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Capítulo 6

Processadores
descontinuados
Para entender a fundo os processadores modernos, você precisa estudar
também este capítulo sobre processadores mais antigos. Aqui explicarmos
todos os avanços tecnológicos que foram introduzidos ao longo do tempo,
avanços esses presentes nos modelos modernos. Portanto não deixe de ler
este capítulo.

Dedicamos este capítulo ao estudo dos processadores que já saíram de linha.


Mesmo não usando esses processadores em PCs novos, um especialista em
hardware deve estar apto a lidar com modelos antigos. Incluímos neste
capítulo o Intel Celeron, que apesar de não ter ainda saído de linha, poderá
sair muito em breve.

Era pré-Pentium
Comecemos com os processadores produzidos antes do Pentium. São
processadores que reinaram entre 1980 e 1995, aproximadamente. Na
segunda parte deste capítulo abordaremos os processadores Pentium e
compatíveis, e finalmente os derivados da arquitetura P6 (Pentium Pro,
Pentium II e Celeron).

Processadores de 8 bits
Esses processadores reinaram durante os anos 70, e ainda foram bastante
utilizados até meados dos anos 80. A maioria deles tinha barramento de
dados com 8 bits, barramento de endereços de 16 bits (podiam endereçar até
64 kB de memória) e operavam com clocks inferiores a 5 MHz. Eram
6-2 Hardware Total
milhares de vezes mais simples que os processadores atuais. Alguns
exemplos:

4004 – Este foi um dos primeiros processadores da Intel. Era um processador


de 4 bits, e era capaz de executar aplicações simples, como calculadoras
eletrônicas.

Figura 6.1
Foto do interior do processador 4004.

Processador 4004
Lançamento 1971
Transistores 2300
Tecnologia 10 
Barramento de dados 4 bits
Barramento de endereços 10 bits
Capacidade de 640 bytes
endereçamento
Clock 0,1 MHz
MIPS 0,06

A tabela acima mostra algumas características do processador 4004. Seus


minúsculos transistores mediam 10 microns, ou seja, 1 centésimo de
milímetro. Parecem bem pequenos, mas ainda são 100 vezes maiores que os
encontrados nos processadores atuais. Note que além do clock do
processador, a tabela indica também a sua velocidade medida em MIPS
(milhões de instruções por segundo).

8008 – Primeiro processador Intel de 8 bits. Era bem superior ao 4004, e foi
utilizado nos primeiros microcomputadores. Ainda eram extremamente
caros, portanto não estavam ao alcance do grande público. Eram usados em
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-3
calculadoras, terminais de vídeo, máquinas industriais e aplicações que
envolviam manipulação de caracteres.

Figura 6.2
Interior do processador 8008.

Processador 8008
Lançamento 1972
Transistores 3500
Tecnologia 10 
Barramento de dados 8 bits
Barramento de endereços 14 bits
Capacidade de 16 kB
endereçamento
Clock 0,2 MHz
MIPS 0,06

8080 – Este foi o primeiro processador de 8 bits a fazer sucesso comercial.


Era mais poderoso que o 8008, e seu custo era menor. Foi muito usado em
microcomputadores simples, equipados com modestas quantidades de
memória. O principal microcomputador a utilizá-lo foi o Altair 8080, o
primeiro de todos os PCs. Eram programados em linguagens BASIC e
Assembly. Nesta época não existiam programas prontos, como utilitários e
aplicativos. Cabia ao usuário criar os programas de seu interesse.
6-4 Hardware Total
Figura 6.3
Interior do processador 8080.

Processador 8080
Lançamento 1974
Transistores 6000
Tecnologia 6
Barramento de dados 8 bits
Barramento de endereços 16 bits
Capacidade de 64 kB
endereçamento
Clock 2 MHz
MIPS 0,64
Consumo 1,5 W

Na época do 8080, a AMD era uma parceira da Intel, que atuava como
second source. A AMD fabricada sob licença da Intel, processadores
semelhantes. O 8080 era fabricado pela AMD com o nome de AM9080.

8085 – Este processador era basicamente um 8080 com alguns pequenos


melhoramentos. Era um pouco mais rápido (1,25 MHz) tinha entradas diretas
para 4 interrupções, sem a necessidade de uso de um controlador de
interrupções externo, e incorporava dois pinos (SID e SOD) para transmissão
e recepção de dados seriais, dispensando o uso de uma interface serial
avulsa. Também tinha barramento de dados de 8 bits e endereços com 16
bits, tal qual o 8080. Além disso, suas instruções eram inteiramente
compatíveis com as do 8080. Utilizava uma única tensão de alimentação com
+5 volts, ao contrário do 8080, que exigia duas tensões: +5 e +12 volts.

Processador 8085
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-5
Lançamento 1976
Transistores 6500
Tecnologia 3
Barramento de dados 8 bits
Barramento de endereços 16 bits
Capacidade de 64 kB
endereçamento
Clock 5 MHz
MIPS 0,37
Consumo 1,5 W

Z80 e NSC800 – O Z80 foi um processador criado pela Zilog, empresa que
na época era concorrente da Intel. Era totalmente compatível com o 8080 em
termos de software, ou seja, qualquer programa que funcionava no 8080,
funcionava também no Z80. Apesar de também ter barramento de dados
com 8 bits e endereços de 16 bits, o Z80 tinha várias novas instruções que
não estavam presentes no 8080 (158 instruções, contra apenas 78 do 8080).
Utilizando essas instruções era possível criar programas mais rápidos e mais
compactos. O Z80 fez um sucesso comercial maior que o do 8080 e do 8085,
e passou a ser utilizado em vários microcomputadores, como o TRS-80 e o
Sinclair. A maioria dos microcomputadores de 8 bits produzidos no Brasil
até meados dos anos 80 eram cópias do TRS-80. O NSC800 era um
processador similar ao Z80, produzido pela National. Executava as mesmas
instruções do Z80, mas era compatível pino a pino com o 8085. Desta forma,
computadores baseados no 8085 podiam ter em seu lugar o NSC800.

Processadores Z80 e NSC800


Barramento de dados 8 bits
Barramento de endereços 16 bits
Capacidade de 64 kB
endereçamento
Clock 4 MHz

A Zilog criou um processador de 16 bits, o Z8000, melhor que o 8086 e o


8088 da Intel. O sucesso da Intel foi devido ao fato de ter sido escolhida pela
IBM para fornecer os processadores para o IBM PC. Ainda hoje a Zilog está
no mercado, produzindo processadores e chips para uso em controle de
processos e automação. O Z80 atual é produzido em várias versões, com
clocks de até 33 MHz. Existem versões que são acompanhadas de vários
dispositivos, como interfaces seriais, paralelas, controladores de DMA,
controladores de interrupções, memórias RAM e ROM, todas em um único
chip. Isto torna as novas versões do Z80 ideais para a implementação de
pequenos circuitos computadorizados para uso em controle e automação.
6-6 Hardware Total

MC6800 – Este era um processador de 8 bits produzido pela Motorola.


Tinha poder de processamento comparável ao do 8080, mas teve pouco
sucesso comercial. O MC68000, seu sucessor de 16 bits, era mais poderoso
que o 8086 da Intel. Foi escolhido pela Apple para uso nos computadores
Macintosh. Os novos processadores utilizados nas versões mais novas dos
MAC’s, são na verdade sucessores do MC68000.

6502 – Produzido pela MOS Technology, este processador de 8 bits fez


grande sucesso, pois foi utilizado nos computadores Apple. O Apple foi o
primeiro computador pessoal a ser vendido em larga escala. Seu sucesso
motivou a IBM a criar seu próprio PC. Os computadores hoje conhecidos
como MAC’s são descendentes do Apple, enquanto os PCs são
descendentes do velho IBM PC. Portanto, os dois microcomputadores de
maior sucesso no início dos anos 80 deram origem aos microcomputadores
que estão hoje no mercado.

O assunto é interessante, mas como este livro trata sobre PCs, vamos deixar
os processadores de 8 bits como curiosidades históricas.

8086
Antes do lançamento do 8086, reinavam os processadores de 8 bits. No final
dos anos 70, a Intel, principal fabricante de processadores (como é até hoje)
lançou o 8086, o primeiro processador de 16 bits. Operava interna e exter-
namente com 16 bits, possuía um barramento de endereços com 20 bits,
através do qual podia acessar até 1 MB de memória, o que era uma
capacidade espantosa para a época. Inicialmente lançado em uma versão de
5 MHz, o 8086 era consideravelmente mais veloz que os processadores de 8
bits. Posteriormente foi produzido nas versões de 8 e 10 MHz. O 8086 era
cerca de 10 vezes mais veloz que o 8080, apesar do seu clock ser apenas 5
vezes superior, graças à sua arquitetura mais avançada de 16 bits, contra
apenas 8 do 8080. Era usado principalmente em microcomputadores.

8086: 5 MHz
8086-2: 8 MHz
8086-1: 10 MHz
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-7
Figura 6.4
Interior do processador 8086.

Processador 8086
Lançamento 1978
Transistores 29.000
Tecnologia 3
Barramento de dados 16 bits
Barramento de endereços 20 bits
Capacidade de 1 MB
endereçamento
Clock 10 MHz
MIPS 0,75
Consumo 2,5 W

O 8086 podia (assim como também ocorria com o 8088) operar em conjunto
com um chip auxiliar, dedicado à execução de operações matemáticas
complexas. Era o 8087, também chamado de processador (ou co-
processador) matemático ou aritmético. O 8087 era muito caro, e só era
utilizado em computadores dedicados a aplicações científicas e de
engenharia.

8088
O 8088 era internamente um processador quase idêntico ao 8086, mas exter-
namente, tinha uma diferença fundamental: seu barramento de dados
operava com 8 bits, ao invés de 16. Portanto, o 8088 era uma versão “júnior”
do 8086. Pelo fato de usar um barramento de dados com 8 bits, podia operar
6-8 Hardware Total
com todo o hardware para 8 bits existente na sua época: placas, memórias e
chips em geral. Este processador foi escolhido pela IBM para ser usado no
seu IBM PC, no início dos anos 80.

Pouco tempo depois, a IBM lançou uma versão melhorada do IBM PC. Era
chamado de IBM PC XT (XT significa Extended Technology). Sua tecnolo-
gia estendida consistia no uso de um disco rígido de 10 MB (o PC original só
podia armazenar dados em disquetes ou em fita cassete), e uma maior
quantidade de memória RAM: incríveis 256 kB !!!

Durante os anos 80, o IBM PC XT foi o microcomputador mais utilizado em


todo o mundo. Mesmo após o lançamento do IBM PC AT, equipado com o
processador 80286, o XT continuou fazendo muito sucesso devido ao seu
custo mais baixo.

Tanto o 8086 como o 8088 foram lançados inicialmente em versões de 5


MHz. Com o passar do tempo, a Intel lançou o 8086-2 e o 8088-2 (operavam
com 8 MHz), e depois o 8086-1 e o 8088-1 (10 MHz). A IBM não utilizou
esses processadores em novas versões do XT, já que estava preocupada em
promover o IBM PC AT, que era muito mais veloz. Entretanto, os
fabricantes de “clones” do PC (ou seja, computadores compatíveis com o
IBM PC, mas fabricados por outras empresas) lançaram os chamados XTs
Turbo, operando com 8 e 10 MHz.

Figura 6.5
Um processador 8088.

Processador 8088
Lançamento 1979
Transistores 29.000
Tecnologia 3
Barramento de dados 8 bits
Barramento de endereços 20 bits
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-9
Capacidade de 1 MB
endereçamento
Clock 10 MHz
MIPS 0,75
Consumo 2,5 W

NEC V-20 e V-30


No final dos anos 80, a NEC lançou processadores inteiramente compatíveis
com o 8086 e o 8088, a nível de software e de hardware, porém
sensivelmente mais velozes. São os velhos NEC V-20 (similar ao 8088) e o
NEC V-30 (similar ao 8086). Muitos XTs foram vendidos naquela época,
equipados com o V-20, e alguns até mesmo usando o V-30. Terminada a
época dos XTs, terminou também a atuação da NEC no mercado de
processadores para PCs.

80286
Alguns anos depois do lançamento do 8086 e do 8088, a Intel finalmente
lançou um processador bem mais avançado, o 80286. Foi inicialmente
lançado em uma versão de 6 MHz, e depois nas versões de 8, 10 e 12 MHz.
Com 8 MHz, era quase 6 vezes mais veloz que o 8088 usado no IBM PC XT.
A IBM utilizou este processador no seu novo PC, o IBM PC AT (AT
significa Advanced Technology). Possuía uma configuração relativamente
avançada, se comparado com um XT. Sua memória poderia chegar, através
de placas de expansão apropriadas, a até 16 MB. Naquela época, o hardware
sempre andava à frente do software, ou seja, mesmo os sistemas operacionais
e softwares mais avançados não chegavam a explorar todo o potencial do
hardware existente. Mesmo podendo chegar a 16 MB, durante muitos anos
reinaram os micros com 640 kB, quantidade de memória mais que suficiente
para executar os softwares dos anos 80.

A Intel deixou de produzir o 286 quando o 386 passou a dominar o


mercado, mas outras empresas como a AMD e a Harrys, sob licença da
Intel, continuaram produzindo processadores 286, com clocks superiores,
como 16 e 20 MHz.
6-10 Hardware Total
Figura 6.6
Processador 80286 de 20 MHz, fabricado pela Harris,
sob licença da Intel.

Da mesma forma como foram criados clones do IBM PC XT, isto também
ocorreu com o IBM PC AT. No final dos anos 80, as revistas especializadas
em informática estavam repletas de anúncios de PCs classe AT, muito mais
velozes que os da IBM, em versões de 8, 10, 12 , 16 e 20 MHz.

Figura 6.7
Interior de um processador 80286.

Processador 80286
Lançamento 1982
Transistores 134.000
Tecnologia 1,5 
Barramento de dados 16 bits
Barramento de endereços 24 bits
Capacidade de 16 MB
endereçamento
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-11
Clock 20 MHz
MIPS 3
Consumo 3,3 W

O 80286 podia operar em conjunto com um coprocessador aritmético.


Inicialmente utilizava o 8087, o mesmo coprocessador utilizado com o 8086.
Posteriormente a Intel criou o 80287, coprocessador matemático próprio para
o 286.

386DX
Ao ser lançado, este chip chamava-se 80386. Isto ocorreu em meados dos
anos 80, mas somente por volta de 1990 tornaram-se comuns os PCs que
utilizavam este processador. O 80386 abriu a era dos 32 bits em micros da
classe PC. Durante o seu ciclo de vida, foi lançado em versões de 16, 20, 25,
33 e finalmente 40 MHz. Entre 1992 e 1993, quando começou a popu-
larização dos PCs no Brasil, eram comuns os equipados com o 386DX-40.

Figura 6.8
Processador Am386DX-40.

Para facilitar a transição das plataformas de 16 bits para 32 bits, a Intel


lançou uma versão simplificada do 80386, chamado de 80386SX.
Internamente, o 80386SX operava com 32 bits, mas externamente com
apenas 16. Depois disso, o 80386 original, com 32 bits internos e externos,
passou a ser chamado de 80386DX.
6-12 Hardware Total
Figura 6.9
Interior de um processador 80386.

Processador 80386
Lançamento 1985
Transistores 275.000
Tecnologia 1,5  / 1 
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 16 – 40 MHz
MIPS 6 – 15
Consumo 2,5 W

O 386DX podia opcionalmente operar em conjunto com o 387DX, o seu


coprocessador aritmético.

386SX
O 386SX é a versão “júnior” do 80386. Por dentro, ele é idêntico ao 80386.
Possui os mesmos circuitos e executa as mesmas instruções, de 8, 16 e 32
bits. A diferença está no barramento de dados, que opera com 16 bits, ao
invés dos 32 bits usados pelo 80386 original, que passou a chamar-se 386DX.
Além do barramento de dados com 16 bits, existe ainda mais uma diferença.
Seu barramento de endereços, apesar de possuir 32 bits, utiliza apenas 24, o
que limita seu espaço de endereçamento a apenas 16 MB. Isto não chegou a
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-13
ser nenhum problema, pois na sua época, raros eram os PCs que usavam
mais de 4 MB de memória.

Processador 80386SX
Lançamento 1988
Transistores 275.000
Tecnologia 1,5  / 1 
Barramento de dados 16 bits
Barramento de endereços 24 bits
Capacidade de 16 MB
endereçamento
Clock 16 – 40 MHz
MIPS 4 - 10
Consumo 2,5 W

O 386SX podia opcionalmente operar em conjunto com o 387SX, o seu


coprocessador aritmético.

486DX
Na sua versão inicial, lançada em 1989, o 80486 operava com um clock de
25 MHz. Era cerca de duas vezes mais rápido que o 386DX-25, e 40 vezes
mais rápido que o 8088 usado nos primeiros XTs. Em seu interior, apre-
sentava duas grandes inovações: um coprocessador matemático interno, e 8
kB de memória cache interna. Em muitos aspectos, o 80486 pode ser
considerado como uma versão moderna do 386DX. Executa todas as suas
instruções, possui barramentos de dados e de endereços com 32 bits,
características comuns a todos os processadores da família 486, o que inclui o
486SX, 486DX2, 486SX2 e 486DX4.

A Intel lançou posteriormente versões de 33 e de 50 MHz. A AMD e a Cyrix


lançaram tempos depois os seus próprios processadores 486. Entre eles, o
Am486DX-40 (40 MHz) e o Cx486DX-40 (40 MHz). Entretanto, a estória não
parou por aí. Tanto a Intel como a AMD e a Cyrix continuaram a lançar
vários tipos de 486, como veremos a seguir.
6-14 Hardware Total
Figura
6.10
Interior de um
processador 486.

Processador 80486DX
Lançamento 1989
Transistores 1.200.000
Tecnologia 1  / 0,8 
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB MB
endereçamento
Clock 25 – 50 MHz
MIPS 20 – 40
Consumo 3a6W

486SX
Muitos dizem que o 486SX foi um erro cometido pela Intel. Este processador
era uma versão simplificada do 80486: não possuía o coprocessador
matemático interno. Seu objetivo era competir com os processadores
Am386DX-40, que estavam fazendo um grande sucesso. Assim como o
80486 original (que passou a chamar-se 486DX), o 486SX também possui 8
kB de cache interna e barramentos de dados e endereços com 32 bits. Estava
disponível nas versões de 25 e 33 MHz.

Um usuário interessado em acrescentar um coprocessador matemático ao


486SX poderia perfeitamente fazê-lo. Bastava adquirir um 487SX, que para
todos os efeitos, era o “coprocessador aritmético” do 486SX. As placas de
CPU baseadas no 486SX em geral possuíam um soquete pronto para a
instalação deste chip. Entretanto, este tipo de instalação não era nada van-
tajosa do ponto de vista financeiro. Era mais barato adquirir uma placa de
CPU equipada com o 486DX. O 486SX tanto foi considerado um erro, que
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-15
os concorrentes da Intel (AMD e Cyrix) não lançaram processadores
equivalentes.

