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FRUTOS DOS CERRADOS

REPORTAGEM
Preservação gera muitos frutos
Maria Fernanda Diniz Avidos
Lucas Tadeu Ferreira

Os cerrados possuem 204 milhões de hectares e grande diversificação de fauna e flora


Fotos: José Antônio da Silva

Brasil possui cerca de como uma espécie de “patinho feio”, ção de alimentos do país, contribuindo
trinta por cento das es- região de solos pobres e pouco férteis, com mais de 25% da produção nacio-
pécies de plantas e de que não despertavam muito interesse nal de grãos alimentícios, além de
animais conhecidas no nos agricultores e nos órgãos de defe- abrigar mais de 40% do rebanho bovi-
mundo, que estão distri- sa ambiental. no do país.
buídas em seus diferentes ecossiste- A partir dos anos 60, com a trans- Apesar das limitações impostas ao
mas. É o país detentor da maior diver- ferência da capital federal do Rio de crescimento e ao desenvolvimento das
sidade biológica do planeta. A região Janeiro para Brasília, localizada no plantas pelo regime de chuvas e pelas
dos cerrados, com seus 204 milhões de coração dos cerrados, com a constru- características do solo, o ecossistema
hectares – aproximadamente 25% do ção de estradas e com a adoção da cerrados apresenta surpreendente va-

território nacional – apresenta grande política de interiorização e de integra- riabilidade de espécies. Distinguem-
diversificação faunística e florística em ção nacional, essa região foi inserida se, nessa região, mais de 40 tipos
suas diferentes fisionomias vegetais. no contexto da produção de alimentos fisionômicos de paisagens, dentre es-
Até meados deste século, essa re- e de energia. Dessa maneira, de pe- ses o cerrado, o cerradão, o campo
gião, que abrange principalmente os quena atividade agrícola de subsistên- limpo, o campo sujo, a vereda, a mata
estados de Minas Gerais, Goiás, Mato cia e criação extensiva de gado, a de galeria e a mata calcárea. Essa
Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocan- região passou a contribuir com grande vegetação, ainda pouco estudada, apre-
tins, Bahia, Maranhão, Piauí e Distrito parte da produção de grãos e a abrigar senta grande potencial alimentar, ma-
Federal, era considerada secundária expressivo número do rebanho bovi- deireiro, combustível, agroindustrial,
para a produção agrícola. Naquele no do país. forrageiro, medicinal e ornamental.
período, em que o mundo inteiro Hoje, graças ao desenvolvimento
voltava a atenção para a Amazônia, de pesquisas e tecnologias que viabi- Fruteiras nativas
preocupado com a devastação do que lizaram a sua utilização em bases eco-
se costumava chamar de “o pulmão do nômicas, a região dos cerrados é um As fruteiras nativas ocupam lugar
mundo”, os cerrados apareciam assim dos mais importantes pólos de produ- de destaque no ecossistema do cerra-

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do e seus frutos já são comercializados FIG. 1. Área de Cerrado degradada. Apesar da existência de leis de
em feiras e com grande aceitação Ausência de práticas de conservação proteção à fauna, à flora e ao uso do
popular. Esses frutos apresentam sa- do solo e presença de voçorocas e solo e água, elas são ignoradas pela
bores sui generis e elevados teores de açoriamento de vereda maioria dos agricultores, que utilizam
açúcares, proteínas, vitaminas e sais esses recursos naturais erroneamente,
minerais e podem ser consumidos in na expectativa de maximizarem seus
natura ou na forma de sucos, licores, lucros. Neste cenário, o ecossistema
sorvetes, geléias etc. Hoje, existem cerrado tem sido agredido e depreda-
mais de 58 espécies de frutas nativas do pela ação do fogo e dos tratores,
dos cerrados conhecidas e utilizadas colocando em risco de extinção várias
pela população da região e de outros rodovias a preços competitivos e al- espécies de plantas, entre elas algu-
estados. cançando grande aceitação popular. mas fruteiras nativas, antes mesmo de
O consumo das frutas nativas dos Observa-se, hoje, a existência de mer- serem classificadas pelos pesquisado-
cerrados, há milênios consagrado pe- cado potencial e emergente para as res.
los índios, foi de suma importância
para a sobrevivência dos primeiros
desbravadores e colonizadores da re-
gião. Através da adaptação e do desen-
volvimento de técnicas de beneficia-
mento dessas frutas, o homem elabo-
rou verdadeiros tesouros culinários
regionais, tais como licores, doces,
geléias, mingaus, bolos, sucos, sorve-
tes e aperitivos. O interesse por essas
frutas tem atingido diversos segmen-
tos da sociedade, entre os quais desta-
cam-se agricultores, industriais, do-
nas-de-casa, comerciantes, instituições
de pesquisa e assistência técnica, coo-
perativas, universidades, órgãos de
saúde e de alimentação, entre outros.
