax (imposto).
Isto não significa que um particípio mal empregado ou outros complementos mal
colocados não sejam divertidos, depois que desenvolvemos um gosto para estas coisas.
O trabalho diário de um editor-chefe não seria completo sem que ele ou ela saboreasse
preciosidades, como "Lying on top of the intestine, you will perhaps make up a small
transparent thread" (Situando-se no alto do intestino, você comporá, talvez, uma pequena
linha transparente). (Quanto à sintaxe, esta sentença não poderia estar mais errada. A
primeira palavra na sentença, "Lying" - Situando-se - modifica a última palavra, "thread" -
linha).
Aqueles de vocês que usam procedimentos gramaticais podem estar interessados
em uma nova técnica relatada em um manuscrito submetido ao Journal of Bacteriology:
"By filtering through Watman no 1 filter paper, Smith separated the components "
(Filtrando-se através de papel de filtro Watman no 1, Smith separou os componentes).
Claro, estes charmosos erros gramaticais não estão limitados à Ciência. Estava
lendo uma novela de mistério, Death Has Deep Roots (A morte Tem Raízes Profundas),
de Michael Gilbert, quando encontrei um complemento mal colocado particularmente
sensual: "He placed at Nap's disposal the marriage bed of his eldest daughter, a knobhed
engine of brass and iron" (Ele se dispôs a tirar uma soneca na cama de casal de sua irmã
mais velha, um engenho provido de puxadores de latão e ferro).
Um departamento de bombeiros do Hampshire, na Inglaterra, recebeu um
memorando governamental, pedindo informações estatísticas. Uma das questões era:
"How many people do you employ, broken down by sex?" (quantas pessoas empregam,
divididas/decaídas pelo sexo?). O chefe dos bombeiros tomou esta pergunta ao pé da
letra, respondendo: "None. Our problem here is booze" (Nenhuma. Nosso problema aqui
é intoxicação/embriaguez).
Se alguns de vocês compartilham meu interesse por corridas de trote, podem
lembrar-se de que a corrida Hambletoniana de 1970 foi vencida por um cavalo chamado
Timoty T. A versão de The Washington Post sobre a história é que Timoty T.
evidentemente tinha uma interessante passado: "Timoty T. - sired by Ayres, the 1964
Hambletonian winner with John Simpson in the sulky - won the first heat going away"
("Timoty T - criado por Ayres, o ganhador da corrida Hambletoniana com John Simpson
na charrete - ganhou o primeiro páreo andando na frente").
Eu realmente gosto do The Washington Post. Algum tempo atrás, ele publicou um
artigo intitulado "Antibiotic-Combination Drugs Used to Treat Colds Banned by FDA"
(Drogas que contêm antibióticos combinados, usados para tratar resfriados proibidos pela
FDA - "banned", proibido, um adjetivo, tanto pode servir para modifi

Página 202

car palavras masculinas quanto femininas, de modo que, como colocado na frase em
Inglês, parece que o que o FDA proíbe são os resfriados e não as drogas - Nota da
Tradutora). Talvez, a próxima proibição da FDA seja para todos os resfriados e os
virologistas terão que descobrir uma outra linha de trabalho.
Como é bem conhecido, o The Washington Post ganhou vários prêmios Pulitzers.
As vezes, porém, seus revisores de provas são pegos dormindo. Um exemplo é o
seguinte (de uma matéria do Post de 1 de novembro de 1979):

"Suicide Forest" Toll 43 So Far This Year Reuters


FUJI-YOSHIDA, Japan, Oct. 31 –The bodies of 43 suicides were recovered this
year from the infamous "Forest of No Return" at the foot of Mount Fuji near here, police
said today.
In the final search of the year, police and firemen combed the forest yesterday and
found five bodies,
At least 176 bodies have been recovered from the area since 1975.
A novel published in 1960 in Japan June 7. A joke's a joke, but hey, cut called
Edwards that same afternoon, covered from the area since 1975.
Joyce Selcnik was not amued. She and later serialized on television glamorized
the forest as a place for peaceful death, especially for persons thwarted in love.

Descrição de figura: tirinha animada do personagem Charlie Brown com quatro


quadrinhos. Nelas o personagem está com uma expressão de aflição/chateação deitado
na cama num quarto escuro. No primeiro quadrinho o personagem fala “-As vezes eu fico
acordado à noite, e pergunto, “Isso tudo é válido?”. No segundo ele fala “-Então uma voz
diz, “com quem você está falando?”. No terceiro quadrinho ele diz “- Então uma outra voz
diz, “você quer dizer, ‘Para quem você está falando?’”. E no quarto quadrinho ele conclui
“-Não é atoa que eu fico acordado à noite”.
Quadrinhos reimpressos com permissão do United Feature Syndicate, Inc.

Página 203

Pensando em bibliotecas, eu posso sugerir um novo tipo de aquisição. Uma vez


eu editei um manuscrito contendo uma sentença: "A large mass of literature has
accumulated on lhe cell walls of staphylococci" ("Uma grande quantidade de literatura
acumulou-se sobre paredes de células de staphylococci). Depois que os bibliotecários
catalogarem os staphylococci, eles têm que iniciar-se em linguagem de peixe, de acordo
com esta sentença de um manuscrito recente: "The resulting disease has been described
in detail in salmon" (A doença resultante foi descrita em detalhe em salmão).
Um livro de revisão publicado continha esta sentença: "This book includes
discussion of shock and renal failure in separate chapters" (Este livro contém discussão
de choque e falência renal em capítulos separados). O primeiro parágrafo de uma notícia
divulgada pela American Lung Association dizia: " 'Women seem to be smoking more but
breathing less', says Colin R. Woolf, M. D., Professor, Department of Medicine, University
of Toronto. He presented evidence that women who smoke are likely to have pulmonary
abnormalities and impaired lung function at the annual meeting of the American Lung
Association" ('"As mulheres parecem estar fumando mais, mas respirando menos', diz
Colin R. Woolf, M. D., Professor do Departamento de Medicina da Universidade de
Toronto. Ele apresentou evidência de que as mulheres que fumam têm tendência a ter
anormalidades e as funções pulmonares prejudicadas no encontro anual da Associação
Americana de Pneumologia"). Mesmo que o encontro da ALA tenha sido na aprazível
cidade de Montreal, eu espero que as mulheres que fumem permaneçam em casa.

OS DEZ MANDAMENTOS DA BOA ESCRITA


1.Cada pronome deve concordar com seu antecedente.
2.Exatamente entre "you" (você/vocês) e "I" (eu), a desinência é importante.
3.Uma preposição é uma palavra inadequada para se colocar no final de uma
sentença, (incidentalmente, vocês ouviram falar da prostituta que violou uma regra de
gramática? Ela inconscientemente abordou um homem vestido modestamente e sua
proposição terminou com uma sentença).
4.Os verbos têm que concordar com seus sujeitos.
5.Não usem duplos negativos.
6.Lembrem-se de nunca sub-dividir o infinitivo.
7.Evitem clichês como se fossem a peste.
8.Juntem de forma adequada as orações, por meio de conjunções.
9.Não usem hipérbole; somente um escritor em um milhão pode usá-la
corretamente.
10.Aproximem os elementos da sentença.

De fato, mudei minha cabeça acerca do uso de duplos negativos. Durante a


última eleição presidencial, visitei minha velha cidade natal, que está no meio de um
amplo campo de milho, no norte de Illinois. Chegando após um intervalo de alguns anos,
eu fiquei gratamente surpreso em perceber que eu ainda entendia os nativos. De fato,
fiquei um pouco chocado ao notar que a forma de falar deles era verdadeiramen-

Página 204

Descrição de figura: Tirinha de três quadrinhos. No primeiro um homem em cima


de um parlamento, discursando para pessoas que fazem anotações de cabeçe baixa, fala
“- Todo americano tem direito de votar em quem quer que seja (“whoever”) ou mesmo...”.
No segundo quadrinho, mostra-se apenas o rosto dele, ele continua “- em qualquer um
ele ou ela (“whomever”) que desejem,”, e conclui no terceiro quadrinho, com as pessoas
olhando para ele, “- depende da orientação gramatical.”.
© Trihunc Mediu Services, Inc. Todos os Direitos Reservados. Reimpresso com
permissão.

te expressiva, mesmo quando eles eram bem-aventuradamente desprovidos da regra


contra duplos negativos. Uma noite, no lugar de encontro local, apropriadamente
chamado de "Taverna do Fazendeiro", eu discursava, para o homem do banquinho de bar
ao lado, acerca dos relativos desméritos dos dois candidatos à presidência. Sua falta de
interesse foi então comunicada através da clara afirmação: "Ain't nobody here knows
nothin' about polities" (Não há ninguém aqui que sabe nada sobre política - "Ain't", em vez
de is not e nothin', em vez de nothing, na forma caipira de pronunciar as palavras).
Enquanto eu estava ruminando este triplo negativo, um cavalheiro taciturno, do fundo do
bar, olhou nobremente para sua cerveja e proclamou: "Ain't nobody here knows nothin'
about nothin' nohow" (Não há ninguém aqui que sabe nada sobre nada de nenhum
modo). Estranhamente, este quíntuplo negativo forneceu a melhor descrição que eu já
havia ouvido sobre minha cidade natal.

FALANDO METAFORICAMENTE
Embora a metáfora não esteja coberta pelas regras acima, eu sugiro que vocês
observem suas comparações e metáforas. Usem-nas raramente em redação científica. Se
as usarem, usem-nas com cuidado. Nós todos vimos metáforas misturadas e notamos
como a compreensão fica misturada junto com as metáforas. (Visualize o seguinte: "A
virgin forest is a place where the hand of a man has never set foot" - Uma floresta virgem
é um lugar onde a mão de um homem nunca fincou pé). O fora do comum com esta linha
é. que ela é um tipo que eu chamo de "metáfora auto-destrutiva". A favorita em minha
coleção foi engenhosamente concebida pelo eminente microbiologista L. Joc Berry. Após
uma de suas sugestões que foram rapidamente negadas pelo voto de um comitê, Joc
disse: "Doy, I got shot down in flames before I ever got off lhe ground" - Caiu, eu consegui
ser derrubado em chamas antes mesmo de ter saído do chão".
Fiquem atentos para expressões populares. Estas são usualmente comparações
e metáforas (p. ex., tímido como um camundongo). O emprego de comparações e
metáforas usadas cm determinado momento resulta em escrita interessante e pitoresca; o
uso delas após ultrapassadas, torna a redação confusa.

Página 205
Algumas palavras tornaram-se conhecidas, usualmente por terem sido indelevel-
mente ligadas a alguma outra palavra. Um exemplo é a palavra "leap" (salto); um "leap" é
insignificante até que ele seja um "quantum leap" (salto de um quantum). Um outro
exemplo é o verbo "wreak" (desafogar, vingar-se). Pode-se "wreak havoc" (vingar-se
devastadoramente), mas nada mais parece ficar "wreaked" (saciado) estes dias. Como o
dicionário diz que "wreak" significa "to bring about" (trazer à tona), qualquer um pode ser
capaz de "wreak a weak pain for a week" ("trazer à tona uma fraca dor por uma semana").
"To wreak a wry smile" (Para trazer à tona um sorriso torto), tentem dizer: "I've got a weak
back" (Eu consegui umas costas fracas). Quando alguém perguntar quando vocês
conseguiram isto, respondam-lhe: "Oh, about a week back" (Oh! Há cerca de uma
semana atrás). ("At the local deli, we call this tongue in cheek on wry" - No linguajar local,
nós chamamos isto de língua na bochecha torta). Aquela pessoa pode então responder:
"Wow. That boggles the mind" (Uau! Isto espanta a mente). Vocês, então,
inteligentemente podem perguntar o que mais é possível causar espanto/ fazer-se de
errado ("gets boggled"), hoje em dia.
MAU USO DE PALAVRAS
Atentem também para palavras auto-destrutivas ou que sejam redundantes. Eu
recentemente ouvi alguém descrito como um "well-seasoned novice" (noviço bem-
conservado). Um artigo de jornal referia-se a "young juveniles" (jovens juvenis). Num
aviso em uma loja para colecionadores de selos e moedas lia-se: "authentic réplicas"
(réplicas autênticas). Se há alguma expressão que é mais dúbia que "7 a.m. in lhe
morning" (7 da manhã de manhã), ela é a expressão "viable alternative" (iillcrnalivn
viável). (Se uma alternativa não for viável, ela não é uma alternativa).
Certas palavras são usadas erradamente milhares de vezes, na escrita científica,
Algumas das piores ofensas são as seguintes:
amount. Usem esta palavra quando se referirem a uma massa ou agregado.
Usem número, quando estiverem envolvidas unidades. "An amount of cash" (Uma porção
de dinheiro) está correto. "An amount of coins" (uma quantidade de moedas) é errado.
and/or. Esta é uma construção relaxada, usada por milhares de autores, mas
aceita por poucos editores experientes. Bernstein (1965) disse: "Quaisquer que sejam
seus usos em Inglês legal ou comercial, esta combinação é uma monstruosidade visual e
mental que deve ser evitada em outras formas de escrita".
case. Esta é a palavra mais comum na linguagem de jargão científico. Deve ser
substituída por expressão menor e mais curta: "in this case" (neste caso) significa "here"
(aqui); "in most cases" (na maioria dos casos) significa "usually" (usualmente); "in ali
cases" (em todos os casos) significa "always" (sempre); "in no case" (em nenhum caso)
significa "never" (nunca).
each / every. Se eu tivesse um dólar por "todo o" (every) erro que eu cometi,
quanto eu teria? A resposta é um dólar. Se eu tivesse um dólar para "cada" (each) erro
que eu cometi, eu seria um milionário.

Página 206

it. Este útil pronome comum pode causar problema, se o antecedente não estiver
claro, como no aviso onde se lê: "Free information about VD. To get it, call 555-7000"
(Informação grátis sobre VD. Para obter isso, chame 555-7000 - o "it", aqui traduzido por
"isso", pode referir-se à informação ou ao VD - Nota da Tradutora).
like. Freqüentemente usada como uma conjunção. Deve ser empregada como
uma preposição. Quando necessitar de uma conjunção, substitua por "as". "Likeljust said,
this sentence should have started with "As" (Do mesmo modo que eu disse, esta sentença
deveria ter-se iniciado por "como").
only. Muitas sentenças são "somente" ("only") parcialmente compreensíveis,
porque a palavra only está posicionada corretamente na sentença "apenas" (only)
algumas vezes. Considere esta sentença: "I hit him in the eye yesterday" (Eu bati nele, no
olho, ontem). A palavra only pode ser adicionada no início da sentença (Somente eu bati
nele, no olho, ontem), no fim da sentença (Eu bati nele, no olho, ontem somente) ou entre
qualquer duas palavras, dentro da sentença (Eu somente bati nele, no olho, ontem; Eu
bati somente nele, no olho, ontem; Eu bati nele somente, no olho, ontem; Eu bati nele, no
olho somente, ontem), mas olhe para as diferenças de significado que daí resultam.
quite. Esta palavra é freqüentemente usada em redação científica. A próxima vez
que vocês perceberem que ela está em seu manuscrito, retirem- na e leiam a sentença
novamente. Perceberão, sem exceção, que "quite is quite unnecessary" ("quite" é
"praticamente" desnecessário).
varying. A palavra "varying" significa mudando ("changing "). Geralmente usada
erroneamente, quando se quer dizer vários ("various"). "Various concentrations" (Várias
concentrações) são concentrações definidas que não variam.
which. Embora "which" (que) e "that" (que) possam ser usados alternativamente,
às vezes, não é possível fazer isso. A palavra "which" é propriamente usada num sentido
"não-restritivo", para introduzir uma cláusula que não é essencial ao resto da sentença;
"that" introduz um termo essencial. Examinem estas duas sentenças: "Mutantes CetB,
which are tolerant to colicin E2, also have an altered..." (Mutantes CetB, que são
tolerantes a colicina E2, também têm uma... alterada...). "Mutantes CetB that are tolerant
to colicin E2 also have an altered..." (Os mutantes CetB que são tolerantes a colicina E2
também têm uma ... alterada). Notem a diferença substancial de significado. A primeira
sentença - uma oração explicativa - indica que todos (ali) os mutantes CetB são tolerantes
a colicina; a segunda sentença indica que somente alguns dos mutantes CetB são
tolerantes à colicina.
while. Quando existe uma relação de tempo, o uso de "while" é correto; de outra
forma, usar "whereas" seria uma melhor escolha. "Nero fiddled while Rome burned" (Nero
tocava harpa enquanto Roma queimava) é adequado. Não o é dizer "Nero fiddled while I
wrote a book on scientific writing" (Nero tocou harpa, enquanto que eu escrevi um livro
sobre redação científica).
Mau uso de palavras pode, às vezes, servir de entretenimento, se não para
esclarecimento, Eu sempre apreciei a palavra "thunderstruck" (fulminado), embora eu
nuca tenha tido o prazer de encontrar alguém que tenha ficado chocado (struck) por um
trovão (thunder). Jimmy Durante construiu seu estilo de humor, usando palavras

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mal empregadas. Nós todos as apreciamos, mas quase nunca isso contribui para a
compreensão. Raramente pode-se usar uma coisa distorcida em desenho, para adicionar
interesse pitoresco à sua fala ou à sua escrita*(nota de rodapé). Uma frase que eu usei
várias vezes é o clássico "I'm really nostalgic about the future" (Eu realmente estou
saudoso acerca do futuro).
Isto me lembra a história de um estudante de pós-graduação que havia chegado
recentemente neste país, vindo de um dos mais remotos países do mundo. Ele tinha um
extenso vocabulário em Inglês, desenvolvido em muitos anos de estudo assíduo.
Infelizmente, ele teve poucas oportunidades de falar a língua. Logo depois de sua
chegada a este país, o diretor convidou um grupo de estudantes e professores para um
chá da tarde. Alguns dos membros da faculdade logo engajaram o novo estudante
estrangeiro na conversação. Uma das primeiras perguntas feitas foi "Você é casado? O
estudante disse: "Oh, yes, I am most entrancingly married to one of the most exquisite
belle of my country, who will soon be arriving here in the United States, ending our
temporary bifurcation" (Oh, sim! Eu estou muito arrebatadoramente casado com 1 das
beldades mais especiais de meu país, que logo estará chegando aqui, nos Estados
Unidos, terminando nossa bifurcação temporária). Os membros da faculdade trocaram
olhares de interrogação - então, veio a próxima pergunta: "Você tem filhos?" O estudante
respondeu: "No". Depois de pensar um pouco, ele decidiu que esta resposta precisava de
alguma explicação, então, disse: "You see, my wife is inconceivable" (Vejam, minha
esposa é inconcebível). Com isso, seus interlocutores não conseguiram esconder seus
sorrisos, de modo que o estudante, percebendo que cometera um passo em falso, decidiu
tentar novamente. Ele disse: "Perhaps I should have said that my wife is impregnable"
(talvez eu devesse ter dito que minha esposa é inexpugnável). Quando este comentário
foi recebido com francas gargalhadas, o estudante resolveu tentar uma vez mais: "I guess
I should have said my wife is unbearable " (Eu suponho que deveria ter dito que minha
esposa é insuportável).
Deixando de lado a seriedade, há algo, sobre o uso (mais do que sobre o abuso)
do Inglês em escrita científica, que merece comentário especial?. Calma, Eu darei a
vocês uma resposta tensa/sobre tempo de verbo ("tense answer").

