Vous êtes sur la page 1sur 138

a o

6 SÉRIE 7 ANO
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
Caderno do Professor
Volume 1

LÍNGUA
PORTUGUESA
Linguagens
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR

LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
6a SÉRIE/7o ANO
VOLUME 1

Nova edição

2014 - 2017

São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.

Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu


trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.

Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.

Bom trabalho!

Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMÁRIO
Orientação sobre os conteúdos do volume 5
Situações de Aprendizagem 9
Situação de Aprendizagem 1 – Estudo dos traços característicos do agrupamento
tipológico “relatar” (1) 9
Situação de Aprendizagem 2 – Estudo dos traços característicos do agrupamento
tipológico “relatar” (2) 24
Situação de Aprendizagem 3 – Estudo de algumas diferenças entre a linguagem oral
e a linguagem escrita 36
Situação de Aprendizagem 4 – Estudo da estrutura do jornal 44
Situação de Aprendizagem 5 – Estudo da notícia no jornal 52
Situação de Aprendizagem 6 – Recapitulando os conteúdos estudados até aqui 67
Proposta de situações de recuperação 73
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 73
Situação de Aprendizagem 7 – Relatos de experiência vivida e situações
comunicativas 75
Situação de Aprendizagem 8 – Características do gênero “relato de experiência” 87
Situação de Aprendizagem 9 – Notícias de jornal e contexto comunicativo 95
Situação de Aprendizagem 10 – Notícias de jornal e recursos linguísticos 104
Situação de Aprendizagem 11 – A função das manchetes no jornal impresso 112
Situação de Aprendizagem 12 – Sistematização de conteúdos 119
Proposta de situações de recuperação 130
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão
do tema 131
Quadro de Conteúdos do Ensino Fundamental – Anos Finais 133
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME


Este Caderno, segundo a perspectiva vidos na escola para a elaboração de
do letramento, apresenta um conjunto de propostas de intervenção solidária na re-
Situações de Aprendizagem que tem como alidade, respeitando os valores humanos
objetivo central contribuir para que os e considerando a diversidade sociocultu-
alunos aprendam a lidar, linguística e so- ral.
cialmente, com diferentes textos, nas mais
diferentes situações de uso, como objeto do Para esse fim, particularmente neste volu-
conhecimento e como meio para atingi-lo. me, privilegiamos algumas habilidades gerais
Para tanto, considera-se que as questões que devem ganhar relevo nas Situações de
da língua, ligadas ao emprego da norma- Aprendizagem propostas:
-padrão e outras variedades, fazem parte
de um sistema simbólico que permite ao f reconhecer as características do agrupa-
sujeito compreender que o conhecimento mento tipológico “relatar”, identificando-
e o domínio da linguagem compõem uma -as em diferentes gêneros e contextos;
atividade discursiva e interlocutiva, favo- f estabelecer relações de semelhanças e diferen-
recendo o desenvolvimento de ideias, pen- ças entre as tipologias “narrar” e “relatar”;
samentos e relações, em constante diálogo f interpretar textos de acordo com o tema
com seu tempo. e as características estruturais de seus gê-
neros, pertencentes à tipologia “relatar”;
De modo geral, é preciso garantir o de- f selecionar ideias e organizá-las para a
senvolvimento, nessas Situações de Apren- produção oral e escrita de relatos;
dizagem, das cinco competências básicas f inferir informações subjacentes aos con-
que alicerçam este Currículo, quais sejam: teúdos explicitados no texto, criando hi-
pótese de sentido;
f dominar a norma-padrão da língua por- f realizar análise linguística, observando
tuguesa e fazer uso adequado da lingua- algumas diferenças entre o registro oral
gem verbal de acordo com os diferentes e o escrito;
campos de atividade; f realizar análise linguística, identificando,
f construir e aplicar conceitos das várias no gênero “notícia”, marcadores de tempo
áreas do conhecimento para a compre- e lugar;
ensão de fenômenos linguísticos, da pro- f confrontar impressões e interpretações
dução da tecnologia e das manifestações sobre o modo como as notícias são apre-
artísticas e literárias; sentadas no jornal impresso;
f selecionar, organizar, relacionar, inter- f reconhecer os vários tipos de coesão que
pretar dados e informações represen- permitem a progressão discursiva do texto.
tados de diferentes formas, para tomar
decisões e enfrentar situações-problema; Consideramos que tais competências e
f relacionar informações, representadas habilidades contemplam tanto os conteúdos
em diferentes formas, e conhecimentos gerais, a serem trabalhados a longo prazo,
disponíveis em situações concretas para quanto os específicos deste volume. A seguir
construir argumentação consistente; você encontra um quadro que ajuda a visuali-
f recorrer aos conhecimentos desenvol- zá-los mais facilmente.

5
Conteúdos gerais desenvolvidos
Conteúdos gerais deste volume
a longo prazo

f compreensão dos textos orais e escritos f retomada dos elementos estruturadores da


apresentados em cada série/ano do narrativa;
Ensino Fundamental – Anos Finais, f elementos estruturadores do relato
observando a que gênero textual pertencem autobiográfico;
e em que tipologia textual poderiam ser f leitura de gêneros da tipologia “relatar”;
agrupados, de acordo com a função social e f elaboração de relatos orais/escritos e relatos
comunicativa desses textos; autobiográficos;
f atribuição de sentido aos textos orais e f interjeições;
escritos estudados; f diferenças entre relatos orais e escritos;
f leitura dos gêneros estudados a partir f norma-padrão e não padrão em diferentes
da familiaridade que vão construindo situações de uso;
com esses gêneros nas diversas situações f edição de relatos: passos de escrita de relato
didáticas propostas pela escola; a partir da leitura de relato oral;
f reconhecimento das relações entre os f paragrafação e pontuação;
parágrafos de um mesmo texto e entre f estudo de alguns elementos coesivos
textos diferentes; (conectivos, preposições);
f procedimentos de leitura adequados a cada f análise de jornais;
gênero, situação comunicativa e objetivos f estudo de notícias jornalísticas;
da leitura; f inferências;
f articulação de informações do texto com f leitura e escrita de notícias;
seus conhecimentos prévios; f linguagem conotativa e denotativa;
f produção de textos orais e escritos a f marcadores de tempo e lugar;
partir da seleção feita para cada série/ano, f lide ou parágrafos iniciais da notícia;
planejando as etapas dessa produção; f estudos linguísticos: pontuação; tempo
f reconhecimento da estrutura dos gêneros, verbal; advérbio e locução adverbial;
ao produzir textos escritos, considerando pronomes pessoais, pronomes possessivos,
os elementos de coesão e a coerência, a pronomes de tratamento; discurso direto
distribuição dos parágrafos e a pontuação e indireto; coesão e coerência; linguagem
em função de seus objetivos; conotativa;
f conhecimentos linguísticos que favoreçam a f interpretação de texto e leitura de
produção textual, empregando de maneira enunciado;
adequada e coerente as regras da norma- f inferência e intertextualidade;
-padrão e de outras variedades, de acordo f etapas de elaboração da escrita;
com seu projeto de texto. f coesão;
f coerência.

