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TEORIA DA EVOLUÇÃO

De onde viemos?
A pergunta que não quer calar.
Desde os tempos mais remotos indagamos sobre a origem dos seres vivos, incluindo nós mesmos, e durante
todo esse tempo sempre tivemos nossas "respostas" na forma de fantasias, estórias fantásticas e recheadas de
alegorias que foram transmitidas de geração após geração.
Por mais de 99% de seus quase 250 mil anos na Terra, o Ser Humano foi dominado pelo pensamento
mitológico e suas lendas. Depois, há cerca de 2500 anos atrás surgiu a Filosofia, e a Razão tentou buscar essa
resposta abrindo caminho para algo além dos mitos e crenças.
Mas essa Era de lucidez racional seria por 1000 anos obscurecida pelas sombras da Idade Média e seus dogmas
de fé baseados na antiga mitologia judáico-cristã. No Oriente Médio, boa parte desta cultura racional
sobreviveu disputando lugar com a crença na similar mitologia islâmica, e no Extremo Oriente, também desde
há 25 séculos atrás, outro tipo de filosofia, mais mística, se espalhava, baseada no Hinduísmo, Taoísmo e
Budismo.
E só há pouco mais de 250 anos, outra área do potencial humano amadureceu e se consolidou, a Ciência.
A Ciência é a fusão da Razão com a Experimentação. Do Pensamento com o Empirismo, e é tão eficiente que
seus resultados práticos e materiais em menos de meio século foram muito mais marcantes do que as dezenas
de milhares de anos de misticismo e magia.
Ela pode não ter as respostas para nossas indagações interiores, e com certeza não tem a chave da felicidade,
mas ninguém pode negar que ela é muito eficaz em entender, explicar e controlar a natureza.
A Ciência também nos deu sua resposta para a grande pergunta sobre a origem da vida, e esta veio sob a forma
da TEORIA DA EVOLUÇÃO.
Não é de se admirar que essa explicação só tenha surgido há tão pouco tempo. Primeiro por que não se muda
rapidamente centenas de milhares de anos de pensamento mitológico só com 2500 de Filosofia ou 250 de
Ciência, e depois porque essa questão realmente não é fácil de ser respondida.
É uma pergunta sobre algo que há muito aconteceu e que ninguém presenciou, sobre eventos e processos que se
deram muito antes de qualquer tentativa de resposta mesmo mitológica. Algo que acontece na verdade há
muitos milhões de anos.
Com nosso quadro histórico, podemos considerar normal que por volta de 1600 dC, após o surgimento da
imprensa, a Ciência tenha tido dificuldades para se estabelecer enfrentando toda uma estrutura de repressão
religiosa que até ainda hoje não foi totalmente vencida.
Foi nesse quadro de resistência, que um processo de elaboração de pensamento foi tomando corpo, o
EVOLUCIONISMO, que tinha uma resposta diferente daquela referência que dominou toda a Idade Média, a
Bíblia.
A idéia de que a Terra era o centro físico do Universo já fora derrubada, mas o impacto sobre a religião não
fora tão grande pois a doutrina cristã não se apoia no Geocentrismo, ainda que ele esteja presente na Bíblia.
(Para qualquer dúvida sobre se a Bíblia é ou não Geocentrista indico ESTE TEXTO)
Mas enfrentar o Mito da Criação? Algo do qual depende boa parte de toda a Teologia Cristã e suas diretrizes de
comportamento? Foi algo muito mais complicado.
Não obstante o trabalho árduo de vários pesquisadores, cientistas e filósofos levou a uma mudança de
pensamento, e o hoje a TEORIA DA EVOLUçÃO é mais do que estabelecida como a mais precisa explicação
para a origem da vida.
Mas afinal, o que é a Teoria da Evolução e o Evolucionismo?
"EVOLUÇÃO ESPONTÂNEA"
Apesar do que muitos pensam, o Evolucionismo não é produto de uma só pessoa, não é idéia de um ou dois
cientistas. Ele é simplesmente o resultado inevitável de um processo de evolução científica.
A Ciência lida com fatos explicáveis e controláveis, previsíveis e reproduzíveis. Só pode aceitar explicações
que se baseiem em fenômenos comprovados e observáveis na natureza.
NÃO EXISTE CRIAÇÃO!
Nunca ninguém jamais viu algo surgir do nada, ou uma transformação tão radical quanto um organismo
complexo como o humano surgir do barro. Isso não existe na natureza. Portanto a explicação religiosa
criacionista é inaceitável no pensamento científico.
Tudo o que vemos na natureza é resultado de processos progressivos, estruturas muito simples podem parecer
"surgir" rapidamente, mas estruturas complexas só surgem aos poucos, construídas passo a passo por processos
lentos.
Lenta e progressivamente os seres vivos nascem e crescem, uma semente se torna uma imensa árvore e um
aglomerado de células menores que a cabeça de um alfinete se tornam grandes animais.
Deve-se entender o termo EVOLUÇÃO antes de tudo como transformação, mudança progressiva, lenta e
gradual. E sendo assim a Evolução está em TUDO que existe. Desde o mundo físico até os processos sociais.