TEMPO DE VERBO NA ESCRITA CIENTÍFICA


Há uma convenção especial para escrever artigos científicos que é muito cheia de
truques. Ela tem a ver com tempo de verbo, e é importante, porque seu uso de forma
própria deriva da ética científica.
Quando um artigo científico foi validamente publicado em um periódico de
originais, ele então passou a ser conhecimento estabelecido. Em conseqüência, toda vez
que vocês citarem trabalho previamente publicado, a ética requer que tratem este trabalho
com respeito. Vocês o fazem, usando o tempo presente. É correto dizer "Estreptomicina
inibe o crescimento de M. tuberculosis (13)". Toda vez que vocês citarem ou discutirem
dados previamente publicados, deve-

Nota de rodapé:
*NT: fazendo um trocadilho, porque "picturesque", simula "picture", pintura.

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rão usar o tempo presente; estão citando conhecimento estabelecido. Vocês deveriam
dizer isso da mesma forma que diriam "A Terra é redonda". (Se foi provada, através de
experimentos posteriores, a falsidade de resultados prévios publicados, o uso do passado
em vez do presente seria apropriado).
Seus próprios trabalhos atuais deves ser referidos no tempo passado.
Presumivelmente, ao relatar seus trabalhos, eles ainda não são conhecimento
estabelecido, só depois deles serem publicados. Se vocês determinaram que a
temperatura ótima de crescimento para Streptomyces everycolor foi 37°C, vocês deveriam
dizer "S. everycolor cresceu melhor a 37°C". Se vocês estão citando trabalho já publicado,
possivelmente os seus próprios, é então correto dizer "S. everycolor cresce melhor a
37ºC".
Em um artigo científico típico, vocês normalmente vão e voltam entre os tempos
passado e presente. A maioria dos Resumos devem ser no passado, porque vocês estão
se referindo a seus próprios resultados presentes. Da mesma forma, as seções de
Materiais e Métodos e de Resultados devem ser no passado, à medida que vocês
descrevem o que fizeram e o que descobriram. Por outro lado, muito da Introdução e da
Discussão deve estar no tempo presente, porque estas seções geralmente enfatizam
conhecimento previamente estabelecido.
Suponham que sua pesquisa refira-se ao efeito da estreptomicina em
Streptomyces everycolor. O tempo pode variar mais ou menos como se segue.
No Resumo, vocês devem escrever: "Foi testado o efeito da estreptomicina sobre
S. everycolor, crescido em vários meios. O crescimento de S. everycolor, medido em
termos de densidade óptica,foi inibido em todos os meios testados. A inibição foi mais
pronunciada em altos níveis de pH".
Na Introdução, sentenças típicas podem ser: "A estreptomicina é um antibiótico
produzido por Streptomyces griseus (13). Este antibiótico inibe o crescimento de certas
outras linhagens de Streptomyces (7, 14, 17). O efeito da estreptomicina em S. everycolor
é relatado neste artigo.
Na seção de Materiais e Métodos, vocês deverão escrever: "O efeito da
estreptomicina foi testado na inibição do crescimento de S. everycolor, em agar de
Tripticase de soja (BBL) e vários outros meios (Tabela 1). Várias temperaturas de
crescimento e níveis de pH foram empregados. O crescimento/o/medido em termos de
densidade óptica (unidades Klett)".
Nos Resultados, vocês devem escrever: "O crescimento de S. eveycolor foi
inibido por estreptomicina em todas as concentrações (Tabela 2) e em todos os níveis de
pH (Tabela 3) testados. A inibição máxima ocorreu em pH 8,2; a inibição foi desprezível
abaixo do pH 7".
Na Discussão, vocês devem escrever: "S. eveycolor foi mais suscetível a
estreptomicina em pH 8,2, enquanto que S. nocolor é mais suscetível em pH 7,6 (13).
Várias outras espécies de Streptomyces são mais suscetíveis a estreplomicina mesmo
em níveis de pH mais baixos (6, 9, 17).

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Resumindo, vocês devem normalmente usar o tempo presente quando referirem-


se a trabalho previamente publicado e devem usar o tempo passado, quando referirem-se
a seus resultados presentes.
A principal exceção a esta regra são as áreas de atribuição e de apresentação. E
correto dizer: "Smith (9) mostrou que a estreptomicina inibe S. nocolor". E também correto
dizer: "A Tabela 4 mostra que a estreptomicina inibiu S. everycolor em todos os níveis de
pH". Outra exceção é que os resultados de cálculos e de análises estatísticas devem
estar no tempo presente, mesmo que os objetos sobre os quais eles se referem estejam
no tempo passado, por exemplo: "Estes valores são significantemente maiores que
aqueles das fêmeas da mesma idade, indicando que os machos cresceram mais
rapidamente". Ainda outra exceção é uma afirmação geral ou verdade conhecida.
Colocando de forma simples, vocês poderiam dizer: "A água foi adicionada e as toalhas
ficaram úmidas, o que prova novamente que a água é molhada". Constantemente, vocês
irão precisar usar este tipo de variação de tempo: "Quantidades significantes de
procolágeno tipo IV foram isoladas. Estes resultados indicam que o procolágeno tipo IV é
o constituinte principal da ECM das células de Schwann".

VOZ ATIVA VERSUS VOZ PASSIVA


Falemos de voz do verbo. Em qualquer tipo de redação, a voz ativa é usualmente
mais precisa e menos verbosa que a voz passiva. (Isto não é sempre verdade; se fosse,
vocês teriam um Décimo Primeiro Mandamento: "A voz passiva nunca deve ser usada").
Por que, então, os cientistas insistem em usar a voz passiva? Talvez este mau hábito seja
o resultado da idéia errônea de que é algo indelicado usar os pronomes na primeira
pessoa. Em conseqüência, o cientista tipicamente usa certas afirmações verbosas e
imprecisas, como "It was found that" (foi descoberto que), preferencialmente à expressão
curta e sem ambigüidade "I found" (Eu descobri/encontrei).
Eu, com isso, peço a todos os cientistas jovens que renunciem à falsa modéstia
das gerações passadas de cientistas. Não tenham medo de nomear o agente da ação na
sentença, mesmo quando for "Eu" ou "Nós". Uma vez que vocês adquiram o hábito de
dizer "Eu descobri", vocês também descobrirão que têm a tendência a escrever "S.
aureus produziu lactato", em vez de "Lactato foi produzido por S. aureus". (Notem que a
afirmação "ativa" tem três palavras; a passiva requer cinco.)
Vocês podem evitar a voz passiva, dizendo: "Os autores encontraram", em vez de
"Foi encontrado". Comparado com o simples "nós", entretanto, "os autores" é pretensioso,
verboso e impreciso (que autores?).

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EUFEMISMOS

Em redação científica, palavras e frases eufemísticas normalmente não devem


ser usadas. A realidade áspera da morte não é melhorada, substituindo-a por
"passamento". Animais de laboratório não são "sacrificados" como se os cientistas fossem
engajados em exercícios religiosos de iniciação. Eles são mortos e isso é isso. O Manual
de Estilo da CBE (Comitê de Manual de Estilo do Conselho de Editores de Biologia, 1983)
cita um belo exemplo deste tipo de eufemismo: "Alguns na população sofreram
conseqüências mortais do Chumbo na farinha". O Manual, então corrigiu esta sentença,
adicionando considerável clareza, ao mesmo tempo que eliminava o eufemismo:
"Algumas pessoas morreram por comer pão feito com farinha contaminada por Chumbo".
Recentemente, eu dei essa sentença de "conseqüências mortais" aos estudantes de pós-
graduação numa questão de um teste sobre redação científica. A maioria foi
simplesmente incapaz de dizer "morte". Por outro lado, eu recebi algumas respostas
criativas. Duas delas, que gostei particularmente, foram: "Tire o Chumbo" e "Alguns foram
mortos a partir do Chumbo no pão".

SINGULAR E PLURAL

Se vocês usarem pronomes pessoais da primeira pessoa, usem tanto as formas


no singular quanto as no plural, de acordo com a necessidade. Não usem o "we"(nós)
editorial no lugar de "I" (eu). O uso do "nós" por um único autor é ultrajantemente pedante.
Um dos erros mais freqüentes em artigos científicos é o uso de termos no plural,
quando a forma no singular poderia ser correta.

Figura
Descrição de figura: Desenho em quadrinho de Johny Hart. No primeiro quadrinho há a
figura de uma caverna. No segundo quadrinho há uma caverna e a figura de uma pessoa
caída ao chão.
Legenda:
Loja de Departamentos
-Tem bifes, Jerry?
-Eu tenho que ser mais cuidadoso sobre o significado das palavras.

Com permissão de Jonny Hart e Creators Syndicate, Inc. (Tradução adaptada.)

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Por exemplo, vocês devem dizer "10g foi adicionado" e não "10g foram
adicionados" (em Inglês). Isto porque uma única quantidade foi adicionada. Somente se
10 g foram adicionados, lg de cada vez, seria correto dizer "10 g foram adicionados".
O problema de singular-plural também aplica-se a substantivos. O problema é
grave em redação científica, especialmente em Biologia, porque muitas de nossas
palavras são formas derivadas do latim. Muitas dessas palavras retêm seus plurais
latinos; pelo menos elas o fazem, quando usadas por escritores cuidadosos.
Muitas dessas palavras (por exemplo, data - dados -, media - meios) têm entrado
no discurso popular, onde o plural latino "a" é simplesmente desconsiderado como um
plural. Muitas pessoas habitualmente usam construções do tipo "data is" (dados é) e
provavelmente nunca usaram o verdadeiro singular, datum (dado, em Latim).
Infelizmente, esse uso relaxado tornou-se tão comum fora da Ciência que mesmo certos
dicionários o toleram. O Tenth New Collegiate Dictionary (Décimo Novo Dicionário
Acadêmico) da Webster, por exemplo, dá "the data is plentiful" (Data é abundante), como
um exemplo de uso aceitável. "O escritor cuidadoso" (Bernstein, 1965), entretanto, diz
que "O uso de data como se ele fosse um nome no singular é um solecismo (erro)
comum".
Este problema de "plural" foi comentado por Sir Ashley Miles, o eminente
microbiologista e professor de The London Hospital Medical College (Faculdade de
Medicina do Hospital de Londres), em uma carta a mim enviada como Editor das ASM
News (44:600, 1978) (Notícias da Associação da ASM).

(início de citação) Uma Memoranda (memorandos) sobre Motilidade Bacteriana. A


mobilidade de uma bactéria é um fenômeno que tem recebido muita atenção,
especialmente em relação à estrutura da flagella (flagelos) e o efeito de uma antisera
(antisoros) sobre ela. Nenhuma data (dados) exploratória está disponível; nenhuma
criteria (critérios) de pros'a é reconhecida; mesmo uma melhor media (meios) que possa
ser usada é desconhecida e nenhuma visão dos vários níveis de abordagem científica
indica qualquer outra strata (estratos) ou muitos stratae (como se fosse plural de strata,
que já é plural de stratum; em Latim, palavras de singular "a" têm plural "ae"), dos quais
as respostas possam emergir. Flagellae (como plural de flagella, que já é plural de
flagelum) estão intrincados como as bacteriae (como plural de bactéria, que já é plural de
bacterium) que os portam. (fim de citação)

PROBLEMAS COM SUBSTANTIVOS

Um outro problema freqüente em redação científica é a verbosidade que resulta


do uso de substantivos abstratos. Esta doença é curada, transformando os substantivos
em verbos. "Examination of the patients was carried out" (Exame dos pacientes foi feito)
deve ser substituído pela expressão mais direta "I examined the patients" (Examinei os
pacientes); "separation of the compounds

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was accomplished" (separação dos compostos foi finalizada) pode ser substituída por "the
compounds were separated" (os compostos foram separados); "transformation of the
equations was achieved" (transformação das equações foi realizada) pode ser substituída
por "the equations were transformed" (as equações foram transformadas).
Um outro problema com substantivos resulta do uso deles como adjetivos.
Normalmente, não há problemas com tal uso, mas vocês devem ficar atentos para
problemas especiais. Nós não temos problema com "liver disease" (doença do fígado)
(mesmo que o adjetivo hepático pudesse ser um substituto para "liver" - próprio do fígado,
substantivo adjetivado anteposto a um substantivo). O aspecto do problema é ilustrado
pelas seguintes sentenças de minha autobiografia: "When I was 10 years old, my parents
sent me to a child psychiatrist. I went for a year and a half. The kid didn't help me at ali"
(Quando eu tinha 10 anos de idade, meus pais enviaram-me para um psiquiatra infantil.
Eu fui por um ano e meio. O garoto / cabrito / logro /caçoada - kid pode significar muitas
coisas, além de criança - não me ajudou, afinal). Eu uma vez vi um anúncio, em The New
York Times, de todos os lugares, com o título "Good News for Home Sewers" (Boas novas
para costureiras / cloacas domésticas); não consegui perceber se se tratava de um
anúncio sobre compostos para limpeza de canos ou para agulhas e linhas.
O problema toma-se pior quando conjuntos de nome são usados como adjetivos,
especialmente quando adjetivos verdadeiros aparecem na construção. "Tissue culture
response" (resposta da cultura de tecido) é desajeitado; "infected tissue culture response"
(resposta da cultura de tecido com infecção) é incompreensível (a não ser que as
resposta possam ser infectadas).
Vocês impressionarão os editores do periódico, e talvez suas famílias e amigos,
se pararem de cometer quaisquer erros óbvios de gramática e de ortografia, que possam
ter caracterizado suas falas e seus discursos anteriormente. O Apêndice 3 lista certas
palavras e expressões comumente vistas em redação científica, que são freqüentemente
escritas ortograficamente erradas ou mal usadas.

NÚMEROS

Primeiro, a regra: Números de um dígito devem ser escritos; números de dois ou


mais dígitos devem ser expressos como numerais. Vocês deverão escrevei "três
experimentos" ou "13 experimentos". Agora, as exceções: Com unidades de medida
padrões, sempre usem numerais. Vocês escreverão "3 ml" ou "13 ml". A única exceção à
exceção é que não devem começar uma sentença com mi) numerai. Vocês devem
mesmo refrasear a sentença ou escrever por extenso,

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tanto o número, como a unidade de medida. Por exemplo, suas sentenças poderiam
começar com "O reagente A (3 ml) foi adicionado" ou elas poderiam começar com "Três
mililitros do reagente A foi adicionado". Na verdade, há ainda outra exceção, embora ela
raramente apareça. Em uma sentença, contendo uma série de números, se pelo menos
um deles for de mais de um dígito, todos os números devem ser expressos com
numerais. (Exemplo: "Eu dei água para 3 cientistas, leite para 6 cientistas e cerveja para
11 cientistas").
Referi-me à "regra", porque esse emprego é de fato muito usado. Entretanto, o
uso varia. The Chicago Manual of Style (Manual de estilo de Chicago) (1993) especifica
que números de um ou dois dígitos (um a noventa e nove) podem ser representados por
escrito. O Style Manual Committee, Council of Biology Editors (Comitê de Manual de
Estilo, Conselho de Editores de Biologia) (1994), especifica numerais para tudo que pode
ser contado (1 de suas recomendações com a qual eu não me preocupo).

MISCELÂNEA

A propósito de nada, eu menciono que o Inglês é uma língua estranha. Não é


curioso que o tempo passado de "have" ("had") seja convertido para o particípio passado
simplesmente por repetição?: "He had had a serious illness" (Ele andou tendo uma
doença séria). Estranhamente, é possível colocar em seguida 11 "hads" em uma lista,
num sentença gramaticalmente correta. Se descrevermos a reação de um professor a
confusões feitas pelos estudantes John e Jim, podemos dizer: "John, where Jim had had
"had", had had "had had"; "had had" had had an unusual effect on the teacher" (John,
onde Jim colocou "had", colocou "had had"; "had had" teve um efeito inesperado no
professor). Aquela palavra peculiar "that" (que, aquele/a) pode também aparecer repetida
várias vezes, como nesta sentença: "He said, in speaking of the word "that", that that
"that" that that student referred to was not that "that" that that other student referred to"
(Ele disse, falando da palavra "that", que aquele "that" a que aquele estudante referiu-se,
não é aquele "that" a que aquele outro estudante referiu-se).
Os "hads" e os "thats" enfileirados mostram o poder da pontuação. Como um
último exemplo, eu agora vou dar um pequeno jogo de salão sobre gramática, que vocês
podem querer tentar com seus amigos. Forneçam um pedaço de papel a cada pessoa do
grapo e peçam a eles que coloquem qualquer pontuação para a seguinte sentença de
sete palavras: "Woman without her man is a savage" (Mulher sem seu homem é um/uma
selvagem). O macho chauvinista médio rapidamente responde que a sentença não
necessita de pontuação e que está correta (Mulher sem seu homem é uma selvagem).
Haverá alguns pedantes, entre os machos chauvinistas, que colocarão vírgulas, formando
oração interca-

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lada: "Women, without her man, is a savage" (Mulher, sem seu homem, é uma selvagem).
Gramaticalmente, isto também está correio. Uma feminista, entretanto, e ocasionalmente
um homem liberal, colocará um hífen após "woman" e uma vírgula depois de "her". Então,
teremos: "Woman - without her, man is a savage" (Mulher - sem ela, o homem é um
selvagem).
Seriamente, nós todos precisamos chegar a entender que a masculinização na
língua tem resultados "selvagens". Escrita científica tem sido publicada para nos mostrar
como evitar o uso de linguagem masculinizada (American Psychological Association,
1994: Maggio, 1997).
Deixe-me finalizar onde eu comecei, de novo enfatizando a importância da
sintaxe. Toda vez que a compreensão sair pela janela, erros de sintaxe são geralmente os
responsáveis. As vezes, erro de sintaxe é simplesmente engraçado e a compreensão não
é perdida, como nestes dois itens, selecionados de anúncios: "For sale, fine German
Shepherd dog, obedient, well trained, will eat anything, very fond of children" (À venda, um
bom cachorro German Shepherd, obediente, bem treinado, comerá qualquer coisa, gosta
muito de crianças). "For sale, fine grand piano, by a lady, with three legs" (A venda, um
piano grande em bom estado, por uma senhora, com três pernas).
Mas olhem para esta sentença, que é semelhante a milhares que têm aparecido
na literatura científica: "Thymic humoral factor (THF) is a single heat-stable polypeptide
isolated from calf thymus composed of 31 amino acids with molecular weight of 3,200"
(Fator humoral do timo - THF - é um polipeptídeo termoestável simples isolado de timo de
bezerro de 31 aminoácidos com peso molecular de 3.200). A frase "with molecular weight
of 3,200" (com peso molecular de 3.200) deveria logicamente ser complemento do nome
precedente "acids" (ácidos), querendo dizer que os aminoácidos têm um peso molecular
de 3.200. Menos lógico, talvez, seria que o timo do bezerro tivesse um peso molecular de
3.200. Menos lógico ainda (por causa de sua distância na sentença) seria o THF ter um
peso molecular de 3.200, mas, de fato, isto era que o autor estava tentando nos dizer.
Se vocês têm qualquer interesse, qualquer que seja, de aprender mais
efetivamente o uso do Inglês, vocês deveriam ler The Elements of Style (Os elementos do
Estilo) de Strunk e White (1979). Os "elementos" são dados brevemente (em 85 páginas!)
e claramente. Qualquer um, que escreve algo, deve ler e usar este famoso li vrinho.
Depois que tiverem dominado Struck e White, prossigam imediatamente com o Fowler
(1965). Não o revendam; não economizem 200 dólares. Claro, se vocês realmente
querem ter um monopólio sobre bom Inglês científico, comprem três cópias (uma para o
escritório, outra para o laboratório, uma para casa) deste livro, soberbo à quintessência,
chamado Scientific English (Inglês Científico) (Day, 1995).

