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INTRODUÇÃO
O projeto AÇÂO - Curvelo é fruto de uma parceria entre o Centro Popular de Cultura e
Desenvolvimento (CPCD), a Prefeitura Municipal de Curvelo, o Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente e a Petrobras. A proposta é desenvolver atividades que possam contribuir
na construção de políticas públicas governamentais e comunitárias de AÇÃO – Acolhimento,
Convivência, Aprendizagem e Oportunidade – para crianças e jovens, principalmente, assim como
para as comunidades rurais de Curvelo.
O trabalho teve início no mês de fevereiro, com a mobilização local, que resultou na realização de 11
reuniões para a apresentação do projeto nas comunidades que serão atendidas, além de convites às
pessoas para que participassem das capacitações. Foram realizadas quatro capacitações de Mães
Cuidadoras e de Agentes Comunitários de Educação, envolvendo104 pessoas da zona rural, e duas
capacitações de Agentes Comunitários de Educação, com a participação de 50 adolescentes da
cidade, uma formação de Educador Social para 39 pessoas e uma palestra para um público de 71
pessoas.
• Mobilizações
Zona Rural
A mobilização para dar início ao projeto em Curvelo foi feita a partir de 11 reuniões, todas realizadas
nas comunidades rurais. Os Agentes Comunitários de Saúde, que ficaram com a responsabilidade de
agendar os encontros com as comunidades, foram parceiros fundamentais nessa mobilização.
As reuniões serviram sobretudo para divulgar os objetivos do projeto, conversar com as comunidades
sobre o que irá acontecer a partir de sua implantação, bem como abrir inscrições para as oficinas de
Educadores Sociais, primeiras atividades do projeto AÇÃO - Curvelo nas comunidades. Participaram
das reuniões cerca de 50 pessoas, tendo sido feitas 160 inscrições. A população ficou entusiasmada
com a idéia de participar de um projeto coordenado pelas próprias comunidades.
Zona urbana
Para realizar as duas oficinas de Agentes Comunitários de Educação com jovens na faixa etária de 14
a 16 anos, foi aproveitada a lista de inscrição do projeto Fabriquetas. Junto à Superintendência
Estadual de Ensino, foi feita ampla divulgação nas escolas estaduais, que encaminharam cinco
alunos de cada instituição. Esses alunos fazem parte do Programa Afetivo Sexual (PEAS). Ao todo,
foram feitas 50 inscrições, envolvendo seis escolas.
Foram realizadas sete capacitações, cinco delas em Curvelo – duas com a participação de 45
pessoas das comunidades rurais de Canabrava, São José das Pedras, Bananal, Mascarenhas, Saco
Novo, São Geraldo do Jataí e Santa Rita do Cedro (essas oficinas aconteceram em Curvelo, pois é
mais fácil para as pessoas virem à cidade do que se deslocarem para uma comunidade na zona
A metodologia aplicada teve os seguintes objetivos: formar grupos, capacitar as mães a acolher,
conviver e aprender com as crianças e adolescentes e possibilitar aos jovens a oportunidade de serem
protagonistas em suas comunidades.
Elaboração do PTA
A primeira atividade após as oficinas foi um encontro com todos os educadores para elaborar o
Plano de Trabalho e Avaliação (PTA). O grupo de 22 educadores foi dividido em quatro pequenos
grupos e pediu-se a eles que se perguntassem (como, de que forma, qual) sobre as quatro dimensões
do projeto: Acolhimento, Convivência, Aprendizagem e Oportunidade.
Terminada essa atividade, eles identificaram os “pontos de apoio” e os “pontos luminosos” das
comunidades e criaram novas propostas, utilizando esses pontos como aliados, buscando responder
às perguntas elaboradas a partir das dimensões do projeto. O passo seguinte foi levantar os
indicadores de êxito de cada atividade.
Rodas de histórias
As rodas de histórias têm estimulado, principalmente nas crianças, o hábito da leitura, pois ao
término de cada roda são repassados livros aos participantes. Combina-se, então, um tempo para a
leitura e depois é a vez de cada criança contar a história do seu livro. As rodas de histórias também
têm revelado a riqueza cultural guardada nas comunidades. Aos poucos, as pessoas vão se
animando e entrando na roda para contar “causos” que ouviram de seus pais e avós, como o caso
da luz que anda no Cerrado ou o da onça parida na grota. Nessas rodas, há aprendizagem e
valorização coletiva.
Foram realizadas três sessões de cinema, que envolveram 230 pessoas de todas as idades. Nas
comunidades de Bananal, São José das Pedras e Saco Novo, antes da exibição do filme, houve uma
preparação: as pessoas se reuniram para limpar a barraquinha, definiram quem iria fazer a pipoca e
quem iria preparar o chá.
