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O conceito pastoral de hoje está centrada em torno de pessoas e suas carências enquanto a
unção apostólica leva as pessoas a se concentrarem no chamado e propósito de Deus para
suas vidas.
A unção apostólica vai ao encontro das carências das pessoas de forma indireta, através de
levá-las a possuírem o chamado e propósito de Deus para suas vidas. Isto faz com que se crie
uma energia dentro das pessoas para vencer suas próprias carências através de sua fé. Esta
ênfase apostólica está baseada no entendimento que Deus nos comprou e salvou com o preço
de seu precioso sangue para que sejamos úteis para Ele e façamos sua vontade em nossas
vidas. Esta visão leva os cristãos para longe de si mesmos direcionando-os para as prioridades
e o estilo de vida do Reino de Deus enquanto Deus se ocupa com suas necessidades primárias.
- Mt 6:33
- Sl 37:4
O conceito pastoral de hoje está baseada em amar, alimentar e levar o peso das pessoas
enquanto que na unção apostólica se procura treinar as pessoas para que elas se firmem sobre
seus pés. A unção apostólica desafia as pessoas a viverem em seu potencial máximo e liberar a
vontade de Deus em suas vidas. As pessoas que respondem a esta exortação elevam-se a uma
posição de grande eficácia e utilidade. Eles desenvolvem “músculos espirituais” enquanto são
treinados a se tornarem vasos úteis para o cumprimento do plano de Deus. A unção apostólica
vai além da questão da segurança e caridade. Ela mexe com as pessoas admoestando cada
homem a se tornar maduro e treinando cada homem em toda sabedoria até que todo homem
seja capaz de ser apresentado perfeito em Cristo.
- Cl 1:28-29
4. Treinar para suprir as necessidades das pessoas X Equipar as pessoas para o ministério
O conceito pastoral de hoje equipa o líder para agir como agente da graça de Deus para
suprir as necessidades das pessoas enquanto que a unção apostólica equipa todo cristão a
funcionar efetivamente no trabalho do ministério. A unção apostólica provê a “palavra da
graça”, a transferência de unção, dons e fé para os cristãos desempenharem seu chamado.
Existe uma transferência apostólica que permite que novas sementes sejam
implantadas nestas vidas e sejam mais produtivas. Isto faz com que destrezas, habilidades
e talentos surjam de onde não havia nada. O manto apostólico permite um maior fluir de
revelação para as pessoas, tornado-as capazes de fazer o que Deus deseja para elas.
“pois é Deus que efetua em vós tanto o querer como o realizar segundo a sua boa vontade” Fp 2:13
5. Manutenção X Maturidade
O conceito pastoral de hoje tem a manutenção como seu objetivo enquanto que a unção
apostólica tem como foco a maturidade.O apóstolo Paulo sentiu dores de parto pela igreja da
Galácia de forma que Cristo fosse formado dentro de cada um deles. Seu desejo era apresentá-los
maduros e completos em Cristo. Mais, a unção apostólica tem a visão de firmar
permanentemente o cristão ao invés de produzir um rápido ajuste a cristãos estagnados.
6. Conceitos X Experiência
O conceito pastoral de hoje vai ao encontro das carências externas das pessoas
trazendo conforto e senso de alívio para os cristãos enquanto que a visão apostólica vai ao
encontro das necessidades internas trazendo uma profunda satisfação e um grande senso
de identidade. A unção apostólica vai além das necessidades e carências externas do
homem. Ela mobiliza interiormente o espírito do homem para se levantar diante das
oportunidades e tomar os recursos espirituais em Cristo para destruir o jugo que aprisiona
e limita o homem. A unção apostólica leva as pessoas a um grande senso de satisfação e
identidade quando vê a resposta do Senhor a sua fé através de milagres que acontecem
diante de seus olhos.
- Is 10:27
Uma das coisas que mais me impactou e liberou a minha vida para as grandes coisas de
Deus foi compreender meu chamado apostólico. Não estou falando de compreender meu
chamado para ser apóstolo, mas para ser apostólico. Nem todas as pessoas são profetas, mas
todas devem ser proféticas. Nem todos são evangelistas, mas devem ter um espírito
evangelístico. Nem todos são apóstolos, mas todos devem ser apostólicos.