Lançamento 1991
Transistores 900.000
Tecnologia 1  / 0,8 
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB MB
endereçamento
Clock 16 – 33 MHz
MIPS 13 – 27
Consumo 3a6W

486DX2
O 486DX2 inaugurou uma característica de hardware que está presente até
hoje nos modernos processadores. Há muito tempo os processadores já evo-
luíam muito mais que as memórias. Quando chegou o 486DX-50, o
desequilíbrio tornou-se muito crítico. Apesar de ser tecnologicamente viável,
seguro e estável um processador operar internamente a 50 MHz, era muito
difícil, com a tecnologia da época (1992), uma placa de CPU funcionar com
uma freqüência tão elevada. Tanto as memórias como os chipsets não
podiam suportar de forma segura o funcionamento a 50 MHz. O resultado é
que as placas de CPU baseadas no 486DX-50 eram muito problemáticas,
apresentando baixa confiabilidade, e em alguns casos, desempenho similar
ao das placas de 33 MHz.

Para resolver esses problemas, a Intel utilizou dois clocks separados, um para
o funcionamento interno do processador, e outro para o funcionamento ex-
terno. Todas as operações eram realizadas internamente comandadas por um
clock de 50 MHz, enquanto externamente tudo ocorria à velocidade de 25
MHz. Isto resolveu todos os problemas decorrentes da elevada velocidade
externa ao processador, e curiosamente não causou queda de desempenho.
Mesmo acessando a memória de forma duas vezes mais lenta, ainda assim
esta nova versão do 486 era capaz de manter a cache interna sempre com
instruções prontas para serem executadas. Este chip foi chamado de
486DX2-50. A Intel parou então de produzir o 486DX-50, ficando apenas
com a versão DX2. Foram mantidos o 486DX-33 e o 486DX-25.

Logo depois, a Intel lançou o 486DX2-66. Este processador foi o mais usado
nos PCs durante 1994. Este aumento de vendas ocorreu quando seus preços
caíam em virtude do lançamento de processadores equivalentes pela AMD e
Cyrix. Inicialmente em versões de 40, 50 e 66 MHz, foram pouco depois
6-16 Hardware Total
lançados em versões de 80 MHz. Portanto, já em 1995 tínhamos as seguintes
versões do 486DX2:

Intel: 486DX2-50 e 486DX2-66


AMD: Am486DX-40, Am486DX2-50, Am486DX2-66 e Am486DX2-80
Cyrix: Cx486DX2-50, Cx486DX2-66 e Cx486DX2-80

Figura 6.11
Um processador 486DX2 de 80 MHz.

Todos os processadores 486DX2 possuem uma característica em comum: seu


clock interno é igual ao dobro do externo. Por exemplo, o 486DX2-80 opera
internamente a 80 MHz e externamente a 40 MHz.

Lançamento 1992
Transistores 1.200.000
Tecnologia 0,8 
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB MB
endereçamento
Clock 50 - 80 MHz
MIPS 54 – 80
Consumo 3a6W

486SX2
Este processador fez pouco sucesso, tanto que foi produzido apenas pela
Intel. Trata-se de uma versão mais veloz do 486SX. Disponível em versões de
50 e 66 MHz (486SX2-50 e 486SX2-66), este processador não possui em seu
interior o coprocessador matemático, e opera com um clock externo igual à
metade do clock interno. Por exemplo, o 486SX2-66 opera internamente a 66
MHz e externamente a 33 MHz. Foi utilizado basicamente em notebooks.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-17
486DX4
A Intel foi a primeira a lançar esta versão do 486. Com clocks internos de 75
e 100 MHz (486DX4-75 e 486DX4-100), esses processadores também usam
valores diferentes para o seu clock externo. A grande diferença é que, ao
invés do clock externo ser sempre igual à metade do interno, este fator pode
ser igual a 2, 2,5, 3 ou 4. Por exemplo, um 486DX4-100 pode operar com
clocks externos de 50, 40, 33 ou 25 MHz. A escolha não é feita pelo usuário,
e sim, pelo projetista da placa de CPU. Em geral, as placas de CPU
equipadas com o 486DX4-100, para uso em micros de mesa (desktop)
operavam com o clock externo de 33 MHz, enquanto os computadores
portáteis (notebooks) baseados neste processador o utilizavam com um clock
externo de 25 MHz.

Figura 6.12
Um processador 486DX4 de 100 MHz.

Pouco depois da Intel, a AMD e a Cyrix também lançaram seus


processadores 486DX4. São o Am486DX4 e o Cx486DX4. A AMD criou
versões de 100 e 120 MHz. A Cyrix lançou apenas o modelo de 100 MHz.
Ao contrário da AMD, a Cyrix teve pouco sucesso nas vendas deste
processador.

Processador 486DX4
Lançamento 1994
Transistores 1.600.000
Tecnologia 0,6 
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB MB
endereçamento
Clock 75, 100 MHz
MIPS 53 – 70
6-18 Hardware Total
Consumo 3W

AMD 5x86
A Intel lançou seu último 486 na versão de 100 MHz. Como sempre, a AMD
foi um pouco mais adiante, lançando uma versão de 120 MHz (Am486DX4-
120), e lançando também o processador AMD 5x86 de 133 MHz. Do ponto
de vista externo, é exatamente igual a um 486DX4 de 133 MHz. Isto não
quer dizer que qualquer placa de CPU para 486DX4 possa receber este
processador, e sim, que os fabricantes de placas de CPU puderam realizar
mínimas alterações em projetos já existentes para suportar o AMD 5x86.
Medidas de desempenho realizadas com programas de benchmark mostram
que este processador tem desempenho similar ao de um Pentium de 90
MHz. Entretanto, para efeito de comparação com o Pentium, a indústria pa-
dronizou o uso do Winstone, o software medidor de desempenho usado pela
revista PC Magazine e por diversas outras. Nesses testes, o 5x86 mostrou ser
um pouco mais veloz que o Pentium-75.

Sendo equivalente a um 486DX4, o AMD 5x86 opera internamente com um


clock de 133 MHz, e externamente usa um clock com a quarta parte deste
valor: 33 MHz. Possui barramentos de dados e de endereços com 32 bits,
uma cache interna de 16 kB, e um coprocessador matemático interno com-
patível com o da Intel. Infelizmente, muitos usuários compraram PCs
equipados com este chip, pensando se tratar de um Pentium-133, o que não
é verdade. Este chip foi criado na verdade para igualar o desempenho do
Pentium-75.

Figura 6.13
Um processador AMD 5x86-133.

Cyrix 5x86
A Cyrix também lançou processadores 5x86, compatíveis com o 486DX4 da
Intel, porém com desempenho mais elevado. Em versões de 100 e 120 MHz,
o Cyrix 5x86 apresenta desempenho equivalente ao de um Pentium-75 e de
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-19
um Pentium-90, respectivamente. Seu clock externo pode ser igual a 1/2 ou
1/3 do clock interno. Portanto, a versão de 100 MHz pode operar
externamente com 50 ou 33 MHz, e a de 120 MHz pode usar externamente
60 ou 40 MHz. Na prática foram produzidas pouquíssimas placas de CPU
que suportavam este processador.

O Cyrix 5x86 possui, assim como o 486 da Intel, barramentos de dados e de


endereços com 32 bits. Possui um coprocessador matemático interno,
compatível com o da Intel, e uma cache interna de 16 kB.

Figura 6.14
Um processador Cyrix 5x86.

586 não é Pentium


Um 586 nada mais é que um 486 ligeiramente melhorado. Muitos usuários
confundiam o 586 com o Pentium. Na verdade, o Pentium é um processador
bem mais avançado que o 486 e que o 586. Em termos de velocidade,
podemos dizer que os modelos mais velozes de 486 e 586 atingem as
mesmas velocidades que os modelos mais lentos do Pentium. O 486 de 100
MHz equivale a um Pentium de 66 MHz. O 586 de 133 MHz, fabricado pela
AMD, equivale em termos de velocidade, a um Pentium de 75 MHz, e o 586
de 120 MHz, fabricado pela Cyrix, concorre com um Pentium de 90 MHz
em termos de desempenho.

As características do 586 aproximam-se muito mais das do 486 que das do


Pentium. Primeiramente, o 586 é compatível “pino a pino” com o 486. Isto
significa que seus pinos (ou seja, as “perninhas” do processador) são em
mesmo número e possuem as mesmas funções. Na verdade existem apenas
algumas mínimas diferenças no que diz respeito aos pinos de voltagem e
para selecionamento de clock. Graças a esta compatibilidade, os fabricantes
de placas de CPU puderam fazer pequenas alterações nas suas placas de 486
para que pudessem operar também com o 586. Por isso, todas as placas de
CPU 486 fabricadas após 1996 aceitam ambos os processadores, e são na
verdade placas de 486/586.
6-20 Hardware Total

486SLC e 486DLC
Antes de lançar seus processadores 486, a Cyrix criou versões melhoradas do
386DX e do 386SX. Além de serem cerca de 30% mais velozes que
processadores 386 de mesmo clock, esses processadores possuem ainda em
seu interior, 1 kB de memória cache interna, e ainda um circuito capaz de
realizar multiplicações em alta velocidade. Apesar dos envenenamentos,
esses dois processadores eram inteiramente compatíveis com o 386. O
Cx486DLC opera com um barramento de dados com 32 bits, sendo portanto
equivalente ao 386DX, enquanto o Cx486SLC usa um barramento de dados
com 16 bits, sendo equivalente ao 386SX. Teoricamente é possível retirar um
processador 386 de uma placa de CPU e instalar um Cx486 (DLC ou SLC,
conforme o original seja 386DX ou 386SX), resultando em um aumento de
cerca de 30% na velocidade de processamento. Fabricantes de placas de CPU
fizeram alterações simples nos BIOS de suas placas para dar suporte ao uso
desses chips. Em sua época (por volta de 1993), muitas pessoas compravam
computadores e placas de CPU equipados com esses processadores,
pensando que se tratavam de genuínos chips 486. De certa forma, a Cyrix
usou um pouco de má fé ao embutir o número “486”, já que na verdade
esses chips possuem uma tecnologia inferior, e mais próxima do 386.

Overdrives e outros processadores para upgrades


Ao desvincular o clock interno do externo, a Intel abriu a possibilidade de
criar processadores velozes para serem instalados em placas de CPU
originalmente produzidas para processadores mais lentos. Por exemplo, um
486DX2-66 (66 MHz internos e 33 MHz externos) poderia a princípio ser
instalado em uma placa de CPU originalmente equipada com um 486DX-33,
e normalmente funcionava. Como o 486DX2-66 opera externamente a 33
MHz, ele é do ponto de vista externo, similar a um 486DX-33. A diferença
está no seu interior, que opera a 66 MHz, oferecendo um desempenho duas
vezes mais elevado.

A Intel passou a vender o 486DX2 no varejo, na forma de um Overdrive


Processor. Era destinado à instalação em PCs 486 antigos, de 25 e 33 MHz,
que não estavam preparados para suportar processadores mais novos. O
usuário simplesmente devia retirar o antigo processador e instalar o
Overdrive, conseguindo assim dobrar o desempenho dos PCs antes
equipados com o 486DX-25 e 486DX-33. No fundo o Overdrive não passava
de um 486DX2, acrescido de um cooler. Além do 486DX2, o 486SX2 e o
486DX4 também foram usados na construção de novos Overdrives.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-21
Praticamente qualquer processador 486 podia ser substituído por um
Overdrive mais veloz.

A Intel continuou a produzir Overdrives para vários dos seus processadores


antigos. Um deles era o P24T, chamado Pentium Overdrive. Era
internamente um processador Pentium, mas externamente tinha a pinagem
compatível com a do 486. O P24T de 63 MHz era usado para substituir o
486DX-25, e o P24T de 83 MHz era usado para substituir o 486DX-33. O
P24T era uma espécie de Pentium operando com barramento de 486. Seu
desempenho era na verdade inferior ao de genuínos processadores Pentium
de 63 e 83 MHz, pois ao invés de operar com barramento de dados com 64
bits, ficava limitado aos 32 bits do 486. Ainda assim oferecia um bom
aumento de desempenho para PCs que não permitiam outros upgrades.

Um processador Overdrive sempre utiliza o mesmo clock externo que o


processador que está sendo substituído, mas opera com um clock interno
maior, e dependendo do modelo, com voltagem diferente. O Overdrive é
sempre baseado em um processador mais novo, que normalmente utiliza
uma voltagem menor que a usada pelo processador substituído. Por isso a
maioria dos Overdrives possuem um regulador de voltagem embutido, por
exemplo, convertendo de +5 volts para +3,3 volts. São também
acompanhados de um cooler, que muitas vezes é fixo ao próprio chip, não
podendo ser removido.

A tabela abaixo mostra os Overdrives lançados para a Intel que fazem a


conversão de processadores 486 antigos para processadores 486 mais rápidos
e velozes, e também o P24T, que convertia um 486 em Pentium.

Produto Código Pinos Soquete Voltagem Aplicação


Intel®DX4™ DX4ODP75* 169 Socket 1 / 2 3.3V Substitui processadores 486DX-
OverDrive® DX4ODPR75* 168 25 e 486SX-16, -20 e –25
Processor por 486DX4-75
Intel®DX4™ DX4ODP100* 169 Socket 1 / 2 3.3V Substitui processadores 486DX-
OverDrive® DX4ODPR100* 168 33 e 486SX-33
Processor por um 486DX4-100.
Intel®DX2™ DX2ODP50* 169 Socket 1 / 2 5V Substitui processadores 486DX-
OverDrive® DX2ODPR50* 168 25
Processor por 486DX2-50,
e processadores 486SX-16, -20 e
–25
por 486DX2-32, -40 e –50.
Intel®DX2™ DX2ODP66* 169 Socket 1 / 2 5V Substitui processadores 486DX-
OverDrive® DX2ODPR66* 168 33 e 486SX-33
Processor por 486DX2-66.
Intel®SX2™ SX2ODP50* 169 Socket 1 / 2 5V Substitui processadores 486SX-
OverDrive® SXODPR50* 16, -20 e –25
Processor por 486SX2-32, -40 e –50.
6-22 Hardware Total
Pentium® Over- PODP5V83 237 Socket 2 / 3 5V Substitui processadores
Drive Processor PODP5V63 486DX/SX-25 ou 486DX2/SX2-
(P24T) 50 por um Pentium de 63 MHz.
Substitui processadores
486DX/SX-33 ou 486DX2/SX2-
66 por um Pentium de 83 MHz.

* Overdrives com o código ODP devem ser usados em soquetes de expansão, encontrados em
muitas placas de CPU 486. Uma das aplicações do soquete de expansão é instalar um 487SX
em uma placa de CPU originalmente equipada com o 486SX. Overdrives com o código
ODPR devem ser usados em placas que não possuem soquete de expansão, substituindo o
processador original.

A Cyrix também produziu processadores especiais para upgrades. O


Cx486DRX2 era destinado a substituir processadores 386DX, e o
Cx486SRX2 destinava-se a substituir o 386SX. Por exemplo, um 386DX-25
podia ser substituído por um Cx486DRX2-50, que operava externamente a
25 MHz e internamente a 50 MHz.

Tanto a AMD quanto a Cyrix produziram processadores 5x86, para serem


usados em upgrades em antigos PCs 486. O Am5x86-133, por exemplo,
operava com clock externo de 33 MHz e clock interno de 133 MHz. Poderia
a princípio ser usado para substituir diretamente um 486DX-33, entretanto a
substituição direta não podia ser feita, devido à incompatibilidade de
voltagens. O 486DX-33 operava com 5 volts, enquanto o Am5x86-133
operava com 3,3 volts. Novas placas de CPU 486/586 passaram a apresentar
jumpers para selecionamento de voltagem, permitindo o uso desses novos
processadores. Empresas como a Kingston e a Evergreen passaram a
oferecer “Overdrives” para PCs equipados com o 486, usando os novos chips
5x86 da AMD e da Cyrix. Esses produtos eram pequenas placas contendo
processadores 5x86, um regulador de voltagem para converter de +5 para
+3,3 volts e um cooler.

Apesar de raros no Brasil, os Overdrives e produtos similares da Kingston e


Evergreen fazem bastante sucesso. Por isso a Intel continuou a lançar
Overdrives para seus processadores mais novos, e as outras duas empresas
continuaram a produzir seus upgrades para processadores Pentium, e
Pentium, Pentium II e Celeron. Atualmente as placas de CPU suportam um
número maior de processadores, mesmo ainda não lançados, o que reduz a
necessidade de usar Overdrives para expansões. Por exemplo, um PC
equipado com um Pentium III/600 provavelmente poderá sofrer um upgrade
para novas versões do Pentium III, superiores a 1 GHz, sem a necessidade
de usar Overdrives.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-23
Figura 6.15
MXPro, um upgrade de processador produzido pela
Evergreen.

Resumo
A tabela que se segue resume as principais características dos processadores
antigos citados nesta seção.

Processador Bits Bits Bits de Memória Clock Coprocessador Cache


internos externos endereço máxima máximo matemático interna
8086 16 16 20 1 MB 10 MHz 8087 -
8088 16 8 20 1 MB 10 MHz 8087 -
286 16 16 24 16 MB 25 MHz 80287 -
386SX 32 16 24 16 MB 40 MHz 387SX -
386DX 32 32 32 4 GB 40 MHz 387DX -
486DX 32 32 32 4 GB 40 MHz Interno 8 kB
486 SX 32 32 32 4 GB 33 MHz 487SX 8 kB
486 DX2 32 32 32 4 GB 80 MHz Interno 8 kB
486 SX2 32 32 32 4 GB 66 MHz - 8 kB
486 DX4 32 32 32 4 GB 120 MHz interno 8 kB
486DLC 32 32 32 4 GB 40 MHz 387DX 1 kB
486SLC 32 16 24 16 MB 40 MHz 387SX 1 kB
Cyrix 5x86 32 32 32 4 GB 133 MHz interno 16 kB
AMD 5x86 32 32 32 4 GB 133 MHz interno 16 kB

Pentium e compatíveis
O Pentium foi o primeiro processador considerado de 5ª geração. Começou
a se tornar comum a partir de 1995, e vários outros fabricantes produziram
chips similares: AMD, Cyrix, IDT e Rise. O último processador compatível
com o Pentium foi o AMD K6-2 de 550 MHz, saindo do mercado no início
do ano 2001. Ainda existem milhões de PCs equipados com processadores
Pentium e compatíveis.

O Pentium deveria se chamar 80586. Devido à briga judicial entre a Cyrix e


a Intel (a Cyrix produziu processadores 486DLC e 486SLC, que na verdade
eram versões melhoradas do 386), ficou claro que os números não podiam
6-24 Hardware Total
ser considerados como marcas registradas. A partir daí a Intel passou a usar
nomes ao invés de números para os seus processadores. O número 586 foi
abandonado, e o novo processador passou a usar o nome provisório de P5.
Chegado o seu lançamento, foi adotado o nome “Pentium” como definitivo.

Pentium P54C
Também chamado de Pentium Classic, ou simplesmente Pentium. Foi
lançado em 1993, nas versões de 60 e 66 MHz. Este processador era na
época muito caro, ainda reinavam no mercado os velhos processadores 486.
Processadores 486 continuaram a ser lançados pela própria Intel, e ainda
eram os mais vendidos. Um 486DX4 de 100 MHz, por exemplo, era tão
veloz quanto um Pentium-66 e custava muito menos. Apenas em 1995 o
Pentium começou a se tornar comum no mercado, quando a Intel reduziu os
seus preços ao mesmo tempo em que deixou de fabricar o 486.

