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ASSIM NÃO DÁ…

Com a concertação da oposição para suspender a aplicação do Código Contributivo e


de mais meia dúzia de diplomas fiscais, o Parlamento Português demonstrou que não
pretende que o governo socialista se mantenha e venha a terminar o seu mandato.
Temos receio de que quanto mais durar o sofrimento pior será para todos nós. Na gíria
que conhecemos, o governo socialista assemelha-se a um doente condenado a morrer
a quem os médicos negam tratamento paliativo. Morrer tem que morrer antes do
tempo. Se não há intenção de ajudar a viver o pouco que resta, de forma digna e sem
dor, então porque prolongar o sofrimento? Mas sabe-se do histórico anterior que
governo precocemente derrubado vitimiza-se, cresce e volta a ganhar com maioria
acrescentada. Daí a necessidade de prolongar a agonia.
Em Paredes, o governo da Câmara Municipal tem maioria absoluta e não tem razão
para temer qualquer ameaça ao seu poder musculado e tendencialmente persecutório.
A oposição, nem coligada teria qualquer hipótese de mudar fosse o que fosse. A
existência de minorias é a prova de que existe democracia. Saber respeitá-las num
quadro de poder absoluto é uma prova de inteligência e de atitude elevada. Na última
Assembleia Municipal de Paredes a atitude do Senhor Presidente da Câmara Municipal
de Paredes desiludiu-nos. Foi no mínimo deselegante. Não fica bem que quem recebe,
intimide quem não comunga das suas ideias, com atitudes de arrogância e numa total
impunidade porque joga em casa, o árbitro é do mesmo clube e a claque está do seu
lado. Depois de vários apelos da maioria e da oposição para que os trabalhos
decorressem com debate vivo mas elevado, eis que tudo desmoronou com a
intervenção de quem deveria ser o mais moderado. Em vez de esclarecer os presentes,
nomeadamente quem tem opinião diferente, das razões para apresentar um
orçamento que suscita tantas dúvidas de interpretação e de razoabilidade, preferiu
partir para a ameaça, insulto e atitude arrogante, subindo o tom de voz a ponto de se
tornar insuportável de ouvir e de aturar. Já anteriormente a bancada que o apoia tinha
tentado à saciedade, distrair os presentes, mas talvez mais o público e jornalistas das
galerias, com a ideia de que o Governo de Sócrates é o culpado pelas desgraças que
atormentam este concelho Na verdade, apesar dos investimentos e colaboração do
governo na obtenção de Fundos Comunitários para a construção das escolas,
equipamentos sociais e para obras infraestruturais, continuamos a não conseguir
descolar da cauda dos mais pobres do Norte porque tem faltado a revitalização eficaz
da iniciativa empresarial. Neste contexto de desvio da atenção dos problemas locais, a
maioria propôs e aprovou uma moção dirigida à Assembleia da República a solicitar a
revogação do Código Contributivo. Não se perceberia a oportunidade desta
pretensiosa moção se não soubéssemos que a seguir se esperava que o Orçamento da
Câmara Municipal de Paredes fosse criticado exactamente por pretender obter
receitas à custa de um aumento para o máximo permitido, tanto da Derrama como do
I.M.I. Menos se percebe, porque mantiveram essa moção depois de se ter
conhecimento da suspensão no dia anterior do Código proposto na Assembleia da
República. Apesar do mau feitio, que de vez em quando vem ao de cima e lhe faz
estalar o verniz, o senhor presidente não nos conseguiu convencer de que gastar um
milhão de euros para a construção do "maior mastro para colocar a maior bandeira
nacional" é uma despesa essencial ao desenvolvimento e bem-estar da população do
concelho de Paredes. Apesar de questionado não explicou a deferência com que trata
nos documentos previsionais algumas freguesias em relação a outras. Não será o
Presidente de todo o concelho? Não compreendemos o apoio do presidente da junta
de freguesia de Parada a este orçamento. Ainda tem esperança de manter a sua escola?
Será que não ouviu a reafirmação de que a Carta Educativa era para se cumprir, tal
como estava desenhada, "até à última porta" ou então há aqui incoerência ou falta de
transparência de alguém.

Baptista Pereira
Deputado na AM de Paredes
30-11-09

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