Se as pessoas compreendessem claramente o chamado apostólico que está sobre elas teríamos
uma igreja completamente diferente daquele que conhecemos hoje. Na verdade, a igreja dos últimos
tempos será carregada de características apostólicas, pois só poderemos cumprir a grande
comissão se o povo de Deus for um povo apostólico.
Apóstolo significa "enviado". A palavra apóstolo vem da palavra grega apostolos que
significa um delegado, um mensageiro, um embaixador do evangelho, oficialmente
comissionado por Cristo com poder e autoridade. Antes de ser usado na Bíblia era um termo
secular usado pelos Gregos e Romanos para descrever enviados especiais que eram mandados
com o propósito de expandir o domínio do império a que pertenciam. Muitos destes enviados
eram generais com autoridade para ir a novos territórios e lutar, se necessário, para
estabelecer a cultura grega ou romana na região conquistada. Estes também eram
responsáveis por ensinar e estabelecer as novas leis e culturas do seu reino.
A estes enviados era dado poder e autoridade pelo rei para executar seus mandatos. Tudo que
necessitavam lhes era concedido para serem bem sucedidos. Eram homens altamente inteligentes e
talentosos, especialmente escolhidos para esta tarefa. Eram enviados a certos territórios para
subjugar, conquistar, converter, instruir, treinar e estabelecer a cultura do império a que
pertenciam nestes novos territórios.
A palavra apóstolo tem feito parte da igreja desde os dias em que o Senhor ministrou na terra.
Desde então ela descreve a responsabilidade dada aos primeiros discípulos de Jesus. Eles foram
enviados para os territórios desta terra para converter multidões de pessoas e incorporá-las
no Reino de Deus. A eles foi dado poder e autoridade para cumprir com a tarefa a que foram
destinados. Eram responsáveis por ensinar, treinar e instruir os novos cristãos, fazendo-os cidadãos
produtivos do Reino de Deus.
Apóstolos foram enviados para estabelecer o Reino de Deus no coração das pessoas e
estabelecer igrejas em todo mundo. A eles foi dado o poder do Espírito Santo para ajudá-los a
cumprir sua missão. Com isto em mente, compreendemos que ser apostólico significa estar
convicto de ser uma pessoa enviada com todas as condições necessárias para estabelecer o
Reino de Deus nos territórios para onde se é enviado.
Meu desejo é que cada cristão seja altamente contaminada pelo espírito apostólico a fim de se tornar
uma pessoa apostólica.
Ser Apostólico (parte 2)
Quando uma pessoa se torna apostólica tudo muda em sua vida, pois ela entende que
"ser apostólico" significa "ser enviado" (uma vez que a palavra grega apóstolos significa
enviado). Antes de a pessoa ser apostólica ela concebe em sua mente que a decisão foi dela e
ela optou por fazer algo para o Reino de Deus. Quando a pessoa se torna apostólica ela
entende que não foi ela que escolheu, mas que Deus a escolheu e enviou. E isto tem uma
repercussão tremenda em toda vida de uma pessoa.
"Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vos
designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça" João 15:16a.
Assim, uma pessoa apostólica difere em muito de uma pessoa que não é apostólica, pois:
1. Uma pessoa apostólica é uma pessoa confiante. Como não foi ela que decidiu por si
própria, mas foi escolhida e enviada por Deus, não tem as dúvidas de uma pessoa que
decide por si própria. A pessoa que decide por si própria pode ser tomada por incertezas e
receios em algum momento da missão. Não tem convicção se realmente é aquilo que deve
fazer. Mas uma pessoa apostólica não. Vai e não importa com o que aconteça nada a esmorece,
pois não surgem dúvidas em seu coração sobre o que realmente deve fazer. Se Deus a escolheu e
enviou certamente Ele a achou capaz para executar a tarefa e lhe deu todas as condições para tal e
lhe protegerá.
2. Uma pessoa apostólica é uma pessoa que avança. A pessoa duvidosa se detém no caminho
pela falta de confiança. Porém uma pessoa apostólica não se detém, pois sabe exatamente
que foi enviada para executar uma tarefa e não para antes que esta tarefa tenha sido
realizada. A pessoa duvidosa anda mais devagar, pois não tem confiança que esta é a
verdadeira direção para sua vida. Mas a pessoa apostólica não para, nem sequer olha para
trás, pois se Deus a escolheu para tal obra, a pessoa sabe que é possível que ela faça tal
coisa.
