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www.embalagemmarca.com.br
8
Reportagem ENTREVISTA:
redacao@emabalagemmarca.com.br
LUIZ CARLOS
Henrique Fruet, Thays Freitas,
Flávio Palhares, Maria Alexandra Kamei DELBEN LEITE
“O Brasil pode ser o
Colaboradores
Adélia Borges, Celso Barata, Fernando
país do futuro, já.
Barros, Josué Machado, Liliam Benzi, Depende do governo”
Luiz Antonio Maciel, Maria Clara de Maio
12
Diretora de Arte BEBIDAS
Cássia Barros Muitas novidades
em embalagens
Administração
Marcos F. Palhares (Diretor) para ganhar
Eunice Fruet (Financeiro) mercado O BOM BRIL DÁ UM
30
NOVO PASSO
Departamento Comercial
comercial@embalagemmarca.com.br A lã de aço inova mais
José Carlos Pinheiro, Wagner Ferreira uma vez: envoltório vai
Circulação e Assinaturas
ser metalizado
assinaturas@embalagemmarca.com.br
Cesar Torres MARCAS
32
Público-Alvo
Como uma commodity
EmbalagemMarca é dirigida a profissionais que se transformou em best
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência seller nas gôndolas
e supervisão em empresas fornecedoras, con
vertedoras e usuárias de embalagens para
alimentos, bebidas, cosméticos, medicamen COMO ENCONTRAR
49
tos, materiais de limpeza e home service, bem Telefones das
15
como prestadores de serviços relacionados
com a cadeia de embalagem. A revista é dis FECHAMENTOS empresas citadas
tribuída gratuitamente a órgãos governamen Tampas e rolhas na revista, por
tais, universidades, centros de pesquisa, asso diferentes para garrafas ordem alfabética
ciações, imprensa e agências de propaganda.
de alcoólicos e vinhos
Fotolito
22
Novo Fotolito A SEDUÇÃO
Impressão DA TRADIÇÃO
Camargo Soares Como embalagens
centenárias
Tiragem
5 000 exemplares se mantêm
sempre atuais
50
EmbalagemMarca
é uma publicação mensal da
ONTEM, HOJE,
Bloco de Comunicação Ltda. AMANHÃ
Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo Almanaque: uma seção
Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP
Tel. (011) 5181-6533 com fatos não muito
Fax (011) 5182-9463 conhecidos sobre
embalagens
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O conteúdo editorial de EmbalagemMarca é
Carta do Editor 3 case 45
resguardado por direitos autorais. Não é per
mitida a reprodução de matérias editoriais espaço aberto 6 materiais 34
publicadas nesta revista sem autorização da
posicionamento 18 estratégia 38
Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expres
sas em matérias assinadas não refletem design 21 Display 40
necessariamante a opinião da revista. análise 26 Eventos 45
foto de capa: andré godoy
Espaço aberto
A entrevista com o Álvaro mostra a
dimensão que vocês estão dando
ao papel da embalagem. Mais do que
técnico como na percepção das ten
dências do mercado atual.
Milton José de Oliveira
envolver e proteger, a embalagem Diretor Industrial
deve traduzir a alma da marca. Para Rotomac Ind. e Com. de Máquinas
béns pelo break through na questão. São Paulo, SP
Alfredo Motta
O
Gerente da Marca Bom Bril, s assuntos tratados por Emba
Bombril-Cirio lagemMarca são muito inte
São Bernardo do Campo, SP ressantes. Sem dúvida alguma um
veículo que faltava para assessorar
P C
alhares, tomei conhecimento da Veracel Celulose aro Palhares, parabéns pelo
revista através de colegas profis São Paulo, SP número 2 da EmbalagemMar
sionais e, como profissional de mar ca. Torcemos para que continue
keting e professor de desenvolvi
mento de novos produtos, gostaria
de parabenizá-lo pelo veículo, pois
P arabéns pela EmbalagemMar
ca. Certamente teremos a gran
de revista de embalagem que falta
dando tudo certo.
Jaime Troiano
Troiano Consultoria de Marca e
é importante em nossa área que a va. Mas que já não falta mais. Comportamento de Consumidor
discussão seja mais ampla que a bri Nélson Bavaresco São Paulo, SP
ga entre designer e “marqueteiros”. Gerart Design
G
André C. R. Veloso São Paulo, SP ostaríamos de parabenizá-los
Professor de Desenvolvimento de pelo excelente nível no qual se
Novos Produtos da Fundação
Armando Álvares Penteado, FAAP F iquei maravilhada com a quali
dade da revista, tanto na con
fecção como na estrutura de comu
encontra EmbalagemMarca. O
mercado estava realmente carente
São Paulo, SP de uma revista com este perfil.
nicação e conteúdo. Dar nota dez é Roberta G. Oliveira
6 – embalagemmarca • ago 99
P arabéns pelo lançamento de
EmbalagemMarca. Parabéns
dos por nossa pesquisa. Gostaria de
parabenizá-los pela clareza e objeti G ostaria de parabenizá-los pela
revista EmbalagemMarca.
também pelas matérias abordadas já vidade das matérias da revista. Como estamos no início de opera
na primeira edição, entre as quais Alexandre Porto ções no mercado de embalagens, a
destaco as que dizem respeito ao Seller – Consultoria, Logística, revista está sendo uma leitura obri
“custo Brasil”. Foi um prazer ler as Planejamento Industrial gatória.
palavras do Lincoln Seragini. Arley Ribeiro
P
Arnold Diesendruck alhares, lendo a Carta do Editor Gerente de Produtos
Arnold Com de Emb alagemMarca do mês Colatex Ltda.
São Paulo, SP de junho, percebi que houve um São Paulo, SP
mal-entendido na combinação que
N
futuro” aconteça no presente.
8 – embalagemmarca • ago 99
máquinas e equipamentos no Bra Recentemente, um executivo de economia.
sil e nos países do primeiro mun uma empresa alemã que fabricava A tributação de equipamentos no
do, é mais entristecedor. Em 1997 máquinas aqui comentava ser Brasil é muito diferente da prati
o Brasil investiu US$ 176.20 per mais barato importar. A matriz cada nos países exportadores?
capita em bens de capital mecâni fechou a indústria aqui e mantém Encomendamos à KPMG, empre
cos. A Coréia, que não tem a só um escritório de vendas. Como sa de consultoria internacional,
mesma expressão econômica do é possível, se o salário médio do uma pesquisa nos países do G-7,
nosso país, investiu US$ 976.10; a trabalhador alemão é bem mais que englobam as economias mais
Alemanha, US$ 1,227.00; a Fran alto que o do brasileiro? desenvolvidas do mundo. Consta
ça, US$ 880.00; os Estados Uni Veja a tão falada questão dos juros. tamos que nenhum deles tributa
dos, mais de US$ 2,000.00. Não há financiamentos compatí bens de capital. Toda a fase de
“
veis com aqueles encontrados nos produção é isenta de tributos, o
O que se conclui disso? que resulta numa diferença muito
Que é preciso mudar completa grande em relação ao Brasil, por
mente as nossas políticas econô que somos tributados em toda a
micas, procurando criar um Nenhum país do G-7 cadeia produtiva. Temos inclusive
ambiente estrutural macroeconô a incidência de impostos em cas
mico favorável ao investimento tributa bens de cata, exemplo do PIS, da Cofins e
produtivo, caso não queiramos capital. Isso resulta da CPMF. Só estes impostos repre
condenar o Brasil a ser eternamen sentam uma diferença de custos de
te um país subdesenvolvido. numa diferença muito 8,95% a mais sobre o produto
grande em relação ao nacional em relação ao importado.
O quadro que o senhor descreve é Isso sem contarmos o IPI, que
igual em todos os segmentos? Brasil. Aqui se tributa agora está retornando graças à ini
Não. Nos últimos anos alguns seg ciativa do governo federal.
ao longo da cadeia
mentos têm mostrado comportamen
to um pouco mais favorável, como produtiva, inclusive De novo o “Custo Brasil”. . .
”
os de máquinas para as áreas de ali O “Custo Brasil” passa por custos
mentos e farmácia, que envolvem
em cascata, com PIS,
de transporte, por custos comparati
máquinas para embalagens. Outro Cofins, CPMF. . . vos em comunicação, pela questão
exemplo é o de máquinas para a do nível de escolaridade da mão-
indústria de plástico, que também de-obra, pela questão da imposição
atinge o setor de embalagem. Os tributária, pelas dificuldades buro
resultados seriam menos favoráveis países do primeiro mundo, tanto cráticas, pelo custo administrativo
para a indústria de máquinas para em taxas de juros quanto em ter que temos no país. Um levantamen
plásticos e mais favoráveis para as mos de prazos de pagamento, de to feito pela Abimaq mostra que só
áreas alimentícia e farmacêutica. amortização e de carência. Temos o gerenciamento de impostos res
também a questão da estrutura tri ponde por 10% dos custos adminis
Quais as razões disso? butária, que onera sobremaneira trativos de uma empresa. Isso dá
São muitas as razões. A estrutura as empresas, gerando custos des uma diferença de cerca de 3% no
econômica privilegia muito mais o necessários, impedindo até que a preço final do produto. Somando a
capital especulativo do que o capi sociedade tome real conhecimento questão dos juros, acaba-se forman
tal produtivo. A legislação traba do que paga quando compra um do o tal do “Custo Brasil”. É uma
lhista também penaliza quem produto. Esse fator reduz exagera dificuldade enorme. Fora isso, tive
investe na produção. É uma estru damente o capital de giro e a capa mos mais um equívoco de política
tura rígida, que determina um salá cidade de investimento das empre econômica nos últimos anos, que
rio baixo para quem trabalha e um sas. Para completar esse quadro foi a questão cambial. O câmbio
gasto enorme para quem paga. É adverso, somos confrontados com estabelecido de forma fictícia deses
um contra-senso, uma desvanta uma política econômica global timulou violentamente as exporta
gem em relação a uma parcela que acaba determinando um ções e estimulou as importações.
importante de países com os quais desemprego fantástico, que reduz As importações de bens de capital
concorremos, tanto no mercado a massa de recursos e assim impe passaram da média de US$ 2,4
interno como no externo. de um crescimento saudável da bilhões nos primeiros quatro anos
ago 99 • embalagemmarca – 9
da década de 90 para uma média de ambiente mais competitivo exige está aberto para mudar rumos?
US$ 7,8 bilhões nestes últimos qua mais esforço ainda dessas empre O governo, durante boa parte da
tro anos. Em 1997, o valor de sas. Só que isso precisa ser feito década de 90, ficou fechado a todo
importação foi de US$ 11,27 dentro de um programa pré-esta tipo de discussão sobre essas rea
bilhões. O valor de exportação foi belecido, onde exista uma política lidades, porque colocou como um
de US$ 4,53 bilhões. Isso mostra o industrial, uma política com metas fim em si a contenção dos índices
salto fantástico que foi provocado pré-fixadas. Isso não existe no inflacionários. Somos parceiros
por essa política cambial. Brasil há vinte anos. quanto à necessidade de contar
mos com a estabilidade monetá
Como medir o “Custo Brasil”? É a globalização à brasileira. . . ria, mas não podemos tê-la como
“
Encomendamos à Planin, de São É uma globalização que trouxe um fim em si. Ela tem de ser um
Paulo, uma análise de todos esses malefícios, porque trouxe desem instrumento para realizar o desen
fatores, com destaque para os aspec volvimento econômico que acabe
tos relevantes que afetam a indús contribuindo para o enobrecimen
tria de máquinas e equipamentos do to do cidadão brasileiro. Infeliz
Brasil. A incidência sobre o fatura O que vimos com a mente, o que vimos com essa
mento e o “Custo Brasil” que afeta política burra posta em prática
a produção em relação a outros paí política burra posta todos esses anos foi o empobreci
ses é de 24,85%. em prática nos últi- mento, o crescimento vertiginoso
da pobreza, da miséria, do desem
A maior competitividade de impor mos anos foi o prego, da dívida interna e da dívi
tados não levaria a indústria empobrecimento, da externa brasileira. Resta agora
nacional a investir mais em quali uma conta enorme para toda a
dade e tecnologia? o crescimento sociedade brasileira pagar, mesmo
Se voltarmos na história e verifi que se conserte essas políticas
vertiginoso do desem-
carmos aquele volume de investi todas. Esperamos que isso aconte
mentos de que falei, vamos notar prego, da ça e que possamos pagar.
