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Título/Coordenador/Participante/Debatedor
1. Antropologia e imagens: diversas escolas, diversos estilos
Coordenador: Carmen Rial (UFSC)
Participantes: Marc Henri Piault (Comité Du Film Éthnographique), Cornelia Eckert (UFRGS) e Fernando De Tacca (UNICAMP)
Resumo:
Essa MR buscará desenvolver a idéia de uma antropologia visual plural, ou seja, com múltiplas modalidades do fazer antropológico com imagens, a
partir da apresentação e do aprofundamento de alguns/as autores referenciais no campo. Buscaremos introduzir o trabalho do autor/a para os não-
iniciados e apresentar os traços distintivos de sua obra, teoria e método. Serão usadas imagens realizadas por esses autores como complemento da fala.
Os estudos sobre música na antropologia têm se adensado em quantidade, densidade teórica e variedade temática. A reflexão promovida pelas
monografias que tratam das músicas indígena, urbana e folclórica têm levado a uma dissolução destas fronteiras. O que têm resultado das pesquisas
demonstram, porém, que a música é um caminho profícuo para o entendimento dos processos de constituição de pessoas, de lugares e políticas. Podemos
vê-las todas a partir de um cosmopolitismo, de fluxos com vários sentidos, de promotora de identidades, constituidora de corpos e de pessoas. Propomos
colocar em diálogo pesquisadores atuantes na antropologia da música/etnomusicologia, cujos objetos de pesquisa se situam na Amazônia em vários dos
seus contextos. Sobre a música no urbano, Paulo Guerreiro irá falar do tecnobrega em Belém, abordando o estigma e o cosmopolitismo na constituição
desta música popular de periferia. A participação de Líliam Barros trará a música dos Desana, grupo indígena do Alto Rio Negro, e sua relação com a
cosmologia e a constituição da pessoa. Rafael Menezes Bastos, falará do papel singular que a música desempenha na cadeia intersemiótica do ritual nas
terras baixas da América do Sul, apontando para o nexo geral de tradução, tipicamente entre os subsistemas verbais (arte verbal) e corporais (dança,
plumária, sistemas de adereços). Deise Lucy Montardo comentará o papel político da música entre os Baniwa, no município de São Gabriel da Cachoeira,
noroeste do Amazonas.
4. Visões da Jurema e da Ayahuasca: indivíduo e sociedade
Coordenador: Edward John Baptista da Neves Macrae (UFBA)
Participantes: Benny Shamon (Universidade Hebráica – Jerusalém, Israel) , Clarice Novaes da Mota (ufal) e Rodrigo de Azevedo Grunewald (ufcg)
Debatedor: Beatriz Caiuby Labate (neip)
Resumo:
Jurema e Ayahuasca são bebidas sul-americanas que apresentam grande vitalidade social, haja vista a grande distribuição destas entre diversos segmentos
espirituais de contextos bem variados, sejam indígenas, caboclos ou urbanos.
Chama-se de Jurema a várias espécies de plantas dos gêneros Mimosa, Acácia e Pithecelobium nativas principalmente do semi-árido do Nordeste do
Brasil. Por Ayahuasca, compreende-se a bebida amazônica feita da mistura do cipó Banisteriopsis caapi e da folha da Psychotria viridis.
A Mesa pretende colocar em exposição diferentes processos experienciais de atualização cultural dessas plantas tidas como sagradas. Busca-se pensar
comparativamente tais fenômenos já que ambas beberagens apresentam princípios bioquímicos muito semelhantes os quais conduzem o usuário a
mudanças significativas de consciência. Serão discutidas as propriedades, tanto medicinais e mágicas como sociais, destas plantas.
Alguns tópicos deverão estar em evidência nas discussões. Propõe-se uma apresentação inicial dos resultados de uma pesquisa voltada para aspectos
cognitivos e afetivos de experiências resultantes da ingestão da ayahuasca, que o autor sugere serem comumente encontrados mesmo em contextos
culturais diversos. Em seguida os outros expositores destacarão as diferentes construções culturais empreendidas em torno dessas experiências em
diferentes contextos destacando a oposição indivíduo e sociedade, aspectos iconográficos, história e identidades sociais.
