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Aglomerações Produtivas Locais e

Inserção Competitiva de Micro e


Pequenas Empresas: a experiência das
empresas atuantes no setor de
Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC´s) no Estado da
Paraíba

Novembro de 2005
Aglomerações Produtivas Locais e Inserção Competitiva de Micro e
Pequenas Empresas: a experiência das empresas atuantes no setor de
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC´s) no Estado da Paraíba

Relatório de Pesquisa

Coordenadores:
Gesinaldo Ataíde Cândido – UFCG/CH/UAAC/GEGIT (Coordenação Geral)

José Antônio Rodrigues da Silva – UFPB/CCSA/DE

Sinézio Fernandes Maia – UFPB/CCSA/DE

Antão Moura– UFCG/CCT/DSC

Ivani Costa – SEBRAE/PB

Equipe de pesquisa:

Ana Cecília Feitosa de Vasconcelos - UFCG/CH/UAAC/GEGIT

Isabela Assis Guedes - UFCG/CH/UAAC/GEGIT

Daniella Karla da Nóbrega Nunes – UFPB/CH

Ana Paula Lopes de Souza - UFPB/CH

Allana Samarha Araújo Caldas - UFPB/CH


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8

1.1.Contextualização do Estudo e a sua Relação com o setor de Tecnologias de


Informação e Comunicações no Estado da Paraíba ....................................................11
1.2.Organização do Relatório
.......................................................................................................................................12

2. PRINCIPAIS TENDÊNCIAS QUANTO À INSERÇÃO COMPETITIVA DE MPES


.............................................................................................................................................14

3. AGLOMERAÇÕES DE EMPRESAS: CONTEXTO, PRINCÍPIOS E FORMAS DE


ANÁLISE............................................................................................................................17

3.1. Abordagem dos Fatores Críticos de Sucesso no Processo de Formação,


Desenvolvimento e Consolidação de Arranjos Produtivos Locais Proposta por
Cândido (2001)..............................................................................................................20
DIMENSÃO 1 - AMBIENTE DE NEGÓCIOS ...........................................................22
DIMENSÃO 2 - POLÍTICAS MACROECONÔMICAS:...........................................23
DIMENSÃO 3 - PROCESSO DE FORMAÇÃO.........................................................25
DIMENSÃO 4 - ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOCULTURAIS ..........27
3.2. Abordagens das Economias Externas (Estática e Dinâmica) e Efeitos de
Cooperação Proposta por Silva (2002).........................................................................28
3.2.2 Efeitos de Cooperação........................................................................................33

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................38

4.1 Técnicas de Pesquisa...............................................................................................39


4.2 Especificação da população e amostra da pesquisa ...............................................39
4.3 O Instrumento de Pesquisa.....................................................................................40
4.4 Tratamento dos Dados............................................................................................41

5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................42

5.1. Caracterização do setor de Tecnologia de Informação e Comunicação (T.I.C´s)


em João Pessoa .............................................................................................................42
5.2. Caracterização do setor de Tecnologia de Informação e Comunicação (T.I.C´s)
em Campina Grande....................................................................................................44
5.3. Caracterização do setor de Tecnologia de Informação e Comunicação (T.I.C´s)
em Patos ........................................................................................................................46

6. DADOS SÓCIO-ECONÔMICOS DAS EMPRESAS ATUANTES NOS SETOR DE


TIC´S NO ESTADO DA PARAÍBA ..................................................................................48
6.1. REGIÃO METROPOLITANA DE JOÃO PESSOA ...........................................48
6.1.1 Em relação a informações gerais, história da empresa e perfil dos dirigentes 48
6.1.2. Em relação à força de trabalho.........................................................................49
6.1.3. Em relação ao desempenho...............................................................................50
6.1.4. Quanto às formas de relações com os fornecedores .........................................50
6.1.6. Quanto a parcerias............................................................................................51
6.1.7. Quanto ao mercado de atuação ........................................................................51
6.1.8. Quanto ao processo de inovação e estratégias de vendas.................................52
6.1.9. Formas de competição entre as empresas ........................................................52
6.1.10. Cooperação entre as empresas........................................................................54
6.1.11. O papel das instituições locais de apoio às atividades econômicas ao
desenvolvimento local .................................................................................................55
6.2. REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINA GRANDE..................................57
6.2.1 Em relação a informações gerais, história da empresa e perfil dos dirigentes 57
6.2.2 Em relação à força de trabalho..........................................................................58
6.2.3 Em relação ao desempenho................................................................................59
6.2.4 Quanto às formas de relações com os fornecedores ..........................................60
6.2.5 Quanto às finanças .............................................................................................60
6.2.6 Quanto a parcerias.............................................................................................61
6.2.7 Quanto ao mercado de atuação .........................................................................62
6.2.8 Quanto ao processo de inovação e estratégia de vendas ...................................62
6.2.9 Formas de Competição entre as empresas ........................................................64
6.2.10 Cooperação entre as empresas.........................................................................66
6.2.11 O papel das instituições locais de apoio a atividade econômica e
desenvolvimento local .................................................................................................68
6.3 REGIÃO METROPOLITANA DE PATOS ..........................................................70

7. OBSERVAÇÕES E PERCEPÇÕES DOS PESQUISADORES ACERCA DA


ESTRUTURA E FORMAS DE FUNCIONAMENTO DAS EMPRESAS
PERTENCENTES AOS APL´S DE TIC´S NO ESTADO DA PARAÍBA NAS CIDADES
DE JOÃO PESSOA, CAMPINA GRANDE E PATOS.....................................................72

8. A RELAÇÃO ENTRE A ESTRUTURA E FORMA DE FUNCIONAMENTO DOS


ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS, A PARTIR DA ANÁLISE DAS ABORDAGENS
UTILIZADAS PARA O MAPEAMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO DE
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÕES NA PARAÍBA..................77
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Representatividade da população das cidades pesquisadas dentro do APL...........40

Gráfico 2: Percentagem por área de atuação na cidade de João Pessoa...................................43

Gráfico 3: Percentagem por área de atuação de Campina Grande...........................................44

Gráfico 4: Percentagem por área de atuação de Patos.............................................................46

Gráfico 5: Idade das empresas.................................................................................................48

Gráfico 6: Nível de escolaridade dos dirigentes......................................................................49

Gráfico 7: Número de empregados..........................................................................................49

Gráfico 8: Análise do lucro líquido.........................................................................................50

Gráfico 9: Motivos para o aumento da competitividade..........................................................52

Gráfico 10: Principais competidores........................................................................................53

Gráfico 11: Estratégias para superação da concorrência.........................................................53

Gráfico 12: Fatores que dificultam as práticas de cooperação................................................54

Gráfico 13: Relações mantidas com instituições de ensino e pesquisa...................................55

Gráfico 14: Instituições de apoio.............................................................................................56

Gráfico 15: Fatores que impossibilitam a utilização dos serviços e infra-estrutura


disponibilizados pelas instituições locais..................................................................................56

Gráfico 16: Áreas carentes de suporte e apoio.........................................................................57

Gráfico 17: Idade das empresas...............................................................................................58

Gráfico 18: Nível de escolaridade dos dirigentes....................................................................58

Gráfico 19: Número de empregados........................................................................................59

Gráfico 20: Análise do lucro líquido.......................................................................................60


Gráfico 21: Utilização de serviços terceirizados.....................................................................61

Gráfico 22: Nível geográfico das parcerias estabelecidas.......................................................62

Gráfico 23: Idade de máquinas e equipamentos......................................................................63

Gráfico 24: Formas de inovações tecnológicas praticadas e existentes...................................63

Gráfico 25: Fatores necessários à melhoria dos serviços.........................................................64

Gráfico 26: Motivos para aumento da concorrência................................................................64

Gráfico 27: Principais competidores........................................................................................65

Gráfico 28: Estratégias para superação da concorrência ........................................................65

Gráfico 29: Motivos que promovem a cooperação..................................................................66

Gráfico 30: Fatores que dificultam as práticas de cooperação................................................67

Gráfico 31: Motivos para existência de relacionamentos informais........................................67

Gráfico 32: Relações mantidas com instituições de ensino e pesquisa...................................68

Gráfico 33: Instituições de apoio.............................................................................................69

Gráfico 34: Fatores que impossibilitam a utilização dos serviços e infra-estrutura


disponibilizados pelas instituições locais..................................................................................69

Gráfico 35: Áreas carentes de suporte e apoio ........................................................................70

Gráfico 36: Percentagem por área de atuação de Patos...........................................................71


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: A relação entre competitividade, desenvolvimento regional e à formação de redes


interempresariais de PME's......................................................................................................21

Figura 2: Conjunto de variáveis envolvendo os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) a serem


consideradas no processo de formação, desenvolvimento e consolidação de Redes
interorganizacionais de PME's..................................................................................................22

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: População e Amostra das empresas de TIC´s pesquisadas....................................40


Seção 1
INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas uma série de mudanças redefiniu com profundidade o sistema político e
econômico mundial. Dentro do pensamento moderno, conhecimento virou palavra de ordem a
aceleração do progresso tecnológico o elemento fundamental do dinamismo econômico. O
uso do computador e o advento da economia da informação, da Internet ou do conhecimento
estão transformando quase todos os aspectos das relações econômicas, políticas e sociais.
Alguns observadores mais otimistas acreditam que a economia da informação e a força da
informática vêm dando à economia mundial um impulso semelhante ao produzido pela
energia a vapor, a energia elétrica e a energia petrolífera no passado.

Embora o impacto a longo prazo da informática e da economia da informação ainda não possa
ser avaliado com precisão, o que se observa é que, hoje, esta recente mudança para a era da
informática criou um novo modelo econômico baseado no computador, na globalização
econômica e na reestruturação das corporações.

Nesse contexto de transformação, surgem duas formas organizacionais que se


complementam: de um lado as empresas líderes, originadas pelo crescente processo de
concentração e centralização de capitais através de fusões e aquisições que se constituem nas
grandes corporações transnacionais; do outro lado, tem-se a multiplicação de pequenas
unidades de negócios, constituídas pelas pequenas e micro empresas, que se originaram
através de uma forte tendência de desintegração ou desverticalização, no qual a
subcontratação e a prática do outsourcing constituem as formas mais aparentes. A
terceirização e o surgimento de novas atividades econômicas tem sido mais intensiva no setor
de serviços.

No contexto mundial é inegável a importância das micro e pequenas empresas (MPEs) no


contexto político, econômico e social, em especial quanto a geração de emprego e renda e as
suas contribuições para o desenvolvimento com sustentabilidade.

No Brasil, indicadores do SEBRAE e do BNDES apontam que cerca de 60% dos empregos
são gerados e mantidos pelas MPEs, que também contribuem com 43% da renda nacional.
Apesar disso, o conhecimento das estratégias empreendidas por tais firmas é muito limitado.
Parte da explicação desta tamanha disparidade pode ser creditada à própria realidade das
MPEs, em função de: a) a alta mortalidade, dificultando a análise temporal das estratégias
utilizadas; b) a elevada informalidade, reduzindo a validade do uso de indicadores financeiros
como fonte de análise; c) a falta de uma clara distinção entre os ativos, os passivos, as receitas
e as despesas que são da empresa vis-à-vis dos seus proprietários; d) a elevada dispersão
geográfica das atividades, dificultando o levantamento de informações junto às referidas
companhias.

O fortalecimento das MPEs coloca-se como uma sólida alternativa para o alcance do almejado
desenvolvimento com inclusão social. Sabe-se, entretanto, que as MPEs enfrentam sérias
limitações para concorrer com empresas de maior porte, tendo esse problema se agravado
ainda mais com o processo de globalização, que acirrou a concorrência ao aproximar os
competidores instalados em outras fronteiras aos mais remotos mercados. Ao mesmo tempo, é
bem menos difundida a idéia de que a essência das dificuldades que cerceiam as MPEs
relaciona-se não ao tamanho dessas, mas, sobretudo à forma como costumeiramente
funcionam, ou seja isoladas (AMORIM et al., 2003).

Diferentemente das grandes empresas, as MPEs não podem se permitir à comodidade do


isolamento. Isto porque, operando escalas de produção reduzidas, estas não conseguem auferir
economias de escala, ficando assim presas à condições ineficientes de produção. Além disso,
o isolamento das MPEs acentua suas limitações para o desenvolvimento de capacidade
inovadora, cada vez mais essencial para a obtenção de vantagens competitivas. Dentre as
diversas abordagens que se propõem a analisar as MPEs, encontram-se aquelas denominadas
de Distritos Industriais, Clusters e Sistemas ou Arranjos Produtivos Locais (APLs). Neste
sentido, o desenvolvimento regional pode ser alcançado através do aumento da
competitividade das empresas, as quais, quando organizadas em APLs, produzem
externalidades positivas e se capacitam a encontrar soluções para problemas comuns.

Para os fins deste trabalho, serão utilizadas como parâmetro apenas as MPEs do setor de
tecnologia de informação e comunicação. No universo das MPEs são observados dois grupos
distintos, de um lado se apresentam as pequenas empresas de base tecnológica que possuem
uma dinâmica de inovação própria por ter sua origem vinculada a ambientes de pesquisa em
universidades e institutos de pesquisa e que seu negócio por natureza é essencialmente
inovador. De outro lado, têm-se as pequenas empresas tradicionais que além de apresentarem
menores condições financeiras para arcar com os custos da inovação, não possuem a cultura
da inovação e, por conta disso, optam pela primeira alternativa, qual seja, de se unir em
parcerias para fazer frente ao mercado global melhorando sua capacidade de competir.

Em ambos os casos, surgem o conceito de APLs como uma alternativa para as empresas
encontrarem as formas mais adequadas de sobrevivência e desenvolvimento. Considera-se
que o conceito de APL envolve o conjunto de atividades desenvolvidas por um conjunto de
empresas atuando em um mesmo setor econômico, numa mesma localidade ou região,
aplicando práticas de cooperação, parcerias e relações complementares, de forma espontânea
ou induzida, tendo as instituições (públicas e privadas) de apoio às atividades econômicas
papel relevante como indutor de ações coletivas e no estabelecimento de relações de
confiança entre os agentes produtivos e institucionais.

Essa nova forma de atuação revela-se importante para as empresas, considerando a


complexidade crescente do ambiente organizacional, caracterizada por uma concorrência cada
vez mais acentuada, clientes cada vez mais exigentes em termos de qualidade e preços,
necessidade das organizações estarem permanentemente buscando mecanismos para se
adaptarem ou se anteciparem as implicações das mudanças, em especial, as inovações
tecnológicas (de produtos, de processos e de gestão). Neste novo contexto, as empresas
precisam adotar estratégias diferenciadas, as quais envolvem relações de parceria e de
cooperação com os diversos tipos de agentes (produtivos, institucionais), considerando que
com atuações isoladas, as empresas não teriam como encontrar as condições mais adequadas
para as características do seu ambiente organizacional.

No atual ambiente de negócios e de gestão são proliferados acordos para parceria e


cooperação entre as empresas, nos quais as fronteiras que as separam vão desaparecendo e são
formadas novas arquiteturas organizacionais do tipo: conglomerados, alianças estratégicas,
redes e arranjos produtivos locais, esta última mais direcionada para o segmento das micro,
pequenas e médias empresas. Surgem então, novos tipos de relacionamentos cooperativos e a
definição das estratégias empresariais, assim como as ações para melhoria dos processos
organizacionais passam a se constituir num processo coletivo entre organizações.

Nesse contexto, é preciso mencionar que a inserção dos empreendimentos no mundo dos
negócios requer a percepção, por parte das instituições públicas e privadas dos Estados, de
que a competição não só estão mais acirradas, como as vantagens competitivas passam a
depender cada vez mais da interação sinérgica entre as dimensões empresarial e estrutural.
Daí a necessidade de articulação entre Governo e suas Instituições de desenvolvimento e
Instituições de conhecimento para a construção de ambientes competitivamente sustentáveis.

Cabe então, levantar algumas questões sobre como as empresas precisam se adequar a esta
nova realidade empresarial, por muitas vezes contraditória. Se por um lado, a concorrência é
cada vez mais acentuada, do outro existe a necessidade premente de ações de cooperação e
parceria entre as empresas. O contexto empresarial apresenta-se como fonte de oportunidades
para o surgimento de um número crescente de novos negócios oriundos de inovações, assim
como dificulta a manutenção e sobrevivência destes mesmos negócios que se vêem impelidos
a inovar constantemente sem, porém, as condições adequadas para fazê-lo, ora por falta de
recursos financeiros, ora por concorrência desleal das grandes corporações.

1.2 Contextualização do Estudo

Para os fins deste trabalho foi feita uma delimitação do campo de estudo, sendo explorada as
pequenas empresas de tecnologia de informação e comunicação (TIC) do Estado da Paraíba.
Isso decorre do fato deste segmento produtivo ter sido alvo de várias ações de instituições
nacionais e locais com o objetivo de otimizar suas formas de atuação. Essas ações ocorrem
como decorrência do fato de que este segmento de mercado foi ampliado a partir da década de
90 tornando-se uma referência mundial, em termos de setor capaz de dinamizar as formas de
identificação, acesso, tratamento, análise, utilização, disseminação e compartilhamento da
informação entre as pessoas, instituições e nas diversas formas de relacionamento entre elas.

O incremento das atividades das empresas de TIC pode ser considerado prioritário para o
desenvolvimento econômico do Estado, bem como das cidades de João Pessoa, Campina
Grande e Patos. Nesse sentido, nos dois últimos anos, o SEBRAE e alguns de seus parceiros
institucionais vêm promovendo estudos sobre esse segmento econômico, com o objetivo de
coletar elementos que subsidiem a proposição de ações que possibilitem a elevação dos níveis
de competitividade das empresas locais.

Como parte desses estudos, a presente pesquisa teve como objetivo principal ampliar o
conhecimento sobre os aglomerados locais de empresas de TICs do Estado da Paraíba. Para
isso foi realizado um mapeamento dos APLs das cidades de João Pessoa, Campina Grande e
Patos, procurando identificar e analisar as formas de inserção competitiva de empresas de
TICs, utilizando abordagens específicas e apropriadas, através da aplicação de instrumentos
de pesquisa (questionários e entrevistas) junto a empresários do setor.

A realização da pesquisa está inserida numa iniciativa do SEBRAE-PB através de um projeto


interinstitucional denominado Farol Digital, cujo objetivo principal é apoiar as empresas de
TIC Do Estado da Paraíba, através da difusão tecnológica e de acesso aos mercados regional,
nacional e internacional de forma competitiva e sustentável. O público alvo do projeto são as
empresas e potenciais empreendedores do setor de TIC´s, tendo como metas:

• Consolidar e ampliar o empreendedorismo em TICs no Estado da Paraíba;

• Diversificar e complementar as áreas de atuação, além de software, hardware,


telecomunicações e prestação de serviços correlatos;

• Comercializar produtos e serviços de classe mundial nos mercados nacional e


internacional;

• Promover a fixação de mão-de-obra especializada loca, gerando emprego, renda e


oportunidades de crescimento empresarial.