”
que na década de 80, que já foi
miséria, da dívida
considerada uma década perdida, O panorama que o senhor pinta
o setor produtivo como um todo interna e da dívida leva a pensar que o Brasil, como
– indústria, serviços, agricultura – projeto de Nação, se encontra
investiu em média 8% do PIB bra
externa do país num beco sem saída. O país con
sileiro. Desses 8%, 95% foram seguirá se levantar?
atendidos pela indústria brasileira prego, gerou fechamento de O povo brasileiro é muito forte. A
de bens de capital. E a economia empresas, gerou criminalidade, população brasileira tem condições
do Brasil cresceu, se modernizou, gerou problemas sociais, uma de superar essas dificuldades. O que
conseguiu acompanhar mais de série de problemas. A globaliza precisamos é que a parcela da elite
perto os países mais avançados. ção é boa, mas é preciso que toda brasileira responsável pelos desti
Com as mudanças políticas que a sociedade possa aproveitar seus nos da nação pense realmente no
houve, tivemos um decréscimo lados positivos. Isso requer uma Brasil e não simplesmente nos seus
fantástico dos investimentos em política concertada, de longo pra desejos mais imediatos, por mais ou
bens de capital mecânicos. Essa zo, sem os vaivéns constantes da menos nobres que sejam. Acho bom
queda foi muito maior com rela política brasileira. Requer uma ressaltar um ponto: nós, brasileiros,
ção aos equipamentos nacionais. política tributária adequada, uma temos de ter consciência de que o
No entanto a economia brasileira política monetária adequada, com Brasil é um país potencialmente
não avançou em relação aos mecanismos financeiros adequa rico, mas nós somos extremamente
demais países do mundo. Pelo dos, para que o país possa se apro pobres, quase miseráveis, na média.
contrário, andou para trás. Isso veitar de todos os benefícios que a Mas temos as condições necessárias
demonstra que a indústria de bens globalização possa trazer. e a capacidade, se quisermos, de
de capital mecânicos no Brasil construir um país rico, de fazer que
sempre buscou novos desafios e Os empresários brasileiros têm- o destino do Brasil, tão alardeado
novos patamares de eficiência nos se movimentado para se fazer como um país de grande futuro,
seus produtos. É lógico que o ouvir pelo governo? E o governo, aconteça no presente.
10 – embalagemmarca • ago 99
CAPA
c
Liliam Benzi
mente assediado, busca saídas na roupagem diferencia priedades a garrafa tratada torna-se ideal para acondi
da, isto é, em tampas e rótulos inovadores e atrativos. cionar cerveja, bebidas carbonatadas em geral e todos
A exemplo do que aconteceu na área de refrigeran os tipos de bebidas sensíveis ao oxigênio.
tes, com o aparecimento do PET (polietileno tereftala
to) na década de 90, o vidro é agora ameaçado na área
de cervejas por esse mesmo material e por sua geração Gosto de maçã
mais avançada, o PEN (polietileno naftalato). Outra característica importante garantida pelo
As tentativas de substituir o mais antigo material ACTIS é a barreira à migração de aldeídos, seis vezes
utilizado para acondicionar cerveja não param de sur superior à das garrafas PET convencionais. Isso é fun
gir, por enquanto apenas no exterior. Depois de alter damental em embalagens para água mineral e cerveja,
nativas para viabilizar o PET nesse mercado, com pois, quando migram, os aldeídos emprestam ao pro
materiais como EVOH ou de camadas múltiplas, os duto um gosto semelhante ao da maçã.
fabricantes de resina e de máquinas afirmam seguida O grande segredo do processo ACTIS está na apli
mente ter chegado ao objetivo. cação do gás dentro da garrafa. Esse segredo está
O anúncio mais recente nesse sentido foi feito pela escondido a sete chaves na caixa preta do equipamento
Sidel na Interpack, realizada na Alemanha este ano. É ACTIS20. Baseada na tecnologia da Sidel de rotação,
o sistema ACTIS (Tratamento de Carbono Amorfo a máquina está equipada com vinte estações de traba
para Superfície), que segundo a Sidel já foi adotado lho e pode tratar até 10 000 garrafas PET de 600ml/
por dez empresas no mundo, duas delas no Brasil, a hora. A Sidel oferece o ACTIS como parte de uma
Alcoa e a Plastipack. O novo processo baseia-se na linha de engarrafamento composta por sopradora, apli
aplicação de uma película (coating) à base de carbono cador de ACTIS, enchedora e encaixotadora/paletiza
12 – embalagemmarca • ago 99
dora. O fabricante estima o custo do processo em 1/60 “Além disso, essas alterações teriam de garantir
de centavo de dólar por garrafa. produtividade no mínimo semelhante à atual”, obser
Mesmo um dos pontos que mais dificultam o avan va Menoita, lembrando que uma enchedora, hoje, tem
ço da garrafa PET para cerveja – o fechamento, susce capacidade para trabalhar com 120 000 latas/hora. De
tível à entrada de oxigênio – está sendo atacado. A uma coisa o gerente da Kaiser tem certeza: “Cada vez
Bericap, por exemplo, lançou uma tampa plástica que mais a embalagem será um dos diferenciais na bata
combina as propriedades de barreira do EVOH a oxi lha pelo mercado. Ela é percebida pelo consumidor
gênio com um absorvedor (scavenger). A Heineken como um elemento que agrega valor à marca; portan
testa a tampa na Alemanha, na Bélgica e na França. to, quanto mais trabalhada melhor.”
No Brasil, as investidas do PET na indústria de cer É nisso que duas gigantes internacionais estão
veja ainda se limitam ao campo das tentativas. Como investindo. Alcoa e Rasselstein Hoesch apostam na
explica Paulo Menoita, gerente de Produtos da Cerve lata com forma diferenciada e tampa. Esta última já
jarias Kaiser, a empresa já está em entendimentos com apresentou um protótipo de lata retampável para
vários fornecedores, mas não está segura a respeito da bebida. As características mais marcantes da novida
tecnologia. Ele aponta também problemas de custo: de são a combinação das vantagens da lata e da gar
“O preço atual da resina PET e de suas várias combi rafa: várias possibilidades de enchimento – pelo
nações inviabiliza a substituição do vidro ou da lata”. fundo (como lata) ou pelo gargalo (como garrafa), e
Menoita pondera: “Normalmente o mercado cervejeiro a chance de conquistar mercados pouco explorados
trabalha com margens muito baixas”. pela lata.
A posição da Brahma não é diferente. A empresa No protótipo apresentado pela Rasselstein, o cor
informa, através de sua assessoria de imprensa, que, po e a tampa são de aço. A empresa oferece ainda a
embora atenta ao que ocorre no Brasil e no exterior possibilidade de decorar a nova lata com formatos
em relação à embalagem de PET para cerveja, não diferenciados e relevos. Num primeiro momento a
está testando nem tem previsão de uso dessa tecnolo embalagem despertou o interesse apenas dos envasa
gia de acondicionamento a médio prazo. dores europeus de refrigerantes – desde que seu preço
não seja superior a 5% ao das latas convencionais.
Opções em latas
Latas de aço De qualquer forma, A força das promoções
retampáveis: a indústria cervejei Outro forte apelo do setor ocorre na área de promo
segunda ra não pára de bus ções. A Nacanco, do grupo American National Can,
geração
car alternativas em está comercializando anéis de abertura impressos para
emb al ag ens. Um latas de alumínio. As impressões vão desde o logotipo
nicho de mercado da empresa, até símbolos para coleção e promoções do
em estudo pelos tipo “achou, ganhou”. A impressão é feita pelo sistema
fabricantes é o das ink jet que pode trabalhar na mesma velocidade das
latas, em que o aço linhas de enchimento. Um forte apelo dessa inovação
procura substituir o é voltado para a mania de colecionar.
alum ín io. Nest e Aproveitando as latas convencionais, a italiana
caso, Paulo Menoi Sacmi está oferendo ao mercado uma “tampa higiê
ta, da Kaiser, acena nica”. Trata-se de uma tampa plástica, termoforma
novamente com o fator preço como principal barrei da, aplicável na lata para evitar sua contaminação
Fotos: divulgação
ra. “A substituição só seria viável se a lata de aço durante o transporte e o manuseio. Para garantir ao
fosse mais barata”, ele sentencia. consumidor o recebimento de uma embalagem com
No mercado internacional, contudo, as empresas superfície limpa e esterilizada a lata recebe uma apli
já trabalham no que se poderia chamar de “segunda cação de raio ultravioleta antes do fechamento. A
geração das latas de aço” – embalagens com forma chapa termoformada é então colocada sobre a lata e
tos diferenciados e sistemas de retampamento. O
gerente da Kaiser admite tratar-se de um poderoso
instrumento de marketing, que no entanto exigiria
mais investimentos na alteração das linhas de envase,
projetadas para trabalhar com determinados formatos
e tamanhos de latas.
ago 99 • embalagemmarca – 13
encolhida, à temperatura de 130°C. O sistema já está nas aplicadoras de sleeve, com capacidades que variam
sendo utilizado pela Pepsi na Itália. Os fabricantes de 250 a 500 embalagens/minuto. “Alguns clientes ain
pretendem trabalhar junto aos órgãos de saúde de da preferem terceirizar a aplicação em nossa fábrica”,
diferentes países para torná-lo uma exigência legal. explica Fresnel. Pouco antes do segundo semestre des
te ano a Sleever começou a produzir no Brasil. “Rece
14 – embalagemmarca • ago 99
FECHAMENTOS
Segurança e
Novas tampas para bebidas alcoólicas
valor
ajudam a melhorar qualidade dos produtos
n
Wilson Palhares
divulgação
um mercado de 500 embalagens e, sobretudo, em tor
milhões de tampas para ná-las atrativas e capazes de real
garrafas de bebidas çar a personalidade de seus produ
alcoólicas por ano, no tos, estão exigindo tampas que
qual a falsificação cresce sem reunam dois atributos – alta capa
parar, novos fechamentos de segu cidade de decoração e proteção
rança, com alta qualidade, são contra a indústria de falsificação.
sempre bem recebidos. Há boas Para responder à primeira exi
notícias no setor, que na onda da gência, a Prada vem utilizando na
globalização tem de modernizar- fabricação das tampas plásticos de
se e ganhar qualidade nas embala engenharia, como ABS e policar
gens. Nesse quadro, evitar a falsi bonato, que propiciam acabamen
ficação e agregar valor à imagem to e impressão de alta resolução.
Pilfer-proof de alumínio: pode ser
do produto significa, simplesmen O produto é feito com tecnologia
aplicada em diferentes terminações
te, não perder a marca. da italiana Guala, maior fabrican
Sintonizadas com as exigên te mundial de tampas para bebi das”. Essa tendência seria motiva
cias dos produtores, a Companhia das. São tampas conta-gotas da pelo fato de os scotch whiskies
Prada de Embalagens, dona de modernas, em quatro cores e ver terem duas apresentações.