6
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Metodologia e estratégias isso, não deve haver rupturas entre os conteú-


dos desenvolvidos e as modalidades de ensino.
Como aprender não é apenas colher infor-
mações transmitidas pelo professor, mas pro- Para este volume, as habilidades e compe-
cessá-las, transformá-las em algo, construindo tências desenvolvidas devem ser verificadas
cultura e conhecimento que muitas vezes estão a partir de quatro eixos principais:
além dos conteúdos, as Situações de Apren-
dizagem deste Caderno visam ao desenvolvi- 1. processo: olhamos de modo comprometido
mento de aprendizagens significativas, cujo e profissional o desenvolvimento das ati-
enfoque seja construir conceitos e desenvolver vidades de nossos alunos em sala de aula,
habilidades. Nesse sentido, o espaço educativo atentos a suas dificuldades e melhoras;
deve ser partilhado, permitindo que os alunos
assumam a parte de responsabilidade que lhes 2. produção continuada: olhamos a produção
cabe nesse processo de aprendizado. escrita e outras atividades de produção de
textos e exercícios solicitados;
É importante que você considere o ciclo
iniciado já no planejamento das aulas, deter- 3. pontual: olhamos atentamente a prova in-
minando os conhecimentos que devem ficar dividual;
claros e desenvolvendo estratégias que permi-
tam dividir a responsabilidade pelo processo 4. autoavaliação: surge da elaboração de pro-
de ensino-aprendizagem entre professor e alu- postas que desenvolvam a habilidade do
nos. Para tanto: aluno de olhar para seu processo de apren-
dizagem.
f encaminhe seu trabalho no sentido de
coletar, em todo o processo, indícios de Essas diferentes avaliações permitem que
tensões, avanços e conquistas; você retome suas reflexões iniciais, ana-
f interprete esses indícios para compreen- lisando os aspectos que não foram satis-
der as dificuldades apresentadas pelos fatoriamente atingidos e que devem ser
alunos, bem como para orientar suas me- considerados para o próximo planejamen-
tas, estabelecer novas diretrizes, propor to de suas aulas.
atividades alternativas;
f situe o aluno no processo de ensino-apren-
dizagem, promovendo a atitude de respon- Para você, professor!
sabilidade pelo aprendizado no indivíduo.
Um recurso bastante interessante para
Avaliação ajudá-lo na tarefa de avaliar continuamente
seus alunos é o uso do portfólio (ou pasta de
A avaliação é vista como um processo atividades). Peça aos alunos que tragam uma
contínuo, explicitado nas participações dos pasta (com plásticos ou de elástico), como
alunos, em suas produções, nas avaliações parte do material escolar. Nela, eles devem
pontuais (como provas), entre outras possi- guardar todas as atividades escritas (mesmo
bilidades. Não pode ser considerada um ob- que seja apenas um quadro com informa-
jetivo, mas um meio de verificar se os alunos ções, um comentário sobre uma imagem ou
adquiriram os conhecimentos visados. Por um simples bilhete) feitas em todas as aulas,

7
anotadas em folhas avulsas (as que forem Distribuição de conteúdos e habilidades
anotadas ou desenvolvidas no caderno tam- nos volumes
bém podem servir como instrumento de ava-
liação). Por exemplo, a escrita elaborada em Para este volume, há doze Situações de
passos pode ser colocada nesse portfólio a Aprendizagem, desenvolvidas mediante sequên-
fim de que você e os próprios alunos possam cias de atividades.
avaliar seu desempenho ao longo de todo o
processo de escrita. Você pode utilizar esse São propostas atividades que desenvolvam,
instrumento para avaliar o trabalho deles, em caráter de priorização, habilidades de leitu-
identificar o desenvolvimento de algumas ra, escrita, fala e escuta, ligadas ao emprego da
habilidades e refletir sobre as melhores inter- norma-padrão e outras variedades, de forma
venções em cada situação didática. equilibrada.

8
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
ESTUDO DOS TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DO
AGRUPAMENTO TIPOLÓGICO “RELATAR” (1)

O objetivo central desta Situação de gêneros e contextos. Ao final do processo,


Aprendizagem é levar o aluno a reconhecer espera-se que os alunos produzam relatos,
as características estruturais da tipologia colocando em funcionamento os aspectos
“relatar”, identificando-as com diferentes estudados.

Conteúdos e temas: elementos estruturadores do relato; elementos estruturadores do relato autobiográ-


fico; leitura de gêneros da tipologia “relatar”; elaboração de relatos orais/escritos e relatos autobiográfi-
cos; escrita como processo elaborado em etapas.

Competências e habilidades: ler, analisar, discutir e escrever relatos; selecionar ideias e organizá-las para
a produção oral e escrita de relatos; coletar informações e fazer anotações sobre o relato autobiográfico
analisado.

Sugestão de estratégias: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse;
audiovisual; computador; internet.

Sugestão de recursos: jornais; computador; internet; lousa; livro didático; Caderno.

Sugestão de avaliação: elaboração de fichas organizativas; produção oral de relato; produção escrita de
relato.

Sondagem
A conversa sobre o agrupamento tipológico discurso de experiências vividas (por alguém,
“relatar” pode ser iniciada com uma ativida- mesmo que não seja o sujeito que relata), situ-
de diagnóstica. Crie algumas situações a partir adas no tempoa. É importante levá-los a tomar
das quais os alunos sejam convidados a rela- consciência de que passamos nossos dias re-
tar acontecimentos, nos quais estejam ou não latando coisas e, portanto, relatar faz parte da
envolvidos. O objetivo é observar o que eles socialização humana. Ao contarmos para o ou-
trazem como informação e em que medida tro um acontecimento, trocamos informações e
esse relatar está a serviço da representação pelo acrescentamos conhecimento a nossa existência.

a
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim e colabs. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 121.

9
Roteiro para aplicação da Situação separando cada elemento. Depois, já na escola,
de Aprendizagem 1 em grupos, peça a eles que comparem suas ano-
tações com as dos colegas, verificando se todos
Em uma conversa informal com alguém os relatos possuem uma estrutura comum.
mais velho (da família, vizinho ou amigo),
os alunos devem registrar em seu caderno al- Na continuação, chame a atenção dos alu-
gum fato importante que tenha acontecido na nos para o fato de que os relatos podem ser
infância dessa pessoa. Eles podem anotar o encontrados tanto na oralidade como na es-
acontecimento em um quadro como a seguir, crita, em diversos contextos.

Aconteceu

O quê?

Com quem?

Quando?

Onde?

Como?

Estudo de um relato autobiográfico:


registro de memória
Para você, professor!
Dando continuidade ao estudo da tipologia,
você pode solicitar aos alunos que leiam indivi- Aproveite este momento da atividade
dualmente (até agora já realizaram pelo menos para enfatizar que, embora os relatos auto-
duas tarefas em grupo) um texto escrito por um biográficos tenham sido escritos por autores
autor renomado (Clarice Lispector, Fernando de literatura e estejam carregados de traços
Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Ru- narrativos, não podem ser considerados
bem Braga etc.), relatando fatos de suas vidas. narrativas de ficção, uma vez que têm a fun-
O importante nesta atividade é que os alunos ção social de relatar acontecimentos reais,
percebam que esse texto (ou qualquer outro documentando as ações vividas por esses
texto semelhante que você deseje apresentar- autores.
-lhes, do livro didático ou não) pode ser chama- É importante que seja feita a distinção
do de relato autobiográfico, porque fala/conta entre a função do relatar e a função do
fatos da vida real da pessoa que escreve. narrar. Enquanto a primeira tipologia está
a serviço da documentação das ações hu-
Se houver laboratório de informática em manas reais, a segunda faz parte da cultura
sua escola, você pode pedir aos alunos que fa- literária ficcional e, portanto, tem compro-
çam uma pesquisa sobre relatos autobiográfi- misso com a imaginação e não com o regis-
cos, selecionando exemplos e levando-os para tro da realidade.
a sala de aula.