3. Uma pessoa apostólica é uma pessoa que não perde tempo. Uma pessoa apostólica não fica
detida em coisas que a circulam, pois tem um chamado maior. Não pode perder tempo com
coisas secundárias enquanto que seu primeiro e principal chamado ainda não foi cumprido.
Uma pessoa que não tem convicção vai mais devagar, pois sua insegurança gera incerteza
que intimida a pessoa de correr muito rapidamente para o alvo. Uma pessoa apostólica tem
certeza do seu chamado principal e não perde tempo com outras coisas.
4. Uma pessoa apostólica é uma pessoa que faz coisas que pessoas normais não fazem.
Pessoas normais não se atreveriam a fazer algumas coisas que os enviados fazem, pois
pessoas normais se enchem de medo ao enfrentar grandes desafios. Mas uma pessoa
apostólica sabe que Deus a escolheu para realizar alguma coisa. Se a ela foi destinada a
fazer algo, não há dúvidas em sua mente e segue em frente, pois sabe que Deus está
esperando que ela execute aquilo. Também sabe que Deus abrirá as portas que forem
necessárias para que aquelas coisas extraordinárias aconteçam. Por isso sua fé é muito
superior a um cristão não apostólico.
Entenda que Deus o escolheu e torne-se uma pessoa apostólica, a fim de ser uma pessoa extraordinária
aqui na terra.
Deus está levantando apóstolos para restaurar o espírito apostólico gerando assim um povo
apostólico formado por pessoas apostólicas para que tenhamos uma igreja apostólica a fim de
cumprir com a grande comissão.
A Restauração do Ministério Apostólico
O destino da igreja é que ela alcance uma glória a um nível jamais imaginado. A glória
de uma noiva no dia de seu casamento. Quando a noiva chega todos param de fazer o
que estão fazendo para apreciar a chegada dela. Assim será nos últimos dias, todos
ficarão fitos na beleza e glória que a igreja terá. Para que cheguemos a tal situação,
necessariamente precisaremos andar num nível diferente de unção daquela que
temos andado hoje. Mas o que é unção?
- Ef 5:27
Unção é a graça de Deus que se move sobre uma pessoa para que ela possa
realizar coisas sobrenaturais em uma determinada área. A unção diz respeito ao dom
espiritual que está sobre esta pessoa. A pessoa que tem o dom de curar possui uma
unção para curar. A pessoa que tem o dom de evangelista tem uma unção para
ganhar pessoas para Cristo com muita facilidade. Quem possui o dom tem uma
habilidade sobrenatural naquela área sem que alguém tivesse ensinado aquela
pessoa a fazer aquilo que faz. A unção lhe confere esta habilidade.
I Jo 2:27
A unção na qual a igreja anda hoje é a unção pastoral, pois são pastores que
dirigem as igrejas. Eventualmente temos evangelistas dirigindo igrejas que faz com
que a igreja se mova numa unção evangelística. Para a igreja alcançar uma situação
muito superior a que alcançou até agora, ela precisa andar num novo nível de unção muito
diferente que experimentou até agora. Se continuarmos andando na mesma unção
continuaremos fazer a mesma coisa e continuaremos a obter os mesmos resultados.
Na bíblia vimos que a igreja primitiva se movia na unção dos apóstolos. Este é
um tipo diferente de unção daquela que temos experimentado na igreja atual. Muitas
vezes nos frustramos por não conseguirmos imitar o que acontecia na igreja
primitiva. Isto acontece por carecermos de uma unção diferente daquela que
possuímos. Para andarmos no padrão dos Atos dos Apóstolos, temos que andar na unção dos
apóstolos. Enquanto a igreja viver debaixo apenas da unção de pastores ouviremos falar dos
"atos dos pastores" e nunca experimentaremos os "atos dos apóstolos".
1 vez pastor
3 vezes evangelista(s)
13 vezes mestre(s)
25 vezes profeta(s) (ao todo são 172 vezes, referindo-se 25 vezes a profetas
ativos no Novo Testamento)
83 vezes apóstolo(s)
- I Co 13:28
Por muito tempo em minha vida fiquei me perguntando como deveria funcionar a estrutura de
autoridade e governo na igreja. Lia uma coisa na Bíblia e via várias práticas na igreja que, na grande
maioria das vezes, era completamente diferentes daquilo que via nas Escrituras. Nunca consegui me
alinhar com as práticas correntes das igrejas, pois não via correlação com a Palavra de Deus. Desta
forma me dediquei muito a estudar este caso. Pesquisei incansavelmente. Busquei posicionamentos
diversos. Trouxe vários livros de autores diferentes de toda parte do mundo. Li toda literatura que
encontrei. Assim, aquilo que passarei a escrever é um compêndio do assunto em questão.