80% do mercado de fechamentos niz, com sistema de pino e válvula Para o mercado americano e
para bebidas de primeira linha de segurança que travam quando a parte do europeu é aplicada a tam
(tipo Guala), e a Eximax, impor tampa está fechada e permitem pa pilfer-proof sem conta-gotas.
tadora de tampas da italiana um fluxo controlado ao servir. Para o mercado latino usa-se a tam
Alplast, estão colocando novos Para o quesito segurança, a pa Guala, com a finalidade de
produtos no mercado brasileiro. grande inovação apresentada pela minimizar a falsificação. Isso
A Prada está lançando uma Prada consiste na colocação de implica estocar duas embalagens
tampa inédita no país, a Tamper um anel de segurança na base da diferentes, pois a terminação da
Evident Guala. “É um pequeno tampa. Quando é desrosqueada o garrafa não é igual para as duas
grande avanço na guerra contra a anel se rompe, deixando visível tampas. Obriga também a manter
falsificação”, considera Paulo que a garrafa foi aberta. duas linhas de produção, para apli
Soares Bicudo, gerente comercial car as diferentes tampas. Para com
Pilfer-proof de alumínio
andré godoy
ago 99 • embalagemmarca – 15
FECHAMENTOS
o peso de uma
rolha Que impacto poderá
ter sobre a imagem de um
vinho a troca da milenar
tampa de cortiça por uma
feita de material plástico?
uma questão de imagem de produ mesa”, não chega a envelhecer. muda tudo”. Simplesmente, a
to. No segundo, a solução de um Em geral, são consumidos rapida Wincorc é apresentada como a
problema técnico – ou, mais exa mente depois de produzidos, como tampa que acaba com o problema
tamente, de custos. Como todos os acontece com as cervejas. Seus dos vinhos que azedariam nas gar
16 – embalagemmarca • ago 99
rafas por culpa da... rolha de corti ços são consumidos na Europa,
ça. Ao contrário desta, a Wincorc sobretudo na França. A empresa
não tem poros, o que impede a apresenta como atributos da nova
entrada de oxigênio. rolha o fato de ser produzida com
A Wincorc foi feita, declarada “material inerte, flexível, fácil de
mente, para atingir “mercados de ser estocado e virtualmente insen
grandes volumes”, para “conquis sível às variações climáticas”. A
tar o mercado de vinhos vendidos Fagerdala se orgulha de estar apre
em auto-serviços”. Leia-se vinhos sentando ao mercado “um novo
de mesa, já que, no caso da Euro produto, numa cultura de milhares
pa, principal mercado-alvo da de anos”.
Fagerdala, as grandes marcas rara
mente são vendidas em supermer Ficou caro
cados. Elas representam uma parte Adriano Miolo, diretor da Viníco
mínima do mercado, formada por la Miolo, de Bento Gonçalves
vinhos que, para satisfazer palada (RS), e vice-presidente da Uvibra
res exigentes, precisam ser produ – União dos Vitivinicultores do
zidos com uvas de cepas especiais Brasil para o segmento de vinhos
e vindimas excepcionais, além de finos, considera que “a rolha de
repousar durante anos para adqui cortiça é insubstituível”. A seu
rir corpo, buquê e sabor. Nesse ver, uma tampa sintética pode,
processo, os vinhos precisam res eventualmente, dar certo em
pirar, e para isso é necessário oxi vinhos de consumo rápido. Para
gênio. isso, no entanto, ele lembra que já
O grupo Fagerdala está de olho existem rolhas de aglomerado de
num mercado globalizado de cortiça, de baixo preço e muito
grandes dimensões, estimado em eficazes no fechamento.
cerca de 10 bilhões de rolhas para Segundo Miolo, tentativas fei
vinho por ano, das quais dois ter tas anteriormente para substitui
ção da cortiça deram em nada. A
experiência de uma vinícola,
Idênticas às
que ainda recentemente
de cortiça,
seu problema vinha importando rolhas de
é não terem plástico para uma de suas
porosidade marcas, foi interrompida
devido à crise cambial, que
tornou o produto mais caro
que a tradicional rolha de
cortiça.
Ainda que seja um tanto
imponderável, está aí outro
importante componente a ser
levado em conta na hora de
decidir-se pelo uso de mate
riais e complementos de
embalagem: o suprimento
sem sobressaltos. De qual
quer forma, é importante ter-
se notícia de que existe uma
alternativa relativamente
viável para fechamento de
garrafas de vinho, sobretudo
os mais populares.
POSICIONAMENTO
A DIDáTICA vende
Coral aposta no design e em
informações na embalagem para
atrair novos consumidores de tinta mais
m
Henrique Fruet
udanç as nos das com muito esforço. A determi instrumento escolhido para conse
hábitos dos con nação de comunicar-se melhor guir isso foi a embalagem.
sumidores cos com o consumidor e manter sua Tomada essa decisão, foi trans
tum am ger ar fidelidade é, justamente, a razão mitido o mesmo briefing para três
também mudanças nas embala básica por que a Tintas Coral, con agências de design. Nele, a empre
gens de produtos já consagrados, trolada da britânica ICI, um dos sa pedia que as embalagens já
que evoluem para garantir fatias maiores grupos químicos do mun existentes fossem adaptadas ao
de mercado geralmente conquista do, tem apostado na evolução das novo produto. Uma das agências,
embalagens de seus produtos. a Maretti, de São Paulo, conside
O começo do processo de rou que o briefing do cliente em
mudança se deu há três anos, potencial não era adequado. “Fize
quando a Coral foi adquirida pela mos duas opções de design: uma
ICI, que tem fábricas também em levando em conta o briefing do
países do Mercosul: na Argentina, cliente, segundo o qual a embala
com a marca Alba, e no Uruguai, gem antiga deveria ser lembrada”,
com a marca Inca. A empresa bri conta Clovis Maretti, diretor de
tânica queria lançar no país sua criação da agência. “A outra ver
marca mundial, a Dulux. A tarefa são saiu da maneira que acháva
da Coral não era fácil: mostrar ao mos que deveria ser.”
consumidor que não se tratava As duas opções da Maretti,
apenas de mais uma marca uma junto com as das duas concorren
nas prateleiras de home center, tes, foram então submetidas a uma
mas sim uma marca premium. O pesquisa de opinião de consumi
Ao comprar a Coral
e lançar no Brasil
sua marca mundial,
Fotos: divulgação
18 – embalagemmarca • ago 99
conta para, por conta pró
pria, ignorar o briefing da
Coral e inovar no design
do rótulo. A embalagem
mostra por meio de ilus
trações a utilidade e a
forma de uso de cada
produto, dispensando o
auxílio do vendedor ou
do pintor na hora da com
pra. “Além disso, tem
apresentação mais bonita
no ponto-de-venda”, diz
o diretor de criação da
agência. Pode parecer
óbvio, mas foi uma ino
vação, logo estendida
para outros produtos da
empresa. “A Coral consi
dera a embalagem um
Recipiente de polipropileno: novidade no Brasil
fator fundamental de
comunicação”, diz o gerente de
dores, em âmbito nacional. A ver comunicação, Fernando Poyares.
são alternativa apresentada pela
Maretti foi a vencedora. Para home centers
Até aquele momento, as emba A maior novidade da Tintas Coral,
lagens de tinta seguiam um padrão no entanto, só chegou ao mercado
extremamente técnico, perfeita no final do ano passado. Pela pri
mente aceito pelos principais con meira vez, foi utilizado um recipi
sumidores, os pintores. Na época, ente plástico (de polipropileno) no
porém, os home centers já con acondicionamento de tinta. A ino
quistavam seu espaço nos grandes vação, comum em países da Euro
centros urbanos. Cada vez mais, o pa, foi introduzida com a marca
consumidor não-profissional, lei Coralplus, tinta acrílica indicada
go no assunto, passava a comprar para a pintura de interiores e exte
pessoalmente os materiais de riores.
construção que iria precisar. Segundo o fabricante, uma
A Maretti levou tudo isso em nova formulação do produto redu
A reação de um concorrENTE
A Suvinil, empresa do grupo
Basf, líder no segmento de tintas
imobiliárias no Brasil, com 36%
de participação no mercado,
também modificou recentemente
as embalagens de seus produtos,
facilitando a identificação da
utililidade de cada um deles.
A agência nova-iorquina Landor
Associates foi a responsável pela
mudança, ocorrida no final do
ano passado. Segundo a empresa,
o aumento das lojas de
auto-serviço criou a necessidade
de oferecer ao consumidor
o maior número de informações
possível. As embalagens
redesenhadas pela Landor trazem
em português, espanhol e inglês o
nome do produto, seus principais
atributos, a que família de
produtos pertence e suas
possíveis utilidades.
Para aumentar suas vendas, a
empresa tem trabalhado próximo
aos lojistas, sejam eles de
pequeno, médio ou grande porte,
dentro do mais puro conceito de
estratégia de relacionamento
com o cliente.
O Projeto Merchandising,
desenvolvido pela empresa, foi
criado para garantir melhor
exposição da mercadoria no
ponto-de-venda, maior produtivi
dade dos funcionários e giro
mais rápido de produtos.
DESIGN
a
I Semana Abre do ting e de consolidação de
Design de Embala imagem de marca”, observa
gem, programada Luciana.
para 24 a 27 de agos A rigor, a I Semana Abre
to na Casa Rhodia, em São do Design de Embalagem se
Paulo, é o que se pode chamar de enquadra nos interesses do próprio
sucesso antecipado. Pouco depois governo federal, que em 1995,
de anunciado, em junho, começou criou o Programa Brasileiro de
a receber adesões de todas as Design (PBD), vinculado ao Minis
regiões do país para as palestras. tério do Desenvolvimento, da
Segundo a coordenadora do Indústria e do Comércio. O PBD
evento, Luciana Pellegrino, da visa ao aprimoramento do design
Associação Brasileira de Embala dos produtos nacionais, como
gem (Abre), no final de julho as instrumento para implementar a
reservas estavam quase esgotadas. exportação. A coordenadora geral
“A procura intensa evidencia que substituta do programa, Ana Prata
o mercado está em busca de infor Girão, participará do evento.
mações sobre a área de design”, EmbalagemMarca fará, além
ela considera. “Cada vez mais, o da cobertura normal da Semana,
design de embalagem está sendo um Documento Especial e a cober
encarado pelas empresas como tura on-line dos trabalhos, em
uma efetiva ferramenta de marke www.embalagemmarca.com.br.
Programa
Dia 24, terça-feira vés do design.”
9 horas – Abertura • Luís Madi, coordenador do ITAL/Cetea
• Ana Prata Girão, coordenadora geral
substituta do Programa Brasileiro de Dia 26, quinta-feira
Design do Ministério do Desenvolvi 9 horas – “A influência da pesquisa no
mento, da Indústria e do Comércio des ign de embalagem.”
9h15 – “A leg isl aç
ão bras il eir
a de • Nelsom Marangoni, diretor presiden
emb al ag em.” te da Research International
• Maria Cecília Nunes, pesquisadora 15 hor as – “A emb al ag em que vend e.”
científica do Instituto Adolfo Lutz • Victor Mayerfreund, diretor comer
15 hor as – “Quem deve inv est ir no des ign cial da Chocolates Garoto
de emb al ag
em: Os lim it es do forn ec ed
or Dia 27, sexta-feira
e as nec ess id
ad es do merc ad o.” 9 hor as – “Como cons eg uir o
• Sergio Haberfeld, presidente da mel hor des ign de emb al ag em para
ABRE, da Ulade (União Latino-Ameri a sua emp res a.”
cana de Embalagem) e da WPO (World • Rafael Sampaio, vice-presidente da
Packaging Organization) ABA (Associação Brasileira de Anun
Dia 25, quinta-feira ciantes.)
10 hor as – “O des ign imp ort ad o func io 15 hor as – “A imp ort ânc ia do des
ign na
na no Bras il?” emb al ag
em para exp ort aç ão.”
