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O documento discute como as obras de arte são exibidas em galerias, analisando como a moldura, a posição na parede e o espaço ao redor da obra afetam sua percepção. O autor argumenta que a galeria ideal isola a obra para preservar valores convencionais, mas que as novas tendências questionam esta abordagem rígida.
O documento discute como as obras de arte são exibidas em galerias, analisando como a moldura, a posição na parede e o espaço ao redor da obra afetam sua percepção. O autor argumenta que a galeria ideal isola a obra para preservar valores convencionais, mas que as novas tendências questionam esta abordagem rígida.
O documento discute como as obras de arte são exibidas em galerias, analisando como a moldura, a posição na parede e o espaço ao redor da obra afetam sua percepção. O autor argumenta que a galeria ideal isola a obra para preservar valores convencionais, mas que as novas tendências questionam esta abordagem rígida.
Karoline Rodrigues Meirelles 2015/01. ODOHERTY, Brian. No interior do Cubo Branco a ideologia do espao de arte. So Paulo: Martins Fontes, 2002. Resumo: Brian ODoherty, publicou esse ensaio na revista ArtForum em 1976, problematizando a palavra cubo branco trazendo esse questionamento para o sistema do campo da arte afim de discutir o espao da galeria e como a obra se insere desse local especifico. I.
NOTAS SOBRE O ESPAO DA GALERIA
p. 1 A vida horizontal, simplesmente uma coisa aps a outra, uma esteira
rolante arrastando-nos para o horizonte. Mas a histria, a viso que se tem na nave que parte, diferente. p. 2 Essas conquistas paradoxais amontoam-se l embaixo, aguardando as revises que acrescentaro tradio a era da vanguarda ou, como s vezes tememos, acabaro com ela. p. 3 A galeria ideal subtrai da obra de arte todos os indcios que interfiram no fato de que ela arte. A obra isolada de tudo o que possa prejudicar sua apreciao de si mesma, Isso d ao recinto uma presena caracterstica de outros espaos onde as convenes so preservadas pela repetio de um sistema fechado de valores. p. 3 Por outro lado, as coisas transformam-se em arte num recinto onde as idias predominantes sobre arte concentram-se nelas. p. 4 O recinto suscita o pensamento de que, enquanto olhos e mentes so bem-vindos, corpos que ocupam espao no o so- ou so tolerados somente como manequins cinestsicos para estudo futuro. p. 5 As reas de cima e de baixo so desprivilegiadas. Ouve-se um monte de queixas de artistas por terem sido colocados alto demais, mas nunca baixo demais. Perto do cho, os quadros eram ao menos acessveis e atendiam ao olhar prximo do conhecedor antes de ele se afastar a uma distncia mais sensata. p. 8 Na verdade, os murais projetam vetores desnorteantes e ambguos com os quais o observador tenta aprumar-se. O quadro de cavalete na parede indica-lhe rapidamente o lugar exato onde ele deve colocar-se. p. 9 O olho abstrado do corpo esttico e projeta-se dentro do quadro como um procurador em miniatura, para viver e verificar as interaes de seu espao.
