O documento discute os princípios de interpretação da Bíblia entre diferentes grupos judeus ao longo da história, incluindo os judeus palestinos, alexandrinos, caraítas, cabalistas e espanhóis. Os judeus palestinos enfatizavam a Lei e faziam distinção entre o sentido literal e a exposição exegética. Os judeus alexandrinos adotavam interpretações alegóricas influenciadas pela filosofia de Alexandria. Os caraítas rejeitavam a tradição oral
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Como se dá a interpretação da bíblia de acordo com o judaísmo.
O documento discute os princípios de interpretação da Bíblia entre diferentes grupos judeus ao longo da história, incluindo os judeus palestinos, alexandrinos, caraítas, cabalistas e espanhóis. Os judeus palestinos enfatizavam a Lei e faziam distinção entre o sentido literal e a exposição exegética. Os judeus alexandrinos adotavam interpretações alegóricas influenciadas pela filosofia de Alexandria. Os caraítas rejeitavam a tradição oral
O documento discute os princípios de interpretação da Bíblia entre diferentes grupos judeus ao longo da história, incluindo os judeus palestinos, alexandrinos, caraítas, cabalistas e espanhóis. Os judeus palestinos enfatizavam a Lei e faziam distinção entre o sentido literal e a exposição exegética. Os judeus alexandrinos adotavam interpretações alegóricas influenciadas pela filosofia de Alexandria. Os caraítas rejeitavam a tradição oral
H uma diferena entre Histria da Hermenutica como cincia e a Histria dos princpios hermenuticos. A Hermenutica como cincia comeou em 1567 D.C. quando Flacius fez a primeira tentativa de um tratamento cientfico de hermenutica. A histria dos princpios hermenuticos teve seu incio no prprio comeo da era crist. Esta tenta responder a trs perguntas: a) Qual era a viso predominante com respeito s Escrituras? b) Qual foi o conceito de mtodo de interpretao prevalecente? c) Quais foram as qualidades consideradas essenciais ao interprete da Bblia? Nemias 8.8 2 Princpios de Interpretao Entre os Judeus 2.1 Os Judeus Palestinos Eles consideravam a Bblia como a Palavra infalvel de Deus, tanto que, para eles, at mesmo as letras eram sagradas a ponto de que os copistas tinham o hbito de cont-las com receio de que algumas delas se perdessem na transcrio. Ao mesmo tempo, eles estimavam muito mais a Lei do que os Profetas e os Escritos Sagrados. A interpretao da Lei era o grande objetivo deles. Eles faziam uma distino entre o mero sentido literal da Bblia (chamado peshat) e sua exposio exegtica (chamada midrash), onde se deveria examinar e elucidar todos os possveis significados e aplicaes escondidos nas Escrituras. A midrash pode ser dividida em duas categorias: (1) A interpretao de carter legal, que so questes da Lei que impe obrigaes num sentido rigidamente legalista (Halakhah), e (2) A interpretao de uma tendncia mais livre que cobre todas as partes no-legalistas da Escritura (Haggadah), e esta mais homiltica d e ilustrativa do que exegtica. A fraqueza da interpretao dos escribas se encontra no fato deles exaltarem a Lei Oral que idntica s influencias dos rabinos, como um suporte necessrio da Lei Escrita e que, no final, era usada como meio para pr a Lei Escrita de Lado. Consequentemente, isso deu origem a todos os tipos de interpretao arbitrria.
Quando Jesus foi questionado, por alguns fariseus e escribas, pelo
fato de que seus discpulos no lavavam as mos antes das refeies, e, portanto, se tornavam imundos, ele respondeu: 13 invalidando a palavra de Deus pela vossa prpria tradio, que vs mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes (Mc 7.13). Hillel foi um dos maiores interpretes dos judeus. Ele deixou sete regras de interpretao: (1) leve e pesado; (2) equivalncia; (3) deduo do especial para o geral; (4) inferncia a partir de vrias passagens; (5) inferncias do geral para o especial; (6) analogia a partir de outra passagem; (7) inferncia a partir do contexto. 2.2 Os Judeus Alexandrinos Suas interpretaes eram determinadas pela filosofia de Alexandria. Adotavam o princpio fundamental de Plato de que no se deveria acreditar em nada que fosse indigno de Deus. Assim, sempre que encontravam coisas no Antigo Testamento que no estavam de acordo com a sua filosofia e que ofendiam o seu senso de adequao, se valiam das interpretaes alegricas. Filo (mestre entre eles) no rejeitou completamente o sentido literal da Escritura, mas considerou como uma concesso aos fracos. O sentido literal era meramente um smbolo de coisas muito mais profundas. O Significado escondido das Escrituras era o que tinha grande importncia. Negativamente, o sentido literal deve ser excludo quando qualquer coisa dita for indigna de Deus e quando a prpria Escritura alegoriza. Positivamente, o texto deve ser alegorizado quando as expresses forem dbias; palavras suprfluas; repetio de fatos; uma expresso variada; emprego de sinnimos; jogo de palavras for possvel em qualquer uma de suas variedades; palavras admitirem uma pequena alterao; expresso for rara; houver qualquer coisa anormal no numero ou tempo do verbo. Consequentemente, essas regras, naturalmente, abrem caminho para todo tipo de ms interpretaes. 2.3 Os Caratas Denominada como os protestantes do judasmo, fundada por Anan bem David, por volta do ano 800 d.C. e podem ser considerados como dependentes espirituais dos saduceus. Representam um protesto contra o rabinismo que foi parcialmente influenciado pelo maometismo. A forma da palavra hebraica Caratas significa Filhos da leitura. Seu princpio fundamental era considerar a Escritura como uma autoridade nica em
matria de f. Significa, de um lado, desconsiderao da tradio oral e da
intepretao rabnica e, de outro, estudo novo e cuidadoso do texto da Escritura. A fim de refut-los, os rabinos empreenderam um estudo semelhante e o resultado desse conflito foi o texto Massortico. A exegese deles era muito mais minuciosa do que a dos judeus palestinos ou alexandrinos. 2.4 Os Cabalistas Sculo 12. Representa uma reduo do absurdo do mtodo de intepretao usados pelos judeus da palestina. Todo o Massorah, at mesmo os versos, palavras, letras, sinais de vogais e acentos, tinham sido dados a Moiss no Monte Sinai. Seus mtodos eram: a) Gamatria, podiam substituir uma dada palavra bblica por outra que tivesse o mesmo valor numrico; b) Notarikon, formar palavras pela combinao das letras iniciais e finais ou considerando cada letra de uma palavra como a letra inicial da outra; c) Temoorah, criar novos significados pela permuta de letras. 2.5 Os Judeus Espanhis Do sculo 12 ao 15. Um mtodo mais sadio de interpretao foi desenvolvido. Quando a exegese da igreja estava na mar baixa e o conhecimento do hebraico quase perdido, alguns judeus instrudos da Pennsula dos Pireneus reacenderam as luzes dos candelabros. Algumas de suas interpretaes so citadas at hoje. Principais exegetas: Abrao Aben-Ezra; Salomo Izaak Jarchi; David Kimchi; Izaak Aberbanel e Elias Levita.