Nada acontece sem ser resultado de estágios progressivos. Nem mesmo idéias surgem do nada.
A noção de Evolução começou a tomar corpo no pensamento humano a partir do momento que se passou a
observar com mais cuidado os seres vivos. O surgimento das ciências Biológicas é o próprio surgimento do
Evolucionismo.
NÃO EXISTE BIOLOGIA SEM EVOLUCIONISMO!
A Biologia, assim como a Geologia, Antropologia Física, Paleontologia e outras, só são possíveis como
ciências numa estrutura evolucionista, sem a Teoria da Evolução todas elas perdem completamente sua base.
Mas antes de prosseguirmos, vale retroceder um pouco e observar como a observação da natureza foi feita ao
longo da história humana.
Vamos seguir um raciocínio em etapas.
Durante muito tempo acreditou-se que o mundo e o Universo sempre haviam existido. Muitas religiões
Panteístas não possuem cosmogêneses embora a natureza esteja em constante movimento. Também no
Budismo o Universo existe sempre, e no Bhramanismo apesar de existir o surgimento e fim do Universo, o
ciclo é infinito.
Alguns filósofos gregos também eram adeptos da existência ETERNA do mundo. Aristóteles foi um deles.
O Sábio Grego Aristóteles foi um dos homens mais brilhantes de todos os tempos. Ele fundamentou a Lógica,
as Ciências Naturais, a Dialética e a Retórica. Muitos dos feitos de Aristóteles são sentidos até hoje, 2.300 anos
depois. Ele também foi o primeiro pensador a se ocupar sistematicamente com os seres vivos.
Mas Aristóteles não era divino, ela nada tinha em que se basear, por isso muitas de suas conclusões não são
mais válidas. Mesmo assim foi sem dúvida o primeiro Biólogo, examinou organismos, dissecou animais e
observou o comportamento de vários tipos de seres vivos. Ela declarava que havia algo de maravilhoso em
todas as formas vivas, das quais não devíamos ter um nojo infantil.
Mas por que hoje não aceitamos mais que as coisas sempre tenham existido?
Em parte pela religião. Os mitos Politeístas e Monoteístas sempre possuem uma origem das coisas, do Universo
e dos seres vivos. São os Deuses ou um Deus que criam o mundo e o Ser Humano. Com o domínio dessas
crenças e em especial do Cristianismo, a idéia de uma existência eterna foi abandonada, pois havia um relato de
criação.
Mas a existência Eterna também não satisfaz a observação cuidadosa da realidade. Se prestarmos atenção,
principalmente com os métodos que dispomos agora, veremos que tudo está em constante transformação. Nem
montanhas são eternas, algumas coisas novas surgem, outras deixam de existir.
ETERNO é o que está fora do tempo! Que sempre existiu e sempre existirá, que não tem fim nem teve começo.
Apesar de nossa experiência comum e diária nem sempre poder invalidar isso, a mente humana não consegue
lidar bem com a idéia da Eternidade. Isso vai contra nossa vivência e intuição.
Nesse sentido as Cosmogêneses foram um avanço no pensamento humano, pois substituíram o Mito da
Eternidade pela idéia da Existência Temporal.
Então se admitimos que uma coisa passou a existir, podemos pensar em dois pares de possibilidades:
Em qualquer época a experiência humana pode constatar que "nada surge do NADA". Não se vêem coisas se
materializando no Ar, o que mesmo assim não significaria que estariam vindo do Nada. Estamos acostumados a
ver coisas surgindo de outras.
Mas então temos uma problemática questão. Se Tudo vem de alguma coisa, de onde veio a Coisa Primeira?
Se sabemos que uma Girafa nasce sempre de outra Girafa, de onde veio a Primeira Girafa?
Durante muito tempo acreditou-se na Geração Espontânea, suposta também por Aristóteles. Sabia-se que os
animais se reproduziam, mas como explicar os primeiros destes animais? Simples, eles viriam de outras coisas.
Então pensava-se que num corpo em apodrecimento, surgiam moscas, nas areias de um pântano surgiam sapos
e mesmo que em pelos de animais surgiam cobras. Isso explicava então como surgiram os primeiros
exemplares de cada animal.
Nesse sentido a Teologia Cristã já era mais avançada, pois no primeiro Capítulo da Gênese Bíblica declara-se
que cada espécie "reproduz-se conforme sua espécie". Mas sendo assim, como teriam surgido as primeiras
espécies? Do NADA!
Porém essa surgimento do NADA só teria ocorrido num determinado momento do passado, na CRIAÇÃO,
mediante o indiscutível poder de DEUS. E nunca mais. Então resolvia-se a questão das origens sem a
necessidade de Geração Espontânea, ainda que esta não tenha sido esquecida.
A Teologia Bíblica é incompatível com a Geração Espontânea e a Igreja só não perseguiu os adeptos desta idéia
com mais rigor por que ela não era muito preocupante apesar de estar arraigada no imaginário popular. Porém a
Igreja apoiou todas as experiências que visavam desacreditar a Geração Espontânea.
Por isso inclusive o Criacionismo foi tão satisfatório durante mais de mil anos, ele explicava o mundo apelando
para um mistério que pelo menos na época não tinha motivos para ser contestado.