Página 215

CAPÍTULO 33
Evitando Jargão

(início da epígrafe) Confusão é a doença da escrita americana. Nós


somos uma sociedade estrangulada por palavras desnecessárias,
construções circulares, balangandãs pomposos e jargões sem
sentido. (fim da epígrafe).
William Zinsser

DEFINIÇÃO DE JARGÃO

De acordo com os dicionários (por exemplo, Tenth New Collegiate Dictionary -


Décimo Novo Dicionário Acadêmico da Webster), há três definições parajargão: "(1)
linguagem confusa, inteligível; estranha, bizarra, ou linguagem bárbara ou dialeto; (2)
terminologia técnica ou idioma característico de uma atividade especial ou grupo; (3)
linguagem obscura e geralmente pretensiosa, marcada por circunlóquios e palavras
longas".
Todos os três tipos de jargão devem ser evitados, se possível. O uso descrito na
primeira e na terceira definições devem ser sempre evitados. A segunda definição
("terminologia técnica") é muito mais difícil de evitar na redação científica, mas escritores
perfeitos aprenderam que terminologia técnica pode ser usada depois que ela foi definida
ou explicada. Obviamente, vocês estão escrevendo para uma audiência treinada
tecnicamente; somente os termos técnicos pouco usuais precisam de explicação.

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RESMUNGOS E OUTROS PECADOS

O tipo mais comum de verbosidade que aflige os autores é o jargão científico.


Esta síndrome é caracterizada, em casos extremos, por uma total omissão de palavras
com poucas sílabas. Escritores com esse mal nunca usam qualquer coisa - eles utilizam .
Eles nunca fazem - eles realizam. Eles nunca começam -eles iniciam. Eles nunca acabam
- eles finalizam (ou terminam). Eles nunca fazem – eles fabricam. Eles usam inicial, em
vez de primeiro, derradeiro, em vez de último, que antecede a, em vez de antes,
subseqüente a, em vez de depois, milita contra, em vez de proíbe, suficiente, em vez de
bastante e pleno, em vez de muito. Um autor ocasional irá cochilar e usar a palavra droga,
mas muitos irão salivar antecipadamente, como cachorros de Pavlov, usando agente
quimioterápico. (Espero que o nome Pavlov faça soar um sino). Quem usaria a palavra
simples agora, quando puder usar a elegante expressão neste momento!
Stuart Chase (1954) contou a história de um encanador que escreveu ao
Departamento de Padronização, dizendo que ele descobriu que o ácido clorídrico é bom
para a limpar cano entupido. O Departamento escreveu de volta "A eficácia do ácido
clorídrico é incontestável, mas o resíduo de Cloro é incompatível com a estabilidade
metálica". O encanador respondeu que ele ficava contente que o Departamento havia
concordado. O Departamento tentou novamente, escrevendo: "Nós não podemos assumir
a responsabilidade da produção de resíduos tóxicos e não tóxicos com o uso de ácido
clorídrico e sugerimos que use um procedimento alternativo". O encanador novamente
disse que estava contente por ter o Departamento concordado com ele. Finalmente, o
Departamento escreveu ao encanador: "Não use ácido clorídrico; ele faz os canos
comerem o pão que o diabo amassou".
Não devemos comparar um cientista a um encanador, ou o cientista é, talvez,
mais glorificado? Com aquele título de Doutor em Filosofia (PhD - Doutor), deveria o
cientista conhecer algo de Filosofia? Eu concordo com John W. Gardner, que disse: "A
sociedade que despreza a importância de ser encanador, porque o ofício de encanador é
uma atividade subalterna, e tolera filosofia de segunda classe, porque é uma atividade
exaltada, não terá nem bons encanadores nem boa filosofia. Nem seus canos, nem suas
teorias irão segurar água (Tanto seus canos, quanto suas teorias farão água)" (Science
News, p. 137, 2 de março de 1974).
Gosto da forma como Aaronson (1977) colocou a questão: "Muito fre-
qüentemente, contudo, o jargão de especialistas da Ciência são como retórica política e
murmúrios burocráticos - soa mal, é difícil de entender e desajeitado. Os que o usam
freqüentemente fazem-no, porque preferem palavras abstratas, pretensiosas, às simples
e concretas.

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O problema com jargão científico é que é uma linguagem especial, o significado


dele 6 conhecido somente por um grupo especializado que "está por dentro". A Ciência
deveria ser universal e, portanto, qualquer artigo científico deveria ser escrito em uma
linguagem universal.
Talvez Theodore Roosevelt tivesse um propósito mais xenofóbico em mente,
quando ele compôs a seguinte sentença em uma carta lida no All-American Festival
(Festival de Toda a América), Nova Iorque, 5 de janeiro de 1919, mas sua fala adapta-se
perfeitamente à escrita científica: "Nós temos lugar para somente uma linguagem aqui, e
esta é a língua inglesa, para isso, pretendemos fazer com que o crisol transforme nosso
povo em americanos e não em habitantes de uma pensão poliglota".
Por acreditar piamente que o templo da Ciência não deva ser uma pensão
poliglota, eu acredito que todo cientista deva evitar jargão. Evitem-no, não apenas às
vezes, evitem-no sempre.
Claro, vocês terão de usar terminologia especializada, ocasionalmente. Se tal
terminologia é facilmente inteligível por praticantes e estudantes do ramo, não há
problema. Se a terminologia não é reconhecível por qualquer parcela de suas audiências,
vocês devem (1) usar uma terminologia mais simples ou (2) definir cuidadosamente os
termos esotéricos (jargão científico) que estão usando. Em resumo, vocês não devem
escrever para mais ou menos meia dúzia de pessoas que estão fazendo exatamente seus
tipos de trabalho. Devem escrever para as centenas de pessoas cujos trabalhos são
apenas parcialmente relacionados com os seus, mas que podem querer ou precisar
conhecer algum aspecto particular de seus trabalhos.

LEMAS PELOS QUAIS VIVER

Aqui estão alguns conceitos importantes que todos os leitores deste livro
deveriam seguir. Ele são, entretanto, expressos em jargão científico típico. Com um
pequeno esforço, vocês podem provavelmente traduzir estas sentenças para um Inglês
mais simples:

1. Como um ponto em pauta, outras autoridades propuseram que é melhor deixarem-


se caninos adormecidos em uma posição ociosa.
2. Um desejo incrivelmente insaciável, de entender o que estava acontecendo, levou
ao falecimento este Felis catus em particular.
3. Há um grande corpo de evidências que claramente indica que membros do gênero
Mus tendem a se engajar em atividade lúdica, enquanto o felino está em lugar remoto em
relação aonde estão.
4. Desde tempos imemoriais, é sabido que a ingestão de uma "maça" (isto é, o

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fruto de qualquer árvore do gênero Malus, a dita fruta sendo usualmente redonda e de cor
vermelha, amarela ou verde), numa base de uma por dia, com absoluta certeza, manterá
um membro primário de um estabelecimento de cuidados com a saúde longe de seu
ambiente de trabalho.
5. Mesmo com o protocolo experimental mais sofisticado, é muitíssimo pouco
provável que a capacidade de realizar façanha novelesca de prestidigitação possa ser
instilada em um canino aposentado.
6. Um conglomerado sedimentar em movimento para baixo, num declive, não ganha
adição de material musgoso.
7. Os dados experimentais resultantes indicam que não há utilidade em desancar um
eqüino falecido.

Se vocês tiveram um desses problemas, aqui está a tradução, livre de jargão:


1. "Let sleeping dogs lie" (Deixem dormindo cães deitados).
2. "Curiosity killed the cat" (A curiosidade matou o gato).
3. "When the cat's away, the mice will play" (Quando o gato sai, o rato se diverte).
4. "An apple a day keeps the doctor away" (Uma maçã por dia mantém o médico à
distância).
5. "You can't teach old dogs new tricks" (Você não pode ensinar traques novos a cães
velhos).
6. "A rolling stone gathers no moss" (Uma pedra rolando não cria musgo).
7. "Don't beat a dead horse" (Não bata em cavalo morto).

BUROCRÁTESE

Lastimavelmente, um número grande demais de escritores científicos enquadram-


se na primeira e na terceira definições de jargão. Bastante freqüentemente, os cientistas
assemelham-se ao legendário Henry B. Quill, o burocrata descrito por Meyer (1977): "Quill
determinou a língua mãe do governo. Ele poliu seus verbos, camuflou seus sujeitos e
escondeu tudo em um subterrâneo de complementos nominais e verbais. Ele encheu de
fitas, enfeitou e colocou franjas, dando expressões elaboradas a pensamentos
desprezíveis, mexericando [sic], usando subterfúgios e anunciando o óbvio. Ele espalhou
generalidades como uma inundação em um longo vale baixo. Ele polvilhou tudo com
aspectos, possibilidades, alternativas, efetuações, análises, maximizações,
implementações, contra-indicações c complementações. Na sua melhor forma,
estabeleceu-se completa imobilidade, durando, às vezes, por dúzias de páginas".
Alguns jargões ou burocráteses são fabricados com palavras claras e simples,
mas, quando as palavras são colocadas juntas em uma profusão que pare-

Página 219

ce sem fim, seus significados não ficam claramente evidentes. Examinem o seguinte, uma
importante regulamentação federal (Code of Federal Regulations -Código de
Regulamentações Federais, Título 36, Parágrafo 50.10, EUA), designada para proteger
árvores contra lesão; este aviso foi colocado nas áreas de recreação do National Capital
Park and Planning Commission (Parque da Capital Nacional e Comissão de
Planejamento), na área de Washington:

(início de citação) ÁRVORES, ARBUSTOS, PLANTAS, GRAMADO E OUTRA


VEGETAÇÃO

(a) Lesão geral. Nenhuma pessoa pode podar, cortar, levar embora, arrancar, cavar,
abater, perfurar, mudar, serrar, lascar, mover, rachar, escalar, molestar, tomar, quebrar,
destruir, colocar fogo, queimar, chamuscar, pintar, marcar ou fazer qualquer coisa que
interfira com, mexa com, mutile, mal use, perturbe ou danifique qualquer árvore, arbusto,
planta, gramado, flor ou parte deles, nem qualquer pessoa poderá permitir que qualquer
produto químico, quer sólido, líquido ou gasoso, possa infiltrar-se, seja gotejado, drenado
ou sirva para preencher, seja aspergido, usado para sujar por fora ou injetado dentro de
qualquer árvore, arbusto, planta, gramado, flor ou parte deles, exceto quando
especificado, autorizado por autoridade competente; nem qualquer pessoa irá fazer
fogueiras ou construir posto ou usar qualquer caldeira de piche, fogareiro, rolo de
asfaltamento ou outro aparelho dentro de uma área coberta por esta parte, de maneira
que o vapor, fumaças ou calor deles provenientes possam lesar qualquer árvore ou outra
vegetação.
(TRADUÇÃO: Não causem confusão com coisas que crescem.) (fim de citação)

O Jargão não envolve necessariamente o uso de palavras especializadas. Em


face da escolha de duas palavras, o jargonista sempre seleciona a mais longa. Esse
jargonista obtém seu prazer, entretanto, transformando afirmações

Figura
Descrição de figura: Quadrinhos de Calvin e Hobbes. No primeiro quadrinho aparece
Calvin e seu pai. No segundo, aparece apenas Calvin. O terceiro mostra Calvin e no
quarto quadrinho aparece Calvin e seu pai.
Legenda:
Calvin -Ei pai, sabe o que eu percebi? Que significado das palavras não é uma coisa fixa!
Qualquer palavra pode significar qualquer coisa.
Calvin -Dando às palavras novos significados, o inglês comum pode tornar-se um código
exclusivo ! Duas gerações podem ser divididas pela mesma língua.
Calvin –Com esta finalidade, estarei inventando novas definições para palavras comuns,
de forma que sejamos incapazes de nos comunicar.
Calvin –Não acha que isto é totalmente cozinheiro? Está bem lubrificado, estou em fase.
Pai –Maravi. fabric. longe fora.

por Bill Watterson

CALVIN AND HOBBES, Direitos autorais de Watterson 1992. Distrib. por UNIVERSAL
PRESS SYNDICATE. Reimpresso com permissão. Todos os direitos reservados.

Página 220

curtas e simples em uma longa fileira de palavras. E, usualmente, a palavra mais longa ou
a série de palavras mais longa não é tão clara como a expressão simples. Eu desafio
qualquer um a mostrar como "at this point in time" (neste momento) quer dizer, em seu
modo enfadonho, mais do que a simples palavra "now" (agora). O conceito denotado por
"if' (se) não melhora, substituindo-o pela expressão pomposa "in the event that" (no caso
em que).
CASOS ESPECIAIS

Talvez a pior ofensa seja a palavra "case" (caso). Não há problema com um caso
sobre conservas ou mesmo um caso sobre gripe. Entretanto, 99% dos usos da palavra
caso é jargão. Em caso de vocês pensarem que 99% é muito alto, façam seus próprios
estudos. Ainda que minha porcentagem seja muito alta, um bom caso pode ser criado
pelo fato de "case" ser usado em muitos casos.
Uma outra palavra que eu considero ofensiva (em todos os casos) é a palavra
"interface". Desde que eu me conheço por gente, o único momento que as pessoas
podem estar em interface é quando elas se beijam.
Uma outra palavra que causa problemas (em alguns casos) é "about" (advérbio
quase, por pouco, aproximadamente, pouco menos, proximamente, a pouca distância, em
redor, em volta, por todos os lados, aqui e ali, para cá e para lá, em direção contrária, em
direção oposta, a par de, à altura de, um após o outro, pouco a pouco; prep.: ocupado
com, interessado em, relativo a, a respeito de, acerca de, sobre, perto de, nas imediações
de, junto a, cerca de, próximo de, em redor de, em volta de, munido de, na posse de,
prestes a, disposto a, de um lado para o outro, aqui e ali, em cima de), não porque é
usada, mas porque é evitada. Como assinalado por Weiss (1982), os escritores parecem
relutantes em usar a palavra clara e comum que é "about" e, em vez disso, usam
substitutos mais cheios de palavras e menos claros, tais como:

approximately - aproximadamente
in connection with - em conexão com
in reference to - em referência a
in relation to - em relação a
regarding - de acordo com
in the matter of - no caso de
in the range of - na proporção de
in the vicinity of - na vizinhança de
more or Icss - mais ou menos
on the onler of - en ordem de
on the subject of - no assunto de
pursuant to - conforme
re – re
reference - referência
relating to the subject matter of- relacionado ao assunto de
relative to - relativo a
respecting - a respeito de
within the ballpark of- dentro do escopo de
with regard to - com relação a
with respect to - com respeito a

No Apêndice 4, eu coletei algumas "Palavras e Expressões a Evitar". Uma lista


similar, para consulta, com boa qualidade, foi publicada por O'Connor e

Página 221

Woodford (1975). Não é necessariamente impróprio usar qualquer destas palavras ou


expressões ocasionalmente, se vocês as usam repetidamente, entretanto, estão
escrevendo em jargão e seus leitores estão sofrendo.
Talvez a forma mais comum de criar uma nova palavra é o hábito jargonista de
transformar substantivos em verbos. Um exemplo clássico apareceu em um manuscrito
onde se lê: "Uma pessoa arrisca-se expor-se, ao nadar em lagoas e riachos perto de local
que o gado deixou pastorizado ('pasturized' - de pasture, pasto, pastagem)". O editor de
cópia, sabendo que não havia uma palavra como pastorizado, mudou-a para
"pasteurizado". (Eu não vejo nada errado com isso. Se vocês podem pasteurizar o leite,
eu presumo que possam pasteurizar a matéria-prima dele.)
Em suas próprias pastagens, os cientistas são, claro, muito especialistas, mas
eles amiúde sucumbem ao pedantismo, ao jargão, à expressões estranhas, transmitindo
mais do que o leitor quer ou precisa saber. Como o novelista inglês George Elliot disse:
"Abençoado é o homem que, não tendo nada para dizer, abstém-se de dar-nos uma
verbosa evidência deste fato".
Se vocês precisam mostrar seus maravilhosos vocabulários, assegurem-se de
que estão usando as palavras certas. Eu gosto da história que Lederer (1987) contou
sobre o cientista da NASA Wernher von Braun: "Após uma de suas falas, von Braun
surpreendeu-se brindando, com taças de coquetel, com uma adorável mulher da
audiência.
" 'Dr. Von Braun', a mulher jorrou, 'Eu amei seu discurso e considerei-o de valor
absolutamente infinitesimal!' ".
" 'Bem, então', falou von Braun sufocado, 'Eu espero que ele seja publicado
postumamente' ".
" 'Oh, sim!' a mulher retrucou logo a seguir: 'E o mais rápido possível' ".
Lembrei-me de dois balonistas aventureiros que, descendo lentamente, após uma
longa viagem, num dia nebuloso, olharam para o solo abaixo e não tiveram a mais remota
idéia de onde estavam. Isto aconteceu, porque eles estavam flutuando sobre os terrenos
de um de nossos mais famosos institutos de pesquisa científica. Quando os balonistas
viram um homem andando ao lado da estrada, um chamou-o, "Ei, senhor, onde
estamos?" O homem olhou para cima, tomou posição e, depois de alguns momentos de
reflexão, disse, "Vocês estão em um balão de ar quente". Um balonista virou-se para o
outro e disse, "Eu aposto que aquele homem é um cientista". O outro balonista disse, "O
que o faz pensar isso? "Ao que o primeiro respondeu, "Sua resposta é perfeitamente
precisa - e totalmente inútil".

