As Diferenças entre Opiniões e Pronunciamentos Oficiais
(situações encontradas na Bíblia) É muito comum encontrarmos livros que colocam citações de líderes da Igreja do passado que parecem contrariar com o que a Igreja prega hoje. Lendo a Bíblia, talvez não percebamos que de um capítulo ou mesmo de um versículo para outro, podem ter vários anos de diferença e, que durante ou na intercalação destes, muitos assuntos foram ensinados ou difundidas como opinião pessoal dos apóstolos, líderes e discípulos de Cristo, até também serem revelados e aceitos como certos ou, tidos como errados e portanto, desprezados. Paulo, certa vez escrevendo à Igreja em Corinto, Grécia, disse: “Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher incrédula, e ela consente em habitar com ele, não se separe dela” (I Cor. 7:12; grifos nossos). Observemos bem, que Paulo conhecia a distinção em falar em nome do Senhor - “digo eu, não o Senhor” - e emitir sua própria opinião. Nessa mesma carta aos Coríntios, ele confirma de forma incontestável o conhecimento que possuía sobre a diferença entre algo ser sua opinião ou conselho e, uma posição oficial da Igreja: “Porventura digo eu isto como homem? Ou não diz a lei também o mesmo?” (I Cor. 9:8; grifos nossos). É muito claro o entendimento que Paulo possuía acerca de falar em nome do Senhor ou emitir uma opinião pessoal. Nessa escritura, quando ele pergunta: “digo eu isto como homem, ou a lei não diz o mesmo?” ele enfatiza, que dessa vez, sua opinião coincidia com a da lei, demonstrando a distinção clara entre esta declaração e a outra anteriormente citada, que dizia: “digo eu, não o Senhor”. Talvez, fosse mais prudente e proveitoso para a maioria dos críticos, distinguirem e estudarem melhor sobre esse assunto, antes de procurarem comparar e distorcer as afirmações não-oficiais de líderes da Igreja com a posição oficial desta, tentando mostrar possíveis contradições, a fim de alegarem ser esta uma falsa igreja. A Posição da Igreja e as Citações Pessoais de Seus Líderes Joseph Fielding Smith, um dos profetas dessa dispensação, explanando sobre esse assunto, em nossos dias, - percebam a mesma coerência com a posição do apóstolo Paulo - declarou: “Não faz nenhuma diferença o que é escrito ou dito por qualquer um, se o que foi dito estiver em conflito com o que Deus revelou. Isto deverá ser posto de lado. Minhas palavras e os ensinos de qualquer outro membro da Igreja, seja alto ou baixo, se não se quadrarem com as revelações, não precisaremos aceitá-los. Isto é muito claro para nós. Nós aceitamos as quatros obras padrões da Igreja pelas quais é medida todas as doutrinas dos homens. Você não pode aceitar os livros escritos pelas autoridades da Igreja como padrões em doutrina, a não ser na medida em que estes conferem com a palavra revelada nas quatro obras padrões. Todo homem que escreve é responsável pelo que escreve e não a Igreja. Se Joseph Fielding Smith escrever algo que está em desarmonia com as revelações, então é dever de todo membro da Igreja rejeitar aquilo. Se o que ele escrever está em perfeita harmonia com a palavra revelada de Deus, então aquilo deverá ser aceito” (Doutrinas de Salvação, Vol. 3, p.203-204). Os críticos, entretanto, de forma dissimulada, insinuam que a Igreja considera seus profetas e apóstolos como homens infalíveis, intocáveis e parecendo superiores até mesmo a Cristo. E tudo isso, no frívolo propósito de distorcerem os ensinamentos da Igreja. É muito fácil perceber essa estratégia. Primeiro, eles citam distorcidamente conceitos ou opiniões retiradas fora do contexto. Depois, exploram-na de acordo com seus propósitos, agregando ainda conceitos afins - também deturpados - para em seguida buscarem escrituras e interpretações preconceituosas, que na maioria das vezes, contrariam frontalmente o que foi escrito até pelos escritores originais da Igreja, a fim de colocarem suas citações em “contradição” com as doutrinas da Igreja. Muitas das doutrinas da Igreja não estão claramente detalhadas nas obras padrões - talvez porque não sejam necessárias para agora - e, isso faz com que muitos membros estudiosos daquelas doutrinas, sejam líderes da Igreja ou não, escrevam ou emitam livremente suas opiniões sobre essas doutrinas ou algum outro assunto, sem que isso necessariamente seja entendido como doutrina ou posição oficial da Igreja. No devido tempo do Senhor, Ele revelará a verdade sobre todas as coisas. Até lá ficam dois tipos de homens: aqueles que estudam e aprendem ou aqueles que criticam e especulam sobre os ensinamentos e as doutrinas de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A crítica e a especulação, acabam sendo, diga-se de passagem, tolos propósitos, pois a verdade está alicerçada muito acima, nas revelações vindas diretamente de Deus. Muitos conhecimentos devem ser conseguidos por vontade própria, sincera fé e esforço pessoal desraigados de preconcepções e rótulos religiosos para que não se cumpra em nós o que o Salvador já advertira tempo atrás sobre aqueles que não buscam sinceramente conhecer a verdade salvadora de Seu evangelho: “para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam e sejam perdoados” (Mc. 4:12). O que se conclui em tudo isso é que os homens sem revelação ficam confusos e apegados somente a letra e, assim acabam dividindo-se em igrejas e mais igrejas com doutrinas, que - apesar de oriundas da Bíblia - são essencialmente contraditórias entre si.