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Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações


Laboratório de Estruturas e Materiais Estruturais

INTRODUÇÃO À EXTENSOMETRIA ELÉTRICA DE RESISTÊNCIA


Notas de aula

Dr. Pedro Afonso de Oliveira Almeida

Notas de aula da disciplina


Análise Experimental de Tensões
PEF 795

São Paulo, outubro de 1996


1

1 Conceitos básicos da extensometria elétrica

Na análise experimental de tensões as deformações específicas


podem ser determinadas por meio da variação da resistência
elétrica dada pela seguinte equação

∆R
= Kε (1.1)
R

onde K é a constante característica do extensômetro;

R é a resistência elétrica do fio, em Ω;

∆R é a variação da resistência elétrica do fio, em Ω;

ε é deformação específica (m/m) do fio.

Neste caso, está sendo denominado de fio, o condutor da grade de


medida do extensômetro.

Extensômetro tipo película - foil gage

Figura 1.1 - Tipos de extensômetros elétricos


2

Exemplo 1.1

Para a investigação de deformações nas peças metálicas, com


deformações específicas de ε=0,001 m/m, empregando extensômetros
elétricos de resistência Rg=120Ω e constante característica K=2,
a variação de resistência será da ordem

∆R = 2 ⋅ 0,001⋅ 120Ω
∆R = 0,24Ω

Verifica-se que é um valor muito baixo para ser medido com


instrumentos usuais, tais como multímetros.

Dessa forma, a investigação das deformações específica em peças


estruturais normalmente é feita com auxílio de condicionadores
de sinais, onde a variação de resistência elétrica é medida pela
diferença de potencial em circuitos elétricos adequados a esta
finalidade. Esses circuitos são denominados de condicionadores
de extensometria, constituídos de amplificadores com ganhos de
x1, x10, x50, x300 e x600 (ganhos nominais do condicionador ADS
2000, LYNX).
3

2 Ponte de Wheatstone

2.1 Configuração básica

1
R4 R1
E
I2 I1
4 2

R3 R2

3
E0

E : alimentação da ponte, excitação, em V;

Ri : resistência elétrica, por exemplo, extensômetros elétrico


strain gage - com R=120 Ω;

Eo : saída da ponte, sinal de saída, em V.

Figura 2. 1 - Configuração básica da ponte de Wheatstone


4

2.2 Ponte equilibrada

De acordo com a primeira lei de Ohm, a diferença de potencial


entre os bornes 1 e 2 é dada por:

E1=R1I1

sendo E1=E a corrente I1 será dada por

I1 = E/(R1+R2)

Da mesma forma, I2 será dada por

I2 = E/(R3+R4)

resultando nas seguintes equações:

E12=R1 E /(R1 + R2)

E14=R4 E /(R3 + R4)

E24=E12 - E14 = R1 E /(R1 + R2) - R4 E /(R3 + R4)

Eo = E24 = [R1/(R1 + R2) - R4/(R3 + R4)]E

Para o caso da ponte equilibrada Eo=0, resulta

R1 R4
= (2.1)
R2 R3

Substituindo R1 por um extensômetro elétrico com resistência


inicial conhecida, ligado nos bornes 1 e 2, como mostrado na
figura (2.1), o valor da resistência Rg do extensômetro elétrico
pode ser determinado em função dos demais resistores,

R4
Rg = R2 (2.2)
R3
5

A variação da resistência elétrica Rg está relacionada com a


deformação específica pela razão entre a resistência elétrica
específica do circuito ∆R/R e a constante característica do
extensômetro K, dada por:

∆R
ε = R (2.3)
K

onde: K é o constante característica do extensômetro, que


normalmente vem especificada nas embalagens dos
extensômetros, também denominada de gage factor (F).

A maioria dos condicionadores de extensômetros elétricos não


apresenta a variação da resistência em Ohms, mas sim em valores
de deformação específica ε, em m/m.

Nos condicionares do tipo BLH, o valor de K é ajustado por meio


de pontenciômetros (4), de forma que a leitura final seja feita
em deformações específicas (2), em µm/m.