Página 222

CAPÍTULO 34
Como e Quando Utilizar Abreviações

(início de epígrafe) Autores que usam abreviações de forma


extravagante, deveriam ser reprimidos. (fim de epígrafe)
Maeve O'Connor
PRINCÍPIOS GERAIS

Muitos editores experientes detestam abreviações. Alguns editores prefeririam


que elas não fossem usadas de forma alguma, exceto no caso de unidades de medida
padronizadas do Sistema Internacional de Unidades (SI) e seus prefixos, abreviações
para as quais há permissão em todos os periódicos. Muitos periódicos também pennitem,
sem definição, algumas abreviações padrões, do Latim, como etc. (et cetera - e outras
coisas), et ai. (et álibi - em outro lugar -ou et alia - e outras coisas - ou et alii - e outros), i.
e. (id est - isto é) e e.g. (exempli gratia - por exemplo). (As abreviações i.e. e e.g. são
amiúde mal empregadas; propriamente usadas, i.e. significa "isto é", enquanto que e.g.
significa "por exemplo"). Em suas próprias escritas, convém usar as abreviações o
mínimo possível. O editor irá olhar mais gentilmente para seus artigos e os leitores de
seus artigos o abençoarão para sempre. Mais pregação a respeito disso não seria
necessário, porque, por enquanto, vocês mesmos não têm dúvida em ser contra
abreviações não definidas e indecifráveis na literatura. Lembrem-se de como ficaram
enraivecidos, quando se depararam com estes enigmas e juntem-se a mim, agora, num
voto de nunca mais poluir a literatura científica com uma abreviação não definida.
O "como" usar abreviações é fácil, porque muitos periódicos usam a mesma
convenção, Quando planejarem usar abreviações, vocês as introduzem, es-

Página 223

crevendo a palavra ou termo primeiro, seguido da abreviação entre parênteses. A primeira


sentença da Introdução de um artigo poderia ser: "Plasmídios bacterianos, sendo
pequenas moléculas de ácido desoxinibonucléico (I)NA), que replicam autonomamente,
são modelos promissores para o estudo da replicação de DNA e seu controle".
O "quando" usar abreviações é muito mais difícil. Várias linhas mestras gerais
podem ser úteis.
Primeiro, nunca usem uma abreviação no título de uni artigo. Muito poucos
periódicos permitem abreviações em títulos e o uso delas é fortemente desaconselhado
pelos serviços de indexação e de resumos. Se a abreviação não é uma padronizada, os
serviços de recuperação de literatura ver-se-ão em face de um problema difícil ou de
resolução impossível. Ainda que a abreviação seja padrão, surgirão problemas de
indexação e outros. Um problema maior é que abreviações aceitas têm o hábito de
mudar; as abreviações de hoje podem ser irreconhecíveis alguns anos mais tarde.
Comparações de certas abreviações como listadas em várias edições do Council of
Biology Editors Manual of Style (Manual de Estilo do Conselho de Editores de Biologia)
enfatiza este ponto. Mudanças drásticas ocorrem quando a terminologia em si muda. Os
estudantes de hoje têm problema com a abreviação "DPN" (que é padrão para
"difosfopiridina nucleotídeo"), porque o nome, em si, foi mudado para "nicotinamida
adenina dinucleotídeo", cuja abreviação é "NAD".
As abreviações não devem estar quase nunca no Resumo. Somente se vocês
usarem um nome muito longo, um grande número de vezes, vocês devem pensar em
abreviação. Se usarem qualquer abreviação, devem defini-la na primeira vez em que a
usarem no Resumo. Lembrem-se de que o Resumo ficará isolado em quaisquer das
publicações de resumos cobertas pelo periódico, no qual seus artigos aparecem.
No texto em si, as abreviações devem ser usadas. Elas servem ao propósito de
diminuir custos de impressão, reduzindo um pouco o artigo. De maior importância, elas
enriquecem o leitor, quando usadas judiciosamente. Tendo acabado de escrever a
palavra "importantly" (de maior importância), eu lembrei-me que meus filhos uma vez
referiram-se a mim como "o FIP" (Fairly importam person - pessoa importante
razoavelmente/completamente confiável). Eles sabiam que eu ainda não havia me
transformado num VIP (Very Important Person - pessoa muito importante).

BOA PRÁTICA

Uma boa forma de praticar é verificar a grafia de Iodos os lermos, quando se


escreve o primeiro rascunho do manuscrito. Então, examinem o manuscrito

Página 224

quanto à repetição de longas palavras ou frases que podem ser candidatas a


abreviações. Não abreviem um termo que é usado somente algumas vezes, no artigo. Se
o termo é usado com pequena freqüência - digamos, entre três a seis vezes, - e existe
uma abreviação padrão para este termo, introduzam e usem a abreviação. (Alguns
periódicos permitem o uso de algumas abreviações padrões sem a definição no primeiro
uso). Se não existem abreviações padrões, não as fabriquem, a não ser que o termo seja
usado freqüentemente ou seja um termo incômodo, muito longo, que realmente clama por
uma abreviação.
Geralmente, vocês podem evitar abreviações, usando os pronomes apropriados
(ele/ela, no/na, eles/elas, nos/nas), desde que o antecedente seja claro, ou usando uma
expressão substituta, tal como "o inibidor", "o substrato", "a droga", "a enzima" ou "o
ácido".
Usualmente, vocês deveriam introduzir as abreviações, uma a uma, à medida que
elas aparecem pela primeira vez no texto. Por outro lado, vocês podem considerar
pertinente usar um parágrafo separado (com o subtítulo "Abreviações Usadas") na
Introdução ou em Materiais e Métodos. O último sistema (pedido por certos periódicos) é
especialmente útil, se os nomes dos reagentes relatados, como um grupo de compostos
químicos, forem ser usados na forma abreviada, mais (arde, no artigo.

UNIDADES DE MEDIDA

As unidades de medida são abreviadas, quando usadas com valores numéricos.


Vocês deveriam escrever "4 mg foi adicionado". (A mesma abreviação é usada para o
singular e para o plural). Quando usadas sem os numerais, entretanto, as unidades de
medida não são abreviadas. Vocês deveriam escrever "A atividade específica é expressa
em microgramas de adenosina trifosfato incorporado, por miligrama de proteína, por
hora".
O uso da barra diagonal, sem cuidado, pode causar confusão. Este problema
surge, freqüentemente, no estabelecimento de concentrações. Se vocês disserem que "4
mg/ml de sulfeto de sódio foi adicionado", o que isto significa? Isto significa "por mililitro
de sulfeto de sódio" (a tradução literal) ou pode-se assumir, sem problema, que querem
dizer "por mililitro da mistura de reação" ? É mais claro escrever "4 mg de sulfeto de sódio
foi adicionado por mililitro de meio".

Página 225

PROBLEMAS ESPECIAIS

Um problema comum com as abreviações diz respeito ao uso de "a" ou "an"


(um/uma). Vocês devem escrever "a M.S. degree" ou "an M.S. degree" (um grau M.S.)?
Relembrem-se da velha regra que vocês devem usar "a" com palavras iniciadas com um
som de consoante e "an" com palavras que comecem com sons de vogais (e.g., a letra
"eme"). Porque em Ciência devemos apenas usar abreviações comuns, aquelas que não
precisam ser gravadas na mente dos leitores, a própria escolha do artigo pode estar
relacionada ao som da primeira letra da abreviação, não ao som da primeira letra do
termo escrito por extenso. Assim, embora seja correto escrever "a Master of Science
degree", é incorreto escrever "a M.S. degree". Porque o leitor lê "M.S." como "em ess", a
construção própria é "an M.S. degree".
Em Biologia, é costumeiro abreviar nomes genéricos de organismos depois do
primeiro uso. No primeiro uso, vocês devem escrever por extenso "Streptomyces griseus".
Nos próximos usos, podem abreviar o nome do gênero, mas não o epíteto da espécie: S.
griseus. Suponha, entretanto, que vocês estejam escrevendo um artigo que se refira tanto
a espécies de Streptomyces, quanto às de Staphylococcus. Vocês devem escrever por
extenso o nome dos gêneros, repetidamente. De outra forma, os leitores poderiam ficar
confusos, quanto a uma determinada abreviação "S" referir-se a um gênero ou a outro.
UNIDADES SI

O Apêndice 5 dá as abreviações para os prefixos usados para Iodas as unidades


do SI (Sistema Internacional de Unidades). As unidades e símbolos do SI, e certos
derivados das unidades do SI, tornaram-se parte da linguagem da Ciência. Este sistema
métrico moderno deve ser ensinado a todos os estudantes de ciências. O Scientific Style
and Format- Estilo e Formato Científicos (Style Manual Committee, Council of Biology
Editors, 1994) é uma boa fonte para informação mais completa, assim como o é o
Medical Style & Format - Formato & Estilo Médico de Huth (1987).
De forma breve, as unidades do SI incluem três classes de unidades: unidades
básicas, unidades suplementares e unidades derivadas. As sete unidades básicas que
formam a fundamentação do SI são metro, quilograma, segundo, ampnv, kelvin, mol e
candeia. Além destas sete unidades básicas, há duas unidades suplementares para
ângulos planos e sólidos: radiano e esteradiano, respectivamente. Unidades derivadas
são expressas algebricamente, em termos das unidades básicas ou das unidades
suplementares. Para algumas das unidades

Página 226

derivadas do SI, existem nomes especiais e símbolos. (As unidades do SI são "metre" e
"litre"; O National Institute of Standards and Technology (dos Estados Unidos), seguido
pela American Chemical Society e vários outros editores continuam tenazmente
mantendo as grafias americanas "meter" e "liter").

OUTRAS ABREVIAÇÕES

O Apêndice 6 fornece uma lista de abreviações aceitas que agora estão sendo
consideradas para serem padrões. A maior parte delas são do CBE Style Manual -
Manual de Estilo do CEB ou de The ACS Style Guide - Guia de Estilo da Sociedade
Americana de Química (Dodd, 1997). Usem estas abreviações quando necessário. Evitem
a maioria das outras. Aquelas que vocês usarem devem ser introduzidas tão
cuidadosamente quanto vocês introduziriam a realeza.

Página 227

CAPÍTULO 35
Um Resumo Personalizado

(início de citação) Talvez possa produzir uma canção. Talvez produza


um sermão.(fim de citação)
Robert Burns

Tenho estado ligado a livros e periódicos científicos por mais de 40 anos. Esta
experiência poderia ter instilado em mim um pouco de sabedoria em algum ponto da
carreira; certamente, infiltrou prejuízos, alguns grandes. O que se infiltrou em mim será
agora destilado e fornecido a vocês. Eu deixo a seus cargos, leitores, para que
determinem se esta música filosófica é "coragem" (escrita como "sang", querendo dizer
sangue, coragem, raça, mas soando como canção "song", como usa o dístico do autor
citado acima, Robert Burn - Nota da Tradutora) ou se ela é sermão ou sumário ou
nenhum dos acima.
Através dos anos, eu tive muitas ocasiões de visitar vários laboratórios científicos.
Quase sempre, eu fiquei impressionado, algumas vezes maravilhado, pela qualidade
óbvia dos laboratórios em si e dos equipamentos e suprimentos que eles continham.
Julgando pelas aparências, pode-se acreditar que os instrumentos e reagentes mais
novos e melhores (e muito caros) eram usados nestes laboratórios.
Durante aqueles mesmos anos, eu vi milhares de produções daqueles mesmos
laboratórios. Algumas destas produções (artigos científicos) refletiam claramente a
qualidade inerente e o dinheiro gasto em sua produção. Porém, muitos não refletiam isso.
Vou falar sobre os muitos que não o faziam. Eu lhes pergunto, como eu amiúde
perguntei a mim mesmo, porque muitos cientistas, enquanto capazes de realização
brilhante no laboratório, escrevem artigos que seriam reprovados

Página 228

numa composição de principiantes na escola? Eu lhes pergunto por que certos cientistas
pedirão a mais moderna ultracentrífuga, ainda que ela custe 80.000 dólares e então
recusam-se a gastar apenas alguns minutos em seus computadores para desenhar
corretamente um gráfico dos resultados obtidos com a ultracentrífuga? Cerca de uma
dúzia de questões similares saltam em minha mente. Infelizmente, eu não sei as
respostas e duvido que alguém as saiba.
Talvez não haja respostas. Se não há respostas, fico livre para dar uma pequena
filosofada. (Se vocês chegaram tão longe neste livro, vocês podem heroicamente
agüentar alguns parágrafos mais.)
Se vemos o conhecimento como a casa onde vivemos, o conhecimento científico
nos mostrará como construir nossa casa. Precisamos, entretanto, conhecimento artístico
para tomar nossa casa bonita e necessitamos de conhecimento humanístico para que
possamos entender e apreciar a vida dentro de nossa casa.
Se vemos um artigo científico como o ápice da pesquisa científica, o que ele é,
nós podemos, se tentarmos, torná-lo mais bonito e mais compreensível; nós podemos
fazer isso, enriquecendo nosso conhecimento científico com um pouco de artes e de
humanidades. Um artigo científico bem escrito é o produto de um cientista bem treinado,
sim; mas o cientista capaz de escrever um artigo científico realmente bom é geralmente
também um homem ou uma mulher de cultura.
Estudantes de ciências não devem contentar-se com o estudo das ciências
somente; a Ciência será mais significante se for estudada com o embasamento de outro
conhecimento.
Principalmente os estudantes devem aprender como escrever, porque Ciência
exige expressão escrita. Erudição é valiosa em Ciência; infelizmente, ela é
freqüentemente associada a palavras longas, palavras raras e afirmações complexas.
Para aprender a escrever, vocês precisam aprender a ler. Para aprender a escrever
corretamente, vocês deveriam ler bons escritores. Leiam seus periódicos profissionais,
sim, mas também leiam um pouco da verdadeira literatura.
Muitas universidades fornecem, hoje em dia, cursos sobre redação científica.
Aquelas que não gostariam de envergonhar-se de si mesmas.
O que eu disse neste livro é o seguinte: pesquisa científica não se completa até
que os resultados tenham sido publicados. Portanto, um artigo científico é uma parte
essencial do processo de pesquisa. Ainda, a redação de um artigo preciso e inteligível é
tão importante quanto a pesquisa em si. Assim, as palavras no artigo devem ser pesadas
tão cuidadosamente quanto os reagentes no laboratório. Portanto, o cientista deve saber
como usar as palavras. Desta forma, a educação de um cientista não se completa até que
a capacidade de publicar se instale.

CONFIDÊNCIAS
Até recentemente, eu não estava preocupado, em especial, com o
envelhecimento. Embora notando que meus médicos, por exemplo, vão ficando cada vez
mais jovens, eu assumi que eu poderia acompanhar estes jovens. Recentemente,
entretanto, eu vi um aviso para um videotape sobre "Amniocentesis - A Parenfs Choice"
(Punção amniótica - uma escolha dos pais). O vídeo foi preparado "in conjunction with a
team of prenatal experts" (em combinação com uma equipe de especialistas pré-natais) (*
- nota de rodapé). Gastei anos a fio tentando tornar-me um especialista em alguma coisa,
qualquer coisa, e agora eu vejo que algumas pessoas atingem este estado antes de
nascer. Não é justo.

Nota de rodapé
* - NT: Deveria ser especialistas em pré-natal.

Página 230
falta escanear as pg 230 e 231
Página 231

Página 232

Palavra – Abreviação – Palavra - Abreviação


Rendus - R. – Systematic - Syst.
Report - Rep. – Technical - Tech.
Research - Res. – Technik - Tech.
Review - Rev. – Technology - Technol.
Revue, Revista - Rev. – Therapeutics - Ther.
Rivista - Riv. – Transactions - Trans.
Royal - R. – Tropical - Trop.
Scandinavian - Scand. - United States - U.S.
Science - Sci. – University - Univ.
Scientifíc - Sci. – Untersuchung - Unters.
Series - Ser. – Urological - Urol.
Service - Serv. – Verhandiungen - Verh.
Society - Soe. – Veterinary - Vet.
Special - Spec. – Virology - Virol.
Station - Stn. – Vitamin - Vitam.
Studies - Stud. – Wissenschaftliche - Wiss.
Surgery - Surg. – Zeitschrift - Z.
Survey - Surv. – Zentralblatt - Zentralbl.
Symposia - Symp. – Zoologie - Zool.
Symposium - Symp. – Zoology - Zool.

Página 233

APÊNDICE 2
Abreviações que Podem ser Usadas sem Definição em Cabeçalhos de Tabelas (* -
nota de rodapé) (# - nota de rodapé)

Termo – Abreviação – Termo – Abreviação


Amountamt - Specific - activitysp - act
Approximately – approx - Specific - gravityspgr
Average – avg - Standard deviation - SD
Concentration – concn - Standard error - SE
Diameterdiam – diam - Standard error of - SEM
Experiment – expt - the mean
Experimental – exptl – Temperature - temp
Height – ht – Versus - vs
Molecular weight - mol wt – Volume - vol
Number - no. – Week - wk
Preparation – prepn – Weight Yearyr - wl

Nota de rodapé
* - Instruções aos Autores, Journal of Bacteriohgy. Além dos lermos listados, abreviações
para unidades de medida são aceitas sem definição,
# - NT: As abreviações são paia autores que apresentam seus artigos em língua inglesa.

