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N.

º 224 · ANO XXI · JANEIRO 2010

Partilhando
P
OR decisão do papa Bento XVI, este ano pastoral está Os outros diversos serviços na Quanta gente está inserida
dedicado ao sacerdócio. Bento XVI aproveitou a come- gestão da paróquia – Conselho nestes diversos sectores e acti-
moração dos 150 anos da morte de S.João Maria Vianey Pastoral, Conselho Económico, vidades? São seguramente cen-
– o Cura de Ars – para proclamar um ano dedicado à reflexão Direcção do Centro Social e Fun- tenas de pessoas. É toda esta
e oração sobre a vida sacerdotal. Partindo do pressuposto de dação Dona Delfina Vasconcelos. gente que se compromete que dá
que a vida do sacerdote é para servir a Jesus Cristo no povo Saliento ainda aqueles que cola- ânimo à sacerdotal.
de Deus que lhe é confiado, gostaria de escrever o meu apreço boram no nosso jornal – Partilhar
e gratidão ao povo de Deus que habita em Ronfe, particular- – a escrever, a distribui, a dobrar A vida sacerdotal tem a sua
mente aqueles e aquelas que contribuem para o crescimento … As diversas comissões que se fonte em Jesus Cristo, mas
desta comunidade paroquial.. formam para as diversas neces- encontra novo vigor quando é
sidades – Comissão de Festas, partilhada na corresponsabilidade
Começo pela liturgia – leitores, nossa comunidade (CNE e Fra- Comissão de Angariação de com tanta gente que lhe permite
acólitos, ministros da comunhão, ternidade, Acção Católica, Grupo dinheiro para as diversas obras; sentir-se realizado no meio de
grupos corais, zeladores dos alta- de Cooperadores Missionários, responsáveis de diversas activi- uma comunidade onde está inse-
res, sacristães e pessoal de lim- Legião de Maria, Apostolado de dades – convívio e passeio paro- rido.
peza da igreja, dos objectos da Oração, Conferência Vicentina e quial, tômbola, Via-Sacra, Semana
liturgia (paramentos e demais ainda as Filhas de Maria), alguns Santa Visita Pascal. Aqueles que O pároco de Ronfe sente-se
objectos sagrados). Não esque- casais que têm trabalhado no cuidam da limpeza do salão paro- grato a todas estas pessoas que o
cendo os animadores das diver- apoio aos noivos em CPM. quial, etc. ajudam a ser sacerdote realizado.
sas devoções recomendadas pela
Igreja (terço, adoração, novenas,
Pe. João Manuel Silva
mês do rosário, mês das almas e
mês de Nossa Senhora.

Outro sector importante está


ligado à evangelização, formação
na fé e compromisso comunitário
– catequistas, diversos movimen-
tos de apostolado inseridos na
Cooperadores
Missionários
Notícias Breves
No dia 12 deste mês de servir a Igreja, e em particu-
Dezembro o nosso grupo de lar aqueles com quem livre-
cooperadores missionários mente nos comprometemos
esteve na nossa Igreja da em ajudar, que são os Mis-
Presépios comunitários parte da tarde num encon- sionários da Boa Nova. Mas
Na quadra natalícia passada realizaram-se vários presépios: Formão, tro com Deus intitulado “ temos muita necessidade de
Cooperativa, Rua de S.Tiago (prédios junto ao BPI), Cerdeiras, Peça, Acolher a Palavra”, para o rejuvenescer este grupo, e
Ermízio, Repiade (presépio ao vivo) e junto à igreja; houve ainda o pre- qual havíamos convidado a só o conseguiremos, pedindo
sépio da organizção “Ronfe há 50 anos”, na Casa do Povo. Parabéns a nossa comunidade de Ronfe, ajuda, e invocando o divino,
através de avisos na Euca- razão dos nossos encon-
todos os que se empenharam em dar esta visibilidade ao espírito de
ristia do Domingo anterior, e tros ao longo dos últimos
Natal.
depois durante a semana, na tempos. E tal como o disse-
Esta iniciativa dá vida à nossa terra, permite que as crianças tomem quinta e sexta feira. mos ao Senhor nessa tarde,
contacto directo com as principais figuras de Natal – o Menino Jesus, nós temos alguma farinha,
S.José e Nossa Senhora. Obrigado a todos Também é verdade que
durante a semana o aviso que depois de amaçada terá
foi feito aos de boa vontade, de levedar, mas faltava-nos o
fermento que pelos vistos o
PARTILHAR para que nos encontrásse-
Senhor nos começa a enviar,
o custo do jornal para 2010 será de 3,50Euros. Recorda-se que o custo mos com Deus, para Acolher
a Palavra. que são já um grupo de 4
de 3 Euros está assim há vários anos. Jovens, dois dos quais esti-
Apela-se a todos os organismos que queiram enviar notícias para o Hoje estamos aqui para veram connosco, também
Partilhar que o façam até 29 de Janeiro para o seguinte endereço: fazer uma avaliação sobre para o ouvir e para Lhe falar,
jornal.partilhar@gmail.com. esse tempo que passamos os quais podem ser o começo
com Deus. de uma nova era, de coo-
Infelizmente numa tão peradores. Que assim seja,
grande comunidade como é e que o Senhor nos ajude a
a nossa, não foram muitos saber cativa-los, dando-lhes
os que vieram, mas vieram espaço para que eles poção
os que sentiram vontade de despertar noutros Jovens
se encontrarem com Deus da nossa comunidade, o
para o escutar, e para lhe

Movimento
gosto pelas coisas de Deus,
falar. Mas todos os que nos e sejam verdadeiros men-
encontramos com Ele, não sageiros e testemunhas de