10
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Sugerimos que você solicite aos alunos tural (e também político, econômico etc.) de
que, ainda individualmente, façam um le- determinada época. É preciso que eles iden-
vantamento das informações encontradas no tifiquem quais são as informações relevantes
relato, anotando-as no caderno. Para tanto, que dizem respeito à época em que o autor
você pode apresentar-lhes um roteiro que fa- começou a escrever, quais foram as influên-
cilite essas anotações e os ajude a registrar cias recebidas de outros autores, quais eram
os dados relevantes para a análise do texto. os costumes da época em que ele era crian-
Como os relatos possuem todas as caracterís- ça etc. O objetivo é fazer que percebam que
ticas básicas da narração (há acontecimentos a tipologia “relatar”, no gênero “relato au-
contados por um narrador, em um tempo e tobiográfico”, cumpre sua função social de
lugar), você pode orientá-los a encontrar ini- “representação pelo discurso de experiências
cialmente essas informações. vividas, situadas no tempo”. A partir dos re-
latos apresentados pelos alunos após as pes-
A fim de que ampliem seus conhecimentos quisas, você pode encaminhar a análise com
sobre a tipologia em questão, o importante questões que destaquem aspectos da tipolo-
nesta atividade é justamente levar os alunos a gia “relatar”. A seguir, apresentaremos uma
observar como o relato pode contribuir para atividade que poderá servir como modelo de
que o leitor construa um quadro social, cul- outras análises.

1. Leia o texto a seguir.

Flor do cerrado: Brasília


Para lá e para cá
[1] Criança não gosta de mudar de casa. Assim, com o meu coração apertado recebi a
notícia de que íamos para Brasília. Eu nunca tinha ouvido falar nessa cidade, Brasília, jamais
tinha escutado esse nome, e fiquei sabendo que a cidade ainda nem existia.
[2] “Mas se a cidade não existe, como é que vamos nos mudar para lá?”
[3] Brasília ainda não existia, mas ia ser construída, e ia ser construída por meu pai. Achei
papai um herói, construir uma cidade de verdade não devia ser nada fácil. Eu imaginava que
ele ia construir Brasília sozinho. Mas ele disse que estava indo muita gente para o centro do
Brasil, onde ia ser construída a nova capital.
[4] Eu tinha quatro anos, era uma menina de olhos grandes e duas tranças, que usava vestidos
de renda. Muito tímida, calada, eu gostava de olhar livros, ouvir histórias, e desenhar. E sonhava.
Saudades do Ceará
[5] De noite fiquei inquieta, virei na cama para um lado e para o outro, demorei a dormir,
e sonhei com Brasília. Brasília era um deserto cheio de lobos uivando e uma lua vermelha no
céu. Mas o sonho não me deu medo, era até bonito. Acordei de madrugada e fui olhar pela
janela o mar de Fortaleza, as estrelas, os coqueiros na praia.
[6] No dia seguinte fiquei horas com a minha irmã fazendo uma cidade toda de papel
recortado, em cima de uma cartolina: as ruas, os prédios e casas, a igreja, até os carros, as
árvores e as pessoas andando.
[7] Minha irmã me disse que, de noite, Nossa Senhora veio ao seu quarto, entrou pela
janela e ficou parada, em pé, olhando para ela, e contou que Nossa Senhora era fria e
nevoenta. Minha irmã também estava com medo de ir embora.

11
[8] Ia ser difícil deixar a nossa casa em Fortaleza, todos os nossos amigos, primos, tios,
tudo ia ficar para trás. Nossa casa era um bangalô, tinha sala disso, sala daquilo, varandas,
e no quintal eu podia correr em linha reta até perder o fôlego. A casa tinha andar de baixo
e de cima, escada, quartos e mais quartos, e um quarto todo meu, com duas janelas. Tinha
árvores no quintal, o jardim da frente era rodeado por uma cerca viva de benjamim, e o chão,
coberto de grama.
[9] Mamãe cuidava da casa, ficava o tempo inteiro perto de nós. Papai só chegava à noite,
passava o dia trabalhando, ele construía estradas de ferro, com trilhos para os trens.
[10 Tínhamos babá, cozinheira, arrumadeira e moças que minha mãe criava desde pe-
quenas. As vizinhas e as amigas de mamãe vinham conversar, tomar um café com tapioca,
ou ouvir minha irmã chorar quando mamãe botava na vitrola a música “Clair de lune”, e a
Chiquitinha gritava: “Traz um lenço para enxugar as lágrimas”. Todo mundo ria.
[11] Era uma casa também sempre cheia de crianças, meus primos gostavam de vir, diziam
que só na casa de mamãe tinham liberdade. Rolavam lágrimas na nossa casa, mas muito mais
alegrias. As costureiras vinham cortar e costurar nossos vestidos, as rendeiras vinham vender
suas rendas, os nossos vestidos eram de renda feita à mão. As bordadeiras vinham bordar os
vestidos de mamãe, sentavam em roda e estendiam a saia sobre os joelhos, como uma brinca-
deira de roda, subiam e desciam as mãos pregando as contas, formando flores ou arabescos
de brilho. Cantavam, riam, falavam da vida alheia. Uma casa feminina, muitas janelas, luz
nas cortinas.
[12] Mamãe gostava de ir aos bailes. Saía de unhas pintadas, colar de ouro e brincos, ou
pérolas, ou brilhantes, de cabelos em cachos ela se envolvia num xale de seda e saía com
papai, deixando um perfume na sala. A casa então ficava vazia, escura, e eu sentia medo de
que mamãe e papai nunca mais voltassem. Minha babá, Odete, me consolava com histórias,
beijos, até eu adormecer. Eu precisava dormir cedo para ir de manhã à escola.
[13] O Instituto Christus era a minha escola, onde eu estava aprendendo a ler e a escrever
as primeiras letras, a desenhar e a colorir, a cantar e a tocar instrumentos. Eu adorava a aula
de música, saltava sobre rodinhas coloridas, cada uma de uma cor, que representavam as
notas musicais. Cantava o bê-á-bá, decorava os números, dançava quadrilha na festa de São
João e fazia ginástica com bambolês ou lenços.
[14] Nos fins de semana íamos ao clube Ideal, onde nos divertíamos na piscina, no escor-
rega, ou comíamos no restaurante. No clube, faziam as nossas festas de aniversário. A casa,
as pessoas, a escola, o clube, tudo isso ia ficar para trás.
[15] Ia ficar para trás o quintal da casa do vovô e da vovó, os pés de pinha, os galhos onde
eu trepava e colhia ciriguelas. As ciriguelas eram as frutas mais gostosas do mundo, porque
eram as frutas da minha infância. Tudo perdido... As redes de dormir das minhas tias, onde
eu costumava me balançar, e que tinham um cheiro gostoso de perfume e cabelo... A minha
madrinha, que me enchia de presentes – pulseira de pedrinhas azuis, corrente com medalha
de Nossa Senhora, talismã da sorte...
[16] Será que nunca mais eu ia ver a vovó? Vovó Joaninha era cega, e por isso eu podia ficar
olhando para ela muito tempo. Eu olhava a vovó cortando o cigarro pela metade e acenden-
do, como se enxergasse, ela fazia tudo como se enxergasse, e parece que sabia que eu estava
ali perto dela, calada, olhando. Eu ia perder a vovó para sempre?

12
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

[17] E as comidas do Ceará? A rapadura, a tapioca branca e fina, o feijão-de-corda, os


cajus que deixavam um travo na boca. Será que em Brasília tinha cajueiro? Eu gostava tanto
de pôr as castanhas de caju para estourar dentro de uma lata numa pequena fogueira… e
minha babá cantava:
Cajueiro pequenino
Carregadinho de flor
À sombra das tuas folhas
Venho cantar meu amor.