Figura 2.2 - Características do indicador de deformações BLH


6

Em outros tipos de condicionadores, tal como Kyowa, o


equipamento já tem um valor constante de K=2, previamente
calibrado. Neste caso, para emprego de extensômetros com K
diferente de 2 deve-se fazer uma correção no valor da deformação
específica indicada, dada por:

2
ε corrigida = ε Leitura (2.4)
Kefetivo

Exemplo 2.1

Para o caso de extensômetros com K=2,14, a deformação efetiva


corrigida é dada por:

2
ε corrigida = ε Leitura = 0,935ε Leitura
2,14

Arranjo esquemático do condicionador KYOWA, modelo


7

2.3 Considerações sobre o comprimento do fio e a variação de temperatura

Na investigação experimental os extensômetros são colados em


peças estruturais que ficam afastadas dos condicionadores de
extensometria. Dependendo a distância entre o sensor e o
condicionador o sinal emitido pelo sensor, proporcional à
deformação da peça, pode ser significativamente atenuado ou
sofrer perturbações, tal como ruído ambiente, que introduzem
erros na medida da grandeza de interesse. Dessa forma, para
minimizar esses efeitos deletérios, inerentes da extensometria,
deve-se levar em conta o aumento da resistência elétrica do
circuito (do braço da ponte) devido o comprimento do fio e a
variação da temperatura. As resistências dos fios de ligação, de
comprimentos L1 e L2 , como mostrado na figura 2.3, são
considerados no circuito pela equação

F
G
R g + R L1 + R L 2 +
∆R L1
+
IJ
∆R L 2
H ∆T ∆T K R
= 4
R2 R3
(2.5)

1 L1
R4
L2
Rg
E 4 2

R3 R2

3
E0

Figura 2. 3 - Configuração da ponte de Wheatstone com


extensômetro elétrico (Rg) ligado com 2 fios. (1/4
de ponte com 2 fios)
8

Nesta equação também são levados em consideração os efeitos


devidos a variação de temperatura ∆T.

O erro cometido na leitura das deformações em função do


comprimento do fio pode ser corrigido pelo diagrama da figura
2.4. Esse diagrama apresenta resultados de experimentos
realizados com extensômetros de 120 Ω, com fios de diferentes
diâmetros (seção) e comprimentos.

Figura 2. 4 - Diagrama para correção da deformação em função das


características do fio
9

Os erros nas leituras das deformações devidas ao comprimento do


fio e variação da temperatura ao longo do comprimento do fio
podem ser minimizadas com o emprego da ponte com 3 fios (¼ de
ponte com 3 fios). A demonstração desta propriedade da ponte de
Wheatstone pode ser encontrada nas Notas de Aula da disciplina
PEF 794 “Extensometria elétrica II”.

1/4 de ponte com 3 fios

1 Rg
L1
R4 L3
E
L2
4
2

R3 R2

E0
Rg + RL1 + ∆RL1 / ∆T R4
=
R2 + RL 2 + ∆RL 2 / ∆T R3

Figura 2. 5 - Ponte de Wheatstone com extensômetro elétrico (Rg)


e fio compensador (L2) com mesmo comprimento de L1,
(1/4 de ponte com 3 fios)
10

2.4 Ponte com leitura variável

Com a melhoria dos condicionadores de extensometria a medida de


deformações pode ser feita por meio de condicionadores com
indicação digital, que permitem as medidas de mais de um canal
de extensometria, por comutação. Neste caso a ponte passa a ser
excitada com tensão constante, E, e a medida da deformação
resulta da diferença de potencial entre os bornes 2 e 4 da
ponte, figura 2.1, dada por Eo, equação (2.6).

 R1 R4 
E0 =  − E (2.6)
 R1 + R 2 R 3 + R 4 

Exemplo - 2.2

Como aplicação prática desta equação, considere-se o caso de uma


deformação específica de 0,001 m/m, dada no exemplo 1.1, que
resulta em uma variação de resistência elétrica de 0,24 Ω. Para
uma ponte com alimentação de E=1 volt, com R2 = R3 = R4 = 120 Ω,
da expressão (2.6), tem-se:

 120,24 120 
E0 =  − 1
 240,24 240 
E 0 = 0,0004995V

A tensão de saída da ponte é da ordem de E0≅0,5 mV. Deve-se


levar em consideração que normalmente os condicionadores são
calibrados para apresentarem o sinal de saída da ponte com
resolução de 1 mV . Portanto, neste caso, o sinal de saída da
ponte deve ser amplificado para em seguida ser indicado na
11

unidade de mV. Neste caso, o ganho de x10 resulta em 5mV de

saída para uma deformação de 0,001 m


m

Alimentação da ponte

Normalmente a alimentação é feita com os seguintes valores:

1. Plásticos, madeiras, materiais que não dissipam calor, com


extensômetros de 120 Ω : 2 a 2,5 V;

2. Metais, com ½ e ¼ de ponte : 5 V;

3. Transdutores : 10 V.

O emprego de uma excitação errada, em materiais que não dissipam


bem calor, causa um aquecimento do extensômetro, resultando em
leituras instáveis.