O processo de fabricação utilizado na época do lançamento do Pentium


ainda precisava de melhoramentos. Operava com 5 volts, e como resultado,
apresentava muito aquecimento. A Intel melhorou o seu projeto, permitindo
a operação com 3,5 volts, resultando em aquecimento bem menor. Foram
lançadas versões de 75, 90, 100, 120, 133, 150, 166 e 200 MHz.

Processador Pentium P54C


Lançamento 1993
Transistores 3.100.000
Tecnologia 0,8 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 60-200 MHz
MIPS 100 a 300
Consumo 8 a 16 W

Observe que processadores 586 e anteriores não consumiam mais de 6


Watts. O Pentium foi o primeiro processador a dissipar elevadas quantidades
de calor. Processadores 386 e anteriores nem mesmo necessitavam de cooler.
Processadores 486 e 586 utilizavam um cooler modesto. Os processadores
atuais chegam a dissipar mais de 50 Watts, e usam coolers de grande
tamanho. Os projetistas de placas não estavam acostumados com esta
elevada quantidade de calor, e nas primeiras placas de CPU, o Pentium
chegava a causar “quemaduras”. Soquetes eram derretidos, o mesmo
ocorrendo com o verniz que cobria as placas. Trilhas de circuitos chegavam
a se desprender das placas. Os problemas de aquecimento eram realmente
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-25
muito sérios. Hoje as placas de CPU são mais resistentes a temperaturas
elevadas, os coolers são maiores e são usados programas de monitoração de
temperatura do processador e da rotação do cooler, avisando o usuário em
caso de problemas.

O Pentium é um processador de 32 bits, mas opera com memórias de 64


bits. Esta é uma forma de compensar a lentidão das memórias, um dos
problemas que mais dificulta a obtenção de velocidades elevadas. Note que
essas duas características estão presentes também nos demais processadores
modernos. Desde o Pentium até os modernos Athlon e Pentium 4, o núcleo
é de 32 bits e o barramento de memória é de 64 bits. Não se impressione,
pois o número de bits é algo que demora muitos anos a evoluir. Veja por
exemplo o que tem ocorrido desde o lançamento do 8086:

Processador Ano Bits internos Bits externos


8086 1978 16 16
80286 1982 16 16
80386 1985 32 32
80486 1989 32 32
Pentium 1993 32 64
Pentium III 1999 32 64
Pentium 4 2000 32 64

Veja quantos anos se passam até que se faz necessário aumentar o número
de bits internos e externos de um processador. Vemos que o barramento
interno de 32 bits, que vigora até no recém lançado Pentium 4, é uma
característica que vem desde o 80386, datando de 1985. Apenas em 2001
chega ao mercado o Itanium, primeiro processador de 64 bits da Intel,
seguido pelo K8, da AMD.

Fisicamente, o Pentium é instalado em um soquete tipo ZIF (Zero Insertion


Force). A figura 16 mostra um processador Pentium e um soquete ZIF.
6-26 Hardware Total
*** 75%
***
Figura
6.16
Pentium e seu
soquete.

Este soquete, do ponto de vista eletrônico, é chamado de Socket 7, uma


padronização para os sinais eletrônicos característicos do Pentium. Outros
processadores, produzidos por outros fabricantes, que são compatíveis com o
Pentium (podendo ser instalados no seu lugar), são ditos Socket 7
compatibles. Muitos outros processadores recaem neste caso. Existem outros
tipos de soquetes, mecanicamente e fisicamente diferentes, específicos para
seus processadores:

Soquete Processadores
Socket 5 486, 486DX, 486SX, 486DX2, 486SX2, 486DX4, 5x86 e
compatíveis
Socket 7 Pentium, Pentium MMX, AMD K5, K6, K6-2, K6-III, Cyrix
6x86, 6x86MX, M-II, WinChip, Rise mP6.
Socket 8 Pentium Pro
Slot 1 Pentium II, Celeron, Pentium III
Slot A AMD Athlon
Socket 370 Pentium III, Celeron, Cyrix III
Socket A AMD Athlon, AMD Duron
Socket 423 Pentium 4

Note que alguns processadores migraram de soquete. O Athlon, por


exemplo, utilizava ao ser lançado o chamado Slot A, agora utiliza o Socket
A. Da mesma forma, o Pentium III utilizava o Slot 1 e mais recentemente
passou a usar o Socket 370.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-27
Figura 6.17
Interior do processador Pentium, com
seus 3,1 milhões de transistores.

O Pentium P54C pode ser dividido em duas categorias:

VRE: Utiliza tensões de 3,4 a 3,6 volts. Normalmente é programado para 3,5
volts.

STD (Standard): Utiliza tensões de 3,1 a 3,6 volts. Normalmente é


programado para 3,3 volts.

*** 35% ***


Figura 6.18
Distinguindo entre o P54C VRE e o P54C STD

A figura 18 mostra como distinguir a diferença entre o Pentium P54C VRE e


o P54C STD. Devemos consultar as inscrições na sua parte inferior. Na
quarta linha temos uma indicação como xxxxx/Sxx. A letra depois do “/” faz
a distinção entre as versões. Se a letra for “S”, trata-se de uma versão STD, se
6-28 Hardware Total
a letra for “V”, trata-se de uma versão VRE. Esta informação é importante na
hora de instalar o processador na placa de CPU. Se for programada a
voltagem errada, o processador correrá o risco de não funcionar
corretamente.

Outra questão importante é a relação entre o clock interno e o clock externo.


Como já dissemos, a partir do 486DX2 os processadores passaram a operar
com valores diferentes de clock interno e externo. O valor externo é usado
nos acessos à memória, chipset e demais dispositivos externos. A este clock é
aplicado um fator multiplicador, que resulta no clock interno. Por exemplo, o
Pentium-200 opera com clock externo de 66 MHz e multiplicador 3x.
Apenas o Pentium-60 e o Pentium-66 operavam com valores iguais para
clock interno e externo. Todas as versões seguintes passaram a usar os
multiplicadores para o clock interno. A tabela que se segue mostra os valores
de clocks internos e externos, bem como os multiplicadores, para todos os
modelos do Pentium.

Processador Clock externo Multiplicador Clock interno


Pentium-60 60 MHz 1x 60 MHz
Pentium-66 66 MHz 1x 66 MHz
Pentium-75 50 MHz 1,5x 75 MHz
Pentium-90 60 MHz 1,5x 90 MHz
Pentium-100 66 MHz 1,5x 100 MHz
Pentium-120 60 MHz 2x 120 MHz
Pentium-133 66 MHz 2x 133 MHz
Pentium-150 60 MHz 2,5x 150 MHz
Pentium-166 66 MHz 2,5x 166 MHz
Pentium-200 66 MHz 3x 200 MHz

Todas as versões do Pentium possuíam 16 kB de cache L1, divididas em 8


kB para código (instruções de programas) e 8 kB para dados. As placas de
CPU para processadores Pentium e compatíveis possuíam chips SRAM para
formar a cache L2 externa, com 256kB, 512 kB e algumas com 1024 kB.

Processadores Pentium foram lançados entre 1993 e 1997. Neste período a


tecnologia de fabricação sofreu vários melhoramentos. As primeiras versões
ainda utilizavam a tecnologia de 0,8 micron. As versões finais já usavam 0,35
micron, o que resultava em chips menos quentes, com menor consumo de
energia e mais baratos. A tabela que se segue resume esta evolução.

Processador Ano Tecnologia Voltagem Transistores Consumo


Pentium-60 1993 0,8  5V 3.100.000 14,6 W
Pentium-66 1993 0,8  5V 3.100.000 16 W
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-29
Pentium-75 1994 0,6  3,3V 3.200.000 8,0 W
Pentium-90 1994 0,6  3,3V 3.200.000 9,0 W
Pentium-100 1994 0,6  3,3V 3.200.000 10,1 W
Pentium-120 1995 0,6  / 0,35  3,3V 3.200.000 12,8 W
Pentium-133 1995 0,35  3,3V 3.300.000 11,2 W
Pentium-150 1996 0,35  3,3V 3.300.000 11,6 W
Pentium-166 1996 0,35  3,3V 3.300.000 14,5 W
Pentium-200 1996 0,35  3,3V 3.300.000 15,5 W

Como vemos, as versões de 60 e 66 MHz eram extremamente quentes,


chegando a dissipar 16 watts, o que era um absurdo se comparados aos
valores entre 3 e 6 watts dissipados pelos processadores 486 e 586. O elevado
aquecimento era devido à tecnologia de 0,8 micron e à alimentação de 5
volts. Uma substancial redução de consumo foi obtida a partir da versão de
75 MHz, com a adoção da tecnologia de 0,6 micron e da alimentação com
3,3 volts. Finalmente a adoção da tecnologia de 0,35 micron possibilitou uma
redução ainda maior no consumo. Isto faz com que o Pentium-150 (0,35
micron), por exemplo, tenha um consumo menor que o do Pentium-120 com
0,6 micron. Esta mesma tecnologia de 0,35 micron foi posteriormente
utilizada no Pentium MMX e nas primeiras versões do Pentium II.

Os bugs do Pentium
As primeiras versões do Pentium apresentavam um defeito de projeto que
resultava em erros em certos cálculos envonvendo instruções de divisão em
ponto flutuante (instrução FDIV). O problema estava localizado
especificamente na unidade de ponto flutuante. Apesar de ser muito
pequena a probabilidade de ocorrência de tais erros (só ocorria com certos
valores de operandos), o problema teve uma repercussão bastante negativa
para a Intel, que se viu obrigada a recolher todos os processadores Pentium
em poder de usuários finais, e fazer a troca por modelos com o problema
corrigido. O problema ocorreu com todas as versões de 60 e 66 MHz, e
ainda com alguns modelos de 90 e 100 MHz. O erro foi descoberto e todos
os modelos novos de 90 e 100 MHz, bem como as versões de 75, 120 MHz e
superiores (curiosamente o Pentium-75 foi lançado depois do Pentium-90 e
do Pentium-100, com o objetivo de competir em preço e desempenho com
os processadores 5x86 da AMD e Cyrix) já não apresentam mais o bug
FDIV.

O bug FDIV não era o único no Pentium, mas era o mais grave. Muitos
outros bugs foram encontrados. Alguns foram corrigidos, outros foram
publicados para que os projetistas e programadores tomassem as devidas
precauções para contorná-los. O mesmo problema que ocorria com a
6-30 Hardware Total
instrução matemática FDIV ocorria também com outras funções que
dependem dela, como FDIVP, FDIVR, FDIVRP, FIDIV, FIDIVR, FPREM,
FPREM1, FPTAN e FPATAN. Outros problemas menos graves também
ocorriam com a instrução FIST. Todas essas instruções são relativas à
unidade de ponto flutuante do Pentium.

É bastante fácil reconhecer se um determinado processador tem um dos seus


bugs clássicos. A maioria dos programas de diagnóstico de hardware tem um
comando para checar o correto funcionamento dessas instruções,
determinado se o processador testado tem ou não o bug. Um exemplo de
programa com esta capacidade é o PC-Check, que pode ser obtido em
www.eurosoft-uk.com. Observe na figura 19 os testes do processador Pentium
feitos com este programa, onde está indicado que o modelo testado não tem
os dois bugs mais críticos, o FDIV e o FIST.

Figura 6.19
Usando o PC-Check para verificar se o
Pentium instalado tem bugs.

Overdrives baseados no Pentium


A Intel lançou Overdrives para os processadores Pentium. Com eles era
possível instalar uma versão mais nova e mais veloz do Pentium em placas
de CPU que só suportavam versões mais antigas. A tabela que se segue
mostra esses Overdrives.

Produto Código Pinos Soquete Voltagem Aplicação


Pentium® OverDrive PODP3V125 320 Socket 5 3.3V Substituem respectivamente
Processor PODP3V150 321 Socket 7 Pentium-75 por Pentium-125
PODP3V166 Pentium-90 por Pentium-150
Pentium-100 por Pentium-166
Pentium® OverDrive PODP5V133 273 Socket 4 5V Substitui
Processor Pentium-60 por Pentium-120, e
Pentium-66 por Pentium-133.

Existia também o Overdrive P24T, que é baseado no Pentium mas destina-se


a substituir processadores 486. Este Overdrive já foi apresentado quando
abordamos os processadores 486.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-31

Note que os Overdrives são destinados a instalação em placas de CPU que


não suportam processadores mais novos. Por exemplo, as primeiras placas
para Pentium-60 e Pentium-66 não tinham opções para processadores
Pentium mais velozes, portanto os Overdrives são a única opção de
expansão.

Um processador Overdrive sempre utiliza o mesmo clock externo que o


processador que está sendo substituído, mas opera com um clock interno
maior, e dependendo do modelo, com voltagem diferente. Isto pode ser
verificado na tabela acima. As conversões feitas pelos Overdrives para
Pentium são:

Pentium-60 para Pentium-120; ambos têm clock externo de 60 MHz.


Pentium-66 para Pentium-133; ambos têm clock externo de 66 MHz.
Pentium-75 para Pentium-125; ambos têm clock externo de 50 MHz.
Pentium-90 para Pentium-150; ambos têm clock externo de 60 MHz.
Pentium-100 para Pentium-166; ambos têm clock externo de 66 MHz.

A principal diferença está portanto no clock interno. O Overdrive ignora o


multiplicador programado na placa de CPU (este multiplicador é aplicado
sobre o clock externo e resulta no clock interno) e usa internamente seu
próprio multiplicador. Os modelos PODP3V125, 150 e 166 utilizam
multiplicadores internos de 2,5x. O PODP5V133 utiliza o multiplicador
interno igual a 2x.

Alguns Overdrives podem utilizar uma tensão interna diferente da utilizada


pelo processador que está sendo substituído. Nesses casos, o Overdrive
utiliza um regulador de tensão interno. Os modelos PODP3Vxxx operam
com 3,3 volts, a mesma tensão usada pelos processadores que estão
substituindo, portanto não possuem regulador de tensão embutido. Já o
PODP5V133 opera com 3,3 volts, mas substitui processadores alimentados
por 5 volts, portanto possui um regulador de tensão embutido, que faz a
conversão de +5V para +3,3V. São também acompanhados de um cooler,
que muitas vezes é fixo ao próprio chip, não podendo ser removido.

Pentium MMX
Para aumentar o desempenho de programas que fazem processamento de
gráficos, imagens e sons, a Intel adicionou ao Pentium, 57 novas instruções
específicas para a execução rápida deste tipo de processamento. São
chamadas de instruções MMX (MMX=Multimedia Extensions). Uma única
instrução MMX realiza o processamento equivalente ao de várias instruções
6-32 Hardware Total
comuns. Essas instruções realizam por hardware, cálculos característicos que
aparecem com muita freqüência no processamento de sons e imagens. As
instruções MMX não aumentam de forma automática a velocidade da
execução de programas, mas possibilitam que os produtores de software
criem novos programas, aproveitando este recurso para que o processamento
de áudio e vídeo fique mais veloz. O ganho de velocidade nessas operações
pode chegar a 400%. Depois do lançamento desta versão do Pentium, todos
os processadores passaram a utilizar a tecnologia MMX, além de outras
extensões (grupos de novas instruções) próprias para processamento 3D,
processamento de sons e imagens. Os resultados foram tão bons que novos
processadores passaram a utilizar tanto as instruções MMX quanto novas
extensões:

SSE – Streamed SIMD Extensions, introduzida no Pentium III. São novas


instruções para som, imagem e processamento 3D.

3D Now – Instruções específicas para processamento 3D.

Versões mais novas de processadores Intel e AMD utilizam ainda novas


versões das duas extensões citadas acima. Note que todas essas extensões
não fazem os programas ficarem automaticamente mais rápidos. O ganho de
velocidade ocorrerá quando forem instalados drivers e versões novas de
programas, específicos para utilizar essas instruções.

Processador Pentium MMX


Lançamento 1997
Transistores 4.500.000
Tecnologia 0,35 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 166-233 MHz
Consumo 13 a 17 W
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-33
Figura 6.20
Pentium MMX.

Entre 1997 e 1999 foram lançadas versões especiais do Pentium MMX para
computadores portáteis. Apresentam baixo consumo de energia e utilizam a
tecnologia de 0,25 micron, com clocks de 200, 233, 266 e 300 MHz.

O Pentium MMX tem uma cache L1 de 32 kB, dividida em duas seções de


16 kB, sendo uma para código (instruções de programas) e uma para dados.
As placas de CPU para Pentium MMX (assim como outras placas para o
Socket 7) apresentam 256 kB, 512 kB e algumas com 1024 kB de chips
SRAM formando a cache L2 externa.

O Pentium MMX também é compatível com Socket 7, ou seja, possui o


mesmo conjunto de sinais digitais que o Pentium comum. A princípio
poderíamos pensar que pelo fato de ser compatível com Socket 7,
poderíamos instalar um Pentium MMX em qualquer placa de CPU Pentium,
mesmo antiga. Infelizmente isto não ocorre. O Pentium MMX utiliza
voltagens um pouco diferentes das usadas no Pentium comum. O mesmo
ocorre com outros processadores (como os da AMD e Cyrix). Apesar de
todos serem compatíveis com Socket 7, apresentam diferenças pequenas,
principalmente no que diz respeito à voltagem. Por isto, como regra geral, só
podemos instalar um certo processador em uma placa de CPU, quando o
manual desta placa afirma que suporta o referido processador. Quando o
Pentium MMX foi lançado, muitos não sabiam disso. Milhares de usuários e
até alguns técnicos instalaram processadores Pentium MMX em placas que
não o suportavam. Operavam com voltagem errada, e por isso apresentavam
travamentos e outras anomalias.

Apenas os trechos de programas que usam instruções MMX ficam mais


velozes na hora de executar essas instruções. A maioria desses programas
possuem trechos similares, um trecho “MMX” e um “não MMX”. No
instante da execução utilizam o trecho MMX, caso o processador possua este
recurso (este é o caso de todos os processadores modernos), ou usam o
trecho “não MMX”, caso o processador seja um modelo antigo (Pentium
6-34 Hardware Total
P54C, por exemplo). Nesses trechos específicos dos programas, o uso das
instruções MMX resultará no fantástico aumento de velocidade. Nos demais
trechos, nos quais as instruções MMX não são usadas, não ocorrerá aumento
de velocidade.

Programas antigos, que não foram desenvolvidos para usar as instruções


MMX não apresentam melhoramento algum em desempenho, exceto algo
em torno de 5 a 10%, não por causa da tecnologia MMX, mas pelo fato do
Pentium MMX possuir uma cache interna maior (32 kB) que a do Pentium
comum (16 kB). Já existem programas e drivers de lançamento mais recente
que possuem apenas os trechos “MMX”, ou seja, não rodam em
processadores antigos.

As instruções MMX também são úteis no processamento de sinais digitais


em geral. Com elas, é possível implementar por software, o mesmo tipo de
processamento que antes era realizado pelo DSP (processador de sinais
digitais) existente nos modems. Isto possibilitou a criação de modems
extremamente baratos. São os chamados “Winmodems” ou “soft modems”
ou “HSP modems”. Infelizmente esses modems prejudicam o desempenho
de PCs mais lentos, como os que têm clocks inferiores a 300 MHz. Afinal,
eles fazem com que o processador fique ocupado executando uma tarefa que
antes não era dele. Nos processadores mais velozes, a queda de desempenho
é pequena, e o uso desses modems é mais aceitável.