Porém há um problema nessa idéia que a princípio passa desapercebido.
Se cada espécie reproduz-se segundo a sua espécie, por que elas não são exatamente iguais? Por que as vezes
nascem animais diferentes de seus pais? Por que de um boi e de uma vaca malhados, as vezes nascem bezerros
escuros ou mesmo brancos e listrados?
Na Bíblia, no Capítulo 30 da Gênese nos versículos de 32-43, fica clara a idéia de que tais características
podem ser determinadas pela influência direta do ambiente, como colocar um rebanho perante um cenário
listrado e sua prole nascer listrada.
Esse é só um exemplo de como a Bíblia e a Teologia Cristã normalmente não tem uma resposta para explicar
por que em geral os descendentes não são idênticos aos genitores.
Mas esse não é o único problema, há também a questão do mito do Dilúvio Universal, que inviabiliza qualquer
possibilidade de explicação razoável para o fato de haver tantas espécies diferentes espalhadas por todo o
mundo. Esse problema pode ser visto neste TEXTO.
Somando-se isso ao crescente descrédito da Teologia Cristã e da Bíblia sobre assuntos científicos e históricos,
cada vez mais evidenciados pelos avanços da ciência, pouco a pouco os cientistas ficavam menos satisfeitos
com as explicações tradicionais.
Num ponto de vista que só aceita como válido fenômenos comuns na natureza, só resta considerar que:
UMA COISA SÓ SURGE DE ALGUMA OUTRA COISA, E PROGRESSIVAMENTE
Então, se sabemos que toda girafa nasce de outra girafa, mas que girafas não existiram sempre, de onde surgiu a
primeira girafa?
De uma outra coisa, mas não radicalmente diferente, e sim muito parecida com uma girafa, ou seja, um outro
animal parecido com a atual girafa, assim como antes deste tipo de animal havia um outro, e outro, o que
mostra uma gradação progressiva.
Mas como isso poderia ter ocorrido? São muito raros os casos onde um ser vivo nasce significativamente
diferente de sua própria espécie. De onde tiveram a idéia de que isso fosse possível?
Em parte através de raciocínios simples como esse, mas essa iminente desconfiança Evolucionista se deu
principalmente após a idéia de se catalogar os seres vivos e categorizá-los em classes.
TAXONOMIA
Toda Ciência necessita de organização e método, e portanto deve classificar bem seus objetos de estudo. O
próprio Aristóteles já fizera isso há 2.300 anos, embora em um campo de amostras muito limitado, se
resumindo às espécies disponíveis nas próximidades da antiga Grécia. Já no século XIX, o mundo tinha sido
quase totalmente explorado, todos os continentes eram conhecidos. A humanidade já tinha contato com as
exóticas faunas e floras das Américas, África e Oceania, bastante diferentes das do velho mundo.
Os primeiros naturalistas passaram então a catalogar os seres vivos, num processo de classificação organizada
que chamamos de TAXONOMIA.
Sabemos que classificar as coisas pode ser trabalhoso, podemos organizar uma livraria separando os livros por
assunto, por ordem alfabética, por autor e etc. Um livro sobre Maomé pode ser colocado em História, Religião,
Oriente Médio ou Grandes Personalidades. Se formos classificar os veículos, podemos agrupá-los em terrestres,
aquáticos e aéreos. Então subagrupar os terrestres pelo número de rodas, pelo tamanho, pela aplicação, data de
fabricação e etc.
Enfim há várias formas distintas de se organizar as coisas, e é difícil saber, quando não impossível, qual a
forma mais apropriada.
Ao classificar os seres vivos, os naturalistas não demoraram a perceber algo curioso, todas as formas de
classificação pareciam convergir para uma mesma tendência, que permitia agrupar as espécies numa árvore de
seções e subseções que obedecia uma progressão notável.
Vejamos um exemplo simples, tentemos classificar apenas 9 animais: Aranha, Barata, Cobra, Gorila, Minhoca,
Morcego, Peixe, Pombo, e Tigre.
Alguém poderia colocar a Cobra junto com a Minhoca, mas se observarmos de perto ela tem muito mais em
comum com o Peixe, devido a um esqueleto, olhos, dentes, escamas e etc. Por isso os naturalistas agrupam
seres com o maior número de características em comum.
Se dividíssemos nossos 9 animais em 3 grupos, parece ser óbvio que Aranha e Barata estariam no mesmo
grupo, assim como Tigre e Gorila. Morcego e Pombo poderiam estar em outro grupo enquanto Peixe e Cobra
em outro. A minhoca poderia ser colocada junto com a Aranha e a Barata, ou o Peixe e a Cobra.
Mas é claro que existem milhares de espécies, que nos permitem agrupamentos muito mais refinados, de modo
que encontraremos um lugar bem mais apropriado para a Minhoca. Com isso acabamos por chegar a atual
classificação de seres vivos que devemos admitir, e difícil de ser alterada.