Página 234

APÊNDICE 3
Erros Comuns de Estilo e Ortografia (* - nota de rodapé)

Errado – Certo
acetyl-glucosamine acetylglucosamine
acid fast bactéria - acid-fast bactéria
acid fushsin - acid fuchsine
acridin orange - acridine orange
acriflavin - acriflavine
aesculin - esculin
airborn - airborne
air-flow - airflow
ampoul - ampoule
analogous - analogous
analize - analyze
bacteristatic - bacteriostatic
baker's yeast - bakers' yeast
bi-monthly - bimonthly
bio-assay - bioassay
biurette - biuret
blendor - blender
blood sugar - blood glucose
bromcresol blue - bromocresol blue
by-pass - bypass
byproduct - by-product
can not - cannot
catabolic repression - catabolite repression
chloracetic - chloroacetic
clearcut - clear-cul
colicine - colicin

Nota de rodapé
* - NT: Os erros listados e corrigidos abaixo são de utilidade para escritores que
apresentarem seus artigos científicos em língua inglesa.
Página 235

Errado - Certo
coverslip - cover slip
co-worker - coworker
cross over (n.) - crossover
crossover (v.) - cross over
darkfield - dark field
data is - data are
desoxy- - deoxy-
dessicator - desiccator
dialise - dialyze
disc - disk
Ehrlenmeyer flask - Erlenmeyer flask
Electronmicrograph - electron micrograph
Electrophorese - subject to electrophoresis
fermenter (apparatus) - fermentor
fermentor (organism) - fermenter
ferridoxin - ferredoxin
fiourite - fluorite
fluorescent antibody technique - fluorescent-antibody technique
fungous (n.) - fungus
fungus (adj.) - fungous
gel atine - gelatin
germ-free - germfree
glucose-6-phosphate - glucose 6-phosphate
glycerin - - glycerol
glycollate - glycolate
gonnorhea - gonorrhea
Gram-negative - gram-negative
gram stain - Gram stain
gyrotory - gyratory
halflife - half-life
haptene - hapten
Hela cells - HeLa cells
Hep-2-cells - HEp-2 cells
herpes virus - herpesvirus
hydrolize - hydrolyze
hydrolyzate - hydrolysate
immunofluorescent techniques - immunofluorescence techniques
india ink - índia ink
indol - indole

Página 236

Errado - Certo
innocula - inocula
iodimetric - iodometric
ion exchange resin - ion-exchange resin
isocitritase - isocitratase
keiselguhr - kieselguhr
large concentration - high concentration
less data - fewer data
leucocyte - leukocyte
little data - few data
low quantity - small quantity
mediums - media
melenin - melanin
merthiolate - Merthiolate
microphotograph - photomicrograph
mid-point - midpoint
moiety - moiety
much data - many data
new-born - newborn
occurrance - occurrence
over-all - overall
papcrgram - paper chromatogram
paraffine - paraffin
Pctri dish - petri dish
Phenolsulfophthalein - phenolsulfonephthalein
phosphorous (n.) - phosphorus
phosphorus (adj.) - phosphorous
planchette - planchet
plexiglass - Plexiglas
post-mortem - postmortem
pyocine - pyocin
pyrex - Pyrex
radio-active - radioactive
regime - regimen
re-inoculate - reinoculate
saltwater - salt water
sea water - seawater
selfinoculate - self-inoculate
simi-compIete - semicomplete

Página 237

Errado - Certo

Shelflife - shelf life


Sidearm - side arm
small concentration - low concentration
spore-forming - sporeforming
stationary phase culture - stationary-phase
step-wise - culture stepwise
students' T test - Student's t test
sub-inhibitory - subinhibitory
T2 phage - T2 phage
Technic - technique
Teflon - Teflon
Thioglycollate - thioglycolate
Thyroxin - thyroxine
Transferred - transferred
Transferring - transferring
Transferable - transferable
trichloracetic acid - trichloroacetic acid
tris-(hydroxymethyl)amino-methane - tris(hydroxyrnethyl)arninornethane

trypticase - Trypticase
tryptophane - tryptophan
ultra-sound - ultrasound
un-tested - untested
urinary infection - urinary tract infection
varying amounts of cloudiness - varying cloudiness
varying concentrations (5, 10, 15 mg/ml) - various concentrations (5, 10, 15 mg/ml)

walerbath - water bath


wave length - wavelength
X ray (adj.) - X-ray
X-ray (n.) - Xray
zero-hour - zero hour

Página 238

APÊNDICE
Palavras e Expressões a Evitar (* - nota de rodapé)

Jargão - Uso Preferencial


a considerable amount of - much
a considerable number of - many
a decreased amount of - less
a decreased number of - fewer
a majority of - most
a number of - many
a small number of - a few
absolutely essential - essential
accounted for by the fact - because
adjacent to - near
along the lines of - like
an adequate amount of - enough
an example of this is the fact that - for example
an order of magnitude faster - 10 times faster
apprise - inform
are of the same opinion - agree
as a consequence of - because
as a matter of fact - in fact (or leave out)
as a result of - because
as is the case - as happens
as of this date - today
as to - about (or leave out)
at a rapid rate - rapidly
at an earlier date - previously
at an early date - soon
at no time - never

Nota de rodapé
* - NT: As palavras e expressões listadas devem ser evitadas pelas pessoas que
escreverem artigos científicos em Inglês.

Página 239

Jargão – Uso preferencial


at some future time - later
at the conclusion of - after
at the present time - now
at this point in time - now
based on the fact that - because
because of the fact that - because
by means of - by, with
causai factor - cause
cognizant of - aware of
completely full - full
consensus of opinion - consensus
considerable amount of - much
contingent upon - dependent on
definitely proved - proved
despite the fact thatalthough
due to the fact that - because
during the course of - during, while
during the time that - while
effectuate - cause
elucidate - explain
employ - use
enclosed herewith - enclosed
end result - result
endeavor - try
entirely eliminate - eliminate
eventuate - happen
fabricate - make
facilitate - help
fatal outcome - death
fewer in number - fewer
finalize - end
first of all - first
following - after
for the purpose of - for
for the reason that - since, because
from the point of view of - for
future plans - plans
give an account of - describe
give rise to - cause
has been engaged in a study of - has studied

Página 240

Jargão Uso Preferencial


has the capability of - can
have the appearance of - look like
having regard to - about
immune serum - antiserum
impact (v.) - affect
implement - start, put into action
important essentials - essentials
in a number of cases - some
in a position to - can, may
in a satisfactory manner - satisfactorily
in a situation in which - when
in a very real sense - in a sense (or leave out)
in almost ali instances - nearly always
in case - if
in close proximity to - close, near
in connection with - about, conceming
in light of the fact that - because
in many cases - often
in my opinion it is not an unjustifiable assumption that - I think
in only a small number of cases - rarely
in order to - to
in relation to - toward, to
in respect to - about
in some cases - sometimes
in terms of - about
in the absence of - without
in the event that - if
in the not-too-distant future - soon
in the possession of - has, have
in this day and age - today
in view of the fact that - because, since
inasmuch as - for, as
incline to the view - think
initiate - begin, start
is dcfined as - is
is desirous of - wants
it has been reported by Smith – Smith reported
it has long been known that - I haven't bothered to look up the reference

Página 241

Jargão - Uso Preferencial


it is apparent that - apparently
it is believed that - I think
it is clear that - clearly
it is clear that much additional - I don't understand it
work will be required before a
complete understanding
it is crucial that - must
it is doubtful that - possibly
it is evident that a produced b - a produced b
it is generally believed - many think
it is my understanding that - I understand that
it is of interest to note that - (leave out)
it is often the case that - often
it is suggested that - I think
it is worth pointing out in this context that - note that
it may be that - I think
it may, however, be noted that - but
it should be noted that - note that (or leave out)
it was observed in the course of the experiments that - we observed
join together - join
lacked the ability to - couldn't
large in size - large
let me make one thing perfectly clear - a snow job is coming

majority of - most
make reference to - refer to
met with - met
militate against - prohibit
more often than not - usually
needless to say - (leave out, and consider leaving out whatever follows it)
new initiatives - initiatives
no later than - by
of great theoretical and practical - useful
importance
of long standing - old
of the opinion that - think that
on a daily basis - daily

Página 242

Jargão
on account of
on behalf of
on no occasion
on the basis of
on the grounds that
on the part of
on those occasions in which
our attention has been called to the fact that
owing to the fact that
perform
place a major emphasis on
pooled together
presents a picture similar to
previous to
prior to
protein determinations were performed
quantify
quite a large quantity of
quite unique
rather interesting
red in color
referred to as
regardless of the fact that
relative to
resultant effect
root cause
serious crisis
should it prove the case that
smaller in size
so as to
subject matter
subsequent to
sufficient
take into consideration
tcrminate
lhe greul majorily of
the opinion is advanced that
lhe predominate number of

Uso Preferencial
because
for
never
by
since, because
by, among, for
when
we belatedly discovered
since, because
do
stress
pooled
resembles
before
before
proteins were determined
measure
much
unique
interesting
red
called
even though
about
result
cause
crisis
if
smaller
to
subject
after
enough
consider
end
most
I think
most

Página 242

Jargão Uso - Preferencial


the question as to whether - whether
the reason is because - because
the vast majority of - most
there is reason to believe - I think
they are the investigators who - they
this result would seem to indicate - this result indicates
through the use of - by, with
to the fullest possible extent - fully
transpire - happen
ultimate - last
unanimity of opinion - agreement
until such time - until
utilization - use
utilize - use
very unique - unique
was of the opinion that - believed
ways and means - ways, means (not both)
we have insufficient know - ledgewe don't know
we wish to thank -we thank
what is the explanation of - why
with a view to - to
with reference to - about (or leave out)
with regard to - concerning, about (or leave out)
with respect to - about
with the possible exception of - except
with the result that - so that
within the realm of possibility - possible

(início de citação)Sermões sobre brevidade e pureza são igualmente


efetivos. Promiscuidade verbal flui da pobreza da linguagem e da
obesidade do pensamento, de uma indecente pressa de imprimir -
uma ejaculação precoce, isso é que é. (fim de citação)
Eli Chernin

Página 244

APÊNDICE 3
Prefixos e Abreviações para Unidades do
SI (Sistema Internacional)

Nº - Prefixo - Abreviação
10 elevado a -18 - atto - a
10 elevado a -15 - femto - f
10 elevado a -12- pico - p
10 elevado a -9- nano - n
10 elevado a -6- micro -
10 elevado a -3- millim -
10 elevado a -2- centi - c
10 elevado a -1- deci - d
10 - deka - da
10 elevado a 2- hecto - h
10 elevado a 3- kilo - k
10 elevado a 6- mega - M
10 elevado a 9- giga - G
10 elevado a 12- tera - T
10 elevado a 15- peta - P
10 elevado a 18- exa -

Página 245

APÊNDICE 6
Abreviações e Símbolos Aceitos (* - nota de rodapé)

Termo - Abreviação ou Símbolo - Termo - Abreviação ou Símbolo


Absorbance – A - coenzyme A - CoA
Acetyl – Ac – coulomb - C
Adenine – Ade - counts per minute - cpm
Adenosine – Ado – cytidine - Cyd
Adenosine – ADP – cytidine - CDP
5'-diphosphate – sem simbolo - 5'-diphosphate – sem símbolo
adenosine – AMP – cytidine - CMP
5 '-monophosphate – sem símbolo - 5 '-monophosphate – sem símbolo
adenosineATPcytidineCTP
5'-triphosphate 5'-triphosphate
adenosine – ATP – asecytosine - Cyt
triphosphatase – sem símbolo - degree Celsius - °C
alanine – Ala – deoxyribonuclease - DNasi:
alternating current – ac – deoxyribonucleic - DNA
ampere – A - acid – sem símbolo
antibody – Ab – deoxyuridine - DUMP
antigen – Ag - monophosphate – sem símbolo
arabinose – Ara – diethylaminoethyl - DEAE-
bacilli – BCG – cellulose - cellulose
Calmette-Guerin – sem símbolo – electrocardiogram - ECG
Becquerel – Bq - electroencephalogram - EEG
biological oxygen - BOD
demand – sem símbolo – ethyl - Et
blood urea nitrogen – BUN - ethylenediaminetetraacetate - EDTA
boiling point - bp
candela - cd - farad - F
central nervous system - CNS - flavin adenine dinucleotide - FAD

Nota de rodapé
* - NT: Este apêndice destina-se a autores que necessitam escrever seus artigos
científicos em Inglês.

Página 246
Termo - Abieviação ou Símbolo - Termo - Abreviação ou Símbolo
Flavin – FMN - Michaelis Constant - Km
mononucleotide – sem símbolo – milliequivalent - meq
Gauss – G - minimum lethal - MLD
gram – g - dose – sem símbolo
gravity – g - minute (time) - min
guanidine – Gdn - molar (concentration) - M
guanine – Gua – mole - mol
guanosine – Guo - muramic acid - Mur
guanosine – GDP – Newton - N
5'-diphosphate – sem símbolo - nicotinamide adenine - NAD
hemoglobin – Hb - dinucleotide – sem símbolo
hemoglobin, - HbO2 - nicotinamide adenine dinucleotide (reduced) - NADH
oxygenated – sem símbolo
henry - H
heptyl – Hp – normal (concentration) - N
hertz - Hz
hexyl – Hx - nuclear magnetic resonance - NMR
horsepower – hp
hour - h - ohm -
infrared – IR – ornithyl - Orn
inosine – IDP - ortho- - o-
5'-diphosphate – sem símbolo – orthophosphate - P i
international unit – IU – osmole - osmol
intravenous - i.v. - outside diameter - o.d.
isoleucyl – Ile - para- - p-
joule – J – pascal - Pa
kelvin – K – phenyl - Ph
kilogram – kg - plaque-forming units - PFU
kinetic energy – KE – probability - P
lethal dose, median - LD50 – purine - Pur
pyrophosphate - PP i
leucyl – Leu – radian - rad
litre (liter) – l - respiratory quotient - RQ
lumen – Im – reticuloendothelial system - RES
lux - lx
lysinyl – Lys - revolutions per minute - rpm
melting point - mp
messenger ribonucleic acid mRNA – ribonuclease - RNase
ribonucleic acid - RNA
meta- - m ribose - Rib
mclhionyl – Met - ribisomal ribonucleic acid - RNA
methyl - Me
metre (meter) – roentgen - R

Página 247

Termo - Abreviação ou Símbolo - Termo – Abreviação ou Símbolo


second (lime) – s - tris(hydroxy methyl)aminomethane - Tris
serum glutamic – SGOT
oxalacetic – sem símbolo – tyrosinyl - Tyr
transaminase – sem símbolo – ultraviolet - UV
seryl – Ser - United States Pharmacopeia - USP
siemens – SP
species - sp. (sing.), spp. (pl.) - uracil - Ura
uridine - UDP
specific gravity – sp gr - 5'-diphosphate – sem símbolo
standard deviation – SD – volt - V
standard error – SE – volume - V
standard – STP – watt - w
temperature and pressure – sem símbolo – weber - Wb
week - wk
steradian – sr - white blood cells (leukocytes) - WBC
subeutaneous - s.c.
tesla – T – xanthine - Xan
tobacco mosaic – TMV – xanthosine - Xao
virus – sem símbolo – xanthosine - XDP
tonne (metric ton) – t - 5'-diphosphate – sem símbolo
transfer ribonucleic acid – tRNA – xylose yearyr - xyl
acid - - year - yr

Página 248

APÊNDICE 7
Requisitos para Submissão de Amostra para um Periódico Eletrônico

A World Wide Web Journal of Biology <http://epress.com./w3jbio/ced.html> é um


fórum internacional aberto para troca interativa rápida, sobre informação revisada por
especialistas, em ciências biológicas. O seguinte texto descreve os requisitos de periódico
para submissão de texto eletrônico de um artigo.

INFORMAÇÃO SOBRE SUBMISSÃO

Submissão, em inglês: e-mail para editor@epress.com. Para arquivos de


imagens, som, filmes etc, usem FTP anônimo para epress.com <http://epress.com/>.
Mudem o diretório para "epress" e usem o módulo binário para transferir os artigos.
Notifiquem a Epress, por e-mail, de que o manuscrito foi enviado. Os artigos podem
também ser enviados em formato ASCII (apenas texto), em disquetes Mac ou PC. Artigos
em formato HTML demandam considerações preliminares. A Epress pode fazer a
conversão para vocês, mediante pagamento, se o artigo for aceito. O endereço postal do
Periódico é WWW Journal of Biology, Epress, Inc., 130 Union Terrace Lane, Plymouth,
MN 55441. O processo de revisão é baseado no parecer do editor com relação à
adequação e nos relatórios dos revisores.

PREPARAÇÃO DO MANUSCRITO

Por favor, forneça os seguintes itens e informações:


Título da Página: inclui Título, Autor(es), Endereços de todos os autores, Endereços
eletrônicos para cada autor.
Palavras-chaves para Busca de Assunto

Página 249
Resumo
Introdução: deve incluir uma descrição do embasamento teórico e do planejamento do
trabalho e o que já foi feito até agora.
Materiais e Métodos: incluem descrições detalhadas e todos os procedimentos
experimentais.
Resultados: devem ficar claramente estabelecidos e documentados por representações
das descobertas, através de figuras, tabelas ou gráficos.
Discussão: enviem a importância das principais descobertas do trabalho, expandindo os
resultados.
Conclusões: devem fornecer um resumo das descobertas importantes e suas
implicações na área de pesquisa que é focalizada no artigo.
Agradecimentos: devem ser breves.
Referências: devem ser numeradas consecutivamente.
Abreviações do Periódico: devem seguir o Index Medicus/Medline, nomeando seis
autores. Se um trabalho referenciado tem mais de seis autores, usem o primeiro seguido
de et al.

(início de citação) 1.Chou, P. and Fasman, G. Empirical predictions...


conformation. (1980) Annu. Ver. Biochem. 47, 251-276. (fim de citação)

FORMATO HTML
Modelo de Artigo: as imagens devem ser em JPEG ou GIF e os filmes em MPEG, AVI
ou QuickTime contra formato de plataforma ligado a uma página de html separada, com
descrição do filme e tamanho do arquivo em kb.
Referencias "Linkadas": usem número de referência MEDLINE para todas as citações,
se disponíveis.
Estilo Bibliográfico: usem o seguinte estilo.
Colford, Ian A. Writing in the Eletronic Environment: Electronic Text and the
Future of Creativity and Knowledge. Occasional Paper 59,1996, School of Library and
Information Studies, Dalhousie University, Halifax, Nova Scotia, Canada.

Página 250

Glossário de Termos Técnicos

Agradecimentos. A seção do artigo (que segue a Discussão e precede as Referências


Bibliográficas), designada para agradecer a indivíduos e organizações pela ajuda,
conselho ou assistência financeira que forneceram durante a pesquisa e durante a
redação do artigo.
Artigo científico. Um relatório publicado e escrito, descrevendo resultados de pesquisa
original.
Artigo de revisão. Um artigo escrito para rever um número de artigos primários
publicados anteriormente. Tais revisões podem ser simples anotações de referências
bibliográficas em um determinado campo de trabalho ou elas podem ser estudos críticos,
interpretativos da literatura em um campo de trabalho.
Autor. A pessoa que ativamente contribui para o delineamento e execução dos
experimentos e que tem responsabilidade intelectual pelos resultados da pesquisa que
está sendo relatada.
Avaliador. Uma pessoa, usualmente um especialista na área do autor, chamado a
examinar um manuscrito e a aconselhar o editor com relação à publicação. O termo
"revisor" é usado mais freqüentemente, mas, talvez com menos exatidão.
Biological Abstracts. O maior e o melhor arquivo (em forma de resumos) de
conhecimento em Biologia. Publicado pelo Biosciences Information Service (Serviço de
Informação de Ciências Biológicas).
Cabeçalho repetitivo. Um cabeçalho que se repete em páginas consecutivas de um livro
ou periódico. Os títulos de artigos em periódicos são freqüentemente diminuídos e usados
como cabeçalho no alto de cada página. Também chamado linha de cabeçalho.
CBE (CEB). Conselho de Editores de Biologia.