A iniciativa surgiu a partir de estudos anteriores que reforçaram a vocação e potencialidade do


setor, atividade econômica na região e a necessidade premente de suporte aos novos
empreendedores do setor. As ações do projeto buscam melhorar processos organizacionais,
agregar valor aos produtos e a adoção de formas de gestão mais adequadas para o contexto e
ambiente de negócios, através de práticas de capacitação e treinamento. Além disso, ações no
que se refere ao apoio para realização de estudos para prospecção e identificação de mercados
potenciais e o estímulo e apoio a participação em feiras e eventos nacionais e internacionais.

1.3 Organização do Relatório

Além desta parte introdutória, este relatório contempla mais seis seções: a próxima procura
explicitar as principais tendências quanto a inserção competitiva das MPEs no atual ambiente
de negócios e de gestão; a terceira contextualiza os conceitos e formas de funcionamento do
APLs; a quarta faz uma caracterização do setor de TICs nas três localidades paraibanas
pesquisadas – João Pessoa, Campina Grande e Patos; a quinta mostra os procedimentos
metodológicos adotados para coleta, tratamento e análise dos dados coletados; a sexta seção
apresenta a consolidação dos dados, no qual procurou-se enfatizar a inserção competitiva das
MPEs, em particular no que se refere às relações de complementaridade e competição com as
demais empresas do segmento e atividades desenvolvidas e principalmente o mapeamento do
APL, no qual, são explicitadas as formas estruturais e de funcionamento, assim como as
relações de interdependência e relacionamentos entre os agentes produtivos, e destes com as
instituições de apoio, com a atividade econômica e pelo desenvolvimento da região.
Seção 2

2. PRINCIPAIS TENDÊNCIAS QUANTO À INSERÇÃO COMPETITIVA DE MPEs

Ao longo das últimas duas décadas verificou-se uma ampliação da participação das MPE´s
nas estruturas produtivas de diversos países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento.
Parte significativa desse fenômeno pode ser explicada pela estratégia de “desverticalização”
de atividades empreendidas pelas grandes empresas, como resultado de seus processos de
reestruturação. Isto determinou, em alguns casos, a formação de redes com participação
importante de MPEs. Entretanto, a inserção competitiva de empresas de pequeno porte
ocorreu também em estruturas organizacionais nas quais as MPEs não são subordinadas às
grandes empresas. Este é o caso das aglomerações setoriais com predominância de pequenas
empresas, comumente chamados de clusters ou APLs.

A análise dos casos bem-sucedidos de participação de MPEs em diversos países, bem como a
expressiva participação dessas empresas na geração de emprego e renda na maior parte das
nações, motivou estudos que ressaltam que as possibilidades de inserção competitiva de
empresas de pequeno porte estão relacionadas primordialmente com a presença de instituições
de apoio e de políticas direcionadas a tais empresas.

Parte substancial da literatura recente sobre o papel das MPEs no desenvolvimento econômico
enfatiza, portanto, a questão do ambiente social e econômico-institucional propício ao
nascimento e ao crescimento dessas empresas. Nesse contexto, a cooperação entre empresas e
entre essas e algumas instituições (especialmente aquelas ligadas à P&D) é entendida como
elemento fundamental para o desenvolvimento de empresas de pequeno porte, dado que
corroboram para a superação de algumas das suas debilidades estruturais. Com isso, o
tamanho da empresa e as economias de escala perdem importância relativa como parâmetro
de avaliação de desempenho. Com as novas possibilidades tecnológicas e organizacionais
para as pequenas plantas e as pequenas empresas no atual paradigma produtivo, as economias
de escopo e de especialização produtiva, bem como a forma de inserção na estrutura
industrial, tornam-se também fatores fundamentais para a avaliação da eficiência econômica.

Assim, uma ação primordial para o aumento da competitividade das MPEs tem sido a
cooperação entre empresas de um mesmo segmento e setor econômico. A formação de redes
de pequenas empresas possibilita que elas se posicionem estrategicamente no mercado,
permitindo maior capacidade de competição às empresas participantes, promovendo oferta
mais qualificada de produtos e serviços. Para Lorange e Roos (1996), essa nova forma de
atuação empresarial baseada em práticas cooperativas e em parceria revela-se como um
importante caminho para aumento da competitividade através do compartilhamento de
informações, tecnologia, recursos, oportunidades e dos riscos. Isto acontece, principalmente
das empresas atuarem num mesmo setor econômico, com atividades similares, geralmente
com os mesmos produtos, atividades de compra, interesses mercadológicos, operações e
tecnologia. Essas similaridades criam mais oportunidades de cooperação e permitindo melhor
acesso aos recursos e cobertura de mercados.

O formato organizacional no qual as MPEs se inserem (aglomerações setoriais, pólos


tecnológicos, associações de caráter informal etc.) e o ambiente institucional no qual elas
operam (presença de universidades e/ou instituições públicas voltadas à pesquisa e difusão
tecnológica, canais adequados de financiamento ao pequeno capital, políticas promotoras da
cooperação etc) estão estreitamente relacionados. Os estudos empíricos relatados na literatura
mostram que redes de MPEs ou com a presença delas só alcançaram resultados positivos em
ambientes cujo aparato institucional promovia, direta ou indiretamente, a associação de
empresas e a cooperação entre elas ou com instituições de apoio.

Em suma, a análise sobre a inserção atual bem como das tendências que se apresentam para as
MPEs em âmbito internacional permitem esboçar um quadro no qual algumas características
dessas empresas devem ser sublinhadas. Tais características se contrapõem à esperada posição
marginal das empresas de pequeno porte no movimento de acumulação de capital. Vale dizer,
não se verifica na atualidade uma situação determinística no qual às empresas de menor porte
é reservado tão somente um papel de precariedade na produção e nas relações de trabalho. A
análise da experiência internacional indica situações de:

• Participação efetiva na atividade inovadora, o que estimulou a rediscussão da conhecida


relação entre as atividades formais de P&D e a geração de inovações (AUDRESTCH &
VIVARELLI, 1994);

• Participação significativa nas exportações (a experiência italiana é o principal exemplo);

• Relações de efetiva parceria com grandes empresas, baseados em mecanismos de sub-


contratação de especialização (as experiências japonesa e alemã são os principais exemplos);
• Fortes vínculos com instituições de apoio e com universidades e centros de pesquisa,
permitindo superar, ao menos parcialmente, as dificuldades de acesso e processamento de
informações;

• Inexistência de uma relação direta entre precariedade nas relações de trabalho


(especialmente a não-aplicação de legislação trabalhista) e o menor porte das empresas.

Estes elementos em geral, não estão presentes no conjunto das MPEs dos países em
desenvolvimento, cujo quadro característico é de atraso tecnológico, de relações de sub-
contratação com grandes empresas (que não são pautadas pela lógica da parceria), de escassez
de vínculos com instituições de apoio e da predominância de relações de trabalho precárias.

A partir destas considerações, pode-se inferir que a competitividade das MPEs passa
necessariamente pela mudança na sua forma de atuação, em duas perspectivas: a primeira,
envolvendo ações direcionadas para a utilização da informação e do conhecimento para
otimizar o processo de formulação e viabilização das suas estratégias, assim como a
otimização das suas operações. E, numa outra perspectiva, uma nova forma de atuação que
envolva relações de parcerias, de cooperação e de complementaridade, as quais estão pré-
concebidas nos conceitos, tipologias e modelos de aglomerações de empresas, em especial, os
APLs.
Seção 3

AGLOMERAÇÕES DE EMPRESAS

O processo de globalização da economia tem ocasionado um redesenho das forças produtivas.


A expansão de novas formas flexíveis de organização da produção aponta para a falência do
modelo fordista, trazendo conseqüências importantes no âmbito econômico, social,
organizacional e tecnológico.

A chamada “especialização flexível” destaca-se assim como um novo modelo de organização


industrial, com exemplos bem sucedidos na Itália, Alemanha, França, que tiveram como base
a expansão de pequenas e médias empresas, cuja adaptabilidade às flutuações de demanda, ao
dinamismo inovador tornou-nas em organizações importantes neste novo modelo industrial
que tem se delineado nas últimas décadas (BAPTISTA, 2002).

O conceito de “especialização flexível“ nos reporta a outro conceito de aglomerações


industriais elaborado por Alfred Marshall (1996), o “distrito industrial”, que engloba aspectos,
tais como: firmas especializadas, foco no território, mercado de trabalho e cooperação.

O ressurgimento da idéia do “distrito marshalliano” ocorre no recente período de


reestruturação produtiva, decorrente do esgotamento dos modelos taylorista/fordista, que
ocasionaram, além do aumento do desemprego formal, a precarização do trabalho e o
crescimento das economias informais. Em contrapartida, o tipo de distrito industrial
marshalliano, acena para a possibilidade de construção de um locus de cooperação, baseado
em aspectos sócio-culturais e na confiança, formado pelas redes de interação entre os agentes.

Apesar do forte otimismo que causou frente à desestruturação de formas clássicas de


organização da produção, o modelo de distrito industrial também tem apresentado sinais de
esgotamento. Como ressaltam Schmitz e Nadvi (1999) e Le Borgne (1991), o distrito
industrial italiano, exemplo na literatura do modelo “marshalliano” começa, sobretudo nos
anos 90, a apresentar mudanças na sua dinâmica de funcionamento. A cooperação cede lugar
para formas de contratualização entre firmas, a constituição de firmas líderes, a especialização
em produtos de baixa qualidade e o emprego de mão de obra pouco qualificada (Amaral
Filho,1999).
Já a estratégia de APL segue uma tendência formulada por Porter (1999) e situa-se na
fronteira entre a literatura de organização industrial e desenvolvimento regional e demonstra
que a análise setorial não consegue captar a complexidade dos fenômenos que envolvem a
dinâmica industrial.

A idéia de APL tem sido apresentada na literatura como mecanismo eficaz de promoção do
desenvolvimento local. O conceito de cluster nos reporta a um conjunto de empresas, em
geral pequenas e médias, operando em regime de cooperação onde cada uma das firmas
executa um estágio de processo de produção. Essas empresas participam de um mesmo
negócio – assim, as firmas integrantes de um cluster executam vários estágios da produção e
se concentram em uma determinada área geográfica (PIORE e SABEL, 1984; BRUSCO,
1990; TENDLER e AMORIM, 1996).

A análise de APL procura captar os elementos estruturais e sistêmicos da aglomeração


enfatizando a rivalidade entre as firmas e quais os fatores da sua dinâmica interna que afetam
a competitividade dos agentes. Dessa forma, a temática dos APLs de empresas prioriza o
estudo da sua estrutura investigando-se, por exemplo: o tamanho de seus membros, as
articulações entre eles, os padrões de especialização e concorrência e as vantagens
competitivas que podem ser criadas a partir da estruturação dessa modalidade de
aglomeração.

Esta abordagem também atribui relevância a formação de um setor-chave ou setores-chave


numa determinada região, transformando-as em líderes de mercado. As empresas chamadas
âncoras estimulam o desenvolvimento da região, através da mobilização de agentes
produtivos localizados no mesmo território, porém o crescimento mais homogêneo dos
agentes produtores passa a ser secundário.

Os estudos de Economia Regional enfatizam prioritariamente aspectos relativos aos “fatores


locacionais” que influenciam a implantação de uma indústria em determinada área geográfica,
e seus desdobramentos na reprodução e transformação de regiões geo-econômicas específicas.

Estas abordagens apresentam alguns pontos confluentes e, complementares, pois enfatizam a


proximidade geográfica dos agentes produtivos, e a relevância do contexto social e
institucional como fatores importantes na consolidação dessas aglomerações (BRITO e
ALBUERQUE, 2002).
Diante da diversidade de vertentes teóricas acerca do desempenho competitivo das empresas,
tem-se chegado a uma convergência das percepções de que o foco de análise não deve ser
centrado apenas na empresa individual, mas sobretudo nas relações entre as firmas e entre
estas e as instituições que interagem com elas num determinado espaço geográfico.

Este novo formato organizacional e atuação mais focada dos agentes produtivos e instituições
tem possibilitado a reorientação de formas de intervenção do poder público na promoção da
política industrial e tecnológica. De acordo com Cassiolato e Szapiro, (2002), a abordagem de
arranjo e sistemas produtivos locais tem a proposta de elaborar um modelo que englobe
categorias tradicionais nas análises de aglomerações como a cooperação, mas que inclui os
processos de aprendizado, capacitação e inovação considerados crescentemente como
fundamentais para a sustentação da competitividade dos agentes participantes de
aglomerações de empresas.

Ademais a necessidade de buscar eficiência e competitividade exige que as MPEs se


organizem em torno de uma forma própria de organização, distinta daquele praticada pela
grande empresa. Na impossibilidade de auferirem economias de escala dentro das próprias
empresas, quando se ocupam ao mesmo tempo, das várias etapas do processo de produção, as
MPEs podem, alternativamente, obter economias de escala se especializando em uma ou
apenas algumas etapas do processo produtivo. O elemento atinente à especialização produtiva
gera um corpus de conhecimentos técnicos e comerciais especializados, que influencia e
facilita o entendimento sobre normas de comportamento e aprendizagens compartilhadas
fortalecendo a identidade local, o sentimento de pertencer à coletividade, criando um clima
favorável ao instaurarem-se relações de confiança recíprocas.

A especialização, complementada pela cooperação praticada entre diversos agentes


concentrados em um determinado território, constitui a base ‘tecnológica’ dos APLs.
Entretanto, a formação dos APLs mesmo constituindo um avanço comparado ao
funcionamento disperso e isolado de empresas e outros agentes, não deve ser um objetivo
definitivo, mas apenas uma transição para uma forma superior de organização, mais sistêmica,
sustentável e com maior nível de interdependência entre os agentes, ou seja, os sistemas
produtivos locais (SPLs). Além das empresas, são também protagonistas dessas formas
organizacionais outros atores locais, como governos, associações e instituições de
financiamento, ensino, formação, pesquisa e outras atividades correlatas.
Para o mapeamento e análise do Arranjo Produtivo de Tecnologia de Informação e
Comunicação foram utilizadas as abordagens propostas por Cândido (2001) e Silva (2002). O
primeiro utiliza um conjunto de quatro dimensões, quais sejam: Ambiente de Negócios na
Localidade, Políticas Macroeconômicas, Processo de Formação e Aspectos Antropológicos e
Sócio-Culturais. Em cada uma destas dimensões admite que existe um conjunto de variáveis e
indicadores, denominados Fatores Críticos de Sucesso, os quais seriam os responsáveis pelo
devido funcionamento do APL, em termos de sobrevivência e desenvolvimento.

Por outro lado, o modelo proposto por SiIva (2002) fundamenta-se no modelo de
especialização flexível apresentado por Piore e Sabel (1984) e segue a linha dos estudos
desenvolvidos por Rabellotti ( 1995; 1997) e pelos pesquisadores do Institute of Development
Studies (IDS) da Universidade de Sussex que destacam a importância da “eficiência coletiva”
como uma vantagem competitiva derivada da soma das economias externas e da ação coletiva
para o sucesso dos Distritos Industriais. Para isso são examinados quatro fatores
determinantes dos aglomerados locais: 1) locacionais e espaciais; 2) sociais e culturais; 3)
econômicos e organizacionais e 4) institucionais e políticos. A partir destes fatores são
examinadas as diversas formas de ligações entre agentes produtivos e instituições de apoio à
atividade econômica na região. Estas ligações envolvem as vinculações e relações de
dependência dentro de uma determinada cadeia produtiva, num determinado setor econômico.
Os tipos de ligação analisados são: as para trás, para frente, horizontais, com o mercado de
trabalho e institucionais.

As referidas abordagens estão detalhadas a seguir.

3.1. ABORDAGEM DOS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NO PROCESSO DE


FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DE APLS

Nesta abordagem, o autor parte do princípio de que os modelos de competitividade e de


desenvolvimento regional, apesar de trabalhar com um conjunto de variáveis que podem ser
considerados Fatores Críticos de Sucesso (FCS) também para o processo de formação das
Redes interempresariais entre MPEs, são genéricos e abrangentes. Daí surge a necessidade de
desenvolver um modelo para identificação dos FCS que sejam específicos para a formação de
Redes entre MPEs, considerando ainda que estes modelos estejam intimamente relacionados,
ou seja, a competitividade regional pode ser obtida através de uma política de
desenvolvimento regional que incentive a criação de Redes Interempresariais de MPEs,
conforme figura abaixo.

FIGURA 1: A RELAÇÃO ENTRE COMPETITIVIDADE,


DESENVOLVIMENTO REGIONAL E À FORMAÇÃO DE REDES
INTEREMPRESARIAIS DE PE'S

COMPETITIVIDADE

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

REDES INTEREMPRESARIAIS DE MPEs

Fonte: Cândido & Abreu (2000)

Assim, o pressuposto básico do trabalho é de que a competitividade local será alcançada a


partir da existência de uma política de desenvolvimento regional que incentive e/ou apóie à
formação de redes interempresariais entre MPEs e, em particular os do tipo APLs.

Em função desta perspectiva, foi identificado um conjunto de variáveis, as quais podem ser
consideradas FCS no processo de formação, desenvolvimento e consolidação de redes
interorganizacionais e mais especificamente, os agrupamentos industriais entre MPEs. Estes
fatores precisam necessariamente ser levados em consideração no processo, como condição
para que os interesses e necessidades de todos os agentes envolvidos sejam alcançados e
superados, respectivamente. Neste sentido, os fatores identificados foram classificados em
quatro grupos, cada uma delas com um conjunto de fatores específico, os quais são
discriminados em seguida.
FIGURA 2: CONJUNTO DE VARIÁVEIS ENVOLVENDO OS FCS A SEREM
CONSIDERADAS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E
CONSOLIDAÇÃO DE REDES INTERORGANIZACIONAIS DE MPES

Políticas
Ambiente de macroeconômicas
Negócios

FATORES
CRÍTICOS DE
SUCESSO

Aspectos
Processo de Antropológicos
Formação e Sócio-
culturais

Fonte: Cândido (2001)

Ambiente de Negócios

Competitividade Local: A existência de condições para a competitividade, a partir da


capacidade das empresas inovarem e melhorarem, baseada em situações de pressões e
desafios, envolvendo novas tecnologias e novas maneiras de fazer as coisas, além da
existência de concorrentes locais poderosos, base de fornecedores agressivos e clientes locais
exigentes.