O interesse industrial pelas frutas
nativas dos cerrados foi intensificado FIG. 2. Desmatamento irracional, FIG. 3. Comercialização de frutos
após os anos 40. A mangaba, por onde nem as plantas jovens são de araticum, oriundos de explora-
exemplo, foi intensivamente explora- poupadas. Seu principal destino é ção extrativista e predatória, às
da durante a Segunda Guerra Mundial, a carvoaria margens das estradas da região
para exploração de látex. O babaçu e
a macaúba foram bastante estudados frutas nativas do cerrado, a ser melhor A destruição de plantas e animais e
na década de 70, em decorrência da explorado pelos agricultores, pois todo a poluição do solo, dos rios e da
crise de petróleo, e mostraram grandes o aproveitamento desses frutos tem atmosfera vêm ocorrendo em proces-
possibilidades para utilização em mo- sido feito de forma extrativista e pre- so acelerado, o que certamente com-
tores de combustão, em substituição datória. prometerá de maneira significativa as
ao óleo diesel. O pequi já foi industri-
alizado, sendo o seu óleo enlatado e FIG. 4. Frutos de pequi
comercializado. A polpa e o óleo da (Caryocar brasiliense Camb.)
macaúba são utilizados na fabricação
de sabão de coco. O palmito da guari-
roba, de sabor amargo, começou a ser
comercializado em conserva recente-
mente, à semelhança do palmito doce.
Os sorvetes de cagaita, araticum, pe-
qui e mangaba continuam fazendo
sucesso nas sorveterias do Distrito
Federal e de Belo Horizonte.

Extrativismo pode ser ameaça

Atualmente, é possível encontrar


grande quantidade de frutas nativas
dos cerrados sendo comercializadas
em feiras da região e nas margens das
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sustentável.
A Embrapa, através de uma de suas
39 unidades de pesquisa: a Embrapa
Cerrados, localizada em Planaltina, DF,
tem realizado vários estudos sobre a
germinação das sementes, produção
de mudas, plantio, valor nutricional,
FIG. 5. Frutos de baru ( Dipteryx beneficiamento, aproveitamento ali-
alata Vog.), na planta mentar e armazenagem dos frutos dos
cerrados. Uma boa solução para con-
ter a devastação da região do cerrado,
como explica o pesquisador da Em-
brapa Recursos Genéticos e Biotecno-
logia, também localizada em Brasília,
DF, Dijalma Barbosa da Silva, é utilizar
as áreas já abertas e abandonadas, FIG. 8. Frutos de mangaba
FIG. 6. Amêndoas/sementes de para a produção, pois assim não seria (Hancornia speciosa Gomez.)
frutos de baru ( Dipteryx alata preciso devastar novas áreas. Além
Vog.) disso, a utilização dessas áreas reduzi-
ria os custos para os produtores, visto de uma agricultura itinerante, como
futuras gerações. O maior predador é, que já estão preparadas e limpas para faziam nossos ancestrais”, enfatiza Di-
sem dúvida, o próprio homem, que o plantio, exigindo apenas investi- jalma.
desconhece o potencial de utilização mentos em corretivos, adubações e Segundo o pesquisador, há cerca
racional desse ecossistema, onde po- práticas conservacionistas. de duas décadas, a Embrapa iniciou
dem estar guardados muitos segredos Existem várias tecnologias viáveis trabalho de investigação com as comu-
de sua alimentação, saúde, proteção e e disponíveis para isso. Já é tempo do nidades rurais e indígenas da região,
da sua própria vida. conceito de quantidade de área explo- com o objetivo de descobrir novas
formas de aproveitamento das frutei-
ras nativas dos cerrados. A riqueza dos
FIG. 7. Frutos de araticum ( Annona cerrados ainda é pouco conhecida,
crassiflora Mart.) como afirma Dijalma. De acordo com
ele, o potencial mais conhecido hoje é
a utilização das fruteiras, mas muito
ainda tem que ser feito para o seu
melhor aproveitamento. “Atualmente,
essas frutas são consumidas mais na
forma in natura e a sua comercializa-
ção ainda é feita de maneira informal”,
ressalta o pesquisador.