Página 251

CD-ROM. Significa Compact Disc Read Only Memory e trata-se de um disco de alumínio
moldado, usado para armazenar grandes quantidades de informações digitais. Lido por
"drive" de computador especial para CD-ROM ou aparelhos de som para CDs, um disco
pode reter todo tipo de elemento textual ou gráfico de um artigo científico ou monografia,
incluindo áudio e vídeo.
Chemical Abstracts. O maior e melhor depositário (em forma de resumos) do
conhecimento de Química. Publicado pela American Chemical Society (Sociedade
Americana de Química).
Colocação de título. Veja Legenda.
Composição tipográfica. A composição do manuscrito pelo publicador, de
acordo com a marcação para o compositor fornecida pelo editor de cópia.
Compositor de tipos. Veja Compositor
Compositor. Pessoa que monta os tipos, na tipografia.
Consultor editorial. Veja Avaliador.
Cópia adequada para fotografar. Qualquer coisa que seja adaptada para
reprodução fotográfica em um livro ou periódico, sem necessidade de ser imprimido. Os
autores geralmente fornecem fórmulas complicadas, estruturas químicas, diagrama, etc.
nesta forma para evitar a necessidade de conferência de provas e o perigo de erro na
digitação.
Cópia eletrônica. Quando um artigo manuscrito é feito eletronicamente, através
do processador de texto.
Correio eletrônico (E-mail). Correio eletrônico refere-se ao envio de mensagens
através da Internet, de um computador para outro ou para muitos outros computadores. O
correio eletrônico permite aos cientistas de diferentes partes do país ou do mundo
fazerem trabalho em colaboração, em pesquisa e em projetos escritos, mais facilmente e
de forma mais completa.
Council of Biology Editors (Conselho de Editores de Biologia). Organização
cujos membros estão envolvidos com escrita, edição e publicação de livros e periódicos
em Biologia e campos relacionados. Endereço: 60 Revere Dr., Suite 500, Northbrook, IL
60062.
Current Contents. Publicação semanal que fornece reproduções de conteúdos
de páginas de muitos periódicos. Os cientistas podem, então, ficar atualizados a respeito
do que está sendo publicado em seus campos. Seis diferentes edições são publicadas em
diferentes campos (incluindo Artes e Humanidades), pelo Institute for Scientific
Information (Instituto de Informação Científica).
Declaração de cabeçalho. Declaração feita por um publicador, usualmente na
página de rosto do periódico, dizendo a quem pertence o periódico e uma sentença
sucinta, descrevendo os objetivos e o escopo do periódico.

Página 252

Digitador. Veja Compositor.


Direito autoral (Copyright). Direito legal exclusivo de reproduzir, publicar e vender
propriedade intelectual escrita.
Discussão. Seção final de um artigo do tipo IMRAD. Seu objetivo é inserir os resultados
do trabalho em pauta, no acervo de conhecimento preexistente (inclui conclusões).
Divulgação científica. Um tipo de escrita cujo objetivo é comunicar conhecimento
científico para uma ampla audiência, incluindo (usualmente) tanto cientistas quanto não-
cientistas.
Editor de Cópia. Título dado a uma pessoa (usualmente um funcionário do publicador),
cuja responsabilidade é preparar manuscritos para publicação, fornecendo marcações
para o impressor, de forma que se faça qualquer correção ortográfica, de gramática ou de
estilo necessárias.
Editor. título usualmente dado à pessoa que decide o que será (ou não será) publicado
em um periódico ou em um livro multiautoral.
Editor-chefe. Título dado à pessoa que chefia os negócios de um periódico. Tipicamente,
o editor-chefe não se envolve com a edição (aceitação do manuscrito), mas é responsável
por fazer a edição de cópia (parte do processo de produção).
Endereço. Identifica o autor e fornece o endereço postal do autor.
Enquadramento. Marcação de fotografia de forma a indicar partes que necessitam
aparecer na fotografia. Como resultado, o material essencial é ampliado e deixado mais
destacado.
Escrita (redação) científica. Um tipo de redação cujo objetivo é comunicar novas
descobertas científicas a outros cientistas.
Expressão popular ultrapassada. Expressão que não se usa mais, envelhecida ou
trivial.
Fator de impacto. Base de julgamento da qualidade dos periódicos. Um periódico com
um alto fator de impacto (o valor do número de citações por artigo publicado, como
determinado pelo Science Citation Index) é aparentemente mais usado que um periódico
com um fator de impacto baixo.
Fotogravura Cópia fotográfica feita a partir de uma imagem em uma tela e então gravada
de forma que os detalhes da imagem são reproduzidos em pontos.
Gráfico. Linhas, barras ou outras representações pictóricas de dados. Os gráficos são
úteis para mostrar tendências e direções dos dados. Se devem ser fornecidos dados
exatos, uma tabela é usualmente superior.
Impressor(a). Historicamente, uma denominação para uma máquina ou pessoa que
imprime. Em geral, entretanto, o termo "impressora" é usado para significar a companhia
impressora e é usado como um resumo de todas as

Página 253

muitas ocupações envolvidas no processo de impressão, e.g., compositores, operadores


de máquina de impressão, montadores de forma, encadernadores. Um significado
distintamente diferente do termo "impressora" é o de "impressora de computador",
aparelho ligado a um computador, com o propósito de fazer impressão eletrônica
(colocando, em papel, o que está gravado no computador).
IMRAD. Acrônimo derivado de Introdução, Métodos, Resultados e (and) Discussão, o
esquema organizacional da maior partes dos artigos científicos. (A Discussão, no caso,
inclui as Conclusões - Nota da Tradutora).
Incunabula. Livros publicados entre 1455 e 1500 A.D.
Internet. Sistema de comunicação, em rápida expansão, que liga milhões de
computadores em todo o mundo. Começou nos anos 60, como uma rede de
computadores do governo dos Estados Unidos; a Internet liga, hoje, uma enorme
variedade de agências governamentais, instituições educacionais, empresas privadas e
organizações e indivíduos. A Internet não é uma entidade centralizada ou controlada, mas
uma vasta coleção decentralizada de computadores que se comunicam uns com os
outros.
Introdução. A primeira seção de um artigo com o formato IMRAD. Seu objetivo é
estabelecer claramente o problema investigado e fornecer, aos leitores, informação
relevante para embasamento do trabalho.
Jargão. O Tenth New Collegiate Dictionary da Webster define jargão como "linguagem
confusa e ininteligível".
Legenda. Título ou nome dado a uma ilustração, seguida de informação explicativa sobre
a ilustração. Usualmente, este material não deve ser digitado sobre o gráfico ou fotografia.
Ele será digitado primariamente pelo compositor e colocado abaixo da ilustração.
Também chamado de "Título".
Literatura Citada. Título utilizado por muitos periódicos para listar as referências
bibliográficas citadas no artigo. Os títulos Referências Bibliográficas e (raramente)
"Bibliografia" são também usados.
Livros com marca registrada (Trade books). Livros vendidos ao público em geral,
primariamente através de vendedores de livros (distribuidores e revendedores). Muitos
livros científicos, por outro lado, são vendidos primariamente por envio direto (nos
Estados Unidos).
Marcação para Composição. Marcas e símbolos usados pelos editores de cópias (e, às
vezes, pelo autor, como para grafar com itálico) para transmitir especificações sobre os
caracteres, para a composição.
Marcas de correção de provas de impressão. Conjunto de marcas e símbolos usados
para instruir o compositor, relacionado com erros nas provas.
Materiais e Métodos. Veja Métodos.
Métodos. Segunda seção de um artigo com o formato IMRAD. Seu objetivo

Página 254

é descrever o experimento em tal detalhe que um especialista competente possa repetir o


experimento e obter os mesmos resultados ou equivalentes.
Monografia. Livro especializado, detalhado, escrito por especialistas para outros
especialistas.
Periódico de arquivamento. Este termo é equivalente a "periódico de originais" ou
"periódico primário" e refere-se a um periódico que publica resultados de pesquisa
original.
Periódico de originais ou primário. Periódico que publica resultados de pesquisa
original.
Periódico eletrônico. Periódicos eletrônicos são versões, para computador, de
publicações impressas que podem ser acessadas via computador, pela Internet. Um
crescente número de periódicos (ou periódicos eletrônicos), sobre tópicos científicos,
estão se tornando disponíveis, a cada ano. Periódicos eletrônicos permitem uma
disseminação de pesquisa científica mais rápida e mais barata do que a usualmente
obtida com publicações impressas.
Prova. Cópia do material batido (digitado ou datilografado) enviado aos autores, editores
ou aos editores-chefes para correção de erros tipográficos.
Publicação duplicada. publicação dos mesmos dados duas (ou mais) vezes em
periódicos primários. Uma clara violação da ética científica.
Publicação original ou primária. A primeira publicação de resultados de pesquisa
original, de uma forma que especialistas da mesma área do autor possam repetir os
experimentos e testar as conclusões, e publicada em um periódico ou outra fonte de
documento facilmente disponível para a comunidade científica.
Publicador. Uma pessoa ou organização que tem atividades empresariais ligadas a
publicação de um livro ou periódico.
Reimpressões. Artigos de periódicos impressos separadamente, fornecidos aos autores
(em geral, com pagamento). Estas reimpressões (às vezes, chamadas separatas)
circulam amplamente entre os cientistas.
Relato oral. Semelhante, em organização, a um artigo publicado, exceto que não tem
detalhes experimentais e citação extensa de literatura. E, claro, é falado, não escrito.
Relatório de Encontro (Relatório de Conferência). Artigo escrito para apresentação de
um encontro (congressos, reuniões, etc). A maioria deles não são considerados
publicação válida (original). Um relatório de encontro bem escrito pode e deve sei
pequeno; detalhes experimentais e citação de literatura elevem aparecer o mínimo
possível nele.
Resultados. A terceira seção de um artigo com o formato IMRAD. Seu objetivo é
apresentar a nova informação obtida nos estudos que estão sendo relatados.

Página 255

Resumo (Abstract). Breve sinopse de um artigo, fornecendo, geralmente, um sumário de


cada seção mais importante do artigo. Diferente de um "Summary" (que, em português
também se chama "Resumo") que é usualmente um sumário de conclusões.
Resumo/Sumário. Usualmente um resumo de conclusões, colocado no fim de um artigo.
Diferente de um "Abstracts" (Resumo), que usualmente resume todas as partes principais
de um artigo e que aparece no início do artigo (resumo de cabeçalho).
Revisão por especialista. Revisão do manuscrito feita pelos pares do autor
(especialistas que trabalham na mesma área de especialização).
Revisor. Veja Avaliador.
Revisor para este caso (Ad hoc reviewer). Veja Avaliador.
Separatas. Veja Reimpressões.
Sintaxe. A ordem das palavras dentro de frases, cláusulas e sentenças.
Sistema de Harvard. Veja Sistema de nome e ano.
Sistema de nome e ano. Sistema de dar as referências bibliográfica, no qual a referência
é citada, no texto, pelo último nome do autor e o ano de publicação, por ex., Smith (1990).
Também conhecido como o sistema de Harvard.
Sistema de número de acordo com a ordem alfabética. Um sistema de citação de
literatura no qual as referências são arranjadas alfabeticamente nas Referências
Bibliográficas ou em Literatura Citada, numeradas e então citadas por número, no texto.
Uma variação do sistema de nome e ano.
Sistema de ordem de citação. Sistema de citar as referências bibliográficas em ordem
numérica, como aparece no texto. Assim, as Referências Bibliográficas estão em ordem
de citação, não na ordem alfabética.
Society for Scholarly Publishing - Sociedade para Publicação de Alto Nível.
Organização de eruditos, editores, publicadores, bibliotecários, im-pressores,
revendedores de livros e outras pessoas engajadas em publicação de alto nível.
Endereço. 10200 W. 44th Ave., Suite 304, Wheat Ridge, CO 80033.
Tabela. Apresentação de (usualmente) números na forma de colunas. As tabelas são
usadas quando muitas determinações necessitam estar presentes e os números exatos
têm importância. Se apenas "a forma dos dados" é importante, um gráfico é usualmente
preferível.
Tese. Monografia pedida para a obtenção de um grau superior; seu objetivo é provar que
o candidato é capaz de fazer pesquisa original. O termo "dissertação" é essencialmente
equivalente, mas deve ser reservado para um manuscrito submetido a um curso de
doutorado (nos Estados Unidos; no Brasil, para Doutorado apresenta-se uma tese e para
Mestrado, uma dissertação - Nota da Tradutora).
Página 256

Título. O mínimo possível de palavras que adequadamente descrevem os conteúdos de


um artigo, livro, cartaz, etc.
Títulos em série. Títulos de artigos publicados como uma série, no decorrer do tempo.
Estes títulos têm um propósito em comum a todos os artigos da série e o subtítulo
(usualmente introduzido com um número romano) é específico para cada artigo.
Volume comemorativo. Volume escrito por diferentes autores, apresentado como um
tributo a ou um memorial de determinado indivíduo.
World Wide Web (WWW). Sistema de ligar documentos através da Internet. A Web usa
sistema de código HTML para colocar o endereço de um documento da Internet dentro de
outro, em um "hyperlink" especialmente desenvolvido. "Clicando" no "hyperlink", o usuário
pode mover-se rapidamente de um documento para o próximo. Para um artigo científico
"online", "hyperlinks" da WWW podem conectar o texto com gráficos, fotografias,
pequenos filmes de vídeo e áudio suplementares, assim como relacionar artigos e
documentos.

Página 257

Referências Bibliográficas

Aaronson, S. 1977. Style in scientific writing. Current Contents, No. 2, 10


January, p. 6-15.
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Página em branco

Página 261

Índice
Ordenado por Janet Perlman

"A/ain", uso e mau uso das palavras, em inglês, 225


Aaronson, S.,43,216
"About", uso e mau uso da palavra, em inglês, 220
Abreviações
como e quando usar, 222-26
comumente aceitas, 245-47
de atalhos ("shortcuts") do processador de texto, 104
de nomes de periódicos, 56-57, 230-32
de unidades de medida, 224
de unidades SI (Sistema Internacional de Unidades), 222, 225-26, 244
em artigo de periódico eletrônico, 249
em cabeçalhos de tabela, 233
em legenda de figura, 67
em lista de referências bibliográficas, 51, 56
em resumo, 31, 223
em tabelas, 67
em título de artigo, 19-20, 223, 230-32
na introdução, 35
utilizadas, subtítulo, 224
Aceitação do manuscrito, 124, 126
Acrobat (Adobe), 100-01, 148
Acrobat Distiller (Adobe), 148
Acrobat reader, 148
Acronismos, atalhos do processador de texto,104
Adendo na prova de impressão, 136
Adobe Acrobat ("software"), 100-01, 148
Adobe FrameMaker ("software"), 100
Adobe Illuslrator ("software"), 79
Adobe PageMaker ("software") 100
Adobe Persuasion ("software"), 78, 186
Adobe Photo Deluxe ("software"), 79
Adobe PhotoShop ("software"), 79
Adobe reader, 101, 149
Advise and Consent (Conselho e Consentimento), 45
Agradecimentos
como seção do artigo, 28, 49-50 definição de, 250
em artigo de periódico eletrônico, 249 em manuscrito, 116
Albutt, T. C, 15
Allen.Fred, 168
Alta Vista (mecanismo de busca), 144
American Chemical Society (Sociedade Americana de Química), 93, 140, 199, 226
American Mathematical Society (Sociedade Americana de Matemática), 107, 199
American Medical Association (Associação Médica Americana), 93
American National Slandards Institute (Instituto Nacional Americano de Padronização), 29,
54
American PsychoJogica) Association (Associação Americana de Psicologia), 59,60, 93,
149,213
American Society for Microbiology (Associação Americana de Microbiologia), 83, 92,93,
104-05, 140 41, 190,211
"Amount", uso e mau uso de palavra, em inglês, 205
Ampliação, em fotografia, 89
Análise estatística

Página 262

na seção de Materiais e Métodos, 39


na seção de Resultados, 43
tempo de verbo da, 209
"And/or", uso e mau uso das palavras, em inglês, 205
Anderson, J.A. 47 Animais, nomes dos gêneros e espécies, 37, 225
Annual Review of Biochemistry, 13
Antecedentes, 44
Apresentação oral, artigo científico, 182-88,192, 254
ARPANET, 142, 143
Arte gerada por Computador (computação gráfica). Veja Gráficos eletrônicos
Artigo científico, xiii, 8-14,288. Veja também Discussão, seção de; Introdução seção de;
Preparação do manuscrito; Submissão do Manuscrito; Materiais e Métodos, seção de;
Processo de Publicação; Referências Bibliográficas; Resultados seção de; Processo de
revisão
agradecimentos em, 28, 49-50, 116, 249, 250
apresentação oral de, 102, 182-88, 254
artigo de revisão, 13,30,95, 163-67
artigos em série, 20
autores e endereços em, 27-28, 93
autoria de, 23-26, 194
definição de, 8-11, 13,255
direito autoral de, 141, 195-99
ética em, 193, 198,207
formato IRDAM de, 11
linguagem de, 2-3
organização IMRAD de, 4,5-7,11-13,170, 190-91,253
originalidade em, 193-94
processo tradicional de publicação de, 96
publicação de, em CD-ROM, 139, 140-41
publicação duplicada de, 252
publicação eletrônica de, 139-41, 199
publicação na Web de, 147, 148-49
reimpressões de, 158-62, 167, 254
relatório de encontro, 8, 13-14, 30, 168-71, 182-88, 192,25
resumo em e de, 8, 14,28,29-32,94, 104-05, 181,208,223,250
sessão de pôsteres, xi, 189-92
submissão de, a periódicos, 10 1 5, 10916
tese, 8, 178-81
título em, 15-21
voz ativa X voz passiva de verbo em, 209-10
Artigos de revisão, 13
apresentação oral de, 182-88, 192, 254
características de, 163-64
como escrever, 166-67
definição de, 255
esboço de, 164-65
relatórios de encontros, 8, 13-14,30, 168-71
requisitos de periódico para, 166
resumo em, 30
sessão de pôsteres, 189-92
tese, 8, 178-81,255
títulos e subtítulos em, 38, 95
Assignment of Copyright Act (1909) (Ato de Atribuição sobre Direitos Autorais -Estados
Unidos), 196
Assistência financeira, agradecimentos por, 49
Ativa, voz de verbo, uso, 209-10
Autores
autoria, definição de, 23-26, 194, 250
endereço postal dos, 28
endereços dos, 27-28, 93, 250
forma do nome dos, 26-27
graus ou títulos dos, 27
ordem de listagem de, 22-26
provas de impressão do publicador enviadas aos, 131-36
Avaliador, 254
Aviso de direito autoral, em materiais na Internet, 198
Banco de dados, CUPID, 141
Base da página, 105
Berners-Lee, Tim, 143
Bernstein, T. M., 221
Berry, L. Joe, 204
Bico de pena, ilustrações em, 90
Biochemistry, 56
Biologia, nome de gêneros e espécies, 37,225
BiologicalAbstracts, 10, 29,250
Bisliop, Claude. 47
Blackwell Science, publicador "online", 152
Bondi, Hermann, ix
Booth, V„ 12
Biiscoc, M. 11.70,74, 189

