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Registo de actos de linguagem das criancas

No primeiro dia em que nos deslocámos à LATI tivemos a


oportunidade de perceber o funcionamento da sala e observar os
comportamentos linguísticos das crianças.
Para um melhor registo das suas produções decidimos dividir a
observação em três contextos distintos, tendo sempre como base a
interacção com a criança. Deste modo observámos a linguagem no
contexto Criança – Educadora; Criança – Criança; e Criança – Auxiliar.
Quanto à interacção Criança – Educadora, era muito perceptivel
que a grande maioria das crianças estavam um pouco inibidas,
principalmente por estarem na presença de duas pessoas estranhas à
sala. Falavam num tom baixo e muito depressa.
Depois de estarem familiarizadas com a nossa presença
começaram a expressar-se mais naturalmente, no entanto
percebemos que falavam com respeito pela educadora e que esta
representava alguém a quem eles devem obedecer e ter em
consideração.
Não obstante a comunicação era restrita, baseava-se muitas
vezes em pergunta – resposta.
Relativamente à interacção Criança – Criança a mudança foi
imediatamente visível. Nesta situação as crianças estavam
espalhadas pelas diversas áreas e comunicavam de forma muito
natural, sem ter em conta regras de comunicação e até de boas
maneiras.
Encontravam-se muito mais desinibidos e comunicativos, de tal
maneira que chegavam a falar num tom bastante elevado.
Neste caso a comunicação era livre entre eles, sem restrições,
era menos contida relativamente à interacção Criança – Educadora.
A comunicação com a auxiliar revelou-se diferente das
anteriores interacções. Aqui, as crianças mostravam-se à vontade na
comunicação, contudo não revelaram um discurso tão contido como
com a educadora, nem tão despreocupado como com os amigos.
Normalmente a comunicação entre a criança e a auxiliar dava-
se num contexto diferente relativamente à educadora, pois com a
última a comunicação era feita em contexto de trabalho, fazer tarefas
específicas e que requeriam atenção e concentração. Por sua vez com
a auxiliar, a comunicação era realizada num contexto de brincadeira,
quando estavam nas áreas.
Registámos ainda alguns erros espontâneos das crianças, como
por exemplo:
»» Estela (estrela)
»» Tiste (triste)
»» Obigada (obrigada)
Neste caso, a criança em questão omitia o fonema /r/, pois esta
é uma consoante oral constritiva vibrante uvular, uma das últimas
consoantes a ser adquiridas.

»» “Eu coloquei a estrela no topo da árvore” (5 anos)


Este é um exemplo onde é possível observar que a criança já
adquiriu a estrutura básica de palavras S.V.O. (sujeito/ verbo/
objecto).

»» “Mas eu já me esquecia-me” (3 anos)


Como é referido no Programa Nacional de Ensino do Português
(1º ciclo) – Conhecimento Linguístico, nas primeiras produções das
crianças é possível encontrar pronomes clíticos, tal como o enunciado
acima.
Embora a emergência dos pronomes clíticos seja precoce, a sua
estabilização demora um pouco mais.
Neste caso em particular, podemos observar uma ênclipse por
próclise como um desvio no processo dessa estabilização.

»» “Qual é as tuas cores?” (3 anos)


Com esta produção percebemos que a criança ainda não tem
controlo sobre o plural/singular. Este aspecto deve-se à natureza do
sujeito, quando este apresenta um núcleo singular que remete para
um referente semanticamente plural.

»» “Eu já di”
»» “Elas não deixem”
Por fim, as duas últimas produções são relativas a regras
gramaticais, pois é visível que a criança tem o conhecimento inato de
algumas regras gramaticais.
Quando ela diz “eu já di”, tem como referência verbos regulares
como beber, dormir, entre outros. Portanto, a criança está a tornar
um verbo irregular num verbo regular, com base naquilo que
conhece.

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