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Adilson Marques
Em outras palavras, esta parede não existe fora, mas dentro do seu
cérebro. E a energia que está formando a imagem parede é a mesma energia que
está criando a imagem “vazio” onde você vivencia a ilusão de ver o meu braço se
movimentando com um livro na mão.
Em suma, REAL é a energia que está tanto no “espaço vazio” onde o braço
se movimenta e no “espaço preenchido” por paredes e outros objetos. O “espaço
vazio” e o “espaço ocupado por parede” são realidades imaginárias ou
“alucinações”. Porém, como o cérebro da maioria das pessoas só é capaz de criar
essa decodificação, os neurocientistas vão dizer que está “alucinando” a pessoa
que, além da parede, diz que vê, encostados nela, um índio nu, um médico e um
hindu com turbante. Porém, todos estão “alucinados”, tanto os que enxergam só a
parede como os que enxergam encostados nela essas três “entidades espirituais”.
É por isso que eu digo sem medo daqueles que se acham donos da
verdade que muito do que a neurociência classifica como “delírio” é um fato
natural chamado pelos ocultistas de clariaudiência. E muito do que a neurociência
classifica como “alucinação” é, na verdade, clarividência.
Podemos agora voltar àquela pergunta que fiz no inicio da palestra. Será
que as pesquisas sobre o cérebro demonstram realmente que Deus não existe ou
elas vão ao encontro dos ensinamentos de mestres budistas, hinduistas e
taoístas? Estes, por exemplo, nos ensinam a se libertar de todos os tipos de
apegos e de aversões, pois só podemos manifestar apego ou aversão às formas
materiais perceptíveis e se todas elas são imaginárias, pois só existem dentro do
nosso cérebro, são sem substancialidade, são ilusórias.
Observem que eu não falei que estas pesquisas são erradas, apenas as
conclusões é que são precipitadas. Por exemplo, quando a neurociência constata
que a pessoa que experimenta “delírios” sofre porque as vozes que ouve são
acusadoras ou pedem que façam coisas que socialmente não são aconselháveis,
por que tratar essas vozes como algo irreal? Por que não considerar que pode
haver seres incorpóreos que nutrem o desejo de vingança por aquele que
consideram rival, inimigo ou como alguém que os prejudicou nos negócios ou em
outro ramo qualquer da sua existência humanizada? Por que desprezar os
fenômenos que o espiritismo chama de “obsessão” e outros ramos espiritualistas
de “assédio extrafísico”?