Sei que de alguma forma já tenho sido contestado por alguns posicionamentos que tenho tomado
até então. Também sei que a partir de agora ainda maiores controvérsias surgirão. Porém meu
compromisso não é com a tradição e muito menos com alguma instituição, mas com Deus e com a
restauração de sua igreja.
O conteúdo deste tema será desenvolvido nesta e nas próximas edições para que se possa
desenvolver na completude a abrangência deste assunto.
Cobertura Espiritual
Nas duas últimas décadas uma prática tomou conta das igrejas. A prática da “cobertura
espiritual”. Esta prática não era conhecida até o surgimento das igrejas independentes na
década de 1970. Para que estas igreja independentes não ficassem a mercê unicamente de seu
líder máximo, e para que houvesse proteção do pastor, dos membros da igreja local
(independente) e, de forma geral, da igreja global (evitando escândalos e desvios), foi criada
uma forma de segurança através da cobertura espiritual a quem aquele líder ou igreja se
submete. Nas denominações tradicionais por muito tempo não se falou sobre este assunto, a ainda não
se fala em muitas delas, pois a questão da cobertura espiritual está intrínseca nas linhas de governo e
autoridade da denominação.
Depois de muito tentar encontrar na Bíblia um exemplo que avalizasse a “cobertura espiritual”
como a conhecemos hoje, nada encontrei. Por incrível que pareça não existe nenhum exemplo
bíblico daquilo que chamamos hoje de cobertura espiritual. Existem sim, muitos exemplos de
discipulado (Moisés e Josué, Elias e Eliseu, Jesus e os 12 apóstolos, Paulo e Timóteo, entre
outros), porém não há exemplos de “cobertura espiritual”. Busquei então em autores que
escreveram sobre este assunto para ver se estava equivocado, porém nenhum conseguiu explicar a
pratica moderna de “cobertura” através de um exemplo bíblico.
Historicamente tem se visto que a igreja tem desenvolvido sistemas alternativos para solucionar
carências em alguma área da igreja. As organizações para-eclesiásticas tem se desenvolvido exatamente
neste mercado. Alternativas tem sido desenvolvidas para tapar a brecha daquilo que tem sido
negligenciado pela igreja.
Creio que o modelo de igreja desenvolvido por Deus é completo em si mesmo. Quando se mexe
no modelo estabelecido por Deus, como tem acontecido através dos séculos, é necessário desenvolver
alternativas paralelas para que o sistema venha a funcionar. Assim são incorporados apêndices na igreja
para tornar viável seu funcionamento. Não sou contra as estruturas para-eclesiásticas, pois graças a elas
chegamos onde estamos. Porém precisamos caminhar para o modelo de igreja neo-testamentária.
A cobertura espiritual se tornou uma destas invenções. Graças a Deus pela “cobertura
espiritual”, pois apesar dela ser uma disfunção bíblica, ela veio resolver uma situação causada
por outra disfunção bíblica, igrejas e pessoas independentes. Nem uma e nem outra seguem o
modelo bíblico.
Quando a chuva cair, os rios transbordarem e os ventos sobrarem, não adianta termos
um bom telhado (cobertura) em uma casa para que ela não caia, mas como a palavra de Deus
diz, temos que ter um bom fundamento. A maior proteção que uma pessoa pode ter para que
tenha estabilidade, é estar alicerçada sobre um bom fundamento. O fundamento por si só faz o
trabalho de proteção contra as muitas águas, os fortes ventos e as tempestades,
circunstâncias estas criadas pelo inimigo para destruir nossas vidas. O fundamento é que traz
a segurança e proteção que a maioria dos cristãos espera encontrar em uma “cobertura”. Se
quisermos ser vencedores temos que correr desesperadamente atrás de um bom fundamento
e não atrás de uma boa cobertura
Hoje se tem falado muito sobre “cobertura espiritual”. Porém, infelizmente, no meio
daqueles que são sinceros, honestos e querem verdadeiramente ser obedientes a Deus,
há alguns que querem alguém com quem possam se aliançar e, através desta
aliança, alcançar projeção e visibilidade no meio eclesiástico. Querem que suas
“coberturas” sejam pessoas famosas e de prestígio, para serem vistos com
aqueles que são importantes. Outro dia ouvi falar de um caso onde um pastor estava
desesperadamente querendo conhecer aquele que por muitos anos ele dizia ser sua
cobertura.
