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RESUMO: O presente artigo tem o objetivo de focalizar a questão do alcoolismo como um dos motivos
de queixa apresentada por familiares atendidos pelo Serviço Social, no Serviço de Orientação à Família
(SOF) Aparecida. Evidencia como o Serviço Social centra a sua orientação a partir de manifestação da
família do alcoolista. A entrevista dialogada serviu para a coleta de informações do caso analisado.
conseqüências que podem levar uma pessoa a se tornar alcoolista, considerando que o
alcoolismo.
grande parte dos ambientes e situações do cotidiano das pessoas, principalmente nos
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e progressiva acometendo todos os indivíduos, sem distinção de sexo, raça, nível
indistintamente as pessoas. O álcool não afeta apenas, o corpo, mas também, a mente
do ser humano, o qual não é apenas um conjunto de ossos, músculos e pele, mas
possui uma mente que é o cento das funções vitais. O hábito de ingerir bebidas
alcoólicas afeta milhares de pessoas que morrem em acidentes causados por pessoas
vida.
companhia. Ademais, muitos crimes são cometidos sob a influência do álcool. “De
forma direta o tema específico do alcoolismo foi incorporado pela OMS Organização
grupo de trabalho.
devido ao uso e abuso de bebidas alcoólicas, sobre a relação existente entre saúde,
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relações pessoais e desempenho no trabalho. Pois o alcoolista poderá desenvolver
sintomas esses que irão comprometer a disposição para viver e trabalhar. Essa
renda, obter essa vida normal, é discriminado, inclusive pelas políticas sociais,
cientistas buscam formas eficazes de tratá-las” (apud RAMOS, 1997 p. 199). As formas
realiza expressivo trabalho com esse público alcoolista por meio de uma rede de
destas escolas está concentrada no Estado de São Paulo, onde o trabalho teve início,
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em outubro de 1958. A idéia partiu do Dr. Ajax Walter Silveira – médico de renome
apoio dos Drs. Benedito Reis, Geraldo Leitzke, Gideon de Oliveira e outros. (SILVEIRA,
1997. p. 23)
alcoolismo e o tabagismo os quais segundo afirma Dr. Ajax Silveira, são, assim, a porta
de entrada para outras toxicomanias, pois estudos têm demonstrado que quase a
alcoolistas são pessoas que necessitam de álcool numa sociedade que estimula o seu
livremente em nossa sociedade, quer seja em casa, entre amigos e reunião social,
permeia a lógica de ser agradável incluir o álcool para animar as pessoas, a bebida
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Este dado é preocupante, dada a possibilidade de crescimento de alcoolistas
e os problemas decorrentes do uso de álcool. Além de outros dados que merecem ser
• o álcool é a droga que mais detona o corpo (tanto como cocaína e crack),
(alcoolismo, 2001).
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Como percebemos pelos dados apresentados, o alcoolismo é uma
Inicia-se na primeira vez que se bebe lembrando-se que dois fatores são fundamentais:
tem-se a tolerância aumentada, bebe-se mais que na fase social, não há problemas em
muitas perdas.
se muito pouco, menos que na fase 1, inicia-se a atrofia do cérebro. Pode ter delírios,
extremos pode-se ter esquizofrenia, muitas vezes confunde-se com PMB (Psicose
(alcoolismo, 2001)
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O alcoolista ao mesmo tempo em que é marginalizado pela sociedade,
desagregação familiar.
alcoolismo um problema muito sério que precisa ser revisto pelo governo e sociedade.
somente o dependente sofre, mas todas as pessoas a ele chegadas. Dificilmente, deixa
modificam e com o passar dos anos, o alcoolista vai selecionando, para o seu convívio
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Dificilmente encontramos alguém que não tenha um parente alcoolista na
dependente químico.
saudáveis. A criança bem apoiada pelos pais terá grandes chances de não enveredar
filhos, procurando saber quem são seus amigos, se é assíduo na escola quais
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O alerta sobre o perigo da droga na adolescência tem sido objeto de
discussão.
da vida em que a criança que está começando a se tornar adulta está passando por
corpo de adulto, mas, ainda é imaturo. “considera-se criança, para os efeitos desta lei,
a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescentes aquela entre doze e
ele tudo é possível, permitido, gosta de esportes perigosos e tudo que representa risco,
nesta fase que o adolescente poderá experimentar drogas. “existem fatores que podem
1988, p: 47-48).
essa compreensão, pautada nos cinco itens destacados pelo autor como o modelo dos
emocionais.
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- Modelo dos adultos: como os adolescentes querem ser adultos, eles imitam
os mais velhos e dão especial atenção às formas pelas quais eles obtêm prazeres, que
lhes parecem mais intensos, do que os jogos e brincadeiras das crianças. O prazer dos
adultos é mais pesado e inclui sexo e bebidas proibidas às crianças. Por isso os
um adolescente dizer que começou a beber porque viu que isso era um hábito de
muitos garotos e garotas seguir a moda pode ser uma necessidade, assim como gostar
bebida alcóolica.