Paroquial nos esquecemos dos que


podendo não quiseram vir, e
dos que não vieram porque
Jesus Cristo.
No tempo de Advento,
Mês de Dezembro não puderam.
que é tempo de preparação
para acolher o Senhor Jesus,
Neste encontro apenas que Ele nos conceda a graça
Baptismos falamos sobre o amor, que de podermos alargar este
26/12 – Santiago Machado Oliveira, devemos ter uns pelos nosso grupo aos Jovens de
27/12 – Bruna Lobo Miranda, outros, e do Amor que nos Boa Vontade.
vem de Deus, que devemos Para o nosso grupo de
Óbitos saber testemunhar durante
a nossa vida.
cooperadores foi bom poder
5/12 – António de Sousa Marques – 74 anos contar com os que de boa
Viemos ouvir, procurando vontade quiseram acom-
06/12 – Elisabete do Rosário Alves Ferreira – 28 anos
estar atentos ao Seu chama- panhar-nos nesta hora de
7/12 – Martim Andrade Ferreira da Silva – 16 meses
mento, mas viemos sobre- Encontro com Deus. Que o
tudo pedir, porque somos Senhor de misericórdia infi-
pobres e os pobres sentem nita nos ajude a todos, a

Movimento
necessidade de pedir, na saber ouvi-lo, e a colocar em
convicção de que seremos prática os Seus ensinamen-
atendidos, se pedirmos com

Paroquial
tos.
fé, e foi isso que fizemos, não Para todos um bom Ano
para nós pessoalmente, mas Novo com muita saúde, paz,
Totais anuais para ajuda aos que traba-
lham na vinha do Senhor.
e alegria.

Este grupo de cooperado-


Baptismos – 42 res felizmente sente necessi-
Grupo de Cooperadores
Missionários
meninas: 15 dade de falar com Deus, e de
Custódio de Oliveira
rapazes: 27 convidar os amigos de boa
vontade. Porquê? O nosso
Casamentos – 8
grupo quer continuar a
Funerais – 33
masculino: 20
feminino: 13

2 224 | JANEIRO
Salão Paroquial de Ronfe
Regulamento de Utilização
REGULAMENTO DE UTILIZAÇÃO DO SALÃO PAROQUIAL DE RONFE

Artigo 1.º

(Objecto)
2. Em casos excepcionais, a Paróquia pode celebrar protocolos com a entidade

1. O presente regulamento estabelece as condições de utilização do auditório do requisitante e decidir aplicar preços diferentes aos da tabela em vigor.

Salão Paroquial de Ronfe, sito na Avenida Monsenhor Horácio de Araújo. 3. No custo de utilização está incluída a limpeza das instalações.

2. O referido auditório tem 190 cadeiras fixas, 100 cadeiras móveis e ainda 4. A utilização da instalação sonora existente no Salão é exclusivamente para

capacidade para 200 pessoas de pé. conferências e debates.


5. A cedência fica sujeita ao pagamento antecipado de uma caução de 50,00€. O
pagamento deste valor deverá ser efectuado aquando da confirmação da
Artigo 2.º
cedência.
(Finalidade) 6. A desistência da utilização das instalações pode ser efectuada a qualquer
momento. Contudo, se a mesma ocorrer num prazo inferior a quarenta e oito
1. O referido auditório do Salão Paroquial destina-se a acolher:
horas, relativamente à data de início do evento, não haverá lugar à devolução
a) Actividades específicas da paróquia: celebrações litúrgicas, festividades
da caução.
internas, reuniões e encontros de movimentos, organismos e serviços da
7. O pagamento do preço de utilização deverá ser liquidado no início da
Paróquia.
actividade.
b) Actividades externas.
8. A caução referida no ponto 5 será devolvida após a realização do evento.
2. Podem utilizar o auditório do Salão Paroquial as seguintes entidades:
a) Organismos da Paróquia.
Artigo 5.º
b) Outras entidades públicas e privadas, com e sem fins lucrativos.
(Responsabilidades)

Artigo 3.º 1. Durante o tempo de utilização das instalações, a responsabilidade no que


(Cedência das instalações) respeita à segurança, limpeza e boa ordem é da entidade requisitante.
2. Toda a preparação do espaço de forma a adequá-lo às actividades a realizar
1. A utilização do auditório do Salão Paroquial para o desenvolvimento de
pela entidade requisitante são da sua inteira responsabilidade, não podendo
qualquer iniciativa carece de requisição prévia.
esta última alterar qualquer estrutura, equipamento ou disposição existente
2. A cedência das instalações deverá ser requisitada junto do responsável
sem a prévia autorização.
nomeado para a administração do auditório ou junto do Pároco, com a
3. As entidades a quem são cedidos os espaços são obrigadas à sua prudente
antecedência mínima de 15 dias, a qual deve mencionar a natureza da
utilização e são integralmente responsáveis pelas perdas e danos provocados
actividade, a data, o horário para início e término, o número aproximado de
nas instalações ou no equipamento, bem como pelas utilizações abusivas que
participantes, informando ainda sobre os equipamentos que serão utilizados.
eventualmente deles sejam feitas.
(O modelo de requisição é o que se anexa ao presente regulamento).
4. Deverá ser respeitada a capacidade do auditório podendo caso se mostre
3. Perante mais do que uma requisição para o mesmo dia, prevalece a que tiver 4. A viabilidade da utilização das instalações será deliberada pelo Presidente do
necessário ser vedado o acesso a pessoas que ultrapassem essa capacidade.
sido entregue primeiro desde que todas reúnam condições para a sua Conselho Económico e em casos excepcionais em reunião do referido
5. É expressamente proibido fumar e comer dentro do Salão Paroquial, cabendo
admissão; Conselho sendo depois comunicada por escrito.
à entidade organizadora da actividade a responsabilidade pela observância
4. A viabilidade da utilização das instalações será deliberada pelo Presidente do 5. Sendo aceite a solicitação, será necessária a indicação, por parte do
desta regra.
Conselho Económico e em casos excepcionais em reunião do referido requisitante, da pessoa responsável pelos bens, segurança, conservação e
6. O estado das instalações será confirmado no momento da entrega e da
Conselho sendo depois comunicada por escrito. limpeza do Salão Paroquial.
recepção. As anomalias encontradas na entrega serão anotadas na
6. O auditório não poderá ser cedido para a realização de actividades julgadas
5. Sendo aceite a solicitação, será necessária a indicação, por parte do
requisição.
constem daTodos os
àsprejuízos
requisição
não adequadas detectados
disponíveis,naoudata
são da responsabilidade
estruturas do daque
recepção,
requisitante,
seja, ecolocar
que este
podendo
possam não
em
requisitante, da pessoa responsável pelos bens, segurança, conservação e
último
risco a ser responsabilizado
conservação das instalações epelos danos
dos materiais. causados nas
limpeza do Salão Paroquial.
instalações/equipamentos que lhe
7. Na utilização do auditório nãotenham
poderãosido
serdisponibilizados.
realizadas actividades que se
6. O auditório não poderá ser cedido para a realização de actividades julgadas
7. Poderão ser reclamados
considerem à entidade
incompatíveis com os requisitante indemnizações
princípios pelas decorrentes
quais se rege a entidade
não adequadas às estruturas disponíveis, ou seja, que possam colocar em
da privação de do
proprietária uso do auditório decorrente de danos causados no mesmo e
imóvel.
risco a conservação das instalações e dos materiais.
que sejam da sua responsabilidade.
7. Na utilização do auditório não poderão ser realizadas actividades que se
considerem incompatíveis com os princípios pelas quais se rege a entidade 8. A Paróquia nomeará um responsável a quem
Artigo 4.º compete:
proprietária do imóvel. a) Entregar as instalações (Custo
e conferir o seu estado, nomeadamente, no que
de utilização)
respeita à limpeza e equipamento;
1. A utilização dos espaços está sujeita ao pagamento de um custo de acordo
b) No acto da recepção voltar a conferir o estado do mesmo, sempre na
Artigo 4.º com a seguinte tabela:
presença do requisitante;
(Custo de utilização)
Custo (por cada período de 4 horas)
c) Comunicar à Paróquia todas as anomalias encontradas;
1. A utilização dos espaços está sujeita ao pagamento de um custo de acordo Entidade
Conferências Festas/Espectáculos Eventos com
com a seguinte tabela:
Artigoe 6.º
Debates (com entrada gratuita) fins lucrativos
Custo (por cada período de 4 horas)
(Entrada em vigor)
Entidade Festas/Espectáculos Organismos da Paróquia 0€* 0€* 75 € *
Conferências Eventos com 1. O presente regulamento entra em vigor de imediato.
e Debates (com entrada gratuita) fins lucrativos
Os casos omissos
2. Organismos nestesem
da freguesia Regulamento
fins serão resolvidos pelo Pároco ou pelo
50 € 100 € 200 €
lucrativos
Conselho Económico, ou ainda, pelo responsável, conforme o caso indicar e a
Organismos da Paróquia 0€* 0€* 75 € *
urgência requerer.
Organismos de fora da freguesia 75€ 150€ 400 €
Organismos da freguesia sem fins
50 € 100 € 200 € sem fins lucrativos.
lucrativos
Entidades Privadas 100 € 250 € 400 €
Organismos de fora da freguesia 75€ 150€ 400 €
sem fins lucrativos.