Se quisermos edificar uma casa de forma segura, correta e que subsista ao tempo
temos que buscar engenheiros e arquitetos que farão um projeto e nos darão sábias
orientações que servirão de base para construirmos. Da mesma forma quanto a
igreja. Se quisermos edificar a igreja de forma correta e segura e que subsista
as intempéries espirituais temos que seguir a orientação de exímios arquitetos
ou construtores espirituais. Não basta termos um bom telhado (cobertura) para que
uma edificação subsista ao tempo. Temos que ter um bom projeto. Temos que ter
uma boa base.
Deus deu capacitação sobrenatural a algumas pessoas para serem estes arquitetos
espirituais de sua igreja, ou seja, pessoas dotadas com aptidões espirituais para fazerem o
projeto e darem orientações sábias que sirvam de base para se edificar a igreja. Se não
tivéssemos pessoas com estes dons na igreja, estaríamos em sérios problemas, pois cada
um construiria conforme seu pensamento, sem sabedoria e entendimento, o que resultaria
em uma igreja edificada de forma irresponsável que não suportaria aos terremotos da
vida.
O apóstolo Paulo escreveu que “segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o
fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele” (I Co 3:10). A palavra grega
traduzida como construtor é ARCHITEKTON, de onde deriva a palavra arquiteto. Um arquiteto
é uma pessoa cuja profissão é preparar projetos para edificações e exercer a superintendência
geral em sua construção. Um arquiteto faz projetos de estruturas complexas, e orienta como
edificá-las. Ele planeja e constrói para alcançar resultados desejados. Ele faz projetos e tem
estratégias definidas em como construir.
Paulo se auto identificava como um arquiteto espiritual. Ele reconhecia que não era
apenas um simples arquiteto, porém, como escreveu, ele se intitulava como sendo um
prudente arquiteto. A palavra grega usada para prudente significa alguém perito em sua
atividade. Uma pessoa experiente e sábia naquilo que faz. Isto significa que Paulo tinha aptidões
diferenciadas dadas por Deus (dons) para estabelecer as bases arquitetônicas da igreja.
Aquilo que Paulo ensinava era um projeto espiritual com as devidas estratégias para
edificação da igreja. Seus ensinamentos explicavam como Paulo, através de seus atributos
especiais, ou seja, através da graça que Deus lhe havia concedida, recebera revelação e havia
concebido a igreja. Os ensinamentos apostólicos eram projetos espirituais com suas devidas
estratégias para trazer a cabo estes planos. Esta é uma das principais funções apostólicas.
Quem quiser andar num modelo verdadeiramente bíblico precisa estar construindo sobre as bases
apostólicas. São os apóstolos que receberam a função e os dons necessários para
estabelecerem os fundamentos, ou seja, as bases arquitetônicas da igreja. Quem construir fora
destas bases estará fora da concepção de funcionamento que Deus fez para sua igreja. A segurança está
em construir sobre as bases corretas e não apenas ter a cobertura correta. Desta forma, a verdadeira
“cobertura espiritual” é construir sobre os fundamentos apostólico-proféticos.
Toda estrutura de uma casa depende de seu fundamento. Quanto mais forte
o fundamento maior a possibilidade de se edificar um grande edifício sobre ele. Quem
constrói sem fundamento é como se estivesse construindo sem alicerces. Logo
quando soprarem os ventos a casa cairá.
Por isso a Bíblia dá tanta ênfase ao fundamento, pois dele depende toda estrutura
de uma “casa”. Se uma pessoa ou uma igreja não está bem fundamentada, ela
não tem estrutura para suportar as dificuldades que virão, nem terá capacidade
de crescer para se tornar uma grande obra.
O que é o Fundamento na Bíblia?