Quando o Pentium MMX chegou ao mercado, muito se perguntou a


respeito da sua instalação em placas de CPU já existentes, preparadas para
receber o Pentium P54C. Simplesmente o Pentium MMX não pode ser
instalado nessas placas, devido ao seu duplo sistema de voltagem. Antes do
Pentium MMX, as placas de CPU Pentium estavam preparadas para entregar
ao processador, uma voltagem de 3,3 ou 3,5 volts, dependendo da versão do
Pentium (Standard ou VRE). O Pentium MMX foi o primeiro processador a
utilizar um sistema duplo de voltagem. Todos os seus circuitos internos (o
que os fabricantes chamam de core, ou núcleo) operam com apenas 2,8
volts, enquanto os circuitos que fazem ligação com o seu exterior (que os
fabricantes chamam de I/O) operam com 3,3 volts. A voltagem externa de
3,3 volts é padrão, usada também pelas memórias, chipsets e demais
circuitos. Simplesmente reduzir a tensão do processador como um todo (para
obter um menor aquecimento) tornaria necessário fazer o mesmo com os
demais circuitos da placa de CPU. Para evitar este problema, apenas o
interior do processador passou a utilizar 2,8 volts, enquanto externamente, é
usada a voltagem padrão de 3,3 volts. Como mais de 90% dos circuitos do
processador acabam operando com 2,8 volts, a dissipação de calor diminuiu.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-35
Esta característica introduzida no Pentium MMX é usada em todos os
processadores modernos. Utilizam uma voltagem externa de 3,3 volts e uma
interna, bem mais baixa.

Placas de CPU que suportam o Pentium MMX precisam ser capazes de gerar
as duas voltagens exigidas pelo processador: 2,8 e 3,3 volts. Placas de CPU
lançadas na época (1997) estão preparadas para gerar essas tensões. As
placas de CPU com Socket 7 de fabricação ainda mais recente (meados de
1998 em diante) podem gerar praticamente qualquer voltagem interna para o
processador, entre 2.0 volts e 3.5 volts.

As primeiras placas de CPU para Pentium MMX ainda usavam o chipset


Intel i430VX (e outros chipsets de outros fabricantes), que antes disso era
usado em placas equipadas com o Pentium comum. Na verdade, essas
placas passaram a suportar, tanto o Pentium MMX como o Pentium normal.
Logo depois, a Intel lançou o chipset i430TX. Não se trata de um chipset
específico para o Pentium MMX, já que MMX não é hardware, e sim
software. A única diferença de hardware exigida pelo Pentium MMX é a
tensão interna de 2,8 volts, inexistente nas placas de CPU mais antigas.

Não faça a experiência de instalar um Pentium MMX em uma placa de CPU


que não o suporta, ou seja, não possui o duplo sistema de voltagem. O
processador será alimentado, interna e externamente com 3,3 ou 3,5 volts, e
até poderá funcionar, mas com maior nível de aquecimento, o que poderá
danificá-lo.

Depois do Pentium MMX, a Cyrix e a AMD também adicionaram instruções


MMX aos seus processadores. O Cyrix 6x86, ao receber as instruções MMX,
passou a ser chamado 6x86MX. O AMD K5 foi descontinuado, e o novo
processador da AMD, o K6, já foi lançado com as instruções MMX
presentes.

Processador / Clock Clock externo Multiplicador Consumo


Pentium MMX/166 66 MHz 2,5x 13,1 W
Pentium MMX/200 66 MHz 3x 15,7 W
Pentium MMX/233 66 MHz 3,5x 17,0 W

Pentium MMX para computadores portáteis


A Intel também lançou processadores Pentium MMX para computadores
portáteis, com clocks chegando até 300 MHz, com tensões menores e
chegando a utilizar a tecnologia de fabricação com 0,25 micron. Esses
6-36 Hardware Total
modelos são encontrados apenas em notebooks, e suas características são
resumidas na tabela abaixo.

Processador Tecnologia Voltagens Consumo Clocks


Int/Ext Int/Ext
Pentium 0,35  2,45V / 3,3V 7,8 W 133 MHz / 66 MHz
MMX/133
Pentium 0,35  2,45V / 3,3V 8,6 W 150 MHz / 60 MHz
MMX/150
Pentium 0,35  2,45V / 3,3V 9,0 W 166 MHz / 66 MHz
MMX/166
Pentium 0,25  1,8V / 2,5V 4,1 W 166 MHz / 66 MHz
MMX/166
Pentium 0,25  1,8V / 2,5V 5,0 W 200 MHz / 66 MHz
MMX/200
Pentium 0,25  1,8V / 2,5V 5,5 W 233 MHz / 66 MHz
MMX/233
Pentium 0,25  2,0V / 2,5V 7,6 W 266 MHz / 66 MHz
MMX/266
Pentium 0,25  2,0V / 2,5V 8,5 W 300 MHz / 66 MHz
MMX/300

Overdrives baseados no Pentium MMX


A Intel produziu diversos Overdrives baseados no Pentium MMX. Eles são
instalados no lugar de processadores Pentium comuns, e além de fornecerem
clocks mais elevados, fornecem o suporte à tecnologia MMX.

Produto Código Pinos Soquete Voltagem Aplicação


Pentium® Over- BOXPODPMT66X200 321 Socket 7 3.3V Pentium-75 para MMX-150
Drive Processor Pentium-90 para MMX-180
with MMX™ Pentium-100 para MMX-200
Technology Pentium-133 para MMX-200
Pentium-166 para MMX-200
Pentium® Over- BOXPODPMT66X166 320 Socket 5 3.3V Pentium-75 para MMX-125
Drive Processor 321 Socket 7 Pentium-90 para MMX-150
with MMX™ Pentium-100 para MMX-166
Technology Pentium-133 para MMX-166
Pentium-100 para MMX-150
Pentium® Over- PODPMT60X150 320 Socket 5 3.3V Pentium-75 para MMX-125
Drive Processor 321 Socket 7 Pentium-90 para MMX-150
with MMX™
Technology
Pentium® Over- PODPMT60X180 320 Socket 5 3.3V Pentium-75 para MMX-150
Drive Processor 321 Socket 7 Pentium-90 para MMX-180
with MMX™ Pentium-120 para MMX-180
Technology

Qualquer processador Pentium, com clocks entre 60 e 166 MHz, pode ser
substituído por um Overdrive MMX correspondente, de acordo com a
tabela acima. A princípio o Pentium-200 também pode ser substituído pelo
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-37
Overdrive BOXPODPMT66x200, mas não existiria vantagem em clock,
estaria apenas sendo incorporada a tecnologia MMX. Note que não existem
Overdrives MMX para substituir processadores Pentium-60 e Pentium-66.
Todos os Overdrives Pentium MMX recebem tensão de 3,3 volts e usam seu
regulador interno para gerar os 2,8 volts exigidos pelo núcleo do Pentium
MMX.

Processadores AMD
A AMD sempre foi uma grande produtora de chips, não apenas de
processadores, mas também de memórias e outros tipos de circuitos. Desde
os anos 70, atua como segundo fornecedor de chips Intel. A Intel licenciava
a AMD, vendendo todos os projetos, para produzir processadores idênticos
aos seus, apenas alterando o seu nome. A partir do processador 386, a AMD
começou a atuar como concorrente da Intel, produzindo chips compatíveis,
similares, de bom desempenho e mais baratos. Isto ocorreu em 1992, quando
o 486 era o processador mais veloz, mas o 386 ainda era o mais usado, A
AMD produziu o seu excelente processador AM386DX-40, um grande
sucesso de vendas. Entre 1992 e 1993, quem não tinha dinheiro para
comprar um caríssimo PC 486, optava por um equipado com o 386DX-40 da
AMD.

A seguir a AMD produziu seus processadores 486: Am486DX2-66,


Am486DX2-80, Am486DX4-100 e Am486DX4-120. A AMD lançou também
o Am5x86. Era na verdade um processador, compatível com o 486, mas com
características de Pentium. Operando com 133 MHz, o 5x86 tinha
desempenho superior ao Pentium de 75 MHz.

Finalmente a AMD lançou o seu real concorrente para o Pentium, o AMD


K5. Começou com as versões PR75, PR90 e PR100, passando depois para
PR133 e PR166. Quando dizemos que um processador é, por exemplo,
PR166, não significa que use o clock de 166 MHz, mas que tem o
desempenho similar ao de um Pentium-166. Infelizmente o K5 demorou
muito a ser lançado, e não chegou a ser um grande sucesso de vendas. O
lançamento do Pentium MMX tornou as coisas ainda mais difíceis para o K5,
um processador bom mas que chegou tarde ao mercado.

As coisas começaram a melhorar bastante para a AMD com o lançamento


do seu novo processador, o AMD K6. Foi um grande salto em tecnologia em
relação ao K5. A AMD na verdade comprou a NextGen, uma outra empresa
especializada em processadores, e aproveitou a sua tecnologia para criar o
K6, adicionando as instruções MMX compatíveis com as da Intel. O sucesso
6-38 Hardware Total
do K6 levou a outros sucessos de vendas: o K6-2, ou K6-III e mais
recentemente os processadores Athlon e Duron.

AMD K5
Você não encontrará mais à venda, processadores AMD K5. Este foi o
primeiro chip compatível com o Pentium lançado pela AMD. Apesar de
veloz, inteiramente compatível com o Pentium e bem mais barato, demorou
muito a chegar ao mercado. Quando a Intel já oferecia o Pentium de 200
MHz, o K5 ainda estava na marca de PR133 (similar a 133 MHz).
Posteriormente foi lançada uma versão PR166, mas logo deixou o mercado,
incapaz de competir com o Pentium MMX. Ainda assim, é possível que você
precise fazer expansões ou manutenção em PCs baseados no K5.

Figura 6.21
Processador AMD-K5.

O K5 tem 24 kB de cache L1, sendo 16 kB para código (instruções de


programas) e 8 kB para dados. O K5 foi fabricado nas seguintes versões:

Modelo Clock Clock Multiplicador P-Rating Consumo


interno externo
0 75 MHz 50 MHz 1,5x K5-PR75 11,9 W
0 90 MHz 60 MHz 1,5x K5-PR90 14,2W
0 100 MHz 66 MHz 1,5x K5-PR100 15,8 W
1 90 MHz 60 MHz 1,5x K5-PR120 12,6 W
1 100 MHz 66 MHz 1,5x K5-PR133 14,0 W
2 116,7 MHz 66 MHz 1,75x (2,5x) K5-PR166 16,4 W

Ao observar as versões do K5, podemos notar algo aparentemente estranho


em relação aos seus clocks. Aqueles classificados como Modelo 0 têm clocks
de 75, 90 e 100 MHz. Eles são anunciados como PR75, PR90 e PR100,
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-39
respectivamente. A notação PR (Pentium Rating) indica qual é o clock que
um Pentium deveria ter para atingir desempenho semelhante. Vemos que
para esses três processadores, o índice PR coincide com o clock. Entretanto
para os modelos 1 e 2, os clocks internos são de 90, 100 e 116,7 MHz, mas
são anunciados como PR120, PR133 e PR166. Em outras palavras, esses
processadores não estão operando a 120, 133 e 166 MHz, entretanto esses
são os clocks que um Pentium deveria ter para atingir desempenho
semelhante. Os modelos 1 e 2 do K5 têm desempenho melhor graças à sua
cache L1, que foi totalmente redesenhada, tornando-se mais eficiente. Desta
forma o modelo de 90 MHz (antigo PR90) passou a ter desempenho superior
ao de um Pentium-120, passando a ser indicado como PR120.

Note ainda que o modelo PR166 utiliza um multiplicador 1,75x, bastante


incomum. Este valor é obtido quando programamos os jumpers da placa de
CPU para o multiplicador 2,5x, ou seja, como se fosse um Pentium-166.
Todas as versões do K5 operam com a tensão interna e externa de 3,5 volts.
Existem ainda versões para PCs portáteis, que operam com tensões ainda
menores.

Processador AMD K5
Lançamento 1996
Transistores 4.300.000
Tecnologia 0,35 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 75-116,7 MHz
Consumo 12 a 16 W

AMD K6
Este chip marcou o início da disparada da AMD na briga pelo mercado de
processadores. Era muito mais veloz que o K5, e ainda dotado de instruções
MMX. Era comum dizer na época (1997) que o K6 era o inimigo número 1
da Intel. Mais barato e mais veloz que um Pentium MMX de mesmo clock, o
AMD K6 chegava mesmo a concorrer com o Pentium II. Essa concorrência
provocou uma redução nos preços dos processadores Pentium II, para a
alegria dos usuários.
6-40 Hardware Total
Figura 6.22
AMD K6 de 233 MHz.

O AMD K6 foi um grande salto em tecnologia em relação ao K5. A AMD


na verdade comprou a NextGen, uma outra empresa especializada em
processadores, e aproveitou a sua tecnologia para criar o K6, adicionando
instruções MMX compatíveis com as da Intel.

O AMD K6 é um processador que usa o Socket 7, considerado um grande


substituto para o Pentium MMX. Inicialmente foi lançado nas versões de
166, 200 e 233 MHz, mais tarde tornou-se disponível também em 266 e 300
MHz. Desempenhos tão elevados não podiam ser obtidos com o Pentium
MMX, ainda a 233 MHz. Apenas o Pentium II fornecia maior desempenho.
O AMD K6 era portanto, ao final de 1997, o segundo processador mais
veloz, perdendo apenas para o Pentium II, e o mais rápido processador para
o Socket 7.

A maioria das características do K6 são similares às do Pentium MMX. O sis-


tema de clock interno e externo, por exemplo, é totalmente similar. Utiliza
no barramento externo, o clock de 66 MHz, apesar de poder ser
programado para outros valores, como 50 e 60 MHz (este programação é
feita na placa de CPU).

A cache interna do AMD K6 é maior que a do Pentium MMX. Ao invés dos


32 kB presentes no Pentium MMX, a cache interna do K6 tem 64 kB,
dividida em duas seções, sendo 32 kB para dados e 32 kB para instruções.

Processador AMD K6
Lançamento 1997
Transistores 8.800.000
Tecnologia 0,35  / 0,25 
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-41
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 166 a 300 MHz
Consumo 12 a 28 W

Chips velozes dissipam muito calor, principalmente quando o clock é mais


elevado. Por isso, os fabricantes procuram usar a sua tecnologia para
produzir chips com transistores cada vez menores. Quanto menor é o
tamanho dos transistores, menor será o calor dissipado, e valores mais
elevados de clock podem ser obtidos sem superaquecimento. As primeiras
versões do AMD K6, por exemplo, são designadas como Modelo 6, e
podem operar internamente com 2,9 ou 3,2 volts, dependendo da versão.
Usavam tecnologia de fabricação com 0,35. A figura 23 mostra como
identificar o componente a partir da sua inscrição na face superior. A
segunda letra do seu sufixo identifica a voltagem interna. Para “N”, a
voltagem é 3,2 volts, e para “L” a voltagem é 2,9 volts.

Figura 6.23
Identificando um AMD K6 modelo 6.

A figura 24 mostra as potências dissipadas (o calor liberado é proporcional a


esta potência) pelo AMD K6 modelo 6. Observe que quanto maior é o
clock, maior é a potência dissipada. A voltagem também influi nessa
potência. Observe que o modelo de 200 MHz, que opera com 2,9 volts,
dissipa 20 watts, ou seja, 0,1 watt para cada MHz. Já o modelo de 233 MHz,
com 3,2 volts, dissipa 28,3 watts, ou seja, 0,12 watt para cada MHz, o que
representa uma dissipação de calor 20% maior, considerando o mesmo clock.
6-42 Hardware Total
Figura 6.24
Dissipação de calor do AMD K6 modelo 6.

O AMD K6 Modelo 7 já utiliza a tecnologia de 0,25, e o calor dissipado é


bem menor. A figura 25 mostra a potência para o modelo 7, que opera com
apenas 2,2 volts.

Figura 6.25
Dissipação de calor no AMD K6 modelo 7.

Enquanto o AMD K6 de 233 MHz, modelo 6, dissipa espantosos 28,3 watts,


o modelo 7 dissipa apenas 13,50 watts, menos da metade. Processadores que
operam com voltagens mais baixas são sempre preferíveis. Sem as voltagens
baixas é difícil obter clocks mais elevados, devido ao superaquecimento.

A figura 26 mostra como identificar um AMD K6 modelo 7, a partir da


inscrição na sua parte superior. A letra “F” no seu sufixo é o que indica a
voltagem média de 2,2 volts, característica do modelo 7. Observe entretanto
que as versões de 266 e 300 MHz só estão disponíveis no modelo 7. Versões
de 166 MHz só estão disponíveis no modelo 6. Apenas as versões de 200 e
233 MHz podem causar confusão, já que estão disponíveis em ambos os
modelos. Use as identificações aqui apresentadas para distinguir um modelo
do outro.

Figura 6.26
Identificação do AMD K6 modelo 7.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-43

Mesmo que você não tenha essas tabelas à mão, ou que identifique outras
siglas, ainda conseguirá identificar a voltagem com muita facilidade. Esta
voltagem, além de estar indicada por códigos, ainda estará indicada
explicitamente na face superior (ou na inferior) do processador, como mostra
a figura 27. Muitas vezes estão indicadas as voltagens interna (core) e externa
(I/O). Outras vezes, apenas a interna está indicada. A voltagem externa é 3,3
volts, padronizada em todos os processadores modernos.

Figura 6.27
O AMD K6, assim como a maioria dos
processadores, traz estampada a sua voltagem
de operação interna (Core), e a externa (I/O).

Processador Tecnologia Voltagem Consumo Clocks Multiplicador


Interna Int/Ext
(MHz)
K6/166 Mod 6 0,35  2,9 V 17,2 W 66/166 2,5x
K6/200 Mod 6 0,35  2,9 V 20,0 W 66/200 3x
K6/233 Mod 6 0,35  3,2 V 28,3 W 66/233 3,5x
K6/200 Mod 7 0,25  2,2 V 12,45 W 66/200 3x
K6/233 Mod 7 0,25  2,2 V 13,50 W 66/233 3,5x
K6/266 Mod 7 0,25  2,2 V 14,55 W 66/266 4x
K6/300 Mod 7 0,25  2,2 V 15,50 W 66/300 4,5x

Problemas de aquecimento do AMD K6


Observe que para todos os processadores apresentados neste capítulo,
sempre indicamos a potência consumida. Processadores antigos (até o 586)
dissipavam menos de 10 watts. O Pentium inaugurou a era dos
processadores mais quentes, consumindo mais de 10 watts. O K6, juntamente
com o Pentium II, foram os primeiros considerados super-quentes. Alguns
modelos chegam a quase 30 watts. Técnicos, montadores de PCs e usuários
desavisados instalavam nos processadores K6, coolers similares aos utilizados
pelos processadores Pentium e Pentium MMX, que dissipavam menos de 20
6-44 Hardware Total
watts. Já o K6 tem versões que dissipam mais de 20 watts, algumas chegando
a quase 30 watts, o mesmo ocorrendo com o K6-2. Muitos processadores K6
e K6-2 apresentavam travamentos e outras anomalias devidas ao
aquecimento excessivo, causado pelo uso de um cooler inadequado. Além
do cooler para esses processadores precisar ter maior tamanho (a parte de
alumínio deve ter no mínimo 2,5 cm de altura), é preciso aplicar pasta
térmica entre o processador e o cooler, conforme recomendação da AMD.