Prática da Inovação: A existência de um ambiente propício para a prática da inovação,


baseada na cooperação e colaboração interorganizacional, partindo do princípio de que as
empresas participantes dependem umas das outras para poderem pôr em prática o conjunto
das suas operações e suas ações estratégicas individuais e coletivas.
Perfil das Empresas Locais: A existência de instituições e/ou pessoas responsáveis pelo
processo tenham conhecimento adequado do perfil das empresas localizadas na região, tanto
individual quanto coletivamente no que se refere ao conjunto de operações, a lógica inter-
relacional e do contexto ambiental.

Infra-estrutura Física: Existência de boas condições de infra-estrutura físicas (elétricas,


hidráulicas, sanitárias e ambientais); de comunicação e informação e de transportes que
atendam as necessidades das empresas participantes do agrupamento.

Condição para a convivência entre a cooperação e competição entre as empresas locais:


Existência de um ambiente propício para a prática da cooperação e colaboração entre as
empresas participantes do agrupamento baseados em objetivos comuns entre empresas, o
poder público e as instituições de apoio às atividades empresariais na região.

Formas de comunicação: A existência de múltiplos canais e formas diversas de comunicação


entre os participantes (internos/externos, público/privados), partindo do princípio de que esta
forma de atuação empresarial se desenvolve através de comunicações e interações múltiplas,
em torno de interesses e necessidades comuns e nos relacionamentos entre os diversos
participantes.

Participação de outras empresas e instituições de apoio: Participação de fornecedores


especializados, fabricantes de produtos complementares, prestadores de serviços
especializados, envolvimento de instituições públicas e privadas (universidades, centros de
pesquisa, associações comerciais e industriais, órgãos de padronização, etc.).

Políticas Macroeconômicas

Estabilidade nas políticas macroeconômicas: A existência de estabilidade nas políticas


macroeconômicas do tipo (estrutura do sistema tributário, condições do mercado de trabalho,
normas sobre a propriedade intelectual, conhecimentos acerca da capacidade da absorção e
utilização da capacidade de produção, etc.) que ofereçam as devidas condições para novos
investimentos.

Planejamento e coordenação das ações das instituições locais de apoio ao agrupamento: A


existência de uma política que promova o desenvolvimento de programas voltados para
articular o planejamento e coordenação das ações das instituições locais do tipo:
desenvolvimento de novas tecnologias, regulação, treinamento, controle de qualidade,
licenciamento, financiamento, segurança do trabalho, controle ambiental, etc.

Independência e autonomia das empresas participantes: Que as empresas participantes do


agrupamento sejam independentes, ou seja, as empresas ao atuarem em rede, não irão
significar que elas terão de abrir mão da sua autonomia.

Investimentos públicos de apoio: Que os investimentos públicos destinados ao estímulo à


produção sejam orientados para a criação de infra-estrutura para a melhoria na prestação de
serviços públicos que atendam as demandas específicas das MPEs.

Forma de concorrência: A existência de formas de concorrência e rivalidade saudável entre as


empresas localizadas na região e entre os participantes da rede.

Mecanismos para fortalecer os relacionamentos e interações: A existência de mecanismos


organizacionais direcionados para o fortalecimento dos relacionamentos e interações entre os
diversos agentes direta e indiretamente envolvidos com o conjunto das empresas da região.

Capacidade de mobilização: A existência de uma efetiva capacidade mobilizadora dos agentes


e das instituições públicas e privadas, especialmente as de cunho local e micro-regional.

Participação indireta do poder público: A participação do poder público deve ser induzida
pelos interesses do setor privado, sendo esta participação mais indireta, ao invés de ser
controlada pelo governo, ou seja, as políticas governamentais devem ser voltadas para a
criação de um ambiente em que as empresas tornem-se capazes de ganhar vantagem
competitiva, não se envolvendo diretamente no processo.

Políticas direcionadas para o fortalecimento da capacitação tecnológica: As formulações das


políticas devem privilegiar conjuntos de indústrias e setores em articulação com outros
agentes que contribuam para o fortalecimento a capacitação tecnológica das empresas
participantes do agrupamento e às demais localizadas na região.

Política de difusão de tecnologias de informação e conhecimento: A existência de uma


política de difusão de tecnologias de informação e conhecimentos (TI's) para as empresas
participantes do agrupamento, que possibilite troca e compartilhamento de informações sobre
mercados, tecnologias alternativas, novos insumos, novas técnicas mercadológicas, de
gerência financeira, etc.
Integração das políticas de apoio: A integração de diferentes políticas (financeira, industrial,
serviços, de C & T, educacional, etc) postas em prática pelo poder público e instituições
privadas.

Estímulo à geração, aquisição e difusão de conhecimentos: O desenvolvimento de atividades


de apoio à formação de ambientes capazes de estimular a geração, aquisição e difusão de
conhecimentos, que estimulem empresas, grupos sociais e países a investirem na capacitação
de seus recursos humanos, e mobilizarem a habilidade de aprender e incentivarem suas
capacidades inovadoras.

Interação entre os diversos agentes envolvidos: Desenvolvimento de modelos e sistemas


visando à maior interação entre os diversos agentes econômicos, técnico-científicos, políticos
e reguladores existentes na região.

Processo de Formação

Foco em setores e atividades com experiências anteriores ou com potencial para a prática da
cooperação e colaboração: O processo de formação deve ser focado em setores e atividades
para as quais as localidades e regiões já contem com algumas experiências anteriores de
prática de cooperação e colaboração interorganizacional ou demonstrem algum potencial ou
afinidade para tanto.

Vinculação a uma política de desenvolvimento regional: O processo de formação e


desenvolvimento dos agrupamentos industriais deve estar vinculado a uma política de
desenvolvimento regional que envolva diretamente apoio as MPEs, atentando para as
potencialidades do agrupamento a ser criado e os benefícios decorrentes da sua criação.

Remoção aos obstáculos, restrições e limitações: O processo precisa ser focado na remoção
dos obstáculos e atenuação das restrições e limitações para o funcionamento e
desenvolvimento do agrupamento.

Desenho das fronteiras organizacionais: A existência de um adequado desenho das fronteiras


organizacionais, incluindo os diversos elos na cadeia produtiva.

Familiarização com os conceitos e vantagens da nova forma de atuação das empresas:


Familiarizar os componentes efetivos e potenciais do agrupamento com os conceitos,
importância, e vantagens de atuar de forma conjunta e compartilhada com outras empresas,
para superar determinadas carências e dificuldades.

Expressão dos objetivos comuns de forma explícita: A necessidade de que os participantes


envolvidos direta e indiretamente tenham seus objetivos expressos explicitamente, a partir da
existência de objetivos comuns.

Relacionamentos voluntários e constantes: Que as diversas formas de interligações e


interações entre os diversos componentes do agrupamento sejam realizados através de
relacionamentos voluntários e constantes.

A necessidade e papel das lideranças: A existência de líderes nos diversos níveis do


agrupamento, assumindo compromissos e atuando como um referencial, com participação
ativa na definição e implementação das estratégias e operações e, principalmente no processo
decisório das empresas, tanto individual quanto coletivamente.

Definição de uma arquitetura organizacional: Definir uma arquitetura organizacional para o


agrupamento que seja a mais adequada ao contexto regional, definindo quais os papéis e
atribuições de cada um deles e, de como serão firmados e mantidos às relações de
dependência com os diversos agentes dentro da cadeia produtiva do agrupamento.

Estratégias de atuação e políticas mercadológicas: A estratégia mais indicada para o


fortalecimento do aglomerado deve ser inicialmente atender as necessidades e os interesses do
mercado interno e, a partir daí buscar o mercado externo, realizando campanhas publicitárias
em revistas estrangeiras locais especializadas e publicações de circulação global; participando
de feiras e encontros de interesse.

Existência de um núcleo que centralize as políticas e estratégias do agrupamento: A existência


de uma adequada definição das competências do núcleo, envolvendo a identificação,
construção, desenvolvimento e proteção das competências do núcleo, o qual terá como
responsabilidade principal à definição e implementação da formulação e implementação das
estratégias do agrupamento.

Escolha adequada dos agentes responsáveis pela negociação e consolidação do processo:


Escolher adequadamente os atores (agentes) que irão representar os papéis de negociadores e
consolidadores do processo de formação do agrupamento.
Adaptar/adequar experiências anteriores em outras regiões às características e necessidades
locais: Uma pré-condição para a formação do agrupamento deve ser o conhecimento de
experiências de agrupamentos em outras regiões, objetivando adaptar às características da
região, às especificidades dos interesses e necessidades da comunidade local.

Aspectos Antropológicos e Socioculturais

Nível de atividade comunitária na localidade: Que nas áreas geográficas escolhidas como alvo
para aplicação do agrupamento, exista sistema social que apresente certo nível de atividade
comunitária, ou pelo menos tendência para tanto.

História comum relacionado a aspectos étnicos, religiosos, esportivos, políticos, etc.: Que as
diversas partes componentes do agrupamento tenham um mínimo de história comum,
podendo ser manifestada através de questões étnicas, históricas, de valores, religiosas,
preferências políticas, etc.

Políticas que cuidem dos aspectos relacionados à socialização e conscientização dos agentes:
A desenvolvimento de uma política de promoção que cuide de aspectos relacionados à
socialização e conscientização dos seus membros, incluindo noções de responsabilidade,
compromisso, participação e consciência coletiva.

Existência de uma tradição de apoio familiar a novos empresários: A existência de uma


cultura empresarial que valorize os laços cooperativos e uma tradição de apoio familiar a
novos empresários.

Difusão de uma cultura relacionada a formas para obtenção da eficiência coletiva: Que os
responsáveis e lideranças do agrupamento primem em trabalhar o coletivo, estimulando,
encorajando e promovendo reuniões entre os diversos membros, criando oportunidade para
que os mesmos se encontrem e discutam problemas comuns, para que juntos encontrem e
encaminhem as soluções coletivas necessárias para a sustentação e desenvolvimento do
agrupamento.

Difusão de uma cultura relacionada à superação de deficiências coletivas: A difusão de uma


cultura que permita a percepção de que a eficiência coletiva do agrupamento depende de uma
adequada divisão do trabalho, da proliferação de parcerias, associações e cooperação entre as
empresas permitindo que elas consigam superar fragilidades e deficiências coletivas.
Clima de confiança e identidade cultural: A existência de um ambiente que favoreça um clima
de confiança e identidade cultural que precisam ser estimulados e transmitidos a todos os
agentes direta e indiretamente envolvidos no processo.

3.2. ABORDAGEM DAS ECONOMIAS EXTERNAS E DOS EFEITOS DE


COOPERAÇÃO

Nesta seção são discutidos os dois conceitos analíticos – economias externas e efeitos de
cooperação – empregados por Silva (2002) para identificar os efeitos coletivos cuja interação,
supõe-se, produzam ganhos de eficiência para as firmas no aglomerado e aumentam a
capacidade do sistema, como um todo, para inovar e crescer. Para isso, torna-se necessário
investigar se os aglomerados locais podem ser definidos como sistemas caracterizados por
uma eficiência total, que é maior que a pura soma da eficiência dos atores econômicos
operando dentro destes, e por uma capacidade de inovação, que é maior que a capacidade de
inovação de cada firma individual.

A distinção entre economias externas, definidas como um subproduto de algumas atividades


empreendidas dentro dos aglomerados e efeitos de cooperação, definidos como o resultado
explícito de comportamentos cooperativos voluntários, é semelhante ao que Schmitz (1995a,
p. 529) apresenta no conceito de “eficiência coletiva”, a qual define “… como a vantagem
competitiva derivada da soma das economias externas locais e da ação coletiva”. Um conceito
integrador, que apreende o ponto essencial de que a viabilidade econômica extrapola a firma
individual. No estudo proposto se avança um pouco mais ao fazer uma distinção entre
economias estáticas e dinâmicas e entre efeitos de cooperação externos e dinâmicos.

Economias Externas

Economias externas podem ser definidas como efeitos colaterais – positivos ou negativos e
fora das regras do mercado – da atividade de um agente econômico sobre outros agentes. O
que significa dizer que, na presença de economias externas, em uma economia de mercado
competitiva, os preços de mercado não mais refletirão os custos marginais sociais de
produção. Surge então, uma falha de mercado, significando que a economia de mercado não
mais pode atingir um estado de eficiência por si mesma. Em termos mais específicos, um
agente econômico produzindo economias externas (efeitos positivos externos) para outros
agentes, poderia não estender sua atividade geradora de externalidade até o ponto em que seu
custo marginal de produção igualasse os benefícios sociais de produção (MISHAN, 1971).

O conceito de economias externas foi primeiramente introduzido por Alfred Marshall em seu
livro Princípios de Economia (Principles of Economics), em 1920, quando analisava os custos
de produção na indústria como uma função do produto:

Olhando mais de perto as economias decorrentes de um incremento


na escala de produção de qualquer tipo de bem, observamos que estas
[podem ser divididas] em duas categorias – aquelas dependentes do
desenvolvimento geral da indústria, e aquelas dependentes dos
recursos das casas de negócios individualmente e da eficiência de sua
administração. [Podemos denominar a primeira de] economias
externas, e [a última] de economias internas. (MARSHALL, 1920, p.
266).

O último conceito é agora reconhecido como economias de escala da firma individual, quando
esta se concentra em uma escala crescente de produção. Marshall elaborou o significado do
primeiro conceito usando diversos exemplos: o aumento do conhecimento sobre mercados e
tecnologia, acompanhando a expansão do produto industrial; a criação de um mercado
comum de trabalho qualificado para os serviços especializados e para as indústrias
subsidiárias; a possibilidade de dividir o processo de produção em fases específicas e;
finalmente, a melhoria da infra-estrutura física, como estradas e ferrovias.

Assim, as economias externas se transformam em redução de custos para as firmas


individuais como uma conseqüência do crescimento industrial. Em outras palavras, estas são
economias externas à empresa, mas internas à indústria. Estas externalidades permanecem
firmes numa estrutura de análise estática, dado que se referem à eficiência alocadora de certos
recursos, e expressam a eficiência coletiva como uma função positiva do tamanho do distrito
e da densidade das interações que ocorrem dentro do aglomerado.

Ainda sob o ponto de vista estático, a agregação Marshalliana de um grande número de


pequenas firmas em um distrito industrial também favorece a redução dos custos de transação
entre os atores econômicos em operação no mesmo. De acordo com Williamson (1985), os
custos de transação variam, dependendo de três fatores básicos:
1. Especificidade dos ativos necessários para realizar a transação;

2. Freqüência com que às transações ocorrem;

3. Incerteza a que estão sujeitos;

Em situações caracterizadas por elevado grau de incerteza, complexidade e oportunismo, os


custos de transação tendem a ser muito elevados. Nos distritos industriais a redução nos
custos de transação pode ser explicada pela proximidade geográfica e homogeneidade
cultural: os atores econômicos tendem a interagir, principalmente, com parceiros que estão
localizados em sua própria área, com quem então, podem ter contatos face-a-face. A
estabilidade de muitas relações e a importância da construção de uma reputação decresce o
risco de um comportamento oportunista. Nos distritos, um atraso na entrega, ou uma produção
de má-qualidade, imediatamente se torna de conhecimento comum, e uma má reputação
influencia negativamente as futuras relações.

Além disso, as firmas que enfrentam problemas com seus parceiros, nos distritos industriais,
podem, facilmente encontrar uma nova empresa em condições de satisfazer suas necessidades.
Isto é possível devido à grande concentração de firmas semelhantes em uma área geográfica e
à intensa difusão de informações, que reduz os custos envolvidos em descobrir um novo
parceiro adequado para a substituição.

Um outro aspecto importante na caracterização das transações em distritos industriais é a


possibilidade de facilmente reciclar os investimentos em transações de ativos específicos,
como conhecimento ou máquinas. De fato, os investimentos podem ser usados em transações
semelhantes, com diferentes parceiros, ou vendidos a outras firmas sem perda excessiva. A
facilidade de reciclagem dos investimentos reduz sua especificidade, sem reduzir sua
especialização.

Ao movermos das economias externas estáticas para as dinâmicas, devemos novamente


referirmo-nos a Marshall. De fato, alguns dos seus exemplos aludem aos efeitos dinâmicos do
crescimento industrial, que promovem a espécie de “atmosfera industrial”, capaz de reduzir,
não somente a desvantagem de custos das pequenas empresas em comparação com as
grandes, mas principalmente, ajudá-las em sua estratégia de crescimento e inovação. Isto é
particularmente óbvio quando ele se referia às economias externas como sendo dependente do
progresso geral do ambiente industrial. Exemplos de externalidades dinâmicas sugeridas por
Marshall são a acumulação de habilidades, know-how e conhecimento, que ocorrem de forma
espontânea e socializada dentro do distrito.

Três tipos de economias externas dinâmicas foram identificadas por Stewart e Ghani (1991):
mudança de atitudes e motivação, formação de habilidade e mudança no conhecimento acerca
de tecnologias e mercados. O primeiro tipo de externalidade se refere a uma espécie de efeito
demonstrativo em atitudes, que induz os agentes econômicos a adotar novas tecnologias ou
introduzir novos produtos ou novas formas de organização.

O segundo tipo de externalidade, a formação de capital humano, é geralmente reconhecido


como uma importante fonte de externalidades. Em um distrito industrial que concentra uma
massa de trabalhadores qualificados e especializados, o processo de treinamento ocorre de
uma forma espontânea e socializada, tanto no nível formal como no informal – aprendizagem
no trabalho.

O último tipo de externalidade dinâmica está relacionado à transferência de tecnologia através


da interação de firmas fora do mercado, que pode gerar melhoria tecnológica de muitas
formas diferentes. A proximidade espacial facilita o movimento de trabalhadores qualificados,
trazendo o conhecimento de tecnologias novas e melhoradas. Além disso, a disponibilidade de
trabalhadores qualificados tem efeitos importantes no completo domínio do “know how” de
uma determinada indústria. Finalmente, a adoção de inovações pode também ser favorecida
pela facilidade de interações entre firmas em encontros e reuniões informais.

Os efeitos gerados pelas economias externas dinâmicas podem ser interpretados como
aumentos na aprendizagem coletiva. Por exemplo, no caso do conceito do “aprender fazendo”
(learning by doing), incorporado por Arrow (1962) na teoria de crescimento para tornar o
progresso técnico endógeno, cada firma aprende não somente de suas próprias atividades, mas
também das atividades das outras firmas. De acordo com o modelo de Arrow, se uma firma
aumenta seu capital, isto tem um impacto tanto em seu produto como no nível de
conhecimento do sistema econômico, justificando, então, a existência de retornos crescentes
ao nível da economia como um todo. Nos distritos industriais o investimento de cada ator
econômico em produto e inovação do processo, em informação ou em mercado, gera um
efeito de aprendizagem coletiva, que aumenta a taxa de crescimento da eficiência coletiva de
todo o sistema.
Um efeito adicional das economias externas dinâmicas foi introduzido por Camagni (1991),
que enfatizou o papel desempenhado pelos distritos industriais na redução da incerteza no
processo de inovação, devido à informação imperfeita, dificuldades em definir precisamente
os efeitos das decisões inovadoras, problemas em controlar as reações e comportamento dos
atores econômicos. De acordo com Camagni, o ambiente local desempenha uma função de
reunião e seleção de informações através da troca informal entre firmas e um processo de
aprendizagem coletiva devido à mobilidade de trabalhadores qualificados, trocas entre
fornecedores e clientes e aos processos de imitação.