Entidades Privadas 100 € 250 € 400 €


*
Assumindo a responsabilidade da limpeza.

XXI | PARTILHAR 3
*
Assumindo a responsabilidade da limpeza.
Ideal Escutista

Encontro de Guias CEIA DE NATAL


e Formação de Cargos O agrupamento de Ronfe reali-
zou no passado dia 12 de Dezem-
Estava na hora de cear, mas
não sem antes o nosso assistente
No dia 28 de Novembro de seu cargo. bro a sua ceia de Natal. Este ano fazer uma oração.
2009, os guias e sub-guias do Ás 16:45H de rumo a Ronfe, o tema era S. Nuno. Toda a pre- Depois da ceia que foi con-
grupo de pioneiros nº111 de iríamos encontrar o resto dos pio- paração da ceia ficou a cargo dos feccionada e servida por várias
Ronfe, encontraram-se no seu neiros para a formação dos cargos exploradores que se empenharam mães e pais de escuteiros, a quem
abrigo às 10h para um encontro que os pioneiros vão desempe- muito na decoração do espaço muito agradecemos a ajuda pres-
de guias. nhar durante este ano escutista. com estrelas, enfeites de natal e tada. Depois foi apresentação
Debaixo de chuva, dirigimo- presépio. das encenações, todas estiveram
Os “formadores” convidados
nos para a sede da Junta de para dar essa formação foram do Durante a tarde decorreram muito bem e já mesmo a acabar
Núcleo de Guimarães onde per- nosso agrupamento. vários jogos, onde as várias equi- ainda surgiram duas actuações, a
manecemos durante o resto do pas mistas do agrupamento tive- do nosso assistente, Padre João
A actividade acabou por volta
dia. Durante esse tempo todo, ram varias tarefas tais como: um e das cozinheiras, foi acabar em
das 18:30H, com o encerramento
tivemos formação para melhor decreto real com a nomeação de beleza.
de todas as formações. Foi uma
dirigirmos as nossas equipas de Nuno Alvares Pereira como con- Queremos agradecer ao salão
iniciativa diferente e que fazia
pioneiros. Fizemos jogos, um destável do reino, um estandarte da “Maria da Joaninha” por toda
falta, considerando que foi bas-
ante-projecto de empreendi- de D. Nuno, escudos, espadas e a amabilidade e disponibilidade
tante produtiva e que virá a ser
mento, e tivemos um chefe de roupas de forma a viverem mais para a realização da Ceia de Natal.
útil para o futuro.
Famalicão a dar uma “palestra” o tema, também encenaram uma
sobre liderança. Foi uma experi- Não faltou boa disposição Esperando que todos tenham
pequena peça sobre uma passa-
ência nova para os novos líderes como sempre e como já é habi- passado um bom natal e boas
gem da vida de S. Nuno.
de equipa, onde deu para apren- tual no nosso grupo de pioneiros! entradas o agrupamento de Ronfe
Antes de ceia o agrupamento deseja a todos um óptimo 2010.
der a ficarem mais preparados Rita Mendes (Eq. Diogo Cão)
participou na eucaristia com os
para melhor desempenharem o exploradores a animar.