5. A religião como categoria social: desafios para a antropologia
Coordenador: Emerson Giumbelli (ufrj)
Participantes: Carlos Alberto Steil (ufrgs), Marcelo Ayres Camurça (ufjf) e Ronaldo Almeida (unicamp)
Resumo:
Na antropologia, sobretudo no Brasil, a religião afirma-se como tema consistente de estudo, o que convive com a dificuldade de defini-la
conceitualmente. Essa situação tem como contrapartida a presença da religião como categoria social, o que envolve muitas vezes procedimentos que
acabam por defini-la para fins concretos e direcionados. Remodelam-se assim fronteiras entre domínios sociais e sentidos atribuídos a instituições e
práticas apontadas como religiosas. O objetivo desta mesa é refletir sobre esses pontos, abordados diversamente: transformações na experiência
religiosa contemporânea nas dimensões da subjetividade, performance e moralidade (Almeida); a presença da religião na conformação de atividades
de recreação e educativas em parques e unidades de preservação ambiental públicas (Steil); as reconfigurações e investimentos do catolicismo através
de suas múltiplas e variadas inserções no espaço público (Camurça); os pressupostos acerca da relação entre religião e sociedade em recentes
propostas legislativas, especificamente o Acordo entre o Estado brasileiro e a Santa Sé e a “Lei Geral das Religiões” (Giumbelli). Nesses casos, a
religião, materializada por práticas, grupos ou experiências, ou invocada em regulamentações oficiais e iniciativas públicas, apresenta-se como
categoria social. Que configurações empíricas essas situações engendram? Que efeitos geram para a antropologia considerando seus
empreendimentos analíticos sobre o terreno designado pelo religioso?
8. Leituras antropológicas sobre estratégias dos povos indígenas no reconhecimento da pluricidade em diferentes estados nacionais
Coordenador: Maria Helena Ortolan Matos (UFAM)
Participantes: Sidnei Clemente Peres (UFF), Carlos Casas Mendoza (UASLP/MX) e Michael Kent (University of Manchester)
Debatedor: Gersem José dos Santos Luciano (MEC)
Resumo:
Nas últimas décadas, povos indígenas da América Latina têm assumido diversas estratégias nos Estados Nacionais para romper o princípio de
homogeneidade da nação na formação do Estado e obter o reconhecimento da pluricidade, tanto nas respectivas legislações quanto nas práticas sociais.
Mais do que promover a convivência das diferenças no território nacional, as ações etnopolíticas latino-americanas pretendem tornar a interculturalidade
um princípio normativo de funcionamento dos Estados Nacionais. Não se trata apenas de ter grupos étnicos diversificados ocupando espaços no governo,
mas de garantir condições reais para o exercício da diversidade nas sociedades nacionais.
Nesta Mesa Redonda, antropólogos com trabalhos de campo junto a povos indígenas de diferentes países da América Latina (Brasil, México, Bolívia e
Peru) apresentarão suas leituras analíticas sobre várias ações etnopolíticas (estratégias identitárias e territoriais, ações de afirmação cultural, movimento
indígena e associativismo) que têm desafiado sociedades e Estados nacionais a reconhecerem competências culturais distintas e incorporarem valores
indígenas como princípio normativo. Para garantir a perspectiva pluriétnica do debate, foi convidado o Baniwa antropólogo, Gersem Luciano, cujas
reflexões são orientadas pela sua atuação nas políticas indígena e indigenista e também no universo acadêmico.