Conforme havíamos visto nas edições anteriores, Jesus é a pedra angular do fundamento
da igreja de onde parte todo edifício (I Co 3:11, Ef 2:20, I Pe 2:7). As doutrinas básicas (Hb 6:1-2) e
as pessoas e ensinamentos dos apóstolos e profetas (Ef 2:20), que tem origem na própria pessoa
de Jesus que é a pedra angular, também são parte do fundamento da igreja. A pessoa de Jesus e
as doutrinas básicas é algo claramente entendido e aceito na igreja, porém o entendimento de
que os apóstolos e profetas com seus ensinamentos também fazem parte do fundamento da
igreja é algo novo. Com base neste entendimento está toda compreensão bíblica daquilo que
chamamos hoje de “cobertura espiritual”. Por isso vamos nos deter mais pormenorizadamente
neste ponto.
Observemos o que o apóstolo Paulo escreve em sua carta aos Romanos: "esforçando-me,
deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre
fundamento alheio" (Rm 15:20). Através deste texto podemos entender algumas coisas que nos
ajudarão a compreender a respeito do que significa o fundamento apostólico.
Primeiro, através deste texto entendemos que havia diferentes fundamentos. Paulo fala de um
fundamento alheio, ou seja, um fundamento que não pertencia a ele, um fundamento de outro
apóstolo e/ou profeta (pois eram os apóstolos e/ou profetas que estabeleciam fundamentos na
igreja conforme Ef 2:20). Entendemos então que na igreja primitiva havia o fundamento de
Paulo e o fundamento de outros apóstolos e profetas, ou seja, havia muitos fundamentos
apostólico-proféticos.
Segundo, este fundamento, diferente do de Paulo, também era cristão, uma vez que provinha
da pregação do evangelho.
Terceiro, Paulo não escreveu que este fundamento alheio ao dele tinha algo de errado. Pelo
contrário. Ele dava liberdade para continuar a se expandir livremente onde havia sido
estabelecido, sem fazer nenhuma advertência ou objeção. Além disto, ele se sentia confortável
que o evangelho estivesse sendo pregado daquela forma naquele lugar ao ponto de não
permanecer naquele território, partindo para outros lugares onde o evangelho ainda não havia
sido pregado. Se houvesse alguma coisa errada, ele certamente faria alguma advertência,
tentaria colocar as coisas em ordem ou permaneceria naquele lugar para pregar seu
fundamento (se considerasse que o fundamento que ele pregava fosse o único correto e
aceitável).
Através deste texto entendemos que havia alguma diferença ente um apóstolo e outro no
que tange ao que pregavam. Não eram diferenças que comprometiam o puro evangelho, a fé ou
as doutrinas bíblicas, porém eram diferenças individuais que diferenciavam um apóstolo de
outro. Diante disto, surge a pergunta: o que são estes fundamentos apostólico-proféticos? Antes
de explicar o que são os fundamentos apostólico-proféticos, gostaria de explicar o que eles não
são:
2. O fundamento apostólico profético não é uma nova invenção baseada em alguma elucidação
humana (II Pe 1:20). Ou seja, não é algo que saiu do nada, sem base nenhuma e que leva a
alguma lugar diferente daquele que as Escrituras nos levam.
Aquilo que outros apóstolos pregavam e que era diferente, mas aceitável, comparando-se
àquilo que Paulo pregava, é o que chamo de “ensinamentos apostólicos”. O que, então, são
estes ensinamentos apostólicos que fazem parte do fundamento da igreja, que diferenciava de
um apóstolo de outro na igreja primitiva?
Para introduzir esta questão quero dar um pequeno exemplo: veja a diferença das estratégias
da igreja de Jerusalém e da igreja de Antioquia. Eram completamente diferentes. Estavam sendo
edificadas sobre algumas premissas radicalmente distintas. Tinham bases de entendimento
diversas. Tinham alguma parte do fundamento diferenciado uma da outra. Nisto percebemos
que existiam diferenças nos fundamentos que determinavam a forma diferenciada de como
trabalhavam. Este será o tema da próxima edição.
Nas Escrituras Deus nos deixou revelado, entre tantas outras coisas, qual "a missão" da igreja, ou
seja, "o que" sua igreja deveria fazer. A missão representa "a razão da sua existência". A missão
confere à igreja a sua verdadeira identidade e propósito. A missão da igreja determina porquê
a igreja existe.
Muitos pastores dizem que a visão de sua Igreja é alcançar os perdidos e discipulá-los e
enviá-los. Esta não é a visão de nenhuma Igreja. Esta é a missão de todas as Igrejas. Nenhuma
Igreja pode ter uma missão muito diferente desta, pois se assim fosse não seria uma igreja
bíblica. Isto é o que as Escrituras dizem ser a missão de todas as Igrejas e não de uma igreja
especificamente.
