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Perguntas Sobre Diabetes Mellitus Tipo 1

Quem pode ter diabetes tipo 1?

Embora a doença geralmente comece em pessoas com menos de 20 anos, o diabetes


tipo 1 (antigamente conhecido como “diabetes insulino-dependente”) pode ocorrer em
qualquer idade. A doença é relativamente incomum, afetando cerca de 1 em cada 250
pessoas. O diabetes tipo 1 é mais comum em brancos que em negros e afeta
igualmente homens e mulheres. Os pacientes com diabetes tipo 1 correspondem a
menos de 10% de todos os casos de diabetes na população. 90% (ou mais) dos casos
de diabetes são do tipo 2.

Quais são as causas do diabetes tipo 1?

Ainda não são conhecidos todos os fatores que provocam o diabetes tipo 1. O que se
sabe é que a possibilidade de apresentar a doença é claramente herdada - ou seja,
depende de fatores genéticos. Outro fato que já foi identificado é que existem alguns
fatores externos (os chamados “gatilhos”) que desempenham um papel no
aparecimento da doença.

Assim, o diabetes tipo 1 parece ocorrer quando alguma coisa no ambiente - uma
toxina, ou um vírus, ou mesmo um quadro de stress psicológico muito intenso - serve
como “gatilho” para desencadear uma resposta exagerada do sistema imunológico, que
lança um ataque contra uma parte do próprio organismo do paciente: o pâncreas,
levando à destruição das células beta pancreáticas, responsáveis pela produção de
insulina.

Depois de um determinado nível de agressão, o paciente não consegue mais produzir


a própria insulina, e passa a apresentar as características clínicas da deficiência de
insulina: aumento da glicemia no sangue, desequilíbrio dos níveis de colesterol e
triglicerídeos, perda de peso etc.

Assim, a diabetes surge da interação entre um fator ambiental - o “gatilho” - com os


fatores genéticos, que aumentam a probabilidade de uma determinada pessoa
apresentar um comportamento anormal do sistema imunológico, com danos às próprias
células das ilhotas pancreáticas.( ilhotas de Langerhans).

Alguns marcadores desse ataque imunológico podem ser encontrados no sangue da


maioria das pessoas que desenvolvem diabetes tipo 1: são os chamados auto-
anticorpos. Eles podem ser detectados em até 90% dos pacientes, geralmente no início
da doença.

Uma vez que a diabetes tipo 1 tem uma natureza auto-imune - ou seja, é causada pelo
ataque do sistema imunológico às estruturas do próprio organismo do paciente - é
muito comum a sua ocorrência em conjunto com outras doenças auto-imunes, tais
como: o hipertireoidismo (doença de Graves), o hipotireoidismo, a insuficiência adrenal,
o vitiligo e a falência ovariana prematura (ooforite auto-imune, ou destruição auto-
imune dos ovários).

Quais são os sintomas do diabetes tipo 1?

Os sintomas são muitas vezes leves e sutis, mas podem ser muito mais severos
(principalmente no início da doença). Alguns sintomas clássicos são:
- sede excessiva;
- fome excessiva (especialmente após as alimentações);
- boca seca;
- náuseas e vômitos;
- dor abdominal;
- necessidade de urinar muitas vezes e em grandes quantidades;
- perda de peso sem explicação (mesmo comendo bastante e sentindo fome);
- cansaço e fraqueza;
- visão borrada;
- respiração difícil e pesada;
- infecções muito freqüentes da urina, vagina (candidíase vaginal) ou da pele.

Os sinais que indicam uma emergência no diabetes tipo 1 - ou seja, a necessidade de


atendimento médico imediato - são os seguintes:
- tremores e confusão;
- respiração pesada, difícil, acelerada;
- mau hálito (cheiro de “maçãs podres”);
- dor abdominal intensa;
- perda de consciência (incomum).

Como é feito o diagnóstico de diabetes tipo 1?

Na suspeita de diabetes, o principal exame para confirmar o diagnóstico é a dosagem


de glicose (açúcar) no sangue, também chamada glicemia. Além disso, pode-se
encontrar alterações no exame de urina, como a presença de glicose (que
normalmente não é excretada na urina) ou de corpos cetônicos. No momento, não há
nenhum exame preventivo que seja útil para rastrear ou avaliar com antecedência a
possibilidade de uma determinada pessoa desenvolver o diabetes tipo 1.