9. Antropologia e educação: um panorama do ensino e da pesquisa no Brasil
Coordenador: Neusa Maria Mendes de Gusmão (UNICAMP)
Participantes: Jane Felipe Beltrão (UFPA), Lady Selma F. Albernaz (UFPE) e Sandra Pereira Tosta (PUCMG)
Debatedor: Antonella Maria Imperatriz Tassinari (UFSC)
Resumo:
A produção do conhecimento como prática e como ação interventora de natureza social e política, desafia diferentes campos de saber em razão da
diversidade social e cultural que, em tempos globais, exige o diálogo direto de áreas diversas. A Antropologia, como campo de formação do antropólogo e
sua área de atuação, seja como docente, pesquisador ou técnico-profissional em diferentes espaços, tem por meta responder às questões postas no tempo
presente, de modo a resgatar no universo da cultura sua condição de “campo político de muitas possibilidades...”. Parte-se do pressuposto que a
Antropologia tem refletido sobre a diversidade humana e buscado um lugar de onde, podendo compreendê-la, se instaure um campo de direitos e de
cidadania, estando em condições de contribuir com a Educação, de modo a garantir que antropólogos e educadores não se façam indiferentes ao diálogo e
às trocas. No Brasil hoje, parece estar em construção uma experiência educativa e de formação cujo centro é a relação entre Antropologia e Educação
como campo científico e prático de muitas possibilidades e não só no campo das Ciências Sociais. Esta a razão desta MR no resgate de esforços
sistematizadores do campo da antropologia e educação e sua presença em instituições de ensino superior do Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Pretende-se mapear o que existe em termos de programas e currículos e, colocar à luz dos debates, o que é isso que se denomina como Antropologia da
Educação (ou/ e Educação)
10. Pós-socialismo e antropologia social: perspectivas críticas européias e africanas
Coordenador: Omar Ribeiro Thomaz (UNICAMP)
Participantes: Michal Buchowski (University of Poznan), Florian Mühlfried (UNICAMP) e Ramon Sarró (Universidade de Lisboa)
Debatedor: Federico Neiburg (UFRJ)
Resumo:
Os estudos pós-socialistas em antropologia social mostraram-se dispostos a perceber as transformações de um universo pós-socialista limitado, eurásico.
Ora, a experiência socialista não se restringiu a estes territórios. Em ex-colônias européias na África, diferentes processos socialistas, condicionados a
especificidades pós-coloniais, tiveram curso a partir de idéias e instituições comuns aos países socialistas eurásicos. Esta mesa redonda pretende rever
criticamente o pós-socialismo em antropologia social e enfrentar numa mesma discussão antropólogos que realizaram pesquisa em territórios eurásicos
com aqueles que desenvolveram suas investigações em terrenos pós-socialistas africanos.
O coordenador realiza pesquisa em um contexto pós-socialista particularmente interessante, Moçambique, e convida para fazer parte da mesa o atual
presidente da EASA, Michael Buchowski, com ampla pesquisa na área de pós-socialismo na Europa do Leste; Florian Mülhfried, pesquisador do MPI ora
vinculado a Universidade Estadual de Campinas, e com um trabalho decisivo na Geórgia; e Ramón Sarró, do ICS - Lisboa que, na Guiné- Conacry,
enfrentou o impacto de um socialismo bastante particular e as transformações pós-socialistas subseqüentes. Por fim, como debatedor, contaremos com a
presença de Federico Neiburg (PPGAS - Museu Nacional) que incorporou em suas pesquisas sobre antropologia da economia os avanços do debate do
pós-socialismo na antropologia social.
11. História da antropologia na Amazônia: memória e opções epistemológicas
Coordenador: Orlando Sampaio Silva (UFPA)
Participantes: Isidoro Alves (MAST/MCT), Carlos Alberto Marinho Cirino (UFRR) e José Ademir Gomes Ramos (UFAM)
Debatedor: Roberto Cortez (MCT/CNPq)
Resumo:
A Amazônia é um locus privilegiado do evolver histórico da Antropologia Social no Brasil, pela multifacetada existência de sociedades e culturas
humanas, assim como em face da presença de uma pluralidade de Universidades públicas e particulares e de importantes instituições de pesquisa, tais
como o Mus. P. "E. Goeldi" e o INPA. No cenário histórico amazônico, antropólogos desvelaram estruturas pouco suspeitadas de sociedades indígenas,
caboclas e de comunidades urbanizadas. A construção e a reconstrução históricas destes acontecimentos epistemológicos valorizam o testemunho e a
memória em um esforço de documentação. Os integrantes desta MR, em parte, são testemunhas e, também, protagonistas nesta cena. Pretende-se
desvendar e valorizar aqueles que foram pioneiros de nossa disciplina, as pesquisas que realizaram suas construções gnosiológicas e a contribuição dos
que com eles e depois deles também constituíram o conhecimento antropológico em nosso país. Esses antropólogos serão enfocados não apenas como
objeto de estudo histórico, mas, como sujeitos da história ao perlustrarem a grande aventura etnográfica. Trata-se de fazer história como memória, como
testemunho, como reflexão e como saber em construção. Em um deslocamento, serão trazidos do passado para este momento acadêmico, categorias
históricas plenas de simbolismo das ações no campo, no laboratório e na sala de aula dos que, na história, protagonizaram a instigante odisséia da prática
antropológica.
