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Por vezes a conceituação e a classificação dos ramos do cooperativismo brasileiro não atendem à
celeridade das transformações sócio-econômicas de nossa sociedade, tanto em função da mudança das
convenções e demandas da população, quanto do desenvolvimento tecnológico, galopante nos dias
atuais. Temos vários exemplos claros como, por exemplo, o do Cooperativismo de Cultura. Embora
muitos dos mais conceituados colegas e acadêmicos defendam a “desnecessidade” da classificação ou
criação de novos ramos do Cooperativismo, principalmente por força e extensão da lei, a
desconsideração dos mesmos termina por ignorá-los, diminuí-los e principalmente, afastá-los de uma
valoração ou regulamentação adequada. O que afeta diretamente a sua gestão e desenvolvimento,
além do próprio progresso nacional em si!
Destaco que, por ser talvez o primeiro e mais árduo defensor da absoluta “necessidade da regulação do
Cooperativismo” no Brasil, entendo que a desconsideração de novos ramos termina por deixá-los quase
ao limbo, pois estes terminam por ser obrigados a se submeter a regulamentações locais e esparsas,
muitas vezes absolutamente ineficazes ou impertinentes à importância ou ramificação do setor. Ou
ainda pior, o engessamento da compreensão leva a um paradoxal imobilismo do desejável progresso.
Vejamos.
Diante dos fatos, ouso afirmar: Como faz falta uma regulação do Cooperativismo no Brasil, que seja
adequada à sua importância e características específicas! Que pena não poderem ser dados os
incentivos, as regras e o respeito que o Cooperativismo brasileiro merece num todo, para cada um de
seus segmentos! Como, por exemplo, a criação ou a admissão de inéditas “Cooperativas de
Convergência”, uma realidade que deverá levar décadas para simplesmente acontecer, ou melhor,
coexistir, tão logo as empresas privadas não encontrem viabilidade ou tenham interesses econômicos
diretos e o Governo seja obrigado a, por mais uma vez, abrir as comportas que preservam o seu
conforto e justificam o seu imobilismo.
Antonio Otero
Presidente da Comissão do Cooperativismo da OAB SP