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Mesas Redondas aprovadas para

27a Reunião Brasileira de Antropologia (RBA)


Brasil Plural: Conhecimentos, Saberes Tradicionais e Direitos à Diversidade
01 a 04 de agosto de 2010, Belém - PA

Mesas Redondas (organizadas em ordem alfabética pelos coordenadores)

Título/Coordenador/Participante/Debatedor
1. Antropologia e imagens: diversas escolas, diversos estilos
Coordenador: Carmen Rial (UFSC)
Participantes: Marc Henri Piault (Comité Du Film Éthnographique), Cornelia Eckert (UFRGS) e Fernando De Tacca (UNICAMP)
Resumo:
Essa MR buscará desenvolver a idéia de uma antropologia visual plural, ou seja, com múltiplas modalidades do fazer antropológico com imagens, a
partir da apresentação e do aprofundamento de alguns/as autores referenciais no campo. Buscaremos introduzir o trabalho do autor/a para os não-
iniciados e apresentar os traços distintivos de sua obra, teoria e método. Serão usadas imagens realizadas por esses autores como complemento da fala.

2. Afro-brasileiros, islâmicos e pentecostais e a vida ordinária dos estereótipos


Coordenador: Clara Cristina Jost Mafra (UERJ)
Participantes: Denise Fagundes Jardim (UFRGS), Alejandro Frigerio(FLACSO/CONICET) e Livio Sansone (UFBA)
Resumo:
Durante décadas os antropólogos acalentaram a idéia de que encontrariam a porta de saída para as relações estigmatizantes. Atualmente tendem a
concordar que a vida social consiste não apenas de reversões de processos de reificação e essencialização, mas também que ela depende da iconicidade, -
um processo de reconhecimento de significado pela semelhança, imediato e ligado a verdades auto-evidentes. Os Estados Nacionais e as religiões estão
diretamente implicados no processo, pois pressupõem que reúnem atores sociais semelhantes por pertencem a uma mesma 'comunidade imaginada'.
Nesta mesa vamos explorar a interrelação entre a vida ordinária dos estereótipos e a 'poesis' do Estado Nacional em três segmentos religiosos minoritários
no Brasil: os afro-brasileiros, os islâmicos e os pentecostais. As modalidades de produção dos estereótipos, o grau de estabilidade deles, os sentidos que as
pessoas atribuem a eles, todos esses aspectos serão considerados separada e articuladamente, inclusive quando forem geradores de mutua hostilidade.
Sobretudo, nas etnografias valorizaremos, para além dos dualismos e dos modelos de negociação de identidade através de posicionamento estratégico, o
acesso ao aspecto mais expressivo do fenômeno: o 'continuum' que o estereótipo cria entre vida pública e vida cotidiana, ao oferecer ao indivíduo um
'cenário diante da mensagem'.
3. Antropologia da música na Amazônia: constituindo corpos, pessoas, lugares e políticas
Coordenador: Deise Lucy Oliveira Montardo (UFAM)
Participantes: Rafael José de Menezes Bastos (UFSC), Líliam Barros (UnB) e Paulo Murilo Guerreiro do Amaral (UEPA)
Resumo:

Os estudos sobre música na antropologia têm se adensado em quantidade, densidade teórica e variedade temática. A reflexão promovida pelas
monografias que tratam das músicas indígena, urbana e folclórica têm levado a uma dissolução destas fronteiras. O que têm resultado das pesquisas
demonstram, porém, que a música é um caminho profícuo para o entendimento dos processos de constituição de pessoas, de lugares e políticas. Podemos
vê-las todas a partir de um cosmopolitismo, de fluxos com vários sentidos, de promotora de identidades, constituidora de corpos e de pessoas. Propomos
colocar em diálogo pesquisadores atuantes na antropologia da música/etnomusicologia, cujos objetos de pesquisa se situam na Amazônia em vários dos
seus contextos. Sobre a música no urbano, Paulo Guerreiro irá falar do tecnobrega em Belém, abordando o estigma e o cosmopolitismo na constituição
desta música popular de periferia. A participação de Líliam Barros trará a música dos Desana, grupo indígena do Alto Rio Negro, e sua relação com a
cosmologia e a constituição da pessoa. Rafael Menezes Bastos, falará do papel singular que a música desempenha na cadeia intersemiótica do ritual nas
terras baixas da América do Sul, apontando para o nexo geral de tradução, tipicamente entre os subsistemas verbais (arte verbal) e corporais (dança,
plumária, sistemas de adereços). Deise Lucy Montardo comentará o papel político da música entre os Baniwa, no município de São Gabriel da Cachoeira,
noroeste do Amazonas.
4. Visões da Jurema e da Ayahuasca: indivíduo e sociedade
Coordenador: Edward John Baptista da Neves Macrae (UFBA)
Participantes: Benny Shamon (Universidade Hebráica – Jerusalém, Israel) , Clarice Novaes da Mota (ufal) e Rodrigo de Azevedo Grunewald (ufcg)
Debatedor: Beatriz Caiuby Labate (neip)
Resumo:

Jurema e Ayahuasca são bebidas sul-americanas que apresentam grande vitalidade social, haja vista a grande distribuição destas entre diversos segmentos
espirituais de contextos bem variados, sejam indígenas, caboclos ou urbanos.
Chama-se de Jurema a várias espécies de plantas dos gêneros Mimosa, Acácia e Pithecelobium nativas principalmente do semi-árido do Nordeste do
Brasil. Por Ayahuasca, compreende-se a bebida amazônica feita da mistura do cipó Banisteriopsis caapi e da folha da Psychotria viridis.
A Mesa pretende colocar em exposição diferentes processos experienciais de atualização cultural dessas plantas tidas como sagradas. Busca-se pensar
comparativamente tais fenômenos já que ambas beberagens apresentam princípios bioquímicos muito semelhantes os quais conduzem o usuário a
mudanças significativas de consciência. Serão discutidas as propriedades, tanto medicinais e mágicas como sociais, destas plantas.
Alguns tópicos deverão estar em evidência nas discussões. Propõe-se uma apresentação inicial dos resultados de uma pesquisa voltada para aspectos
cognitivos e afetivos de experiências resultantes da ingestão da ayahuasca, que o autor sugere serem comumente encontrados mesmo em contextos
culturais diversos. Em seguida os outros expositores destacarão as diferentes construções culturais empreendidas em torno dessas experiências em
diferentes contextos destacando a oposição indivíduo e sociedade, aspectos iconográficos, história e identidades sociais.
5. A religião como categoria social: desafios para a antropologia
Coordenador: Emerson Giumbelli (ufrj)
Participantes: Carlos Alberto Steil (ufrgs), Marcelo Ayres Camurça (ufjf) e Ronaldo Almeida (unicamp)
Resumo:
Na antropologia, sobretudo no Brasil, a religião afirma-se como tema consistente de estudo, o que convive com a dificuldade de defini-la
conceitualmente. Essa situação tem como contrapartida a presença da religião como categoria social, o que envolve muitas vezes procedimentos que
acabam por defini-la para fins concretos e direcionados. Remodelam-se assim fronteiras entre domínios sociais e sentidos atribuídos a instituições e
práticas apontadas como religiosas. O objetivo desta mesa é refletir sobre esses pontos, abordados diversamente: transformações na experiência
religiosa contemporânea nas dimensões da subjetividade, performance e moralidade (Almeida); a presença da religião na conformação de atividades
de recreação e educativas em parques e unidades de preservação ambiental públicas (Steil); as reconfigurações e investimentos do catolicismo através
de suas múltiplas e variadas inserções no espaço público (Camurça); os pressupostos acerca da relação entre religião e sociedade em recentes
propostas legislativas, especificamente o Acordo entre o Estado brasileiro e a Santa Sé e a “Lei Geral das Religiões” (Giumbelli). Nesses casos, a
religião, materializada por práticas, grupos ou experiências, ou invocada em regulamentações oficiais e iniciativas públicas, apresenta-se como
categoria social. Que configurações empíricas essas situações engendram? Que efeitos geram para a antropologia considerando seus
empreendimentos analíticos sobre o terreno designado pelo religioso?