O diagnóstico é feito apenas após o aumento da glicemia - ou seja, depois que a


doença já está instalada.

Como é o tratamento?

Muitas pessoas com diabetes tipo 1 têm vidas longas e saudáveis. A chave para
manter a boa saúde é manter os níveis de glicemia sempre dentro dos valores
considerados como alvo. Quem determina esses valores-alvo de glicemia é o médico,
mas geralmente os valores desejáveis para a glicemia são os valores normais ou o
mais próximo possível do normal - ou seja, entre 80 e 140 mg/dL.

Atingir e manter esses valores é uma meta que pode ser alcançada com o
planejamento cuidadoso das refeições, da prática de exercícios físicos e do uso de
insulina. Todos os pacientes com diabetes tipo 1 precisam usar injeções de insulina
(geralmente 2 a 4 doses por dia) para controlar sua glicose sangüínea, uma vez que
seus organismos não são capazes de produzir a própria insulina, como ocorre em
pessoas sem diabetes.

Também é preciso medir os níveis de glicose regularmente e fazer ajustes na insulina,


alimentação e atividades para manter a glicemia normal no dia-a-dia.

Quais são as opções de tratamento para o diabetes?

Todas as pessoas com diabetes precisam controlar sua condição com uma dieta
adequada e exercício físico regular. Também é aconselhável que o paciente faça
medidas rotineiras da sua glicemia, para que possa manter os níveis de glicose sob
controle no dia-a-dia. Essas medidas podem ser feitas em casa, usando aparelhos
domésticos que medem a glicose em amostras de sangue da ponta dos dedos
(glicosímetros). O hábito dos pacientes diabéticos de medirem sua própria glicemia
regularmente é chamado de automonitorização glicêmica, e é uma ferramenta
importante para ajudar no controle da doença.

Leia mais sobre automonitorização glicêmica

Há diferenças entre o tratamento do diabetes tipo 1 e o do tipo 2?

Sim, há algumas diferenças.


Os diabéticos do tipo 1, todos, precisam tomar insulina, que é o hormônio que deixou
de ser produzido pelo seu pâncreas. A grande maioria dos diabéticos do tipo 1 precisa
tomar 2 ou mais injeções de insulina todos os dias.

Uma alternativa para a aplicação de insulina, que é usada por alguns pacientes, é a
chamada bomba de insulina, que é um aparelho, do tamanho de um bip (“pager”), que
fica acoplado ao corpo do diabético e infunde insulina continuamente no tecido
subcutâneo (ou seja, embaixo da pele) do indivíduo, através de um pequeno tubo que é
trocado a cada 2-3 dias. No entanto, a bomba é um aparelho muito caro, o que impede
o seu uso rotineiro.

Já os diabéticos do tipo 2 têm muitas outras opções de tratamento. Alguns pacientes


conseguem ficar com a glicemia bem controlada apenas com uma dieta adequada e
exercício físico regular. Outros pacientes, além da dieta e do exercício, precisam usar
medicações (comprimidos) para controlar adequadamente os níveis de glicose.
Existem hoje vários tipos de medicamentos, com mecanismos de ação muito
diferentes, para o tratamento do diabetes, e o médico é quem vai escolher a melhor
opção para cada caso.

Há uma parcela dos diabéticos tipo 2, no entanto, que não consegue atingir um
controle satisfatório apenas com a dieta, o exercício e as medicações tomadas por via
oral. Esses pacientes necessitam de injeções de insulina. Os pacientes diabéticos do
tipo 2, ainda, apresentam com muita freqüência outras alterações que precisam ser
tratadas para preservar ao máximo a sua saúde.

De fato, pessoas com diabetes tipo 2 têm mais hipertensão arterial (pressão alta),
dislipidemias (colesterol alterado) e problemas cardiovasculares, quando comparados
com não-diabéticos ou diabéticos do tipo 1. Por isso é comum que um paciente com
diabetes do tipo 2 precise tomar vários medicamentos, para controle da glicemia,
colesterol, pressão arterial etc. Apenas com o controle adequado de todos esses
problemas é que o indivíduo estará plenamente protegido das complicações do
diabetes.

Quais os cuidados gerais no tratamento do diabetes tipo 1 (DM 1)?