Página 263

Broad, William J., xi


Burns, Robert, 227
Burocrátese, 218-20
Burton, Sir Richard, 48
Cabeçalho repetitivo, 19, 255
Cabeçalhos, 186
de tese, 180
em tabelas, 66-67, 233
formato de, 94
na seção de Materiais e Métodos, 38
Câmara digital, 90,99
Caracteres gregos, marcação eletrônica, 105
Carta
de apresentação, 115-116
de modificação, 124-26
de rejeição, 127-29
"Case", uso e mau uso da palavra, em Inglês,205, 220
CBE (CEB). Veja Council of Biology Editors
CD-ROM, 251
Cell, 11
Chase, Stuart, 216
ChemDraw ("software"), 79
Chemical Abstracts, 10, 19,29,251
Chemin, Eli, 243
Chicago Manual of Style, 55, 60, 212
Citação, Referências bibliográficas
de fontes eletrônicas, 59-60
de Referências Bibliográficas, 52-59
de tabelas, 44
de tese, 51
para ilustrações, 44
"software" para, 58-59, 101
Code of Federal Regulations (Código de Regulamentações Federais - Estados Unidos),
219
Colegas, agradecimentos a, 49
Composição
de tipos, 107, 256
eletrônica, 139, 141
em tipografia, 96
colocação das fotografias, 89
colocação das tabelas, 67,94
tipográfica, 256
Computadores, xi, 96. Veja também Internet;
World Wide Webcâmara digital, 90,99
CD-ROM , "drive" para, 97
cópia adequada para fotografar, 68,69,250
disco rígido, "drive" do, 97
dispositivo de gravação de segurança ("backup"), 98
disquete zipado, 91
fotografias digitalizadas, 90-91
"hardware", 97-99
impressoras, 68, 98, 103
modems, 99
monitor, 97-98
preparação do manuscrito, 96-107
requisitos de memória, 97
"zip drive", 98
Conclusões
em pôster, 191
em artigo de periódico eletrônico, 249
em artigo de revisão, 167
em resumo, 30
em seção de Discussão, 46, 47
Construção (apresentação de "slides"), 188
Cópia adequada para fotografar ("Camera-ready copy"), 68, 69, 250
Cópia eletrônica, 92-94, 104, 252
Copyright Act (1976) (Ato de Direito Autoral-EUA), 195, 196
Copyright Clearance Center (Centro de Liberação de Direito Autoral, EUA), 197-8
Cor
em pôster, 192
em apresentação de "slides" (data show), 187
em fotografias, 89-90
Correção de gramática, programas, 99
Correio eletrônico (e-mail), 143, 154-56,252
Correspondência
aviso de "não adequação", 110
carta de aceitação, 124
carta de apresentação, 115-16
carta de modificação, 124-26
carta de rejeição, 127-29
de prosseguimento (seqüência), em procedimentos para publicação, 115-16
e-mail, 143, 154-56,252
submissão do manuscrito, 115-16
Council of Biology Edilors - CBE (Conselho de Editores de Biologia - CEB). 8, 55, 60,
196,225
Council of Biology Editors Style Manual, 54-55, 60, 210, 213, 223,226

Página 264
Crum, John K., 158
CUPID (Consortion for University Printing and Information Distribution - Consórcio para
Informação e Distribuição de Publicação Universitária), 141
Current Contents, 109, 161,252
Dados de linhagem celular, 37-38
Dados eletrônicos, arquivo de, 149
Darwin, Charles, x
Data (dados)
arquivados eletronicamente, 149
com forma do verbo no singular e no plural, 211
de gráficos, 70-83
em seção de Materiais e Métodos, 42-43
em seção de Resultados, 44
em tabelas, 61-69
Data show (apresentação de "slides"), 186-88
Declaração de cabeçalho, em periódicos, 109-10, 194,253
DeltaGraph Professíonal ("software"), 78, 80,82, 101
Desenho, programas de ("software"), 78-79
Desenhos. Veja Ilustrações DeVoto, Bernard, 109
Diagramação de página, 106-07
em publicação eletrônica, 147,152
"software" de computador para, 100-01
Diagramação. Veja Diagramação de página
Direito autoral, 195-99
de e-mail, 156
de composição eletrônica, 141
de publicação eletrônica, 198-99
uso legal de, 195
de fotocópia, 196-98
Direito autoral, formulário de transferência de,196, 197
Disco de zip, 91
Discussão, seção, 7, 44, 45-48
combinação com a seção de Resultados, 12
componentes da, 46
de tabelas, 61 68
definição de, 252
em pôster, 191
em artigo de periódico eletrônico, 249
em artigo de revisão, 164
em teses, 180
Dissertation Abstracts, 181
Distiller (Adobe), 148
Dobie, J. Frank, 178
Documentos "virtuais", 141
Dodd, J.S., 93
"Drive(s)"
de CD-ROM, 97
de zip, 98
do disco rígido, 97
portáteis, para computadores, 98
Drury, Allen, 45
"Each/every", uso e mau uso das palavras, em Inglês, 205
Edição de cópia, 130, 137
Edison, Thomas A., 42
Editoração eletrônica, 69,96-97. Veja também Diagramação de página (Apresentação da
página); Processador de texto
Editor-chefe, 118,253
Editores
de relatórios de encontros, 171
decisão de aceitação do manuscrito, 124
definição de, 252
no processo de revisão eletrônica, 153
função dos, 117-18, 129
manuscrito claro e completo e, 93
Electronic Styles: A Handbook for Citing
Electronic Information, 60
Eliot, George, 221
Eliot, T.S., 47
Elsevier Press, publicadores eletrônicos, 152
E-mail (correio eletrônico), 143, 154-56,252
Emerson, Ralph Waldo, 45,49
Endereços (dos autores), 27-28, 93, 250
Endereços eletrônicos, 154-55
EndNote ("software"), 58-59
Enquadramento (de figuras), 85-89
EPS, arquivos, 79
Erros, Veja também Provas, revisão de
comuns de grafia, uso e mau uso em Inglês, 234-37
contextuais, 99-100
de grafia de palavras, 132-33
em publicações na Web, 149
nas provas, 131
tipográficos. Veja Revisão de provas
Esboço
de artigos de revisão, 164-65

Página 265

de tese, 180
Escrita científica, ix-x, 1-7
abreviações em, 19-20, 31, 51, 56-57, 67, 104, 222-26, 233, 245-47, 249
clareza em, 1
definição de, 255
economia de palavras em, 31-32
ética em, 193, 198,207
história da, 4-5
jargão na, 19, 176, 205, 215-21, 238-43, 253
língua inglesa, uso e mau uso de palavras na, 2-3,200, 205-07
mandamentos da, humor, 203-04
tempo de verbo na, 30, 34, 36,42, 207-09
volume de comemoração, 252
voz ativa X voz passiva de verbo na, 209-10
Escrita telescópica, 40, 41
Esvaecimento (em apresentação de "slides"),188 Et al., 53
Ética, 193, 198,207
Eudora ("software"), 155
Eufemismos, 210
Eurípides, 33
Excel ("software")
para gráficos, 78, 80
para tabelas, 69, 101
Experimentais, animais e plantas, 137
Explorer (Microsoft), 143
Expoentes, em cabeçalhos de tabelas, 66-67
Express (Quark), 100
Expressões populares, 252
Fator de impacto, 252
Figuras, Veja Ilustrações
Filmes,,em artigos de periódicos eletrônicos,249
Fontes de informação eletrônicas, 144, 145-46
Fontes eletrônicas, citações de Referências Bibliográficas, 59-60
Formato
AVI, 349
de bibliografias, 52
de relatórios de encontros, 170
de gráficos, 74-76
de títulos e subtítulos, 95
do IMRAD, 4, 5-7, 11-13, 170, I90-19F 253
do IRDAM, 11
de tabelas, 64-66, 69
modelos de, 102, 107, 186
Formato de arquivo
arquivos do Adobe Acrobat, 101
formato de imagem Photo-CD, 91
para fotografias digitais, 91
para gráficos eletrônicos, 79
para Web, 152
Formato IMRAD, 7
definição de, 253
descrição de, 11-13
em relatórios de laboratório, 12
em sessões de "posters", 190-191
história do, 4, 5-6
relatórios de encontro com, 170
Fórmulas químicas "software" para, 79
em títulos, 19
Fotocópias, direitos autorais e, 196-98
Fotografias, 84-91. Veja também "Slides"
ampliação, 89
colocação na prova de página, 89
enquadramento de, 85-89
escaneamento de, 90
fotografias digitais, 90-91
fotogravuras, 84, 252
fotos coloridas, 89-90
legenda de figura, 89
microfotografias eletrônicas, 84-89
preparação eletrônica, 90-91
provas de, 137
publicação na Web de, 147
setas e letras em, 89
"software" para, 90-91, 101-02
tamanho de, 85
Fotogravuras, 84, 252
Fowler, H, W.,214
Fowles, John, 4 Frações, em tipografia, 96
FrameMaker (Adobe), 100
FreeHand (Macromedia), 79
FTP ("File Transfer Protocol"), 146
Galbraith, J. K., 139
Gardner, John W., 216
GIF, formato, 249
Gilbers, Michael, 201

Página 266

Goodman, Al, 151


Grafia
americana e britânica, 96
britânica, 96
erros comuns de, 234-37
palavras mal escritas, 41, 132-33
Gráficos, 70-83
de barras, 81
colocação no manuscrito, 94
definição de, 252
escolha de tabela ou gráfico, 71-73
escrita em, 74
gerados por computador, 73-74, 77-83
legendas de, 76-77
lineares, 80
preparação, 73-74
provas de, 137
símbolos em, 74, 76
"software" para, 74, 78-79, 80
tamanho, 74-76, 85
tipo de letra, 81
tipo pizza, 80
variações de, 75-76, 81
Gramática, Veja Língua inglesa, uso e mau usoda
Gravação ("Backup") (computadores), dispositivos de, 98
Harnard, Steven, 149, 152, 153
Helvetica (tipo de letra), 107
Hifenização, no processador de texto, 106
Hipertexto, 140, 143, 146
HotBot (mecanismo de busca), 144, 145
Houghton, B. 29
HTML (Hyper Text Markup Language), 147-48, 256
Hurh, E. J., 12,25,225
"Hyperlinks", 143, 144, 146, 249, 256
Illustrator (Adobe), 79
Ilustrações, 70-91. Veja também Representações gráficas (desenhos); Gráficos;
Fotografias, "Slides"
arquivamento eletrônico de, 149
citação de, 44
colocação no manuscrito de, 94
copia adequada para fotografia de,68-69,250
em pôster, 192
enquadramento de, 85-89
fotogravuras de, 84, 252
ilustrações a bico de pena, 90
legenda de. Veja Legenda de Figura
microfotografias eletrônicas, 84
para publicações na Web, 147
preparação eletrônica de, 90-91
provas de, 137
símbolos em, 76
"software" para, 78-79
tamanho de, 85
Imagens digitais, 90
data show (apresentação de "slides"), 186
fotografias, 90-91, 101-02
Photo-CD, formato digital, 91
Imagens. Veja Gráficos Impressão, processador de texto, 103
Impressora(s)
a laser, 68, 98
(computador), 68, 98, 103
matriciais, 68
(para livro ou periódico), 254
In Vitro, 37-38
Incunabula, 5, 253
Index Medicus, 10, 19, 249
Indexação, 15, 19,20
Infinitivos, subdivisão, 201
informação de consentimento,
uso de material com direito autoral, 37
Instruções aos autores, 114
de periódicos, 37
para citação de referências bibliográficas, 52
para esboço de artigo, 164-165, 180
para preparação de manuscritos, 93, 108
sobre publicação prévia, 10, 194
sobre tabelas, 66, 68
sobre títulos em série, 20
Interface, uso e mau uso da palavra, em inglês,220
International Standards Organization (ISO),59, 60
Internet, xi, 142-143. Veja também World Wide Web
citação de fontes eletrônicas na, 59-60
definição de, 253
direito autoral na, 198-99
e-mail na, 143, 154-56

Página 267

FTP, programa para importação de arquivos na, 146


HTML, linguagem da, 147
mecanismos de busca da, 144, 145-46
Modem, para comunicação com, 99
"newsgroups" na, 146, 156-57
periódicos eletrônicos na, xi, 10, 147-49, 151-53
publicação eletrônica na, 147-59
URL. "link" da, 59, 146
InterNlC Academic Guide para a Internet ("site" da Web), 153
Introdução, seção, 7, 33-35, 44
abreviações na, 35
"Abreviações Usadas", subtítulo da, 224
de tese, 180
definição de, 253
em pôster, 190
em artigo de revisão, 164, 167
paginação da, 94
para artigo de periódico eletrônico, 249
Referências Bibliográficas na, 34
tempo de verbo na, 34, 208
Iomega Jaz, "drive", 98
Iomega Zip, "drive", 98
IRDAM, formato de artigo, 11
ISDN, conexão, 99
ISO (International Standards Organization),59,60
"It", uso e mau uso da palavra, em inglês, 44,206
Itálico (estilo de letra), marcação eletrônica, 105
Jargão, 215-21
"burocrátese", 218-20
definição de, 215,253
em livros textos, 176
em títulos, 19
palavras e expressões a evitar, em inglês, 238-43
uso da palavra "case", em inglês, 205, 220
Java (linguagem de programação), 147
Jaz, "drive", 98
Johnson, Samuel, xi
Journal des Sçavans, 5
Journal of Bacteriology, 10,20,66,159, 201
Journal of Biological Chemistry, 67
Journal of General Microbiology, 108
Journal ofthe American Chemical Sociely, 56
JPEG, formato, 91,249
Justificação à esquerda, de texto, 106
Kasidah, 48
Kodak, fotografias digitais, 90-91
KWIC, indexação, 19 20
KWOC, indexação, 19
Lady Chatterley's Love, 175
Lawrence, D. H., 175
Lederer,R. 221
Legenda de figura
abreviações em, 67
colocação em manuscrito, 94
de ampliações, 89
de fotografias, 89
de gráficos, 76-77
definição de, 253
em manuscrito batido, 77
notas de rodapé em, 67
símbolos em, 76-77
Legenda. Veja Legenda de figura
Letra sem serifa, 107
"Like", uso e mau uso, 206
Língua inglesa, uso e mau uso da, 200-14
"a/an", uso das palavras, 225
"about", uso da palavra, 220
abreviações. Veja Abreviações
"amount", uso da palavra, 205
"and/or", uso das palavras, 205
antecedentes (concordância nominal e verbal), 44
"case", uso da palavra, 205, 220
complementos mal empregados, 201
corretores de gramática, programas de computador, 99
"each/every", uso das palavras, 205
em Materiais e Métodos, seção, 40, 41
erros ortográficos comuns, 234-37
eufemismos,210
grafia, 41, 96,99, 100,234-37
infinitivos subdivididos, 201
interface, significado da palavra, 220
"it", uso da palavra, 44, 206
jargão científico, 19,176,205,215-21,238-43, 253
"like", uso da palavra, 206
linguagem masculinizada, 213

Página 268

mau uso de palavras, 205-07


metáforas, 204-05
números, por extenso, 212-13
"only", uso da palavra, 206
particípios mal empregados, 40, 158
"quite", uso da palavra, 206
redundância, 44, 184, 205
singular/plural, 210-11
sinônimos, 204
substantivos, problemas com, 211-12,220
tempo, de verbo, 30, 34, 36, 42, 207-09
"that", uso da palavra, 206
títulos de artigo, sintaxe, 15, 17-18, 21
"using", uso da palavra, 18
"varying", uso da palavra, 206
"verbosidade", 45, 211
voz ativa/passiva, verbo, 209-10
"we", uso da palavra, 210
"while", uso da palavra, 206
"wich/that", uso das palavras, 206
"wish", uso da palavra, 50
Linguagem masculinizada, 213
Linha do autor, periódicos, Veja Autores
"Links" (ligações a outros programa ou página), na Internet, 143, 144, 146
Literatura
citações. Veja Citação; Referências bibliográficas
citada, seção, 51, 59, 253
primária, 8-10, 13
Livros
científicos, tipos, 172-77
com marca registrada, 174-75, 176, 256
de Referências Bibliográficas, 173
de revisão, 176
textos, 173-74, 176
Lock, S., 122
Lotus ("software"), 80, 101
Luria.S. E„ 193
MacGirr, C. J„ 30
Macintoch, computador, 97
Macromedia FreeHand, programa para computação gráfica, 79
Magari, James, 154
Maggio, R., 213
Manuais de estilo, 93
Manuscrito eletrônico
arquivo para gravar, o, 103
cabeçalhos e rodapés de, 105
diagramação de página em, 105-06
edição de, 102-03
fazendo cópia de segurança de, 98, 103
impressão de, 103
marcação em, 105
modelo de, 102
modems para, 99
necessidades do computador para, 97-99
resumo ("abstract") de, 104-05
revisão de, 102-03
"software" para, Veja "Software" para computador
texto freqüentemente usado para, 104
tipografia de, 105-06
transmissão eletrônica de, 104
Manuscrito
eletrônico, 96-107
rejeição de. Veja Rejeição de Manuscrito
Marca registrada, 19, 20, 37, 93
Marcação, eletrônica, 105
Marcação, para correção e impressão, 253
Marcas para correção de provas, 133-35, 254
Margens, manuscrito e fotos, 95, 105
Masefield, John, 92
Materiais e Métodos, seção de, 36-41, 44
"abreviações utilizadas", subtítulo em, 224
análise estatística em, 39
combinação com seção de Resultados, 12
definição de, 253-54
em artigo de periódico eletrônico, 249
em artigos de revisão, 164
em relatório de encontro, 169
gramática em, 40-41
informação de consentimento de informação em, 37
marcas registradas, de produtos químicos, 37
paginação de, 94
referências bibliográficas em, 39
subtítulos em, 38
tabelas em, 39, 61
tempo de verbo em, 36, 208
McKerrow, R.B., 1
McLuhan, Marshall, 142
McNab, Sheila, 29
Mecanismos de busca, 144, 145-46
Medical Style & Formal, 225
MEDLINE, 145, 249

Página 269

Memória (de computador), 97


Mencken, H. L., 129
Metáforas, 204-05
auto-destrutivas, 204
Métodos, 7, 42, 190-91. Veja também Materiais e Métodos, seção de
Meyer, R. E., 218
Michaelson, H. B„ 12,56
Microbiology and Molecular Biology Reviews,13,164
Microfotografias eletrônicas, 84, 89
Microfotografias, 84, 89
Microrganismos, identificação, 37
Microsoft
Chart ("software"), 78, 101
Explorer ("software"), 143
Office ("software"), 78, 101
Powerpoint, 78, 101, 186
Word ("software"), 99
citações de referências bibliográfica em,59
tabelas em, 78, 101
texto freqüentemente usado, 104
Miles, Sir Ashley, 211
Minor, Janet, 100
Mitchell, J. H, 43
Modelos
de apresentação de "slides", 186
do processador de texto, 102
TeX, 107
Moderns, 99
Modern Language Association, citação de fontes eletrônicas, 60
Monitor (computador), 97-98
Monografia, 172-73, 175-76,254
Montagem (de figuras), 85, 89
Morgan, Peter, 61, 129
Morgan', Robin, 191
Morrison, J. A. 121
MPEG, formato de plataforma, filmes, 249
Multi-plotados, gráficos, 81
National Institute of Standards and Technology (Instituto Nacional de Padrões e
Tecnologia-EUA), 226
Navegadores ("browsers"), 143, 155
Neter, Erwin, 43
Netscape Navigator ("software"), 143, 155
New England Journal of Medicine, 153, 157
"Newsgroups", 146, 156-57
Nomes genéricos, 19, 37
"Nós" editorial (o uso do nós como forma de modéstia), 210
Números
em tabelas, 63
escritos por extenso, 212-13
na seção de resultados, 43
0'Connor, Maeve, 222
"Only", uso e mau uso da palavra, em Inglês,206
Organismos, nomes de gêneros e espécies, 37,225
Organização
de artigo apresentado oralmente, 182, 254
de artigo de revisão, 163-64, 167
de relatório de encontro, 169
de sessão de pôsteres, 190-91
de tese, 180
IMRAD, formato de artigo, 4, 5-7,11-13,170,253
IRDAM, formato de artigo, 11
PageMaker (Adobe), 100
Página de título, artigos de periódico eletrônico, 248
Paginação
das Referências Bibliográficas, inclusão, 55
do manuscrito, 94-95,105
Paginas do artigo, inclusão em referências bibliográficas, 55
Paintshop Pro para Windows ("software"), 79
Palavra-chave, indexação, 19 20
Palavras erradas, 132-33
Palavras, mau uso de. Veja Língua inglesa, uso e mau uso de
Particípio mal empregado, 40,158
Particípios mal colocados, em inglês, 40, 158
Passiva, voz de verbo, uso, 209, 210
Patrocínio, agradecimentos por, 49
Pausteur, Louis, 6
PDF, arquivos, 101, 148
Periódico de arquivamento (primário ou de originais), 250
Periódicos científicos. Veja Periódicos
Periódicos de revisão, 95
Periódicos eletrônicos, xi, 10, 147-49, 151-53, 269