p. 10 A moldura transforma-se num parntese. Torna-se inevitvel separar as
pinturas em uma parede, por causa de uma espcie de repulso magntica. E essa separao foi acentuada e em grande parte iniciada pela nova cincia ou arte - dedicada ao recorte de um assunto de seu contexto: a fotografia. p. 10 O enquadramento, a edio, o corte- estabelecendo limites- acabam tornando-se elementos importantes da composio. p. 11 Deixava-se uma moldura circundando o carto aps um intervalo neutro. A fotografia iniciante reconhecia a margem mas retirou-lhe a retrica, atenuou sua presena absoluta e a transformou em uma zona, ao contrrio do reforo que ela constituiria mais tarde. De qualquer modo, a margem, como conveno inabalvel que encerrava o tema, tornara-se frgil. p. 14 Na era moderna, houve uma mudana audaciosa, com outra concepo, que implicou uma viso de mundo inteiramente diferente, a qual se banalizou na esttica, na tcnica do achatamento. p. 15 Os conceitos de estrutura do Cubismo mantiveram o status quo da pintura de cavalete; as pinturas cubistas so centrpetas, acumulando-se em direo ao centro, esmaecendo-se em direo borda. p. 15 Para atenuar o corte abrupto da beirada, ele s vezes esbatia a moldura de modo que o olho se movesse para fora da pintura - e voltasse a ela sem dar um pulo. p. 16 O modo de pendurar quadros encerra suposies sobre o que se quer apresentar. A colocao interfere nas questes de interpretao e de valor e sofre uma influncia inconsciente do gosto e da moda. p. 16 Deve ser possvel correlacionar a histria das pinturas em si com a histria externa de como elas eram penduradas. p. 17 Embora houvesse algumas esquisitices, o modo de pendurar era uma interpretao correta da relao das pinturas com a parede e, numa atitude rara de ousadia do curador, reforou as inferncias. p. 18 As superfcies tornaram-se duras porque a superfcie pictricas era superliteral. Tornou-se clara a diferena entre a pintura de cavalete e o mural. p. 19 Continuou como uma pintura dos sales: exigia um espao amplo na parede e grandes colecionadores e no desmentia a imagem de que era a ltima palavra na arte capitalista. A arte minimalista reconhecia o ilusionismo caracterstico da pintura de cavalete e no se iludia com a sociedade. No se aliou riqueza e ao poder, e sua tentativa infrutfera de redefinir a relao do artista com vrias instituies continua pouco explorada.
p. 20 O Cubismo reduzia-se a um sistema, e os sistemas, por serem mais
fceis de entender do que a arte, predominam na histria acadmica. p. 21 Quanto espao deve ter uma obra de arte (dizia-se ento) para respirar? Se as pinturas manifestam implicitamente suas condies de ocupao, torna-se mais difcil ignorar o resmungar um tanto aflito de uma com a outra. [...] A esttica do ato de pendurar evolui de acordo com seus prprios usos, que se tornam convenes, que se tornam normas. p. 23 A fora da esttica da parede ganhou mpeto derradeiro com uma concepo que, retrospectivamente, tem toda a autoridade da inevitabilidade histrica: a pintura de cavalete no precisava ser retangular. p. 28 O abandono do retngulo confirmou formalmente a autonomia da parede, modificando para sempre o conceito de espao. p. 29 [...] quando os quadros foram retirados, a parede tornou-se uma espcie de mural pr-fabricado, alterando, assim, todas as exposies nesse recinto da em diante. Comentrios: Neste texto podemos perceber a linha de pensamento que tenta seguir uma linearidade para entender o espao da galeria em um mundo contemporneo, um texto escrito em 1976 que se torna to atual quando deparamos com os problemas da arte no cotidiano, o quo forte ainda as discusses sobre o espao e como esses espaos comportam a arte de hoje, mesmo que esse texto seja uma problemtica rica, ainda sim, falamos de pinturas, mas como as artes, sem ser as belas artes se encaixam dentro desse contexto, quando o autor fala do tamanho da obra, podemos ento medir uma performance, uma instalao, entre outras artes que no est dentro desse tipo de material? favorvel o modo em que se discute o valor da arte enquanto arte, se a obra est dentro da galeria/museu (espao fsico de arte) ela precisaria de algo para validar-se? Ou se ela por si s estando ali teria este valor prprio? Essas discusses de trazer problemas da arte e que de algum modo resolve-se dentro da prpria obra, sintomtico da arte contempornea, assim como ODoherty traz o espao, a parede, a galeria, esse espao branco, sem muita forma, que talvez uma parte da composio, e que depois se perde, e tem artistas discutindo e utilizando esses cubos como obra, que so as instalaes, alguns site specifics, como por exemplo: James Turrell. Questionar isso importante, pois ainda tema a ser discutido para resolver problemas atuais, pois a arte feita de atravessamentos, mas talvez precisamos sempre validar algo enquanto arte, mesmo estando inserido no contexto arte, uma contradio que se torna um embate, se reagimos a prpria critica da arte produzimos mais conhecimento, enquanto teoria e pratica.