Um Morcego tem muito em comum com o Pombo, por voar e ter sangue quente por exemplo, mas tem ainda
mais em comum com o Rato: Pêlos, dentes, não põem ovos, tem membros bem mais parecidos e etc. Uma
Minhoca tem mais em comum com uma Lagarta do que uma Cobra, que por sua vez tem mais em comum com
uma Tartaruga.
São cuidados como esse que fazem com que a Aranha não esteja no grupo dos Polvos mas no dos Artrópodos,
junto com a Barata, por ter exoesqueleto, e sub grupo dos Aracnídeos, junto com o Ácaro, por ter 8 pernas e
uma cabeça/toráx, diferente das 6 pernas do subgrupo dos Insetos, que possuem cabeça separada do tórax, além
de antenas, inexistentes nos Aracnídeos. Os Polvos por sua vez, mesmo tendo 8 membros como as Aranhas, são
classificados como Moluscos, por não terem qualquer tipo de esqueleto, sobrevivendo apenas em meios densos
como a água, tal qual a Lula e o Calamar.
A ÁRVORE DA VIDA
Por fim, o que os naturalistas perceberam é que os seres vivos, diferentes de instrumentos musicais, livros ou
máquinas, possuem um modo de ser classificados que é muito mais claro e adequado que outros modos, eles
obedecem a uma seção de agrupamentos muito evidente, que os separa em diversos grupos razoavelmente
isolados, porém sutilmente interligados por alguns animais que parecem fazer uma conexão entre os grupos.
Logo organizaram as formas de vida num esquema ÁRVORE, muito usado para outras coisas a serem
classificadas, mas que sempre sugere ramos e troncos comuns, tal como invenções derivadas de outras, ou
estilos musicais que se desmembram de outros, porém com uma Peculiaridade ÚNICA!
Os ramos da Árvore dos seres vivos simplesmente não se cruzam! Diferente de estilos musicais e idiomas que
se misturam, ou máquinas que mesmo após várias gerações de aperfeiçoamentos podem ser fundidas numa só,
como um telefone com visor, ou um carro anfíbio.
Mas os Seres Vivos uma vez separados em ramos taxonômicos, esses ramos não mais se interceptam, e por isso
só a Mitologia pode imaginar Cavalos com Asas de Pássaros, Homens com Corpo de Cavalos ou Mulheres com
Cauda de Peixe, assim como só a intervenção humana, por meio da engenharia genética, poderia produzir um
Rato com uma Orelha Humana.
Uma vez na árvore, ficou difícil não perceber uma progressão, ficava evidente uma série de troncos comuns que
surgiam de um tronco único, o que sugeria ancestrais em comun que iam dando origem a descendentes, tal
como uma árvore genealógica humana.
Porém se traçarmos nossa árvore genealógica, veremos que ela se cruza com outras árvores, se misturando, o
que não acontece com as espécies animais. Aliás a definição de espécie é justamente essa, de uma forma
simplificada: "Um grupo de seres vivos que pode cruzar entre si". Por isso uma Onça Preta e uma Onça Pintada
são espécies distintas, apesar de serem bem mais parecidas entre si do que um Puddle e um Dogue Alemão, que
são raças diferentes de uma mesma espécie.
Apesar de tudo isso havia alguns problemas com essa idéia de seres vivos surgindo progressivamente de
ancestrais comuns. Primeiro a ausência de algumas espécies que deveriam ser intermediárias entre outras, que
foram chamadas de Elos Perdidos, segundo, a falta de conhecimento de um mecanismo convincente para
explicar como ocorreria essa transformação.
Jean-Baptiste Lamarck
A primeira explicação razoável que foi proposta para explicar essa Evolução é conhecida como
LAMARCKISMO
Lamarck foi um dos primeiros biólogos contemporâneos, além de ter sido seminarista e militar. A partir de
1801 ele passou a publicar vários livros na qual combatia o FIXISMO, doutrina na qual as espécies de seres
vivos são imutáveis, e o CATASTROFISMO, que afirmava que grandes e sucessivas catastrofes, o que incluia
o dilúvio de Noé, eram responsáveis por várias das características ambientais assim como do desaparecimento
de diversas espécies.
Sendo o primeiro grande Evolucionista da história, ele teve a árdua tarefa de promover uma explicação para
como ocorrem as mudanças de espécies, desafiando a crença tradicional.
Naquela época a Geração Espontânea não era mais aceita por qualquer letrado, o italiano Francesco Redi, e o
francês Loius Pasteur ajudaram a derrubar por completo a crença nessa hipótese. Muitos já esboçavam
pensamentos evolucionistas misturados com hipóteses catastrofistas e mesmo criações divinas sucessivas
pequenas e locais, ao quais Lamarck rejeitava, propondo basicamente duas afirmações:
1 - A influência do Ambiente produz mudanças físicas no indivíduo de uma espécie.
2 - Esse indivíduo transmite as modificações para seus descendentes, que nascem adaptados.
Voltando ao exemplo da Girafa, segundo Lamarck, um grupo de animais teria se instalado num ambiente onde
as melhores opções de alimento estavam no alto das árvores. O hábito fazia com que os animais cada vez mais
esticassem o pescoço para alcançar as folhas mais altas. Com o tempo, o pescoço tenderia a se alongar ainda
que imperceptivelmente, e os descendentes desses animais já nasceriam com pescoços ligeiramente mais
longos, e assim por diante, geração após geração, até que houvesse uma estabilidade, resultando no animal que
conhecemos como Girafa.