• José Passos – diretor de marketing • João Carlos Basílio da Silva, presi
da Pullman dente do Sindicato das Indústrias de
15 hor as – “Como max im
iz ar os res ult a Perfumaria e Artigos de Toucador no
dos da tecn ol og ia de emb al ag em atra Estado de São Paulo
DESIGN
o poder de sedução da
tradição
A história de três produtos que mudam
sempre para permanecer sempre iguais
Adélia Borges
o
sumidor. Às vezes é uma letra que nières, e consumido por mulheres.
se inclina, ou um splash que é Buscando agregar o público
acrescentado. Outras vezes as masculino, em 1942 a Lacta intro
casal dançando em rou mudanças são técnicas, envolven duziu algumas modificações:
pa de baile, envolto por do tipos de impressão ou o tipo de aumentou o tamanho do bombom,
notas musicais e deno material utilizado. decidiu passar a vendê-lo por uni
tando um clima român “É mais ou menos como o Fus dade e ampliou sua distribuição
tico. A jovem em trajes típicos de ca”, compara Auresnede Stephan, para bares, armazéns e outros
leiteira, lembrando a ingenuidade professor de design. “Desde que locais mais populares. Para atingir
do campo, a pureza. A deusa foi desenhado pelo Ferdinand esse alvo, o celofane deixou de ser
Minerva segurando uma âncora, Porsche até o modelo que ainda transparente e passou a ser cor
símbolo de segurança e compro hoje é produzido no México, várias maravilha, nome extraído de uma
misso. Todas essas imagens têm mudanças ocorreram, mas a estru flor.
algumas boas décadas de vida. tura básica foi mantida.” Produtos O violão e o nome do bombom
Mas, longe de parecer antiquadas, e embalagens clássicos, na verda passaram a ser gravados no celofa
têm o charme dos produtos clássi de, mudam para permanecer iguais ne cor de maravilha, e ao seu lado
cos. – e ter o mesmo apelo de sempre. foi introduzida a figura de um
Num mundo de tantas mudan Não o apelo da nostalgia, das coi casal dançando em traje de gala –
ças, e tão aceleradas, com imagens sas paradas no tempo. Mas aquela com a incorporação, portanto, de
fugazes e passageiras, elas trazem característica tão perseguida e difí uma figura masculina. Nas bordas
ao consumidor o conforto do cil de “fabricar” que é falar ao foram impressas algumas notas
conhecido, mas nem por isso menos coração do consumidor, mexer musicais extraídas de uma valsa do
com a sua memória afetiva. compositor Johann Strauss. O pro
22 – embalagemmarca • ago 99
duto ganhou, ainda em 1942, uma selo e na roupa dos dançarinos e
campanha publicitária que sugeria: com a introdução de outros
“Saboreie um bombom com a sua instrumentos musicais. A
namorada”. receita também continua a
Na embalagem, “atração
A embalagem no tom forte da mesma – um wafer recheado
que gera um desejo,
maravilha tornou-se a marca regis com massa e pedacinhos de atingindo o inconsciente”
trada do Sonho de Valsa e “foi fun castanha de caju, coberto com duas
do no romântico coração brasilei camadas de chocolate. atração, que gera um desejo, atin
ro”, segundo a professora Andréa A feliz combinação de conteú gindo o inconsciente. Nesse estudo
de Souza Almeida, que fez do caso do e continente fez do Sonho de de caso específico, a sedução efeti
tema de sua tese de pós-graduação. Valsa um verdadeiro fetiche, ansia va-se através de um clima que
A dissertação de mestrado foi do por muitos brasileiros que envolve toda a embalagem.”
desenvolvida na Universidade moram no exterior, e um produto Se nesse meio tempo a Lacta
Mackenzie, em 1998. O título não muito bem sucedido comercial mudou de mãos, comprada em
deixa dúvidas: “A sedução da mente, deixando bem atrás o Sedu 1996 pela multinacional Philip
comunicação visual: Embalagem ção, da Nestlé, e o Serenata do Morris, o que não se alterou foi a
do bombom Sonho de Valsa”. Amor, da Garoto, seus concorren compreensão do poder de atração
Andréa apurou que, de 1942 tes mais diretos. dessa antiga embalagem, com seu
para cá, a embalagem do Sonho de A professora arremata: “A emba clima romântico agora acentuado
Valsa permaneceu praticamente lagem seduz à medida que chama pelo slogan criado pela agência
inalterada, apenas com sutis atenção do consumidor. Através de Full Jazz: “Sonho de Valsa. O
mudanças no formato das letras no um apelo visual, ela provoca uma amor tem esse sabor.”
No dia 22 de janeiro de 1890, um milk”, secundado pela expressão e as cores do rótulo são as mes
discreto classificado publicado no “milkmaid brand”, uma tradução mas.
jornal O Estado de S. Paulo anun para o inglês de La Laitière, ou No início, o rótulo era todo em
ciava a chegada de um novo pro vendedora de leite, com que o pro inglês, sem qualquer preocupação
duto para venda “a varejo e em duto tinha nascido na Suíça. No de adaptação ao público brasileiro.
grosso” na Drogaria São Paulo, na centro do rótulo, em destaque, Muitas pessoas, contudo, tinham
Rua São Bento. Era o leite conden destacava-se o desenho de uma dificuldade de pronunciar o nome e
sado da Nestlé, um ótimo alimento jovem suíça em trajes típicos de começaram a chamá-lo esponta
para as “creanças”. O rótulo trazia leiteira, com um balde de leite na neamente de “leite da moça”. A
grande a inscrição “condensed cabeça e outro numa das mãos. denominação popular foi oficiali
Mais de um século depois, mui zada em 1921, quando a Nestlé
ta coisa mudou no país e no padrão começou a produzir o leite conden
alimentar dos brasileiros, mas o sado na recém-inaugurada fábrica
Os signos leite condensado continua com a de Araras, no interior de São Pau
básicos da
marca, de 1890, mesma imagem da virada do sécu lo.
resistem à lo – a jovem com ar de camponesa De lá para cá, manteve-se intacta
mudança é até hoje o ícone principal do pro a estrutura básica da embalagem,
ao longo
dos anos
duto, o formato da lata não mudou embora várias atualizações tenham
ago 99 • embalagemmarca – 23
Mudanças muito sutis, até chegar Nestlé progressivamente lançou
ao design atual, à direita desdobramentos do produto, como
a versão com chocolate ou com
café, a linha Leite Moça Festa, a
versão com leite desnatado.
Em nenhum momento em mais
de um século, contudo, a empresa
abriu mão dos signos básicos que
fazem do Leite Moça um dos pro
dutos de maior confiabilidade no
sido feitas. É preciso ter a paciência sado açucarado, posição em que se mercado brasileiro, detentor de
de um viciado no jogo dos sete erros conserva firme ainda hoje. uma fatia de aproximadamente
para detectar as alterações, especial Atenta a esses novos usos, a 60% de seu segmento.
mente quando não se dispõe de uma
coleção seqüencial das latas. Elas
foram muito sutis. Várias mudanças minancora, um desejo e um compromisso
se referiram à diagramação e à hie
rarquização das informações em tex A pomada Minancora foi formula defesa do consumidor. Tornou-se
to e visuais. Progressivamente a pala da pela primeira vez em 1915, pelo obrigatório informar a formulação,
vra Moça foi adquirindo um peso químico e farmacêutico Eduardo modo de armazenamento, químico
maior e na última mudança, nos anos Gonçalves, um imigrante portu responsável etc. Já a etiqueta late
90, começou a ser impressa na diago guês, tataravô da geração hoje à ral tem o código de barras, e usa
nal. A forma como a empresa assina frente da empresa. O nome do pro tinta reativa a partir da nova legis
o produto foi se alterando. Se no iní duto é uma junção entre Minerva, a lação de prevenção de fraudes”.
cio ela vinha num quilométrico “Nes deusa da sabedoria, e âncora, que As alterações foram muito sutis.
tlé & Anglo-Swiss Condensed Milk simbolizaria o desejo e o compro Folheando exemplares dos anos 20
Co”, na frente da lata, aos poucos foi misso do imigrante de fixar-se com da Revista da Semana, com anún
incorporando apenas o logotipo Nes a família no Brasil – em Joinville, cios, Bueno constata que a letra
tlé e o signo do ninho com pássaros, interior de Santa Catarina, onde usada no logotipo ficou ligeira
que também vem mudando na mes ainda fica a sede. O logotipo é o mente mais encorpada, mas não
ma toada – ligeira e sutilmente. “retrato” dessa filosofia, e perma sabe dizer quem se responsabilizou
O Leite Moça foi concebido nece intocado desde então, sem por isso. A alteração mais signifi
para uso apenas como bebida. Com que haja registros de seu autor. cativa foi no material usado na
a simples adição de água, obtinha- A embalagem escolhida para a embalagem. As folhas de flandres
se o leite integral, já adoçado. A pomada foi uma latinha redonda. do projeto original foram substituí
vantagem era o fato de não estragar Desde o início ela estampa o logo das em 1993 por plástico. “Há pou
mesmo se guardado durante meses, tipo em sua parte frontal. As cos fornecedores de latinhas para
uma propriedade importante em mudanças se limitaram à parte pos cosméticos e medicamentos no
períodos de escassez de leite. Ele terior e laterais da embalagem. país e elas são caras”, ele explica.
sobreviveu à introdução da gela Segundo Laury Bueno, gerente de “O sistema de corte e repuxo é
deira e de outros sistemas de con marketing, “as mudanças atende meio ultrapassado, e a cadeia pro
servação porque passou a ser usado ram a exigências legais, por exem dutiva mais complexa”, diz. “Já
não mais como bebida, mas como plo as determinações do código de em plástico, uma vez que você
ingrediente de uma infinidade de investe nos moldes e se torna pro
doces. Talvez nenhum outro produ Mudanças prietário deles, pode optar por N
to de consumo tenha se tornado um só na parte fornecedores. Há milhões de fabri
ingrediente tão tipicamente brasi posterior e cantes de plástico no país. A garan
nas laterais
leiro como ele, indispensável em tia do fornecimento é muito
“doces de festa” como o brigadeiro maior.” Para Bueno, o
e em sobremesas como o pudim de consumidor viu o plás
leite, a ponto de o Brasil ter se tor tico como “um sopro
nado, há algumas décadas, o maior de modernidade” num
mercado mundial de leite conden produto tradicional.
24 – embalagemmarca • ago 99
ANÁLISE
uma
especialista
na fce pharma
Jacqueline Belliboni, da
Hi Design, analisa a feira para EmbalagemMarca
nome comercial; uso de código de do mundo da embalagem, pude codificador a laser ou por jato de
barras; impressão com tinta reati descobrir máquinas e embalagens tinta, a Autocol pode aplicar, auto
va; uso de lacre ou selo de segu que, se não são absolutamente maticamente, rótulos auto-adesi
rança em cartuchos; e o tamanho novidade, têm seu uso mercadoló vos ou sleeve (tipo manga).
26 – embalagemmarca • ago 99
O mesmo equipamento pode ser dent”.
fornecido com um dispositivo mais Paralelamente à Feira foi reali
recente: um aplicador de bulas com zado o 4º Fórum Executivo de
adesivo a quente. Todo o equipa Negócios na Área Farmacêutica.
mento foi projetado dentro do con De todas as discussões levadas a
ceito modular, portanto, cada cabo, a que mais despertou a aten
máquina pode ser configurada de ção dos participantes foi a relativa
A nova
forma individual, trabalhando com aos medicamentos genéricos. Nes
rotuladora da
até cinco conjuntos diferentes de Bauch & Campos te contexto, conviveriam quatro
rotulagem. O equipamento é ade é ideal para categorias de medicamentos –
quado também para a rotulagem de cartuchos
montados ou
re ferência, similares, bônus e
embalagens bem pequenas, como desmontados ge nérico intercambiável.
frascos para colírio. A embalagem também tem um
A Autocol pode ser comple papel fundamental nos medica
mentada com uma checadora para líquidos que garante uma mentos do tipo OTC (out of the
Checkmat que, através de uma dosagem mais do que precisa. counter), vendidos sem prescrição
câmara, inspeciona se os rótulos Todos os sistemas da empresa médica. Dados da Associação
foram aplicados corretamente e baseiam-se no conceito de dosa Brasileira da Indústria de Produ
visualiza, inclusive, seus símbolos gem volumétrica e seu caráter tos para a Saúde indicam que no
e desenhos. Dependendo do tama mecânico possibilita a aplicação Brasil existem hoje apenas deze
nho dos rótulos a velocidade da nasal, tópica, oral, transcutânea ou nove categorias de produtos OTC.