Alguns cuidados devem ser seguidos, de maneira geral, para o sucesso do tratamento
do diabetes tipo 1:
1) Tomar as injeções de insulina todos os dias, na dose e no horário prescritos pelo
médico. A insulina precisa ser aplicada mesmo nos dias em que o paciente não se
sente bem ou está doente. Em caso de dúvidas, o médico deverá ser contatado.

2) Se possível, o indivíduo deve comer a mesma quantidade de comida, nos mesmos


horários, todos os dias, evitando variações grandes nos hábitos alimentares.
3) O indivíduo não deve jamais deixar de fazer uma refeição no horário certo,
especialmente após uma injeção de insulina, pois isso pode fazer com que o nível de
glicose no sangue caia demais (hipoglicemia).

4) Medir (monitorizar) os níveis de glicemia regularmente, conforme recomendações do


médico, é importante para o controle do tratamento.

5) Lembrar que a aplicação de insulina deve ser acompanhada de uma dieta


balanceada e exercícios físicos regulares.

6) Conhecer os locais adequados para aplicação de insulina, e checar continuamente


se está havendo algum problema na pele onde a insulina é aplicada.

7) Usar apenas as seringas e agulhas de uso próprio.

8) Quando viajar, levar consigo suas próprias seringas, agulhas e frascos de insulina.

9) Sempre manter um frasco de insulina extra na geladeira, além do que está sendo
utilizado, para o caso de quebrar, estragar ou extraviar o frasco em uso.

10) Os frascos fechados de insulina devem ser guardados refrigerados, de preferência


na parte de baixo da porta, até que sejam abertos.

11) Depois de abertos, a insulina pode ser mantida fora da geladeira, desde que seja
guardada num lugar fresco, seco e ao abrigo da luz solar. Dessa forma, a insulina dura
até um mês.

Quais os cuidados gerais no tratamento do diabetes tipo 2 (DM 2)?

Alguns cuidados devem ser seguidos, de maneira geral, para o sucesso do tratamento
do diabetes tipo 2:
1) O paciente deve saber exatamente os horários e doses dos seus medicamentos, e
tomá-los conforme prescrito pelo médico.
2) Se achar que os medicamentos estão fazendo mal de alguma forma, ou estiver
tendo algum problema, o paciente deve entrar em contato com o médico para solicitar
instruções. Não se deve mudar o medicamento por conta própria.
3) Os medicamentos, sozinhos, não são suficientes para controlar a glicemia sem a
ajuda do paciente diabético. Dieta balanceada e exercício físico regular ainda são a
base do tratamento.
4) Perder um pouco de peso, mesmo que sejam poucos quilos, pode trazer um grande
benefício no controle do diabetes, e também ajudar no controle da pressão arterial e do
colesterol. Em alguns casos, a perda de alguns quilos pode até permitir a redução ou a
retirada de algumas medicações.

Saiba mais sobre as medicações utilizadas no tratamento do diabetes

O que o paciente pode fazer para ajudar no seu tratamento?

1) Aprender. Quanto mais o paciente diabético conhece sobre sua doença (sinais,
sintomas, complicações etc.), mais apto está a proteger sua própria saúde.
Principalmente se o diabetes estiver avançando, o paciente precisa estar alerta para
reconhecer precocemente os sinais de:
- problemas de visão;
- irregularidades na pele ou feridas que não cicatrizam;
- doenças (obstrução) dos vasos sangüíneos;
- doença dos nervos (neuropatia), particularmente se houver amortecimento,
formigamento ou dor (tipo queimação) dos pés e mãos;
- impotência, nos homens;
- doença dos rins.
2) Procurar o médico imediatamente se reconhecer sinais de qualquer uma dessas
alterações, para iniciar o tratamento adequado o quanto antes.
3) Cuidar-se. O diabético, em geral, precisa tomar mais cuidado com a própria saúde
que as pessoas não diabéticas.
4) Monitorizar freqüentemente os níveis de glicose, através das medidas de glicemia
capilar.
5) Evitar bebidas alcoólicas. Algumas pessoas, com casos leves de diabetes, podem
ingerir álcool moderadamente. No entanto, os diabéticos em geral não devem tomar
diariamente mais que uma dose de bebida (para mulheres) ou duas doses (para
homens).
6) Parar de fumar. A combinação de fumo e diabetes aumenta muito o risco de
complicações para os vasos sangüíneos e o coração, tais como: derrame cerebral e
infarto do miocárdio. Abandonar o cigarro é uma das melhores maneiras de prevenir
esses problemas.