Dentre as possibilidades atuais de
utilização das fruteiras do cerrado,
destacam-se: o plantio em áreas de
proteção ambiental; o enriquecimento
da flora das áreas mais pobres; a
recuperação de áreas desmatadas ou
degradadas; a formação de pomares
domésticos e comerciais; e o plantio
em áreas de reflorestamento, parques
e jardins, e em áreas acidentadas.
Nesse sentido, muitos agricultores e
rada ser definitivamente substituído chacareiros já estão implantando po-
Preservação dos cerrados pelo conceito de produtividade, onde mares de frutas nativas dos cerrados e
o uso dos fatores de produção (solo, os viveiristas estão intensificando a
Nos últimos anos, órgãos de pes- água, insumos, serviços etc.) são maxi- produção de mudas.
quisa, ensino, proteção ambiental e mizados e a produção verticalizada,
extensão rural da região têm estudado através de enfoque duradouro de sus- Fruteiras nativas têm que
e divulgado o potencial de utilização tentabilidade do sistema de produção. ganhar novos espaços
das espécies do cerrado, além de in- “Em pleno século XXI, conscientes de
vestir na conscientização dos agricul- tantos erros do passado, não podemos Dijalma lembra que há grande po-
tores quanto à importância de preser- admitir que a região dos cerrados tencial para a exportação dessas fru-
vá-las e utilizá-las de forma racional e continue a ser explorada à semelhança tas, já que possuem um sabor sui
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generis e não são encontradas em até 8 metros de altura, com tronco
outros países. Hoje, o licor de pequi já tortuoso de casca áspera e rugosa. No
é exportado para o Japão e a amêndoa período de setembro a dezembro, sur-
do baru é demandada pela Alemanha; gem flores grandes amarelas.
mas existem ainda muitas possibilida- Fruto: A polpa de coloração amarelo
des de exportação de outras espécies intensa envolve um caroço duro for-
nativas. “Precisamos investir na divul- mado por grande quantidade de pe-
gação da importância dessas fruteiras quenos espinhos. Frutifica-se de
e fazer com que elas saiam da beira da outubro a março. Em cem gramas de
estrada, onde são vendidas hoje, e polpa de pequi podemos encontrar 20
cheguem às prateleiras dos supermer- mil microgramas de vitamina A.
cados no Brasil e em outros países”, Cultivo: Como todas as fruteiras nati-
afirma. vas do Cerrado, as mudas de pequi
Entretanto, como explica o pesqui- devem ser produzidas em viveiros a
sador, existem muitas limitações para “céu aberto”, logo após a coleta dos
a exploração comercial das fruteiras frutos, em meados da estação chuvosa
nativas, já que ainda não foram do- e o plantio pode ser feito no início da
mesticadas e vêm sendo exploradas estação chuvosa seguinte. A planta
FIG. 9. Frutos de cagaita
de forma extrativista e predatória. Em prefere regiões quentes, sendo ideais
(Eugenia dysenterica DC.)
1999, a Embrapa Cerrados iniciou a as regiões norte e centro-oeste do
plantação do pequi e da mangaba para Brasil. A germinação das sementes é
FIG. 10. Frutos de buriti pesquisa. O objetivo é avaliar o com- demorada. Para acelerá-la, deve-se
(Mauritia vinífera Mart.) portamento dessas espécies em condi- colocá-las em imersão, em uma solu-
ções de cultivo, inclusive com irriga- ção de ácido giberélico, na concentra-
ção. “Em cerca de cinco anos, podere- ção de 0,5g por litro de água, por um
mos ver os primeiros resultados”, afir- período de 48 horas. Cada planta adul-
ma Dijalma. ta poderá produzir, em média, até dois
É muito importante investir no tra- mil frutos por safra. O preço do litro de
balho de domesticação das fruteiras caroços de pequi, com aproximada-
nativas dos cerrados para que possam mente 17 unidades, tem sido comerci-
ser cultivadas em lavouras comerciais, alizado no varejo, em feiras livres e
afirma o pesquisador. Dessa forma, Ceasa-DF, ao preço que varia entre
evita-se o extrativismo predatório, ao R$1,50 a R$3,00. A frutificação ocorre
mesmo tempo em que se conservam normalmente aos cinco anos após o
as espécies em seu hábitat natural. As plantio.
