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trata-se de um livro que merece ser saudado por muitos outros motivos. O maior deles,
parece-me, est no fato do estudo nos permitir, de maneira bastante densa, estabelecer
diversas relaes entre a proposta educativa posta em prtica no Colgio e as prticas
sociais mais amplas experienciadas nos oitocentos e nos primeiros anos dos novecentos.
Tais relaes, conforme acentua a autora, no se referem apenas reproduo da
sociedade, mas so tambm de ativa participao na prpria produo do social.
Assim, o estudo permite-nos vislumbrar que a forma como o Colgio propes-se
amoldar o carter, a estruturar a personalidade, a incutir a f e os valores cristos e a
transmitir os conhecimentos, dentre outros, termina por produzir um sujeitos com as
competncias e as sensibilidades necessrias a atuao na manuteno e reproduo da
ordem social. Distinguir-se socialmente, a partir da educao humanstica ministrada
pelos colgios era, a uma s vez, uma forma diferenciar-se e de assumir uma
responsabilidade social: a da direo poltica, cultural e espiritual da sociedade.
Especificamente para aqueles que se dedicam ao estudo da histria da educao no
Brasil, o trabalho de grande interesse, pelo menos por trs grandes motivos. Em
primeiro lugar, porque, como poucos, o trabalho de Mariza permite-nos ver uma
instituio em funcionamento. Ao discorrer sobre a forma como o colgio organizou o
processo educativo o texto permite-nos, com grande maestria, passar das influncias
estrangeiras na histria da educao brasileira ao dos professores e, em alguns
casos, dos alunos agiam. No que se refere aos sujeitos envolvidos no processo
educativo, o estudo revela a ao das famlias na busca por uma boa educao para seus
filhos, dando a ver desde as estratgias postas em movimento por conseguir uma vaga
at as representaes construdas em torno da qualidade do ensino ministrada pela
instituio.
Em segundo lugar, mesmo dedicando-se ao estudos de uma
forma particular de