Diante do exposto, é fácil concluir que as externalidades têm sido amplamente utilizadas
como um conceito que reúne os diversos efeitos econômicos da aglomeração, tanto em uma
perspectiva estática como dinâmica. O próximo passo é entender sob que condições um
sistema econômico e, mais especificamente, um aglomerado local produz externalidades.

De acordo com a teoria econômica (VARIAN, 1999; MAS-COLELL; WHINSTON; GREEN,


1995), os bens públicos representam uma importante fonte de produção de externalidades.
Estes são caracterizados pela:

a. Não rivalidade no consumo, ou seja estes podem ser consumidos por um indivíduo
sem reduzir a possibilidade de consumo disponível para os outros;

b. Não exclusão de benefícios, em outras palavras, bens e serviços cujos benefícios


não podem ser mantidos sem custo pelo proprietário ou fornecedor. Tais
benefícios são, então, disponíveis para todos, uma vez o serviço ou bem seja
fornecido.

Dado que no caso de um bem privado existe total rivalidade e exclusão, neste caso a produção
de externalidades está no seu mínimo. Entre ambos – bens públicos e privados – existe um
continuum de casos mostrando diferentes graus de exclusão e rivalidade e caracterizada por
diferentes intensidades de economias externas.

Pelo menos duas conseqüências importantes resultam desse entendimento de economias


externas para nossa discussão. Primeiro, porque os benefícios externos não podem ser
prontamente capturados e porque os custos externos podem ser facilmente evitados (problema
do carona1), atividades gerando economias externas não serão empreendidas em quantidade

1
Carona é uma pessoa que se beneficia de um bem, mas que se recusa a pagar por ele.
eficiente. Então, em uma economia de mercado pura, existirá uma tendência a subinvestir em
áreas sujeitas a um alto grau de economias externas, porque cada ator econômico terá algum
incentivo a se comportar como um carona (free rider). Então, o problema é explicar porque é
que um grande número de efeitos coletivos é produzido pelos atores econômicos dentro dos
distritos industriais. A resposta encontra-se na introdução do conceito de cooperação,
discutido abaixo e além das economias externas, para explicar, em alguma extensão, o grau de
eficiência coletiva nos distritos industriais.

A outra conseqüência da natureza de bem público das externalidades está relacionada à


heterogeneidade entre os atores econômicos dentro dos distritos: não exclusividade de
externalidades implica que cada ator econômico localizado no distrito tem igual acesso às
vantagens do mesmo. Isso colide com a heterogeneidade de desempenho, comportamento e
formas de "usar” o distrito. Referindo-se novamente ao conceito de cooperação, a próxima
seção mostra como alguns benefícios dos distritos podem ser de fato restritos a grupos
específicos de atores econômicos, levando à heterogeneidade observada dentro dos distritos.

Para concluir, as economias externas constituem apenas uma categoria dos possíveis efeitos
coletivos das aglomerações industriais, explicando os ganhos de eficiência e a capacidade de
inovação das firmas dentro dos distritos. O problema do subinvestimento em atividades
gerando economias externas e a existência de comportamentos e desempenhos diferentes
entre firmas no mesmo distrito sugere a necessidade de considerar outros tipos de efeitos
coletivos, mais especificamente, os efeitos de cooperação.

Efeitos de Cooperação

A noção de cooperação pode ajudar explicar a vasta produção de efeitos coletivos nos
distritos industriais. Alguns conceitos da teoria dos jogos podem ser úteis para um
entendimento de como e porque os atores econômicos podem cooperar dentro de um sistema
para gerar benefícios coletivos, superando conflitos de auto-interesse e o problema do carona.

O Dilema do Prisioneiro mostra a dificuldade da cooperação. Na forma simples e estática


desse jogo, a estratégia dominante (equilíbrio de Nash) para ambos jogadores é um
comportamento não cooperativo (GIBBONS, 1995). Embora os ganhos (payoffs) do
comportamento cooperativo representem uma situação superior no sentido de Pareto, esta
estratégia não será escolhida porque, mesmo que eles possam conversar antes de tomar uma
decisão de confessar ou não o crime e que ambos concordem em não confessar, cada jogador
sabe que a melhor resposta à cooperação do outro é o rompimento do acordo.

Uma forma de impor a cooperação é confiar em uma autoridade externa que pode penalizar a
não cooperação e premiar a cooperação, embora este não seja relevante para explicar o
comportamento cooperativo em distritos industriais. Uma forma alternativa é a auto-
imposição em jogos repetitivos. A chave para a auto-imposição é a importância do futuro: se
o jogo é repetido infinitamente ou se o encerramento é incerto, os jogadores podem achar que
é de seu interesse cooperar com medo de uma futura retaliação pelos outros jogadores
(PLATTEAU, 1994).

Em um ambiente suficientemente estável, onde o relacionamento entre os agentes é


caracterizado por certo grau de continuidade, agentes racionais desenvolvem um interesse
mutuo em cooperação. Os mecanismos chaves são reputação individual e o processo histórico
de cooperação. Uma situação semelhante tem sido discutida na literatura da teoria dos jogos
como uma estratégia olho por olho (tit for tat). De acordo com Varian (1999, p. 499), essa
estratégia funciona da seguinte forma: “na primeira rodada você coopera. Em cada rodada daí
em diante, você coopera se o seu oponente cooperou na rodada anterior. Se este falhou na
rodada anterior, você também falhará”. Em outras palavras, essa política do olho por olho
significa que você fará nesta rodada exatamente o mesmo que o seu oponente fez na rodada
anterior.

A estratégia do olho por olho funciona muito bem porque oferece a oportunidade de uma
punição imediata pela não cooperação. A ameaça de penalidade pode ser suficiente para
manter a cooperação. O problema dessa estratégia é o perdão: se um indivíduo não coopera,
ele sempre poderá tentar renegociar, isto é, tentar fazer com que o passado seja esquecido.
Essa possibilidade pode destruir a credibilidade de qualquer esquema de punição, levantando
dúvidas sobre a auto-imposição da cooperação baseada exclusivamente em um
comportamento racional de interesse próprio na maximização.

Onde o interesse próprio racional perde sua efetividade, as normas sociais podem funcionar
como um elemento fortalecedor. Se essa é uma norma para punir os “desertores”, e se um
grande número de pessoas segue essas normas, a ameaça de retaliação pode se tornar
novamente um meio de intimidação para o comportamento não cooperativo. De acordo com
Axelrod (1984), se num sistema econômico existe um grande número de seguidores dessas
normas, cuja interação entre eles representa uma grande proporção de suas interações totais,
haverá uma tendência para seguir as normas e adotar um comportamento cooperativo.

A analogia com os aglomerados produtivos locais é direta. Do ponto de vista dos


relacionamentos que se verificam dentro destes, os distritos industriais podem ser vistos como
sistemas muito estáveis, caracterizados por normas sociais muito bem estabelecidas e aceitas,
por uma interação freqüente de longo prazo entre um grande número de atores econômicos,
que conhecem um ao outro muito bem e pela rápida e difundida disseminação de
informações. Além disso, nos distritos industriais pode-se encontrar arranjos institucionais,
como relacionamentos comerciais de longa data, organizações duradouras e redes de
comunicação funcionando bem, através das quais a auto-imposição da cooperação se verifica
mais facilmente. Dentro dos distritos, a reputação de integridade é altamente valorizada e as
sanções para impor os limites do comportamento nos negócios comumente aceitos podem ser
muito pesadas, sendo a exclusão social da comunidade a derradeira.

Deve ser também enfatizado que a estabilidade dos sistemas e as normas sociais que regulam
os relacionamentos entre os atores econômicos não podem ser eternos, mudanças nos
elementos internos e/ou externos podem causar impactos e, conseqüentemente, o interesse
próprio de cooperação dentro do distrito.

A cooperação na inovação do produto ou no processo de produção, a difusão de informações


e os efeitos de aprendizagem coletiva entre grupos de firmas ligadas, por exemplo, por laços
familiares ou amizade, constituem exemplos dos produtos do comportamento cooperativo
imposto pelo interesse próprio e induzido pela existência de uma massa crítica de seguidores
das normas. Os efeitos cooperativos podem ser tanto estáticos como dinâmicos, e todos eles
concorrem para o aumento da eficiência do sistema e sua potencialidade de crescimento e
inovação.

Os efeitos de cooperação diferem das externalidades, porque as últimas constituem um


subproduto espontâneo das atividades econômicas dentro do aglomerado, enquanto a primeira
é produto de um comportamento cooperativo voluntário e explícito entre atores econômicos.
No caso das externalidades, o mecanismo de não compensação explica a tendência de
subinvestimento e a falta de interesse próprio entre os atores econômicos. Por outro lado, a
existência de um mecanismo de compensação explica o interesse racional dos atores
econômicos em cooperar entre si, produzindo efeitos de cooperação e aumentando a eficiência
coletiva do sistema. Em uma perspectiva de longo prazo, a compensação pode assumir várias
formas, como: trocas monetárias, trocas de informações, tecnologia, conhecimento ou capital
humano, ou a construção de uma reputação que pode se tornar útil em futuras interações.

Além disso, a existência de um mecanismo de compensação permite a introdução da


exclusividade na exploração das vantagens coletivas derivadas dos efeitos de cooperação, que
pode ser definida como um bem público impuro “club goods”2. Um clube é um grupo
voluntário obtendo benefícios mútuos pela divisão dos custos de produção, informação, redes
comerciais ou qualquer outro bem ou serviço caracterizado por benefícios exclusivos.

Acreditamos ser importante destacar aqui alguns aspectos da definição de um clube


destacados por Cornes e Sandler (1986). Primeiro, os clubes devem ser voluntários, isto é, os
membros decidem associar-se, porque antecipam os benefícios da participação. Então, a
utilidade conjuntamente derivada da participação na sociedade e do consumo de outros bens
deve exceder a utilidade associada à não-participação. Segundo, clubes envolvem a
participação, seja no uso de um bem público impuro, ou no prazer dos benefícios da
associação. A divisão dos benefícios freqüentemente leva a uma rivalidade parcial, à medida
que o número de membros cresce demasiadamente, provocando uma redução na qualidade
dos benefícios recebidos. Terceiro, a existência de clubes exige a presença de um mecanismo
de exclusão; sem um tal mecanismo não haveria incentivos para os membros se juntarem ao
clube.

Em razão dos bens de clube serem produzidos pelo mercado, estes são exclusivos. Isso
explica porque nos distritos industriais, onde a cooperação é induzida pela auto-imposição e
pela existência de uma massa crítica de seguidores das normas, os efeitos de cooperação
tendem a ser particularmente importantes para explicar a eficiência coletiva. De fato, nos
distritos industriais é possível identificar diversos grupos cujas atividades geram efeitos de
cooperação divididos entre os membros do clube. Alguns exemplos são as associações de
empresários, consórcios de exportação, grupos de firmas ligadas por laços familiares ou de
amizade e grupos cooperando na produção de alguma mercadoria ou em projetos de inovação
do processo de produção. A existência de mecanismos de seleção para excluir os atores
econômicos dos benefícios da cooperação contribui para explicar a heterogeneidade dentro
dos aglomerados produtivos locais.
2
O termo “club goods’ foi introduzido na literatura econômica por James Buchanan (1965) para cobrir
o espaço entre os bens públicos puros e os bens privados. Um “club good” é um bem público impuro,
caracterizado pela não-rivalidade e exclusão parciais.
Finalmente, as diferenças entre os atores econômicos podem também ser explicadas pelas
diferenças na sua capacidade de assimilar e explorar os benefícios do aglomerado e, por
conseguinte, os efeitos de cooperação, bem como as economias externas.

Seguindo as linhas da nova abordagem evolucionária da mudança tecnológica (NELSON;


WINTER, 1982; DOSI et al.,1988), observamos que esta pode ser interpretada e
esquematizada da seguinte forma:

a. A mudança tecnológica é um processo histórico, evolucionário e irreversível,


baseado no comportamento dos diferentes agentes econômicos que exploram
somente uma parte limitada do conjunto de ações teoricamente possíveis,
estreitamente ligado às inovações adotadas anteriormente e ao know how já
adquirido;

b. Esta se apóia, então, em um processo de aprendizagem cumulativo, resultando


na criação, ao invés da simples adoção ou imitação das idéias já existentes;

c. Devido à sua dependência do processo interno de aprendizagem, a mudança


tecnológica se desenvolve cumulativamente a partir de ativos intangíveis e do
know how específico da firma: sua transferência ou imitação é, então, um
processo difícil.

Desse modo, a habilidade das firmas de explorar as vantagens do aglomerado produtivo local
difere de acordo com sua história passada, o know how previamente acumulado e seu
processo de aprendizagem cumulativo. Por essa razão, as firmas no distrito industrial não são
iguais em relação as externalidades e aos efeitos de cooperação; o que realmente importa é
sua capacidade de transformar recursos genéricos em vantagens comparativas específicas com
respeito a outras firmas. Assim, por exemplo, a existência de uma grande reserva de trabalho
qualificado no aglomerado se torna um ativo decisivo para a estratégia de crescimento de uma
firma, quando esta emprega um trabalhador qualificado, o qual traz consigo um conhecimento
acumulado que pode ser proveitosamente assimilado na estrutura da firma.
Seção 4

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Em função dos objetivos pretendidos com a realização da pesquisa, qual seja mapear os
Arranjos Produtivos Locais (APLs) do setor de Tecnologia da Informação e de Comunicações
(TICs) nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos, a pesquisa realizada pode ser
caracterizada como um estudo descritivo e exploratório, considerando que são explicitadas as
características e formas de atuação dos agentes produtivos e instituições (públicas e privadas)
envolvidas com as atividades do setor de TICs nas cidades pesquisadas, especialmente quanto
as suas práticas de princípios de redes (cooperação, associação, parceria, etc.), característicos
de empresas que atuam num APL. É exploratório, por procurar compreender um contexto
desconhecido quanto à percepção dos empresários e dos gestores das empresas de TICs acerca
das formas de atuação e as vantagens e benefícios da atuação inseridos num APL e também
pelo fato de não se ter controle sobre eventos e focalizar contexto contemporâneo.

Para a consecução dos objetivos da pesquisa, adotaram-se os seguintes procedimentos


metodológicos:

• Pesquisa bibliográfica, envolvendo as principais tendências quanto à inserção


competitiva das micro, pequenas e médias empresas, explorando a evolução dos
conceitos de redes, as suas formas de aplicação no atual ambiente de negócios e de
gestão, partindo do princípio de que este novo formato organizacional constitui-se
num eficaz mecanismo para solução dos problemas enfrentados pelas organizações de
forma genérica e em particular junto às Micro, Pequenas e Médias Empresas
(MPM’s); em seguida, são apresentadas as abordagens para mapeamento e análise de
APLs, quais sejam: dos fatores críticos de sucesso no processo de formação,
desenvolvimento e consolidação de APLs proposta por Cândido (2001) e a abordagem
das economias externas (estática e dinâmica) e efeitos de cooperação proposta por
Silva (2002). As informações nesta etapa da pesquisa foram obtidas junto a uma ampla
bibliografia previamente selecionada;

• Pesquisa do tipo survey, conduzida sob a forma de estudo de caso, na qual se buscou
levantar o maior número possível de informações acerca de um determinado
fenômeno, qual seja a opinião dos empresários do setor de TIC sobre as formas e
vantagens das suas atividades e negócios estarem inseridas em um APL. Tomando
como referência às dimensões, variáveis e indicadores para mapeamento e análise de
APLs.

A pesquisa realizada pode ser considerada ainda do tipo estruturalista, que segundo Gil
(1999), procura através de um determinado mecanismo a decodificação e a compreensão de
um dado contexto sócio econômico, tornando mais explícita uma realidade anteriormente
latente. Quanto aos fins da pesquisa, o método de procedimento é basicamente o comparativo,
procurando investigar determinados fatos, objetivando encontrar fontes, subsídios e
experiências similares para análise dos dados, objeto da pesquisa.

4.1 TÉCNICAS DE PESQUISA

No que se refere às técnicas para a coleta de dados foram utilizadas a documentação indireta,
para a realização da pesquisa bibliográfica, explorando livros, artigos de revistas e periódicos,
e sites na internet que envolvesse os temas tratados na pesquisa. Além disso, foram utilizadas
técnicas de documentação direta do tipo intensiva, adotando os seguintes procedimentos: 1)
análise documental, explorando relatório de pesquisa, no qual foi feito um diagnóstico das
empresas de TIC na Paraíba, no qual se procurou conhecer as formas de atuação das empresas
em termos de áreas funcionais; 2) utilização da observação não-participante e conversas
informais com pessoas direta e indiretamente envolvidas com as atividades das empresas de
TIC nas cidades pesquisadas e, 3) aplicação de instrumento de pesquisa do tipo questionário,
que também poderia servir como um roteiro para realização de entrevistas semi-estruturadas,
elaborado a partir do conteúdo da fundamentação teórica do trabalho, assim como as
inferências dos pesquisadores obtidas através da observação não participante.

4.2 ESPECIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA DA PESQUISA

Em função dos objetivos da pesquisa realizada, a população da pesquisa consistiu de todas as


empresas do setor de TIC nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos envolvidas
direta e indiretamente com as diversas atividades das empresas do setor.

O tipo de amostragem utilizada foi a probabilística aleatória simples, na qual procurou-se


envolver a estratificação das atividades, com o objetivo de contemplar o conjunto de empresas
e atividades. O quadro abaixo mostra a população, a amostra e a sua representatividade
percentual.
QUADRO 1: POPULAÇÃO E AMOSTRA DAS EMPRESAS DE TIC PESQUISADAS

Representatividade da
Cidades População Amostra
amostra (em %)
João Pessoa 149 60 40,26
Campina Grande 87 39 44,82
Patos 11 05 45,45

Fonte: Dados da pesquisa (2005)

GRÁFICO 1: REPRESENTATIVIDADE DA POPULAÇÃO DAS CIDADES


PESQUISADAS DENTRO DO APL

70,00%
60,32%
60,00%
50,00%
João Pessoa
40,00% 35,23%
Campina Grande
30,00%
Patos
20,00%
10,00%
4,42%
0,00%

A partir destes dados quanto à população e amostra, pode-se afirmar que a amostra é
representativa e permite traçar um quadro homogêneo nas respostas obtidas para os objetivos
da pesquisa.