Para Lamarck, o uso repetido do orgão causaria um desenvolvimento, e seu desuso naturalmente uma atrofia, o
que explicava o desaparecimento dos órgãos que não mais tinham utilidade para a nova espécie.
Essa teoria logo se popularizou, despertando severas reações de uma sociedade Criacionista. Em especial de um
naturalista protestante fortemente adepto do fixismo catastrofista e apologista bíblico, Georges Leopold Cuvier,
autor respeitado de um denso e valioso trabalho que inclui principalmente anatomia.
A firmeza de Lamarck perante a ira dos conservadores resultaria futuramente em seu obscurecimento, e
acabaria morrendo na miséria, em 1829. Mas sua teoria só viria a ser parcialmente derrubada décadas mais
tarde em especial pelos experimentos de August Weismann, que cortando caudas de várias gerações de ratos de
laboratório, concluiu que nem por isso os descendentes nasciam sem caudas.
A teoria de Lamarck era perfeitamente racional, mas para a Ciência a Razão não basta, pois como já vimos ela
caminha com as pernas do Racionalismo e do Empirismo, é preciso o apoio dos fatos empíricos os quais nunca
confirmaram a segunda proposição da teoria Lamarckista.
Porém o primeiro postulado de Lamarck, de que o ambiente influencia as espécies, se manteve, servindo de
apoio à nova teoria que viria a surgir.
É curioso que hoje em dia, após mais de um século e meio de descobertas, a teoria de Lamarck ainda esteja
fortemente viva na memória popular, pois a maioria das pessoas que pensam saber algo sobre Evolução ainda
raciocina em termos Lamarckistas!
DARWIN
CHARLES ROBERT DARWIN não só não foi o primeiro evolucionista como muitos pensam, como sequer foi
o primeiro Darwin evolucionista. Seu avô ERASMUS DARWIN, médico e filósofo, já havia publicado em
1795 uma obra onde apresentava idéias evolucionistas precursoras de Lamarck. "Mal de família", diriam os
Criacionistas.
Charles Darwin nasceu em 1809 e desde cedo se interessou por história natural. Cursou sem concluir teologia e
medicina, mas preferiu se ocupar de botânica, zoologia e geologia. Recebeu várias influências, entre elas do
botânico John Stevens Henslow e do geólogo Adam Sedgwick.
Naquela época a Geologia também já estava em pleno desenvolvimento, através de obras como a de Charles
Lyell que apesar de ainda acreditar na imutabilidade das espécies, já propunha uma Terra em graduais e lentas
mudanças muito mais antiga do que o mundo de pouco mais de 6000 anos, baseado na simples contagem de
gerações de lendários personagens bíblicos, que ficava cada vez mais insustentável.
Após se formar em Humanidades, em 1831, Darwin partiu a bordo do Beagle, ao lado de outros personagens
incluindo o lendário cientista e aventureiro Richard Francis Burton, na condição de naturalista, para uma
viagem de 5 anos que tinha como missão o reconhecimento de diversas partes do mundo, incluindo as famosas
ilhas Galápagos, o Brasil, Cabo Verde e Oceania. Coletando inúmeras informações e examinando diretamente
vastas condições ambientais e espécies diferenciadas, Darwin começou a perceber que a Estabilidade das
Espécies, o paradigma predominante da época, não explicava bem uma série de fatos que constatou.
Após tomar contato com as idéias de Lamarck e posteriormente as de Thomas Malthus, sobre a dinâmica de
crescimento populacional, Darwin finalmente concebeu o mecanismo evolutivo que seria a essência de toda a
sua teoria. A Seleção Natural.
Mas darwin também não foi o único a propor tal mecanismo, na verdade esta idéia tem como co-autor Alfred
Russel Wallace, que poderia hoje ser o alvo do ódio dos criacionistas caso Darwin não tivesse entrado em cena.
Wallace também fizera uma viagem ao redor do mundo, tendo estado inclusive na Amazônia, e lera os mesmos
livros que Darwin. Ambos foram reconhecidos como autores da Teoria, porém o livro de Darwin, A Origem
das Espécies, foi muito mais impactante, e ele acabou levando a maior parte da fama, assim como sofrendo a
maior parte da repressão do pensamento criacionista dominante.
Wallace e vários outros estudiosos, incluindo Lyell, o botânico Joseph Hooker, o entomologista Henry Walter
Bates, o naturalista Fritz Müller e o morfologista Thomas Henry Huxley, se tornaram grandes admiradores e
contribuidores de Darwin e se uniram na disseminação de suas idéias. Este último inclusive ficou conhecido
como o "buldogue de Darwin", por defender ardorosamente as idéias de seu amigo em debates aos quais,
Darwin, de temperamento tímido e discreto, não era muito dado.