pesquisas desenvolvidas pela Embra- Aproveitamento alimentar: O pe-
pa têm ainda como objetivos a propa- qui é muito apreciado nas regiões
gação vegetativa através de enxertia, onde ocorre: o arroz, o frango e o
estaquia e cultura de tecidos e o me- feijão cozidos com pequi são pratos
lhoramento genético das frutas nati- fortes da culinária regional; o licor de
vas, através de cruzamentos entre es- pequi tem fama nacional e já é expor-
pécies, o que certamente vai contri- tado para outros países; e há, também,
buir ainda mais para aumentar a ex- uma boa variedade de receitas de
portação e a comercialização em larga doces aromatizados com seu sabor.
escala. “O cultivo das fruteiras nativas Outros usos: planta melífera, orna-
dos cerrados em escala comercial evita mental, medicinal, cosmético e tintu-
os riscos de sua extinção, aumenta a raria.
renda dos agricultores, fornece maté-
FIG. 11. Frutos de gabiroba
ria-prima para a agroindústria e ali- Baru - Figura 5 (frutos de baru)
(Camponesia cambessedeana
mentos saudáveis para a população”, Figura 6 (amêndoas/sementes dos
Berg.)
finaliza Dijalma. frutos de baru)
Informações Sobre as Fotos: Nome popular: Baru e cumbaru
Pequi - Figura 4 Nome científico: Dipteryx alata Vog.
Nome popular: pequi, pequi-do- Família botânica: Leguminosae -
cerrado Papilionoideae
Nome científico: Caryocar brasilien- Vegetação de ocorrência: Cerrado,
se Camb. Cerradão e Mata Seca
Família botânica: Caryocaceae Características da planta: Árvore de
Vegetação de ocorrência: Cerrado, até 10 metros de altura com tronco que
FIG. 12. Frutos de Jatobá Cerradão e Mata Seca pode atingir 70 cm de diâmetro. Copa
(Hymenaea stigonocarpa Mart.) Características da planta: Árvore de densa e arredondada. Flores peque-
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nas, de coloração alva e esverdeada, consumo in natura, são inúmeras as
que surgem de outubro a janeiro. receitas de doces e bebidas que levam
Fruto: Fruto castanho com amêndoa e o sabor perfumado e forte de sua
polpa comestíveis, que amadurecem polpa; entre elas, incluem-se: batidas,
de setembro a outubro. Cem gramas licores, refrescos, bolachas, bolos, sor-
de amêndoas de Baru fornecem 617 vetes, cremes, geléias etc.
calorias e 26% de proteína. Outros usos: ornamental e medici- FIG. 13. Frutos de Jenipapo
(Genipa americana L.)
Cultivo: O índice de germinação da nal.
semente é superior a 90%. No viveiro
e no campo, após o plantio, as mudas Mangaba - Figura 8
mostram um rápido crescimento e aos Nome popular: Mangaba
quatro anos já iniciam a frutificação. Nome científico: Hancornia specio-
Aproveitamento alimentar: O baru sa Gomez.
fornece alimentos para o homem e Família botânica: Apocynaceae FIG. 14. Frutos de macaúba
para os animais; torrada, a amêndoa Vegetação de ocorrencia: Cerrado, (Acrocomia aculeata (Jacq.)
tem sabor igual ao do amendoim; e o Cerradão e áreas de Caatinga Lodd.)
cultivo comercial poderá salvá-lo da Características da planta: Árvore
extinção. com 4 a 6 metros de altura por 4 a 6
Embora tenha bom potencial econô- metros de diâmetro de copa. Durante
mico, o fruto não é comercializado nas a Segunda guerra mundial, essa planta
cidades. Pode ser apreciado apenas foi usada intensivamente para extra-
como planta nativa nas fazendas do ção de látex.
centro-oeste, onde alguns fazendeiros Fruto: A cor da casca do fruto maduro
se preparam para iniciar seu cultivo é verde-amarelada ou verde-rosada e
racional principalmente em meio a a polpa viscosa é esbranquiçada. A
áreas de pastagens. frutificação ocorre entre os meses de
Outros usos: ornamental e medicinal. outubro e dezembro.