Como deve ser mantida a glicemia do paciente diabético?

Para todos os tipos de diabetes, a glicemia deve ser mantida normal ou o mais próximo
do normal possível. Com isso, o paciente conseguirá manter sua saúde e ganhar
muitos anos de vida, pois o controle adequado da glicemia pode reduzir muito as
chances de desenvolver as complicações crônicas do diabetes. Se o paciente já
apresenta alguma complicação, o controle rigoroso da glicemia também diminui a piora
dessas complicações.
Em números: a glicose do sangue deve ser mantida, idealmente, menor que 110
mg/dL, quando medida em jejum, e menor que 140 mg/dL quando medida 2 horas após
uma refeição.

O que é hemoglobina glicada, ou A1C ?

O exame de hemoglobina glicada (também conhecido como glicohemoglobina,


hemoglobina glicosilada, ou hemoglobina A1c) é um parâmetro útil, junto com as
medidas de glicemia, para avaliar se o tratamento de um determinado paciente está
sendo adequado.
A hemoglobina glicada é formada pela ligação da glicose a uma molécula do sangue
chamada hemoglobina. Quanto mais glicose houver no sangue de uma pessoa, maior
vai ser o nível de hemoglobina glicada. A hemoglobina fica durante cerca de 90 a 120
dias na circulação sangüínea, portanto um exame de dosagem da hemoglobina
glicosilada vai indicar como foi a média da glicemia do indivíduo nos últimos 2 a 3
meses.
Por isso, a dosagem de hemoglobina glicada deve fazer parte do acompanhamento do
paciente diabético. É recomendável que a hemoglobina glicada seja mantida abaixo de
7%, um nível no qual já foi provado que se conseguem prevenir as complicações do
diabetes. No entanto, há uma grande variabilidade na forma como essa hemoglobina
glicada é dosada nos vários laboratórios. Por isso, a Sociedade Brasileira de Diabetes
preferiu considerar como meta de tratamento manter a hemoglobina glicada abaixo do
limite superior do normal, para o método utilizado (usar valor de referência de cada
método).

Correlação entre o nível de hemoglobina glicada (A1c) e a média da glicemia:


Quais são as complicações do diabetes tipo 1?

Se os níveis de glicose não forem adequadamente controlados, o diabetes tipo 1 pode


provocar uma série de problemas incômodos e potencialmente fatais. Felizmente, tais
complicações podem ser prevenidas pelo tratamento correto e pela manutenção de
níveis normais ou quase-normais de glicemia.

As principais complicações do diabetes são as seguintes:

a) Retinopatia - É uma doença da parte de trás dos olhos (as retinas), que pode afetar
até 80% dos adultos que tenham diabetes tipo 1 há mais de 15 anos. A retinopatia
diabética é extremamente rara antes da adolescência, não importando há quanto
tempo a pessoa seja portadora de diabetes. O controle adequado da glicemia, o
manejo da hipertensão e a regulação dos lípides sangüíneos (colesterol e triglicérides)
são importantes medidas na prevenção da retinopatia. Felizmente, a perda de visão
não costuma ser importante ou incapacitante na maioria dos pacientes. Casos mais
avançados de retinopatia diabética podem ser tratados com sessões de laser
(fotocoagulação), para prevenir a piora da perda de visão. Todo paciente com mais de
5 anos de diabetes tipo 1 deve fazer, uma vez por ano, um exame especial para avaliar
o comprometimento da retina: é o chamado exame de fundo-de-olho, ou fundoscopia.

b) Nefropatia - Cerca de 35 a 45% das pessoas com diabetes tipo 1 desenvolvem uma
doença dos rins, chamada nefropatia diabética. O risco para doença renal aumenta
com o passar do tempo e se torna mais importante após 15 a 25 anos de diabetes.
Os rins passam a funcionar menos, podendo até chegar à falência completa - a
chamada insuficiência renal, que em alguns casos obriga o paciente a fazer sessões de
hemodiálise ou diálise peritoneal para substituir a função dos rins.
Essa complicação também pode ser prevenida pelo controle glicêmico adequado e o
tratamento correto da hipertensão arterial e do colesterol. Infelizmente, diabéticos com
nefropatia apresentam um risco muito elevado de outras doenças sérias, como o infarto
do miocárdio e a retinopatia. O primeiro sinal de nefropatia diabética, na maioria dos
casos, é o aumento da perda de proteínas, principalmente a albumina, na urina.
Por isso, pacientes com diabetes tipo 1 há mais de 5 anos devem fazer todos os anos
um exame que avalie a perda de albuminúria na urina, o que é feito com coleta de toda
a urina produzida durante 12 ou 24 horas.