4.3 O INSTRUMENTO DE PESQUISA

Para a coleta dos dados primários da pesquisa foi utilizado como instrumento um
questionário, envolvendo uma série de aspectos relacionados às características e formas de
funcionamento de um APL sob a forma de questões abertas e fechadas, baseadas em
abordagens para análise de APLs específicos. As variáveis utilizadas no referido questionário
envolveram: 1) uma parte introdutória com dados sobre: informações gerais, história da
empresa, perfil dos dirigentes e força de trabalho; 2) aspectos relacionados à estrutura e
formas de funcionamento das empresas, envolvendo aspectos relacionados a: desempenho,
organização e finanças, processo de inovação e estratégia de vendas; 3) aspectos relacionados
à formas de interação e convivência com os seus stakeholders, quais sejam: relação com
fornecedores, formas de competição, formas de cooperação e 4) aspectos relacionados à
formas de interação e convivência com as instituições locais de apoio a atividade econômico e
a geração do desenvolvimento.

O conteúdo do instrumento de pesquisa possibilitou flexibilidade e neutralidade nos


questionamentos e na compreensão das respostas, procurando-se buscar o máximo de
consistência e fidedignidade nas respostas, através de discussão entre a equipe de pesquisa,
com o objetivo de vincular as repostas obtidas com a base conceitual, as inferências pessoais
dos pesquisadores, a partir da condução da pesquisa e as interações com pessoas com maior
tempo e intensidade de convivência com as empresas do setor.

4.4 TRATAMENTO DOS DADOS

O tratamento das informações colhidas foi realizado a partir da análise do grau de


confiabilidade das respostas obtidas, utilizando como parâmetro a representatividade
percentual das respostas obtidas. Estas respostas foram confrontadas com o estabelecido na
fundamentação teórica do trabalho; nos comentários e sugestões propostas em conversas
paralelas com pesquisadores no tema e empresários envolvidos com o setor de TICs, assim
como com as análises da equipe de pesquisa decorrente das suas percepções e inferências com
a condução das diversas fases da pesquisa.
Seção 5

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

5.1. CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE TIC EM JOÃO PESSOA

A região metropolitana de João Pessoa conta com um potencial empreendedor significativo na


área de Tecnologia de Informação e de Comunicações, dentre outros fatores pela quantidade
de Instituições de ensino e pesquisa envolvidas na formação, treinamento e capacitação de
empreendedores e profissionais da área, conforme discriminado abaixo:

• Três cursos de informática no CCEN-UFPB, sendo um de graduação e, dois de pós-


graduação (especialização e Mestrado);

• Três cursos de informática no CEFET-PB, sendo um de nível médio e dois de nível


superior (Telemática e Geomática);

• Um curso de nível superior na Associação Paraibana de Ensino Renovado – ASPER e


duas especializações (Redes de Computadores e Sistemas de Informação);

• Um curso de graduação de informática no UNIPÊ - Centro de Ensino Universitário de


João Pessoa;

• Um curso de nível superior e dois cursos de nível médio no Instituto Brasileiro de


Tecnologia – IBRATEC, sendo um de Desenvolvimento de Software e outro de Suporte
ao Usuário.

A área de comunicações apresenta forte expansão no mercado, sobretudo por ser o suporte
obrigatório a todo tipo de transação eletrônica à distância, indo do lazer, com canais fechados
de TV a cabo ou por satélite, ao comércio eletrônico, ao trabalho colaborativo on-line e às
bibliotecas digitais.

Além disso, a implantação e, sobretudo, a manutenção e funcionamento dos diversos meios de


comunicação abrem grandes espaços para criação de empresas intensivas em tecnologia,
capazes não apenas de “passar fios”, mas de desenvolver ferramentas, produtos e processos de
supervisão e controle.

Gráfico 2: Percentagem por área de atuação na cidade de João Pessoa

Percentagem por área de atuação


32,44%

23,08%

17,39%

9,03%
8,36%

4,68%
2,34%
1,34% 1,34%
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C
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bu

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tri

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Este setor conta com várias instituições públicas e privadas que lhe dão sustentação, como as
citadas anteriormente, através dos cursos de graduação e pós-graduação em Informática,
assim como um conjunto de ações direcionadas para fomentar a geração de inovações e o
espírito empreendedor do corpo discente.

Outras Instituições desempenham um papel fundamental nessa direção como o SEBRAE


Paraíba, através da viabilização de diagnósticos como no presente caso e de outras ações; e do
CIENTE – Centro Incubador de Empresas e de Novas Tecnologias, através da sua
incubadora.
5.2. CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE TIC EM CAMPINA GRANDE

A cidade de Campina Grande está localizada no interior do Estado da Paraíba, há uma


distância de 120 km em relação a capital do Estado. Historicamente, a cidade constitui-se
numa referência econômica em diversos setores e segmentos (indústria, comércio e serviços).
Mais recentemente, o destaque principal tem sido na área de serviços, em especial na área de
educação e ciência e tecnologia (C & T), constituindo-se num pólo na formação de recursos
humanos em várias áreas do conhecimento, especialmente nos setores e atividades
relacionadas ao agronegócio, a eletro-eletrônica, novos materiais, design e na área de TIC.
Neste último setor, a cidade tem sido reconhecida como um moderno centro de pesquisas
universitárias e um dos mais promissores pólos tecnológicos do mundo, em especial na área
de TIC.

GRÁFICO 3: PERCENTAGEM POR ÁREA DE ATUAÇÃO DE CAMPINA GRANDE

Percentagem por área de atuação

21,70%

15,70%
14,50%

11,60%

9,70% 10,00%

5,90%

3,80% 3,60%
2,30%

0,40% 0,80%
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Re
Estima-se que o número de empresas e instituições atuantes em TIC na região metropolitana
de Campina Grande gire em torno de 100 empresas, com a grande maioria instalada no centro
da cidade. Estudo anterior realizado para traçar um diagnóstico acerca da caracterização e
formas de atuação e funcionamento das empresas de TIC na cidade aponta que:

• As empresas são jovens com média entre três a seis anos de existência;

• Quadro de pessoal enxuto e formas de gestão baseadas em ações empíricas


fundamentadas na capacidade empreendedora dos seus criadores, com forte atuação
familiar na condução dos negócios e atividades, com interferência direta para a melhor
forma de gestão, em especial quanto à definição e viabilização de estratégias e ao
processo de tomada de decisão;

• Pouca vinculação das empresas com as Instituições de apoio a atividade econômica na


região e frágeis formas de parceria entre os agentes produtivos, causadas por
desconhecimento e/ou ceticismos em relação a este tipo de prática;

• Faturamento per capita aquém do padrão internacional – o faturamento médio anual


per capita de empresas internacionais do setor é de quase 5 vezes aquele das de
Campina Grande. As possíveis causas para esta diferença estão relacionadas a: forte
concentração no mercado local; foco nos processos internos, sem considerar de forma
mais sistêmica as vinculações e interdependências destas empresas com o seu
ambiente, especialmente os mercados de atuação; inexistência de pesquisa de
necessidades e de satisfação de clientes; utilização de tecnologias de gestão de forma
empírica, baseada na experiência, maturidade e conhecimento dos sócios proprietários;

• Baixo valor agregado pelos empreendimentos, achatando margens – uma alternativa


interessante para aumentar o valor agregado localmente é através do desenvolvimento
e fornecimento de software. Uma maior atuação em software esbarra nas seguintes
dificuldades: recursos humanos sem pós-graduação; falta de parcerias para projetos de
P&D conjuntos com academia; banco de dados limitado ao MS-SQL Server; empresas
sem capital para investir no crescimento da atuação geográfica e/ou na expansão de
portfólio de produtos e serviços – adiante-se que esta constatação se aplica à maioria
das empresas de base tecnológica brasileiras, não sendo privilégio daquelas no APL
TIC de Campina Grande.

5.3. CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE TIC EM PATOS

Situado já no sertão da Paraíba, o município de Patos encontra-se as margens da BR 230, a


cerca de 300 Km a oeste de João Pessoa e a 180 Km de Campina Grande.

A cidade conta com uma Instituição de Ensino Superior (IES), “Faculdades Integradas de
Patos” – FIP, a qual oferece um curso de bacharelado em Sistemas de Informação,
reconhecido pelo MEC. Pretende-se que este curso da FIP seja um dos esteios da APL TIC de
Patos. O número de empresas que poderão compor inicialmente o APL TIC no município de
Patos, segundo cadastro recém-concluido, chega a 21. É um número expressivo para iniciar,
considerando-se a situação de interior do Nordeste brasileiro.

GRÁFICO 4: PERCENTAGEM POR ÁREA DE ATUAÇÃO DE PATOS.

Percentagem por área de atuação

37,5%

25,0% 25,0%

12,5%

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Estudo anterior realizado para traçar um diagnóstico acerca da caracterização e formas de
atuação e funcionamento das empresas de TIC na cidade aponta que:

• As empresas são relativamente jovens, carecendo de apoio para complementação de


formação e de utilização de práticas de Marketing para o setor;

• Faturamento per capita aquém do padrão internacional – o faturamento médio anual


per capita de empresas internacionais do setor é de quase 5 vezes aquele das de Patos.
Possíveis causas para esta diferença estão relacionadas com: forte concentração no
mercado local; foco no consumidor final, implicando em venda média pequena e
inexistência de pesquisa de necessidades e de satisfação de clientes;

• Software como segmento secundário - com a formatura da primeira turma do curso de


Bacharelado em Sistemas de Informações da FIP, pode começar a mudar este cenário,
mas mesmo assim, ainda há o seguinte desafio adicional: empresas de software sem
bagagem sólida em Engenharia de Software;

• Baixo valor agregado pelos empreendimentos, achatando margens – uma alternativa


interessante para aumentar o valor agregado localmente é através do desenvolvimento
e fornecimento de software. Uma maior atuação em software esbarra nas seguintes
dificuldades: recursos humanos sem pós-graduação; falta de parcerias para projetos de
P&D conjuntos com academia; banco de dados limitado ao MS-SQL Server;

• Empresas sem capital para investir no crescimento da atuação geográfica e/ou na


expansão de portfólio de produtos e serviços – adiante-se que esta constatação se
aplica à maioria das empresas de base tecnológica brasileiras, não sendo privilégio
daquelas no APL TIC de Patos.
Seção 6

DADOS SÓCIO-ECONÔMICOS DAS EMPRESAS ATUANTES NOS SETOR DE TIC


NO ESTADO DA PARAÍBA

Tomando como referência os dados coletados em decorrência dos instrumentos de pesquisa


aplicados junto aos empresários (as) e/ou gestores (as) das empresas atuantes no setor de
Tecnologia de Informação e Comunicações nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e
Patos, estão discriminados abaixo os resultados obtidos com a aplicação das abordagens para
mapeamento de APLs.

Os dados coletados, analisados e tabulados utilizando as abordagens de APLs propostos,


confirmam os resultados obtidos em pesquisa realizada anteriormente quando foi definido um
diagnóstico do contexto, das formas de atuação das empresas de TIC numa perspectiva micro,
envolvendo basicamente questões internas e o funcionamento de suas áreas funcionais.

6.1. REGIÃO METROPOLITANA DE JOÃO PESSOA

6.1.1 Em relação a informações gerais, história da empresa e perfil dos dirigentes

• O segmento das empresas de TIC´s em João Pessoa é composto de empreendimentos


novos com 61,7% destas com idade entre 01 e 06 anos. O percentual entre 07 e 09
anos de existência é de 35% e o restante (3,3%) é de empresas com menos de 1 ano
de idade.

Gráfico 5: Idade das empresas

70,00%
61,70%
60,00%
50,00%
01 ano
40,00% 35,00% De 01 a 06 anos
30,00%
De 07 a 09 anos
20,00%
10,00%
3,30%
0,00%
• O perfil dos gerentes em termos de gênero é na sua grande maioria formada por
homens, primordialmente na faixa de idade entre 21 e 29 anos de idade, com
formação preponderante de 3o. grau (41,7%) e com pós-graduação (31,7%).

GRÁFICO 6: NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS DIRIGENTES

45,00% 41,70%
40,00%
35,00% 31,70%
30,00%
25,00% 3º grau
20,00% Pós-graduação
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%

6.1.2. Em relação à força de trabalho

• A força de trabalho é enxuta com aproximadamente 50% das empresas contando com
até 05 empregados, bem como 20% de 6 a 9 empregados. O número de pessoas da
família envolvida nas atividades das empresas está situado no intervalo entre 01 a 03
pessoas com 51,7%. Esta situação permite caracterizar as empresas do segmento
como micro empresas familiares.

GRÁFICO 7: NÚMERO DE EMPREGADOS

50%
50%

40%

Até 05
30%
empregados
20% De 06 a 09
20%
empregados
10%

0%
• A grande maioria dos empresários pesquisados alega a dificuldade para encontrar
pessoal qualificado (80%) e (93,3%) reforçam intensamente a necessidade de
treinamento e capacitação para os empregados em potencial e os já existentes.

• O tipo de treinamento mais utilizado pelas empresas é o do tipo on the job, ou seja, na
própria empresa (53,3%) e na execução das atividades para os quais foram recrutados.

6.1.3. Em relação ao desempenho

• A maioria das empresas (60%) tem faturamento médio anual de até R$100.000,00
(cem mil reais). Para (73,3%) dos empresários pesquisados, existe uma tendência de
crescimento nos últimos 03 anos.

• A maioria dos empresários, em torno de 40%, considera que o lucro líquido anual dos
últimos 03 anos foi muito bom e, 36,7% consideraram razoáveis, com tendência de
crescimento.

Gráfico 8: Análise do lucro líquido

40,00%
40,00%
39,50%
39,00%
38,50%
Lucro Líquido
38,00%
muito bom
37,50%
Lucro Líquido
37,00% 36,70% razoável
36,50%
36,00%
35,50%
35,00%

6.1.4. Quanto às formas de relações com os fornecedores

• Os empresários pesquisados apontam que os serviços, produtos, máquinas e


equipamentos necessários para a condução das suas atividades são obtidos
primordialmente no mercado regional e nacional. Além disso, alegam que os
principais problemas enfrentados junto aos fornecedores referem-se à disponibilidade
e preço quanto a produtos e de preço em relação à máquinas e equipamentos.

6.1.5. Quanto às finanças

• As formas de comercialização utilizadas estão divididas entre pagamento à vista e a


crédito;

• O capital investido nas suas empresas é oriundo de fontes próprias (63%) e de


empréstimos; neste último caso, por ordem de importância, obtidos junto a amigos e
parentes / linhas de crédito especiais do governo e bancos privados;

• A grande maioria dos empresários alegou não ter sido beneficiado de quaisquer
linhas de crédito subsidiado nos últimos três anos, assim como na maioria das
vezes as ações de busca de crédito não são concretizadas;

• Quando abordados sobre as estratégias de investimento utilizadas e quais as áreas


prioritárias para investimentos, os empresários apontam que as prioridades são
investimentos em ações de marketing, melhoria na qualidade dos serviços e
expansão da sua capacidade instalada e que em todas estas áreas existem
intenções futuras de investimento.

6.1.6. Quanto a parcerias

• A maioria (60%) das empresas do setor utiliza algum tipo de serviço terceirizado, com
ênfase em serviços de manutenção e de contabilidade. Os motivos alegados para
utilização de práticas de terceirização envolvem, principalmente, a redução de custos.

6.1.7. Quanto ao mercado de atuação

• A comercialização dos produtos e serviços das empresas locais ocorrem na sua grande
maioria (70%) de forma direta ao consumidor; o percentual restante ocorre de forma
direta a prestadores de serviços;

• Praticamente a totalidade das empresas pesquisadas (98,3%) não exportou nos últimos
03 anos.
6.1.8. Quanto ao processo de inovação e estratégias de vendas

• O tempo de utilização de máquinas, equipamentos e ferramentas de trabalho está


situado no intervalo entre 01 e 03 anos (73,3%). Os empresários alegaram ainda que a
qualidade destes melhorou significativamente nos últimos anos;

• Na percepção da grande maioria dos empresários pesquisados (88,1%), a qualidade


dos serviços prestados pelas suas empresas melhorou nos últimos 03 anos.

6.1.9. Formas de competição entre as empresas

• A grande maioria dos empresários (85%) alegou que a concorrência no setor tem
aumentado significativamente nos últimos 03 anos. Os motivos alegados para este
incremento estariam relacionados a lacunas no mercado (32,23%), poder de
barganha dos consumidores (24,53%) e custos de entrada baixos (29,59%).

GRÁFICO 9: MOTIVOS PARA O AUMENTO DA COMPETITIVIDADE

35,00%
32,23%
29,59% Lacunas no
30,00%
mercado
25,00% 24,53%

20,00% Poder de
barganha dos
15,00% consumidores
10,00% Custos de
entrada baixos
5,00%
0,00%

• Os empresários alegam os seus principais competidores são as empresas mais


antigas do setor (34,95%) e que oferecem uma gama maior de produtos e/ou
serviços (34,32%).
GRÁFICO 10: PRINCIPAIS COMPETIDORES

35,00% 34,95%
34,90%
34,80%
34,70% Empresas mais
antigas do setor
34,60%
34,50%
34,40% Maior variedade
34,32% de produtos ou
34,30% serviços
34,20%
34,10%
34,00%

• Quando abordados sobre as estratégias mais utilizadas para superar seus concorrentes,
os fatores mencionados foram: qualidade (47,50%), preço (36,35%), e rapidez e
pontualidade nas entregas de produtos e prestação de serviços (38,31%).

Gráfico 11: Estratégias para superação da concorrência

50,00% 47,50%
45,00%
40,00% 38,31%
35,00% Qualidade
36,35%
30,00%
Preço
25,00%
20,00%
Rapidez e
15,00% pontualidade
10,00%
5,00%
0,00%
6.1.10. Cooperação entre as empresas

• A grande maioria (81,7%) dos empresários pesquisados aponta que existe condições
para a prática da cooperação entre as empresas. Para confirmar este resultado, 53,3%
dos empresários admitiram a existência de algum tipo de acordo formal com outras
empresas do setor. Estes acordos formais envolvem aspectos relacionados ao
desenvolvimento conjunto de tecnologias e estratégias de marketing;

• Os acordos informais existentes envolvem práticas relacionadas à disponibilização de


produtos, troca de informações acerca de formas de funcionamento, tendências de
mercado e oportunidades de negócios;

• Os fatores alegados que dificultam as práticas de cooperação entre as empresas do


setor foram: a falta de confiança (31,7%) e medo de perder competitividade
(8,3%).

