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Quantas sejam as formas por que a linguagem possa se provar efetiva, ela no o
ser atravs da transmisso de contedo, mas antes atravs da abertura de sua pura
dignidade e natureza.
Seja qual for o ato poltico que parea provir de um texto bblia, ou os livros de Marx por
exemplo , Benjamim acredita que isso no se deve pelo contedo expresso no texto. Muito
ao contrrio. Se um texto parece levar algum a determinada atitude, no porque a
potncia daquele texto se torna ato o fato de voc se formar jornalista, no quer dizer vai
ser jornalista. Mas precisamente por abrir sua pura dignidade e natureza, ou seja,
demonstrar aquilo que aquela palavra verdadeiramente : uma potncia. Se uma potncia, o
infinito intervalo que ela tem para que se torne ato, faz com que as pessoas possam se
apropriar daquele texto, e torna-lo em ato poltico, ao seu bel prazer.
com todo esse aparato ambguo do pensamento, que desprezado pela lgica. Kant fala sobre
a antinomia do pensamento, tudo aquilo que no cabia na razo humana. Enfim, Benjamim
coloca que o fato dele no estar falando em poesia e profecia, no quer dizer que ele quer
eliminar essa dimenso marginalizada do pensamento, mas no menos importante.
Eu no acredito que haja um lugar onde a palavra estaria mais distante do divino do
que numa ao real.
O divino, na filosofia medieval a nica via da verdade: eu sou o caminho, a verdade e a vida;
ningum vem ao Pai, seno por mim herana de via nica de verdade, vinda da filosofia
helnica. Para Benjamim, estaremos mais longe da verdade no momento em que a palavra o
logos esteja identificada a uma ao real, sem estabelecer a distncia infinita que existe
entre os dois.