Além das Escrituras terem registrado a missão da igreja, Deus também nos deixou
registrado os "princípios" em como cumprirmos com esta missão. Ele não nos deixou registrado
especificamente o "como" cumprirmos com a missão, mas sim os "princípios" em como
cumprirmos com a missão. Se Ele tivesse estabelecido os "comos" especificamente, talvez
estivéssemos nos reunindo em catacumbas e nunca teríamos entrado nos meios de
comunicação da atualidade.
Pedro recebeu revelação dos céus que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus. Jesus disse que sobre
esta rocha (a revelação e entendimento de Jesus Cristo como Filho de Deus), Ele edificaria sua igreja (Mt
16:18).
A igreja é edificada sobre a rocha da revelação e entendimento. Revelação e entendimento é o
fundamento sobre a qual a igreja é estabelecida. Sem revelação apostólica, a igreja não pode
ser edificada corretamente.
Recentemente Deus impingiu em meu coração sua dor em relação ao seu plano com a
igreja. Quando comecei a pensar sobre este assunto fui constrangido em meu espírito, pelo tempo
de desobediência crônica que estamos vivendo a séculos causando uma profunda tristeza no
coração de Deus. Na sua Palavra Ele teve o cuidado de nos deixar descrito como deveríamos
proceder e edificar sua igreja, porém substituímos seus ensinamentos por ensinamentos de
homens e defendemos posições humanas sem mesmo olharmos para aquilo que o Senhor
determinou.
2. Então o Senhor enviou seu Filho Jesus que depois de ressuscitar e subir aos céus
deu dons aos homens (entre eles apóstolos e profetas), para que o projeto de
Deus se tornasse realidade. “Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o
cativeiro e concedeu dons aos homens. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos,
outros para profetas...” (Ef 4:8,11a).
4. Por serem portadores da revelação de Cristo, a igreja deve ser edificada sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas. “Edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef 2:20).
Todavia, com o passar dos tempos o homem mudou a arquitetura estabelecida por Deus, e por
séculos operou com base naquilo que foi instituído pelos homens. Os apóstolos e profetas
foram deixados de lado e os pastores ocuparam seus acentos juntamente com os
bispos, substituindo os apóstolos na primazia da igreja.
Instituições foram fundadas, seminários foram criados, faculdades foram formadas,
igrejas foram instituídas e todos, sem exceção, durante séculos, ensinaram aquilo que
foi inventado pelo homem, substituindo o projeto original de Deus por um modelo
humano.
Mas, graças a Deus que estamos vivendo tempos de restauração e aquilo que era bíblico está
sendo novamente sendo estabelecido conforme o plano original. Os apóstolos estão sendo
levantados e reconhecidos por todo mundo e os profetas estão sendo ativado em seu ofício.
“Ser Apóstolo” ou “ser apóstolo”?
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do
seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.” (Ef 4:11-12)
A pergunta do título desta coluna parece ser cacofônica e redundante. Porém, a resposta
que damos a esta questão representa o paradigma em que estamos inseridos. Se nossa resposta
for “ser Apóstolo” (com “A” maiúsculo) estamos no paradigma de que Apóstolo é um título e
uma posição de distinção dentro da igreja. Se, porém, nossa resposta for “ser apóstolo” (com
“a” minúsculo) estaremos no paradigma de que apóstolo é uma função de trabalho e serviço
dentro da igreja. Nossa resposta demonstra a forma que entendemos o conceito de igreja e
conseqüentemente seu funcionamento e sua prática.
Muitos pensam que ser Apóstolo é ter uma posição. Pensam que Apóstolo é um título.
Pensam que quando alguém é designado Apóstolo esta pessoa chegou a promoção máxima da
carreira cristã.
Se este for o caso, evangelista também seria uma posição. Igualmente o mestre e o
profeta, pois todos fazem parte dos cinco ministérios de Efésios 4:11-12. Neste caso os cinco
ministérios seriam posições honoríficas distintas e carregariam o peso de um título de
superioridade dentro da igreja.
Grande engano! Pelo contrário. Os cinco ministérios são cinco funções que Deus deu para
igreja e não cinco posições ou títulos dado a alguns homens (ou mulheres). Apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres são cinco funções que servem para influenciar e equipar a
igreja especificamente nestas áreas.