Cajueiro pequenino
Carregadinho de flores
Também sou pequenininha
Carregadinha de amores…
[18] E aquele vento sempre soprando...
[19] Os jangadeiros que enfrentavam o alto-mar cheio de barracudas, pavoroso...
[20] E o meu umbigo seco, que minha babá jogara no telhado depois que eu nasci...
[21] E a lua... Será que nas outras cidades tinha a mesma lua? [...]
MIRANDA, Ana. Flor do cerrado: Brasília. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. p. 9-15.

2. Individualmente, elabore um quadro recu- título, nome do autor, gênero, local em que
perando do texto lido informações gerais: o texto foi publicado.

Título Flor do cerrado: Brasília

Nome do autor Ana Miranda

Gênero Relato autobiográfico

Local de publicação São Paulo

3. Faça uma análise do texto, respondendo às b) Por que ela achou que seu pai era um
seguintes questões no caderno: herói?
Porque, inicialmente, ela achou que ele construiria a cidade
a) Que acontecimento vivido na infância de Brasília sozinho.
da autora mudou radicalmente sua vida
e a entristeceu? c) Após a leitura do Parágrafo 8, indique
Foi a notícia que recebeu de que teria de sair de onde mo- dois motivos que faziam que a narradora
rava, em Fortaleza, e se mudar para Brasília. Ela ficou triste não quisesse deixar sua casa em Fortaleza.
também porque essa mudança significava deixar amigos, É preciso verificar a pertinência das escolhas dos alunos, pois
primos, tios e, também, sua casa, sua cidade e tudo o que se essa é uma atividade interpretativa do texto. No entanto, con-
referisse ao Ceará. sideramos que há duas razões principais:

13
tPTBNJHPTFGBNJMJBSFTJSJBNmDBSQBSBUSÈT JTUPÏ FMFTOÍPTF não deve entender o sentido do texto como fechado em
mudariam para Brasília, deixando saudades; possibilidades exatas.
tBDBTBFSBHSBOEF BDPODIFHBOUF DPNNVJUPFTQBÎPQBSB
brincar. h) O que você achou da autora? Quais suas
O objetivo desta estratégia é estimular a interpretação, que impressões sobre ela?
não deve entender o sentido do texto como fechado em Apesar de a resposta ser pessoal, seria interessante que os es-
possibilidades exatas. tudantes pudessem comparar a sua resposta com as de seus
colegas a fim de observar a diversidade de opiniões que po-
d) No 10o parágrafo, o que sugere o choro dem surgir a partir de uma leitura. Verifique se todos tiveram
da irmã? as mesmas impressões: gostaram da autora? Não gostaram?
Sugere que a música “Clair de lune” despertava nela algum Acharam sua história interessante?
sentimento forte: uma lembrança, admiração pela beleza da
composição, entre outras possibilidades de interpretação. i) Esse relato, além de servir como registro
de impressões da autora sobre alguns fa-
e) Com base na leitura dos Parágrafos 11 e tos, pode servir como registro de acon-
12, podemos afirmar que a mãe da nar- tecimentos, de lugares e de costumes de
radora era vaidosa? Explique. Fortaleza naquela época? Explique.
É preciso verificar a pertinência das escolhas dos alunos, pois Sim, pela leitura do texto, podemos saber da mudança que se
esta é uma atividade interpretativa do texto. No entanto, po- dará na vida da menina e das angústias pelas quais ela passa
demos destacar dois momentos do texto em que a vaidade diante dessa nova situação; também podemos conhecer luga-
da personagem parece ficar clara: quando está com as bor- res de Fortaleza, uma típica casa de família da época, o Instituto
dadeiras, optando por detalhados e demorados bordados à Christus, o clube Ideal; além disso, é possível verificar muitos
mão; na descrição de sua aparência, nos momentos em que costumes locais, como as vestimentas das mulheres, as comidas
saía com o marido (“Saía de unhas pintadas, colar de ouro e típicas cearenses, o umbigo seco jogado ao telhado e outros.
brincos, ou pérolas, brilhantes, de cabelos em cachos ela se
envolvia num xale de seda e saía com papai, deixando um j) O relato autobiográfico da autora tem
perfume na sala”). uma função histórica. Qual é ela? Res-
ponda no caderno.
f) É possível afirmar que a narradora gos- Considerando a leitura do texto e as informações nele conti-
tava de sua escola? Explique. das, espera-se que os estudantes respondam que o relato da
Sim, pois, em dado momento, no Parágrafo 13, ela usa o verbo autora tem papel histórico, ao contar, em uma perspectiva
“adorar”. Além disso, a partir da descrição das atividades que mais pessoal, como foi o processo de construção da capital
realizava (desenhar colorir, cantar, saltar, dançar, entre outras), do país. Além disso, traz um pouco da história da vida privada
percebe-se que parecem muito atraentes para uma criança. de uma família de classe alta, seus costumes, valores etc.

g) A partir da leitura dos Parágrafos 16 e k) Indique algum costume presente no rela-


17, indique um motivo que causa temor to da narradora que você não vê nos dias
na narradora, quando pensa que muda- atuais, pelo menos não com frequência.
rá de casa e cidade. Esta resposta dá margem a diversas opções. É preciso, na con-
É preciso verificar a pertinência das escolhas dos alunos, pois dução do exercício, observar dois aspectos:
essa é uma atividade interpretativa do texto. No entanto, con- tTFPBMVOPCBTFPVTFOPUFYUPEBBVUPSBQBSBTFMFDJPOBSVN
sideramos que há duas razões principais: a narradora teme costume da época;
perder o contato com sua avó; além disso, há a preocupação tBFYQMJDBÎÍPEBEBQBSBBTFMFÎÍPEFVNEBEPDPTUVNF QPJT
com alguns alimentos típicos que ela adora, o que a inquieta, foi indicado que ele não existe mais ou é menos frequente. É
pois não sabe se vai encontrá-los em Brasília. preciso verificar como o aluno estabelece essa relação entre
O objetivo desta estratégia é estimular a interpretação, que passado e presente.

14
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Oralidade Após essas propostas de pesquisa e con-


ceituação do gênero, você pode propor nova
Dando continuidade ao estudo do texto atividade com a tipologia “relatar”, mas com
Flor do cerrado: Brasília, reúna-se com seus outro gênero, a “biografia”. Depois, os alunos
colegas para organizar uma roda de conversa. vão compará-los para sintetizar as caracterís-
ticas da tipologia.
1. Comparem as respostas que deram às ques-
tões das Atividades 2 e 3, apresentando-as
oralmente. Nesse momento, é importante
Para você, professor!
observar se todos anotaram o mesmo tipo
de informação ou se houve respostas muito Como a primeira parte desta atividade
diferentes. As respostas são coerentes com é realizada individualmente, ficará difí-
as informações encontradas no relato de cil e cansativa a apresentação das anota-
Ana Miranda? ções feitas por todos. Por isso, sugerimos
que você sorteie alguns alunos para apre-
2. Relatem suas impressões pessoais sobre a sentar essas anotações e outros para falar
autora e sobre a leitura do texto. sobre as impressões de leitura, registran-
do em seu diário de classe essas participa-
3. Esclareçam eventuais dúvidas que tenham ções. Na atividade seguinte, os alunos que
ocorrido no momento em que, individual- ficaram de fora devem ser chamados para
mente, responderam às questões. a atividade oral, expondo suas tarefas.
Você também pode fazer alguns combi-
4. Reflitam sobre a importância da roda de nados com eles, organizando por tare-
conversa para um entendimento mais am- fas a participação de todos, em constante
plo do texto lido. Em sua opinião, trocar rodízio de funções: enquanto uns são cha-
impressões e informações de leitura ajuda mados a expor oralmente, outros são soli-
(ou não) a construir uma maior compreen- citados para as tarefas escritas e leituras.
são do texto? Depois, na tarefa seguinte, é só trocar: os
Durante as discussões, oriente os alunos sobre a impor- que escreveram agora falam; os que fala-
tância da troca de experiências de leitura, demonstrando ram agora leem; e os que leram agora escre-
como conhecer o ponto de vista de diferentes colegas en- vem. Assim, você tem condições de avaliá-
riquece o entendimento de cada um deles. Aproveite para -los com mais cuidado e atenção, podendo
reforçar a compreensão de elementos do gênero “relato distribuir melhor o tempo de sua aula.
autobiográfico”.