Gráfico 12: Fatores que dificultam as práticas de cooperação

35,00%
31,70%
30,00%

25,00%
Falta de confiança
20,00%

15,00% Medo de perder a


competitividade
10,00% 8,30%

5,00%

0,00%

• A grande maioria dos empresários pesquisados (91,5%) alegou acreditar na


possibilidade de que contatos fáceis e amistosos com outros empresários do setor são
importantes e necessários para a melhor condução dos seus negócios.
6.1.11. O papel das instituições locais de apoio às atividades econômicas ao
desenvolvimento local

• A grande maioria (70,09%) dos empresários pesquisados informou que as suas


empresas não pertencem a qualquer associação empresarial local;

• Quanto às instituições de ensino e pesquisa da localidade, 75% dos empresários


pesquisados apontam que mantém algum tipo de contato e vínculo. Neste caso, os
tipos de relações mantidas envolvem a troca de informações (54,72%), treinamento
e capacitação de funcionários (21,45%).

GRÁFICO 13: RELAÇÕES MANTIDAS COM INSTITUIÇÕES DE ENSINO E


PESQUISA

35,00%
31,70%
30,00%
25,00%
Falta de confiança
20,00%
15,00% Medo de perder a
competitividade
10,00% 8,30%
5,00%
0,00%

• As instituições de apoio à atividade econômica local mais citadas quanto a oferta de


serviços e disponibilidade de infra-estrutura foram: SEBRAE (65,45%) e Serviços
privados de consultoria (32,75%).
GRÁFICO 14: INSTITUIÇÕES DE APOIO

70,00% 65,45%
60,00%

50,00%
SEBRAE
40,00%
32,75%
30,00% Serviços privados
de Consultoria
20,00%

10,00%

0,00%

• Quando indagados sobre a não utilização dos serviços e infra-estrutura das


instituições locais, os empresários mencionaram os fatores: falta de informação
(34,48%), burocracia excessiva (29,32%) e custos elevados (14,34%).

Gráfico 15: Fatores que impossibilitam a utilização dos serviços e infra-estrutura


disponibilizados pelas instituições locais

35,00% 34,48%

30,00% 29,32%

25,00% Falta de Informação

20,00%
Burocracia
15,00% 14,34% Excessiva
Custos Elevados
10,00%

5,00%

0,00%
• As áreas mais carentes de suporte e apoio para as empresas do setor alegados pelos
empresários referiram-se principalmente a: treinamento técnico (41,37%),
capacitação profissional (28,45%) e educação formal (07,33%).

GRÁFICO 16: ÁREAS CARENTES DE SUPORTE E APOIO

45,00%
41,37%
40,00%
35,00% Treinamento
30,00% 28,45% Técnico
25,00% Capacitação
20,00% Profissional
15,00% Educação Formal
10,00% 7,33%
5,00%
0,00%

6.2. REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINA GRANDE

6.2.1 Em relação a informações gerais, história da empresa e perfil dos dirigentes

• O segmento das empresas de TIC´s em Campina Grande é composto de


empreendimentos novos com 79,30% destas com idade entre 01 a 06 anos. O
percentual restante tem entre 07 e 09 anos de existência.
Gráfico 17: Idade das empresas

80,00% 79,30%
70,00%
60,00%
50,00%
De 01 a 06 anos
40,00%
De 07 a 09 anos
30,00%
20,70%
20,00%
10,00%
0,00%

• O perfil dos gerentes em termos de gênero é na sua grande maioria formada por
homens, primordialmente na faixa de idade entre 21 e 29 anos de idade, com
formação preponderante de 2º. grau e superior incompleto.

Gráfico 18: Nível de escolaridade dos dirigentes

35,00% 33,33% 2º grau incompleto


30,56%
30,00%
25,00% 25,00% 2º grau

20,00% Superior
15,00% Incompleto
Superior
10,00%
5,56% 5,56%
5,00% Pós-graduação
0,00%

6.2.2 Em relação à força de trabalho

• A força de trabalho é enxuta com aproximadamente 70% das empresas contando


com até 05 empregados. O número de pessoas da família envolvida nas atividades
das empresas está situado no intervalo 01 a 03 pessoas. Esta situação permite
caracterizar as empresas do segmento como micro empresas familiares.
Gráfico 19: Número de empregados

70% 69,70%

60%

50% Até 05
empregados
40%
De 06 a 09
30% empregados
24,24% Acima de 10
20% empregados
10% 6,06%
0%

• Considerando a quantidade dos empregados existentes nas empresas do setor, a taxa


de rotatividade de empregados pode ser considerada alta, com uma média de 1,72
empregados demitidos por ano e de 2,66 empregados contratados por anos;

• A grande maioria dos empresários pesquisados alega a dificuldade para encontrar


pessoal qualificado e reforçam intensamente a necessidade de treinamento e
capacitação para os empregados em potencial e os já existentes;

• O tipo de treinamento mais utilizado pelas empresas do setor é o do tipo on the job,
ou seja, na própria empresa e na execução das atividades para as quais foram
recrutados.

6.2.3 Em relação ao desempenho

• A maioria das empresas (53,33%) tem faturamento médio anual de até R$100.000,00
(cem mil reais), para os empresários pesquisados, existem uma tendência de
crescimento nos últimos três anos;

• A grande maioria dos empresários (em torno de 90%) considera que o lucro líquido
anual dos últimos três anos foi bom e razoável, com tendência de crescimento.
Gráfico 20: Análise do lucro líquido

60,00%

50,00% 53,33% Lucro Liquido


Bom
40,00% Lucro Líquido
razoável
30,00% 33,33% Não houve Lucro
20,00%
Houve prejuízo
10,00% 10,00%
3,33%
0,00%

6.2.4 Quanto às formas de relações com os fornecedores

• Os empresários pesquisados apontam que os serviços, produtos, máquinas e


equipamentos necessários para a condução das suas atividades são obtidos
primordialmente no mercado regional e nacional. Além disso, alegam que os
principais problemas enfrentados junto aos fornecedores referem-se à disponibilidade
e preço quanto a produtos e de preço em relação às máquinas e equipamentos.

6.2.5 Quanto às finanças

• As formas de comercialização utilizadas estão divididas entre pagamento à vista e a


crédito, neste último caso, o tempo médio para efetivação dos pagamentos é de 60,25
dias;

• O capital investido nas suas empresas é oriundo de fontes próprias e de


empréstimos, neste último caso por ordem de importância, obtidos junto a amigos e
parentes / linhas de crédito especiais do governo e bancos privados;

• A grande maioria dos empresários alegou não ter sido beneficiado de quaisquer
linhas de crédito subsidiado nos últimos três anos, assim como de que na maioria
das vezes, as ações de busca de crédito não são concretizadas;
• Quando abordados sobre as estratégias de investimento utilizadas e quais as áreas
prioritárias para investimentos, os empresários apontam que as prioridades são
investimentos em ações de marketing, melhoria na qualidade dos serviços e
expansão da sua capacidade instalada e que em todas estas áreas existem
intenções futuras de investimento.

6.2.6 Quanto a parcerias

• A maioria (58,82%) das empresas do setor utiliza algum tipo de serviço terceirizado,
com ênfase em serviços de manutenção (24,44%) e de contabilidade (26,67%). Os
motivos alegados para utilização de práticas de terceirização envolvem
sequencialmente: redução de custos, carência de mão-de-obra especializada e
necessidade de maior flexibilidade.

Gráfico 21: Utilização de serviços terceirizados


26,67%

30,00%
24,44%

25,00% Manutenção
Contabilidade
20,00%
Segurança
15,00%
11,11%
11,11%
11,11%

Assistência Jurídica
8,88%
6,67%

Entrega/remessa
10,00%
Limpeza
5,00%
Outros
0,00%

• Do total das empresas pesquisadas (45), 23 alegaram algum tipo de parcerias do tipo
alianças estratégicas com outras empresas. Estas parcerias ocorrem prioritariamente
com empresas locais (40%), com empresas do Estado (14%), com empresas de outros
Estados da federação (21%) e o restante (25%) com empresas de outras regiões do
país.
Gráfico 22: Nível geográfico das parcerias estabelecidas

40,00% 39,29%
35,00% Parcerias com
30,00% empresas locais
25,00% 25,00% Parcerias dentro do
21,43% Estado
20,00%
Parcerias em outros
15,00% 14,29%
Estados do NE
10,00% Parcerias em outras
5,00% regiões do país
0,00%

6.2.7 Quanto ao mercado de atuação

• A comercialização dos produtos e serviços das empresas locais, na sua grande maioria
(85%), ocorre de forma direta ao consumidor; o percentual restante ocorre de forma
direta aos prestadores de serviços;

• Praticamente a totalidade das empresas pesquisadas (94%) das empresas não exportou
nos últimos 03 anos.

6.2.8 Quanto ao processo de inovação e estratégia de vendas

• O tempo de utilização das máquinas, equipamentos e ferramentas de trabalho está


situado no intervalo entre 01 a 03 anos. Os empresários alegaram ainda que a
qualidade destes melhorou significativamente nos últimos três anos.
Gráfico 23: Idade de máquinas e equipamentos

70,00%
63,89%
60,00%
50,00%
Menos de 01 ano
40,00%
De 01 a 03 anos
30,00% 27,78%
De 04 a 06 anos
20,00%
10,00% 8%
0,00%

• Em relação às formas de inovações tecnológicas praticadas e existentes na empresa, os


pesquisados apontam que na sua maioria elas são desenvolvidas e/ou adaptada
internamente (49%); adquirida pronta no mercado nacional (40%);

Gráfico 24: Formas de inovações tecnológicas praticadas e existentes

40% Parcerias com empresas


40,00% 39,29% locais
35,00% Desenvolvida
30,00% 30,00% Internamente
25,00% Adaptada Internamente
20,00%
15,00% Adquirida pronta no
15,00% mercado nacional
10,00% 10%
Adquirida pronta no
5,00% 5% mercado internacional
0,00% Outros

• Na percepção da grande maioria dos empresários pesquisados (81,82%), a qualidade


dos serviços prestados pelas suas empresas melhorou nos últimos três anos. Os
motivos alegados para a necessidade da melhoria dos serviços são sequencialmente
em forma prioritária o incremento da concorrência (35%), o aumento no nível de
exigência dos clientes (42,14%).
Gráfico 25: Fatores necessários à melhoria dos serviços

40,00% 39,29% Parcerias com


35,00% empresas locais
32,14%
30,00% Expansão do
25,00% 25,00% mercado
21,43% 21,43% Exigência dos
20,00%
clientes
15,00%
Incremento da
10,00% concorrência
5,00% Outros
0,00%

6.2.9 Formas de Competição entre as empresas

• A grande maioria dos empresários (91,43%) alegou que a concorrência no setor tem
aumentado significativamente nos últimos 03 anos. Os motivos alegados para este
incremento, estariam relacionados a lacunas no mercado (38,23%), poder de
barganha dos consumidores (23,53%) e custos de entrada baixos (20,59%).

Gráfico 26: Motivos para aumento da concorrência

Custo de Entrada
40,00% 38,23% Pequeno
35,00%
Poder de Barganha dos
30,00% Consumidores
25,00% 23,53%
20,59% Taxas de Mudanças
20,00%
14,71% Mais Rápidas nas
15,00%
Tecnologias
10,00% Lacunas no Mercado
5,00% 2,94%
0,00%
Não Sabe

• Os empresários alegam os seus principais competidores são as empresas mais


antigas do setor (45,95%) e que oferecem uma gama maior de produtos e/ou
serviços (24,32%). O curioso nestas respostas é o baixo percentual (5,47%) de
empresários que alegam o fato das empresas com produtos e serviços diferenciados
não sejam os seus principais concorrentes.

Gráfico 27: Principais competidores

50,00%
45,95%
Empresas mais
40,00% antigas do setor
Maior variedade de
30,00%
24,32%24,32% produtos ou serviços
20,00% Produto diferenciado

10,00% Outro motivo


5,40%
0,00%

• Quando abordados sobre as estratégias mais utilizadas para superar seus concorrentes,
os fatores mencionados foram: qualidade (45,90%), preço (26,23%), e rapidez e
pontualidade nas entregas de produtos e prestação de serviços (21,31%).

Gráfico 28: Estratégias para superação da concorrência

50,00%
45,90%
45,00%
40,00% Qualidade
35,00%
30,00% Preço
26,23%
25,00%
21,31% Rapidez e
20,00%
pontualidade
15,00%
Outros
10,00%
6,56%
5,00%
0,00%
6.2.10 Cooperação entre as empresas

• A grande maioria (69,94%) dos empresários pesquisados aponta que existem


condições para a prática da cooperação entre as empresas locais;

• No entanto, 78,78% dos empresários pesquisados confirmaram a inexistência de


algum acordo formal com outras empresas do setor. Este percentual é mais baixo
quanto à inexistência de acordos informais (54,44%);

• Os acordos informais existentes envolvem práticas relacionadas à disponibilização de


produtos, troca de informações acerca de formas de funcionamento, tendências
de mercado e oportunidades de negócio;

• Os poucos acordos formais envolvem aspectos relacionados ao desenvolvimento de


tecnologias e estratégias de marketing;

• Os motivos para cooperarem alegados pelos empresários foram: melhoria da


qualidade (35,48%), acesso a novos mercados (29,05%) e redução de custos
(25,81%).

Gráfico 29: Motivos que promovem a cooperação

40,00%
35,47%
35,00% Incremento na
30,00% 29,05% especialização
25,00% Melhoria na
25,80% qualidade
20,00%
Redução de
15,00% custos
10,00% 9,68% Acesso a novos
5,00% mercados
0,00%

• Os fatores que dificultam as práticas de cooperação entre as empresas do setor


alegados pelos empresários foram: a falta de confiança (72%) e medo de perder
competitividade (20%).
Gráfico 30: Fatores que dificultam as práticas de cooperação

80,00%
72,00%
70,00%
60,00% Falta de
confiança
50,00%
Medo de perder a
40,00%
competitividade
30,00%
20,00% Outros
20,00%
10,00% 8,00%
0,00%

• A grande maioria dos empresários pesquisados (93,94%) alegou acreditar na


possibilidade de que contatos fáceis e amistosos com outros empresários do setor
são importantes e necessários para a melhor condução dos seus negócios;

• Os motivos alegados para a existência de relacionamentos informais entre os


empresários do setor envolvem: a proximidade espacial (34,28%), laços de família
(28,52%) e encontros organizados por instituições públicas e privadas locais
(20%).

Gráfico 31: Motivos para existência de relacionamentos informais

Proximidade espacial
35,00% 34,28%

30,00%
Laços de família
25,00% 28,57%
20,00%
15,00% 20% Encontros
organizados por
10,00% instituições públicas e
5,00% 17,15% privadas locais
Outros
0,00%
6.2.11 O papel das instituições locais de apoio a atividade econômica e desenvolvimento
local

• A grande maioria (87,09%) dos empresários pesquisados informou que as suas


empresas não pertencem a qualquer associação empresarial local;

• Quanto às instituições de ensino e pesquisa da localidade, 2/3 dos empresários


pesquisados apontam que mantém algum tipo de contato e vínculo. Neste caso, os
tipos de relações mantidas envolvem a troca de informações (43,79%), treinamento
e capacitação de funcionários (18,75%) e compartilhamento de equipamentos
(12,50%).

Gráfico 32: Relações mantidas com instituições de ensino e pesquisa

Troca de informações
45,00% 43,75%
40,00% Treinamento e
35,00% capacitação
30,00%
25,00% Compartilhamento de
equipamentos
20,00% 18,75%
15,00% 12,50% Ações de marketing
10,00% 12,50%
5,00%
12,50% Compra de
0,00% insumos/equipamento
s

• As instituições de apoio a atividade econômica local mais citadas quanto a oferta de


serviços e disponibilidade de infra-estrutura foram: SEBRAE (45,45%), Serviços de
Consultoria (23,63%), SENAI (22,73%) e Incubadora Tecnológica (9,09%).
Gráfico 33: Instituições de apoio

SEBRAE
50,00%
45,00% 45,45%
40,00% Serviços de
35,00% consultoria
30,00%
SENAI
25,00%
20,00% 22,73%
15,00% 13,64% Incubadora
10,00% 9,09% Tecnológica
5,00% 9,09%
0,00% Não utiliza

• Quando indagados sobre a não utilização dos serviços e infra-estrutura das


instituições locais, os empresários mencionaram os fatores: falta de informação
(48,27%), burocracia excessiva (27,59%), custos elevados (10,34%) e não
visualização da necessidade (6,90%).

Gráfico 34: Fatores que impossibilitam a utilização dos serviços e infra-estrutura


disponibilizados pelas instituições locais

Falta de informação
50,00%
45,00% 48,27%
40,00% Burocracia excessiva
35,00%
30,00% 27,59% Custos elevados
25,00%
20,00%
15,00% 10,34% Não visualização da
10,00% 6,90% necessidade
5,00% 6,90%
0,00% Outros
• As áreas mais carentes de suporte e apoio para as empresas do setor alegados pelos
empresários do setor foram principalmente: treinamento técnico (26,67%), questões
tributárias (23,33%), capacitação profissional (21,67%), educação formal
(13,33%).

Gráfico 35: Áreas carentes de suporte e apoio

Capacitação
30,00% profissional
26,67%
25,00% 23,33% Treinamento técnico
21,67%
20,00% Educação formal

15,00% 13,33%
Infra-estrutura física
10,00% 8,33%
6,67% Questões tributárias
5,00%
Apoio à exportação
0,00%

6.3 MUNICÍPIO DE PATOS

Tomou-se como referência a população e amostra pesquisada no município de Patos,


estabelecida no diagnóstico das empresas de TIC no qual foram identificadas 21 empresas
instaladas, informais, em instalação e com pretensões de se constituir enquanto empresa. De
um modo geral, as atividades destas empresas estão concentradas nas atividades de
comercialização de hardware / software, provedor de internet, desenvolvimento de software e
escolas de informática. No entanto, cabe ressaltar que destas 21 empresas, 07 ainda são
projetos e 03 estão em cidades com distância geográfica considerável. Neste caso, a
população das empresas do setor de TIC no município de Patos corresponde a 11 empresas.
Desse total, apenas 05 participaram da pesquisa. Apesar da representatividade das
respondentes, não existiu a proporcionalidade das atividades do setor na amostra, uma vez
que, destas 05 empresas, 02 estão voltadas para a atividade de ensino, 01 para o
desenvolvimento de softwares e 02 para a revenda de software / hardware.
Gráfico 36: Percentagem de empresas por área de atuação em Patos

Percentagem por área de atuação

37,5%

25,0% 25,0%

12,5%

e t e a
ar rne wa
r ti c
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e
o ft má
/ So eI eS nf o r
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Pr vim co
d eH vo
l Es
da sen
v en D e
Re

Em função da quantidade de empresas existentes no setor de TIC na região e a não


proporcionalidade das atividades do setor e de que os respondentes na sua grande maioria
estão concentrados na comercialização de hardware / software e atividades de ensino, as quais
as possibilidades de práticas cooperativas são mais diminutas, pode-se inferir que os
resultados obtidos não permitem a análise das empresas do setor de TIC na região
metropolitana de Patos enquanto um APL.