6. Medicinas tradicionais e políticas de saúde pública – sobre conceitos e relações


Coordenador: Esther Jean Langdon (ufsc)
Participantes: Luiza Garnelo (UFAM-Fiocruz), Luciane Ouriques Ferreira (Funasa) e José Pimentel Teixeira (UEM-Moçambique)
Debatedor: Marina D. Cardoso (UFScar)
Resumo:
A articulação dos serviços de saúde com as práticas da “medicina tradicional” tem sido promovido pelos documentos internacionais desde a Declaração da
Alma-Ata da OMS em 1978. O desenvolvimento de estrategias para este fim tem sido estimulado globalmente pelas políticas públicas. No Brasil, a
articulação com “medicina tradicional” é justificada pelo princípio de “atenção diferenciada” para às populações indígenas. No caso de Mozambique, a
incorporação dos curandeiros tradicionais para prevenção e tratamento de AIDS é promovida na espectativa de maior eficacia dos serviços de saúde.
Porém, os próprios conceitos de medicina “tradicional” e “indigena”, assim como o de “cultura”, são, entretanto, imprecisos, e podem resultar no equivoco
de compreender estas práticas quer como isoladas, quer como não mutáveis, levando a sua reificação. Por um lado, as relações entre os serviços de saúde e
estas medicinas refletem “apropriações” e circulação de bens e discursos da biomedicina e “a” saúde como espaço político de atuação. Por outro lado,
tanto as dificuldades operacionais quanto de atuação dos profissionais de saúde com comunidades são marcadas por conflitos que subentendem uma
lógica extensiva de universalização e normatização inclusiva dos procedimentos em saúde. Assim, procuramos refletir sobre o campo das relações entre os
serviços de saúde e as “medicinas tradicionais”, problematizando os conceitos com os quais as pesquisas na área e as políticas estatais são formuladas.
7. Festa como perspectiva e em perspectiva
Coordenador: Eufrázia Cristina Menezes Santos (UFS)
Participantes: John Cowart Dawsey (USP), Roberto Motta (UFPE) e Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti (UFRJ)
Debatedor: Prof. Dr. João Leal (Universidade Nova de Lisboa)
Resumo:
O debate proposto para essa mesa tem como finalidade ampliar o espectro das discussões iniciadas nas três últimas reuniões da ABA, privilegiando uma
visão analiticamente integrada capaz de perceber a maneira pela qual os eventos festivos, religiosos e seculares, vêm misturando-se historicamente e
estendendo-se para as esferas do poder, do trabalho, da diversão, da arte e do consumo de bens culturais e de massa. Tendo o fenômeno festivo adquirido
um estatuto privilegiado nas ciências humanas em geral e, em particular, na Antropologia, a discussão a ser empreendida proporá algumas reflexões
teóricas e metodológicas e interpretações de eventos festivos particulares em diversas esferas da cultura contemporânea e de um passado recente a fim de
revitalizar o debate com a teoria sócio-antropológica clássica. O que justifica a presente proposta é, portanto, a intenção dos participantes em apontar para
novos problemas que, sem deixar de incorporar as sutilezas das teorias tornadas clássicas, possam destacar, por um lado, que o evento festivo resiste tanto
à formalização excessiva quanto à teorização rígida, tornando heuristicamente improdutivo atribuir-lhe uma essência, uma substância, uma função, e, por
outro, indicar as particularidades do caráter festivo de novas formas culturais. Tal debate tem sido o fio condutor de uma publicação em processo de
elaboração cujo título será “Festa em Perspectiva e como Perspectiva” sob coordenação de Léa Perez, Leila Amaral e Wania Mesquita.

