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1) O documento discute os procedimentos para restituição de objetos apreendidos em investigações criminais e incidentes de insanidade mental. 2) A autoridade policial pode apreender objetos relacionados aos crimes para investigação, e esses objetos só podem ser devolvidos após decisão final, podendo ser confiscados em alguns casos. 3) Incidentes de insanidade mental podem ser instaurados a qualquer momento para avaliar a sanidade mental do acusado e como isso afeta a culpabilidade.
1) O documento discute os procedimentos para restituição de objetos apreendidos em investigações criminais e incidentes de insanidade mental. 2) A autoridade policial pode apreender objetos relacionados aos crimes para investigação, e esses objetos só podem ser devolvidos após decisão final, podendo ser confiscados em alguns casos. 3) Incidentes de insanidade mental podem ser instaurados a qualquer momento para avaliar a sanidade mental do acusado e como isso afeta a culpabilidade.
1) O documento discute os procedimentos para restituição de objetos apreendidos em investigações criminais e incidentes de insanidade mental. 2) A autoridade policial pode apreender objetos relacionados aos crimes para investigação, e esses objetos só podem ser devolvidos após decisão final, podendo ser confiscados em alguns casos. 3) Incidentes de insanidade mental podem ser instaurados a qualquer momento para avaliar a sanidade mental do acusado e como isso afeta a culpabilidade.
Para instruir o inqurito policial, a autoridade policial deve apreender os
instrumentos do crime e objetos outros que tenham relao com o fato criminoso. Os objetos que podem ser apreendidos so os declinados nas alneas do art. 240, CPP. A apreenso pode ocorrer durante a busca pessoal ou domiciliar, que, por seu turno, de regra, depende de mandado judicial (art. 5, XI, CF). As coisas apreendidas, segundo o art. 18, CPP, enquanto interessarem ao processo, no podero ser devolvidas antes de transitar em julgado a sentena final. Autoridade restituinte O caput do art. 120 do CPP trata da autoridade que poder deliberar acerca da restituio, quais sejam: o delegado ou o juiz. A deliberao do delegado de polcia est circunscrita aos casos de direito induvidoso e quando a coisa no for apreendida em poder de terceiro de boa-f ( l e 2 art. 120). Confisco O Cdigo Penal prev hiptese de confisco, em dispositivo que encontra respaldo na Constituio. Deveras, o art. 91, II, afirma que so efeitos da condenao "a perda em favor da Unio, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-f", "dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienao, uso, porte ou deteno constitua fato ilcito", e "do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prtica do fato criminoso". Uma vez confiscados, os objetos podero ser destrudos, vendidos em leilo, ou recolhidos ao museu (art. 124, CPP). Tratando-se de objetos no reclamados (art. 123, CPP), que no sejam passveis de confisco, sero eles leiloados e o valor depositado em favor do juzo de ausentes. Por sua vez, o art. 20, da Lei n 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raa ou de cor, prev o confisco de produtos que utilizem a sustica. No que tange ao crime de reproduo de obra com violao de direito autoral (art. 184, 1, 2 e 3, CP, e art. 530-G, CPP, trazidos pela Lei n 10.695/2003), O juiz determina, na sentena, a destruio dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos,
bem como o perdimento em favor da Fazenda Nacional dos equipamentos apreendidos