Os pastores de Ef 4:10-11 não são os mesmos que aqueles que chamamos atualmente de
Pastores dentro da igreja. Estes que atualmente chamamos de Pastores, biblicamente são
chamados de presbíteros ou bispos. Os pastores dos cinco ministérios não se referem a posição
de Pastor dentro da igreja e sim a função de pastorear, que pode ser exercida por qualquer
pessoa, mesmo não sendo um Pastor, ou Presbítero ou Bispo reconhecido.
Isto nos arremete a questão de que os cinco ministérios não são títulos honoríficos que
uma pessoa recebe. Aqueles a quem Deus estabeleceu no exercício dos cinco ministérios estão
incumbidos de uma função independente do título.
Por exemplo, quando Paulo e Barnabé foram enviados para estabelecerem igrejas (At 13:1-
3), eles não foram imediatamente chamados de apóstolos. Eles simplesmente foram enviados
numa função apostólica. O exercício da função é que lhes deu a condição de serem chamados
pela primeira vez de apóstolos em At 14:4, depois de terem dado princípio as igrejas de
Antioquia da Pisídia e Icônio na Galácia. Ou seja, o exercício da função apostólica deu o direito a
que eles fossem chamados de apóstolos. A designação apostólica origina do exercício da função
e não o contrário.
Concluindo, muito antes de apóstolo ser um título, é uma função de serviço para o corpo
de Cristo. Os cinco ministérios antes de tudo são funções e quem quiser estar entre eles precisa
antes de tudo estar disposto a ser servo de todos.
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do
seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.” (Ef 4:10-11)
Segundo este texto, os cinco ministérios não são chamados para fazerem o serviço, mas
para aperfeiçoar, treinar e equipar os santos, para estes exercerem o ministério. O foco
daqueles que chamados para serem apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres não
está na pessoa destes e no exercício do apostolado, do profético, do evangelismo, do pastorado
ou do ensino. O trabalho fundamental destes ministérios é preparar os santos para estes
exercerem o ministério (serviço).
Diante disto, como, então, os cinco ministérios devem exercer sua função? A resposta a
esta pergunta é uma chave preciosa, porque a maneira que respondemos determina a forma de
como exercemos nosso chamado. Ou seja, a resposta a esta pergunta determina o perfil de nosso
ministério. Este é o segredo do sucesso ou do fracasso daqueles que foram chamados para
exercerem os cinco ministérios.
Apesar da importância desta resposta, ela é muito simples. Cada ministério foi chamado
principalmente para preparar a igreja na característica do chamado que possui. Assim, o
apóstolo deve fazer com que a igreja seja apostólica, o profeta precisa levar a igreja a ser
profética, e o evangelista deve gerar na igreja o espírito evangelístico. Não é simplesmente que
o evangelista deve evangelizar, mas sim fazer com que a igreja se torne evangelística. Para isto,
certamente o evangelista deve ter uma boa experiência e prática de evangelismo para ter um
bom testemunho e saber ensinar, transmitir e impartir esta característica à igreja. Assim
também o apóstolo deve viver na prática apostólica para poder influenciar a igreja
apostolicamente.
Com isto em mente, o foco do apóstolo não está na pessoa do apóstolo, mas no exercício
do apostólico. O que um apóstolo deve mais entender e se preocupar é em como gerar o
espírito apostólico na igreja e não em como ser um apóstolo. O que um apóstolo deve entender
é sobre o apostólico e não sobre o apóstolo. Se assim fizer ele será um bom apóstolo.
Igualmente acontece com os outros ministérios. O profeta não deve estar preocupado em como
é um profeta, mas no que consiste o profético. A vida de um profeta deve estar encharcada com
o espírito profético para gerar este espírito na igreja. E assim com cada ministério.
Falo isto por dois motivos. Primeiro porque muitos que são chamados apóstolos, profetas,
etc. somente têm a preocupação consigo mesmo, em exercer seu ministério, esquecendo que sua
função não está concentrada na sua pessoa, mas em gerar o espírito que Deus colocou sobre ele
na igreja. Segundo porque se assim acontecer, começamos a entender que os cinco ministérios
não são títulos e posições na igreja, mas funções de impar tição do espírito que Deus colocou
sobre estes ministérios.