8. Leituras antropológicas sobre estratégias dos povos indígenas no reconhecimento da pluricidade em diferentes estados nacionais
Coordenador: Maria Helena Ortolan Matos (UFAM)
Participantes: Sidnei Clemente Peres (UFF), Carlos Casas Mendoza (UASLP/MX) e Michael Kent (University of Manchester)
Debatedor: Gersem José dos Santos Luciano (MEC)
Resumo:
Nas últimas décadas, povos indígenas da América Latina têm assumido diversas estratégias nos Estados Nacionais para romper o princípio de
homogeneidade da nação na formação do Estado e obter o reconhecimento da pluricidade, tanto nas respectivas legislações quanto nas práticas sociais.
Mais do que promover a convivência das diferenças no território nacional, as ações etnopolíticas latino-americanas pretendem tornar a interculturalidade
um princípio normativo de funcionamento dos Estados Nacionais. Não se trata apenas de ter grupos étnicos diversificados ocupando espaços no governo,
mas de garantir condições reais para o exercício da diversidade nas sociedades nacionais.
Nesta Mesa Redonda, antropólogos com trabalhos de campo junto a povos indígenas de diferentes países da América Latina (Brasil, México, Bolívia e
Peru) apresentarão suas leituras analíticas sobre várias ações etnopolíticas (estratégias identitárias e territoriais, ações de afirmação cultural, movimento
indígena e associativismo) que têm desafiado sociedades e Estados nacionais a reconhecerem competências culturais distintas e incorporarem valores
indígenas como princípio normativo. Para garantir a perspectiva pluriétnica do debate, foi convidado o Baniwa antropólogo, Gersem Luciano, cujas
reflexões são orientadas pela sua atuação nas políticas indígena e indigenista e também no universo acadêmico.
9. Antropologia e educação: um panorama do ensino e da pesquisa no Brasil
Coordenador: Neusa Maria Mendes de Gusmão (UNICAMP)
Participantes: Jane Felipe Beltrão (UFPA), Lady Selma F. Albernaz (UFPE) e Sandra Pereira Tosta (PUCMG)
Debatedor: Antonella Maria Imperatriz Tassinari (UFSC)
Resumo:
A produção do conhecimento como prática e como ação interventora de natureza social e política, desafia diferentes campos de saber em razão da
diversidade social e cultural que, em tempos globais, exige o diálogo direto de áreas diversas. A Antropologia, como campo de formação do antropólogo e
sua área de atuação, seja como docente, pesquisador ou técnico-profissional em diferentes espaços, tem por meta responder às questões postas no tempo
presente, de modo a resgatar no universo da cultura sua condição de “campo político de muitas possibilidades...”. Parte-se do pressuposto que a
Antropologia tem refletido sobre a diversidade humana e buscado um lugar de onde, podendo compreendê-la, se instaure um campo de direitos e de
cidadania, estando em condições de contribuir com a Educação, de modo a garantir que antropólogos e educadores não se façam indiferentes ao diálogo e
às trocas. No Brasil hoje, parece estar em construção uma experiência educativa e de formação cujo centro é a relação entre Antropologia e Educação
como campo científico e prático de muitas possibilidades e não só no campo das Ciências Sociais. Esta a razão desta MR no resgate de esforços
sistematizadores do campo da antropologia e educação e sua presença em instituições de ensino superior do Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Pretende-se mapear o que existe em termos de programas e currículos e, colocar à luz dos debates, o que é isso que se denomina como Antropologia da