c) Neuropatia - O diabetes pode afetar também os nervos, principalmente em


extremidades do corpo como os pés e as mãos - uma complicação conhecida como
neuropatia diabética.
O dano aos nervos provoca alterações da sensibilidade, sendo que os pés e mãos
podem tornar-se mais insensíveis (“dormentes”) e deixar de sentir calor, frio ou dor.
Assim, o paciente com neuropatia pode machucar os pés e não sentir dor nenhuma, o
que aumenta o risco de infecção, bolhas, calos, deformidades e até mesmo de
amputação. Outros sintomas de neuropatia podem ser: dor em queimação nas plantas
dos pés, principalmente à noite; formigamento, pontadas, cãibras nas pernas, etc.

A neuropatia, assim como a nefropatia e a retinopatia, podem ser prevenidas pelo


adequado controle da glicemia. Há várias medicações que podem aliviar os sintomas
da neuropatia, uma vez que ela esteja instalada, tais como: a carbamazepina, a
amitriptilina e a gabapentina.
Além dos pés e mãos, outros órgãos também podem ser acometidos pela neuropatia,
tais como: o trato digestivo (provocando náuseas, vômitos, diarréia e/ou má-digestão);
o coração (levando a variações muito grandes da pressão arterial), e o sistema genito-
urinário (podendo causar perda ou retenção de urina e impotência sexual).

d) Má circulação - Os vasos sangüíneos de todo o corpo, principalmente as artérias,


também podem ser afetados pelo diabetes tipo 1, levando a problemas de circulação
principalmente nas extremidades (pés). Com isso, a cicatrização de feridas é muito
comprometida.
A má circulação, associada à perda de sensação dolorosa característica da neuropatia,
leva ao aparecimento do chamado pé diabético - um pé frágil, com grandes chances de
complicações sérias como: infecção, gangrena, necrose e amputação. O pé diabético é
uma das maiores causas de amputações em membros inferiores (pés, pernas) na
atualidade.

O que é a “bomba de insulina”?

Bombas de insulina são aparelhos computadorizados, pequenos (mais ou menos do


tamanho de um celular), que são utilizados para injetar insulina continuamente em
pacientes diabéticos. As bombas geralmente são usadas numa espécie de cinto (ou
“pochette”), ou mesmo no bolso da vestimenta, de uma forma discreta. Elas possuem
um tubo fino e flexível (chamado “cateter”) com uma agulha fina na ponta. Essa agulha
é inserida abaixo da pele do abdome (no tecido subcutâneo) e fixada com uma fita
adesiva.

A bomba de insulina é desenhada para liberar insulina através do cateter até o


subcutâneo do paciente constantemente - isto é, durante as 24 horas do dia - com o
objetivo de controlar rigorosamente os níveis de glicemia. Essa infusão contínua,
durante o dia todo, é chamada de “taxa basal” de insulina.

Quando o paciente faz uma refeição, a bomba pode ser programada para liberar uma
dose maior de insulina com o objetivo de controlar o aumento de glicose determinado
pela ingestão de alimentos. Essa infusão aumentada de insulina, apenas nos horários
das refeições, é chamada de “bolus”. Cada paciente pode calcular, em conjunto com
seu médico, quanto de insulina vai ser injetada na forma de taxa basal e de bolus, para
permitir o controle mais perfeito possível dos níveis de glicose.

O cateter e a agulha são geralmente mantidos no lugar durante 48 ou 72 horas, quando


precisam ser trocados. A insulina utilizada deve ser de ação rápida (regular, lispro ou
aspart - veja em “Medicamentos” quais os tipos de insulina que existem). O paciente
deve fazer medidas de glicemia capilar pelo menos 4 vezes por dia durante o uso da
bomba.