Como recomendações para as empresas do setor e para as instituições, tornam-se necessários


estudos e análises que vislumbrem a possibilidade de relações de parceria e de cooperação
com outras empresas do setor em outras cidades do Estado com maior nível de conhecimento
tecnológico e com maior dinâmica setorial, as quais poderiam estabelecer relações de
complementaridade, gerando um aprendizado coletivo, capaz de a médio prazo gerar maior
competitividade do setor na região.
Seção 7

CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ESTRUTURA E FORMAS DE


FUNCIONAMENTO DAS EMPRESAS PERTENCENTES AOS APLS DE TICS NO
ESTADO DA PARAÍBA

As empresas do setor constituem-se, na sua grande maioria, como empresas de micro e


pequeno porte, com forma de funcionamento tipicamente familiar, na qual os proprietários
compartilham os bens da família com os da empresa. Os administradores dessas empresas
normalmente são os proprietários e os demais membros da família executam atividades de
apoio no funcionamento da mesma, a exceção das localizadas em João Pessoa onde 45% das
empresas não utilizam mão de obra familiar.

• As empresas participantes do APL, apesar de atuarem num mesmo setor econômico e


desenvolverem atividades comuns, não buscam de forma sistêmica a realização de
práticas coletivas e em parceria, com o objetivo de otimizar seus processos de trabalho
e melhorar as forma de condução das suas atividades. Cabe aqui ressaltar ações
institucionais como o Farol Digital, o qual, dentre outros objetivos, busca ofertar
incentivos às iniciativas de atuação coletivas em práticas cooperativas e de parcerias
entre as empresas de TIC no Estado da Paraíba;

• Apesar do APL está baseado na proximidade geográfica entre as empresas e as


instituições de locais de apoio às produções e ao desenvolvimento local, os
empresários parecem ainda não estarem devidamente esclarecidos acerca do seu papel
e importância para a geração da competitividade local e desenvolvimento regional. As
percepções dos empresários estão muito mais direcionada à estratégia de
sobrevivência e desenvolvimento, a partir da maior lucratividade dos seus negócios;

• Os empresários participantes do APL, de um modo geral, precisam direcionar esforços


no sentido de adquirir os atributos necessários para o formato e a atuação em redes, o
que lhe proporcionará melhores condições para se tornarem mais dinâmico, inovador,
empreendedor e devidamente convencido / comprometido com a necessidade da
atuação em redes.

• As principais qualificações dos empresários estão relacionadas basicamente a sua


grande capacidade de trabalho e seu alto nível de conhecimento sobre as diversas
etapas do processo produtivo do seu negócio, o qual permite, inclusive, a criação de
inovações do tipo incremental;

• A força de trabalho, de um modo geral, necessita de ações mais efetivas (individuais,


empresarias e institucionais) no sentido de práticas de treinamento e capacitação;

• A prática do cooptação, da co-especialização, da aprendizagem e da internalização dos


agentes envolvidos ocorre de forma pontual entre algumas das empresas e pessoas
envolvidas, não se constituindo numa prática comum, condição imprescindível para o
melhor funcionamento das empresas e o alcance da sinergia entre elas;

• O clima de confiança e colaboração entre as empresas é ainda incipiente. A confiança


e colaboração entre os agentes produtivos da região ocorrem muito mais por relações
de amizade, parentesco, do que por uma estratégia pré-concebida e com objetivos bem
definidos e devidamente incorporados. Neste sentido, iniciativas semelhantes ao
projeto Farol Digital, podem contribuir significativamente no sentido de aumentar a
confiança e aumentar as possibilidades de práticas coletivas e em parceria entre as
empresas do setor;

• O capital financeiro, regularmente, não se apresenta em grande volume, o que reflete


no pouco investimento em tecnologias e equipamentos sofisticados ou de ponta. Os
recursos financeiros para investimentos em tecnologias têm um caráter tipicamente
reativo, na medida em que estes recursos são utilizados para solucionar determinados
problemas técnicos comuns aos empresários participantes do arranjo;

Os aspectos mais positivos das formas de atuação das empresas do setor de TIC´s nas
cidades pesquisadas estão relacionadas às seguintes características:

• A geração de valor da cadeia produtiva das empresas locais ocorre em função do


contato muito próximo com o mercado consumidor e faz com que as empresas
produzam e / ou prestem serviços diretamente vinculados aos interesses dos clientes, a
partir da visão de negócio que os mesmos normalmente possuem e sua elevada
capacidade técnica.

• A presença de infra-estrutura educacional adequada e de mão-de-obra qualificada e


devidamente treinada em todas as empresas participantes em todas as atividades
desenvolvidas do setor, o que contribui potencialmente para a melhoria dos níveis de
eficiência dos seus processos produtivos das empresas do setor e do arranjo;

• A existência de um conjunto de instituições públicas e privadas de apoio a atividade


econômica, assim como com políticas e ações voltadas para a geração do
desenvolvimento local e regional com efetivas condições de oferecer uma série de
produtos e serviços capazes de oferecer uma maior dinâmica para as empresas do setor
de TIC, dentro do princípio de que estas instituições podem atuar de forma conjunta
numa relação de complementaridade e de parceria para geração de sinergia. Neste
sentido, iniciativas como o Farol Digital contribui significativamente para que as
instituições definam seu papel e formas de contribuição para atender as necessidades
das empresas do setor para o alcance de maior competitividade.

A partir destas considerações, como recomendação para tornar mais efetivas as ações das
instituições e suas formas de relação com os agentes produtivos das empresas de TIC,
sugerem-se ações no sentido da criação de um Sistema Local de Inovação, conforme
definição de Nelson (1993), ou seja, “.... complexos organizacionais que envolvem atores
institucionais e firmas privadas e públicas” que incluem também “instituições como
universidades, dedicadas ao conhecimento tecnológico, além de fundos e programas
governamentais.”

Um sistema de inovação constitui-se em um conjunto de agentes e instituições, articuladas


com base em práticas sociais, vinculadas à atividade inovadora. Para Cândido (2002), as
relações entre estes agentes e instituições ocorrem através de:

• Fluxos financeiros provenientes de fundos públicos e privados;

• Ligações legais e políticas como as regras de propriedade intelectual, determinação de


padrões técnicos e políticas locais de promoção e difusão tecnológica;

• Fluxos tecnológicos, científicos e de informação direcionadas para as características


locais, assim como para suas vocações e potencialidades econômicas locais e,

• Incentivo aos fluxos sociais, que podem ocorrer das universidades e centros de
pesquisa para as empresas, entre as empresas, gerando um fluxo sistêmico de
aprendizagem e conhecimento.
A importância de um sistema local de inovação está relacionada ao fato de que, os avanços
tecnológicos nas organizações e localidades são decorrentes do nível tecnológico alcançado
previamente por elas. Por outro lado, tem-se que o conhecimento tecnológico é difícil de
transferir em sua totalidade; boa parte do mesmo se acumula nas firmas em forma de
trabalhadores especializados, tecnologia própria e know how difíceis de serem reproduzidos
em manuais e também em suas interações.

Neste sistema local de inovação, seria recomendável a criação de uma agência (broker) capaz
de fomentar projetos produtivos que permitissem a inclusão econômica dos participantes do
APL e que se constituísse em um instrumento crucial de construção de ambientes que
favorecessem o desenvolvimento de micro e pequeno. Esta agência atuaria para auxiliar a
promoção do setor com políticas e ações diversas com certo nível de autonomia de gestão e
poderia ser estabelecida a partir da confluência de interesses entre as instituições locais de
apoio a atividade econômica na região ou localidade, através da constituição de uma rede de
instituições capazes de promover a articulação público – privado para apoio na formulação de
políticas públicas de desenvolvimento.

Em países como o Brasil, o processo de aquisição de capacidades de aprendizagem e inovação


é mais complexo e com possibilidades reais de divergências de interesses, uma vez que existe
uma necessidade manifesta de absorção, adaptação e/ ou melhorias de inovações
desenvolvidas em outros países. Daí a necessidade da criação e viabilização de sistemas de
inovação abrangentes e integrados, que contribuam para o desenvolvimento de atividades
inovadoras através de interações e vínculos entre as instituições e agentes produtivos.

No caso das micro e pequenas empresas, as interações e vínculos adquirem papel-chave para a
sua sobrevivência, o fortalecimento coletivo, através da associação com outras empresas do
mesmo segmento ou pertencentes a sua cadeia produtiva, para cooperarem e atuar através de
alianças e parcerias. No caso da participação destas empresas em sistemas de inovação, as
suas capacidades de aprendizagem estão enraizadas em estruturas sociais, institucionais e
produtivas da localidade. Estas estruturas representam um papel-chave em relação às
divergências locais e aos padrões de crescimento e desenvolvimento.

Para o setor e atividades nas áreas das empresas de TIC são recomendáveis ações no sentido
da criação de um Sistema Setorial de Inovação (SSI), que é uma variação de um sistema de
inovação, cujos exemplos mais citados na literatura internacional são: as áreas high-tech do
Vale do Silício e da Rota 128 nos Estados Unidos e Zona de Cambridge na Grã-Bretanha.

Um SSI pode ser definido como um grupo de empresas que participam dos processos de
desenho, fabricação e prestação de serviços em um determinado setor, assim como na geração
e difusão das tecnologias dominantes neste setor. Estas empresas podem se relacionar de dois
modos diferentes, quais sejam: 1) através de processos de interação e cooperação no
desenvolvimento tecnológico e 2) mediante processos de competência e seleção, a partir de
seus aportes inovativos, produtivos e comerciais.

Uma implicação do conceito de SSI é que os limites geográficos são diferentes. As empresas
podem competir globalmente, tendo uma base organizacional e interativa local, apesar de
existirem limites espaciais em relação às atividades inovadoras, sobretudo quando se refere ao
conhecimento tácito, através das interações produtor-usuários, responsáveis pelas fontes e
geração de novos conhecimentos, além do fato de que a proximidade geográfica facilita as
transações de conhecimento e aprendizagem entre os agentes.

O contrário ocorre quando a base do conhecimento é mais codificável, simples e


independente, e quando as fontes de novos conhecimentos se associam com avanços
científicos (e predominantemente) genéricos. Neste caso, a proximidade geográfica não será
tão importante e os limites espaciais dos processos inovativos tenderão a uma natureza
nacional, internacional ou global.

A partir destas considerações e em função dos resultados obtidos com a realização da


pesquisa, a criação de um sistema local de inovação, direcionado para o setor específico de
TIC, que envolva a criação de uma rede de agentes que interatuem sob uma infra-estrutura
institucional com o propósito de gerar, difundir e utilizar a tecnologia mais adequada dêem
um foco de atuação interno, para definir e viabilizar estratégias consistentes e otimizar seus
processos de trabalhos e um foco de atuação externa para prospecção e atuação em nichos de
mercado capazes de gerar novas competências e aprendizado para as empresas e maior
efetividades nos resultados em termos de lucratividade e crescimento. Dentro do princípio de
que, as vinculações entre o espacial e o setorial tendem a se agrupar em certas áreas
tecnológicas ou especializações que se sustentaram ao longo do tempo.
Seção 8

A RELAÇÃO ENTRE A ESTRUTURA E FORMA DE FUNCIONAMENTO DOS


APLS DE TIC PARAÍBA

A partir de uma análise das informações coletadas e explicitadas acima, utilizando técnicas de
pesquisa específicas, junto aos empresários do setor de TIC nas cidades paraibanas de João
Pessoa, Campina Grande e Patos, e considerando as abordagens de mapeamento de APL
utilizadas neste trabalho, pode-se observar que o conjunto de empresas pesquisado atende
apenas a algumas pré-condições para ser caracterizado como um APL dadas às formas de
atuação dos agentes produtivos e das instituições locais.

Como apresentado na literatura, para ser considerado um APL é necessário o atendimento a


pré-condições, quais sejam:

• Existência de padrões de comunicação no nível dos indivíduos e das empresas,


incluindo contato face a face e os fluxos informacionais de conhecimento;

• Padrões de exame e de busca, ressaltando a proximidade geográfica como elemento


que influencia a busca por parcerias colaborativas;

• Padrões de aprendizagem e de compartilhamento de conhecimento.

É importante notar que as ações do Projeto Farol Digital objetivam disponibilizar meios para
que as empresas atuantes em TIC nas três cidades pesquisadas efetivamente atendam a todas
as pré-condições acima.

Em linhas gerais, um APL pode ser definido como um sistema produtivo de pequenas e
médias empresas integradas em nível local e especializadas em fases, as quais são partes de
uma mesma cadeia produtiva, com formas implícitas ou explícitas de colaboração entre
diversos outros agentes econômicos locais, favorecendo a produção local e a prática da
inovação.

Como já foi explicitado no âmbito do Projeto Farol Digital, existe um conjunto de iniciativas
capazes de melhorar o quadro diagnosticado, através de mudanças na forma de atuação dos
empresários e das instituições locais no sentido de gerar sinergia entre todos os agentes
envolvidos na busca da competitividade local e na geração do desenvolvimento regional, a
partir da superação das barreiras e obstáculos e formulação de objetivos comuns, permitindo
assim, o alcance de melhores condições de sobrevivência e desenvolvimento das empresas e
uma maior dinâmica para o setor.

Pelo Farol Digital, muitas medidas vêm sendo postas em prática conjuntamente por algumas
instituições estaduais, através de parcerias entre o SEBRAE com outras instituições locais,
com potencias resultados significativos que tenderão a fortalecer as relações de confiança e a
prática da colaboração num contexto de competição, criando assim as devidas condições para
a sobrevivência e desenvolvimento. Isto possibilitará as condições para o surgimento de um
"contrato social" que incorpore estas práticas às atividades empresariais, assim como entre as
instituições públicas e privadas da região.

Ao se tomar como referência os tipos básicos de vínculos de cooperação entre as organizações


em determinado ambiente a partir da definição da cadeia produtiva de um segmento
econômico em questão propostos por Schmitz (1992) e Nadvi (1997), pode-se considerar o
funcionamento do APL de TIC nas cidades pesquisadas, preponderantemente baseado na
existência de vínculos verticais.

Neste tipo de vínculo, as relações de cooperação ocorrem entre agentes produtivos e


instituições locais. Estas últimas procuram induzir a institucionalização de práticas coletivas
através de associações empresariais, cujos principais objetivos são: a prática de estratégicas de
marketing conjunta; a aquisição coletiva de insumos; compartilhamento de encomendas
volumosas e/ou divisão de níveis de produção a partir de capacidades produtivas; a utilização
comum não só de instalações, máquinas e equipamentos e ferramentas, mas também de
informações sobre o mercado e desenvolvimento conjunto de produtos, processos, práticas de
gestão e prospecção de mercados.

Como medidas específicas para minimizar os problemas enfrentados e criar as devidas


condições para as empresas adquirirem medidas de sobrevivência e desenvolvimento, sugere-
se oferecer apoio ao conjunto das empresas pertencentes à cadeia produtiva, procurando:

1. Superar as suas dificuldades no que se refere à dotação da infra-estrutura necessária para


o seu melhor funcionamento;

2. Ajuda na formulação das estratégias e operacionalização das atividades;


3. Identificação das demandas e criação dos canais mais adequados para comercialização
da produção, através da estratificação dos mercados;

4. Adoção de mecanismos para o surgimento e modernização de empresas que pudessem


participar do arranjo nas localidades pesquisadas;

5. Buscar mecanismos para intercâmbios tecnológicos com centros nacionais e


internacionais mais desenvolvidos, objetivando adaptar e/ou tornar acessíveis as novas
tecnologias de processo, produtos e práticas de gestão mais adequadas para as empresas
do setor de TIC´s nas localidades, na região, no país e internacionalmente;

6. Capacitação e formação de recursos humanos e modernização das relações de trabalho;

Em relação a estas sugestões, é preciso atentar para a necessidade de uma ampla


reestruturação e fortalecimento das instituições públicas e privadas do Estado que atuem
diretamente no sentido da promoção de desenvolvimento regional, baseado no apoio a
atividade empresarial. Cabe aqui um papel fundamental a ser desempenhado pelas
Universidades e Institutos de Pesquisa regionais, no sentido de fortalecer a pesquisa, o
desenvolvimento e a difusão de tecnologias, viabilizando assim a elevação dos padrões de
produtividade e a diversificação dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas do setor;

Além disso, é preciso considerar de forma plena pelos empresários direta e indiretamente
envolvidas com as atividades das instituições públicas e privadas de apoio ao
desenvolvimento local que o fortalecimento de micro e pequenas empresas (MPEs) coloca-se
como uma sólida alternativa para o alcance do almejado desenvolvimento com inclusão
social.

Considerando que as MPEs enfrentam sérias limitações para concorrer com empresas de
maior porte, tendo esse problema se agravado ainda mais com o processo de globalização, que
acirrou a concorrência ao aproximar os competidores instalados em outras fronteiras aos mais
remotos mercados. Neste sentido, torna-se necessária e imprescindível a difusão da idéia de
que a essência das dificuldades que cerceiam as MPEs relaciona-se não ao tamanho dessas,
mas sobretudo à forma como costumeiramente funcionam, de forma isolada e sem ações mais
sistematizadas para as práticas de cooperação e parcerias, baseadas em relação de confiança
entre os agentes produtivos e destes com as instituições públicas e privadas locais.
Neste contexto, a atuação dos agentes produtivos e instituições sob a forma de arranjos
produtivos locais constituem-se num mecanismo capaz de possibilitar a participação e atuação
conjunta e a coordenação e controle das ações e projetos comuns. A partir daí, torna-se
altamente recomendável, esforços para aplicação de uma abordagem participativa com o fim
de estruturar e implementar uma tecnologia social voltada para a mudança e o
desenvolvimento dos APLs.