Para melhorar a qualidade da leitura das deformações em


materiais desta natureza podem ser empregados extensômetros de
350Ω, que reduzem a corrente elétrica na grade de medida (Lei
de OHM E=IR), ou então o emprego de um extensômetro de maior
dimensão, resultando em uma maior área para dissipação de
calor1.

1
Este tem sido um grande problema no emprego de extensômetros em armadura de
peças de concreto armado, somado ao problema do isolamento do extensômetro.
12

3 Exemplos de aplicação

3.1 Resistor de calibração (Shunt cal)

Para uma verificação imediata da instrumentação as deformações


específicas podem ser simuladas pelo emprego de resistores em
paralelo ao extensômetro elétrico, denominados de resistores de
calibração (shunt cal). Recomenda-se que estes resistores sejam
resistores de precisão.

Exemplo - Shunt cal

Considerando o arranjo da figura 3.1, tem-se:

E = RI

para R1 e R2 ⇒ E = const .
i1 R1
E
i1 =
R1 i

E
i2 =
R2 i2
R2

 1 1
E
i = i1 + i 2 = E  +  i
 R1 R2 
Re q

R1 + R2
i= E
R1 R2
Rc a l

R1 ⋅ R2
R eq =
R1 + R2

Considerando

ε=
1 ∆R
⋅ Rg = 120Ω , ke = 2
K R

Figura 3.1-Resistores em paralelo


13

Aplicando o Rcal em um braço da ponte de Wheatstone, figura 3.2


tem-se:

Rcal
R4 R1
E

Rcal

R3 R2 R1

R
eg
E0
Rg = R
1

Figura 3.2-Resistor de calibração

Verifica-se da figura 3.2 que o valor da resistência equivalente


é sempre menor que o da menor resistência em paralelo, a
variação (resistência equivalente) no braço da ponte
correspondente a uma deformação específica de compressão dada
por

Rg Rcal
∆R = R f − Ri = − Rg
Rg + Rcal

∆R Rcal
= −1
Rg Rg + Rcal

∆R Rcal
= K ⋅ε = −1
Rg Rg + Rcal

K⋅ε =
e
R cal − R g + R cal
=−
j Rg
R g + R cal R g + R cal

ou seja,

1 Rg
ε=− ⋅
K Rg + Rcal

onde
14

K : característica do extensômetro elétrico fornecida pelo


fabricante;

Rg : valor da resistência do “strain gage”;

Rcal : valor do resistor de calibração.

Para o caso de verificação do desempenho da instrumentação, o


valor de Rcal pode ser determinado em função de uma deformação
específica a ser simulada:

Rg
K ⋅ε = −
Rg + Rcal

Rg ⋅ K ⋅ ε + Rcal ⋅ K ⋅ ε = − Rg

Rcal ⋅ K ⋅ ε = − Rg − Rg ⋅ K ⋅ ε

Rg F
G 1 I
Rcal = −
Kε H Kε J
− Rg = − Rg 1 +
K

Ex:

Para ε = −0,001 m / m, com K = 2 e Rg = 120, tem − se:

Rcal = −120 1 +
F
G 1 IJ= 59.880Ω
H 2 × (−0,001) K
15

3.2 Célula de carga

Neste exemplo estão considerados os procedimentos básicos para a


utilização de células de carga. Para isso, a célula de carga
está ligada ao condicionador de sinais ADS 2000, fabricado pela
LYNX, conforme o arranjo mostrado nas figuras 3.3, 3.4, 3.5,
3.6, 3.7 e 3.8.