Autocol pode variar de 1 000 a sublingual de suspensões, solu No caso de um aumento nesta par
32 000 embalagens/hora; o diâme ções e formulações de alta visco ticipação, os designers de embala
tro dos rótulos pode ter entre 15 e sidade e à base de pós. gem deveriam ficar alertas pois é
125 mm e 40 e 350 mm de altura . certo que o número de consultas
Outra novidade em rotulagem Veículo de informações para se refazer rótulos crescerá de
ficou por conta da Bauch & Cam Uma empresa fabricante de fras forma significativa. E estes rótu
pos, que apresentou uma nova cos plásticos que preferiu não ser los deverão ser especialmente ela
máquina específica para o traba identificada mas que expunha na borados a fim de conter o maior
lho com caixas de cartão monta feira, garantiu que até o final deste número de informações possíveis
das ou desmontadas. A mesma ano estará apresentando ao merca para o consumidor.
empresa apresentou uma outra do brasileiro um frasco plástico Alguns especialistas chegam
máquina, tida como novidade, padrão (polietileno) com tampa a apostar que a boa embalagem
para a aplicação de lacres em car lacre. Isto vem ao encontro de poderá ser o fator de sucesso dos
tuchos (seguindo a exigência da outra tendência fortalecida na FCE OTC e o início de uma era onde
nova lei, conforme comentei aci Pharma: a preocupação em se as pessoas tentarão primeiro
ma). desenvolver embalagens cada vez medicar-se, com consciência e
Na área de bicos e tampas, a mais “child proof” e “tamper evi informações suficientes e sérias,
grande vedete da FCE antes de procurar um
Pharma foram os disposi médico. Trata-se da
tivos apresentados pela auto-medicação respon
alemã Pfeiffer. A empresa sável que segundo a
mostrou uma série de Organização Mundial
novidades seguindo os de Saúde só será possí
conceitos de uni e bidose. vel quando “políticas
Entre eles, destaque para de saúde eficientes per
o sistema de bidose para mitirem aos cidadãos
produtos em pó, que com fazer escolhas com
bina máxima proteção ao informações suficien
produto com facilidade tes”. E qual será o gran
na aplicação. Outra novi de veículo destas infor
Este sistema bidose (à esquerda) foi especialmente desenvolvi
dade foi a segunda gera do para a aplicação de medicamentos em pó . O novo sistema mações? A embalagem,
ção do sistema unidose unidose (à direita) para líquidos é esterilizável. é claro.
ago 99 • embalagemmarca – 27
CASE
No supermercado,
para saber qual
a função do copo, diferença na
gôndola
o consumidor
olha para dentro
dele e vê que
bebida contém
28 – embalagemmarca • ago 99
MARCAS
o próximo passo de
bom bril
Em breve, a lã de
aço vai estar em
embalagem de
BOPP metalizado
f
azer diferente e fazer sem
pre. Esse é o caminho que a
Bombril, hoje Bombril-Ci
rio, seguiu ao longo de mais
de meio século de existência
para transformar a marca
Bom Bril numa das mais
lembradas pelos brasileiros,
segundo o Top of Mind do jornal
Folha de S. Paulo. Evidentemente,
a propaganda e o uso de um amplo
arsenal mercadológico foram fun
damentais para que a imagem da
marca se consolidasse dessa forma.
Peça de comunicação
No entanto, sem dúvida o envoltó A embalagem como mídia: 60 milhões de impactos por mês
rio da lã de aço, evoluindo sempre
em consonância com os avanços logotipo da inconfundível embala – agora em acabamento mais rico
da arte e da tecnologia de embala gem de Bom Bril. – passou a ter função de mídia,
gem, também teve papel crucial Ao fim dos últimos cinco decê veiculando mensagens publicitá
na conquista de um lugar na men nios, a embalagem da lã de aço rias de outras marcas, a 1 centavo
te dos consumidores. Provavel acondicionada no envoltório de por unidade. Afinal, como lembra
mente, a maioria das milhões de cores vermelha e amarela alta o gerente da marca Bom Bril,
consumidoras não deve lembrar, mente contrastantes tornou-se tão Alfredo Motta, o espaço no verso
até porque não tinha nascido, do singular que acabou se transfor do pacote representa até 60
cartucho de papel-cartão que mando numa extraordinária peça milhões de impactos por mês, que
envolvia o produto em sua estréia de comunicação. é o volume de vendas do produto.
no mercado. Mas dificilmente Tão extraordinária, na verda A consciência dessa realidade
algum brasileiro deixará de reter de, que, em nova e radical mudan e sua utilização como instrumento
na memória a imagem oval com ça de seu visual depois de vinte de marketing desembocou na já
as duas palavras que formam o anos sem alterações, a embalagem discutidíssima parceria promocio
30 – embalagemmarca • ago 99
nal “Bom Bril quase de graça”
com a Editora Globo, com exce
lente resultado imediato: um salto
de 82,5% de market share em
volume em setembro/outubro do
ano passado para 84,2% em maio/
junho deste ano. Somente no
período março/abril foram vendi
das 900 000 unidades de Bom Bril
mais do que no bimestre janeiro/
fevereiro.
Terceira onda
A decisão de substituir aquela
embalagem simples, de polietile
no, impressa em gráfica própria ao
custo de 1 centavo, por outra mais
sofisticada, fornecida por um ter
ceiro, a Dixie-Toga, pelo dobro do
preço, faz parte de uma estratégia
que Motta descreve como inserida
na terceira onda do marketing, a O futuro envoltório: brilho e sensação de qualidade transmitida
onda do marketing sensorial. Isso
talvez explique porque foi a Sera rial o produto ou serviço gera Entre elas, o gerente da marca
gini Design que desenvolveu a experiência sensorial prazerosa”, Bom Bril cita o brilho e a sensa
nova embalagem de Bom Bril: seu ensina Motta. O foco empresarial ção de qualidade transmitida.
sócio-diretor, Lincoln Seragini, passa a ser multiorientado, e a per Motta lembra que a futura
foi um dos pioneiros nessa abor sonalidade, revolucionária. Os embalagem, em fase de amostras,
dagem de marketing no Brasil. exemplos apresentados pelo “deve ajudar muito a clarear a
“A primeira onda foi a do mar gerente da marca Bom Bril para questão do brilho, já que estamos
keting de produto”, diz o gerente ilustrar o caso são a loja Fao falando de um produto cuja fun
da marca Bom Bril. Nela, tinham Schwartz, as batatas Pringles e, ção é dar brilho a panelas, talheres
relevância na decisão de compra nesse caminho, o Bom Bril. e outros utensílios do dia-a-dia”.
sobretudo os atributos do produto. No embalo da onda atual e da Um dos objetivos da Bombril-
O foco empresarial era voltado necessidade de fazer a marca evo Cirio ao lançar a embalagem meta
para o desenvolvimento dos pro luir e tornar-se cada vez mais for lizada da lã de aço é “dar uma
dutos, com personalidade marcada te, qual será o próximo passo pre sensação de prazer ao consumi
pelo racional. Exemplos citados visto para a embalagem da lã de dor”. Com essa estratégia, Motta
por Motta: Omo e Comfort. aço Bom Bril? É a metalização, acentua, a empresa reforça a per
“Na segunda onda predominou revela Alfredo Motta. “Estamos cepção de valor da marca. Isso, ele
o marketing de marca, a identifi nos aproximando dos fornecedo afirma, “justifica o preço que pra
cação do consumidor com a mar res de polipropileno bi-orientado ticamos e assegura para o consu
ca”, diz Alfredo Motta. Aí o emo metalizado”, ele conta. “Uma midor que está exercendo a melhor
cional timbra a personalidade, embalagem produzida com esse opção ao comprar nosso produto”.
sendo exemplos expressivos o material oferece possibilidades de A embalagem metalizada de Bom
Marlboro, o Free e a Nike. resultados excelentes para o nosso Bril estará nas gôndolas “nos pró
“Na onda do marketing senso produto, em diversos aspectos.” ximos meses”.
MARCAS
a maçã com
marca
registrada
Empresa agrega valor a commodity e
amplia mercado com embalagem inovadora
d
emonstrações da força A empresa descobriu o caminho Mônica têm por alvo as crianças.
da embalagem e da para diferenciar seu produto ao Primeiro, devido ao fascínio que os
marca como ferramen observar o surgimento de crescente personagens exercem sobre elas.
tas de venda podem ser número de legumes e verduras Depois, pelo tamanho “infantil”,
observadas a toda hora acondicionados prontos para con das frutas. “É uma maçã menor, de
nos supermercados. Um sumo. “Não adiantava só colocar a valor comercial reduzido”, conta
bom exemplo são as maçã em um saquinho ou em iso Holtz. “Com a embalagem, agrega
Maçãs Turma da Mônica e Pomel por com filme e dizer que estava mos valor à fruta.”
le, da Fischer Fraiburgo, maior embalada”, conta Marcelo Holtz, Já a marca Pomelle, lançada
produtora da fruta no país. Com o sub-gerente de vendas da Fischer. cerca de seis meses depois da maçã
uso daqueles poderosos instrumen “A idéia era criar uma marca para Turma da Mônica, é voltada para a
tos, a empresa conseguiu sair da um produto até então tratado como família. Mais graúda, a fruta é tam
vala comum das commodities e commodity.” Afinal, se com arroz bém acondicionada em embala
ampliar o mercado. e com feijão tinha dado certo, por gens plásticas de 1 quilo e, como a
Hoje, os dois produtos estão que não com maçã? irmã mais velha, igualmente sele
consolidados e presentes nas gôn Foi, então, assinado um contrato cionada e acondicionada sem con
dolas das principais redes de super de exploração da marca com a tato manual.
mercado. Na realidade, mais do Maurício de Souza Produções, do Além de informações sobre o
que simplesmente aumentar as pró criador dos personagens de quadri produtor, número de telefone de
prias vendas, a Fischer inaugurou nhos Mônica, Magali, Cebolinha, atendimento ao consumidor e códi
uma tendência: na esteira de suas Cascão e o cachorro
Além dos
maçãs surgiram várias outras com Bidu, que passaram a sacos, as
marca no mercado. enfeitar uma novidade: maçãs têm o
uma embalagem de poli apelo visual
A granel das caixas,
propileno para maçãs, usadas para
Tudo começou na Pomelle, empre com peso líquido de 1 empilhar
sa adquirida pela Fischer, de Santa quilo. O saco, impresso
Catarina, no início do ano passado, em quatro cores, tem
quando a diretoria concluiu que uma alça que facilita o
Fotos: andré godoy
32 – embalagemmarca • ago 99
go de barras, presentes nas embala dor fica sabendo qual é a origem.”
