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Sejam todos muito bem vindos, mas me permitam uma pergunta: qual a
principal motivao ou o interesse que os(as) traz aqui?
Na palestra introdutria, aberta ao pblico do Curso de Meditao Shin
Budista, sempre fao essa pergunta. Quase sempre, a maioria responde
que vem em busca da paz, equilbrio e serenidade.
Isso me faz refletir sobre o sofrimento cclico e interminvel que acompanha
a humanidade em todos os tempos. Um dos ensinamentos primordiais do
Buda Sakyamuni, proferido h 2.500 anos, conhecido como a Primeira
Nobre Verdade, foi: O que chamamos de vida sofrimento; o que
chamamos de sofrimento vida.
No nenhuma postura masoquista. Ele estava chamando ateno forma
fsica, orgnica e social da nossa vida que inseparvel do sofrimento. O
corpo sente dor, o organismo envelhece, sentimos apego ou averso pelas
pessoas ou coisas nas nossas relaes sociais e materiais, at perdermos
essa forma.
Interessante notar que muitos no retornam para a segunda aula ao saber
que o Curso dura quatro semanas, que no se trata s de relaxamento ou
contemplao deslumbrante para esvaziar a mente. Tm resistncias em se
submeter ao exerccio sistemtico de esforo, ateno plena e concentrao
da mente que se manifesta no nosso corpo e na nossa vida para despertar a
conscincia sobre ns prprios e o mundo. Preferem qualquer coisa que
alivie imediatamente a dor, ansiedade ou angstia, ainda que seja um mero
paliativo. A maioria no se interessa em aprender a assumir o pensamento
ou viso mais correta ou adequada perante o sofrimento ou a insatisfao.
Certamente no fui muito convincente ao falar da concepo divina do
Sidarta Gautama que se tornou o Buda Sakyamuni e explicar que uma
representao simblica de que todos ns podemos ser um buda. Ou se
assustaram com essa possibilidade.
De fato, referir-se nossa origem divina significa aceitar que temos a
sanidade bsica que compreende a bondade fundamental e a inteligncia
essencial. Afirmar que podemos ser buda, desenvolver e maximizar essa
bondade fundamental como Compaixo e a inteligncia essencial como
Sabedoria.