Super 7 – O Socket 7 a 100 MHz


Até o início de 1998, processadores para o Socket 7 dependiam de chipsets
da Intel (i430FX, i430HX, i430VX e i430TX), ou então de fabricantes
alternativos, como VIA, ALI e SiS. Todos esses chipsets possuem como
característica, o barramento externo de 66 MHz, como requer o padrão
Socket 7. Ao criar um novo barramento (Slot 1) para ser usado com o
Pentium II e seus novos processadores, a Intel praticamente abandonou o
Socket 7, não tendo planos para lançar outros chipsets para este padrão. Isso
foi ruim para os outros fabricantes de processadores, como a AMD. A Intel
passou a lançar novos chipsets com recursos avançados (entre eles, o
barramento externo de 100 MHz), mas apenas para o Slot 1, seu barramento
proprietário. Desta forma, fechou a porta para que outros fabricantes utilizem
novos processadores com seus chipsets.

A AMD e os demais fabricantes de processadores, assim como os fabricantes


de chipsets, passaram a especificar melhoramentos no Socket 7, visando
aumentar o desempenho dos seus processadores. Foi criado então o padrão
Super 7, que basicamente é o Socket 7 operando com clock externo de 100
Mhz, e incluindo o barramento AGP, possibilitando o uso de placas de vídeo
3D de última geração.

Processadores com clocks superiores a 300 MHz passaram a usar o Super 7.


Por exemplo, um AMD K6 de 300 MHz, operando com o Super 7, com seus
100 MHz externos, terá desempenho melhor que outro AMD K6, também
de 300 MHz, mas usando os 66 MHz do Socket 7. Com o barramento de
100 MHz, os multiplicadores 3x, 3,5x e 4x resultam em clocks internos de
300, 350 e 400 MHz.

Os primeiros chipsets preparados para o Super 7 foram:

Fabricante Chipset
VIA Apollo MVP3
ALI Aladdin V
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-45
SiS SiS 5591, 5595

A partir de 1999, a AMD era praticamente a única empresa a produzir


processadores para o Super 7. Fizeram ainda muito sucesso os processadores
AMD K6, K6-2 e K6-III. A Cyrix, IDT e Rise também produziram
processadores para o Super 7, mas com participação de mercado muito
menor. Entre 1998 e 2000, todas as placas de CPU para Socket 7 tinham na
verdade um Super 7, operando a 100 MHz, e normalmente equipado com
um processador AMD. Ao longo do ano 2000 foi drasticamente reduzida a
oferta de placas de CPU com o Super 7, até que em 2001 finalmente
sumiram do mercado, tanto as placas como os processadores. Foi o final de
um período de 3 anos em que o Super 7 e os processadores AMD
dominaram o mercado de PCs de baixo custo.

AMD K6-2
Este processador já foi chamado, na época do seu lançamento, de “K6 3D”,
e pouco tempo depois teve o nome trocado para K6-2. Ao mesmo tempo em
que foram lançados chipsets para a plataforma Super 7, com clock externo
de 100MHz, começaram a surgir processadores utilizando este recurso. O
primeiro deles foi o AMD K6-2. Além de usar o Super 7, este processador
incorpora a tecnologia AMD 3D Now!, uma espécie de MMX voltada para
processamento de imagens tridimensionais. Com essas novas instruções,
programas que utilizam gráficos 3D, particularmente jogos, passaram a ter
um grande aumento no desempenho.

Processador AMD K6-2


Lançamento 1998
Transistores 9.300.000
Tecnologia 0,25  / 0,18 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 266 a 550 MHz
Consumo 15 a 30 W

Clocks do AMD K6-2 Clock externo Multiplicador


266 MHz 66 MHz 4x
300 MHz 66 MHz 4.5x
300 MHz 100 MHz 3x
333 MHz 66 MHz 5x
366 MHz 66 MHz 6x
6-46 Hardware Total
380 MHz 95 MHz 4x
400 MHz 100 MHz 4x
450 MHz 100 MHz 4.5x
475 MHz 95 MHz 5x
500 MHz 100 MHz 5x
533 MHz 95 MHz 5.5x
550 MHz 100 MHz 5.5x

As versões com clock externo de 66 MHz do K6-2 destinavam-se a uso em


upgrades, sendo instalados em placas de expansão antigas que não tinha o
soquete Super 7, sendo limitadas a 66 MHz.

Assim como o K6, o K6-2 tem uma cache L1 de 64 kB, dividida em duas
seções de 32 kB, sendo uma para dados e outra para código. O K6-2 é na
verdade bastante similar ao K6, usando a mesma arquitetura interna. As
diferenças fundamentais são:

 Tecnologia de 0,25  e 0,18  nas versões mais recentes


 Tensão de alimentação menor, com 2,2 ou 2,4 volts.
 Tecnologia AMD 3D Now!, com instruções para imagens em 3D

Figura 6.28
Processador AMD K6-2. O K6-III tem aparência
semelhante.

A figura 29 mostra como as instruções 3D Now! aceleram a velocidade de


geração de imagens tridimensionais. Para gerar uma imagem 3D no monitor,
é preciso inicialmente que o processador tenha a representação matemática
da cena 3D a ser apresentada. Esta representação tem coordenadas
tridimensionais dos polígonos que formam os sólidos geométricos. O
processador precisa formar uma representação completa da cena chamada
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-47
wire frame (armação de arame). Feita esta representação, começa o trabalho
da placa de vídeo 3D. A placa precisa converter a representação
tridimensional para uma forma equivalente usando apenas as duas
dimensões X e Y que representam os pontos da tela. Sobre cada um dos
polígonos do wire frame são aplicadas texturas que formarão a imagem final.
Este processo é chamado de renderização.

Figura 6.29
Onde atuam as instruções 3D Now!.

É fundamental o papel do processador no trabalho de geração do wire


frame. Inúmeros cálculos com números reais precisam ser realizados. Quanto
mais rápida é a unidade de ponto flutuante (FPU) de um processador, mais
rápida será a realização desta etapa. As instruções 3D Now! realizam de
forma extremamente rápida os principais cálculos matemáticos envolvidos na
geração de um wire frame.

Problemas de aquecimento do AMD K6-2


Assim como ocorreu com o K6, muitos processadores K6-2 apresentaram
problemas de aquecimento, pelo fato de terem sido instalados sem respeitar
as especificações de cooler indicadas pela AMD. Muitos produtores de PCs
não utilizavam pasta térmica, e instalavam coolers de porte pequeno. Desta
forma, os modelos mais sensíveis a temperatura e que dissipavam mais calor
funcionavam mal, apresentando travamentos e outras anomalias. Tais
problemas não teriam ocorrido se fossem usados coolers de tamanho
adequado (parte de alumínio com 2,5 cm de altura), e acoplados através de
pasta térmica.
6-48 Hardware Total
A figura 30 mostra como identificar um processador K6-2 através do código
impresso na sua face superior. Depois do nome “K6-2”, está indicado o
clock, e a seguir três letras que indicam o encapsulamento, a voltagem
interna e a faixa de temperatura.

Figura 6.30
Identificação dos processadores AMD K6-
2.

O encapsulamento de todos os modelos é o tipo A, que indica CPGA


(Ceramic Pin Grid Array). As voltagens possíveis são:

F = 2.2 volts
G = 2.3 volts
H = 2.4 volts

As faixas de temperatura são:

Q = 0C a 60C
R = 0C a 70C
X = 0C a 65C

Portanto, o sufixo de um K6-2 (assim como do K6 e do K6-III) é um


indicador da sua sensibilidade ao calor. Preferíveis são as versões com menos
sensibilidade à temperatura (R), que suportam até 70C. Mais problemáticas
são as versões Q, que não pode ultrapassar os 65C. Outro indicador
importante é a dissipação de potência. Quanto maior é esta dissipação, maior
será a tendência do processador esquentar, e maiores deverão ser os
cuidados com o problema do aquecimento (será preciso usar um cooler
maior). A tabela que se segue mostra todas as versões do K6-2 produzidas e
as respectivas potências:

Modelo Potência Temp. Máxima Voltagem


Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-49
266 AFR 14,70 W 70C 2.2 V
300 AFR 17,20 W 70C 2.2 V
333 AFR 19,00 W 70C 2.2 V
350 AFR 19,95 W 70C 2.2 V
366 AFR 20,80 W 70C 2.2 V
380 AFR 21,60 W 70C 2.2 V
400 AFQ 22,70 W 60C 2.2 V
400 AFR 16,90 W 70C 2.2 V
450 AFX 18,80 W 65C 2.2 V
450 AHX 28,40 W 65C 2.4 V
475 AFX 19,80 W 65C 2.2 V
475 AHX 29,60 W 65C 2.4 V
500 AFX 20,75 W 65C 2.2 V
533 AFX 20,75 W 65C 2.2 V
550 AGR 25,00 W 70C 2.3 V

Alguns modelos são particularmente mais problemáticos com respeito à


temperatura:

K6-2/400 AFQ: Dissipa 22,7 W. Não é muito, mas suporta apenas 60C.
Melhor que ele é o K6-2/400 AFR, com 16,9 W e suportando 70C.

K6-2/450 AHX: Dissipa 28,4 W e suporta apenas 65C.


Melhor que ele é o K6-2/450 AFX, que dissipa apenas 18,8 W.

K6-2/475 AHX: Dissipa 28,6 W e suporta apenas 65C.


Melhor que ele é o K6-2/475 AFX, que dissipa apenas 19,8 W.

Daí surgem casos estranhos constatados por muitos técnicos de manutenção.


Ao encontrar um PC equipado com um AMD K6-2 apresentando problemas
de aquecimento, fazem a troca por outro K6-2 de mesmo clock e os
problemas ficam resolvidos. O primeiro processador estava ruim?
Provavelmente não, mas pode ter sido uma das três versões “quentes” citadas
acima. A existência de modelos mais quentes e menos quentes do K6-2
apesar de usarem voltagens e clocks iguais deveu-se ao fato da transição
entre as tecnologias de 0,25 e 0,18. Ou seja, alguns modelos foram
inicialmente lançados com a tecnologia de 0,25 e posteriormente foram
lançadas versões com a tecnologia de 0,18, com menor consumo elétrico.

De posse da temperatura máxima suportada e da potência dissipada pelo


chip, é possível calcular a resistência térmica que deve ter o cooler, e assim
6-50 Hardware Total
dimensioná-lo corretamente. Menos trabalhoso é usar a seguinte regra: para
processadores K6, K6-2 e K6-III, use sempre um cooler tamanho grande,
com altura de alumínio de 2,5 cm ou mais, acoplado ao processador através
de pasta térmica.

O problema de saturação no desempenho do AMD K6-2


Um Pentium-200 é praticamente duas vezes mais rápido que um Pentium-
100. Qualquer leigo no assunto poderia esperar isso, afinal o clock do
Pentium-200 é duas vezes maior que o do Pentium-100. Da mesma forma,
um leigo esperaria que o K6-2/550 fosse quase duas vezes mais veloz que o
K6-2/300, afinal 550 MHz é um clock cerca de 80% maior que 300 MHz.
Entretanto isso está errado. A diferença entre os desempenhos desses dois
processadores é muito pequena, não chega a 30%. Pequenas são as diferenças
de desempenho quando compraramos as várias versões do K6-2, entre 300 e
550 MHz. Enquanto o K6-2/300 tem praticamente o mesmo desempenho que
um Pentium II/300, o K6-2/550 é bem mais lento que o Pentium III/550.

O principal motivo para este discrepância é a velocidade da cache L2. Não


adianta o núcleo do processador K6-2/550 ser 80% mais rápido que o do K6-
2/300, se esses dois processadores têm a cache L2 operando na mesma
velocidade: 100 MHz.

Se levarmos em conta vários processadores da mesma família, o desempenho


dependerá dos seguintes fatores:

1) Velocidade do núcleo, que é proporcional ao clock interno


2) Velocidade da cache L1
3) Velocidade da cache L2
4) Velocidade da DRAM

Ao compararmos um K6-2/550 com um K6-2/300, vemos que o núcleo do


modelo de 550 MHz é realmente cerca de 80% mais veloz. A cache L1
também é 80% mais veloz, já que ela opera com o mesmo clock que o núcleo
do processador. Entratanto esses dois processadores ficam empatados no que
diz respeito às velocidades da cache L2 e da DRAM. Essas duas memórias
operam com 100 MHz fixos, tanto no modelo de 300 como no de 550 MHz.
Isto não seria problema se no modelo de 300 MHz, a cache L2 e a DRAM
estivessem operando com folga. Se a 300 MHz ambas ficassem ativas apenas
50% do tempo, podiam operar em 100% do tempo ao serem ligadas a um
processador de 550 MHz, e estariam desta forma acompanhando o
desempenho do processador. Ocorre que a 300 MHz, tanto a cache L2 como
a DRAM já estão praticamente saturadas, extremamente ocupadas, lendo e
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-51
gravando dados em quase 100% do tempo, praticamente sem folga. Ao serem
ligadas em um processador de 550 MHz, não têm como trabalhar mais para
fornecer os dados de forma duas vezes mais rápida. Esta saturação das
memórias cache L2 e DRAM fazem com que os processadores K6-2
superiores a 300 MHz acabem tendo que fazer pequenas pausas para esperar
pelos dados da cache L2 e da DRAM, que estão com tráfego de dados
totalmente congestionado a 100 MHz.

Este problema foi resolvido nos processadores mais velozes, através do


aumento da velocidade da cache L2 e da DRAM. Para o K6-2, o problema
não foi resolvido. Praticamente não havia vantagem alguma do K6-2/550 em
relação ao K6-2/300. Apenas ocorria aumento de desempenho nos trechos de
programas que envolviam muitos cálculos matemáticos, na execução de
instruções MMX e 3D Now!. Para processamentos comuns, que são a
maioria, a diferença entre os desempenhos desses dois processadores
praticamente não é notada.

O problema da saturação de desempenho do K6-2 é demonstrado na tabela


abaixo. Usamos vários modelos do K6-2, além de um Pentium II/300 e um
Pentium II/450. Foram medidos os índices de desempenho com os
programas Norton SI (do Norton System Information 4.0), o CPUMark32 e o
FPUWinMark, ambos do programa WinBench 99 versão 1.0. Esses dois
últimos índices mostram o desempenho nas operações que envolvem
instruções comuns, sem processamento numérico, e operações matemáticas
envolvendo a unidade de ponto flutuante.

Modelo Norton SI CPUMark32 FPUWinMark


K6-2/300 116 782 985
K6-2/350 125 825 1140
K6-2/400 131 893 1300
K6-2/450 139 933 1450
K6-2/500 145 965 1590
K6-2/550 149 1010 1770
Pentium II/300 140 730 1500
Pentium II/450 210 1100 2290

Comparando um Pentium II/300 com um Pentium II/450 (clock 50% maior),


vemos que os índices medidos pelo Norton SI foram 140 e 210, o que
corresponde a um aumento de 50%. Os índices CPUMark32 foram 730 e
1100, um aumento de 50,6%. Os índices FPUWinMark foram 1500 e 2290, ou
seja, aumento de 52%. Descontando arredondamentos, podemos verificar que
para o Pentium II, um aumento de clock resultou em aumentos de
desempenhos proporcionais, neste caso todos de 50%.
6-52 Hardware Total

Comparando o K6-2/550 com o K6-2/300, vemos que o aumento de clock é


de 80%. Os índices do Norton Sysinfo foram 116 e 149, o que corresponde a
um aumento de 28%. Os índices CPUMark32 foram 782 e 1010, ou seja, um
aumento de 29%. Os índices FPUWinMark foram 985 e 1770, um aumento
de 79%. Portanto apenas o desempenho da unidade de ponto flutuante
acompanhou o aumento de clock do K6-2. Os índices de processamento não
numérico (o que engloba a maioria dos programas, na quase totalidade do
tempo) sofreram aumentos inferiores a 30%, apesar do clock ter aumentado
em mais de 80%.

O desempenho do Pentium II aumenta proporcionalmente ao seu clock


porque sua cache L2 também tem velocidade aumentada, de forma
proporcional ao clock. No K6-2 isto não ocorre. O desempenho aumenta
proporcionalmente ao clock apenas para os modelos inferiores a 300 MHz,
pois nesses clocks, a cache L2 não está sobrecarregada. A partir de 300 MHz,
o uso da cache L2 torna-se mais intenso, aproximando-se de 100%. Chega-se
a um ponto em que aumentos de clock resultam em aumentos desprezíveis
no desempenho. A causa do problema é portanto a cache L2, que opera
com 100 MHz fixos. O K6-2 foi o último processador a ter cache L2
operando com clock fixo. Para todos os processadores seguintes, a cache L2
opera com velocidade proporcional ao clock. Nos processadores Pentium II
e nas primeiras versões do Pentium III, a cache L2 opera com metade da
freqüência do processador. Por exemplo, em um Pentium III/500, a cache L2
opera com 250 MHz, contra apenas 100 MHz do K6-2. Nos primeiros
processadores Athlon, este sistema também era utilizado. Em todos os
processadores modernos, o que inclui as versões recentes do Pentium III, o
Celeron, o Pentium 4, o AMD Duron, as versões recentes do Athlon e o
descontinuado K6-III, a cache L2 opera com um clock igual ao do núcleo do
processador. Por exemplo, um processador operando a 1000 MHz tem cache
L2 também operando a 1000 MHz.

AMD K6-III
Este processador foi chamado, na época do seu lançamento, de K6+3D.
Teve logo o nome trocado para K6-III, visando concorrer com o Pentium III.
Tinha uma grande vantagem sobre o K6-2: uma cache L2 operando com o
mesmo clock do processador. No K6-2 a cache L2 ficava ligada ao
barramento externo, operando com 100 MHz. Nos processadores mais
antigos, a cache L2 operava com apenas 66 MHz. Como resultado a taxa de
transferência de dados entre a cache e o processador é de 528 MB/s (no
barramento de 66 MHz) ou 800 MB/s (no barramento de 100 MHz). Nesta
nova versão do K6, um excelente desempenho é obtido com a cache L2
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-53
acompanhando o clock do processador. Em um processador AMD K6-III de
400 MHz, a cache L2 opera também com 400 MHz, o que permite transferir
dados à taxa de 3,2 GB/s. Isto dá ao K6-III um desempenho similar ao de
um Pentium II ou Pentium III.

As placas de CPU com o soquete Super 7, destinadas ao K6-2, podiam


perfeitamente suportar o K6-III. Os únicos requisitos especiais deste
processador era o barramento de 100 MHz (padrão do Super 7) e a
possibilidade de configurar a tensão interna do processador para 2,4 volts ou
2,2 volts. A tensão configurável era uma característica de todas as placas para
a plataforma Super 7, portanto praticamente não ocorreram problemas no
aproveitamento dessas placas de CPU pelo K6-III. Ou seja, onde funciona
um K6-2, também pode funcionar um K6-III.