gens dos dois produtos, o saco de As vantagens logísticas do sis
polipropileno da Pomelle traz tema de embalagem das maçãs
informações sobre o valor nutricio com marca representam outro atra
nal da maçã. O design das embala tivo para o varejista. “Há menos
gens é desenvolvido pela própria perdas e o manuseio é muito mais
Fischer, em parceria com a Maurí fácil”, afirma o sub-gerente de ven
cio de Souza Produções, no caso das da Fischer. As maçãs embala
das Maçãs Turma da Mônica. das continuam a ser vendidas em
caixas de 18 quilos, ou seja, com
No norte e no sul dezoito sacos de 1 quilo por caixa
A criação da maçã com marca e de papelão ondulado, paletizável e
embalagem ajudou a empresa a com boa apresentação.
expandir seu mercado. Historica Nas duas marcas as caixas de
mente, os consumidores do sul do transporte são decoradas, com as
país davam preferência a frutas respectivas logomarcas, logotipo
graúdas, mas isso não impediu o da empresa e personagens de Mau
sucesso das Maçãs Turma da Môni rício de Souza, no caso específico.
ca na região. “Com as frutas emba A caixa é utilizada como display,
ladas, tivemos a chance de penetrar outra tendência cada vez mais
no mercado do sul com um fruta observada nas grandes redes de
menor, ganhando canais de distri auto-serviço. “Respondemos ao
buição”, diz Wilson Passos, geren que nossos clientes, os supermer
te de vendas da Fischer. “Para cados, exigem”, explica Passos.
aquele consumidor, vendemos O grosso do faturamento da
Maçãs Turma da Mônica, não uma Fischer, porém, continua sendo
maçã miúda”, completa Holtz. O mantido pelas vendas commoditi
mesmo ocorreu nas regiões Norte e zadas. A cada ano, a empresa pro
Nordeste. Lá, os consumidores pre duz cerca de 100 000 toneladas da
feriam maçãs menores. Hoje, eles fruta; somente 10%, em média, são
também consomem maçãs mais acondicionados em sacos plásticos.
graúdas – mais exatamente, da Os outros 90% ainda são distribuí
marca Pomelle. dos em bandejas acondicionadas
Para ganhar eficácia, a Fischer em caixas de papelão ondulado de
centralizou a comercialização. As 18 quilos. Em 1986, foi a primeira
maçãs das duas marcas não passam produtora brasileira a exportar
por entrepostos de frutas e verdu maçã. As frutas acondicionadas em
ras. A empresa criou uma equipe sacos, no entanto, só são distribuí
especial de vendas para negociar das no mercado interno.
diretamente com os supermerca O sucesso dos dois produtos
dos. Para completar, promotoras da levou a Fischer, além de conquistar
empresa chamam a atenção dos mercado e aumentar vendas, a
consumidores nos pontos-de-ven ganhar, em 1997, o Top de Marke
da, distribuindo folhetos com infor ting, concedido pela ADVB –
mações sobre o produto e receitas Associação dos Dirigentes de Ven
que incluem desde doces até um das do Brasil. Hoje, a empresa se
curioso hambúrguer com maçã. empenha em difundir a marca Fis
Esses não são os únicos fatores cher, cujo logotipo ganhou tipolo
do êxito das duas marcas. Foi fun gia mais moderna, que permite
damental também a qualidade do maior identificação com seus pro
produto. “Quando se vendem fru dutos: o pingo do “i” é uma fruta (a
tas já embaladas, geralmente são empresa é também grande produ
melhores”, diz Holtz. “O consumi tora de laranja e de kiwi).
MATERIAIS
migração de
Parte dos comestíveis vai para PET por causa da transparência
óleos
d
iferentes pesquisas de A Cargill mantém o te-americano de investimentos
opinião sobre embala óleo de soja em lata Sterling Lake, levam ao extremo.
e em PET; outros
gens de óleos comestí sabores só em PET
Depois de comprar a Granosul, de
veis têm indicado que Curitiba, que detinha oito marcas
boa parte dos consumi de alimentos, a empresa decidiu
dores associam a trans utilizar as duas principais – Maria
parência com qualidade, além de e Vida – como guarda-chuvas de
segurança, representada pelo fato diferentes produtos.
de poder ver o conteúdo. As enque O óleo Maria ganha status de
tes mostram também que o consu umbrella brand de uma linha popu
midor vincula transparência a lar de alimentos, como o Creme
luxo e valor agregado. Maria com Azeite de Oliva e o
Em conseqüência dessas opi Óleo Maria para Cozinhar, com
niões, é cada vez maior o número Azeite de Oliva. Com este último
de óleos comestíveis comerciali produto, acondicionado exclusiva
zados em garrafas de PET. Inexis mente em garrafa de PET de
tente há menos de dez anos no 900ml, a Vida Alimentos inaugura
Brasil, essa embalagem respondeu um segmento ainda não explorado
por 11,05% dos 1,972 bilhão de da empresa. Posteriormente, a gar no mercado nacional. É o dos
litros de óleo comestível comer rafa de PVC foi substituída pela de óleos saborizados com as mais
cializados no país em 1997, contra PET. A lata, no entanto, continua diversas especiarias, muito comuns
87,39% da lata (*), segundo o sendo a embalagem mais presente. na Europa. A opção pela garrafa
Datamark. A empresa, especiali Ao adotar a garrafa de PET, a de PET é explicada por Reginaldo
zada em informações e estudos de Cargill ampliou seu uso para as Santos, gerente de marketing da
mercado sobre embalagens, esti versões milho, girassol e canola Marcas
ma que em 1998 essa participação da marca Liza, além de soja. Por guarda-chu-
tenha subido para aproximada ter suas atividades centradas na va, da Vida
mente 16%, enquanto a lata cairia comercialização de matérias-pri
para cerca de 82%. mas, o nome Cargill não é reco
Os lançamentos se acentuaram nhecido pelo grande público. Por
recentemente. Pioneira no uso de isso, a empresa pretende incorpo
embalagens plásticas para óleos rá-lo aos poucos à marca Liza, de
comestíveis no Brasil, a Cargill modo que a embalagem exerça em
inaugurou a alternativa há doze sua plenitude a função de suporte
anos, com uma garrafa de PVC de marca.
para o óleo Claris. “Na época, era a
resina disponível mais adequada a A marca ao extremo
essa aplicação”, explica Vagner A utilização da marca como mais
Rodrigues, gerente de embalagens um instrumento de venda é um
fotos: divulgação
34 – embalagemmarca • ago 99
empresa, com a idéia de que “o ros, “o consumidor Soya, líder no
consumidor percebe superioridade valoriza embala segmento de óleo
no produto acondicionado em gens transparen de soja: lata e PET
embalagem transparente”. tes”. Depois do
Já com a marca Vida, a empre Soya a Ceval ado
sa, que tem por público as classes tou os recipientes
C e D, pretede atingir as classes de PET também
mais altas. O nome vai assinar uma para as marcas
linha de alimentos voltada para a Salada e Primor.
saúde, como cremes vegetais e Tanto Vagner
óleos especiais. Dentre estes desta Rodrigues, da Car
ca-se o óleo de girassol Vida. gill, quanto Ger
Líder de mercado, o óleo de son Medeiros, da
soja Soya começou a ser comer Ceval, reconhe
cializado pela Ceval em 1995, em cem que a luz e o
latas. Não demorou, porém, para oxigênio são fato
que adotasse também a garrafa de res que reduzem a
PET, na qual hoje são envasados vida útil do óleo. resina plástica? Provavelmente
andré godoy
25% do volume total, incluindo as Ambos, porém, dizem que o pro não. O diretor do Datamark, Gra
embalagens de 900ml e de 2,7 blema foi contornado com a apli ham Wallis, acredita que o PET só
litros. A empresa, aliás, foi a pri cação de novas tecnologias de vai substituir a lata e continuará
meira a lançar em grande escala a processo e produto. O objetivo é aumentando sua participação nas
embalagem transparente. dar ao consumidor a oportunida marcas mais vendidas, sobretudo
Seg und o Gers on Rub ens de de adquirir o óleo de sua pre os chamados óleos especiais – de
Medeiros, gerente de produto da ferência na embalagem que acre canola, milho e girassol.
Ceval, a proporção de um quarto dita ser melhor, por ser transpa Por sua vez, embora reconhe
do total no uso do recipiente plás rente (ver o quadro). cendo que o PET “representa uma
tico deve-se a limitações da capa ameaça à lata”, Elio Cepollina,
cidade produtiva. Ele defende o As reais perspectivas coordenador do Prolata (Programa
uso da garrafa de PET “por sua A sucessão de lançamentos e o de Valorização e Incentivo ao Uso
praticidade, por ser uma tendência aumento de participação do PET da Embalagem Metálica), lembra
mundial, por ser resistente e de no segmento de óleos comestíveis que a embalagem concorrente sofreu
fácil empilhamento, o que ajuda indicaria uma irreversível tendên pesadamente os efeitos da desvalo
no transporte e na estocagem do cia de substituição da tradicional rização cambial ocorrida no início
produto”. Ademais, lembra Medei embalagem de lata pela garrafa de do ano. Isso porque, sendo produzi
do essencialmente com matéria-pri
ma importada, o PET teria perdido
Transparente ou opaca? competitividade para a lata, que não
importa insumos básicos.
A transparência da embalagem que impede a penetração de luz.
contribui para que o óleo A engenheira explica que a
Nem por isso o setor está aco
comestível seja mais saudável, radiação da faixa ultra-violeta modado. Ao contrário, está inves
como acreditam muitos consu (UV) da luz provoca a oxidação, tindo em tecnologia, para poder
midores? causando danos aos alimentos. oferecer ao mercado embalagens
Não, segundo a engenheira “No caso dos óleos, a proteção mais modernas e eficazes. Cepol
agrônoma Djalva Maria da ideal é a propiciada pela embala lina cita o exemplo da Companhia
Nóbrega Santana, doutora em gem de lata ou mesmo a carto Metalúrgica Prada, da qual é vice-
Ciência de Alimentos da FEA/ nada”, diz a doutora Djalva. Ela presidente. A empresa importou
Unicamp, especialista em óleos põe em dúvida a afirmação dos da Alemanha uma linha litográfica
e gorduras e coordenadora do fabricantes de que tecnologias automática, com ajustes computa
curso de Engenharia de Alimen de última geração permitem que
dorizados e o dobro da velocidade
tos da Universidade Federal a qualidade e o prazo de valida
das linhas convencionais para a
Rural do Rio de Janeiro. Ela de de óleos vegetais sejam os
defende a embalagem opaca, mesmos em lata e em PET.
fabricação de latas de 900ml para
óleo comestível.
ago 99 • embalagemmarca – 35
MATERIAIS
embalagem do terceiro
milênio
Brilho metálico é uma
tendência também para
e
produtos de massa
stá se tornando cansati cos e outros de alto valor agrega acabamento metalizado, com bri
vo ouvir que é cada vez do. Hoje, de forma crescente, os lho.”
mais vital destacar a papéis laminados, com brilho, A decisão da Procter & Gam
marca e o produto no vêm sendo aplicados em produtos ble de utilizar esse tipo de mate
ponto-de-venda, se se quiser per de massa, de uso corriqueiro, rial para seu sabão em pó parece
manecer no mercado. Também se como esponjas de aço (ver repor apoiar a opinião dos dois fornece
repete sem parar, em seminários, tagem na página 30), bebidas dores do cartão laminado e meta
palestras, conferências e artigos alcoólicas baratas, cremes dentais lizado: o produto é líder em ven
escritos, que para conseguir desta e até sabão em pó. das no mundo inteiro, exceto no
que é preciso inovar. Tudo isso Brasil, onde o primeiro lugar no
pode mesmo ser repetitivo, mas o Sensação de high-tech ranking é do Omo, da Gessy
fato é que essas verdades têm a O exemplo mais recente e mais Lever. Mas o Ariel chegou com a
cada dia mais seguidores. Uma visível dessa tendência talvez seja determinação do fabricante de
das inovações que já se transforma o do Ariel. A caixa do sabão em avançar no mercado, para o que,
em tendência é a de uso de papéis pó da Procter & Gamble é feita sem dúvida, o acabamento da
laminados com brilho metálico com cartão duplex da Suzano, o embalagem entra com enorme
nas embalagens. Bulk, laminado e metalizado por força. O brilho metálico contribui
Até recentemente, eles eram dois fornecedores, a Málaga Meta para que a caixa do produto –
utilizados apenas em artigos pre lização, de Osasco, e a Brasilcote impressa em off-set rotogravado,
andré godoy
mium, como bebidas aloólicas, Indústria de Papéis, de Diadema, com as cores branca, verde (pre
vinhos, chocolates finos, cosméti ambas no Estado de São Paulo. A dominante) e azul fazendo fundo
impressão é feita pela Igel, para a marca em vermelho – se
do Rio Grande do Sul. destaque nas gôndolas dos super
“As embalagens com mercados. “A beleza da embala
brilho metálico são as gem seduz o consumidor”, acha
embalagens do terceiro Eliana, lembrando que desde o
milênio”, define Alejan momento em que foi lançado o
dro Kienitz, diretor da Ariel foi um sucesso de vendas.