- Prazer: a crença de que uma reunião social possa não ser agradável sem
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acham que beber os estimula para a diversão e para o namoro, isto é, para os prazeres
da vida.
os sentimentos de medo.
relacionadas ao alcoolismo pelo Serviço Social nos anos de 2000 e 2001 (até o mês de
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Quando os familiares, geralmente as esposas de alcoolistas procuram o
SOF para obter ajuda, estão completamente transtornados, e na maioria dos casos o
alcoólica.
Formação Profissional e Produtos Acadêmicos. Vamos tentar situar o SOF por tais
familiar;
programa ISSO é um detalhe importante, toda extensão conta com professores e não
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atenção nos produtos acadêmicos, possivelmente haja atividades extensionistas
conflito como meio básico para obter conhecimentos sobre família e construir produtos
e Escritórios. Nesse contexto o SOF funciona como uma atividade meio e apoio
Pastoral.
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A função do professor orientador no ETAJJ civil e no ETAJJ criminal é
obterem maior rendimento técnico acadêmico a partir das experiências. Nas quartas-
com meio de nos ajudar na obtenção de informações junto aos usuários como a
com dificuldades de produzir; o lar deixa de ser um refúgio, o alcoolista prefere utilizar a
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consideram-se mais predispostos a realizar ações as quais não fariam em condições
sóbria.
alcoolistas; o AL- ANON (Álcool Anônimo), grupo de ajuda formada por familiares de
Esses grupos podem ser procurados também na igreja Nossa Senhora Aparecida, em
familiares para serem acompanhados por psicólogos, que prestam serviço voluntário
de (RM) chamou a minha atenção por ter sido a família do alcoolista (RM) que procurou
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o Serviço Social, a esposa (L)), e os dois filhos adolescentes. Na realidade ouvimos a
família; a relação do alcoolista (RM) com a esposa e filhos e a procura de ajuda para
tratamento.
seguintes respostas:
“Quando era criança sua mãe trabalhou como garçonete em uma boate e ele sempre
ficava em sua companhia. Por isso desde os 5 anos de idade ele começou a beber”
(Entrevistada L).
“Desde muito cedo ele cultivou o hábito pela bebida, porque, foi uma criança criada
apenas pela mãe, em um ambiente não muito favorável e desde cedo freqüentava boate
com sua mãe”(Entrevistada L)
“ele sempre falava que sentia muita falta de seu pai, sua mãe, todavia não tinha condições
para lhe dar a devida criação, ou seja, sua infância foi marcada pela ausência de um lar
familiar completo e feliz” (Entrevistada L).
“E muito conflitante, porque quando está alcoolizado briga com a esposa e filhos, fazendo
com que a relação familiar se enfraqueça” (Entrevistada L e filhos).
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“Sim, ele já fez parte da AA- Alcóolicos Anônimos de 1996 a 1998. Foi uma ótima fase,
pois naqueles momentos éramos felizes com o pai se ajudando e melhorando a relação
familiar” (Entrevistada L e filhos).
“Depois que ele saiu não voltou na AA Alcóolicos Anônimos – freqüento o ALANON –
Associação dos familiares de alcoólatras, participo de reuniões as terças –feiras, tento
incentivar RM voltar para a AA, mas até agora, ele ainda não quis voltar” (Entrevistada L).
relacionados diretamente com o modelo dos adultos, porque quando RM era criança
sabor da bebida que após algum tempo ele não pode mais controlar.
O desdobramento deste caso foi conduzido pelo ETAJJ em virtude do respaldo jurídico
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Consideramos que o SOF constitui-se um espaço privilegiado ao exercício
indivíduo isolado, já que está inserido numa realidade social, econômica, cultural e
familiar.
uma contradição, quando se deparam com este problema, pois, querem auxiliar o
alcoolista, mas não sabem como, e muitas vezes, reproduzem o estigma que a
família.
família, por envolver o bem estar dos familiares, afetado emocional e fisicamente.
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Com o propósito de dar um apoio a estes familiares o Serviço Social, no
rede de serviços.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
membros. A família é o grupo social responsável pela pessoa como cidadão, embora
seja constituída pela família monoparental, com chefia feminina, no caso estudado.
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A convivência do alcoolista, quando criança com pais alcoolistas em
e outros parentes e segundo, devido o contágio que o alcoolista repassa para sua
intervém com a questão do alcoolismo em família, merecendo ser percebido como tal
tratamento.
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BIBLIOGRAFIA
[capturado em 21.set.2001]
[capturado em 21.set.2001]
[capturado em 21.set.2001].
CUNHA, Sérgio da. Direito de Família: Mudanças. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1985.
Cortêz, 2000.
FISHMAN, Ross. Tudo sobre Drogas. São Paulo: Nova Cultura, 1988: p. 72.
RAMOS, Sérgio de Paula. Grupoterapia para alcoolistas. In: Como trabalhar com
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SILVEIRA, Ajax C. Como vencer o alcoolismo. In: Decisão, ed. Casa Publicadora
VOMERO, Maria Fernanda. Independência ou Morte. In: Super Interessante, ed. abril,
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