Como vimos, o K6-III tinha no seu núcleo, caches L1 (64 kB) e L2 (256 kB).
Podia ser instalado em placas de CPU para K6-2, que já tinham cache
externa. Sendo assim, a cache existente na placa de CPU era de nível 3 (L3).

*** 75%
***
Figura
6.31
Relação entre
as caches de
um K6-III/400.

A figura 31 mostra a relação entre as caches de um processador AMD K6-III


de 400 MHz. Estando o núcleo operando a 400 MHz, as transferências feitas
entre o processador, a cache L1 e a cache L2 (internas) são feitas na mesma
freqüência. Para o modelo de 450 MHz, essas transferências são feitas a 450
MHz. Em ambos os modelos, as transferências entre a cache L2 e a L3
(externa), e entre a cache L3 e a DRAM são feitas a 100 MHz.

Processador AMD K6-III


Lançamento 1999
Transistores 21.000.000
Tecnologia 0,25 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 400, 450 MHz
Consumo 18 a 30 W
6-54 Hardware Total

A tabela que se segue compara os desempenhos de processadores K6-2, K6-


III e Pentium II, todos a 450 MHz. Vemos que o K6-III tem índice 200
medido com o Norton SI, bem superior aos 139 marcados com um K6-2, e
quase igual aos 210 de um Pentium II. Já nas medidas de desempenho não
numérico feitas com o WinBench (CPUMark32), o K6-III mostrou-se mais
veloz que o Pentium II. O desempenho numérico do K6-III é um pouco
superior ao de um K6-2 de mesmo clock. A unidade de ponto flutuante do
Pentium II é bastante superior, cerca de 50% mais veloz que as do K6-2 e K6-
III.

Modelo Norton SI CPUMark32 FPUWinMark


K6-2/450 139 933 1450
K6-III/450 200 1490 1510
Pentium II/450 210 1100 2290

O K6-III foi lançado apenas nas versões de 400 e 450 MHz. Existem versões
com tensão interna de 2,2 volts e de 2,4 volts. A tabela que se segue resume
as características desses modelos. Observe que os modelos de 2,4 volts são
bastante quentes, chegando a dissipar quase 30 watts. É preciso utilizar um
cooler de bom tamanho, acoplado ao processador com pasta térmica.

Modelo Clock Multiplicador Consumo


Externo/interno
K6-III/400, 2,2V 100 MHz / 400 MHz 4x 18,1 W
K6-III/450, 2,2V 100 MHz / 450 MHz 4,5x 20,2 W
K6-III/400, 2,4V 100 MHz / 400 MHz 4x 26,8 W
K6-III/400, 2,4V 100 MHz / 450 MHz 4,5x 29,5 W

Assim como ocorreu com todos os demais processadores, o K6-III também


foi produzido em versão para micros portáteis, sendo chamado de K6-III+.
Usava a tecnologia de 0,18 e era oferecido nas versões de 450, 475 e 500
MHz. Seu consumo era de apenas 16 watts, graças ao uso de tensões
menores (núcleo a 2,0 volts) e à tecnologia de 0,18.

Apesar de tecnicamente ser um bom processador, o K6-III teve vida


relativamente curta. Foi lançado no início de 1999, e cerca de um ano depois
foi descontinuado. Utilizando a tecnologia de 0,25 e com 21 milhões de
transitores, o K6-III acabava tendo o custo de fabricação tão elevado quanto
o de um Athlon, o novo processador da AMD, que tinha 22 milhões de
transitores. A AMD acabou concentrando seus esforços no novo processador
Athlon, e o K6-III sumiu do mercado.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-55

O Athlon tinha muito melhores condições de concorrer com o Pentium III


que o K6-III. Enquanto o K6-III ainda era baseado na plataforma Super 7,
derivada dos soquetes usados pelos primeiros processadores Pentium, e
utilizava uma tecnologia que começou com o K6, o Athlon era um
processador totalmente novo, com uma arquitetura considerada de 7ª
geração, superior à arquitetura do Pentium III.

Mesmo cessando a produção do K6-III, a AMD continuou produzindo novas


versões do K6-2, bem como o K6-III+ e o K6-2+, ambos destinados ao
mercado mais lucrativo de PCs portáteis, e empregando a tecnologia de
0,18. O K6-III+ era similar ao K6-III, com menor consumo e funções
especiais para gerenciamento de energia. O K6-2+ era similar ao K6-III+,
porém sua cache L2 interna tinha apenas 128 kB. Esses processadores não
participaram do mercado de PCs comuns, apenas dos portáteis.

Processadores Cyrix
Depois de lançar processadores controvertidos como o Cx486DLC (um 386
melhorado, que foi por muitos confundido com o 486), outros compatíveis
com o 486 (Cx486DX2 e Cx486DX4), e outro intermediário entre o 486 e o
Pentium (Cyrix 5x86), a Cyrix finalmente lançou um chip compatível com o
Pentium, usado em placas equipadas com o Socket 7. Era o Cyrix 6x86,
disponível nas versões PR120, PR133, PR150, PR166 e PR200.

Cyrix 6x86
Ao contrário do que ocorreu com o AMD-K5, o 6x86 realmente chegou a
concorrer com o Pentium. Algumas de suas versões, ao serem lançadas,
eram mais velozes que a versão mais rápida disponível do Pentium. Por
exemplo, quando foi lançado o 6x86 PR200, o Pentium mais veloz era o de
166 MHz. Só depois de algum tempo foi lançado o Pentium-200. Mais tarde
com o lançamento do Pentium MMX, o 6x86 também foi atualizado,
passando a incluir as mesmas instruções MMX. Passou então a ser chamado
de 6x86MX.

A Cyrix sempre criou chips velozes, muitas vezes melhores que os da Intel,
mas também sempre teve um grande problema, que era a falta de uma
planta industrial de alta capacidade. Em outras palavras, era capaz de
desenvolver chips muito velozes, mas não tinha fábricas para produzi-los. Por
isso, fazia contratos com outras empresas para que produzissem seus chips,
como a Texas e a IBM. Quando foi comprada pena National
Semiconductor, passou a ter chances de não apenas criar bons chips, mas
6-56 Hardware Total
também produzi-los em alta escala, assumindo assim, sua merecida fatia no
mercado de processadores. Infelizmente não foi o que ocorreu. A atuação da
National não foi a esperada, e a sua porção “Cyrix” acabou sendo
novamente vendida, desta vez para a VIA Technologies, fabricante de
chipsets.

Pouco depois do lançamento do Pentium, a Cyrix estava envolvida no


projeto de um chip concorrente. Como a chegada deste chip ao mercado
demorou, e a Intel já estava para lançar versões mais velozes do Pentium, o
Cyrix 5x86 foi lançado como um concorrente do 486. A versão mais veloz
deste chip, apesar de compatível com o 486, possuía desempenho
equivalente ao de um Pentium-90. Apenas com o lançamento do seu novo
chip, o 6x86, a Cyrix começou a competir realmente com o Pentium. Por
exemplo, na época em que o Pentium mais veloz era o de 166 MHz, a Cyrix
já produzia o seu 6x86 P200+, com desempenho superior ao de um Pentium-
200. O 6x86 não chegou a ser um concorrente ameaçador para o Pentium,
apesar do seu preço mais baixo, devido ao baixo volume de produção.

Figura 6.32
Cyrix 6x86.

Bem curiosos são os clocks do 6x86. Seus clocks externos podem ser de 40,
50, 55, 60, 66 ou 75 MHz. Utiliza uma indicação PR (Pentium Rating) similar
à do AMD K5 para designar o desempenho. O PR não coincide com o valor
do clock. A tabela que se segue mostra as versões do 6x86, bem como seus
clocks internos e externos.

Modelo Clock interno Clock Multiplicador Consumo


externo
6x86-P90+ 80 MHz 40 MHz 2x 15,5 W
6x86-P120+ 100 MHz 50 MHz 2x 17,8 W
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-57
6x86-P133+ 110 MHz 55 MHz 2x 19,1 W
6x86-P150+ 120 MHz 60 MHz 2x 20,1 W
6x86-P166+ 133 MHz 66 MHz 2x 21,2 W
6x86-P200+ 150 MHz 75 MHz 2x 22,5 W

As características do Cyrix 6x86 eram bastante similares às do Pentium,


inclusive podia ser instalado nas mesmas placas de CPU que eram destinadas
ao Pentium. Operava com uma alimentação de 3,3 volts, disponível em
qualquer placa de CPU Pentium da sua época (1996). Existia também o
6x86L, com voltagens similares às do Pentium MMX (3,3 volts externos e 2,8
volts internos). Seu principal problema eram os estranhos valores utilizados
pelos seus clocks externos, como 40, 55 e 75 MHz. Praticamente todas as
placas de CPU para Pentium suportavam clocks externos de 50, 60 e 66
MHz apenas. Logo os fabricantes de placas de CPU passaram a oferecer
compatibilidade com o 6x86, adicionando as opções para clocks externos de
40 e 55 MHz. Já o clock de 75 MHz tinha um grade problema. Os chipsets
da época suportavam no máximo 66 MHz, portanto as placas de CPU
deveriam ser “envenenadas” para suportar o 6x86-P200+, com seu
barramento de 75 MHz. Além disso as memórias da época em geral não
podiam operar confiavelmente a 75 MHz, o que resultou em muitos
problemas nas placas de CPU que usavam o 6x86 modelo P200+.

Processador Cyrix 6x86


Lançamento 1996
Tecnologia 0,35 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Cache L1 16 kB, unificada
Clock 80-150 MHz
Consumo 15 a 22 W

A cache L1 do Cyrix 6x86 era unificada, ou seja, era utilizada para código e
dados. Outros processadores da época, bem como os modelos modernos,
utilizam cache L1 dividida em duas seções independentes (em geral de
mesmo tamanho), sendo uma para código e outra para dados.

A comparação do modelo de 150 MHz com um Pentium-200 pode ser


considerada bastante questionável. O maior rendimento dos “MHz” é em
geral resultado do uso de uma arquitetura mais avançada, mas parece que
este não foi o único fator envolvido. Se compararmos por exemplo o modelo
de 80 MHz (PR90), vemos que ele se compara a um Pentium-90, portanto é
6-58 Hardware Total
correto dizer que os “MHz” valem para ele, 1/8 a mais (12,5) do que valem
para o Pentium. Fazendo o mesmo cálculo para os demais modelos,
podemos levantar a seguinte tabela:

Modelo Clock Cyrix Clock Intel Ganho adicional


6x86-P90+ 80 MHz 90 MHz 12,5%
6x86-P120+ 100 MHz 120 MHz 20%
6x86-P133+ 110 MHz 133 MHz 20,1%
6x86-P150+ 120 MHz 30 MHz 25%
6x86-P166+ 133 MHz 33 MHz 25%
6x86-P200+ 150 MHz 50 MHz 33%

Parece curioso o fato do ganho de desempenho em relação à Intel ser de


12,5% para o modelo P90+, e de 33% para o modelo P200+. Deveriam ser
valores parecidos, já que estamos utilizando a mesma arquitetura. A
diferença fica por conta do clock externo. Note que para modelos com
clocks normais, como o P150+ e o P166+ (clocks externos de 60 e 66 MHz,
iguais aos da Intel), o ganho é de 25% (120 MHz valem 150, e 133 MHz
valem 166). Este ganho representa a superioridade da arquitetura da Cyrix
em comparação com a da Intel. Os ganhos são menores quando levamos em
conta os barramentos mais lentos dos modelos P90+, P120+ e P133+. Da
mesma forma, o incomum barramento de 75 MHz é responsável por um
ganho ainda maior no desempenho, resultando em 33% a mais no modelo
P200+, em comparação com um Pentium-150. Vemos portanto que uma boa
parte deste ganho não é resultado apenas da arquitetura mais avançada, e
sim do barramento “turbinado”. Talvez o Pentium-150 ou um Pentium-166
também recebessem um grau “PR200” se tivessem seus barramentos
externos operando a 75 MHz.

O baixo desempenho da FPU Cyrix


O 6x86, assim como outros processadores da Cyrix, tinham uma unidade de
ponto flutuante bastante limitada, mais lenta que modelos similares da Intel e
da AMD. A tabela que se segue mostra os índices obtidos pelo Pentium-200,
pelo K6/200 e pelo Cyrix 6x86-P200+. Os dois primeiros índices foram
medidos com o Norton Sysinfo e com o WinBench 99. O terceiro índice
(FPUWinMark) indica o desempenho da unidade de ponto flutuante,
medido também com o Winbench 99.

Processador e clock Norton CPUMark32 FPUWinMark


Pentium, 200 MHz 50 380 750
AMD K6, 200 MHz 80 520 640
6x86 PR200 52 420 380
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-59

Observe que nos índices de processamento não numérico, o K6 mostrou ser


bem superior ao Pentium. Já o 6x86 mostra-se apenas um pouco melhor que
o Pentium-200. O motivo disso é que o 6x86 não é indicado pelo clock, e
sim pelo índice PR (Pentium Rating). Esta diferença fez muitos vendedores
compararem injustamente os processadores Cyrix (indicados com PR) com
processadores AMD, que usavam o clock efetivo. Em outras palavras, um K6
de 200 MHz é bem mais veloz que um Cyrix PR-200+, mas o modelo da
Cyrix levava vantagem no preço.

Outro fato curioso pode ser também observado pela tabela acima. A
unidade de ponto flutuante da Intel é melhor que as da AMD e da Cyrix,
pelo menos para os processadores citados. A do Pentium leva pequena
vantagem sobre a do K6, enquanto a do 6x86 mostrou ser bem mais lenta.
Um 6x86-P200+ pode ser sensivelmente mais veloz que um Pentium-200 para
processamentos comuns, mas ao executar tarefas numéricas, mais parece um
Pentium-100.

Apesar da confusão de números, a Cyrix teve o mérito de produzir


processadores de baixo custo, que fizeram muito sucesso no mercado de PCs
simples.

Cyrix 6x86MX
Depois que a Intel lançou o Pentium MMX, tanto a AMD como a Cyrix
desenvolveram também seus chips de alto desempenho e com tecnologia
MMX. É o caso do AMD K6, e também do Cyrix 6x86MX. As placas de
CPU Pentium produzidas a partir de 1997 suportam um número ainda maior
de processadores, graças à compatibilidade com modelos da AMD e da
Cyrix.
6-60 Hardware Total
Figura 6.33
Cyrix 6x86MX.

Processador Cyrix 6x86MX


Lançamento 1997
Tecnologia 0,35  / 0,25 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Cache L1 64 kB, unificada
Clock 133-233 MHz
Consumo 17 a 27 W

Basicamente este é o processador Cyrix 6x86, acrescido de instruções MMX,


com clocks maiores e com cache L1 de 64 kB, ao invés dos apenas 16 kB
existentes no 6x86. Foi produzido em várias versões, a partir de 133 MHz
(PR166). Observe entretanto que em todos os processadores da linha 6x86, o
clock não é igual ao índice PR. Por exemplo, o PR266 é apresentado em
duas versões, um com 225 / 75 MHz (clocks interno e externo) e outro com
233 / 66 MHz. A tabela que se segue mostra os valores de clocks usados por
este processador.

Modelo Clock Clock Multiplicador Consumo


interno externo
6x86MX-PR166 133 MHz 66 MHz 2x 17,6 W
6x86MX-PR166 150 MHz 60 MHz 2,5x 18,9 W
6x86MX-PR200 166 MHz 66 MHz 2,5x 20,2 W
6x86MX-PR233 188 MHz 75 MHz 2,5x 21,8 W
6x86MX-PR233 200 MHz 66 MHz 3x 22,9 W
6x86MX-PR266 225 MHz 75 MHz 3x 26,1 W
6x86MX-PR266 233 MHz 66 MHz 3,5x 27,0 W
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-61
Cyrix Media GX
Você não verá esses processadores em PCs comuns, mas sim em notebooks.
Consiste em um 6x86MX acrescido de circuitos normalmente encontrados
em chipsets, como controladores de memória e de disco. Como apresenta
um alto índice de integração de componentes, é ideal para uso em PCs
portáteis. A urna eletrônica utilizada nas eleições brasileiras é na verdade um
PC modificado, equipado com um processador MediaGX.

Cyrix M II
Cerca de 1 ano após o seu lançamento, o 6x86MX teve seu nome mudado
para M II. A troca de nome foi uma manobra de marketing, visando
concorrer com o Pentium II, mais especificamente com o Celeron, ambos da
Intel. Algumas versões mais velozes foram lançadas, mas logo a seguir a
Cyrix começou a declinar, tendo sua participação no mercado cada vez mais
reduzida. A National Semiconductor falhou na tarefa de produzir bons
processadores, e seu terceiro lugar tornou-se cada vez mais distanciado dos
líderes Intel e AMD.

Figura 6.34
Processador Cyrix M II/333.

Sua versão inicial PR300 ainda usava a tecnologia de 0,35 micron, mas novas
versões passaram a utilizar a tecnologia de 0,25 micron, resultando em chips
mais velozes e mais baratos.

Enquanto a AMD tomou um caminho em direção ao mercado de PCs de


alto desempenho, a Cyrix estabeleceu-se no mercado de PCs de médio e
baixo custo. Seus processadores Cyrix M II e 6x866MX foram bons
concorrentes para o Celeron e substitutos naturais para o Pentium MMX.
Dominam a faixa de mercado de processadores com menos de 300 MHz e
6-62 Hardware Total
que custam menos de 100 dólares, muito importantes nos PCs de baixo
custo.

A Cyrix possui modelos com clocks externos de 66, 75, 83 e 100 MHz, e
diferentes multiplicadores. A tabela a seguir apresenta como exemplo, os
clocks usados pelo Cyrix M II.

Modelo Clock Clock Multiplicador Consumo


interno externo
M II / 300 225 MHz 75 MHz 3x 24,9 W
M II / 300 233 MHz 66 MHz 3,5x 25,5 W
M II / 333 250 MHz 83 MHz 3x 27,6 W
M II / 333 250 MHz 100 MHz 2,5x -
M II / 350 300 MHz 100 MHz 3,5x -

OBS: Os dois últimos modelos da tabela estavam previstos para produção,


mas infelizmente isto não ocorreu, inclusive os databooks informam que se
tratam apenas de possíveis modelos a serem lançados, e não de modelos
com lançamento prometido. A época do possível lançamento ocorreu na fase
mais crítica do declínio da Cyrix/National, quando a produção estava sendo
descontunuada.

Como vemos, o Cyrix MII PR333 opera na verdade com o clock interno de
250 MHz. O Cyrix MII PR300 é oferecido em duas versões, uma de 225
MHz e outra de 233 MHz. O índice PR300 significa que o Pentium MMX,
para alcançar desempenho semelhante no processamento de aplicativos de
32 bits do Windows, precisaria operar a 300 MHz.

É errado comparar o Cyrix M-II PR300 com o AMD K6-2/300. Apesar de


ambos terem o “300” em comum, existem diferenças no preço e no
desempenho. O modelo PR300 da Cyrix tem o desempenho equivalente ao
de um AMD K6-2 operando a 233 MHz. É portanto cerca de 20% mais lento
que o AMD-K6-2/300. Infelizmente vemos comparações erradas feitas por
muitos revendedores, indicando o M-II PR300 como sendo de 300 MHz.
Para efeito de comparação com o Pentium MMX, a substituição de PR por
MHz é válida, mas o mesmo não pode ser dito quando é feita comparação
com o Pentium II e com o AMD K6-2.