Educação (ou/ e Educação)
10. Pós-socialismo e antropologia social: perspectivas críticas européias e africanas
Coordenador: Omar Ribeiro Thomaz (UNICAMP)
Participantes: Michal Buchowski (University of Poznan), Florian Mühlfried (UNICAMP) e Ramon Sarró (Universidade de Lisboa)
Debatedor: Federico Neiburg (UFRJ)
Resumo:
Os estudos pós-socialistas em antropologia social mostraram-se dispostos a perceber as transformações de um universo pós-socialista limitado, eurásico.
Ora, a experiência socialista não se restringiu a estes territórios. Em ex-colônias européias na África, diferentes processos socialistas, condicionados a
especificidades pós-coloniais, tiveram curso a partir de idéias e instituições comuns aos países socialistas eurásicos. Esta mesa redonda pretende rever
criticamente o pós-socialismo em antropologia social e enfrentar numa mesma discussão antropólogos que realizaram pesquisa em territórios eurásicos
com aqueles que desenvolveram suas investigações em terrenos pós-socialistas africanos.
O coordenador realiza pesquisa em um contexto pós-socialista particularmente interessante, Moçambique, e convida para fazer parte da mesa o atual
presidente da EASA, Michael Buchowski, com ampla pesquisa na área de pós-socialismo na Europa do Leste; Florian Mülhfried, pesquisador do MPI ora
vinculado a Universidade Estadual de Campinas, e com um trabalho decisivo na Geórgia; e Ramón Sarró, do ICS - Lisboa que, na Guiné- Conacry,
enfrentou o impacto de um socialismo bastante particular e as transformações pós-socialistas subseqüentes. Por fim, como debatedor, contaremos com a
presença de Federico Neiburg (PPGAS - Museu Nacional) que incorporou em suas pesquisas sobre antropologia da economia os avanços do debate do
pós-socialismo na antropologia social.
11. História da antropologia na Amazônia: memória e opções epistemológicas
Coordenador: Orlando Sampaio Silva (UFPA)
Participantes: Isidoro Alves (MAST/MCT), Carlos Alberto Marinho Cirino (UFRR) e José Ademir Gomes Ramos (UFAM)
Debatedor: Roberto Cortez (MCT/CNPq)
Resumo:
A Amazônia é um locus privilegiado do evolver histórico da Antropologia Social no Brasil, pela multifacetada existência de sociedades e culturas
humanas, assim como em face da presença de uma pluralidade de Universidades públicas e particulares e de importantes instituições de pesquisa, tais
como o Mus. P. "E. Goeldi" e o INPA. No cenário histórico amazônico, antropólogos desvelaram estruturas pouco suspeitadas de sociedades indígenas,
caboclas e de comunidades urbanizadas. A construção e a reconstrução históricas destes acontecimentos epistemológicos valorizam o testemunho e a
memória em um esforço de documentação. Os integrantes desta MR, em parte, são testemunhas e, também, protagonistas nesta cena. Pretende-se
desvendar e valorizar aqueles que foram pioneiros de nossa disciplina, as pesquisas que realizaram suas construções gnosiológicas e a contribuição dos
que com eles e depois deles também constituíram o conhecimento antropológico em nosso país. Esses antropólogos serão enfocados não apenas como
objeto de estudo histórico, mas, como sujeitos da história ao perlustrarem a grande aventura etnográfica. Trata-se de fazer história como memória, como
testemunho, como reflexão e como saber em construção. Em um deslocamento, serão trazidos do passado para este momento acadêmico, categorias
históricas plenas de simbolismo das ações no campo, no laboratório e na sala de aula dos que, na história, protagonizaram a instigante odisséia da prática
antropológica.