Presente Solidario 09
O grupo pioneiro nº111 de Gabú e Bambadinca) e do sul
Ronfe, mais uma vez associou- (Catió, Empada e Bedanda)
se à iniciativa levado a cabo pela da Guiné-Bissau acolhem dia-
Fundação Evangelização e Cultu- riamente muitas crianças que
ras contribuindo para o presente passam fome. Estas latas de leite
solidário 2009. Com a angariação em pó vão permitir assegurar-
que o grupo fez neste Natal, ofe- lhes uma alimentação mais sau-
receu latas de leite em pó para dável e equilibrada.
alimentar crianças desnutridas da A todos os que colaboraram
zona de Bafatá durante 7 dias. um muito obrigado.
Os Centros de Recuperação
Nutricional do leste (Bafatá, Equipa animação III

4 224 | JANEIRO
tate, pus em realce que o desen- dura, que diz respeito a toda a
volvimento humano integral família humana» (6).
está intimamente ligado com
os deveres que nascem da rela-
ção do homem com o ambiente 4. Embora evitando intervir
natural, considerado como uma sobre soluções técnicas especí-
dádiva de Deus para todos, cuja ficas, a Igreja, «perita em huma-
utilização comporta uma res- nidade», tem a peito chamar
ponsabilidade comum para com vigorosamente a atenção para
a humanidade inteira, especial- a relação entre o Criador, o ser
humano e a criação. Em 1990,

Junta de Freguesia
mente os pobres e as gerações
futuras. Assinalei também que João Paulo II falava de «crise eco-
corre o risco de atenuar-se, nas lógica» e, realçando o carácter
prevalentemente ético de que
consciências, a noção da res-

de Ronfe
a mesma se revestia, indicava
ponsabilidade, quando a natu-
«a urgente necessidade moral
reza e sobretudo o ser humano
de uma nova solidariedade»
são considerados simplesmente
(7). Hoje, com o proliferar de
Inscrições para como fruto do acaso ou do deter-
minismo evolutivo (3). Pelo con-
trário, conceber a criação como
manifestações duma crise que
seria irresponsável não tomar

a conclusão do ensino
em séria consideração, tal apelo
dádiva de Deus à humanidade
aparece ainda mais premente.
ajuda-nos a compreender a
Como ficar indiferente perante
vocação e o valor do homem;
básico ou secundário na realidade, cheios de admira-
ção, podemos proclamar com o
as problemáticas que derivam
de fenómenos como as altera-
ções climáticas, a desertifica-
salmista: «Quando contemplo ção, a deterioração e a perda de
A Junta de Freguesia de Ronfe e o Centro Novas Oportuni-
os céus, obra das vossas mãos, produtividade de vastas áreas
dades da Escola Secundária Padre Benjamim Salgado vêm por a lua e as estrelas que lá colo-
este meio informar que se encontram abertas as inscrições na agrícolas, a poluição dos rios e
castes, que é o homem para que dos lençóis de água, a perda da
sede da Junta de Freguesia, para a frequência do Processo de Vos lembreis dele, o filho do biodiversidade, o aumento de
Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências homem para dele Vos ocupar- calamidades naturais, o desflo-
(RVCC), com vista à conclusão do 4º, 6º, 9º ou 12º ano e para des?» (Sl 8,4-5). Contemplar a restamento das áreas equato-
as Formações Modulares Certificadas de TIC, Inglês iniciação e beleza da criação é um estímulo riais e tropicais? Como descurar
continuação, entre outras. Na frequência do Processo de RVCC para reconhecer o amor do Cria- o fenómeno crescente dos cha-
dor; aquele Amor que «move o mados «refugiados ambien-
os adultos têm direito à senha de aquisição do computador e
sol e as outras estrelas» (4). tais», ou seja, pessoas que,
nas formações modulares ao subsídio de transporte, alimenta-
ção e material escolar. por causa da degradação do
3. Há vinte anos, ao dedicar ambiente onde vivem, se vêem
As inscrições devem ser feitas na sede da Junta de Fregue- a Mensagem do Dia Mundial obrigadas a abandoná-lo – dei-
sia no horário de atendimento ao público (D. Olívia), mediante da Paz ao tema Paz com Deus xando lá muitas vezes também
a apresentação de fotocópias do Bilhete de Identidade/Cartão criador, paz com toda a cria- os seus bens – tendo de enfren-
de Cidadão, Cartão de Contribuinte, Certificado de Habilitações ção, o Papa João Paulo II cha- tar os perigos e as incógnitas de
e uma fotografia tipo passe (somente no caso da inscrição ser mava a atenção para a relação uma deslocação forçada? Com
que nós, enquanto criaturas não reagir perante os conflitos,
para o Processo de RVCC). já em acto ou potenciais, relacio-
de Deus, temos com o universo
que nos circunda. «Observa-se nados com o acesso aos recur-
nos nossos dias – escrevia ele sos naturais? Trata-se de um
– uma consciência crescente de conjunto de questões que têm
um impacto profundo no exercí-
Mensagem de Bento XVI para que a paz mundial está amea-
çada (…) também pela falta do cio dos direitos humanos, como,
por exemplo, o direito à vida, à
respeito devido à natureza». E
o Dia Mundial da Paz acrescentava que esta consci-
ência ecológica «não deve ser
alimentação, à saúde, ao desen-
volvimento.

«Se queres cultivar reprimida mas antes favorecida,


de maneira que se desenvolva e
vá amadurecendo até encontrar
5. Entretanto tenha-se na
devida conta que não se pode

a paz, preserva expressão adequada em progra-


mas e iniciativas concretas» (5).
Já outros meus predecessores
avaliar a crise ecológica prescin-
dindo das questões relaciona-
das com ela, nomeadamente o