Portanto, a Teoria da Evolução pela Seleção Natural, apesar de ser chamada de Darwinismo, é o resultado de
um processo lento de evolução científica através de vários autores, e mesmo que Darwin nunca tivesse existido,
cedo ou tarde ela surgiria no meio científico, mesmo porque a simples estruturação da Biologia torna inevitável
a constatação do fenômemo evolutivo, que requer uma explicação.
A LEI DA SELVA
A ORIGEM DAS ESPÉCIES
por meio da
Seleção Natural
ou
A Luta pela Existência na Natureza

A mais famosa obra de Darwin é até hoje considerada como a publicação mais revolucionária de todos os
tempos. Seu impacto na sociedade foi avassalador e até hoje inúmeros religiosos não se conformam com o fato
da interpretação literal da Gênese Bíblica ter sido aniquilada. Muito apologistas bíblicos a consideram como:
"O mais duro golpe contra a Palavra de Deus".
Darwin concordava com os princípios elaborados por Lamarck, mas percebeu serem eles insuficientes para
explicar a variadade de espécies existentes e suas condições de vida.
Voltemos ao exemplo da Girafa. Segundo Darwin, não foi a ação prolongada em esticar o pescoço para colher
as folhas mais altas, que fez com que certos animais se tornassem girafas. Imaginemos que alguns tipos de
animais foram habitar determinada região onde as melhores opções de alimentos eram as folhas altas. Destes
animais, alguns tinham pescoço um pouco maior, e colhiam as folhas com mais facilitade, e outros um pescoço
um pouco menor, tendo mais dificuldade em se alimentar. Assim, com o tempo, os animais de pescoço
comprido foram favorecidos pelo ambiente, isto é, foram selecionados naturalmente, e os animais de pescoço
menor acabaram por ser extintos, ou se mudaram para outro local com condições que lhes fossem mais
favoráveis.
A isso damos o nome de SELEÇÃO NATURAL. Um Lei que determina que só os mais adaptados ao ambiente
poderão sobreviver, se reproduzir e assim transmitir suas características adaptativas ao seus descendentes.
Portanto, os descendentes não tem o pescoço maior apenas porque o pescoço de seus pais se desenvolveu, mas
sim por que seus pescoços já eram avantajados, e por isso eles sobreviveram e se reproduziram.
Já havia então variações no comprimento do pescoço daqueles animais "pré-girafas", que ocorrem normalmente
em qualquer espécie, pois os indivíduos nunca são iguais, mas sim possuem pequenas diferenças entre si. Após
um período muito grande de tempo, dezenas ou centenas de gerações, a Seleção Natural, baseada nas
exigências do ambiente, vai direcionando as variações num certo sentido.
Outra forma de imaginar isso é pensarmos sobre a crença comum de que adolescentes que pratiquem Basquete
ou Vôlei fiquem mais altos que a média, o que é uma ilusão. Ao notar que jovens jogadores de um destes
esportes são altos, muitos pensam que foi a prática que os tornou maiores, mas na verdade o tamanho, ainda que
seja influenciado pela alimentação e outros fatores, é muito mais determinado geneticamente.
Dessa forma não foi a atividade que tornou os jovens mais altos, mas sim o fato de que aqueles que não
cresceram o suficiente não continuarem a praticar o esporte, se retiraram ou foram cortados pelos treinadores,
num processo semelhante à Seleção Natural.
É diferente por exemplo dos que pratiquem musculação, que de fato ficam mais fortes, porém esse
desenvolvimento muscular não é transmitido para os descendentes, ao passo que a altura avantajada sim.
Já no mundo selvagem a Seleção Natural é ainda mais determinante, pois trata-se da luta pela sobrevivência, os
mais adaptados, os mais fortes, prosperam. É a Lei da Selva. O número de descendentes gerados é sempre
maior que o número dos que conseguem chegar a idade adulta e se reproduzir, por isso apenas os portadores de
certas qualidades, que lhes dêem vantagem no ambiente em que vivem, trasmitem as mesmas, que nas gerações
seguintes já apresentarão outros tipos de variações e que serão novamente selecionadas.
É evidente que para que esse processo produza espécies muito diferentes será necessário um período de tempo
muito extenso, por isso Darwin só se convenceu plenamente de sua própria Teoria quando finalmente novas
pesquisas geológicas forneceram uma idade de bilhões de anos para a Terra.
Apesar de sua teoria conseguir explicar com muita eficiência uma série de fenômenos populacionais, Darwin
ainda acreditava na transmissão dos caracteres adquiridos ao longo da vida para as próximas gerações, e
também não conhecia ainda o trabalho de outro ilustre pesquisador que viria posteriormente a acrescentar um
dos últimos ingredientes para que a Teoria da Evolução se tornasse definitivamente irrebatível.
VARIABILIDADE GENÉTICA
Uma vez que percebemos claramente que os indivíduos de uma mesma espécie não são idênticos entre si,
podemos distinguir duas diferenciações principais. As Adquiridas e as Herdadas.
As que são adquiridas ao longo da vida são evidentes, porém as Herdadas nem sempre obedecem às nossas
expectativas, e só passaram a ser melhor compreendidas graças ao trabalho pioneiro de um monge austríaco
chamado Gregor Mendel.