12. Biologia molecular e identidades sociais


Coordenador: Peter Fry (UFRJ)
Participantes: Ricardo Ventura Santos (ENSP/FIOCRUZ), Sahra Gibbon (UCL/London) e Andrea Kely Campos Ribeiro Dos Santos (UFPA)
Debatedor: Bernardo Lewgoy (UFRGS)
Resumo:
Os achados da genética molecular se tornam cada vez mais significativos. Nota-se, porém, uma tensão importante neles. Enquanto alguns cientistas
enfatizam a idiossincrasia genética individual, repudiando conceitos como “raça”, por exemplo, outros continuam entusiastas desbravadores das
especificidades biológicas de determinadas personagens sociais, como “grupos raciais”, “homossexuais”, e “psicopatas”, entre outras. Além disso,
sugerem supostas relações entre a biologia e identidades sociais através da busca por doenças geneticamente transmitidas. Recentemente, por exemplo, os
jornais noticiaram pesquisas que pretendem estabelecer maiores taxas de câncer entre fumantes “negros” e o Food and Drug Administration aprovou um
remédio especifico para “africano-americanos” com problemas cardíacos. Cabe à antropologia avaliar criticamente estas pesquisas e seus impactos sociais
e políticos. Eis a proposta desta mesa redonda.
13. Mesmos campos sociais, diferentes campos antropológicos: a antropologia da cultura popular e as “outras” antropologias
Coordenador: Renata de Castro Menezes (UFRJ)
Participantes: Miriam Cristina Marcilio Rabelo (UFBA), Carlos Sandroni (UFPE/PE e UFPB/PB) e Angela Mascelani (Museu de Arte Popular Casa do
Pontal)
Debatedor: Edmundo Marcelo Mendes Pereira (ufrn)
Resumo:
A mesa propõe discutir, a partir do caso da Cultura Popular, o problema dos limites e alcances da produção de sub-campos antropológicos, isto é, dos
efeitos dessa organização social do conhecimento para as representações da realidade produzidas. Dito de outro modo busca-se entender as conseqüências
dos recortes antropológicos (tais como: cultura popular, campesinato, etnologia, etnomusicologia, religião) no entendimento dos processos sociais, se
considerados a partir das múltiplas identidades que mesmos atores sociais podem assumir, de acordo com a arena onde se encontram em interação. Assim,
uma questão comum às experiências de pesquisa relatadas nesta mesa é o fato de, no processo etnográfico, tomando como eixo as práticas sociais de
nossos interlocutores, ter-se, por vezes, que atravessar sub-campos da disciplina, passando da cultura popular para a religião, o sindicalismo, a arte, a
etnologia, e vice-versa. Neste exercício, espera-se tanto refletir, em termos gerais, 1) sobre os problemas envolvidos na produção do conhecimento
antropológico quanto, mais especificamente, 2) apontar para certos rendimentos etnográficos e teóricos ao atravessarmos recortes analíticos entre os sub-
campos da disciplina. As falas seriam: Renata Menezes - Campesinato e Cultura Popular; Miriam Rabelo – Cultura popular e Religião; Carlos Sandroni -
Etnomusicologia e cultura popular no Brasil: balanço e perspectivas; Angela Mascelani - Arte popular? Relativizando conceitos entre campos.
14. Coleções etnográficas e museus
Coordenador: Renato Monteiro Athias (PPGA/UFPE)
Participantes: Margarita Reyes Suarez (Instituto Colombiano de Antropologia y Historia), Lúcia Van Velthem (MCT-Museu Goeldi) e Sergio Ivan
Braga (UFAM)
Debatedor: Luis Donisete Grupioni (IEPE/USP)
Resumo:
Desde fins do século XIX, as coleções são objeto de preocupação analítica. Os estudos das coleções associadas aos conceitos e métodos da Antropologia
fazem parte dos interesses de pesquisadores em diversos espaços. Esta mesa redonda pretende discutir as coleções etnográficas e a sua relação com os
museus, bem como a “patrimonializacao” de objetos indígenas, e de outros segmentos sociais, entre os quais, paleoindígenas, negros, imigrantes, sujeitos
de cultura popular em meio urbano, “ribeirinhos”, “seringueiros” e outros mais. A ampliação da noção de patrimônio cultural pode ser considerada,
portanto, mais um dos efeitos da chamada ‘globalização’, na medida em que certos aspectos de uma cultura, talvez até então considerada por olhares
externos como tosca, primitiva ou exótica, reconhecidos como patrimônio mundial, contribui para inserir um país ou um grupo social na comunidade
internacional, com benefícios, não somente políticos, como também econômicos. Os museus universitários e museus vinculados a institutos de pesquisa
assumem hoje a tarefa não somente de guarda de coleções, mas de pesquisa e dinamização dos acervos, envolvendo para além de coleções etnográficas,
documentação histórica, material iconográfico, arqueológico, pinacotecas. As questões, portanto, que esta mesa redonda pretende contribuir referem-se à
produção de conhecimento sobre a temática das coleções etnográficas, sobretudo a partir das experiências individuais e institucionais dos participantes da
mesa.
15. Direitos, moralidades e violências em uma perspectiva comparada: Brasil, Israel, Angola
Coordenador: Roberto Kant de Lima (UFF)
Participantes: Daniel dos Santos (Universidade de Ottawa), George Bisharat (Universidade Califórnia) e Luís Roberto Cardoso de Oliveira (UnB)
Debatedor: Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto (UFF)
Resumo:
No Brasil, a moralidade do senso comum costuma justificar o uso da violência em situações nas quais estaria presente a injustiça, considerando a primeira
como um último recurso legítimo contra uma ordem pública ilegítima e/ou injusta. Do ponto de vista de uma ordem jurídica estabelecida, no entanto, toda
violência que não seja justificada institucionalmente – quer dizer, exercida sob o controle das instituições destinadas a promovê-la nos casos em que se
torna necessária - é injusta e ilegítima. O emprego da violência institucional, por outro lado, seria a última instância para assegurar o cumprimento do
direito. Neste sentido, a mesa irá abordar, de um ponto de vista comparativo, diferentes situações em que as relações entre o direito, a moral e a violência
estão presentes, para aumentar a abrangência de nossa reflexão. Assim, discutirá as questões da definição das violências, físicas e morais, e de suas bases
institucionais; de como se dão as relações entre o direito – estatal ou não estatal – a moral e a violência - institucionalizada, ou não. Nesse último caso,
será relevante apontar as complexas relações entre o direito, a moral e a violência, de acordo com suas recíprocas causalidades: a moral e a violência
produzindo o direito e o direito e a moral produzindo e/ou controlando a violência. Se aprovada esta proposta, será incorporada às atividades do INCT-
InEAC, em suas investigações sobre a administração institucional de conflitos em perspectiva comparada.