Cultivo: As sementes perdem rapida-
Araticum - Figura 7 mente o poder germinativo. Por isso,
Nome popular: anona; pinha-do-cer- devem ser semeadas logo após a sua
rado; coração de boi; cabeça-de-ne- extração dos frutos. O uso de calcário
gro; bruto, marolo e o excesso de irrigação e/ou matéria
Nome científico: Annona crassiflora orgânica no substrato, para a forma-
Mart. ção de mudas, prejudica o desenvolvi- FIG. 15. Processamento
Família botânica: Annonaceae mento delas, além de favorecer o artesanal de frutos de cagaita
Vegetação de ocorrência: Cerrado, ataque de doenças do sistema radicu-
Cerradão e Campo Rupestre lar. A frutificação ocorre normalmente
Características da planta: Árvore de aos cinco anos após o plantio.
tamanho variável, podendo atingir até Aproveitamento alimentar: A pol-
sete metros de altura, de acordo com a pa e a casca fina são consumidas in
espécie. Flores freqüentemente car- natura e o fruto pode ser usado para
nosas, de coloração esverdeada ou fazer sorvete, geléia, doces e licores.
branco-amarelada. Florescem de se- Outros usos: planta melífera, orna-
tembro a outubro. mental, medicinal e industrial.
Fruto: Globoso ou alongado chegan-
do a pesar até cinco quilos, contendo Cagaita - Figura 9
numerosas sementes presas a uma Nome popular: cagaiteira
polpa amarelada, envolvida por uma Nome científico: Eugenia dysenteri-
casca de coloração amarelo amarron- ca DC.
zada, recoberta por escamas carnosas. Família botânica: Myrtaceae
Frutificam de dezembro a abril. Vegetação de ocorrência: Cerrado e
Cultivo: A germinação das sementes é Cerradão
demorada. Para acelerá-la, deve-se Características da planta: Árvore de
colocar as sementes em imersão, em porte médio que pode atingir de três a
uma solução de ácido giberélico, na oito metros de altura. Flores brancas Fig. 16. Importância ecológica da
concentração de 1,0g por litro de água, e aromáticas. vegetação para a fauna. Casas de
João-de-barro do tipo BNH (Banco
por um período de 36 horas. Prefere Fruto: Frutos de coloração amarelo-
Nacional de Habitação). Até quan-
clima quente com pouca chuva e esta- pálida, com 1 a 3 sementes brancas
do os pássaros terão árvores para
ção seca bem definida. Pode começar envoltas em polpa de coloração cre- fazer suas casas?
a produzir em três anos após o plantio. me, de sabor acidulado.
Aproveitamento alimentar: Além do Cultivo: No viveiro e no campo, após
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o plantio, as mudas mostram um rápi- Normalmente ocorrem em moitas. medicinal.
do crescimento e aos quatro anos de Flores pequenas de coloração creme-
idade já iniciam a frutificação. esbranquiçada. Jenipapo - Figura 13
Aproveitamento alimentar: a polpa Fruto: Arredondados de coloração Nome popular: Jenipapo
é utilizada como ingrediente de sucos, verde-amarelada. Polpa amarelada, Nome científico: Genipa americana
refrescos, sorvetes, doces, geléias e suculenta, envolvendo numerosas se- L.
licores. Os frutos maduros, se consu- mentes. Frutifica de setembro a de- Família botânica: Rubiaceae
midos em excesso, principalmente zembro. Vegetação de ocorrência: Cerrado,
aqueles caídos no solo e fermentados Cultivo: À semelhança da mangaba, Cerradão, Mata de Galeria e Mata
ao sol, provocam reações intestinais Seca
desagradáveis com diarréias. Características da planta: A árvore
Outros usos: planta melífera, orna- tem de seis a oito metros de altura por
mental e medicinal. quatro a seis metros de diâmetro de
copa.