a criação» se referiram à relação existente


entre o homem e o ambiente;
por exemplo, em 1971, por oca-
próprio conceito de desenvolvi-
mento e a visão do homem e das
suas relações com os seus seme-
sião do octogésimo aniversário lhantes e com a criação. Por
1. Por ocasião do início do e o autêntico desenvolvimento da encíclica Rerum novarum de isso, é decisão sensata realizar
Ano Novo, desejo expressar os humano integral, devido à desu- Leão XIII, Paulo VI houve por uma revisão profunda e clarivi-
mais ardentes votos de paz a manidade do homem para com o bem sublinhar que, «por motivo dente do modelo de desenvolvi-
todas as comunidades cristãs, seu semelhante – guerras, con- de uma exploração inconside- mento e também reflectir sobre
aos responsáveis das nações, flitos internacionais e regionais, rada da natureza, [o homem] o sentido da economia e dos
aos homens e mulheres de boa actos terroristas e violações começa a correr o risco de a seus objectivos, para corrigir as
vontade do mundo inteiro. Para dos direitos humanos – não são destruir e de vir a ser, também suas disfunções e deturpações.
este XLIII Dia Mundial da Paz, menos preocupantes os perigos ele, vítima dessa degrada- Exige-o o estado de saúde ecoló-
escolhi o tema: Se queres culti- que derivam do desleixo, se não ção». E acrescentou que, deste gica da terra; reclama-o também
var a paz, preserva a criação. O mesmo do abuso, em relação à modo, «não só o ambiente e sobretudo a crise cultural e
respeito pela criação reveste-se terra e aos bens naturais que material se torna uma ameaça moral do homem, cujos sinto-
de grande importância, desig- Deus nos concedeu. Por isso, é permanente – poluições e lixo, mas há muito tempo que se
nadamente porque «a criação indispensável que a humani- novas doenças, poder destrui- manifestam por toda a parte (8).
é o princípio e o fundamento dade renove e reforce «aquela dor absoluto – mas é o próprio A humanidade tem necessidade
de todas as obras de Deus» (1) aliança entre ser humano e contexto humano que o homem de uma profunda renovação
e a sua salvaguarda torna-se ambiente que deve ser espelho não consegue dominar, criando cultural; precisa de redescobrir
hoje essencial para a convivên- do amor criador de Deus, de assim para o dia de amanhã aqueles valores que constituem
cia pacífica da humanidade. Quem provimos e para Quem um ambiente global que se lhe
Com efeito, se são numerosos estamos a caminho»(2). poderá tornar insuportável. Pro-
os perigos que ameaçam a paz
2. Na encíclica Caritas in veri- blema social de grande enverga- continua na próxima pagina

XXI | PARTILHAR 5
continuação da página anterior

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz


«Se queres cultivar a paz, preserva
a criação»
o alicerce firme sobre o qual se a natureza está à nossa disposi- no uso do ambiente, as moda- industrializados. Contudo os
pode construir um futuro melhor ção, mas não como «um monte lidades que resultem danosas países menos desenvolvidos e,
para todos. As situações de de lixo espalhado ao acaso» para o mesmo. Para proteger o de modo particular, os países
crise que está atravessando, de (10), enquanto que a Revelação ambiente e tutelar os recursos e emergentes não estão exone-
carácter económico, alimentar, bíblica nos fez compreender que o clima é preciso, por um lado, rados da sua própria respon-
ambiental ou social, no fundo a natureza é dom do Criador, o agir no respeito de normas bem sabilidade para com a criação,
são também crises morais e Qual nela colocou leis intrínse- definidas mesmo do ponto de porque o dever de adoptar gra-
estão todas interligadas. Elas cas a fim de que o homem daí vista jurídico e económico e, por dualmente medidas e políticas
obrigam a projectar de novo a pudesse deduzir as orientações outro, ter em conta a solidarie- ambientais eficazes pertence a
estrada comum dos homens. necessárias para a «cultivar e dade devida a quantos habitam todos. Isto poder-se-ia realizar
Impõem, de maneira particu- guardar» (cf. Gn 2,15) (11). Tudo nas regiões mais pobres da terra mais facilmente se houvesse
lar, um modo de viver marcado o que existe pertence a Deus, e às gerações futuras. cálculos menos interesseiros
pela sobriedade e solidariedade, que o confiou aos homens, mas na assistência, na transferência
com novas regras e formas de não à sua arbitrária disposição. dos conhecimentos e tecnolo-
compromisso, apostando com E quando o homem, em vez de 8. Na realidade, é urgente gias menos poluidoras.
confiança e coragem nas expe- desempenhar a sua função de a obtenção de uma leal solida-
riências positivas realizadas e colaborador de Deus, se coloca riedade entre as gerações. Os
custos resultantes do uso dos 9. Uma das questões prin-
rejeitando decididamente as no lugar de Deus, acaba por
recursos ambientais comuns cipais a enfrentar pela comu-
negativas. É o único modo de provocar a rebelião da natureza,
não podem ficar a cargo das nidade internacional é, sem
fazer com que a crise actual se «mais tiranizada que governada
gerações futuras. «Herdeiros dúvida, a dos recursos energé-
torne uma ocasião para discerni- por ele» (12). O homem tem,
das gerações passadas e bene- ticos, delineando estratégias
mento e nova planificação. portanto, o dever de exercer um
ficiários do trabalho dos nossos compartilhadas e sustentáveis
governo responsável da criação, para satisfazer as necessidades
preservando-a e cultivando-a contemporâneos, temos obri-
6. Porventura não é verdade gações para com todos, e não de energia da geração actual e
(13). das gerações futuras. Para isso,
que, na origem daquela que podemos desinteressar-nos dos
em sentido cósmico chamamos que virão depois de nós aumen- é preciso que as sociedades