Esta abordagem precisaria está voltada para a mobilização dos atores dos APLs, incluindo
além dos agentes produtivos, a participação de representantes do poder local e de outros
níveis com relevância para a especialidade do APL, instituições com atuação nos territórios
dos APLs, organizações associativas e comunitárias relacionadas ao negócio em foco. Além
da mobilização dos atores, a estratégia deve abordar o encaminhamento dos projetos
priorizados pelos atores mobilizados, de forma a garantir a sistematicidade das ações e o
estabelecimento da governança dos APLs, através de instrumentos e processos voltados para a
viabilização de uma tecnologia social de mobilização dos APLs, visando a formação do
capital social e a promoção da governança.
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WILLIAMSON, O. The Economic Institutions of Capitalism: firms, markets, reltional


contracting. New York: The Free Press, 1985.
Caro Sr. (a):

Estamos realizando uma pesquisa, cujo principal objetivo é mapear o Arranjo Produtivo Local
(A.P.L.) das empresas e instituições direta e indiretamente envolvidas com as atividades
econômicas do setor de Tecnologia de Informação e Comunicação (T.I.C) na cidade de
Campina Grande.
Um Arranjo Produtivo Local pode ser definido como um conjunto de empresas homogêneas,
geralmente formada por micro e pequenas empresas, que atuam em um mesmo setor e
segmento econômico, utilizam práticas de cooperação e parcerias voluntárias ou induzidas
através do apoio de instituições públicas e privadas de apoio à atividade econômica na região.
Esta nova forma de atuação empresarial possibilita melhores condições estruturais e
funcionais das empresas, contribuindo para otimização na utilização de recursos, na
operacionalização das suas atividades e a redução do risco e da incerteza na condução dos
negócios. Além disso, o conjunto das empresas numa determinada localidade, atuando desta
forma, contribui significativamente para a o desenvolvimento da região, na medida em que, as
empresas têm melhores condições de sobrevivência e desenvolvimento.

Para o referido mapeamento, gostaríamos de contar com a sua participação e colaboração


neste trabalho, respondendo a alguns questionamentos em formulário específico (em anexo).

A aplicação do referido formulário objetiva conhecer a opinião dos empresários do setor sobre
as dimensões e variáveis mais adequadas para identificar perfil, formas de atuação e relações
de interdependência entre as empresas do setor, assim como, as possibilidades de práticas
cooperativas e de parcerias.

Para a resposta ao instrumento de pesquisa, o Sr. (a) encontrará um conjunto de questões


fechadas e abertas, na qual são exploradas a sua percepção sobre os indicadores e variáveis
para caracterização e análise de um A.P.L., estas informações serão complementadas por um
conjunto de dado secundários, de forma que, possamos mapear de forma mais consistente e
fidedigno o A.P.L. de T.I.C em Campina Grande.

Desde já agradecemos a sua atenção e colaboração, informando que qualquer dúvida e/ou
esclarecimento quanto às respostas aos questionamentos, assim como, sobre maiores
esclarecimentos sobre o trabalho, poderão ser prestados pelos pesquisadores nos endereços
disponibilizados abaixo. Comprometemo-nos a encaminhar no final dos trabalhos um
relatório contendo o referido diagnóstico empresarial do setor, associado a sugestões para
melhoria na forma de atuação na perspectiva da geração de vantagens competitivas.

Atenciosamente,

Gesinaldo Ataíde Cândido


Prof. Dr. UFCG/CH/DAC/GEGIT
gacandido@uol.com.br
FAROL DIGITAL – PESQUISA SOBRE ECONOMIAS EXTERNAS E
COOPERAÇÃO NO SETOR DE TENOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO

Número
Data
Local
Entrevistador

1. Informações Gerais
Nome da empresa _____________________________________________________
Endereço e Telefone ___________________________________________________
Nome do Entrevistado__________________________________________________
Posição na Empresa
(a) Proprietário
(b) Administrador
l.5 Atividade ______________________________________________________________
1.6 No caso de vendas, principais produtos (como % do total)
Periféricos ____________________ Acessórios______________
Suprimentos ___________________ ____________
Outros (especificar) _____________________________
2. História da Empresa
Qual o tempo de existência de sua empresa?
( ) inferior a 1 ano ( ) de 1 a 3 anos ( ) de 4 a 6 anos
( ) de 7 a 9 anos ( ) mais de 10 anos
Qual a situação jurídica da empresa?
( ) Firma individual ( ) Sociedade limitada
( ) Outra (especificar) ____________________________________________________
3. Perfil dos Dirigentes
Quanto ao gênero?
( ) masculino ( ) feminino
Qual a faixa etária dos empresários ou dos responsáveis pelas atividades do
empreendimento?
( ) menos de 21 anos ( ) entre 21 e 29 anos ( ) entre 30 e 39 anos
( ) entre 40 e 49 anos ( ) mais de 50 anos
Qual o grau de escolaridade dos empresários ou dos responsáveis pelas atividades do
empreendimento?
( ) 1º grau ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau ( ) superior incompleto
( ) superior ( ) pós-graduação
4.Força de Trabalho
4.1 Qual o número de empregados envolvidos diretamente com as atividades fins da empresa?

( ) até 5 ( ) de 6 a 9 ( ) de 10 a 19 ( ) de 20 a 49 ( ) de 50 a 99 ( ) mais de 100


4.2 Qual o número de membros da família envolvidos com atividades da empresa?
( ) nenhum ( )1a3 ( ) 4 ou mais
4.3 Mudança no número de empregados nos últimos três anos:

(a) aumentou (b) permaneceu o mesmo (c) decresceu


4.4 Número de empregados que deixaram a empresa nos últimos 12 meses __________
4.5 Número de empregados contratados nos últimos 12 meses __________
4.6 Você tem dificuldade em conseguir
(a) trabalhadores qualificados? ( ) Sim ( ) Não
(b) trabalhadores não-qualificados? ( ) Sim ( ) Não
4.7 Na sua avaliação, os seus empregados precisam de algum tipo de capacitação adicional?
( ) Sim ( ) Não

4.8 Se sim, a atividade de capacitação deve ser direcionada para


( ) todos os níveis ( ) para os gerentes ( ) técnicos

( ) outros (especificar)____________________________________________________

4.9 Onde seus empregados recebem (eram) treinamento?

(a) em alguma instituição financiada por esta firma


(b) em alguma instituição financiada por seu antigo empregador
(c) no trabalho nesta firma
(d) no trabalho em seu antigo emprego
(e) outro (especificar) ________________________________
4.10 Quais são os problemas mais importantes que você tem com seu mercado de trabalho?
(a) mudanças constantes
(b) falta de trabalhadores não-qualificados
(c) falta de trabalhadores qualificados
(d) absenteísmo (faltas)
(e) disciplina

5. Desempenho

5.1 Qual a faixa de faturamento anual?


( ) Até R$ 100.000,00 ( ) Mais de R$ 100.000,00 a R$ 200.000,00
( ) Mais de R$ 200.000,00 a R$ 300.000,00 ( ) Acima de R$ 300.000,00
5.2 Vendas – mensal (em %) ____________ Serviços ( em %)_____________
5.3 Tendência nos últimos três anos
(+) (=) (-) (+) (=) (-)
5.4 No último ano o lucro líquido foi:

(a) muito bom


(b) bom
(c) razoável
(d) não houve lucro
(e) houve prejuízo
5.6 Tendência do lucro líquido nos últimos três anos:
(+) (=) (-)
5.6 % da produção exportada ______________
5.7 Tendência nos últimos três anos:

(+) (=) (-)

6. Organização
6.1 Modalidade de Gestão
( ) familiar sem auxílio de profissionais
( ) familiar com auxílio de profissionais
( ) profissional
Se profissional, existem funções especializadas ou áreas funcionais específicas? Quais?

( ) produção ( ) marketing ( ) recursos humanos


( ) outras (especificar)_____________________________________________________
6.2 São utilizadas tecnologias de gestão empresarial? Quais?

( ) gestão de caixa ( ) custos ( ) programação de investimentos


( ) indicadores de desempenho ( ) just-in-time ( ) controle de qualidade
( ) outras (especificar)_____________________________________________________

6.3 Uso de tecnologias de informação


1 – Existe disponibilidade de uso da internet?
( ) sim ( ) não
2 – Se sim, quantos terminais têm acesso a internet?
( ) nenhum ( ) 1 a 4 ( )5a9 ( ) 10 e mais
3 – Há quanto tempo utiliza-se da internet?
( ) menos de 1 ano ( ) de 1 a 4 anos ( ) de 5 a 9 anos ( ) 10 anos e mais
4 – Existem computadores ligados em rede?
( ) sim ( ) não
6 – Se sim, quantos?
( ) nenhum ( ) 1 a 4 ( )5a9 ( ) 10 e mais

7. Relação com fornecedores

7.1 Percentual comprado das seguintes fontes?

local regional nacional importado


Produtos
Máquinas e
equipamentos
Outros (especificar)

7.2 Que tipo de problema você enfrenta em relação a seus fornecedores?

Disponibilidade Preço Qualidade


Produtos
Máquinas e equipamentos
Outros (especificar)

8 Finanças
8.1 Nos últimos doze meses, que percentual de seus produtos e/ou serviços foi vendido:
(a) a vista? __________
(b) a crédito (pagamento adiado)? ______________
Em média, por quantos dias? ______________

8.2 Suas instalações são próprias ou alugadas?__________________

8.3 Que percentual do capital investido em sua empresa vem de:

a) suas próprias fontes? ______________


b) empréstimos? _________________
8.4 O percentual do capital tomado emprestado, nos últimos três anos, tem:

a) aumentado b) permanecido o mesmo c) decrescido


8.5 De seus empréstimos atuais, que percentual vem de:

a) bancos privados? _________


b) bancos de desenvolvimento? _____________
c) linhas de crédito especiais do governo? _____________
d) amigos ou parentes? _______________
e) outras fontes? _____________
8.6 Você tem se beneficiado de linhas de crédito subsidiado nos últimos 3 anos?

Sim ( ) Não ( )

8.7 Foi lhe negado crédito alguma vez?

Sim ( ) Não ( )
Se sim, para que finalidade foi solicitado?

( ) capital de giro

( ) investimento

A quem foi solicitado _______________________________________

8.8 Estratégias de investimento: em que áreas você investiu nos últimos três anos?

Grande Pequeno nada Intenções futuras


Áreas de investimento
montante montante de investimento

Expansão da capacidade + = -

Qualidade dos Serviços + = -

Marketing (feiras, propaganda) + = -

Instalações + = -

Outras (especificar) + = -

9. Parcerias

9.1 Alguma atividade desenvolvida por sua empresa é terceirizada?


( ) sim ( ) não

9.2 Se sim, quais as áreas da empresa com atividades terceirizadas?

( ) limpeza ( ) manutenção ( ) transporte ( ) alimentação

( ) segurança ( ) contabilidade ( ) assistência jurídica

( ) entrega/remessa ( ) outras (especificar)____________________________________


9.3 Qual o motivo para a adoção de tal prática?

(a) falta de mão-de-obra especializada


(b) falta de espaço
(c) necessidade de maior especialização
(d) necessidade de maior flexibilidade
(e) necessidade de melhor qualidade
(f) redução de custos
(g) falta de capacidade de investimento
(h) irregularidade na demanda
(i) outros (especificar)
9.4 Onde estão localizadas as firmas com as quais você mantém alianças estratégicas?

(a) local
(b) estado
(c) outros estados do NE
(d) outras regiões do país
9.5 Você fornece algum dos seguintes tipos de assistência aos seus parceiros?

Tipo de assistência Freqüentemente Ocasionalmente Nunca

a) pagamento antecipado

b) organização da produção

c) empréstimo de máquinas ou
equipamentos
d) reparo/manutenção de

máquinas

e) treinamento de trabalhadores

f) especificar
9.6 O que você faz se o seu parceiro quebra algum acordo (por exemplo: atrasa a entrega,

má qualidade do produto)?

Ação Freqüentemente Ocasionalmente Nunca

a) solicita que seja refeito

b) deduz parte do pagamento

c) muda de parceiro

d) oferece supervisão para evitar


problemas futuros
f) outros (especificar)

10. Mercado

10.1 Especifique para quem você vende seus produtos como percentual do total de vendas:

(a) diretamente ao consumidor


(b) diretamente aos prestadores de serviços
(c) outros (especificar)
10.2 Você exportou no último ano?

Sim_________ Não___________

11. Processo de Inovação e Estratégia de Vendas


11.1 Qual o tempo de utilização das suas atuais máquinas, equipamentos e ferramentas de

trabalho?

( ) Menos de 1 ano ( ) de 1 a 3 anos ( ) de 4 a 6 anos


( ) de 7 a 9 anos ( ) mais de 10 anos
11.2 Nos últimos cinco anos, o padrão do seu equipamento melhorou:

a) pouco b) muito c) nada

11.3 Geralmente, de onde provém a inovação técnica?


(a) desenvolvida internamente
(b) adaptada internamente
(c) adquirida pronta no mercado nacional
(d) adquirida pronta no mercado internacional
(e) outros (especificar)___________________________________________________
11.4 Nos últimos três anos, a qualidade dos serviços oferecidos por sua empresa:

(a) aumentou
(b) permaneceu a mesma
(c) decresceu
11.5 No caso de alteração, indique o(s) motivo(s):

(a) expansão do mercado


(b) exigência dos clientes
(c) incremento da concorrência
(d) outros motivos (especificar)

12. Competição entre firmas

12.1 Nos últimos anos, a concorrência tem aumentado no setor?

( ) Não ( ) Sim

Em caso afirmativo, a que você atribui o aumento da concorrência?

(a) custos de entrada são pequenos


(b) poder de barganha dos fornecedores
(c) poder de barganha dos consumidores
(d) taxas de mudança mais rápidas nas tecnologias
(e) lacunas no mercado

12.2 Seus principais competidores são empresas:

(a) mais antigas no setor


(b) que oferecem uma gama maior de produtos e/ou serviços
(c) que oferecem um produto diferenciado
(d) outro motivo (especificar)
12.3 Para superar seus concorrentes, quais são os principais fatores utilizados?

(a) preço
(b) qualidade
(c) velocidade e pontualidade nas entregas
(d) outros (especificar)
13. Cooperação entre firmas

13.1 Você acredita que existe condições para a prática da cooperação entre as empresas

participantes do agrupamento?

( ) Sim ( ) Não

13.2 Você tem algum acordo formal com outras firmas?

( ) Sim ( ) Não

Em caso afirmativo, que tipo de acordo_____________________________________

_____________________________________________________________________

13.3 Você tem algum acordo informal com outras firmas?

( )Sim ( ) Não

Em caso afirmativo, que tipo de acordo_____________________________________

_____________________________________________________________________

13.4 Você coopera com outras empresas de tecnologia de informação e comunicação?

( ) Sim ( ) Não

Em caso afirmativo, de que forma:


(a) desenvolvimento de tecnologias
(b) empréstimo de máquinas
(c) marketing
(d) outros (especificar)
13.5 Quais são os principais motivos para cooperar com outras firmas?

(a) incremento na especialização


(b) melhoria na qualidade
(c) redução de custos
(d) acesso a novos mercados
(e) outros (especificar)
13.6 Se não há cooperação entre as empresas, em sua opinião, que fatores dificulta(ra)m essa

prática?

(a) falta de confiança


(b) medo de perda de competitividade
(c) outros (especificar)
13.7 Você acredita que a possibilidade de ter contatos fáceis e amistosos com outros

empresários do setor é um importante ativo para sua firma?

( )Sim ( ) Não

13.8 Você troca idéias ou discute problemas ou estratégias com outros empresários do setor?

(a) freqüentemente (b) ocasionalmente (c) nunca

13.9 Como seus relacionamentos informais se dão?

(a) laços de família


(b) vizinhos ou proximidade espacial
(c) encontros organizado por associação de empresários local
(d) outros (especificar)
14 Instituições

14.1 Sua firma pertence a alguma associação empresarial?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, identifique ______________________________________________________

_______________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

14.2 Você usa a associação para?

Nunca Ocasionalmente Freqüentemente

informação

conselho em assuntos legais

conselho em questões tecnológicas

conselho em questões contábeis

conselho em questões trabalhistas

cursos e seminários

feiras

outros (especificar)

14.3 Você tem algum contato com as instituições de ensino e pesquisa?


( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual o teor das relações mantidas?


( ) Troca de informações ( ) Realização de ensaios insumo/produtos/processos

( ) Compra de insumos/equipamentos ( ) Compartilhamento de equipamentos

( ) Treinamento de funcionários ( ) Ações de marketing

Comentários Adicionais:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

14.4 Na sua avaliação, qual a qualidade das relações mantidas com as Instituições de apoio?

Ruim Regular Bom Muito bom Indeterminado


Sebrae
Sesi
Senai
Outras
(identificar)

14.5 Quais os tipos de infra-estrutura de instituições regionais mais comumente utilizadas?

( ) Laboratórios ( ) Consultoria ( ) SEBRAE ( ) SENAI


( ) Universidades ( ) Incubadora ( ) Empresas Júnior
14.6 No caso de não utilização da infra-estrutura regional, quais são os motivos?
( ) Não vê necessidade ( ) Falta de informação ( ) Custos elevados
( ) Qualidade dos serviços ( ) Burocracia excessiva
( ) Outros (especificar)__________________________________________________

14.5 Na sua avaliação, quais as áreas e atividades mais carentes de suporte e apoio?

Capacitação profissional
Treinamento técnico
Educação formal
Infra-estrutura física
Questões tributárias
Apoio à exportação
15. Política Governamental

15.1 Você tem acesso a alguma forma de incentivo governamental?

(a) incentivo financeiro


(b) incentivos reais:
- para inovação de produto
- para treinamento
- para exportação
- outros (especificar)
15.2 Você tem encontrado alguma dificuldade relacionada a: (Sim ou Não)

(a) procedimentos burocráticos:

- para obtenção de licenças para construção _______


- procedimentos fiscais _________
- para obtenção de incentivos ________
- outros (especificar) _____________________________________
(b) carência em serviços de comunicação:

- telefone e fax _________


- correios _____________
- outros (especificar) _____________________________________
(c) deficiências no sistema de treinamento __________
(d) deficiências no sistema de transporte ___________
(e) outros (especificar) _________________________________________
16. Visão do Aglomerado

16.1 Você acredita que poderia obter os mesmos resultados que agora se não estivesse

localizado nesta área?

( ) Sim ( ) Não

16.2 Quais são as vantagens de estar localizado nesta área?___________________________


___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

16.3 Quais são as desvantagens de estar localizado nesta área?________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

17. Forças e Fraquezas

17.1 Indique as três forças mais importantes e as três fraquezas principais de sua firma:

Força fraqueza

Disponibilidade de mão-de-obra

Custo da mão-de-obra

Qualificação da mão de obra

Disponibilidade de componentes e serviços

Acesso a informações sobre tecnologia, produtos


e mercados
Cooperação com outras firmas locais

Apoio institucional (Associação de Empresários,


centro de treinamento, etc.)
Nível tecnológico

Estratégia de marketing (propaganda, rede de


vendas etc.)
Acesso a crédito

Outros (especificar)

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