1. Façam uma pesquisa na internet sobre biografias, selecionando dois


exemplos.

Atenção: para a atividade ser mais dinâmica e interessante, vocês podem combinar
quais autores serão selecionados pelos grupos, a fim de que não haja repetição de nomes
e relatos.

15
Nome das biografias Informações gerais sobre Características comuns
selecionadas cada um dos textos lidos entre as duas biografias

1.

2.

3. Façam uma apresentação oral sobre as biografias lidas e o quadro que organizaram.

4. Em seguida, com o auxílio do professor, montem um novo quadro sintetizando todas as


informações que vocês encontraram sobre o gênero textual biografia.
Indique aos alunos caminhos para esta pesquisa na internet. Sugira sites de busca ou sites específicos para que possam encontrar
biografias.
Ao término da busca, ajude-os a selecionar os textos encontrados, perguntando: “São mesmo biografias?” e “Como vocês sabem
que esses textos pertencem ao gênero?”. A seguir, supervisione a elaboração do primeiro quadro.
Explique os procedimentos para a apresentação em grupo: “ter em mãos um resumo do que será apresentado”, “falar pausada-
mente e com voz firme”, “respeitar quem está falando”, “levantar a mão antes de se manifestar” etc. Exemplo de quadro-síntese
possível:

Há marcas que
Conta experiências É escrita em
Análise de biografias indicam o tempo
reais de vida? primeira pessoa?
passado?

Títulos das biografias


Sim Não Sim Não Sim Não
encontradas

16
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

5. Os gêneros “relato autobiográfico” e “bio- o agrupamento tipológico “relatar” após a


grafia” fazem parte de uma mesma tipolo- pesquisa.
gia de textos: “relatar”. Comparando os
dois, quais são as características desse tipo Para aprofundar esse estudo, você pode
de texto? apresentar dois textos nessa tipologia bem di-
Professor, espera-se que o aluno resgate, de algum modo, ferentes entre si (uma notícia e uma carta, por
que ambos os gêneros tratam da organização de experiên- exemplo) e analisar quais são as características
cias reais, apresentadas enquanto fatos vividos por alguém. comuns que contribuem para o entendimen-
Ressalte, ainda, o contexto histórico que permanece ao fun- to da tipologia “relatar”. Depois, do mesmo
do de cada texto, de forma explícita, bem como marcas de modo, compare mais dois textos que não es-
tempo ligadas à cronologia humana. Os dois gêneros, no en- tejam no agrupamento da tipologia “relatar”
tanto, são diferentes quanto à perspectiva: na autobiografia, e, portanto, não apresentem registros de ações
a voz que conta está na primeira pessoa. Já na biografia, há humanas que contribuam para sua documen-
a terceira pessoa, o que reflete, em princípio, um distancia- tação ou memorização (característica básica
mento maior do narrador frente ao narrado. dessa tipologia). Para finalizar, peça aos alu-
nos que anotem as conclusões a que chegaram
Análise da tipologia a partir da leitura de sobre o que um texto do agrupamento tipoló-
vários gêneros gico em questão deve conter para ser consi-
derado como tal. Para você, professor, todo o
Seria interessante que você levasse (ou pe- texto que tiver como objetivo representar uma
disse aos alunos que levassem) para a aula experiência vivida (por quem conta ou não)
materiais com os quais eles pudessem realizar situada na cronologia humana pode ser inse-
pesquisas sobre o que consideram textos que rido na tipologia “relatar”.
relatam experiências vividas. O livro didático
também deve ser utilizado nesta atividade, Escrevendo o registro
tanto para ajudá-los a elaborar o conceito de
“relatar” (caso o livro apresente alguma ativi- É preciso, agora, que você crie uma situa-
dade ou capítulo sobre esse tema) como para ção envolvendo a escrita de textos organizados
extraírem dele exemplos de relatos. Em segui- a partir do agrupamento tipológico “relatar”.
da, em pequenos grupos, os alunos devem ela- Sugerimos que você comece com relatos de ex-
borar, por escrito, uma justificativa, indicando periências vividas ou fotografias, enfatizando
os motivos que os levaram a selecionar o texto com os alunos a importância de respeitarem
em questão como exemplo de texto da tipolo- em seus textos as características já analisadas
gia “relatar”. e registradas nas atividades.

Essa justificativa elaborada pelos grupos Produção escrita


deve ser utilizada por você como instrumen-
to avaliativo, norteando seu trabalho e suas Será proposto um quadro para organi-
ações diante da classe. Por isso, é importante zar essa produção. Antes do preenchimento,
que os alunos registrem os dados bibliográfi- oriente cada passo da atividade e verifique se
cos dos textos lidos por eles (título do texto, os alunos conseguem realizar ordenadamente
nome do autor e do livro, jornal, revista ou as atividades em grupo. Providencie um espa-
site que o publicou etc.) a fim de que você ço para o mural de textos, de preferência em
possa realizar uma tabulação, observando um local da escola onde outras pessoas, além
nela como os alunos estão compreendendo dos alunos da sala, possam lê-los.

17
1. A seguir, há três propostas para a pro- e sorteiem essas propostas, anotando na
dução de textos escritos. Com a orienta- coluna 2 o nome dos integrantes de seu
ção do professor, dividam-se em grupos grupo.

Coluna 1 Coluna 2

Grupo responsável pela proposta e nome dos


Proposta para produção de texto escrito
integrantes

1. Assistam a um programa na televisão (tele-


jornal, novela, filme, programa de debate etc.)
e escrevam um relato a um amigo contando o
que viram.

2. Escrevam um relato de experiência vivida


sobre sua primeira infância: onde e com quem
moravam; que influências recebiam de sua
família (pais, avós, tios); que acontecimentos
daquela época consideram mais importantes
em sua história.

3. Escrevam uma pequena biografia de al-


guém de sua família.

2. Discutam a proposta observando o que dos seus alunos, você terá condições de ob-
devem fazer para garantir que a tarefa de servar quais são as dificuldades mais comuns
escrita seja cumprida integralmente. (pontuação, coesão, coerência, paragrafação,
concordância, ortografia etc.) e organizar
3. Individualmente, cada integrante do grupo boas intervenções para ajudá-los a saná-las.
deve escrever seu próprio texto e entregá-lo
ao professor. 4. O professor fará anotações nesses textos,
solicitando alterações, complementações,
Professor, esta atividade de escrita deve ser correções. Ainda individualmente, leiam
realizada individualmente, pois servirá como essas anotações e tentem reformular os
avaliação diagnóstica. Com base nos textos trechos indicados pelo professor.