16. Os antropólogos e a demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul: desafios teóricos, metodológicos e práticos
Coordenador: Spensy Kmitta Pimentel (USP)
Participantes: Jorge Eremites de Oliveira (UFGD), Fábio Mura (UFPB) e Andrey Cordeiro Ferreira (Colégio Pedro II)
Debatedor: Edir Pina de Barros (UFMT)
Resumo:
O processo de demarcação de terras indígenas no Mato Grosso do Sul tem apresentado aos antropólogos envolvidos uma série de desafios, dada a
complexidade que assume, cada vez mais, a situação fundiária e política no estado. O caso mais grave é o dos Guarani-Kaiowa, povo cuja situação em
termos de violações de direitos humanos vem chamando a atenção da comunidade nacional e internacional - a Funai define que ali está, hoje, o principal
foco de conflitos fundiários envolvendo índios em todo o país, e um relatório recente da ONU também enfatizou especialmente a dimensão do problema
desses índios -, porém a situação das comunidades terena, entre outras, também vem se agravando. Além de participar do processo de identificação e
delimitação de terras indígenas, os antropólogos vêm sendo convocados, também, a realizar laudos periciais em dezenas de processos judiciais. Em ambos
os casos, as condições de trabalho enfrentadas em campo vêm ensejando, por um lado, reflexões sobre o saber antropológico, considerado em sua
dimensão metodológica e prática, e, por outro, diversos aprendizados que vêm trazendo contribuições ao conhecimento etnológico das comunidades
envolvidas. O objetivo desta mesa é que profissionais diretamente envolvidos nesse processo, nos últimos anos, apresentem ao público essas contribuições
e possam debater na RBA as possíveis implicações do processo em curso no MS para a Antropologia brasileira e o debate público nacional.
17. Novas modalidades de governo dos pobres: políticas públicas em algumas margens sociais
Coordenador: Véronique Boyer (LABORATOIRE MONDES AMERICANS ET SOCIETES CNRS UMR 8168)
Participantes: Michel Agier (EHESS/FRANÇA), Catherine Quiminal (URMIS/França) e Roberto Araujo (INPE)
Debatedor: Patricia Birman (UERJ)
Resumo:
Discutiremos novas modalidades de governo dos pobres explorando etnograficamente algumas situações em diferentes regiões do mundo. Analisaremos o
que Agier nomeou como “os indesejáveis” e Bauman analisou como populações que, em escala mundial, seriam “restos” precariamente absorvidos pelo
sistema capitalista mundial. Alvos de cuidados específicos, a partir de uma excepcionalidade que lhes é atribuída, os indesejáveis de toda espécie são
assim objetos de ações governamentais, envolvendo ONGs, igrejas e agências diversas a partir de guetos, favelas, acampamentos, campos e ocupações. O
nosso objetivo é discutir situações que abranjam: dispositivos variados que criam fronteiras e formas de identificação de populações alocadas em certas
margens sociais; modalidades de organização e de estruturação da vida social por grupos sociais concernidos por esses dispositivos. Ao reconstruírem suas
formas de pertencimento, os indivíduos, submetidos a essas políticas, constroem seus lugares sociais de existência relacionando-se com deslocamentos de
fronteiras, com novas mediações e mediadores, com outros grupos e organizações familiares, culturais e religiosas específicos. Os estudos de caso
escolhidos pretendem explorar situações relacionadas a migrantes provenientes de países africanos, na França; campos de refugiados no Oriente Médio e
na África; acampamentos e comunidades marginalizadas, no Brasil.
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Data de criação: 19/01/2010 12:42:00
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