Em resumo, o M-II PR300 é um processador de 233 (ou 225) MHz, tão veloz
quanto um AMD K6 de 233 MHz, e sensivelmente mais veloz que um
Pentium MMX-300 (lembrando que o Pentium MMX-300 foi produzido
apenas em versões para notebooks), mas com um custo bastante acessível. O
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-63
M-II PR333 é um processador de 250 MHz, com velocidade de
processamento não numérico similar à de um AMD K6-2/233 (o K6-2 ganha
na velocidade de processamento numérico). Foi um processador bastante
adequado aos PCs de baixo custo.

Processador e clock Norton CPUMark32 FPUWinMark


Cyrix MII PR300 85 560 520
6x86MX PR266 75 540 460
6x86MX PR233 64 470 420
6x86MX PR200 60 430 390
6x86 PR200 52 420 380

É interessante observar o desempenho do processador Cyrix M II em


comparação com outros modelos da Cyrix. Assim como ocorre em outras
tabelas de desempenho mostradas neste capítulo, vemos na tabela acima os
índices de desempenho para processamento não numérico medidos com os
programas Norton Sysinfo e WinBench versão 1.0. (CPUMark32). Vemos
também o índice de processamento numérico obtido com o Winbench 1.0.
O 6x86MXPR200 é um pouco mais veloz que o 6x86PR200, graças à sua
cache melhor com 64 kB. Os modelos PR200 e PR266 são um pouco mais
rápidos, como era de se esperar, graças ao aumento do clock. O Cyrix M II
é apenas um pouco mais veloz que o 6x86MX PR300. Aliás, se um M II
PR300 fosse colocado para operar nas mesmas condições do 6x86MXPR266,
os índices de desempenho obtidos seriam exatamente os mesmos, já que
ambos são o mesmo processador, a única diferença foi a troca de nomes.
Deixando de lado o desempenho, o M II apresenta também um consumo
menor, graças à adoção da tecnologia e 0,25 micron.

Processador Cyrix M II
Lançamento 1998
Tecnologia 0,25 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Cache L1 64 kB, unificada
Clock 225-250 MHz
Consumo 25 a 28 W

Outros chips compatíveis com o Pentium


Alguns fabricantes chegaram a produzir processadores similares ao Pentium,
além da Intel, AMD e Cyrix. A IBM e posteriormente a National produziram
processadores Cyrix, antes da empresa ser comprada pela Via Technologies.
6-64 Hardware Total
Outros dois produtores independentes também assumiram uma fatia deste
mercado, porém bem pequena.

Um desses fabricantes foi a IDT. Seu chip IDT C6 (também chamado de


WinChip C6) foi criado para concorrer com o Pentium MMX no mercado
de PCs de baixo custo. O IDT C6 de 200 MHz é discretamente mais lento
que o Pentium-200 MMX, e era mais barato que o AMD-K6 de 200 MHz, e
com preço equivalente ao de um Cyrix 6x86MX de 200 MHz. O grande
mérito do C6 era o seu baixo consumo de corrente, tornando-o um chip
muito indicado para uso em computadores portáteis, que precisam
economizar as baterias.

Figura 6.35
Processador WinChip.

A IDT (Integrated Device Technologies) é tradicional fabricante de


memórias e chips especiais. Criou uma outra empresa, a Centaur
Technologies, voltada para o projeto de chips. A Centaur criou o chip
conhecido hoje como IDT Centaur C6 ou WinChip C6, compatível com o
Pentium MMX com características bem diferentes das dos outros modelos
disponíveis. O C6 é internamente mais simples que outros processadores,
não possui recursos avançados como execução paralela (executar duas ou
mais instruções ao mesmo tempo) nem predição de desvio (branch
prediction), o que o faz perder um pouco de desempenho. Por outro lado,
como não tem todos esses circuitos, é de produção mais simples e mais
barata. Seus circuitos internos possuem outros tipos de recursos que
melhoram o desempenho, apesar de serem simples.

Processador WinChip C6
Lançamento 1998
Tecnologia 0,35 
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-65
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Cache L1 64 kB
Clock 180 a 240 MHz
Consumo 9 a 16 W

A tabela abaixo resume algumas características dos diversos modelos do


WinChip C6.

Modelo Clock interno e Multiplicador Potência Potência


externo a 3,5 V a 3,3 V
C6-180 180 MHz / 60 MHz 3x 11,5 W 9,5 W
C6-200 200 MHz / 66 MHz 3x 13,0 W 10,5 W
C6-255 225 MHz / 75 MHz 3x 14,8 W 11,6 W
C6-240 240 MHz / 60 MHz 4x 15,8 W 12,5 W

Este processador pode ser instalado em praticamente qualquer placa de CPU


compatível com o Socket 7. É preciso regular a sua voltagem para valores 3,3
ou 3,5 volts, ou seja, como se fosse um Pentium P54C Standard ou VRE. O
WinChip C6 não utiliza voltagens diferentes para o núcleo (Core) e
barramento (I/O), como ocorre com os demais processadores modernos.

O desempenho deste processador não é brilhante. Compara-se ao do


Pentium MMX, mas é um pouco mais lento, se levarmos em conta clocks
iguais. Realmente os seus maiores atrativos são o custo mais baixo, e a
baixíssima dissipação de potência, tornando-o uma excelente opção para PCs
portáteis.

Pouco depois a Centaur, divisão da IDT responsável pelo WinChip, lançou a


versão 2. Seus principais melhoramentos foram o clock externo de 100 MHz
(o WinChip original suportava apenas 60, 66 e 75 MHz) e as instruções 3D
Now, similares às do AMD K6-2.

Processador WinChip 2
Lançamento 1999
Tecnologia 0,25 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Cache L1 64 kB
6-66 Hardware Total
Clock PR200 a PR300
Consumo 9 a 16 W

A tabela abaixo mostra as características do WinChip 2.

Modelo Clock interno e Multiplicador Potência Potência


externo a 3,5 V a 3,3 V
200 200 MHz / 66 MHz 3x 12 W 8,8 W
233 233 MHz / 66 MHz 3,5x 13 W 10 W
266 233 MHz / 100 MHz 2,33x 14 W 10,5 W
300 250 MHz / 100 MHz 2,5x 16 W 11,8 W

A Centaur chegou a projetar o WinChip 3, mas este jamais entrou em


produção. Estavam previstos clocks maiores, uma cache L1 de 128 kB (64 kB
para código e 64 kB para dados) e o uso de tensões internas maiores, assim
como ocorre com os demais processadores modernos. Com 2,8 volts internos
o consumo da versão mais veloz (WinChip 3-333) seria inferior a 9,5 watts, e
com a alimentação de 2,2 volts, o consumo seria menor que 5 watts.

A IDT vendeu a Centaur para a Via Technologies. A Via reuniu as equipes


da Centaur e da Cyrix (vendida pela National). Juntas essas equipes
passaram a trabalhar nos novos processadores da Via, como o Cyrix III.

Uma outra empresa, a Rise Technologies, chegou a ameaçar a entrada no


mercado de processadores, com o seu chip Rise mP6. Era um chip também
compatível com o Pentium MMX, e sua idéia era brigar no mercado de
chips de baixo custo e baixo consumo de energia. Foi lançado nas versões
de 166, 233 e 266 MHz, ficando no mesmo nível que o WinChip C6. Sua
participação no mercado foi ínfima, e logo desapareceu.

Resumo
Todos os processadores citatos nesta seção são compatíveis com o Pentium,
portanto possuem várias características semelhantes. Todos operam com 32
bits internos, 64 bits externos e barramento de endereços com 32 bits,
podendo endereçar até 4 GB de memória. Todos eles possuem unidades de
ponto flutuante integradas ao seu núcleo. Existem entretanto diferenças nos
tamanhos das caches L1 e nos nos conjuntos de instruções (MMX, 3D Now,
por exemplo). Também chama atenção a cache L2 do K6-III, que é
integrada ao processador.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-67
Processador Bits Bits Memória Clock Cache Recursos
internos e de máxima máximo L1
externos endereço
Pentium P54C 32 / 64 32 4 GB 200 MHz 16 kB -
Pentium MMX 32 / 64 32 4 GB 300 MHz 32 kB MMX
AMD K5 32 / 64 32 4 GB PR166 24 kB -
AMD K6 32 / 64 32 4 GB 300 MHz 64 kB MMX
AMD K6-2 32 / 64 32 4 GB 550 MHz 64 kB MMX, 3D Now
AMD K6-III 32 / 64 32 4 GB 450 MHz 64 kB * MMX, 3D Now
Cyrix 6x86 32 / 64 32 4 GB PR200 16 kB -
Cyrix 6x86MX 32 / 64 32 4 GB PR266 64 kB MMX
Cyrix M II 32 / 64 32 4 GB PR333 64 kB MMX
Winchip C6 32 / 64 32 4 GB PR200 64 kB MMX
Winchip 2 32 / 64 32 4 GB PR300 64 kB MMX, 3D Now
Rise mP6 32 / 64 32 4 GB 266 MHz 64 kB MMX

* OBS: O K6-III é o único deste grupo que possui, além da cache L1, uma
cache L2 integrada ao seu núcleo, com 256 kB.

Arquitetura P6
Estudaremos agora os processadores de 6a geração produzidos pela Intel. Seu
primeiro processador foi o Pentium Pro, lançado em 1995. Processadores de
6a geração foram bastante utilizados a partir de 1998, e ainda em 2001 eram
populares. São os seguintes processadores:

 Pentium Pro
 Pentium II
 Pentium II Xeon
 Celeron
 Pentium III
 Pentium III Xeon

Apesar de tantos anos separarem os modelos antigos e os mais novos desta


família, todos utilizam um núcleo similar, baseado na chamada arquitetura
P6. Obviamente vários melhoramentos foram introduzidos ao longo dos
anos, visando obter melhor desempenho. Apenas no final do ano 2000, com
o lançamento do Pentium 4, os processadores de 6a geração da Intel
começaram a dar lugar a uma arquitetura mais moderna.

Pentium Pro
O Pentium Pro foi o primeiro processador de 6a geração lançado pela Intel.
Inicialmente chamado de P6, foi lançado em 1995, voltado para o mercado
de servidores. Este processador opera com 32 bits, e utiliza memórias de 64
6-68 Hardware Total
bits, da mesma forma como ocorre com o Pentium. Seu projeto foi otimizado
para realizar processamento de 32 bits, sendo neste tipo de aplicação, mais
veloz que o Pentium comum. Entretanto, perde para o Pentium ao realizar
processamento de 16 bits, comum em muitos programas do Windows e nos
jogos para MS-DOS, comuns na época do seu lançamento. Desta forma o
Pentium Pro não poderia ser usado de forma eficiente e competitiva para os
PCs de uso pessoal.

Figura 6.36
Núcleo do Pentium Pro, com seus 5,5
milhões de transistores.

Sua eficiência em processamento de 32 bits, aliada à capacidade


multiprocessamento (vários Pentium Pro operando em conjunto) e melhor
desempenho com quantidades elevadas de memória, fizeram com que o seu
uso fosse direcionado para servidores de alto desempenho, baseados
principalmente no Windows NT. O mercado de PCs domésticos e para
pequenos escritórios continuou sendo dominado pelo Pentium e pelo
Pentium MMX, entre 1995 e 1998.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-69
Figura 6.37
Processador Pentium Pro. Vemos o
detalhe do processador, com o núcleo e a
cache L2.

Processador Pentium Pro


Lançamento 1995
Transistores no núcleo 5.500.000
Tecnologia do núcleo 0,35 
Transistores na cache de 256 kB 15.500.000 (0,6 )
Transistores na cache de 512 kB 31.000.000 (0,35 )
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 36 bits
Capacidade de endereçamento 64 GB
Clock 150 a 200 MHz
Consumo 29 a 38 W
Cache L1 16 kB
Cache L2 256 kB ou 512 kB

O Pentium Pro era muito caro, e um dos motivos do preço elevado era a sua
cache L2 de 256 kB ou 512 kB integrada ao processador (coisa que na época
era difícil de ser implementada com baixo custo). A maioria dos
computadores usados entre 1995 e 1998 usavam muitos programas de 16
bits, e neste tipo de programa o Pentium comum e o Pentium MMX eram
mais eficientes. O Pentium Pro por sua vez era mais eficiente apenas para
processar instruções de bits, sendo menos eficiente para 16 bits.

Apesar de não ter sido muito conhecido pelos usuários comuns, o Pentium
Pro deu origem aos populares Pentium II, Celeron e Pentium III. Sua
microarquitetura P6, foi integralmente utilizada no Pentium II, após sofrer
modificações nas caches L1 e L2. A Intel passou a oferecer o Pentium II
(1997) e o Celeron (1998) para os computadores pessoais, e o Pentium II
Xeon para servidores (uma versão com cache L2 mais rápida e em maior
quantidade). O Pentium II Xeon, abordado mais adiante neste capítulo, foi o
substituto do Pentium Pro para uso em servidores.

A tabela abaixo mostra algumas características do Pentium Pro.


6-70 Hardware Total

Modelo Clock interno e Multiplicador Potência


externo
150 MHz, 256k L2 150 MHz / 60 MHz 2,5x 29,2 W
166 MHz, 512k L2 166 MHz / 66 MHz 2,5x 35 W
180 MHz, 256k L2 180 MHz / 60 MHz 3x 31,7 W
200 MHz, 256k L2 200 MHz / 66 MHz 3x 35 W
200 MHz, 512k L2 200 MHz / 66 MHz 3x 37,9 W

Overdrives para Pentium Pro


O Pentium Pro utilizava um tipo especial de soquete, chamado Socket 8. Foi
tomado como base para a construção do Pentium II. Entretanto pouco
depois do lançamento do Pentium II e do Pentium II Xeon (processadores
mais avançados baseados na arquitetura P6), a Intel parou de lançar novos
modelos do Pentium Pro, estacionando na marca de 200 MHz. Para permitir
o aumento de desempenho em computadores baseados no Pentium Pro, a
Intel criou Overdrives para esta plataforma. Internamente esses Overdrives
eram Pentium II, mas externamente eram compatíveis com o Socket 8. Com
eles era possível trocar o Pentium Pro 150 ou 180 para uma versão de 300
MHz, e trocar o Pentium Pro 166 e 200 poe uma versão de 333 MHz.

Produto Código Pinos Soquete Voltagem Aplicação


Pentium® II UBPODP66X333 387 Socket 8 3.3V Substituir o Pentium Pro/150 e o
OverDrive® Pentium Pro/180 por um Pentium
Processor II/300.
Substituir o Pentium Pro/166 e o
Pentium Pro/200 por um Pentium
II/333.

Pentium II
Podemos considerar o Pentium II como um “relançamento” do Pentium Pro,
com novas características, sendo as principais delas:

Encapsulamento – Passou a utilizar um formato de cartucho chamado


SECC. No interior deste cartucho metálico existe uma pequena placa
contendo o processador e os chips de memória SRAM que formam a cache
L2 de 512 kB.

Novo conector – Ao invés de utilizar o tradicional Socket 7, utiliza o Slot 1.


Trata-se de um conector linear, parecido com os slots das placas de CPU.
Seus sinais digitais são derivados do Socket 8, usado no Pentium Pro.

MMX – As novas instruções introduzidas no Pentium MMX vieram para


ficar, e foram adicionadas à arquitetura P6 usada no Pentium II.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-71

Cache L2 – Ao contrário da cache L2 de 256 kB instalada no mesmo


substrato (a base do chip) que o processador Pentium Pro, o Pentium II
utiliza uma cache L2 formada por chips SRAM totalizando 512 kB, instalados
em uma placa de circuito.

Cache L1 – Passou a ter 32 kB, contra apenas 16 kB do Pentium Pro.

Otimizações para 16 bits – O microcódigo do Pentium Pro, otimizado para


aplicações de 32 bits foi aumentando, passando a executar também com
mais eficiência as aplicações de 16 bits, de uso bastante comum nos PCs para
uso pessoal.

Figura 6.38
Processador Pentium II.

As modificações na cache L2, que passou a ser formada por chips


independentes, possibilitaram a redução no custo de produção. Este era um
processador destinado ao grande público, e não somente para os servidores,
por isso seu custo deveria ser reduzido.
6-72 Hardware Total
Figura 6.39
Núcleo do Pentium II, com seus 7,5
milhões de transistores.

O uso do formato de cartucho pelo Pentium II tinha como principal motivo,


a necessidade de acomodar o chip propriamente dito, além dos chips de
memória SRAM que formavam a cache L2. Isso fazia com que este formato
fosse o ideal. Sendo totalmente metálico e termicamente acoplado ao
processador, também facilitava bastante a dissipação do calor.

Processador Pentium II
Lançamento 1997
Transistores no núcleo 7.500.000
Tecnologia do núcleo 0,35  / 0,25 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 36 bits
Capacidade de endereçamento 64 GB
Clock 233 a 450 MHz
Consumo 19 a 43 W
Cache L1 32 kB
Cache L2 512 kB

O Pentium II introduziu um recurso chamado arquitetura DIB (Dual


Independent Bus). Consiste em usar circuitos independentes para acesso à
cache L2 e para o barramento externo. Enquanto o barramento externo
opera com 66 MHz, a cache de nível 2 opera com a metade do clock interno
do processador, usando um barramento independente. Desta forma, ambos
os barramentos podem trabalhar de forma simultânea. Por exemplo, em um
Pentium II de 400 MHz, a cache de nível 2 opera a 200 MHz. É o triplo da
velocidade de acesso à cache externa no Pentium MMX, e da maioria dos
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-73
processadores compatíveis, como os da família K6. Sua cache interna possui
32 kB, sendo 16 kB para instruções e 16 kB para dados.

Figura 6.40
Identificação da voltagem do
processador.

Uma das características interessantes introduzidas no do Pentium II e


mantida nos processadores mais modernos é a sua capacidade de informar a
sua voltagem de funcionamento do núcleo interno. Dependendo da versão
do Pentium II, este núcleo poderá operar com 2.0 ou 2.8 volts. Felizmente o
usuário não precisa se preocupar em configurar esta voltagem. O Pentium II
e o Slot 1 (assim como o Socket 370, e Slot A, o Socket A e outros
conectores mais modernos) apresentam 5 sinais chamados VID4, VID3,
VID2, VID1 e VID0 (VID=Voltage Indentification). Através desses sinais, o
Pentium II controla diretamente o regulador de voltagem da placa de CPU
para que gere a tensão apropriada. Este sistema é muito melhor que o
utilizado pelo Socket 7, no qual o usuário precisava configurar manualmente
a voltagem de acordo com o processador a ser usado, através de jumpers da
placa de CPU. A figura 40 mostra os valores de voltagem que podem ser
gerados para o Pentium II por este processo. Não se preocupe com esta
configuração, ela é feita automaticamente pelo processador e pela placa de
CPU. Note que a tabela da figura 40 aplica-se apenas ao Pentium II.
Processadores mais modernos utilizam outras convenções, com a maioria das
tensões entre 1 e 2 volts.