A bomba de insulina é um método efetivo para controle da glicemia, já que permite um


controle muito bom. Além disso, é segura e confortável, já que elimina a necessidade
de múltiplas injeções de insulina. Por isso, ela é muito utilizada em pacientes que
precisam de um controle muito rigoroso da glicemia (grávidas diabéticas, por exemplo)
ou por pessoas que estejam altamente motivadas para um controle glicêmico estrito.
Sua maior limitação é o alto custo, que torna seu uso muito restrito no Brasil.

O que é o “transplante de ilhotas” e como funciona?

O transplante de ilhotas é a retirada das células beta do pâncreas (as células que
produzem insulina) de um doador e seu implante em uma pessoa com diabetes. Nos
casos de sucesso, as células beta do doador começam a produzir insulina no corpo da
pessoa que recebe o transplante e esta fica livre das injeções diárias de insulina.

De fato, o transplante de ilhotas pode melhorar muito a qualidade de vida das pessoas
com diabetes e prevenir diversas complicações da doença.
Entretanto, como acontece com qualquer outro transplante de órgãos ou tecidos, o
maior desafio é a rejeição do transplante pelo receptor.

O sistema imunológico da pessoa que recebe o transplante pode reconhecer as células


do doador como “estranhas” e passar a atacá-las. Quando esse ataque causa lesão ao
transplante (podendo levar à perda do mesmo), esse fenômeno é conhecido como
“rejeição”. Para evitar a rejeição, os receptores do transplante são obrigados a tomar,
pelo resto das suas vidas, medicações para inibir a atividade do sistema imunológico.

Muitas dessas medicações têm sérios efeitos colaterais, e o seu uso prolongado pode
provocar complicações importantes como infecções e alguns tipos de câncer. Além
disso, ainda não são todos os casos de transplante de ilhotas que apresentam
sucesso.
Mas novas drogas imunossupressoras e novas técnicas de transplante estão sendo
desenvolvidas, que podem permitir o uso mais disseminado dessa forma de tratamento
no futuro.

Por enquanto, o transplante de ilhotas ainda é uma técnica experimental e restrita a


alguns grandes centros médicos no mundo.

Pacientes que podem se beneficiar do transplante de ilhotas incluem aqueles com


idade entre 18 e 65 anos, com diabetes tipo 1 há mais de 5 anos, que estejam
enfrentando complicações sérias do diabetes, tais como hipoglicemias severas e
freqüentes, ou que apresentem doença renal (nefropatia) com possível necessidade de
diálise.

Perguntas Sobre Diabetes Mellitus Tipo 2

Quem pode ter diabetes tipo 2?

O diabetes mellitus tipo 2 pode afetar qualquer pessoa. Grupos com maior risco de
desenvolver a doença são: pessoas com excesso de peso (sobrepeso ou obesidade);
mulheres que tenham tido diabetes gestacional; pessoas com história familiar de
diabetes tipo 2; pessoas com síndrome metabólica (Leia mais sobre síndrome
metabólica clicando aqui). A idade é um fator que contribui para o surgimento de
diabetes: quanto mais idosa a pessoa vai ficando, menor sua capacidade de
metabolizar os açúcares e maior o risco de diabetes tipo 2.

Quais são as causas do diabetes tipo 2?

Embora seja bem mais comum do que o diabetes tipo 1, o tipo 2 é menos entendido.
Provavelmente é causado por múltiplos fatores agindo em conjunto. Os fatores que
podem contribuir para o surgimento de diabetes tipo 2 são os seguintes:
a) Genética - geralmente o diabetes tipo 2 afeta vários membros de uma mesma
família, e pessoas que vêm de famílias diabéticas têm maior chance de serem
diabéticas;

b) Resistência à insulina - antes do aparecimento do diabetes tipo 2, a maioria dos


pacientes apresenta um defeito na ação biológica do hormônio natural insulina, ou seja,
os pacientes precisam produzir mais insulina para fazer o mesmo efeito que ela faria
em uma pessoa normal. Essa é uma anormalidade que pode estar presente vários
anos e até décadas antes do surgimento do diabetes, e está intimamente relacionada
ao excesso de peso e ao sedentarismo, bem como a fatores genéticos;

c) Secreção anormal de insulina - Inicialmente, os pacientes produzem grandes


quantidades de insulina para tentar compensar a resistência insulínica que eles
apresentam. Com o passar dos anos, entretanto, o pâncreas parece entrar em
exaustão e não consegue mais produzir insulina suficiente para controlar
adequadamente os níveis de glicemia do indivíduo. É aí que a glicemia começa a se
alterar e o diagnóstico de diabetes é feito. Geralmente os pacientes com diabetes tipo 2
apresentam os 2 defeitos: resistência à ação da insulina + defeitos na secreção de
insulina.