Buriti - Figura 10 Fruto: A cor da casca do fruto maduro
Nome popular: Buriti, mirití, palmei- é amarronzada, assim como a polpa.
ra-dos-brejos Cultivo: No viveiro e no campo,
Nome científico: Mauritia vinífera após o plantio, as mudas mostram um
Mart. rápido crescimento e aos cinco anos
Família botânica: Palmae FIG. 17. Produtos artesanais
já iniciam a frutificação.
Vegetação de ocorrência: Mata de elaborados com os frutos nativos Aproveitamento alimentar: A
Galeria e Veredas do Cerrado polpa pode ser consumida in natura
Características da planta: Palmeira ou utilizada para doces e licores.
de porte elegante com até 15 metros Outros usos: medicinal e artesanato.
de altura. Flores em longos cachos de suas sementes perdem rapidamente o
até três metros de comprimento, de poder germinativo. Por isso, devem Macaúba - Figura 14
coloração amarelada. ser semeadas logo após a sua extração Nome popular: bocaiúva, coco-
Fruto: Castanho-avermelhado, cober- dos frutos. Pode ser cultivada em can- babão, macaiba
to por escamas, com polpa marcada- teiros. Nome científico: Acrocomia
mente amarela e rica em cálcio. Fru- Aproveitamento alimentar: Além do aculeata (Jacq.) Lodd.
tifica de outubro a março. consumo in natura, a gabiroba pode Família botânica: Palmae
Cultivo: A germinação é lenta e irre- ser aproveitada na forma de sucos, Vegetação de ocorrência: Mata de
gular. No período de 60 dias germinam doces e sorvetes, bem como servir de Seca e Cerradão
cerca de 30% e mais 30% germinam matéria-prima para um saboroso licor. Características da planta: Palmeira
aos 10 meses após a semeadura. As com caule densamente espinhoso de
mudas podem ser produzidas em la- Jatobá-do-cerrado - Figura 12 até 10 metros de altura. O óleo
boratório através da cultura de embri- Nome popular: Jatobá-do-cerrado, extraído dos frutos dessa planta foi
ões. O crescimento da planta é lento. jataí e jutaí. bastante estudado durante os anos da
Aproveitamento alimentar: Dos fru- Nome científico: Hymenaea stigono- crise do petróleo, como fonte
tos do buriti, aproveita-se a polpa carpa Mart. alternativa para a substituição do
amarelo-ouro. Com ela, são prepara- Família botânica: Leguminoseae óleo diesel, e mostrou grande
dos doces e outros subprodutos tradi- Vegetação de ocorrência: Cerrado e viabilidade técnica. Esse mesmo óleo
cionais. A polpa pode também ser Cerradão pode ser usado para a fabricação de
congelada e conservada por mais de Características da planta: Árvore sabões.
um ano. Com ela, produzem-se, hoje com até dez metros de altura por Fruto: Amarelo-castanho com polpa
em dia, diferentes tipos de sorvetes, quatro a oito metros de diâmetro de branca e amarelada. Semente redonda
cremes, geléias, licores e vitaminas de copa. e comestível. Frutifica de março a
sabores exóticos e alta concentração Fruto: A época de coleta dos frutos é junho.
de vitamina A. de setembro a novembro e a cor da Cultivo: A germinação é baixa e
Outros usos: ornamental, medicinal e casca do fruto maduro é castanho- irregular. No período de 200 até 360
artesanato. amarronzada, com a polpa branca e dias, germinam cerca de apenas 40%.
amarelada A produção de frutos inicia-se aos
Gabiroba - Figura 11 Cultivo: As sementes devem ser esca- seis anos após o plantio.
Nome popular: Gabiroba e guavira rificadas mecanicamente e imersas em Aproveitamento alimentar: a polpa
Nome científico: Camponesia cam- água por 24 horas antes da semeadura. dos frutos pode ser consumida in
bessedeana Berg. O crescimento da planta é lento. natura, ou na
Família botânica: Myrtaceae Aproveitamento alimentar: A pol- forma de doces e geléias. A amêndoa
Vegetação de ocorrência: Cerrado, pa é consumida in natura e na forma pode ser consumida in natura ou na
Cerradão e Campo Sujo de geléia, licor e farinhas para bolos, forma de paçocas.
Características da planta: Arbusto pães e mingaus. Outros usos: planta melífera, orna-
com 60 a 80 centímetros de altura. Outros usos: ornamental, industrial e mental, medicinal e industrial.
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