«natureza», há «um desígnio de 7. Infelizmente temos de cons- tar o círculo da família humana. tecnologicamente avançadas
amor e de verdade»? O mundo tatar que um grande número A solidariedade universal é para estejam dispostas a favorecer
«não é fruto duma qualquer de pessoas, em vários países e nós não só um facto e um bene- comportamentos caracterizados
necessidade, dum destino cego regiões da terra, experimenta fício, mas também um dever. pela sobriedade, diminuindo as
ou do acaso, (…) procede da dificuldades cada vez maiores, Trata-se de uma responsabili- próprias necessidades de ener-
vontade livre de Deus, que quis porque muitos se descuidam dade que as gerações presentes gia e melhorando as condições
fazer as criaturas participan- ou se recusam a exercer sobre têm em relação às futuras, uma da sua utilização. Ao mesmo
tes do seu Ser, da sua sabedo- o ambiente um governo res- responsabilidade que pertence tempo é preciso promover a
ria e da sua bondade» (9). Nas ponsável. O Concílio Ecuménico também a cada um dos Estados pesquisa e a aplicação de ener-
suas páginas iniciais, o livro do Vaticano II lembrou que «Deus e à comunidade internacional» gias de menor impacto ambien-
Génesis introduz-nos no pro- destinou a terra com tudo o que (17). O uso dos recursos naturais tal e a «redistribuição mundial
jecto sapiente do cosmos, fruto ela contém para uso de todos os deverá verificar-se em condições dos recursos energéticos, de
do pensamento de Deus que, homens e povos» (14). Por isso, tais que as vantagens imediatas modo que os próprios países
no vértice, colocou o homem e a herança da criação pertence à não comportem consequências desprovidos possam ter acesso
a mulher, criados à imagem e humanidade inteira. Entretanto negativas para os seres vivos, aos mesmos» (20). Deste modo,
semelhança do Criador, para o ritmo actual de exploração põe humanos e não humanos, pre- a crise ecológica oferece uma
«encher e dominar a terra» seriamente em perigo a dispo- sentes e vindouros; que a tutela oportunidade histórica para ela-
como «administradores» em nibilidade de alguns recursos da propriedade privada não difi- borar uma resposta colectiva
nome do próprio Deus (cf. Gn naturais não só para a geração culte o destino universal dos tendente a converter o modelo
1,28). A harmonia descrita na actual, mas sobretudo para as de desenvolvimento global
bens (18); que a intervenção
gerações futuras (15). Ora não segundo uma direcção mais
Sagrada Escritura entre o Cria- do homem não comprometa a
respeitadora da criação e de
dor, a humanidade e a criação foi é difícil constatar como a degra- fecundidade da terra para bene-
um desenvolvimento humano
quebrada pelo pecado de Adão dação ambiental é muitas vezes fício do dia de hoje e do amanhã.
integral, inspirado nos valores
e Eva, do homem e da mulher, o resultado da falta de projectos Para além de uma leal solidarie-
próprios da caridade na ver-
que pretenderam ocupar o lugar políticos clarividentes ou da per- dade entre as gerações, há que
dade. Faço votos, portanto, de
de Deus, recusando reconhe- secução de míopes interesses reafirmar a urgente necessidade
que se adopte um modelo de
cer-se como suas criaturas. Em económicos, que se transfor- moral de uma renovada solida-
desenvolvimento fundado na
consequência, ficou deturpada mam, infelizmente, numa séria riedade entre os indivíduos da
centralidade do ser humano,
também a tarefa de «dominar» a ameaça para a criação. Para con- mesma geração, especialmente
na promoção e partilha do bem
terra, de a «cultivar e guardar» trastar tal fenómeno, na certeza nas relações entre os países
comum, na responsabilidade,
e gerou-se um conflito entre de que «cada decisão económica em vias de desenvolvimento e
na consciência da necessidade
eles e o resto da criação (cf. Gn tem consequências de carác- os países altamente industria- de mudar os estilos de vida e na
3,17-19). O ser humano deixou- ter moral» (16), é necessário lizados: «A comunidade inter- prudência, virtude que indica as
se dominar pelo egoísmo, per- também que a actividade econó- nacional tem o imperioso dever acções que se devem realizar
dendo o sentido do mandato de mica seja mais respeitadora do de encontrar as vias institucio- hoje na previsão do que poderá
Deus e, no relacionamento com ambiente. Quando se lança mão nais para regular a exploração suceder amanhã (21).
a criação, comportou-se como dos recursos naturais, é preciso dos recursos não renováveis,
explorador pretendendo exercer preocupar-se com a sua pre- com a participação também dos
um domínio absoluto sobre ela. servação prevendo também os países pobres, de modo a plani- 10. A fim de guiar a humani-
Mas o verdadeiro significado seus custos em termos ambien- ficar em conjunto o futuro» (19). dade para uma gestão global-
do mandamento primordial de tais e sociais, que se devem A crise ecológica manifesta a mente sustentável do ambiente
Deus, bem evidenciado no livro contabilizar como uma parcela urgência de uma solidariedade e dos recursos da terra, o
do Génesis, não consistia numa essencial da actividade econó- que se projecte no espaço e no homem é chamado a concentrar
simples concessão de autori- mica. Compete à comunidade tempo. Com efeito, é importante a sua inteligência no campo da
dade, mas antes num apelo à internacional e aos governos reconhecer, entre as causas da pesquisa científica e tecnológica
responsabilidade. Aliás, a sabe- nacionais dar os justos sinais crise ecológica actual, a respon- e na aplicação das descobertas
doria dos antigos reconhecia que para contrastar de modo eficaz, sabilidade histórica dos países que daí derivam. A «nova soli-