VERMELHO y
2,5 y
E EXT 4 EXT 1
5,0
7,5
10,0

EXT 3 EXT 2 EXT 2

PRETO EXT 2
EXT 1 EXT 1 z
AMARELO VERDE
E0
X1 x
G G:
X 10 z x
X 50
X 300
A/D X 600 F (kN)

MICRO / AQDADOS
Configuração dos canais de entrada -4,02 -1,12 1,83
Canal Nome Unidade Lim. Sup. Lim. Inf. Tipo Faixa (V)
E0 (X300) [ V ]
00
Cel TD10 170,94 -170,94 Linear ± 10
-50
kN

01 -100
Cel A20 kN 361,14 -361,14 Linear ± 10

Figura 3.3 - Esquema de ligação das células de carga

Capacidade nominal da célula TD10: 100 kN

Para a célula alimentada com 10V e com amplificação de saída por


300, tem-se:

F
G4,02 + 1,83I
Saída nominal:
H 300 J K, com E = 10 V
100 kN → 19,5 mV , com E = 10V

corresponde a

mV
100 kN → 1,95
V
16

O valor de 1,95 mV/V é denominado de constante característica da


célula. Este valor também é conhecido como sensibilidade nominal
da célula. É uma valor que deve ser fornecido pelo fabricante.

Célula de 200 kN - ALFA

Para um maior entendimento das características dos transdutores,


a seguir são apresentados valores reais obtidos na aferição da
célula Célula de 200 kN - ALFA.

Neste caso, tem-se:

Capacidade nominal da célula : 200 kN;

F (kN)

-0,025 1,36 2,744

E (V) (x300)
0
-50

-100

-200

Figura 3.4 - Sinal de resposta da célula de carga ALFA, 200 kN


Célula de 200 kN - ALFA, ligada no ADS 2000

Para uma força aplicada de 100 kN, a resposta foi de

 0,025 + 2,744 
100 kN →  ,com E = 10V
 300 

100 kN → 9,23 mV , com E = 10 V .

Admitindo que a resposta seja linear, a partir deste valor pode


ser estimado um valor correspondente a capacidade nominal da
célula, 200 kN, resultando na constante característica da célula
de 200 kN dada por:

mV
200 kN → 1,846
V
17

Procedimento de Correção dos parâmetros de uma célula de carga

Neste caso, admite-se que seja empregada uma célula de carga com
capacidade nominal de 200 kN. A resposta da célula está mostrada
na figura 3.5 a .

Para a correção dos valores, considerando que a constante


característica da célula seja de 2,846 mV/V, para uma capacidade
nominal de 200 kN, tem-se:

para uma excitação de E=10V ⇒ E0=18,46 mV para F=200 kN.

Neste caso a correção será feita para uma faixa de entrada de 0V


a 5V, usando uma amplificação de X300, ou seja,

(18,46 x 300= 5.538 mV) ⇒ 200 kN

5 V ⇒ F(kN)

que resulta em F=180,57 kN.

A seguir deve-se corrigir os valores dos limites de 0V a 5V,


como mostrado no gráfico da figura 3.5 b .

Este é o procedimento básico para o emprego de células de carga


quando é conhecido apenas o valor da constante característica da
célula.
18

0,941% F (kN)

1,568 5 E (V)

166,666

-165,098

=
F (kN)

0,00941 x 180,57
1,699 5 E (V)

180,57

-178,87

Figura 3.5 - Célula de carga A20

A figura 3.6 apresenta a resposta da célula de carga de TD10,


com capacidade nominal de 100 kN, valores obtidos em laboratório
com o sistema ADS 2000 da LYNX.

F (kN)

32,64 5 E (V)

83,33

-51,507 -52,833

Figura 3.6 - Célula de carga TD10

As figuras 3.7 e 3.8 correspondem às células com capacidades de


200 kN e 100 kN, respectivamente. Neste caso, foi feito um
ajuste inicial no sinal de resposta tal que para a célula
descarregada o sinal foi anulado, zero volt.
19

F (kN)

mV
k = 1,846 → 200 kN
E (V) V
5
1,846
200 → × 10 × 300
1000

-83,33
E → 5V

-85,47 F = 180,57 kN

Figura 3.7 - Célula de carga A20

F (kN)

1,95 × 10 × 300
100 →
E (V) 1000
5
E → 5V

F = 85,47 kN
-83,33

-85,47

Figura 3.8 - Célula de carga TD10


20

Referência Bibliográfica

Shunt - TN-540 MM
21

Sumário

1 Conceitos básicos da extensometria, 1


2 Ponte de Wheatstone,3
2.1 Configuração básica,3
2.2 Ponte equilibrada,4
2.3 Considerações sobre o comprimento do fio e a variação de
temperatura,7
2.4 Ponte com leitura variável,10
3 Exemplos de aplicação,12
3.1 Resistor de calibração (shunt cal),12
3.2 Célula de carga,14

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