que se destinem prtica do ilcito. Procedimento da restituio O pedido de restituio poder ser acolhido de imediato, mediante termo nos autos do inqurito policial ou do processo penal. A restituio, nesse caso, ser efetivada pela autoridade policial ou pelo juiz sem necessidade de instaurao do incidente (art. 120, caput, CPP). Porm, se duvidoso o direito alegado pelo reclamante, "o pedido de restituio autuar-se- em apartado, assinando-se ao requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, s o juiz criminal poder decidir o incidente" ( 1, art. 120,CPP). Requerida a restituio de bem apreendido no contexto do delito objeto de inqurito policial ou de processo penal, o juiz, ao receber e mandar autuar o incidente, tambm ordenar a notificao do Ministrio Pblico para falar nos autos ( 3, art. 120, CPP). Havendo "dvida sobre quem seja o verdadeiro dono" que dependa de dilao probatria no comportvel perante o juzo criminal, o magistrado "remeter as partes para o juzo cvel, ordenando o depsito das coisas em mos de depositrio ou do prprio terceiro que as detinha, se for pessoa idnea" ( 4, art. 120, CPP). Por fim, conforme o 5 do art. 120 do CPP, em se cuidando "de coisas facilmente deteriorveis", elas "sero avaliadas e levadas a leilo pblico, depositandose o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pessoa idnea e assinar termo de responsabilidade". Recurso Da deciso acerca do pedido de restituio, cabe apelao, alm da possibilidade de impetrao de mandado de segurana. INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL Pairando dvidas sobre a higidez mental do autor do ilcito, deve ser instaurado, o incidente de insanidade mental, podendo ocorrer durante o inqurito ou no
processo. Decerto, constatando situao de dvida sobre a integridade mental do
acusado, "o juiz ordenar, de ofcio ou a requerimento do Ministrio Pblico, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmo ou cnjuge do acusado, seja este submetido a exame mdico-legal" (art. 149, CPP). Como se infere, diferentemente do incidente de falsidade, a instaurao do incidente de insanidade mental obrigatria, ato essencial, em razo da necessidade de se adequar ao exigido para a aplicao da lei penal, especialmente para que a percia responda sobre se o acusado era capaz de entender o carter ilcito do fato. Cabe enfatizar, na senda de Greco Filho: "outro exame de insanidade ou a interdio civil sero elementos circunstanciais que levam determinao da realizao do exame especfico, mas no o substituem". A instaurao do incidente pode ter lugar tambm em virtude "de representao da autoridade policial" ( 1, art. 149, CPP), alm dos legitimados acima, desde que haja "fundada dvida sobre a sanidade mental de um acusado (ou indiciado)". Se o juiz determinar a instaurao do incidente na fase do inqurito, este no suspenso. Por outro lado, nos termos do 20, do art. 149, do CPP, na fase processual, "o juiz nomear curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o processo, se j iniciada a ao penal, salvo quanto s diligncias que possam ser prejudicadas pelo adiamento". A relevncia do incidente de insanidade mental recai especialmente sobre a culpabilidade do agente, notadamente pela possibilidade de prolao de sentena absolutria imprpria tendente a no impor pena, porm aplicar medida de segurana. Na prtica, o acusado submetido "percia psiquitrica. O reconhecimento da irresponsabilidade do imputvel", no dizer de Magalhes Noronha, " exigncia de estrita justia", merc de no dispor de capacidade de entender o carter ilcito do fato e de quer-lo. Procedimento Em conformidade com os artigos 149 e seguintes do CPP, o procedimento para aferio da insanidade mental do acusado iniciado quando o juiz determina a instaurao do incidente atravs de portaria, com a nomeao de curador, suspendendo o curso da ao principal, ressalvando-se a realizao de atos urgentes. No h suspenso ou interrupo do prazo prescricional, que continua a correr.