Quais são os sintomas?

Os sintomas do diabetes tipo 2 variam muito de pessoa para pessoa, podendo ser
muito discretos ou muito severos. Alguns sintomas típicos do diabetes incluem:

- Sede excessiva;
- Fome exagerada (especialmente após as refeições);
- Boca seca;
- Náuseas e vômitos;
- Necessidade de urinar muitas vezes e em grande quantidade;
- Cansaço e fraqueza importantes;
- Visão borrada;
- Adormecimento ou “formigamento” dos pés ou mãos;
- Dificuldade de cicatrização;
- Impotência sexual;
- Infecções freqüentes da urina, pele ou vagina (candidíase vaginal).

Pacientes com diabetes tipo 2 sempre apresentam sintomas?

Uma boa parte dos pacientes com diabetes tipo 2 não apresenta qualquer sintoma da
doença, principalmente no seu início, razão pela qual se estima que cerca de 50% das
pessoas portadoras de diabetes tipo 2 não sabem que têm a doença.

Isso é um dado desastroso, pois sem o tratamento adequado, tais indivíduos correm
um risco muito alto de desenvolver as complicações tardias do diabetes, que vão desde
problemas nos olhos (retinopatia, podendo evoluir até cegueira), nos rins (nefropatia,
que é uma das mais importantes causas de insuficiência renal e que leva muitas
pessoas à hemodiálise) e nos nervos (neuropatia, produzindo alterações da
sensibilidade dos pés e eventualmente amputações nos membros inferiores) até
complicações cardiovasculares, tais como o infarto de miocárdio e o derrame (acidente
vascular cerebral).
Como é feito o diagnóstico?

Se houver suspeita de diabetes tipo 2, ou se a pessoa tiver algum fator que aumente
seu risco de apresentar a doença, devem-se fazer alguns exames laboratoriais para
avaliar a presença ou não do distúrbio.
O principal exame a ser realizado é a glicemia de jejum. (Leia mais em “Diabetes -
Sintomas”)
É importante, em pessoas com risco de diabetes tipo 2, principalmente aqueles que
estão acima do peso ideal, que sejam avaliados também os níveis de colesterol e
triglicérides, que freqüentemente se encontram alterados.
Em alguns casos, o paciente pode apresentar alterações típicas do diabetes durante
um exame de vista de rotina, e assim fazer o diagnóstico de diabetes.

Como é o tratamento do diabetes tipo 2?

Muitas pessoas com diabetes tipo 2 têm vidas longas e saudáveis. A chave para
manter a boa saúde é controlar o nível de açúcar (glicose) no sangue, para mantê-lo o
mais próximo do normal possível. Só assim se pode evitar as complicações tardias do
diabetes, freqüentemente sérias e incapacitantes.
O controle da glicemia pode ser conseguido com um planejamento alimentar
adequado, exercícios regulares e uso de medicações (comprimidos e/ou insulina). É
importante também medir os níveis de glicemia regularmente, usando aparelhos e fitas
de glicemia capilar.

Leia mais sobre o tratamento do diabetes

Quais são as complicações do diabetes tipo 2?

Se os níveis de glicose não forem adequadamente controlados, o diabetes tipo 2 pode


provocar uma série de problemas incômodos e potencialmente fatais. Felizmente, tais
complicações podem ser prevenidas pelo tratamento correto e pela manutenção de
níveis normais ou quase-normais de glicemia, bem como pelo adequado controle de
outros problemas porventura existentes (pressão arterial, colesterol etc.).
As principais complicações do diabetes 2 são as seguintes:

a) Retinopatia - É uma doença da parte de trás dos olhos (as retinas), que pode já estar
presente em pessoas com diabetes tipo 2 no momento do diagnóstico da doença. O
controle adequado da glicemia, o manejo da hipertensão e a regulação dos lípides
sangüíneos (colesterol e triglicérides) são importantes medidas na prevenção da
retinopatia.

