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CURITIBA
2015
CURITIBA
ABRIL 2015
Por que todo saber deve tender a uma forma absoluta do mesmo? Esta
pergunta suscitada pelo aforisma supracitado traz a questo entre o saber
completo ou, em outros termos, a aspirao verdade absoluta e o meiosaber ou o saber que reconhece seus prprios limites. Nietzsche considera o
meio-saber mais frutuoso devido sua modstia no dizer e expressar.
A aspirao uma plenitude de conhecimento em relao a tudo
conduziu a uma linguagem por vezes acentuadamente complexa e enigmtica,
como, por exemplo, em alguns filsofos. Seus discursos se revestem de metadiscursos acerca do que o mundo, sempre numa tentativa de explicar a
totalidade daquilo que se entende por realidade.
Nietzsche v este projeto como falho em sua prpria gnese e entende
que o meio-saber, pautado pela modstia, consegue trazer mais benefcios ao
entendimento do que so as coisas por no terem a pretenso da totalidade. O
mundo muito complexo para que a linguagem consiga explica-lo. Nossa
linguagem limitada, e tambm nosso conhecimento. A totalidade do saber
um projeto fracassado em sua gnese.
Quem alcanou em alguma medida a liberdade da razo, no pode
se sentir mais que um andarilho sobre a Terra e no um viajante
que se dirige a uma meta final: pois esta no existe. Mas ele
observar e ter olhos abertos para tudo quanto realmente sucede no
mundo; por isso no pode atrelar o corao com muita firmeza a nada
em particular; nele deve existir algo de errante, que tenha alegria na
mudana e na passagem. (NIETZSCHE, 2000, p.306).
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