Em seguida, as partes so intimadas para ofertar quesitos, dispondo o perito de
quarenta e cinco dias para concluso do laudo, prorrogveis, a critrio do juiz, por deciso fundamentada. O laudo apresentado acostado aos autos do incidente que, por sua, vez, devem ser apensados aos autos principais. Entendemos que na fase do inqurito o advogado do indiciado deve ser admitido a apresentar quesitos, mesmo ao reconhecimento que nesta etapa impera a inquisitoriedade. Como o magistrado que tem legitimidade para determinar o incidente, ainda que na fase pr-processual, deve determinar a intimao do advogado do suspeito para que apresente os quesitos que entender pertinentes. Sequncia 1) o juiz baixa portaria, instaurando o incidente; 2) o curador nomeado; 3) o processo principal suspenso e a prescrio corre normalmente, sem prejuzo da realizao de diligncias urgentes; 4) as partes ofertam quesitos; 5) o (s) perito(s) se manifesta(m) em at quarenta e cinco dias, prorrogveis a critrio do juiz. Com a nova redao imprimida ao art. 159 do CPP (Lei n 11.690/2008), se o perito oficial, atuar sozinho. J os peritos nomeados pelo magistrado, na falta de perito oficial, so em nmero de dois. 6) os autos, que corriam em apartado, so apensados aos principais. Recurso A deciso que determina a instaurao do incidente irrecorrvel. Todavia, possvel o ajuizamento de mandado de segurana como sucedneo recursal. J no que concerne deciso que rejeita o incidente de insanidade, cabvel a impetrao de habeas corpus contra ela. Salvo ilegalidade manifesta, onde seria aventvel o mandado de segurana, o agente no pode negar-se a se submeter ao incidente, isto porque o expediente objetiva a deteco da higidez mental que ir refletir na postura a ser assumida em razo da sano cabvel, se pena, ou medida de segurana, no havendo contrariedade ao art. 5, inc. LXIII, ao asseverar que ningum pode ser obrigado a autoincriminar-se. Insanidade que se manifesta no cumprimento da pena
Advindo a inimputabilidade na fase da execuo da pena, o juzo das
execues poder valer-se do art. 41 do Cdigo Penal, para determinar o recolhimento do acometido em hospital de custdia e tratamento psiquitrico, ou na sua falta, em outro estabelecimento adequado. Neste caso, a expectativa de que o transtorno seja apenas provisrio. Tanto verdade, que durante a internao o indivduo continua cumprindo pena, e se esta chegar ao seu final, ele deve ser libertado. Contudo, se estiver seguro de que o transtorno mental do condenado definitivo, deve agir segundo o art. 183 da Lei de Execues Penais, que determina que "quando, no curso da execuo da pena privativa de liberdade, sobrevier doena mental ou perturbao da sade mental, o juiz, de ofcio, a requerimento do Ministrio Pblico ou da autoridade administrativa, poder determinar a substituio da pena por medida de segurana". Neste caso, o tratamento agora passa a ser o das medidas de segurana, que no possuem prazo mximo, perdurando at o agente recobrar a sanidade. Insanidade superveniente Questo tormentosa o advento de insanidade mental aps o crime, no transcurso do inqurito ou do processo, mas antes do trnsito em julgado da sentena final. Se poca do fato o infrator era imputvel, a expectativa que seja processado para que ao final ocorra a condenao, imprimindo-lhe pena. Se no transcorrer da persecuo lhe sobrevm a inimputabilidade, o processo ficar suspenso, aguardando que ele recobre a sanidade, pois s assim poder defender-se, exercendo plenamente a autodefesa, e s ento o processo poder prosseguir (art. 152, caput, CPP). um caso tpico de crise de instncia, onde o processo fica paralisado, sem ser extinto. Se houver a necessidade de produo de provas de natureza urgente, como a oitiva de testemunha que ir viajar, haver a realizao do ato com a presena do curador, assegurando-se ao ru a possibilidade de reinquiri-las, assim que recobrar a sanidade. No perodo da suspenso, a prescrio continuar correndo normalmente. Prev o l do art. 152, CPP, que enquanto isso, o magistrado poderia determinar a internao do acusado em manicmio ou estabelecimento congnere. Acredita-se que esta previso fere a presuno de inocncia, afinal, haveria antecipao da medida que s pode ser estabelecida com a sentena definitiva. Havendo periculosidade, nada
impede, notadamente quando exista interveno familiar, que o demandado seja
submetido a tratamento psiquitrico, interditado e at mesmo internado em medida extra-penal. Em sentido contrrio, Guilherme Nucci partidrio da constitucionalidade da medida (art. 152, l, CPP), no s como forma de proteo social, mas tambm do prprio imputado, que sofre das faculdades mentais.