Brasilcote. “A sensação Tanto a gerente da Málaga
que transmitem é hi-tech, quanto o diretor da Brasilcote res
futurista”, ele diz. Eliana saltam que, além de oferecer o
Agassi, gerente comercial atrativo do brilho metálico, o car
da Málaga, lembra que, tão duplex da embalagem do
normalmente, o consumi sabão em pó Ariel apresenta a
dor tem sua atenção atraí vantagem de ser revestido com
da no ponto-de- venda poliéster. Assim, elimina-se o pro
pelas embalagens mais blema da umidade, que nos casos
chamativas. “Nesse caso”, de embalagens que não contam
Ariel, exemplo da ela considera, “nenhuma com essa proteção acabam cau
nova tendência embalagem é mais ade sando perdas à consumidora – e
quada do que as que têm prejuízos à imagem da marca.
36 – embalagemmarca • ago 99
ESTRATÉGIA
diminuir para
Rendimento maior
da produção na área
mais
de alumínio flexível
da Alcan reduz o
número de clientes e
eleva o faturamento ganhar
condições de oferecer
soluções antecipadas.
Nos termos desse con
ceito primordial, a Alcan
não trabalha somente com
alumínio flexível, matéria-
prima da qual é produtora.
Opera com outros mate
riais, também comoditiza
dos, como papel, BOPP
(polipropileno bi-orienta
do), poliéster e polietileno,
entre outros. Mas, obvia
mente, o carro-chefe é o
alumínio. “Somos a empre
sa que melhor utiliza o alu
mínio como solução para o
cliente”, afirma Marco
Antonio Ferraroli, gerente
da divisão.
a
Em oito anos, as tampas de pote de iogurte ficaram 57% mais leves
menos. A redução de espes
sura tem sido uma constante no
divisão de alumínio fle necessidades. Na área de embala segmento de flexíveis. Por isso, a
xível da Alcan tem 40% gens flexíveis isso significa saber empresa evita referir-se a tonela
de clientes a menos do combinar materiais, somando as das quando informa sobre sua
que possuía em 1992. propriedades de cada um deles. produção. O referencial é área.
Apesar disso, daquele ano até hoje No caso específico da Alcan, cujo “Produzimos mais de 200 milhões
o faturamento da empresa cresce produto básico é uma commodity, de metros quadrados de alumínio
em média 13% anualmente. Líder esse tipo de ação é o que pode ser flexível por ano”, prefere dizer
no segmento, a Alcan conseguiu definitido como uma típica estra Ferraroli. “A embalagem que
isso de maneira aparentemente tégia de relacionamento com o entregamos hoje é mais leve que a
fotos: divulgação
simples: passou a trabalhar mais cliente. No fundo, é simples: produzida cinco anos atrás”, ele
próximo dos clientes e, dessa tendo menos clientes, a empresa explica. “Se falarmos em tonela
maneira, especializou-se em ofe se especializa em atendê-los de das, passaremos a impressão de
recer a melhor solução para suas forma personalizada e ganha que o mercado não está crescen
38 – embalagemmarca • ago 99
do, quando, na verdade, estamos
oferecendo uma embalagem com
rendimento maior.”
Ferraroli cita como exemplo a
tampa do pote de iogurte. Há oito
anos, a lâmina tinha espessura de
40 micra. Hoje, é feita de alumí
nio com 9 micra de espessura,
combinado com filme de PET de
12 micra. A combinação dos dois
materiais propicia resistência
mecânica. O peso da tampa caiu
de 119g/m2 para 53g/m2, ou seja,
ficou 57% mais leve.
Embalagens para caldo de gali
nha também tiveram ganho de
rendimento, conta Ferraroli. Em
1994, pesavam 85g/m2. Hoje,
pesam 57,6 g/m2, 31% menos. No
processo de fabricação anterior
era utilizado alumínio de 15 micra,
combinado com verniz, hotmelt e
papel. Atualmente, a espessura do Embalagens de café a vácuo feitas de alumínio flexível: tendência crescente
alumínio utilizado caiu pela meta
de, e os demais materiais também
tiveram aliviamento. tica e de alimentos, além de ter alimentos. Consiste numa combi
brilho, atributo cada vez mais pre nação de PET, adesivo, alumínio
Melhor solução sente nas embalagens como ins flexível e polipropileno. No Japão,
“A Alcan não pode defender ape trumento capaz de atrair a atenção o consumidor já tem a opção de
nas o alumínio”, diz Ferraroli. do consumidor no ponto-de-venda retirar o alumínio da embalagem
“Procuramos encontrar a melhor (ver reportagem na página 34). quando quiser colocá-la no forno
solução para o cliente, que, no O fato é que novas tendências de microondas.
caso do iogurte, estava buscando de consumo indicam boas pers
pectivas de crescimento para o Uma linha só
redução de custos e melhoria na
abertura”, ele conta. “Isso foi alumínio flexível. Cada vez mais, No setor de produtos farmacêuti
alcançado”, afirma o gerente da por exemplo, vêm sendo utiliza cos, a novidade mais recente é o
divisão de flexíveis da Alcan. das embalagens de café a vácuo blister Alu-alu. Recém-lançado, o
Apesar da declarada neutrali feitas desse material, em substitui produto já está conquistando mer
dade, Ferraroli, naturalmente, ção às tradicionais almofadas de cado: os laboratórios Bristol e
defende o alumínio, base da recei polipropileno. Também utiliza AstraZeneca já o adotaram, infor
ta mundial de 8 bilhões de dólares embalagens de alumínio flexível o ma Ferraroli. O blister Alu-alu
da empresa. Entre os principais segmento de alimentos semipron tem alumíno nas duas faces, ofere
atributos do material, ele destaca tos, no qual a área de sopas, sozi cendo proteção total contra a luz,
o de que oferece excelente barrei nha, cresceu 171% entre 1994 e uma vantagem em relação ao tra
ra contra luz, oxigênio e gases. 1997. dicional, que tem um lado feito de
Além disso, segundo Maria Outra novidade cada vez mais PVC transparente. Uma vantagem
Inês Martins, da área de desenvol presente nas gôndolas de super adicional lembrada pelo gerente
vimento da divisão de flexíveis, mercados são as chamadas retor da divisão de flexíveis da Alcan é
“a impressão em alumínio é muito table pouches, para alimentos que no novo blister o encartucha
superior à feita em papel”. Ela semiprontos. Trata-se de uma mento e a colocação da bula
argumenta que o material transmi embalagem hermética, esterilizá podem ser feitos em uma só linha
te aspecto de limpeza, muito valo vel, que dispensa congelamento, de produção, reduzindo o empre
rizado pelas indústrias farmacêu refrigeração e conservantes nos go de mão-de-obra.
ago 99 • embalagemmarca – 39
Display
Mais opções todeschini em cartão
em vinhos
As Indústrias Todeschini têm uma nova
A Casa Cordelier está linha de macarrão de grano duro. Para este
lançando dois vinhos lançamento, a empresa desenvolveu emba
suaves de mesa, um lagens cartonadas de 500g, com visual
branco e um tinto, “clean”. A linha Grano Duro da Todeschini
ambos com a marca tem quatro tipos de macarrão: espa
Castelo. Agora em guete, parafuso,
agosto está colocando pene e gravata.
no mercado dois
vinhos argentinos com
a marca Granja União,
adquirida da Vinícola
Riograndense há
dois anos.
40 – embalagemmarca • ago 99
A PARTIR DE
SETEMBRO,
ESTE ESPAÇO
ESTARÁ DISPONÍVEL
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10,5 cm
Display
Com sabor
vitaminado
A Batávia está lançando a Vitami
na de Frutas Batavo nas versões
“mais mamão com maçã e bana
na” e “mais banana com maçã e
mamão”. O produto é acondicio
nado em caixas longa-vida de
200ml e 1 litro, com design colori
do, com imagens de frutas, para
chamar a atenção dos jovens.
fotos: divulgação
42 – embalagemmarca • ago 99
Display
bom gosto com tradição
A tradicional fabricante de doces
Colombo, mais conhecida pela geléia
de mocotó, está reformulando a mar
ca e as embalagens. O trabalho ficou
a cargo da M Design, que unificou a
identidade visual da marca. A Geléia
de Mocotó Colombo, carro chefe da
empresa, continua nos copos de vidro,
mas ganhou embalagens Tetra Pak.
fotos: divulgação
Nas caixinhas, onde o produto não
pode ser visualizado, os sabores fram
boesa, morango, natural, vitaminada
e tutti-frutti, foram aplicadas ilustra
44 – embalagemmarca • ago 99
Display
Tempero caseiro flexibilidade e
A Ajinomoto Interamericana
eficiencia
está ampliando sua linha de
temperos com o “Receita de A empresa canadense Naya Inc., que
Casa”, embalado em potes comercializa a água mineral Naya na
plásticos transparentes de 450g América do Norte e em partes da Ásia e
e tampa de rosca. A empresa da Europa, faz da qualidade de seus pro
demorou dois anos para desen dutos uma de suas principais bandeiras.
volver o tempero em pasta, uti Como acontece com as outras etapas do
lizando várias pesquisas de processo, a codificação a jato de tinta
mercado. O produto chega ao das garrafas de PET é objeto de atenção
mercado em duas versões, com especial por parte da empresa.
e sem pimenta, e é distribuído “Uma garrafa da Naya não sai da fábrica
apenas no Estado de São Paulo. sem ter o código de produção e a data de
validade impressos nela”, diz Serge Allai
re, diretor da empresa. “Temos de seguir
algumas exigências legais e dos consu
midores, especialmente nas garrafas ven
didas para os Estados Unidos, mas usa
energia pura mos a codificação também por questões
internas de rastreabilidade”, ele explica.
Com fórmula da Áus “Com os códigos das linhas de produção
tria e produzida nos e a hora do engarrafamento registrados
Estados Unidos, a bebi torna-se mais fácil descobrir as possíveis
da energética Blue causas de eventuais problemas.”
Energy tem dois ingre No primeiro semestre de 1999, a Naya
dientes brasileiríssimos: substituiu seus codificadores por impres
pela tampa
têm o cabeçote e o gabinete blindados
Schiavo Design Group. em caixa pressurizada de aço inoxidável,
As embalagens de xampus e condi A lata tem a predomi com proteção IP65 contra água e poeira.
cionadores Seda estão com forma nância da cor azul, com Para a Naya, que tem três linhas de pro
to mais arredondado e com tampa dizeres em vermelho e dução trabalhando 24 horas por dia, sete
mais resistente. O rótulo tem maior branco. O produto é dias por semana, a confiabilidade do
definição do desenho de fundo e o encontrado em São equipamento e as características de pro
contra-rótulo recebeu ilustrações Paulo (capital e interior) teção são fundamentais, na medida em
de fios de cabelo e informações e no nordeste, mas há que permitem a lavagem do codificador
mais didáticas sobre o uso do pro planos de intensificar a durante a operação. Além disso, coloca
duto. A tampa tem formato arredon distribuição, com a dos sobre uma base móvel, os codifica
dado para o xampu e quadrado construção de uma dores podem ser transportados facilmen
para o condicionador, facilitando a fábrica de refrigerantes te de uma linha a outra, o que aumenta a
diferenciação entre os produtos. energéticos no Brasil flexibilidade e a eficiência do processo.
até o fim do ano.