Assim como ocorre com qualquer processador moderno, o clock interno do


Pentium II é obtido através da multiplicação do clock externo por um fator
que é programado através de 4 dos seus pinos. As combinações desses sinais
prevêem até o multiplicador 9x, que resulta no clock interno de 900 MHz, ao
ser usado o barramento externo de 100 MHz. Nem todos esses
multiplicadores são suportados para qualquer processador. As primeiras
6-74 Hardware Total
versões do Pentium II suportam os multiplicadores 3,5x / 4x / 4,5x / 5x. Para
evitar falsificações baseadas em overclock, a Intel resolveu “travar” os
multiplicadores internos. Isto significa que cada processador utiliza seu
próprio multiplicador interno, adequado ao seu clock, e o usuário não pode
alterar o multiplicador como fazia nas placas de CPU para Socket 7. A
maioria dos processadores atuais também utilizam multiplicadores travados.

O Pentium II sofreu evoluções durante seu período de produção.


Inicialmente era utilizada a tecnologia de 0,35 , e posteriormente foi
adotada a tecnologia de 0,25 . O resultado imediato foi a redução da
dissipação de calor. Além disso, as primeiras versões operavam com
barramento externo de 66 MHz, passando a usar posteriormente o
barramento externo de 100 MHz. A tabela que se segue resume algumas
características das várias versões do Pentium II.

Modelo Clock interno Multiplicador Potência


e externo
233 MHz, 0,35  233 MHz / 66 MHz 3,5x 34,8 W
266 MHz, 0,35  266 MHz / 66 MHz 4x 38,2 W
266 MHz, 0,25  266 MHz / 66 MHz 4x 19,5 W
300 MHz, 0,35  300 MHz / 66 MHz 4,5x 43,0 W
333 MHz, 0,25  333 MHz / 66 MHz 5x 23,7 W
350 MHz, 0,25  350 MHz / 100 MHz 3,5x 24,5 W
400 MHz, 0,25  400 MHz / 100 MHz 4x 27,9 W
450 MHz, 0,25  450 MHz / 100 MHz 4,5x 31,4 W

Note como a adoção da tecnologia de 0,25  resultou em uma excepcional


redução no consumo elérico, em comparação com a tecnologia de 0,35 . O
modelo de 266 MHz / 0,35 , por exemplo, dissipava 38,2 W, enquanto o
modelo de 266 MHz / 0,25  dissipava apenas 19,5 W, praticamente a
metade. Como sempre ocorre com processadores recém lançados, as
primeiras versões utilizam a tecnologia de fabricação da geração anterior.
Com um número bem maior de transistores, a dissipação de calor é bastante
elevada. Pouco tempo depois (no caso do Pentium II foram 8 meses de
diferença) são lançadas as novas versões com a nova tecnologia de
fabricação, com maiores clocks, menor dissipação de calor e menor custo.
Quem compra um processador de uma nova família recém lançada sempre
corre o risco de pagar caro e ter um PC com grande aquecimento.

O Pentium II e a arquitetura de memória DIB


Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-75
Na verdade foi o Pentium Pro o primeiro processador a utilizar esta
arquitetura, mantida no Pentium II e em todos os processadores modernos,
não somente os da Intel. Até o Pentium MMX e compatíveis, a memória
DRAM e a memória cache L2 externa eram ligadas no mesmo barramento.
Isto tornava o tráfego de dados mais congestionado, pois um único
barramento de 64 bits era utilizado, ora para o processador receber dados da
cache L2, ora para receber dados da memória DRAM. O outro
inconveniente era que pelo fato de ambas as memórias utilizarem o mesmo
barramento, seuas velocidades deveriam ser iguais. Com a DRAM operando
a 66 MHz, a cache L2 também operava a 66 MHz. É claro que a cache L2
utiliza chips mais rápidos, capazes de realizar cada transferência em um
único ciclo, enquanto a DRAM necessitava de mais ciclos. Mesmo assim era
um inconveninete não poder usar clocks mais elevados para a cache L2.

*** 35% ***


Figura 6.41
Arquitetura DIB em um Pentium II/300.

A arquitetura DIB (Dual Independent Bus) para acessos à memória consiste


em utilizar dois barramentos de dados independentes (figura 41), sendo um
para a DRAM e o outro para a cache L2. Desta forma a cache L2 poderia
operar com um clock mais elevado, resultando em maior desempenho. No
Pentium II, o clock da cache L2 era igual à metade do clock do núcleo do
processador. Em um Pentium II/300, por exemplo, a cache L2 operava com
150 MHz (sempre a metade da freqüência do núcleo), enquanto a DRAM
operava com apenas 66 MHz. Em processadores que não usavam a
arquitetura DIB (modelos mais antigos), a cache L2 e a memória DRAM
compartilhavam o mesmo barramento, com o mesmo clock.

O Pentium II e o barramento de 100 MHz


Pouco tempo depois da chegada ao mercado dos processadores Pentium II
de 300 e 333 MHz, a Intel já estava em condições de evoluir para os 400
MHz. O problema era o barramento externo ainda limitado a 66 MHz.
Memórias SDRAM mais rápidas para suportar maiores clocks já existiam,
faltava apenas concluir o projeto do chipset i440BX, que opera com 100
MHz. As novas versões do Pentium II (a partir de 350 MHz) eram capazes
de operar com 100 MHz externos. Note que não é permitido partir de um
6-76 Hardware Total
Pentium II mais antigo, feito para operar externamente em 66 MHz, e fazer a
sua instalação em uma placa de CPU equipada com o i440BX. Se isto for
feito, o Pentium II não funcionará, ou apresentará comportamento errático.
Ficaram portanto disponíveis as seguintes versões do Pentium II:

233, 266, 300 e 333 MHz: operam com clock externo de 66 MHz
350, 400 e 450 MHz: operam com clock externo de 100 MHz

A partir de então todos os novos processadores passaram a utilizar clocks de


100 MHz e superiores.

Pentium II Xeon
Esta é uma versão especial do Pentium II, porém otimizada para uso em
servidores e outros computadores que necessitem de desempenho mais
elevado. Suas principais características avançadas foram posteriormente
incorporadas em processadores mais novos, como o Pentium III e superiores.

Figura 6.42
Pentium II Xeon. No detalhe vemos a
placa existente no seu interior. A parte
mais próxima do conector é o
processador, e o chip na parte superior
da placa é a cache L2.

O Pentium II Xeon utiliza um slot parecido com o do Pentium II, mas não
idêntico. Enquanto o Pentium II usa o chamado Slot 1, o Pentium II Xeon
usa o chamado Slot 2. Não podemos instalar um Pentium II Xeon em placas
de CPU para Pentium II, nem vice-versa. No interior do Pentium II Xeon
encontramos, além do núcleo do processador, chips de memória SRAM
extremamente velozes para formar a cache L2. Esta cache opera com a
mesma freqüência do núcleo do processador (lembre-se que no Pentium II, a
cache L2 opera com a metade da freqüência do núcleo). Foram produzidas
versões com caches L2 de 512kB, 1 MB e 2 MB. Portanto em um Pentium II
Xeon de 400 MHz, a cache L2 opera com 400 MHz, e não apenas com 200
MHz como no Pentium II. Além disso, o barramento externo opera com 100
MHz. Não foram lançadas versões do Pentium II Xeon com barramentos de
66 MHz.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-77

Processador Pentium II Xeon


Lançamento 1998
Transistores no núcleo 7.500.000
Tecnologia do núcleo 0,25 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 36 bits
Capacidade de endereçamento 64 GB
Clock 400 e 450 MHz
Consumo 30 a 47 W
Cache L1 32 kB
Cache L2 512 kB, 1 MB ou 2 MB

Muitas placas de CPU para este processador possuem dois slots, permitindo
a instalação de dois processadores, um recurso útil em servidores e
suportado por sistemas operacionais apropriados, como o Windows NT. É
possível conectar até 4 processadores Pentium II Xeon, utilizando placas de
CPU apropriadas.

Modelo Clock interno Multiplicador Potência


Clock/cache L2 e externo
400 MHz / 512kb 400 MHz / 100 MHz 4x 30,8 W
400 MHz / 1 MB 400 MHz / 100 MHz 4x 38,1 W
450 MHz / 512kb 450 MHz / 100 MHz 4,5x 34,5 W
450 MHz / 1 MB 450 MHz / 100 MHz 4,5x 42,8 W
450 MHz / 2 MB 450 MHz / 100 MHz 4,5x 46,7 W

Note que o Pentium II Xeon tem características bem semelhantes às do


Pentium II, como a cache L1 de 32 kB, as instruções MMX e os clocks de
até 450 MHz (sendo 100 MHz externos). As principais diferenças ficam por
conta da cache L2 maior e mais rápida, e ainda a possibilidade de operação
em grupos de 4, características que tornam este processador indicado para o
mercado de servidores e para PCs de altíssimo (na época) desempenho.

Celeron
Partindo do Pentium II, lançado em 1997, a Intel lançou em 1998 dois novos
processadores. O Pentium II Xeon era voltado para PCs de altíssimo
desempenho e servidores, enquanto o Celeron era um modelo para PCs
simples. A principal diferença está nas caches L2:

Processador Cache L2
Pentium II 512 kB, operando com a metade do clock do núcleo
Pentium II Xeon 512 kB, 1 MB e 2 MB, operando na freqüência do núcleo
6-78 Hardware Total
Celeron Sem cache L2

Isso mesmo. Enquanto no Pentium II Xeon, o recurso utilizado para


melhorar o desempenho foi aumentar a quantidade e a velocidade da cache
L2, no Celeron a cache L2 foi simplesmente eliminada. Como operava
apenas com seus 32 kB de cache L1, o Celeron era bem mais lento que o
Pentium II. Um Celeron de 266 MHz, por exemplo, chegava a perder para o
Pentium MMX/233 em termos de desempenho. Por isso alguns usuários
maldosos o apelidaram de “Lentium”. Um outro fator que prejudicava o seu
desempenho era o barramento externo de 66 MHz, usado mesmo na época
em que o Pentium II já operava com 100 MHz externos, e que o Pentium III
operava com 100 e 133 MHz externos.

Este processador pode ser instalado nas mesmas placas de CPU projetadas
para o Pentium II. O Celeron era uma alternativa barata em relação ao
Pentium II, apesar de não apresentar vantagens em relação aos outros
processadores para a sua faixa de preço, produzidos pela AMD e Cyrix.
Pouco depois o Celeron sofreu melhoramentos e passou e incluir uma cache
L2 de 128 kB. Apesar de ser 4 vezes menor que os 512 kB da cache L2 do
Pentium II, a cache L2 da nova versão do Celeron (chamada inicialmente de
Celeron-A) era integrada ao núcleo, e não formada por chips de memória
isolados. Esta nova versão do Celeron foi o primeiro processador a integrar a
cache L2 diretamente no núcleo, e operando com plena freqüência. Isto
siginfica que o Celeron-A/300 tinha a cache L2 operando a 300 MHz, e não
com os 150 MHz do Pentium II/300.

Figura 6.43
Uma das primeiras versões do Celeron,
ainda usando o encapsulamento SEPP
para Slot 1.

Explicando de forma simples, o primeiro Celeron era um Pentium II


desprovido de cache L2, alojado em uma placa compatível com o Slot 1,
mas sem o encapsulamento metálico. A primeira versão do Celeron operava
com o clock interno de 266 MHz e externo de 66 MHz.

Processador Celeron
Lançamento 1998
Transistores 7.500.000 (sem L2) / 19.000.000 (128 kB L2)
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-79
Tecnologia 0,25  / 0,18 
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de endereçamento 4 GB
Clock 266 MHz a 900+ MHz
Consumo 14 a 27 W
Cache L1 32 kB
Cache L2 0 kB (antigos), 128 kB (novos)

Como o primeiro Celeron era desprovido do cartucho metálico encontrado


no Pentium II, para fazer a sua instalação era preciso adquirir um cartucho
metálico ou um mecanismo de retenção apropriado. O nome do soquete é
“Slot 1”, mas o nome do encapsulamento do Celeron é o SEPP (Single Edge
Processor Package).

O próximo passo na evolução do Celeron foi a mudança de formato. A Intel


criou um novo soquete chamado Socket 370, com os mesmos sinais digitais
do Slot 1, porém com formato similar aos usados nos processadores mais
antigos. Seu soquete é do tipo ZIF. Este encapsulamento é chamado de
PPGA (Plastic Pin Grid Array).

Figura 6.44
Processador Celeron PPGA - Socket 370.

Mesmo depois do lançamento do Pentium III, o Celeron continuou sendo


uma versão reduzida do Pentium II, com menos cache L2. Portanto não
possuía os recursos avançados do Pentium III. Apenas a partir da versão
chamada “Mendocino”, o Celeron passou a ser, não uma versão reduzida do
Pentium II, mas sim do Pentium III. Passou também a utilizar o
6-80 Hardware Total
encapsulamento FP-PGA (Flip-Chip Pin Grid Array), o mesmo das versões
mais recentes do Pentium III.

Figura 6.45
Celeron com encapsulamento FC-PGA.

Resumindo, o Celeron foi produzido em três versões:


1) Sem cache L2, com encapsulamento SEPP (65)
2) Com cache L2 de 128 kB, em encapsulamentos SEPP e PPGA (66)
3) Com cache L2 de 128 kB, núcleo de Pentium III, FC-PGA (68)

Os números indicados ao lado são obtidos com o programa CPUID,


fornecido pela Intel, para a identificação dos seus processadores. A tabela
que se segue mostra os clocks nas quais essas versões foram produzidas:

Modelo CPUID Clock interno Multiplicador Cache Consumo


e externo L2
266 65 266 MHz / 66 MHz 4x - 16,6 W
300 65 300 MHz / 66 MHz 4,5x - 18,4 W
300A 66 300 MHz / 66 MHz 4,5x 128 kB 18,4 W
333 66 333 MHz / 66 MHz 5x 128 kB 19,7 W
366 66 366 MHz / 66 MHz 5,5x 128 kB 21,7 W
400 66 400 MHz / 66 MHz 6x 128 kB 23,7 W
433 66 433 MHz / 66 MHz 6,5x 128 kB 24,1 W
466 66 466 MHz / 66 MHz 7x 128 kB 25,6 W
500 66 500 MHz / 66 MHz 7,5x 128 kB 27,0 W
533 66 533 MHz / 66 MHz 8x 128 kB 28,3 W
533A 68 533 MHz / 66 MHz 8x 128 kB 14,0 W
566 68 566 MHz / 66 MHz 8,5x 128 kB 14,9 W
600 68 600 MHz / 66 MHz 9x 128 kB 19,6 W
633 68 633 MHz / 66 MHz 9,5x 128 kB 20,2 W
666 68 666 MHz / 66 MHz 10x 128 kB 21,1 W
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-81
700 68 700 MHz / 66 MHz 10,5x 128 kB 21,9 W
733 68 733 MHz / 66 MHz 11x 128 kB 22,8 W
766 68 766 MHz / 66 MHz 11,5x 128 kB 23,6 W
800 68 800 MHz / 100 MHz 8x 128 kB 24,5 W
850 68 850 MHz / 100 MHz 8,5x 128 kB 25,7 W
900 68 900 MHz / 100 MHz 9x 128 kB 26,7 W

Como vimos, os processadores Celeron foram lançados em diversas versões


(ID=65, ID=66 e ID=68), modelos antigos sem cache L2 e modelos
subseqüentes com cache L2 de 128 kB. Modelos novos com barramento
externo de 100 MHz e modelos anteriores com barramento de 66 MHz.
Modelos com encapsulamento SEPP, PPGA e FC-PGA, modelos com
tecnologias de 0,25  e de 0,18 , modelos com diferentes valores de tensões
de alimentação. Por isso encontramos muitas diferenças entre a potência
dissipada por esses processadores, mesmo levando em conta modelos de
clocks iguais. Na tabela acima usamos como referência para potência
dissipada, sempre o valor mais alto entre os modelos disponíveis.

Um grande problema do Celeron é o seu barramento externo de 66 MHz, o


que o prejudica bastante o seu desempenho. A cache L2 de apenas 128 kB,
contra 256 kB do Pentium III, também reduz o desempenho, mas a sua
privação de funcionar com clocks externos de 100 ou 133 MHz, como ocorre
com o Pentium III, penaliza ainda mais o desempenho. Finalmente a partir
da versão de 800 MHz, a Intel passou a utilizar nesses processadores, o clock
externo de 100 MHz. Ao final do ano 2000, o Celeron ainda estava em plena
produção, e com novos modelos lançados, por isso seria justo não incluí-lo
neste capítulo, que trata apenas de processadores descontinuados. Ocorre
que a Intel tem planos de tornar o Pentium 4 seu principal processador de 32
bits, e deixar o Pentium III para aplicações mais simples de 32 bits (assim
como o Itanium será o modelo mais avançado, para 64 bits). Desta forma o
Pentium III logo substituirá o Celeron como modelo mais simples, para uso
em PCs mais baratos. O Celeron será portanto em breve descontinuado.

Resumo
Vamos apenas apresentar uma tabela que resume algumas características dos
processadores de arquitetura P6 estudados até agora.

Processador Bits Bits de Memória Cache Cache L2


Internos/ endereço máxima L1
externos
Pentium Pro 32 / 64 36 64 GB 16 kB 256, 512, 1 MB
Celeron 32 / 64 32 4 GB 32 kB 0, 128 kB
6-82 Hardware Total
Pentium II 32 / 64 36 64 GB 32 kB 512 kB
Pentium II 32 / 64 36 64 GB 32 kB 512 kB, 1 MB, 2 MB
Xeon

Miniaturização e número de transistores


O avanço dos processadores, que têm ficado cada vez mais poderosos e mais
complexos é devido principalmente ao aumento do número dos transistores
que formam seus circuitos. Este aumento, por sua vez, é possível graças à sua
miniaturização. A tabela abaixo mostra os principais processadores lançados
pela Intel e AMD nos últimos anos, o tamanho inicial e o número de
transistores de cada um deles.

Processador Lançamento Tecnologia Transistores


4004 1971 10  2.300
8008 1972 10  3.500
8080 1974 6 6.000
8085 1976 3 6.500
8086 1978 3 29.000
286 1982 1,5  134.000
386 1985 1,5  275.000
486DX 1989 1 1.200.000
486DX4 1994 0,6  1.600.000
Pentium 1993 0,8  3.100.000
Pentium Pro 1995 0,35  5.500.000
AMD K5 1996 0,35  4.300.000
Pentium MMX 1997 0,35  4.500.000
AMD K6 1997 0,35  8.800.000
Pentium II 1997 0,35  7.500.000
AMD K6-2 1998 0,25  9.300.000
Pentium III 1999 0,25  9.500.000
Pentium IIIE 2000 0,18  24.000.000
AMD K6-III 1999 0,25  21.000.000
AMD Athlon 1999 0,25  22.000.000
AMD Athlon T-Bird 2000 0,18  37.000.000
AMD Duron 2000 0,18  25.000.000
Pentium 4 2000 0,18  42.000.000

A partir de 2001, novos processadores passarão a utilizar a tecnologia de


0,13, resultando em menores custos, menor dissipação de calor e obviamente
circuitos mais complexos. A adoção desta tecnologia é necessária para possibilitar a
produção de processadores superiores a 1000 MHz com baixa dissipação de calor.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-83
//// FIM ////////

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