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verdade depende do encontro com alguma coisa que nos fore a pensar e a procurar
esse verdadeiro. Neste sentido, a subjetividade obedece uma coao, que provm do
acaso dos encontros, da violncia dos encontros. O encontro, obriga, coage, fora a
busca, a compreenso, a curiosidade. Mas quem , em verdade o agente causador
dessa violncia sobre o pensamento? H quem submetemos o nosso pensar? Deixo o
prprio Deleuze responder: Pois precisamente o signo que objeto de um
encontro e ele que exerce sobre ns a violncia.
Trata-se, portanto de fazer sair o prprio pensamento de seus pressupostos
formais. O pensar em Deleuze ganha uma dimenso criativa engendrada pela prpria
violncia que o signo o submete. Qual a fora que faz o signo aparecer? Ora, sua
ausncia de sentido: o signo da ordem do problema. O esforo do pensamento, a sua
convocao, desfazer esse problema, fazer o signo deixar de ser signo, dar a ele
um sentido, mas no essencializando-o, ou colocando-o em um lugar de confortvel
semelhana. O que interessa no o que o pensamento pensa, mas o que ele capaz
de pensar. Diante deste contexto, o signo emerge como uma multiplicidade de
significados, de pontos de vista, de devires.
Horizontes descortinados, seria possvel fazer um entrecruzamento da filosofia
da diferena e uma antropologia que ouso chamar de antropologia dos encontros?
Podemos pensar em que medida um texto acadmico como uma etnografia pode
ser tambm uma obra criativa, tanto quanto o pensamento o para Gilles Deleuze?
Seria o caso de pensar a etnografia e o pensamento como obra de uma multiplicidade
que entrelaa em si diferentes dimenses de um aprender?