6 224 | JANEIRO
dariedade», que João Paulo II dual superação de certos condi- internacional que visam obter gica entre a pessoa humana e os
propôs na Mensagem para o Dia cionamentos materiais. Assim, a um progressivo desarmamento outros seres vivos. Deste modo,
Mundial da Paz de 1990 (22), e a técnica insere-se no mandato de e um mundo sem armas nuclea- chega-se realmente a eliminar a
«solidariedade global», a que eu “cultivar e guardar a terra” (cf. res, cuja mera presença ameaça identidade e a função superior
mesmo fiz apelo na Mensagem Gn 2,15) que Deus confiou ao a vida da terra e o processo de do homem, favorecendo uma
para o Dia Mundial da Paz de homem, e há-de ser orientada desenvolvimento integral da visão igualitarista da «digni-
2009 (23), apresentam-se como para reforçar aquela aliança humanidade actual e futura. dade» de todos os seres vivos.
atitudes essenciais para orien- entre ser humano e ambiente Assim se dá entrada a um novo
tar o compromisso de tutela em que se deve reflectir o amor panteísmo com acentos neopa-
da criação através de um sis- criador de Deus» (25). 12. A Igreja tem a sua parte gãos que fazem derivar apenas
tema de gestão dos recursos da de responsabilidade pela cria- da natureza, entendida em sen-
terra melhor coordenado a nível ção e sente que a deve exercer tido puramente naturalista, a
internacional, sobretudo no 11. É cada vez mais claro que também em âmbito público, salvação para o homem. Ao con-
momento em que se vê apare- o tema da degradação ambien- para defender a terra, a água trário, a Igreja convida a colocar
cer, de forma cada vez mais evi- tal põe em questão os compor- e o ar, dádivas feitas por Deus a questão de modo equilibrado,
dente, a forte relação que existe tamentos de cada um de nós, Criador a todos, e antes de tudo no respeito da «gramática» que
entre a luta contra a degrada- os estilos de vida e os mode- para proteger o homem contra o Criador inscreveu na sua obra,
ção ambiental e a promoção los de consumo e de produção o perigo da destruição de si confiando ao homem o papel
do desenvolvimento humano hoje dominantes, muitas vezes mesmo. Com efeito, a degra- de guardião e administrador
integral. Trata-se de uma dinâ- insustentáveis do ponto de vista dação da natureza está inti- responsável da criação, papel
mica imprescindível, já que «o social, ambiental e até econó- mamente ligada à cultura que de que certamente não deve
desenvolvimento integral do mico. Torna-se indispensável molda a convivência humana, abusar mas também não pode
homem não pode realizar-se uma real mudança de mentali- pelo que, «quando a “ecologia abdicar. Com efeito, a posição
sem o desenvolvimento solidá- dade que induza a todos a adop- humana”é respeitada dentro da contrária, que considera a téc-
rio da humanidade» (24). Muitas tarem novos estilos de vida, sociedade, beneficia também a nica e o poder humano como
«nos quais a busca do verda- ecologia ambiental» (27). Não absolutos, acaba por ser um
são hoje as oportunidades cien-
deiro, do belo e do bom e a comu- se pode pedir aos jovens que grave atentado não só à natu-
tíficas e os potenciais percursos
nhão com os outros homens, em respeitem o ambiente, se não reza, mas também à própria dig-
inovadores, mediante os quais
ordem ao crescimento comum, são ajudados, em família e na nidade humana (30).
é possível fornecer soluções
sejam os elementos que deter- sociedade, a respeitar-se a si
satisfatórias e respeitadoras
minam as opções do consumo, mesmos: o livro da natureza é
da relação entre o homem e o
da poupança e do investimento» único, tanto sobre a vertente 14. Se queres cultivar a paz,
ambiente. Por exemplo, é pre-
(26). Deve-se educar cada vez do ambiente como sobre a da preserva a criação. A busca
ciso encorajar as pesquisas que
mais para se construir a paz a ética pessoal, familiar e social da paz por parte de todos os
visam identificar as modalida-
partir de opções clarividentes (28). Os deveres para com o homens de boa vontade será,
des mais eficazes para explo-
a nível pessoal, familiar, comu- ambiente derivam dos deveres sem dúvida alguma, facilitada
rar a grande potencialidade da
nitário e político. Todos somos para com a pessoa considerada pelo reconhecimento comum
energia solar. A mesma atenção
responsáveis pela protecção e em si mesma e no seu relacio- da relação indivisível que existe
se deve prestar à questão, hoje
cuidado da criação. Tal respon- namento com os outros. Por entre Deus, os seres humanos e
mundial, da água e ao sistema
sabilidade não conhece fron- isso, de bom grado encorajo a a criação inteira. Os cristãos, ilu-
hidrológico global, cujo ciclo se
teiras. Segundo o princípio de educação para uma responsa- minados pela Revelação divina
reveste de primária importância
subsidiariedade, é importante bilidade ecológica, que, como e seguindo a Tradição da Igreja,
para a vida na terra, mas está
que cada um, no nível que lhe indiquei na encíclica Caritas prestam a sua própria contribui-
fortemente ameaçado na sua
corresponde, se comprometa a in veritate, salvaguarde uma ção. Consideram o cosmos e as
estabilidade pelas alterações
trabalhar para que deixem de autêntica «ecologia humana» e suas maravilhas à luz da obra
climáticas. De igual modo deve-
prevalecer os interesses parti- consequentemente afirme, com criadora do Pai e redentora de
se procurar apropriadas estraté-
culares. Um papel de sensibili- renovada convicção, a inviolabi- Cristo que, pela sua morte e res-
gias de desenvolvimento rural
zação e formação compete de lidade da vida humana em todas surreição, reconciliou com Deus
centradas nos pequenos cultiva-
modo particular aos vários sujei- as suas fases e condições, a «todas as criaturas, na terra e
dores e nas suas famílias, sendo
tos da sociedade civil e às orga- dignidade da pessoa e a missão nos céus» (Cl 1,20). Cristo cru-
necessário também elaborar
nizações não-governamentais, insubstituível da família, onde cificado e ressuscitado conce-
políticas idóneas para a gestão se educa para o amor ao pró- deu à humanidade o dom do
das florestas, o tratamento do empenhados com determinação
ximo e o respeito da natureza seu Espírito santificador, que
lixo, a valorização das sinergias e generosidade na difusão de
(29). É preciso preservar o patri- guia o caminho da história à
existentes entre a oposição às uma responsabilidade ecológica,
mónio humano da sociedade. espera daquele dia em que, com
alterações climáticas e a luta que deveria aparecer cada vez
Este património de valores tem o regresso glorioso do Senhor,
contra a pobreza. São precisas mais ancorada ao respeito pela
a sua origem e está inscrito na serão inaugurados os «novos
políticas nacionais ambiciosas, «ecologia humana». Além disso,
lei moral natural, que é funda- céus e uma nova terra» (2 Pd
completadas pelo necessário é preciso lembrar a responsabili-
mento do respeito da pessoa 3,13), onde habitarão a justiça
empenho internacional que dade dos meios de comunicação
humana e da criação. e a paz para sempre. Assim,
há-de trazer importantes bene- social neste âmbito, propondo
proteger o ambiente natural
fícios sobretudo a médio e a modelos positivos que sirvam
para construir um mundo de
longo prazo. Enfim, é necessário de inspiração. É que ocupar-se 13. Por fim não se deve esque- paz é dever de toda a pessoa.
sair da lógica de mero consumo do ambiente requer uma visão cer o facto, altamente significa- Trata-se de um desafio urgente
para promover formas de pro- larga e global do mundo; um tivo, de que muitos encontram que se há-de enfrentar com
dução agrícola e industrial que esforço comum e responsável tranquilidade e paz, sentem-se renovado e comum empenho; é
respeitem a ordem da criação a fim de passar de uma lógica renovados e revigorados quando uma oportunidade providencial
e satisfaçam as necessidades centrada sobre o interesse ego- entram em contacto directo com para entregar às novas gera-
primárias de todos. A questão ísta da nação para uma visão a beleza e a harmonia da natu- ções a perspectiva de um futuro
ecológica não deve ser enfren- que sempre abrace as necessi- reza. Existe aqui uma espécie melhor para todos. Disto mesmo
tada apenas por causa das dades de todos os povos. Não de reciprocidade: quando cui- estejam cientes os responsáveis
pavorosas perspectivas que a podemos permanecer indiferen- damos da criação, constatamos das nações e quantos, nos diver-
degradação ambiental esboça tes àquilo que sucede ao nosso que Deus, através da criação, sos níveis, têm a peito a sorte da
no horizonte; o motivo principal redor, porque a deterioração de cuida de nós. Por outro lado, humanidade: a salvaguarda da
há-de ser a busca duma autên- uma parte qualquer do mundo uma visão correcta da relação do criação e a realização da paz são
tica solidariedade de dimensão recairia sobre todos. As relações homem com o ambiente impede realidades intimamente ligadas
mundial, inspirada pelos valores entre pessoas, grupos sociais e de absolutizar a natureza ou de entre si. Por isso, convido todos
da caridade, da justiça e do bem Estados, bem como as relações a considerar mais importante do os crentes a elevarem a Deus,
comum. Por outro lado, como já entre homem e ambiente são que a pessoa. Se o magistério Criador omnipotente e Pai mise-
tive ocasião de recordar, a téc- chamadas a assumir o estilo da Igreja exprime perplexidades ricordioso, a sua oração fervo-
nica «nunca é simplesmente téc- do respeito e da «caridade na acerca de uma concepção do rosa, para que no coração de
nica; mas manifesta o homem e verdade». Neste contexto alar- ambiente inspirada no ecocen- cada homem e de cada mulher
as suas aspirações ao desenvol- gado, é altamente desejável que trismo e no biocentrismo, fá-lo ressoe, seja acolhido e vivido o
vimento, exprime a tensão do encontrem eficaz correspondên- porque tal concepção elimina premente apelo: Se queres cul-
ânimo humano para uma gra- cia os esforços da comunidade a diferença ontológica e axioló- tivar a paz, preserva a criação.