Felizmente, a perda de visão não costuma ser importante ou incapacitante na maioria


dos pacientes. Casos mais avançados de retinopatia diabética podem ser tratados com
sessões de laser (fotocoagulação), para prevenir a piora da perda de visão. Todo
paciente com diabetes tipo 2 deve fazer, desde o diagnóstico e uma vez por ano, um
exame especial para avaliar o comprometimento da retina: é o chamado exame de
fundo-de-olho, ou fundoscopia.

b) Nefropatia - Cerca de 15 a 20% das pessoas com diabetes tipo 2 acaba


desenvolvendo uma doença dos rins, chamada nefropatia diabética. O risco para
doença renal aumenta com o passar do tempo e se torna mais importante após 15 a 25
anos de diabetes.
Os rins passam a funcionar menos, podendo até chegar à falência completa - a
chamada insuficiência renal, que em alguns casos obriga o paciente a fazer sessões de
hemodiálise ou diálise peritoneal para substituir a função dos rins. Essa complicação
também pode ser prevenida pelo controle glicêmico adequado e o tratamento correto
da hipertensão arterial e do colesterol. Infelizmente, diabéticos com nefropatia
apresentam um risco muito elevado de outras doenças sérias, como o infarto do
miocárdio e a retinopatia.

O primeiro sinal de nefropatia diabética, na maioria dos casos, é o aumento da perda


de proteínas, principalmente a albumina, na urina.
Por isso, pacientes com diabetes tipo 2, desde o início da doença, devem fazer todos
os anos um exame que avalie a perda de albuminúria na urina, o que é feito com coleta
de toda a urina produzida durante 12 ou 24 horas.

c) Neuropatia - O diabetes pode afetar também os nervos, principalmente em


extremidades do corpo como os pés e as mãos - uma complicação conhecida como
neuropatia diabética. O dano aos nervos provoca alterações da sensibilidade, sendo
que os pés e mãos podem tornar-se mais insensíveis (“dormentes”) e deixar de sentir
calor, frio ou dor.

Assim, o paciente com neuropatia pode machucar os pés e não sentir dor nenhuma, o
que aumenta o risco de infecção, bolhas, calos, deformidades e até mesmo de
amputação. Outros sintomas de neuropatia podem ser: dor em queimação nas plantas
dos pés, principalmente à noite; formigamento, pontadas, cãibras nas pernas, etc.

A neuropatia, assim como a nefropatia e a retinopatia, podem ser prevenidas pelo


adequado controle da glicemia. Há várias medicações que podem aliviar os sintomas
da neuropatia, uma vez que ela esteja instalada, tais como: a carbamazepina, a
amitriptilina e a gabapentina.
Além dos pés e mãos, outros órgãos também podem ser acometidos pela neuropatia,
tais como: o trato digestivo (provocando náuseas, vômitos, diarréia e/ou má-digestão);
o coração (levando a variações muito grandes da pressão arterial), e o sistema genito-
urinário (podendo causar perda ou retenção de urina e impotência sexual).

d) Má circulação - Os vasos sangüíneos de todo o corpo, principalmente as artérias,


também podem ser afetados pelo diabetes tipo 1, levando a problemas de circulação
principalmente nas extremidades (pés). Com isso, a cicatrização de feridas é muito
comprometida.
A má circulação, associada à perda de sensação dolorosa característica da neuropatia,
leva ao aparecimento do chamado pé diabético - um pé frágil, com grandes chances de
complicações sérias como: infecção, gangrena, necrose e amputação. O pé diabético é
uma das maiores causas de amputações em membros inferiores (pés, pernas) na
atualidade.

e) Doenças cardiovasculares - A principal causa de morte em pacientes com diabetes


tipo 2 consiste nas chamadas doenças cardiovasculares, que incluem: infarto do
miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e insuficiência arterial periférica, uma
importante causa de amputação de membros inferiores.

O risco para doença cardiovascular já parece estar aumentado desde antes do


aumento da glicemia, ou seja, antes do início do diabetes, na fase conhecida como pré-
diabetes. Para evitar essas complicações devastadoras, é fundamental o controle
rigoroso da glicemia, bem como de todas as anormalidades associadas ao diabetes
tipo 2: hipertensão arterial, transtornos do colesterol, excesso de peso etc.
Hemoglobina glicada Glicemia
4 65
5 100
6 135
7 170
8 205
9 240
10 275
11 310
12 345
http://www.portalendocrino.com.br/diabetes_perguntas_tipo1.shtml

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