Página 270

arquivo de informação de, 149-50


definição de, 252
preparação de manuscrito para, 248-49
processo de revisão de, 152-53
requisitos para autores em, 152
requisitos para submissão de amostra para,248-50
Periódicos. Veja também Preparação de manuscrito; Submissão de Manuscrito
abreviações em, 222-26
acesso à audiência do, 113
artigos de revisão em, 163, 166
autoria em, 194
cabeçalhos de, 95
CD-ROM, forma de publicação de, 139,140-41
circulação do, 112
citações de referências bibliográficas em, 51-60
de manuscrito eletrônico, 99-107
declaração de cabeçalho, 109-10, 194,253
diagramação de página de, 105-06
direito autoral em, 195-99
editor-chefe de, 118, 25
editores de, funções, 117-24,129
em resumo ("abstract"), 31-32
escolha para submissão do manuscrito,109-113
estilo de, 93
ética em, 193, 198
fator de impacto de, 252
fotografias coloridas em, 89-90
freqüência de publicação de, 112-13
gráficos em, formatos de arquivos para, 79
história dos, 5-7
imagens digitais para, 90
IMRAD, formato de artigo para, 4, 5-7,11-13, 170,253
IRDAM, formato de artigo para, 11
microfotografia eletrônicas para, 84
paginação de, 94
periódico de Arquivamento (primários ou de originais,250
periódicos de revisão, 95
periódicos eletronicos, xi, 10,147 49,151-53
prestigio de, 110-12
processo de revisão em, 117-29
processo tradicional de publicação de, 96
publicação primária em, 8-10, 13, 254
publicações duplicadas em, 252
reimpressões de, 158-62, 167, 254
rodapés em, 93
submissão eletrônica para, 104, 131
tipografia de, 106-07
títulos de, abreviações dos, 56-57, 230-32
títulos em, abreviações em, 52, 55-56
Permissões, 193, 194, 195
Persuation (Adobe), 78, 186
Pesquisa booleana, 144
Pessoal, computador. Veja Computadores Philosophical Transactions of the Royal Society
of London, 5
Photo Deluxe (Adobe), 79
Photo-CD, formato de imagem, 91
PhotoShop (Adobe), 79
PIC, arquivos, 79
PICT, arquivos, 79
Piei, Gerard, 8
PU, rótulo, 199
Pixels, 79
Plantas, nomes de gêneros e espécies, 37, 225
Plurais, uso e mau uso, em Inglês, 210-11
Pontuação
em pesquisa booleana, 144
importância de, 40
poder da, 213
Pôsteres, preparação de, xi, 189-92
PostScript, fontes (caracteres), 106-07
Powell, John Wesley, 43
PowerPoint ("software"), 78, 101, 186
Preparação de manuscrito, 92-108. Veja também Instruções aos autores batendo o, 92-
93, 94, 95
cópia adequada para fotografar de, 68, 69, 250
cópia de segurança do, 98, 103
cópia eletrônica de, 92-94, 104, 252
de manuscrito eletrônico, 96-107
diagramação (apresentação) de página de, 105-06
editando o, 102-03
cm computadores, 96-99
gráficos em, 76-83
impressão de, 103
paginação de, 94-95, 105
para periódico eletrônico, 248-49
problemas com, 95-96

Página 271

provas do, conferência, 99-100


revisão do, 102-03
revisão final de, 107-08
rodapés do texto de, 93
tabelas de, indicadores nas margens, 67
tipografia para, 106-07
topo e base de página de, 105
cabeçalhos de, 95 margens de, 95, 105
modificações após revisão de, 124-26
verificação de erros de gramática de, 99
verificação de ortografia em, 99 100
Primeira revelação fotográfica, 9
Processador de texto ("Word processing"), 99-100, 102
alinhamento do, 106
cabeçalhos e rodapés do, 105
citações de referências bibliográficas, 58, 101
cópia de segurança de texto do, 103
editando no, 102-03
gravação no, 103
hifenização no, 106
impressão no, 103
justificação no, 106
margens no, 105
modelos do, 102
numeração de páginas no, 105
para transparências para retroprojetor, 186
revisão no, 102-03
"slides", confecção no, 78
tabelas, confecção no, 68, 101
texto usado freqüentemente no, 104
tipologia, 106-07
Processo de publicação. Veja também Publicação eletrônica
composição no, 130, 131
de periódicos eletrônicos, 151
edição de cópia, 130
preparação do manuscrito para, 92-108
processo de revisão no, 117-29
provas no, 130-41
submissão do manuscrito para, 109-16
Processo de revisão, 117-29, 149. Veja também Revisão por especialistas da mesma
área científica
aceitação no, 124, 126
anonimato no, 121-22
carta de modificação após, 124-26
da seção de Materiais e Métodos, 37
de periódicos eletrônicos, 152-53
do relatório de encontro, 169
funções do editor-chefe no, 118,253
funções dos editores no, 117-24, 129
limite de tempo para ressubmissão, 126
rejeição no, 45, 92,110,127-29
resumo no, 31
revisão final no, 107-08 Programas de desenhos ("software"),79
Programas de distribuição de números para gráficos, 80
para material tabular. 69, 101
Programas de revisão de ortografia, 99, 100
Programas eletrônicos de apresentação de
"slides" (data show), 186-88
ProjectMuse, publicação "online", 152
Provas de página para impressão 131
adições ao texto das, 135-3
responsabilidades do autor com a revisão de, 131
de ilustrações, 137
de referências bibliográficas, 136
marcando correções em, 133-34
palavras com grafia errada em, 132
reclamações contra em, 138
Provas, correção de, 99-100
adições ao texto na, 135-36
de erros de grafia, 132-33
de ilustrações, 137
de referências bibliográficas, 136
marcas para correção na, 133-35, 254
processo de, 132-33
Provas, de manuscrito, 131-36, 254
PSYCOLOQUY, 149
Publicação
duplicada, 252
em CD-ROM, 139, 140-41, 199
independente, 150
prévia (anterior), 10
primária, 254
"online" da Academic Press, 152
Publicação eletrônica
de resultados de encontros ("conference proceedings"), 199
diagramação da página de, 147,152
direito autoral em, 198-99
Harnard, Sleve, sobre, 149, 152, 153
HTML, linguagem para, 147-48, 256

Página 272

publicação independente de, 150


publicação na Web de, 147,148-49
requisitos para autores de, 152 requisitos para submissão de, 248-50
Publicação na Web
ética em, 193, 198,207 "online", 152
permissões para, 193, 194
publicação duplicada, 252
Publicações válidas, 8, 13
Publicador, 254
Publicadores "online", 152
"Publisher Item Identifier" (PII), 199

Quadros sinópticos, 14
Quark Express ("software"), 100
QuickTime ("software"), 140, 249
"Quite", uso e mau uso da palavra, em Inglês, 206
RAM, 97
Ratnoff, O.D., 34
Redução eletrônica ã distância ("Electronic skywriting"), 149
Redes de computadores, 142
Redundância, 44, 184,205
Referencias Bibliográficas, 51-60
abreviações de periódicos em, 55-56
adição de, na fase de provas, 136
citações no texto, 56
em artigo de periódico eletrônico, 249
estilos de, 52-56, 57-58
et al., uso em, 53
inclusão de páginas em, 55
na Introdução, 35
na seção de Literatura Citada, 51, 59, 253
na seção de Materiais e Métodos, 39
no resumo, 30
para fontes eletrônicas, 59-60
sistema de nome e ano para, 52-53,55, 57, 254
sistema de número de acordo com a ordem alfabética para, 53-54, 57, 250
sistema de ordem de citação para, 54-55, 57-58,251
"software-" para, 58-59, 101
títulos de artigos em, 51, 52, 55
verificação de , 51
Referências Bibliográficas e Notas, seção de,93
Reimpressões, 158-62, 167, 254
Rejeição do Manuscrito carta de rejeição, 127-29
escolha do periódico, 110
forma própria e clareza da, 92
seção de Discussão e, 45
Relatório de pesquisa. Veja Periódico científico,artigo científico
Relatórios de encontros (Relatórios de conferência), 13-14
como publicação válida, 8
de artigo apresentado oralmente, 182-88,192, 254
definição de, 168-69
formato de, 170 organização de, 169
pôster, preparação de, 189-92
resumo para, 30
Relatórios preliminares, 13
Representação gráfica (desenho). Veja Gráficos;
Tabelas
cópia adequada para fotografar de, 68,69, 288
eletrônicas, 98
em artigos de periódico eletrônico, 249
em preparação de manuscritos, 101-02
formatos de arquivos de, 79 fotografias, 90-91
gráficos gerados por computador, 80-
83 tabelas geradas por computador, 68 eletrônicas. Veja Gráficos eletrônicos em
pôsteres, 192
em artigo de periódico eletrônico, 249
em barras, 80 r em publicações na Web, 147
fotografias, 101-02
lineares, 71,90,137 "slides" para apresentação oral, 183-88
Reprodutibilidade, ix, 6, 9, 37,40, 169
Resultados de encontros, 169, 199. Veja também
Relatórios de encontros Resultados, seção de, 7 clareza da, 43-44
combinação com outras seções, 12
conteúdo da, 39,40,42-44 definição de, 255

Página 273

em pôster, 191
em artigo de periódico eletrônico, 249
em artigo de revisão, 164
em lese, 180
números em, 43
paginação de, 94
redundância nos, 44
tempo de verbo nos, 42, 208
Resumo ("Abstract"), 18, 29-32
abreviações no, 31, 223
como publicação válida, 8
de relatórios de encontro, 30
de tese, 18 I
definição de, 29,250
eletrônico, 104-05
limite de palavras no, 32
paginação de, 94
resumo de cabeçalho ("heading abstract"), 30, 31-32
resumo de encontro ("meeting abstract"), 14,31-32
resumo estendido ("extended abstract"), 14
resumo indicativo ("indicative abstract"), 30
resumo informativo ("informative abstract"), 30
verbo do, 30, 208 Resumo
de cabeçalho, 30, 31-32
de encontro ("Meeting abstract "), 14, 31 -32
estendido, 14
estruturado, 29
indicativo, 30
informativo, 30
Resumo ("Summary"), 47, 255 Reud, W. M, 179
Revelação fotográfica, primeira, 9
Revisão por especialistas da mesma área científica (pares, colegas), 10,40,108, 121-22
anonimato dos revisores em, 121
autopublicação e, 150
definição de, 254
em periódicos eletrônicos, 152-53
Revisões de livros, 175-77
Revisores, 93 Robarcbek, Doug, 1 17
Roberts,WilliamC.,51
Rodapés
como hipertexto, 140
de endereço de autores, 27-28,93
em periódicos, 93
em tabelas, 39, 67
para citações de Referências Bibliográficas, 59
para legenda de figura, 67
para o texto, 93
Rogers,Will,201
Roosevelt, Theodore, 217
Rosner, J. L., 18
Rosten, Leo, 27
Rótulo eletrônico, 105
Ruskin, John, 138
Savile, Doug, 45
"Scanners", 90
Science, 56
Science Citation Index, 252
Scientific English: a Guidefor Scientists and
Other Professionals, xi, 214 Scientific Style and Formal (CBE), 225 Separatas,
158,254
Shockwave (linguagem de programação), 147
Símbolos
comumente aceitos, 245-47
em gráficos, 74-76
Singular/Plural, uso, 210-11 Sinônimos, 204
Sintaxe
definição de, 255 em título de artigo. 15, 17-18, 21
erros de, 214
na seção de Materiais e Métodos,40
Sistema de Havard (referências bibliográfica). Veja Sistema de nome o ano
Sistema de nome e ano (Referências bibliográficas), 52-53,55,57,254
Sistema de numeração na ordem alfabética (referências bibliográficas), 53-54,57,250
Sistema de ordem de citação ( Referências bibliográficas), 54-55,57-5H, 251
Sistema de Vancouver, de referências bibliograficas, 54-55
Sistema Internacional de Unidades, abreviações, 225-26, 244
"Slides", 90
cor de, 187 273

Página 274

para apresentações orais, 183-88


preparação eletrônica de, 185-88
"software" para, 78, 186
SmartSketch ("software"), 79
Society for Scholarly Publishing (Sociedade para Publicação de Nível Superior), 255
"Software" para computador, xi
com aplicativos de diagramação (apresentação) de página. 100-1
com processador de texto, 58, 68, 78, 99-100, 102-04, 186
com programa de composição de tipo, 107
com programas de pintura, 79
com revisores de ortografia, 99, 100
para "slides", 78, 186
para citação, 58-59, 101
para citações de Referências Bibliográficas, 58
para formatação da bibliografia, 58-59
para gráficos, 74, 78-79, 80, 101
para ilustrações, 78-79
para preparação de manuscrito, 96-107
para tabelas, 68-69, 101
programas de desenho em, 78-79
revisores gramaticais em, 99
TeX, 107
Springer-Verlag, publicadores "online",152
Sputnik, 7 Stapleton, P., 200 Strunck,W.,Jr., 214
Submissão de manuscrito, 109-16. Veja tambem Processo de revisão
aceitação, 124, 126
acesso à audiência, 113
agradecimentos no, 116
artigo para, 94
carta de apresentação para, 115
cópia eletrônica para, 92-94, 104, 252
correspondência posterior a, 115-16
empacotando e postando o manuscrito para, 113-114
escolha do periódico para, 109-13
notícia de "não adequado", 110
rejeição do manuscrito, 45, 92, 110, 127-"i
resumo eletrônico para, 104-05 submissão eletrônica, 104, 131
Subscritos, colocação, 96
Substantivos, uso c mau uso, 211-12, 220
Subtítulos
em manuscritos batidos, 95
na seção de Materiais e Métodos, 38
Superescrito, colocação, 96
Symbol (fontes, caracteres), 107
Syquest, "drive", 98
Tabelas, 61-69, 80
abreviações em, 67,233
citação em, 44
colocação no manuscrito, 67,94
cópia adequada para fotografar de, 68
definição de, 255
expoentes em cabeçalhos de, 66-67
formato de, 64-66, 69
geradas por computador, 69
gráfico ou tabela, escolha de, 70-71
indicação de, nas margens, 67
na seção de Materiais e Métodos, 39
notas de rodapé de, 39, 67
organização de material tabular, 64-66
publicação na Web, 147
quando usar, 61-64, 71
"software" para, 68-69, 101
títulos de, 66-67, 233 Tempo verbal
em análise estatística, 209
na seção de Introdução, 34, 208
na seção de Materiais e Métodos, 36, 208
na seção de Resultados, 42, 208
no resumo, 30, 208
uso e mau uso de, 207-09 Tese
citação de, 51
como escrever, 178-81
como publicação válida, 8
definição de, 255
organização de, 180
resumo em, 181 TeX ("software"), 107
Texto justificado, 106 "Thal", uso e mau uso da palavra, em inglês,206
"The ACS Style Cuide" (Guia de Estilo da
ACS), 226
The elemenis ojStyle, 214
The Washington Post, 201-02 Thistle, M. W„ 47 TIFP,
arquivos, 79

Página 275

Times Roman (tipo de letra), 107


Tipografia, 106-07
Tipologia eletrônica, 106-07
Tipos de letras
do processador de texto, 107
para gráficos, 81
Titulo, 15-21
abreviações em, 19-20, 223, 230-32
com sentenças afirmativas, 18
como rótulos, 18-19
comprimento de, 16
de periódicos, 56-57, 230-32
de tabelas, 67, 190
definição de, 256
especificidade de, 16-17
fórmulas químicas em, 19
jargão em, 19
marcas registradas em, 19, 20 .g*p
sentenças afirmativas em, 18
sintaxe em, 15, 17-18,21
título vinculado, 20
títulos em série, 20-21
Títulos
de artigos
nas referências bibliográficas, 51,55
referências bibliográficas em, 51,52,55
em série, 20-21,255
vinculados, 20
Topo da página, 105
Transparências, para apresentações orais, 186
TrueType, tipo de letra, 106-07
Truman, David B., 3
Truncagem, 27 Tuchman,Barbara W, 175
Unidades de medida abreviações, 224,244
unidades do SI (Sistema Internacional de Unidades), 22, 225-26, 244
Unidades do SI (Sistema Internacional de Unidades), abreviações, 222, 225-26, 244
"Uniform Requirements" (Requisitos uniformizados), 53, 54, 55, 57, 58
URL (Uniform Resource Locator - Locadores de Recursos Uniformes), 59, 146
UseNet, 149, 156
"Using", mau uso da palavra, em inglês, 18
Uso e mau uso do inglês. Vfe/n Língua inglesa, uso e mau uso de
Uso legal, de material com direito autoral, 195
"Varying", uso e mau uso da palavra, em inglês, 206
Verbos, uso do singular e do plural, 210-11
Verbosidade, 45,211
Verdade científica, definição, 47
Volume comemorativo, 252
Wayne, John, 182
"We", uso e mau uso da palavra, 210
Web, navegadores ("browsers") da, 143, 155
Web, procura na, 144-46
Web, publicações na, 147, 148-49
Web, "sites" na InterNIC, 153
citações de referências bibliográficas para, 59-60
informação sobre Photo-CD, 91
publicadores "online", 152
"sites" de formatos de citação de referências bibliográficas, 59-60
"Which", uso e mau uso da palavra, em inglês, 206
"While", uso e mau uso da palavra, em inglês, 206
White.E. B.,214
Whitehead, A. N. 36
Windows ("software"), 97
"Wish", mau uso da palavra, em inglês, 50
WMF, arquivos, 79
Wolff.RobertS., 140
Wood, Earl, H., 117
WooIf.ColinR.,203
WordPerfect, 99, 104
World Wide Web Journal of Biology, 248
World Wide Web, 143. Veja também Internet
definição de, 256
direito autoral na, 198-99
FTP da, 146
HTML da, 147
mecanismos de busca da, 144, 145-46
procura de informações na, 144-46
publicação eletrônica na, 146-49
publicação independente na, 150
URL da, 59, 146
Writing Research Papeis: An Easy Guidefor Non-Native-English Speakers, 200
Yaeger, Larry, 140
Yahoo (mecanismo de busca), 145

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