EVENTOS
• Aluminium South America’99 média de expansão no mundo gira bro em Chicago, EUA. Maiores
– A maior e mais tradicional feira em torno de 6%. Informações: informações: tel. (11) 5181-4088.
do setor, será realizada pela pri telefone (11) 5505-7272, ramal
meira vez este ano no Brasil de 1º 707, fax (11) 5505-7872 ou e-mail • Interphex South America – de
a 3 de setembro no Centro Têxtil info@reedexpo.com.br. 19 a 21 de outubro no Internatio
– International Trade Mart, em São nal Trade Mart, em São Paulo.
Paulo. A última edição da feira, • Cosmoprof Cosmética – Será Feira destinada à indústria farma
realizada em Essen, na Alemanha, realizada de 10 a 13 de setembro cêutica. Vai mostrar as mais
em setembro do ano passado, no Parque Anhembi (São Paulo, recentes inovações tecnológicas
contou com a participação de 347 SP) a Cosmoprof Cosmética, feira do setor, que movimenta US$ 10
expositores de 27 países. Para a que abrange setores que vão de bilhões por ano. É coligada às fei
edição brasileira do evento, 43 matérias-primas e embalagens ras Interphex (EUA), Interphex
empresas (14 brasileiras e 29 aos nomes mais conhecidos de West (EUA), Interphex Europa,
estrangeiras) já confirmaram a par produtos nas áreas de cosmé Interphex Reino Unido, Interphex
ticipação. Paralelamente à feira vai ticos e perfumes, com expositores Japão e Interphex Cingapura.
acontecer o V Seminário Interna de diversos países. Informações Informações: tel. (11) 5505-7272,
cional de Reciclagem de Alumínio, pelo telefone (11) 6914-9087. (21) 430-8833 ou e-mail info.inter
promovido pela Associação Brasi phex@reedexpo.com.br
leira do Alumínio (Abal). Informa • Intermach’99 – Feira Interna
ções: DMG Exhibition Group, pelo cional de Tecnologia, Máquinas,
telefone (11) 3871-2100. Equipamentos e Serviços para a
Indústria Metal-mecânica e de
• Flexo South America 1999 – Plásticos. Em 1997, o evento
Feira Internacional de Equipamen recebeu mais de 30 000 pessoas,
tos & Tecnologias para a Indústria e os negócios chegaram a R$ 80
Flexográfica. De 8 a 10 de setem milhões. De 14 a 18 de setembro
bro no International Trade Mart, no Expoville, em Joinville (SC).
em São Paulo. O evento é desti Maiores informações pelo tele • Equiplast – Salão Internacional
nado a toda fone (47) 422-7309 ou pelo e-mail de Plástico e Borracha, de 9 a 13
América Latina messebrasil@expresso.com.br. de novembro, em Barcelona,
e principalmen Espanha. Profissionais e técnicos
te ao Brasil, um • Techno Plus 99 – Feira Inter de todo o mundo terão a oportu
dos maiores nacional de Tecnologia Industrial, nidade de conhecer novas solu
comp r a d o r e s de 14 a 17 de setembro no Inter ções em maquinaria e materiais.
de equipamen national Trade Mart, em São Pau Mais informações pelo telefone
tos de impres lo. Voltada para as áreas de ali (011) 6953-9410.
são do mundo, mentos, cosméticos e farmacêu
que movimen ticos. Informações pelos tele • Expodrink – Feira Internacional
tou US$ 460 fones: (11) 3758-0996, ramal 287, de Bebidas, de 27 a 30 de novem
milhões em ou (21) 493-5856. bro no Expo Center Norte, em
1996, send o São Paulo. O evento trará lança
que mais de • Converting Expo Chicago – mentos de produtos e oportunida
US$ 20 milhões em máquinas. O Exp os iç ão Int ern ac ion al de des de negócios. Mais informa
setor vem crescendo no Brasil de Papéis, Máquinas Impressoras e ções: (11) 3063-2911 ou pelo e-mail
10% a 12% ao ano, enquanto a Embalagens. De 17 a 20 de outu expodrink@spfeiras.com.br.
EVENTOS
Como Encontrar
N
na feira de
esta seção encontram-se, em
ordem alfabética, os números
de telefone das empresas citadas nas
bebidas
reportagens da presente edição.
Emb al ag
emMarc a fica à disposi
ção para outras informações.
• Abimaq (11) 5582-6311
• Abre (11) 282-9722
• ADVB (11) 284-4044
• Alcan/Flexíveis (11) 416-4719
• AstraZeneca (11) 7923-1339
• Basf (11) 753-1652
m
• Bauch & Campos (11) 494-6944
Novidades anunciadas para a TecnoBebida • Bericap (15) 225-1222
• BNG 33 (0) 4 74 79 02 80
• Bombril-Cirio (11) 455-7700
ais de 150 for a Steinecker apresentará um siste • Brasilcote (11) 4071-1211
n e c e d o r e s ma de cozimento de mosto (suco da • Cargill (11) 5694-3688
• Ceval (47) 331-2222
nac ion ais e cevada em fermentação), o Merlin. • Cia. Metalúrgica Prada (11) 524-4222
int ern ac ion ais A Krones deverá divulgar a ter • Cia. Prada de Embalagens
estarão presentes, na condição de ceira geração de máquinas Conti (11) 421-5285
expositores, na TecnoBebida 99, a roll para aplicação de rótulos • Cisper/SP (11) 206-8070
feira especializada no setor, de 17 envolventes. • Cisper/RJ (21) 501-0822
• Datamark (11) 870-1810
a 19 de agosto, no Pavilhão Verde Entre os lançamentos da Packer
• Dil Design (11) 3086-2466
do Expo Center Norte, em São estarão máquinas tampadoras auto • Esboço Design (11) 542-2555
Paulo. A expectativa máticas EF e posicio • Eximax (11) 531-2677
dos organizadores é nadores automáticos • Fischer Fraiburgo (11) 822-6866
atrair mais de 7 000 de tampas jet-flow • Gefinex 32 (0) 87 32 50 73
visitantes vindos de fabricados pela primei • Gessy Lever (19) 965-4520
• Hi Design (11) 251-5531
países da América ra vez no Brasil. • Igel (51) 471-2266
Latina, parte dos quais Bases completas • Krones (11) 745-9592
deverá paricipar tam para refrigerantes, • Lo Schiavo Design Group
bém da Food Ingre sucos e refrescos (11) 212-8688
dients Brasil, evento serão mostrados no • M. Design (11) 833-0969
• Málaga Metalização (11) 7201-4630
paralelo à feira. estande da Citro-Döh
• Maretti Design (11) 542-2931
A seguir, EmbalagemMarca ler. A empresa também vai lançar • Maurício de Souza Produções
apresenta um resumo das princi sucos e refrescos para utilização (11) 861-0803
pais novidades que serão apresen direta em post-mix. • Miller Freeman (11) 3873-0081
tadas na TecnoBebida, fornecidas Novidades em metodologia • Nacanco/American National Can
pela Miller Freeman, organizado para concepção de linhas de engar (11) 284-5588
• Pfeiffer dirk_sevecke@pfeiffer.de
ra do evento. rafamento vão ser apresentados [SAR do Brasil (11) 3641-0022]
A Tovani Benzaquen mostrará pela Sidel. • Procter & Gamble (11) 848-0264
concentrados para refrigerantes A Tecno Project Latina fornece • Prodesmaq (19) 876-5000
nos sabores cola tradicional, cola processos, instalações e equipa • Prolata (11) 5505-4030
light e cola super limão, além da mentos industriais para tratamento, • Rasselstein Hoesch
info@rasselstein-hoesch.de
linha completa da Snapple. purificação e secagem de gases,
• Seragini Design (11) 212-5088
A Ziemann Liess vai mostrar o além de geração e recuperação de • Sidel (11) 5631-2088
equipamento ZL 2 000, uma com gás carbônico. Na TecnoBebida, • Steinbeis +49 80 24/308-0
pacta sala de fabricação para vai apresentar um sistema de acu • Tintas Coral (11) 7604-9355
pequenos e médios fabricantes de mulação de garrafas, tipo buffer • Tintas Suvinil 0800-117558
cerveja. A capacidade inicial é de rotativo, em linhas de enchimento. • Unicamp- FEA (19) 788-3991
• Uvibra (54) 4531-1062
50 000 caixas por mês, podendo A Heuft está trazendo da Ale • Vida Alimentos (11) 3871-1323
ser ampliada para 325 000. manha um controle de nível de • Vinícola Miolo (54) 453-1019
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Almanaque
Mercosul O futuro que já foi...
Durante o século XIX, a erva- Há pouco mais de dez anos, as tam
mate, natural da bacia dos rios pas de rosca feitas de alumínio, para
Paraguai e Paraná, fez a fortuna refrigerantes acondicionados em gar
dos grandes fazendeiros da região rafas one-way, eram saudadas como
sul do Brasil. Era explorada no uma extraordinária inovação no mer
Paraná, no Mato Grosso, em Santa cado. Um ano depois haviam sido
Catarina e no Rio Grande do Sul. substituídas definitivamente pelas
Em 1919, o Brasil exportava 90 tampas plásticas.
200 toneladas do produto. O prin
cipal comprador era a Argentina, ... e o que não chega
que a partir dos anos 20 se tornou
produtora, e exportadora. O Uru Em 1988 falava-se que deixara de ser
guai também passou a produzir. As mito a história da lata que gela sem
exportações pararam e o Brasil precisar ir ao refrigerador. Notícias
chegou a importar dos dois países. diziam que, já utilizada no Japão pela
As embalagens de transporte eram Gekkeikan, para acondicionar saquê,
barricas de madeira, com rótulos em breve a novidade tomaria conta
de papel com visual caprichado, dos EUA e, depois, do mundo. Desde
impressos em quadricromia. então não se fala mais nisso.
Tecnologia síria
Duro de mudar
Datam de 1500 a. C., na Babilônia,
os primeiros registros da moldagem A embalagem
de frascos de vidro. Demoraria mais do Fermento em
de 1 400 anos para que fosse intro Pó Royal encarna
duzido no processo de fabricação um autêntico
um importante avanço técnico, a modelo de resis
“cana de assopro”. Inventado na tência a mudanças.
Síria, por volta do ano 100 a. C., O rótulo da latinha
esse instrumento possibilitou a mul cilíndrica mantém-
tiplicação da produção de objetos de se praticamente
vidro. É utilizado até hoje em emba igual ao que era no final do século passado,
lagens e outros artigos de vidro pro a não ser pelo fato de que o produto então
duzidos de forma semi-artesanal. se chamava Real Fermento Inglez.
Você sabia?
• A entrega domiciliar de leite, em garrafas de vidro fechadas,
foi inventada em 1884, nos Estados Unidos, por um homem
de sobrenome Thatcher.
• Diz a lenda que a Coca-Coca foi inventada por acaso, na
farmácia Jacob’s, em Atlanta (EUA), quando o farmacêutico aci
dentalmente misturou xarope açucarado com água gasosa, em
vez de usar água sem gás. Foi em 1886. Durante oito anos foi
vendida a granel. Só em 1894 passou a ser engarrafada.
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