Mendel nasceu em 1822 e faleceu em 1884, 16 anos antes de suas pesquisas serem reconhecidas. Formado em
Ciências Naturais, realizando nos jardins de um convento durante 10 anos, cruzamentos com exemplares
amarelos e verdes de ervilhas por várias gerações, ele descobriu as Leis da Hereditariedade, também conhecidas
como Leis de Mendel, que explicavam porque uma característica pode aparecer em um indivíduo mesmo que
seus "pais" não a apresentem, embora tenham sido apresentada em gerações anteriores.
Com a confirmação de suas experiências, reproduzidas e publicadas em 1900 por Erich Tschermak e Hugo de
Vries o mundo descobriu as regras da antes inexplicável descontinuidade de características herdadas através de
gerações, combinando os caracteres Dominantes e Recessivos, hoje chamados de Genes.
Foi De Vries que por sua vez propôs também o fenômeno da MUTAÇÃO, que é uma característica não
adquirida, mas também não herdada, constituindo uma anomalia ocorrida no processo de reprodução. Darwin
também considerava hipótese semelhante, mas não lhe dava muita atenção por saber que a Seleção Natural
eliminaria qualquer Mutação que na grande maioria das vezes traz desvantagens ao indivíduo, dificultando sua
sobrevivência e perpetuação.
Com isso, ficava clara a origem das variações nas características de indivíduos de uma mesma espécie, a
Variação Genética fornece a Matéria Prima sobre a qual trabalha a Seleção Natural, e ao contrário do que
muitos pensam, essa Variação comum, também chamada de Deriva Genética domina a quase totalidade da
diversificação de características que irão determinar as vantagens no ambiente, e não as Mutações, que
geralmente não são aproveitáveis, sendo eliminadas pela Seleção Natural, embora teoricamente possam
também, em raros casos, trazer vantagens.
O NEODARWINISMO
Pouco após a morte de Darwin, diversos outros cientistas trabalharam para aperfeiçoar sua teoria, incorporando
as descobertas sobre a Variabilidade Genética e eliminando definitivamente o segundo postulado de Lamarck,
que pregava a transmissão das características adquiridas, devido a absoluta falta de evidências que a
suportassem.
Apenas o material genético é transmitido, com todas as suas variações e ocasionais mutações, fornecendo toda a
diversificação necessária para a ação da Seleção Natural. Surgiu então a Teoria de Evolução que permanece
praticamente inalterada por mais de um século, que chamamos de NEODARWINISMO, ou mais
simplificadamente apenas Darwinismo, ainda que diferente da Teoria proposta por Charles Darwin.
Incorporando as leis da génetica de Mendell e a idéia das mutações, a teoria evolutiva contemporânea
estabelece que a Varibilidade Genética é causada pela Recombinação Gênica, que é a variação natural ocorrida
com o cruzamento das informações genéticas dos genitores do indivíduo, 50% do pai e 50% da mãe, e que
nunca ocorrem da mesma forma em descendentes diferentes, e em menor grau também devido as Mutações.
Na maioria das vezes as mutações são insignificantes, quando dizemos que um idivíduo é mutante, é porque sua
mutação é suficientemente grande para resultar em alguma diferença. Como a maioria das espécies já está
adaptada ao seu ambiente, a maioria das mutações significativas acabam por ser desvantajosas, e são eliminadas
pela Seleção Natural.
Porém muitas mutações costumam ter caráter recessivo, permanecendo ocultas dado aos cruzamentos comuns
ocorrerem de modo a acobertá-las. Entretanto se há alguma mudança drástica no ambiente, a Seleção Natural
irá priorizar outros tipos de características nos indivíduos, e nesse momento muitas mutações recessivas podem
terminar por se manifestar, assim como a ocorrência das mesmas pode aumentar, ampliando ainda mais o leque
de variações sobre o qual a Seleção Natural pode trabalhar.
A EVIDÊNCIA FÓSSIL
Já desde antes de Darwin registros fósseis vinham sendo descobertos, e na verdade, devem ter sido achados em
longo de toda a história, porém a falta de um viés científico em geral levava a serem desprezados. Na China
Antiga por exemplo, muitos achavam que fósseis de dinossaros eram evidentemente esqueletos de dragões, que
são animais sagrados para os chineses.
Mais uma vez foi o desenvolvimento do naturalismo que resultou numa maior atenção aos registros fósseis, e os
primeiros evolucionistas não logo perceberam estes como mais indícios da evolução.
Assim que a Teoria da Evolução darwiniana se popularizou, foi gerada uma grande expectativa com a futura
descoberta de "novos" fósseis, que não demorou a ser satisfeita. Em cerca de um século e meio, foram achados
e catalogados tantos fósseis que se tornou impossível negar a existência dos dinossauros e outras forma de
animais extintos.
Para evidenciar a evolução porém, os fósseis tiveram que ser analisados e encaixados numa provável linha
evolutiva histórica. A datação da idade dos fósseis, realizada por diversos parâmetros, ajudou a classficá-los de
acordo com sua época, e pouco a pouco a história natural das espécies foi sendo desvendada, confirmando e
esclarecendo cada vez mais o processo evolutivo.