Embelezamento da comunidade
A convite dos Agentes Comunitários de Educação e das Mães Cuidadoras, as pessoas das
comunidades se reuniram para pintar casas e pontos de ônibus, utilizando como matéria-prima a
tinta de terra. No início, a atividade causou muita desconfiança.
À medida que as pinturas ficavam prontas, entretanto, as pessoas iam se encantando com o que elas
próprias haviam produzido. Na hora da pintura, crianças, adultos, idosos, quase todos queriam
participar. Alguns preferiam ficar só olhando, “fiscalizando”, outros buscavam pincel, vasilhas, terra,
enfim, o que fosse preciso para poder participar.
Em Poções, o Sr. João de Barro construiu uma espécie de “rodoviária” – um cômodo para as crianças
que esperam o ônibus escolar e as pessoas que precisam ir a Curvelo ou a Corinto se abrigarem do
sol e da chuva. A Mãe Cuidadora da comunidade mobilizou um grupo de pessoas para ir até lá e
pintar o local. Em Mascarenhas, a comunidade decidiu embelezar as ruas do local. Duas vezes na
semana, o grupo se reúne e escolhe uma casa para ser embelezada. Além de pintar, fazem jardins
ao redor ou na frente das casas.
Oficinas comunitárias
Em Bananal e São José das Pedras, as Mães Cuidadoras, junto com o Agente Comunitário de
Educação e o de saúde, mobilizaram as comunidades para se reunir e fazer sabão caseiro. No dia
combinado para o encontro, D. Selma, que iria ensinar, não pôde comparecer e mandou a receita.
Mesmo assim, as pessoas decidiram preparar o sabão. Mas um erro de interpretação na receita fez
Na hora da avaliação, as pessoas disseram ter gostado da atividade e não deram muita importância
ao erro na execução da receita, valorizando mais o encontro. Prova disso é que marcaram para o
final de semana seguinte, na casa da D. Áurea, a produção de biscoitos de nata, de queijo e de
polvilho. Esse combinado foi muito interessante, pois todos contribuíram com os ingredientes: teve
gente que deu a lenha, um deu três ovos, outro forneceu meio litro de leite, outro ainda deu uma
xícara pó Royal, até juntar o necessário para a confecção das três receitas.
GERENCIAMENTO DO PROJETO
O projeto é coordenado pelo CPCD, que disponibilizou uma equipe de três educadores para
acompanhar o trabalho das Mães Cuidadoras e dos Agentes Comunitários de Educação nas
comunidades rurais e dos Agentes Comunitários de Educação que atuam na cidade.
ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
Desde a mobilização para montar as oficinas de Educadores Sociais, as pessoas receberam o projeto
de braços abertos. Agora, com as atividades em andamento, a comunidade se coloca como a
principal parceira. De uma maneira geral, todas as coisas que são propostas nas rodas são bem
aceitas pelas comunidades, que já acrescentam suas próprias idéias para o melhor desenvolvimento
dos trabalhos.
O projeto é realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, que disponibiliza transporte
e uma equipe de apoio formada por uma enfermeira e uma auxiliar de enfermagem.
Para a apresentação do projeto, foi realizada uma reunião que contou com a participação do prefeito
e de seu vice, além de vereadores, secretários e outras autoridades. O projeto recebeu o apoio dessas
autoridades, que se colocaram à disposição para contribuir com o que fosse necessário para a sua
execução.
Nos dias 27 e 28 de março, houve uma capacitação de Educadores Sociais, que envolveu 13
enfermeiras e 18 professores da Superintendência de Ensino, e uma palestra para 70 Agentes
Comunitários de Saúde e um médico.
AVANÇOS OBTIDOS
• Índices Qualitativos
DIFICULDADES ENCONTRADAS
Como as atividades planejadas pelos educadores tiveram início a partir de 13 de março, ainda não
temos uma avaliação mais profunda das ações realizadas até o momento (29/03). Observa-se que a
comunidade tem participado e recebido bem as equipes de trabalho. Agora, o grupo precisa
encontrar uma forma mais dinâmica de mostrar os resultados e de se encontrar, já que as
comunidades encontram-se espalhadas.
REFLEXÃO
É muito prazeroso trabalhar na zona rural, estar em contato com a terra, a poeira, as árvores, os
passarinhos e com as pessoas que nos dão a oportunidade de aprender com elas.