XXI | PARTILHAR 7
“Se quiseres cultivar a Paz, de duzentos países. Por essa sobre o trabalho específico das tanto o ritmo actual de explora-
preserva a criação”. – Este altura, 56 jornais de 44 nações instituições humanitárias …”. ção põe seriamente em perigo
é o tema ou lema que o Papa publicaram um Editorial a disponibilidade de alguns
Bento XVI escolheu para o comum sobre os trabalhos da Afinal, em relação à Cimeira recursos naturais não só para a
título da sua mensagem para dita cimeira … Dizia-se aí: “14 de Copenhaga, após 13 dias geração actual, mas sobretudo
o Dia Mundial da PAZ de 1 de dias que vão definir a opinião de negociações, nada de ver- para as gerações futuras … O
Janeiro de 2010. Começa ele da História sobre uma gera- dadeiramente se decidiu, uma ser humano deixou-se dominar
por citar o Catecismo da Igreja ção”. E mais: “se não nos jun- vez que, ao contrário do que se pelo egoísmo perdendo o sen-
Católica quando diz, que “a tarmos para tomar uma acção esperava – que se chegasse a tido do mandato de Deus, e, no
criação é o princípio e o fun- decisiva, as alterações climáti- um acordo legalmente vincu- relacionamento com a criação,
cas irão devastar o nosso pla- lativo que “comprometesse comportou-se como explorador
damento de todas as obras de
neta e, juntamente com ele, a todas as nações …”, nada pretendendo exercer domínio
Deus” e por isso se reveste de
nossa prosperidade e a nossa disso aconteceu! Houve quem absoluto sobre ela. Mas o ver-
grande importância.
dadeiro significado do manda-
Já há vinte anos – 1990 – mento primordial de Deus con-
João Paulo II dedicava o pri- sistia, não numa simples con-
meiro dia desse ano ao tema: cessão, mas antes num apelo à
Paz com Deus criador, paz com responsabilidade”.
toda a criação, chamando a
E descendo mais ao concreto,
atenção “para a relação que
o Papa acrescenta: “É cada
nós, enquanto criaturas de
vez mais claro que o tema da
Deus, temos com o universo
degradação ambiental põe em
que nos circunda”. Por sua vez,
questão os comportamentos de
em 1971 – nos oitenta anos da
cada um de nós, os estilos de
Rerum Novarum de Leão XIII, vida e os modelos de consumo
foi Paulo VI que disse: “por e de produção hoje dominante,
motivo de uma exploração muitas vezes insustentável…
inconsiderada da natureza, Torna-se indispensável uma
o homem começa a correr o real mudança de mentalidade
risco de destruir e de vir a segurança”. Enquanto isso, o escrevesse que se tratou de um
fundador e presidente da AMI fracasso, e foi muita pena! que induza a todos a adopta-
ser, também ele, vítima dessa rem novos estilos de vida …”
degradação””. Isto foi escrito – Assistência Médica Interna-
cional – Doutor António Nobre, Voltando de novo à men-
há quase quarenta anos! E Bom, o melhor ainda seria
português – põe também o sagem do Papa sobre o Dia
agora? Como estão as coisas? que todos a procurassem ler no
dedo na ferida quando aponta Mundial da Paz, ouçamo-lo um
pouco mais: - O Concílio Vati- seu todo… Bom Ano de 2010!
Todos temos a ideia de que, como o segundo maior desa-
fio – “que passará a ser rapi- cano II lembrou que “Deus des-
em Dezembro passado reuniu,
damente o primeiro – precisa- tinou a terra com tudo o que
em Copenhaga, capital da
mente a questão das alterações ela contem para uso de todos
Dinamarca, a cimeira sobre
climáticas, porque terá impac- os homens e povos. Por isso,
as alterações climáticas, onde
tos sociais tremendos sobre a herança da criação pertence
Pe. Avelino Cardoso
estiveram representantes – até
a fome, sobre as migrações, à humanidade inteira. Entre-
chefes de estado – de perto

Ficha Técnica
Direcção: Coordenação Design e Impressão Tiragem
Pe. João Manuel Paróquia de Ronfe Tipografia Freitas 1.200 exemplares

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