16. Os antropólogos e a demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul: desafios teóricos, metodológicos e práticos
Coordenador: Spensy Kmitta Pimentel (USP)
Participantes: Jorge Eremites de Oliveira (UFGD), Fábio Mura (UFPB) e Andrey Cordeiro Ferreira (Colégio Pedro II)
Debatedor: Edir Pina de Barros (UFMT)
Resumo:
O processo de demarcação de terras indígenas no Mato Grosso do Sul tem apresentado aos antropólogos envolvidos uma série de desafios, dada a
complexidade que assume, cada vez mais, a situação fundiária e política no estado. O caso mais grave é o dos Guarani-Kaiowa, povo cuja situação em
termos de violações de direitos humanos vem chamando a atenção da comunidade nacional e internacional - a Funai define que ali está, hoje, o principal
foco de conflitos fundiários envolvendo índios em todo o país, e um relatório recente da ONU também enfatizou especialmente a dimensão do problema
desses índios -, porém a situação das comunidades terena, entre outras, também vem se agravando. Além de participar do processo de identificação e
delimitação de terras indígenas, os antropólogos vêm sendo convocados, também, a realizar laudos periciais em dezenas de processos judiciais. Em ambos
os casos, as condições de trabalho enfrentadas em campo vêm ensejando, por um lado, reflexões sobre o saber antropológico, considerado em sua
dimensão metodológica e prática, e, por outro, diversos aprendizados que vêm trazendo contribuições ao conhecimento etnológico das comunidades
envolvidas. O objetivo desta mesa é que profissionais diretamente envolvidos nesse processo, nos últimos anos, apresentem ao público essas contribuições
e possam debater na RBA as possíveis implicações do processo em curso no MS para a Antropologia brasileira e o debate público nacional.
17. Novas modalidades de governo dos pobres: políticas públicas em algumas margens sociais
Coordenador: Véronique Boyer (LABORATOIRE MONDES AMERICANS ET SOCIETES CNRS UMR 8168)
Participantes: Michel Agier (EHESS/FRANÇA), Catherine Quiminal (URMIS/França) e Roberto Araujo (INPE)
Debatedor: Patricia Birman (UERJ)
Resumo:
Discutiremos novas modalidades de governo dos pobres explorando etnograficamente algumas situações em diferentes regiões do mundo. Analisaremos o
que Agier nomeou como “os indesejáveis” e Bauman analisou como populações que, em escala mundial, seriam “restos” precariamente absorvidos pelo
sistema capitalista mundial. Alvos de cuidados específicos, a partir de uma excepcionalidade que lhes é atribuída, os indesejáveis de toda espécie são
assim objetos de ações governamentais, envolvendo ONGs, igrejas e agências diversas a partir de guetos, favelas, acampamentos, campos e ocupações. O
nosso objetivo é discutir situações que abranjam: dispositivos variados que criam fronteiras e formas de identificação de populações alocadas em certas
margens sociais; modalidades de organização e de estruturação da vida social por grupos sociais concernidos por esses dispositivos. Ao reconstruírem suas
formas de pertencimento, os indivíduos, submetidos a essas políticas, constroem seus lugares sociais de existência relacionando-se com deslocamentos de
fronteiras, com novas mediações e mediadores, com outros grupos e organizações familiares, culturais e religiosas específicos. Os estudos de caso
escolhidos pretendem explorar situações relacionadas a migrantes provenientes de países africanos, na França; campos de refugiados no Oriente Médio e
na África; acampamentos e comunidades marginalizadas, no Brasil.
Nome do arquivo: MESAS APROVADAS com numeração
Diretório: C:\Users\ABA\Documents
Modelo:
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Título: Ficha de Avaliação
Assunto:
Autor: User
Palavras-chave:
Comentários:
Data de criação: 19/01/2010 12:42:00
Número de alterações:7
Última gravação: 27/01/2010 11:48:00
Salvo por: ABA
Tempo total de edição: 10 Minutos
Última impressão: 27/01/2010 11:48:00
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