Por Marco Abreu

Choros de
cabeceira I
N

as dcadas de 1940 e 1950, quando algum se apresentava

como saxofonista/clarinetista, outro msico lhe perguntava:
Voc toca Espinha de Bacalhau? Se o msico respondesse
que no, j teria uma definio: ento no saxofonista!
Quando ouvi essas histrias de msicos antigos, pensei numa srie
de choros de igual dificuldade, que, pela sonoridade de seus autores,
so choros com uma linguagem saxofonstica, ou seja, prprios para
o instrumento.
Quando digo linguagem saxofonstica, no quer dizer que outros
instrumentos no possam toc-lo. Afinal, creio que o acervo musical brasileiro direito de todos. Porm, os choros caractersticos, para determinado instrumento, costumam explorar as dificuldades do instrumento em
questo, tais como: dedilhado, extenso, graves, agudos, articulao, entre
outros. Diversos desses choros foram compilados em mtodos e songbooks e exigem bastante do solista. Pesquisando, voc ir encontrar muito

mais, graas riqueza da nossa msica, especialmente o choro.

Se quiser aprimorar cada vez mais a sua tcnica, voc poder tambm estudar essas msicas em diversas tonalidades. Porm, sempre
bom saber qual a tonalidade original para o seu instrumento.
Ex: Espinha de Bacalhau => Sax alto = R (D); Sax tenor = Sol (G)
Esses clssicos do choro poderiam ser chamados de choros de cabeceira e deveria ser uma obrigao toc-los, ou, ao menos, conhec-los.
Para exemplificar, uso aqui o tema Sonoroso, de K. Ximbinho, em
que coloquei alguns ornamentos, como trinado, mordente, figuras de
sextinas e sinais de articulao comumente usados nos temas de jazz.
So algumas das possibilidades a ser usadas fica por conta da sua
criatividade ditar os caminhos.
Dica de articulao: ao tocar, observe a diferena na articulao das
slabas d e t. A slaba d mais suave (legato tongue), mais prpria para
o choro. A slaba t mais pesada, para maxixe, por exemplo.

Sonoroso

K. Ximbinho
K. Ximbinho

B7
# 2
.. n #
& 4
1

Sax Tenor

Sonoroso

F Maj 7

E m7

Em7
B Maj 7
F #7
B Maj 7
# # # #

#
&
# # # # # #

B7
3 3

n
#
&
9

F Maj 7

Em7

b #
# #
E7

3
#

b #
#

&
A m7

13

16

1.

&

# b
G Maj 7

A m7
E m7

..

..

Em 7

( 5)

F #m 7

F7

( 9)

E7

B7

C Maj 7

Am 7

( 5)

Am 7

#
E7

( 9)

B7

E m7
24SAX & METAIS

42

F #7

2.

Em 7

&
20

( 9)

E m7

A m7

D7

B7

D7
> #

workshop

wo r k s h o p S a x o f o n e

20

&

# b
G Maj 7

( 5)

F #m 7

F7

( 9)

E7

Am 7

B7

B7

( 5)

D7

> #

&
# # # >

>
>
( b 5)
( b 9)
G Maj 7
A m7
D7
28
B7
F #m 7
F7
E7
> b
>
^
# > b

#
&
>
24

E m7

C Maj 7

G Maj 7

Em 7

36

Ao

44

&
48

&

B m7
E7
>

#

&
60

E m7

&

B7

# #

( 5)

A Maj 7

A Maj 7

56

..

> G .#m7

F #m 7

G m7
B7
C m7
F m7
####
&

52

B7

> E Maj
. 7n

C #m7

# # # # .

( 9)

G Maj 7

F 7 F m7 n3 B 7

# # # # n

E Maj 7

2.

G Maj 7

# n # # # # . E Maj
. 7 n

E m7

E Maj 7
G m7
Gm 7
# # # # .
&
n
40

A m7

1.

D7

# E m7

&

E7

>

A m7

#

&
32

Am 7

Ao

1.

A #m 7

. E Maj 7
.

nnnn#

2.

E Maj 7

( 9)

Em 7

C7

( 9)

Am 7

B7

E m9

autor

Marco Abreu saxofonista,

integrante da Big Band Pirajazz e do
quinteto de saxofones Saxomanaco.
Contato: pirajazz@yahoo.com.br

SAX & METAIS

43