18
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

5. Novamente em grupo, troquem seus textos mentos em que houve clareza e precisão de
entre vocês. Observem se seus colegas con- informações etc. Isso fará que os alunos se
seguiram modificar os trechos indicados sintam confortáveis com a revisão coletiva e
pelo professor. compreendam-na como um passo fundamen-
tal para a boa qualidade do texto final.
6. Discutam no grupo o que acharam dos tex-
tos lidos. Oralmente, se for o caso, façam Estudo da língua
novas sugestões de reformulação.
O que priorizar na revisão
7. Passem seu texto a limpo.
Você tem liberdade para escolher os tópi-
8. Organizem um mural para uma exposição cos gramaticais que julgar mais importantes
dos textos produzidos por vocês, agrupan- para o estudo da língua, neste momento. No
do-os de acordo com as propostas iniciais. entanto, é preciso levar em consideração os
Combinem com o professor um momento problemas mais comuns à maioria dos textos
da aula para apreciarem os relatos e bio- escritos pelos alunos: eles têm dificuldades
grafias produzidos. com pontuação, elementos coesivos, coerên-
cia, ortografia, concordância? Como, em ge-
ral, essas dificuldades são recorrentes e terão
Para você, professor! de ser estudadas e resolvidas ao longo de todo
Nossa sugestão é que você devolva o tex- o Ensino Fundamental – Anos Finais a partir
to para os alunos e peça que o reformulem de várias atividades escritas e de sistematiza-
de acordo com suas anotações. Para facilitar ção, não se preocupe em revisar todos os as-
a tarefa, eles podem fazer essa reformulação pectos de uma vez. Eleja os mais significativos
em duplas ou no próprio grupo temático. para o momento.
Você também pode escolher um texto de
cada grupo como exemplo para apresentar Como conduzir o estudo da língua?
à classe, com sugestões de reformulação.
Seria interessante que os textos escolhidos 1. Nossa sugestão é que você priorize tópicos
apresentassem dificuldades variadas, de for- como o tempo verbal e marcadores tem-
ma que, no conjunto, você possa orientar os porais/espaciais. A justificativa para essa
alunos a respeito de diferentes aspectos da escolha deve-se ao fato de a proposta de
língua. produção escrita, da sequência anterior,
tratar de um relato ou biografia, o que
pressupõe o registro de acontecimentos já
Cuidados importantes vividos pelos autores. Nesse caso, é impor-
tante que os alunos tenham clareza de que
A ideia não é expor o aluno (nem seu tex- é preciso deixar bem marcada a noção de
to), depreciando o que conseguiu elaborar até tempo (no tempo verbal e no uso de advér-
o momento. Por isso, é importante que você bios/locuções adverbiais) e de lugar onde
combine a revisão com eles antes de mostrar os fatos ocorrem (também com advérbios
o texto para a classe. Se for o caso, não iden- e locuções adverbiais). Você também pode
tifique o autor. Além disso, é preciso, nesse conversar com eles sobre a noção de con-
contexto, enfatizar os aspectos positivos do cordância (nominal e verbal), explicitando
texto, apontando os trechos em que o autor que, na escrita, é necessário maior rigor
respeitou as características do gênero, os mo- quanto à norma-padrão da língua.

19
2. Você não precisa ficar preso aos textos 3. O uso do livro didático, nesta etapa, pode ser
escritos por seus alunos, no momento do muito útil, porque contribuirá para a sistema-
estudo linguístico. Diversifique a leitu- tização das questões linguísticas. Por isso, sele-
ra, apresentando alguns textos (charges, cione algumas atividades desse livro (relativas
histórias em quadrinhos, novos relatos aos problemas encontrados nos textos escri-
autobiográficos etc.) para ler com seus tos pelos alunos ou, como na sugestão que fi-
alunos, observando como os verbos e os zemos, às questões da própria construção do
marcadores (temporais e espaciais) são gênero) e peça que os alunos as desenvolvam
utilizados. Nesse momento, você pode a fim de construir noções e conceitos, poden-
introduzir a noção de tempo verbal, con- do aplicá-los posteriormente na revisão.
siderando as conjugações encontradas,
bem como a noção de concordância ver- A seguir, sugerimos algumas atividades lin-
bal, uma vez que sujeitos e verbos devem guísticas relacionadas aos verbos no passado, ele-
estar relacionados no texto. mento importante dos textos ligados ao “relatar”.

Para você, professor!

É bastante produtivo que você, ao final de cada Situação de Aprendizagem, também organize algu-
mas atividades lúdicas para o trabalho com ortografia.
Por exemplo, apresente um texto aos alunos contendo dez palavras que costumam causar muitas
dúvidas no momento da escrita (J ou G; X ou CH; S ou SS; S ou Ç etc.) e peça que, em grupos, eles as
encontrem sem usar o dicionário, nesta primeira etapa.
Solicite que os grupos apresentem o jogo de palavras, explicando por que acham que elas não foram
grafadas corretamente.
Em seguida, eles devem recorrer à gramática ou ao livro didático para pesquisar sobre as regras de
ortografia: quando se usa J ou G? Há uma regra para o uso do S ou SS?
Peça que façam, individualmente, os exercícios de sistematização do livro.
Na sequência, os grupos podem retomar os relatos escritos no item “Escrevendo o registro” a fim
de checar se há problemas com a ortografia de seus textos. Cada grupo terá de observar o texto de cada
um dos integrantes e sugerir as correções ortográficas necessárias.

Estudo da língua
1. Volte ao texto Flor do cerrado: Brasília. ou, se preferir, escolha dois parágrafos para o trabalho com
Circule todos os verbos dos Parágrafos a classe toda.
4 e 5.
Professor, agrupe os alunos e indique um parágrafo para cada 2. Anote-os no quadro, classificando-os de
um dos grupos. Depois preencha o quadro com os resultados acordo com o exemplo.

20
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Tempo verbal/modo ou
Parágrafo Verbos encontrados
formas nominais

4o tinha Pretérito Imperfeito/Indicativo

4o era Pretérito Imperfeito/Indicativo

4o usava Pretérito Imperfeito/Indicativo

4o gostava Pretérito Imperfeito/Indicativo

4o olhar Forma do Infinitivo

4o ouvir Forma do Infinitivo

4o desenhar Forma do Infinitivo

4o sonhava Pretérito Imperfeito/Indicativo

5º fiquei Pretérito Perfeito/Indicativo

5º virei Pretérito Perfeito/Indicativo

5º demorei Pretérito Perfeito/Indicativo

5º dormir Forma do Infinitivo

5º sonhei Pretérito Perfeito/Indicativo

21
Tempo verbal/modo ou
Parágrafo Verbos encontrados
formas nominais

5º era Pretérito Imperfeito/Indicativo

5º uivando Forma do Gerúndio

5º dei Pretérito Perfeito/Indicativo

5º era Pretérito Imperfeito/Indicativo

5º acordei Pretérito Perfeito/Indicativo

5º fui Pretérito Perfeito/Indicativo

5º olhar Forma do Infinitivo

3. Responda no caderno: esse fato, relacionando-o ao tipo de texto


estudado.
a) Por que a maioria dos verbos encontra- Embora esta resposta esteja relacionada aos textos escritos e
dos no texto Flor do cerrado: Brasília foi selecionados pelos estudantes, espera-se que eles reconhe-
conjugada no tempo passado? çam que os relatos de experiência vivida, autobiográficos, bio-
Porque o texto é um relato autobiográfico que aconteceu no grafias e outros gêneros desse agrupamento tipológico são es-
passado. critos predominantemente com os verbos no passado, porque
contam experiências que aconteceram antes de ser relatadas.
b) Qual é a relação entre o tempo passado
e os relatos autobiográficos? 5. Seu professor fará a seleção de algumas ativi-
Os verbos conjugados no passado são essenciais para que dades do livro didático sobre verbos no tem-
o leitor possa compreender o tempo no qual a experiência po passado. Desenvolva-as individualmente.
ocorreu. Cabe ao professor definir quais são seus objetivos ao fazer a
seleção das atividades no livro didático. No entanto, espera-se
4. Em grupos, retomem agora os textos que que os exercícios sistematizem os conhecimentos adquiridos
escreveram nas atividades anteriores, ob- sobre os tempos e modos dos verbos, indicando a finalidade
servando os verbos utilizados. A maioria de cada tipo de Pretérito existente na língua portuguesa. Essa
deles também está conjugada no tempo é uma boa oportunidade para que se discuta a importância
passado? Formulem uma explicação para do estudo da língua articulado ao uso real que se faz dela.