Perfil da Equipe
A capacitação de Educadores Sociais aconteceu nos dias 27 e 28 de março, tendo sido coordenada
por Tião Rocha, presidente do CPCD. Contou com a participação de 13 enfermeiras, uma médica e
dois educadores da Secretaria Municipal de Saúde, 16 professores, duas coordenadoras do PEAS
(Programa Afetivo Sexual) da Superintendência de Ensino e três educadores do CPCD.
Atividades Desenvolvidas
Nessa capacitação, foi feito um trabalho de formação de um time coeso, apto a ser protagonista,
capaz de valorizar os saberes e fazeres das comunidades onde o projeto AÇÃO será desenvolvido.
Nas rodas com os participantes, foram inseridas as seguintes dimensões: Acolhimento, Convivência,
Aprendizagem e Oportunidade, que são utilizadas como direcionamento das atividades do Projeto
AÇÃO - Curvelo; de Cultura, como matéria-prima de Educação e Desenvolvimento; do IPDH (Índice
de Potencialidade de Desenvolvimento Humano), dos pontos luminosos das crianças, dos jovens e
das comunidades.
A primeira atividade buscou formar um time capaz de jogar o jogo da inclusão. Para isso, foi feita
uma dinâmica usando uma bolinha. Cada participante deveria jogar a bolinha e falar o próprio
nome, jogando depois a bolinha para alguém e dizendo o nome daquela pessoa. Em seguida, na
discussão, as pessoas avaliaram de forma muito positiva a maneira de se apresentar. Nesse
momento, o grupo começou a conhecer o real sentido do projeto AÇÃO.
Voltamos então para a roda e, a partir daquele momento, a bolinha deveria passar nas mãos de
todos, no menor tempo possível. Essa parte foi interessante, pois na primeira tentativa o tempo foi de
1:54s. O grupo ficou muito contente, mesmo sabendo que o recorde mundial é de 00:01s.
Provocado, o grupo assumiu o desafio de baixar o tempo, reduzindo-o, na segunda tentativa, para
01:20s. Para isso acontecer, houve várias situações no grupo: pessoas que davam sugestões, outras
que falavam que não iriam conseguir.
Avanços Obtidos
Qualitativos
- Troca de experiências.
- Mudança de opinião em relação aos adolescentes e comunidades.
- Abertura da visão de mundo.
- Conhecimento sobre a metodologia do CPCD.
- Grupo motivado.
Quantitativos
- 36 pessoas participantes
- 16 horas de capacitação
Reflexão
“Acredito que, após essa capacitação, o projeto AÇÃO – Curvelo conquistará mais parceiros, pois
todos os participantes estão motivados a olhar o lado luminoso das pessoas e a valorizar os saberes
locais, de forma a contribuir com o crescimento de todos.”
Mães
Nomes ACE Comunidade Carga Horária
Cuidadoras
Santa Rita do Cedro
Carmem Rosa Silva X 20 h semanais
Mães
Nomes ACE Comunidade Carga Horária
Cuidadoras
Mascarenhas
Maria Lúcia Gonçalves Ribeiro X 20 h semanais
Mães Pai
Nomes ACE Comunidade Carga Horária
Cuidadoras Cuidador
Varzea de
Maria Aparecida X Cima 20 h semanais
X Pedras
Wesley José Chaves
Wellington Camilo Leite X
Roça do Brejo
Alessandra Rosalina Torres
X
Tomaz
Rosiane Pereira Macedo
X Gonzaga
Queli Cristina Miranda de Matos
X
Eunice Barbosa Mendes Estiva
X
Cleonice Barbosa Saraiv
X
Claúdia de Melo Silva Poções
X
Fevererio
Obs:
OBJETIVO: Desenvolver atividades que promovam atencão e cuidados às crianças, adolescentes e comunidades atendidas
ATIVIDADES,
OBJETOS PERGUNTAS INDICADORES E
DIMENSÕES TÉCNICAS E PÚBLICO ALVO TEMPO E RESPONSÁVEL
IMPORTANTES EVIDÊNCIAS
NSTRUMENTOS
- Qual a melhor - Contação de - Gosto pela - Crianças - De março a dezembro de
forma de acolher histórias; leitura; adolescentes 2007
a criança e o - Bornal de Livros; - Crianças mais
adolescente? - Algibeiras; afetuosas e - Comunidade - Agentes Comunitários de
- Produção de carinhosas; Educação
Atenção e cuidado Livretos das - Empolgação, Mães Cuidadoras
com as crianças e comunidades; entusiasmo; CPCD
Acolhimento
os adolescentes - Banco do Livro; - Alegria, amizade,
- Oficinas de união.
Brinquedos; - Mudança no
- Bornal de Jogos; modo de pensar e
- Grupos com agir das crianças,
Jovens. adolescentes e
comunidade.