A Paleontologia é o ramo da ciência encarregao de pesquisar os fósseis, e hoje em dia acumulou um
conhecimento sobre a história natural dos seres vivos que os primeiros evolucionistas jamais sonharam.
A evidência fóssil então se tornou uma das maiores evidências em favor da evolução.
A DESCOBERTA DO DNA
Na década de 50 do século XX, diversos cientistas estavam em busca de esclarecer o meio sobre o qual o
material genético se transmitia. Conhecia-se o conceito, mas não exatamente qual era o mecanismo. O
Neodarwinismo já previa que tal estrutura de replicação deveria ser achada, e trabalhando sobre essa premissa,
os famosos cientistas James D. Watson e Francis H.C. Crick formularam o modelo molecular do ADN (Ácido
Desoxirribonucléico), ou DNA em Inglês, que permanece até hoje.
Não foi um trabalho isolado. Caso Watson e Crick não tivessem sido bem sucedidos, inevitavelmente outros
cientistas teriam. Desde então nossos conhecimentos sobre os meios de transmissão de caracteres genéticos
aumentaram imensamente, surgindo as terapias genéticas, a identificação por DNA que inclui os testes de
paternidade, a prevenção de doenças hereditárias e a comparação genético das espécies.
Todos os seres vivos contém um código genético baseado na estrutura do DNA, que é fundamentalmente a
mesma desde as bactérias até o Ser Humano, constituindo forte evidência de parentesco evolutivo, que não seria
necessária caso os seres vivos tivessem sido criados isoladamente.
Com a leitura do DNA, pode-se constatar e media a distância evolutiva que separa as diferentes classes de seres
vivos. Pôde-se confirmar que os animais mais distantes geograficamente tem estruturas genéticas mais
diferentes. O rastreamento genético viria a confirmar e reforçar a explicação evolucionista para a distribuição
das espécies no mundo.
Com a leitura de DNA residual, que já permite a identificação até mesmo em materiais "mortos", é possível
analisar os elos de parentesco entre as espécies vivas e as atuais, técnica que vem sendo refinada a cada dia. E
no futuro, como um dos resultados do Projeto GENOMA que mapeou totalmente o código genético humano,
será possível afirmar com precisão onde e quando se encaixam cada evidência fóssil na linha evolutiva.
O EQUILÍBRIO PONTUADO
As variações ambientais podem ser causadas por vários fatores, terremotos, mudanças climáticas, surgimento
de vulcões, espécies que se reproduzem demais e eliminam outras, ou espécies que se extinguem e prejudicam a
cadeia alimentar. Ao longo da história geológica da Terra muitas mudanças drásticas ocorreram, como impactos
devastadores de meteoros e glaciações.
É exatamente nestas condições que as grandes transformações ocorrem nas espécies, pois a Seleção Natural
muda as regras e se torna mais rigorosa, e qualquer pequena particularidade pode fazer toda a diferença. Nestas
situações também as mutações ocorrem com maior frequência.
O processo evolutivo portanto não é linear, mas sim irregular, com períodos de maior ou menor
desenvolvimento. O dimensão da diferença entre estes períodos porém está em ampla discussão no meio
científico atual.
Os Gradualistas, apesar de admitirem a irregularidade do processo evolutivo, preferem entender a evolução
como um processo mais estável, ao passo que os Pontuacionistas, baseados na hipótese do Equilíbrio Pontuado
do grande cientista evolucionista Stephen J. Gould, enfatizam uma maior instabilidade na história evolutiva,
com grandes períodos de estagnação e breves períodos de aceleração evolutiva.
O Equilíbrio Pontuado propõe que as espécies permanecem estáveis por vastos períodos de tempo até que
repentinamente as condições ambientais mudem. Neste momento, a Seleção Natural passa a beneficiar outros
fatores que antes seriam inócuos ou desvantajosos, forçando a evolução. Como esses períodos de mudança são
breves, logo a espécie se estabiliza novamente, para um novo período de nova estagnação.
Essa hipótese porém não é exatamente uma novidade, mas apenas um ênfase em aspectos já previstos desde
Darwin, uma vez que é óbvio que uma espécie bem adaptada ao seu ambiente dificilmente evolui, pois qualquer
mudança significativa num indivíduo dificilmente resultaria em vantagens, e seria eliminada pela Seleção
Natural.
Um crítico dessa hipótese Richard Dawkins, que cosuma ver o Pontuacionismo como uma mera "nota de
rodapé" ao Neodarwinismo. Dawkins, um dos maiores defensores contemporâneos do Evolucionismo, também
contribuiu para a ciência mediante a ênfase da Seleção Natural a nível Genético, sugerindo que a Evolução seria
como se, de um certo modo, ocorresse uma luta dos próprio Genes para se perpetuar, utilizando os organismo
como veículos. Dawkins é também o formulador da hipótese da Memética, que numa analogia à sua proposta
da Evolução com ênfase genética, sugere que as informações na forma de estruturas fundamentais chamadas
Memes, também se comportariam de forma similar aos genes, lutando para se perpetuar da melhor forma
possível, o que abre a possibilidade de estender a Teoria da Evolução até mesmo para a dinâmica cultural e
teorias da informação.

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