22
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

6. Leia as sentenças a seguir. Depois, respon- d) Em Manaus, faz 30 graus no inverno.


da no caderno: Qual a finalidade das pala-
vras e das expressões destacadas? e) Na minha casa, todo mundo gosta de
assistir a filmes de ação.
a) Antigamente, as coisas eram diferen- As palavras e expressões destacadas servem para indicar tem-
tes. Havia mais árvores nas ruas, pou- po e lugar.
cos carros. As pessoas costumavam dar
bom-dia a todos que encontrassem. 7. Em grupos, façam uma lista de palavras
e expressões que têm a mesma finalidade
b) O cinema, ontem, estava lotado. das destacadas na Atividade 6. Utilizem
o quadro a seguir como modelo e ano-
c) Amanhã, a prova será sobre espaços tem exemplos retirados dos relatos que
geográficos. produziram.

Palavras e expressões que marcam tempo Palavras e expressões que indicam lugar

Antigamente
Em Manaus
Ontem
Na minha casa
Amanhã

Neste caso, o exemplo indicado na atividade deve servir 1. Procure, no livro didático, infor-
de modelo para que os estudantes pensem em outras pa- mações sobre marcadores de tempo
lavras que tenham a mesma função. Para fazer essa lista, e de lugar, também chamados de
você pode propor a eles, por exemplo, um jogo realizado advérbios e locuções adverbiais. Anote as
em grupo, supondo que cada equipe fique responsável definições no caderno.
por um tipo de advérbio ou locução verbal. Com isso,
eles teriam de pesquisar esse tipo de palavra, observar 2. Leia as informações apresentadas pelo li-
na fala cotidiana o uso que se faz dela, resgatar exemplos vro e, em seguida, compare-as com a lista e
etc. as respostas formuladas nas atividades da
Resposta relacionada aos exemplos selecionados pelo es- seção “Estudo da língua”.
tudante. Vale lembrar que esses exemplos devem servir Não deixe de retomar as atividades de “Lição de casa” sempre
para que ele reflita sobre o uso dos advérbios: funções que forem realizadas. Essa atitude reforça hábitos de estudo
e efeitos. e permite que conhecimentos trabalhados em classe sejam
revistos e reforçados.

23
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
ESTUDO DOS TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DO
AGRUPAMENTO TIPOLÓGICO “RELATAR” (2)

O objetivo central desta Situação de Apren- entre as tipologias “narrar” e “relatar”. Ao


dizagem é levar o aluno a reconhecer as ca- final do processo, espera-se que os alunos sai-
racterísticas estruturais da tipologia “relatar”, bam distinguir relatos (orais e escritos) das nar-
identificando-as em diferentes gêneros, e esta- rativas ficcionais, como os contos, colocando
belecer relações de semelhanças e diferenças em funcionamento os aspectos estudados.

Conteúdos e temas: leitura de contos, relatos e letras de música; leitura de imagens; escrita de relatos.

Competências e habilidades: desenvolver o hábito da leitura de contos; criar hipótese de sentido a


partir de informações dadas pelo texto (verbal e não verbal); selecionar ideias e organizá-las para a
produção oral e escrita de relatos; ler um conto em voz alta, considerando as entonações e pausas
específicas desse gênero; distinguir o gênero “relato” do gênero “conto”, levando em consideração
a função social desses dois gêneros.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação
e o conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em
duplas e em grupos; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um apren-
dizado ativo centrado no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse;
audiovisual; computador; internet.

Sugestão de avaliação: produção escrita de relatos; pesquisa na internet, registrada em fichas orga-
nizativas; leitura em voz alta.

Roteiro para aplicação da Situação desenvolver a tarefa proposta aqui. Seja como
de Aprendizagem 2 for, os passos devem ser semelhantes, contem-
plando a ampliação de repertório literário e
Lendo narrativas noções sobre textos narrativos.

Esta atividade tem como objetivo apresen- Passo 1 – Combine com seus alunos um
tar aos alunos um texto literário do gênero momento de silêncio e inicie a atividade com
“conto”, para ser lido em roda. Você pode uma leitura em voz alta, feita por você, do
escolher um conto no livro didático utilizado conto escolhido. Essa leitura deve ser cor-
por seus alunos ou em outra fonte, a fim de rida, sem interrupções ou questionamentos

24
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

de sua parte ou da de seus alunos. Ao termi- Passo 3 – Organize uma roda de aprecia-
nar, em roda (dentro ou fora da classe), peça ção de contos (há orientações didáticas sobre
a eles que comentem suas impressões do que as rodas de leitura na atividade “Estudo da
ouviram: gostaram (ou não); ficaram curio- estrutura do jornal”). Como essa atividade é
sos ou com vontade de ler o texto eles mes- extensa, uma vez que todos os alunos são con-
mos; quiseram saber sobre o autor do texto; vidados a participar, você precisará adminis-
relacionaram o texto a alguma história real trar o tempo das leituras de modo que todos
que conhecem etc. possam ler, mesmo que para isso necessite de
mais de uma aula. O objetivo é que os alunos
Fale um pouco de suas próprias impressões vivenciem a leitura de contos, experimentan-
de leitura; do que sente quando lê um texto em do os próprios recursos como leitores. Por
voz alta; se gosta do conto escolhido e por quê; isso, o momento da roda deve ser preparado
se tem o hábito de fazer leituras em voz alta cuidadosamente: é preciso pensar no espaço
fora do contexto escolar etc. É importante que (na sala de aula, no jardim da escola, na qua-
essa conversa seja descontraída e informal, es- dra etc.) onde as leituras acontecerão.
timulando os alunos também a ler em voz alta.
Caso opte pela classe, coloque uma colcha
Passo 2 – Solicite aos alunos, no labora- no chão, espalhe muitos livros sobre ela, peça
tório de informática (caso exista um em sua aos alunos que sentem em roda, em volta dos
escola e esteja disponível) ou em qualquer livros, e falem sobre os motivos que os leva-
outro lugar a que tenham acesso à internet, ram a escolher determinado conto. À medida
que façam uma pesquisa sobre o autor do que terminam seus relatos, podem seguir len-
conto lido: quem é, o que já escreveu além do as histórias escolhidas e assim sucessiva-
do conto, onde mora, do que gosta etc. De- mente, até que o último aluno leia (mesmo
pois, ainda utilizando esse recurso, peça que que isso aconteça em outra aula). Entre uma
pesquisem, em sites especializados (há indi- leitura e outra, abra espaço para que sejam
cações nas referências bibliográficas deste feitos comentários gerais.
Caderno), novos contos que gostariam de ler
para a classe em outra aula. Passo 4 – Sem tornar esse momento da ro-
da de leitura burocrático e a serviço de outras
Eles também podem selecionar contos dos atividades, você pode conduzir os alunos
livros que encontrarem na biblioteca da esco- para uma discussão sobre os aspectos co-
la, em casa, com amigos etc. O importante é muns a todos os contos, recuperando alguns
que cada aluno escolha um conto e prepare elementos já apresentados: a história tem
sua leitura em voz alta. Além disso, assim sempre pelo menos um fato (ou uma sucessão
como fizeram com o autor do conto inicial, de fatos), que se desenrola em certo tempo (o
devem buscar informações sobre o autor do da mimese, que é diferente do tempo do real
conto escolhido para apresentá-lo a toda a vivido), em um dado lugar, de determinado
classe na roda de leitura. modo, por alguma razão.

Em alguns gêneros do agrupamento tipológico “relatar”, como as biografias e os relatos autobio-


gráficos, há o uso de personagens, enredo, marcas de tempo e espaço e um narrador, como acontece em
gêneros literários narrativos, como o conto. A diferença é que, no caso das narrativas, esses elementos
se constituem a partir da mimese da ação por meio da trama, da intriga ou do enredo.

25
Da letra de música ao registro de informações ao contarem histórias. Você deve apresentá-las
(e/ou outras letras que conheça ou que possam
As letras de música a seguir, embora escritas ser aproveitadas do livro didático por apresen-
em versos, apresentam elementos da narrativa tarem características semelhantes) aos alunos.

1. As letras de música que vamos estudar a seguir, embora escritas em versos,


apresentam semelhanças com as narrativas e os relatos por contarem histórias.
Vocês devem, de acordo com a orientação do professor, ouvi-las e analisá-las.
Para isso, é necessário que copiem no caderno as letras de música que estiverem faltando,
indicadas a seguir:

f letra de música 1: Eduardo e Mônica. Composição: Renato Russo;


f letra de música 2: Com que roupa?. Composição: Noel Rosa.

Letra de música 1

Eduardo e Mônica

Legião Urbana/Composição: Renato Russo

Quem um dia irá dizer


Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão...?

Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar


Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram...

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer


E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer...
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse:
– Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir...

Festa estranha, com gente esquisita:


– Eu não tou legal, não aguento mais birita
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
– É quase duas, eu vou me ferrar...
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar

26
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

O Eduardo sugeriu uma lanchonete,


Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos


Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol de botão com seu avô

Ela falava coisas sobre o Planalto Central


Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema “escola, cinema clube, televisão”...

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente


Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser...
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar...

Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer


E decidiu trabalhar... (Nããããoooo!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular

E os dois comemoraram juntos


E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz

Construíram uma casa uns dois anos atrás


Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

27
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação Ah! Ahan!

E quem um dia irá dizer


Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão...?
© Edições Musicais Tapajós Ltda. – EMI.

Letra de música 2
Com que roupa?
Composição: Noel Rosa

Agora vou mudar minha conduta


Eu vou pra luta, pois eu quero me aprumar
Vou tratar você com força bruta
Pra poder me reabilitar

Pois esta vida não está sopa


Eu pergunto com que roupa
Com que roupa... eu vou?
Pro samba que você me convidou
Com que roupa... eu vou
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou

Seu português, agora, deu o fora


Já foi-se embora e levou seu capital
Esqueceu quem tanto amou outrora
Foi no Adamastor pra Portugal
Pra se casar com a cachopa

Eu hoje estou pulando como sapo


Pra ver se escapo
Desta praga de urubu
Já estou coberto de farrapos
Eu vou acabar ficando nu

Meu paletó virou estopa


Eu nem sei mais com que roupa
Com que roupa que eu vou...
ROSA, Noel. Com que roupa?. Disponível em: <http://www.dominiopublico.
gov.br/download/texto/me004314.pdf>. Acesso em: 27 maio 2013.

28
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Algumas sugestões para a condução da Professor, coordene a atividade oral questionando os alunos,
atividade incentivando a participação de todos e retomando respostas
incompletas ou incorretas.
Passo 1 – Se possível, ouça as músicas com os
alunos em sala, para dar sequência às atividades. 3. Na opinião de vocês, essas letras de mú-
sica relatam fatos acontecidos com pes-
Passo 2 – Proponha as seguintes questões soas reais ou têm um caráter ficcional
para os alunos: (ou seja, narram histórias inventadas
por seus compositores)? Por que vocês
2. Em uma roda de conversa, falem sobre acham isso?
suas primeiras impressões, recuperando al- Elas retomam cenários que poderiam representar aspectos
gumas informações contidas em cada uma da vida real, mas têm um caráter ficcional, mimético, por
das letras: meio dos elementos da narrativa (personagens, enredo, tem-
po, espaço, fatos).
a) Do que tratam essas letras?
Passo 3 – Peça aos alunos para juntarem-se
b) Quem são as personagens envolvidas nas em grupos.
histórias?
4. Em grupo, elaborem uma ficha organizati-
c) O que acontece com elas? va com as informações obtidas na leitura e
na escuta das letras de música. Utilizem o
d) Vocês já conheciam essas músicas? Como? modelo a seguir.

Informações Letra de música 1 Letra de música 2

Eduardo e Mônica.
Informações gerais sobre as Com que roupa?.
Legião Urbana.
canções: título, compositor, Composição: Renato Russo. Composição: Noel Rosa.
intérprete © Edições Musicais Tapajós Ltda. – Domínio público.
EMI.

Um homem relata alguns aconteci-


mentos que o ligam a uma mulher. Ele
foi abandonado por ela, que o trocou
Tema (sobre o que as letras Conta a história do casal Eduardo e por outro, um português. Após ser dei-
xada pelo português, que volta a Portu-
tratam) Mônica.
gal, a mulher parece querer se reapro-
ximar, convidando o homem para um
“samba”. Ele, por sua vez, demonstra
não ter condições de aceitar o convite.

Elementos da narrativa Há um narrador e informações sobre Há três personagens, os dois homens e


quando, como, onde e de que forma a mulher. O homem abandonado, por
que podem ser encontrados se conheceram; o que fizeram; os fatos sua vez, faz o papel de narrador, pois é
nessas letras mais importantes da vida do casal. ele quem nos conta os fatos.

29
5. Em seguida, ainda em grupo, vocês devem Na sequência, abordaremos o uso das in-
transformar uma das duas letras de músi- terjeições nas letras de músicas, seguida de
ca em uma narrativa em prosa. Para tanto, pesquisa sobre o conceito de interjeição.
será preciso organizar uma sequência de
ações para as personagens (respeitando o Oralidade
esquema: situação inicial – conflito – de-
senvolvimento – clímax – desfecho); será 1. A proposta agora é realizar um estudo das
necessário, ainda, optar por um narrador marcas de oralidade nos versos de cada
em primeira ou terceira pessoa. uma das duas letras de música analisadas
Oriente a escrita das narrativas, lembrando que devem usar os na seção “Leitura e análise de texto”, ob-
elementos que a compõem: narrador, enredo, personagens, servando quando os compositores reprodu-
tempo e espaço. Se for necessário, retome brevemente esses zem intencionalmente palavras e expressões
elementos já estudados na Situação de Aprendizagem 1. típicas da linguagem oral. Essa intenciona-
lidade ocorre por várias razões. Em grupo,
6. O professor orientará a leitura e análise de respondam: Que razões são essas?
algumas produções. Como o que se quer nessas canções é contar uma história, a
Observe se os alunos identificam, na comparação, os ele- letra é composta com o recurso da oralidade justamente para
mentos das narrativas nos textos. aproximar o ouvinte daquilo que se pretende contar. Muitas le-
tras são mesmo quase uma extensão da fala. No entanto, é pre-
Passo 4 – Faça a mediação da leitura em ciso que os alunos compreendam que nelas há um trabalho no
voz alta de alguns relatos produzidos, anali- plano da expressão, por serem escritas em forma de versos, com
sando-os, especialmente no que diz respeito rimas e combinações de palavras a fim de criar uma imagem,
à organização tipológica. É importante que, um sentido, uma melodia. Diferentemente das conversas e dos
nesta atividade, os alunos reconheçam que relatos cotidianos, há nas letras de música, ou ao menos deveria
justamente alguns dos elementos narrativos, haver, uma preocupação constante com a construção sonora.
comuns nas letras estudadas e nos textos es- Isso significa que fazer letra de música não é somente juntar pa-
critos, contribuem para estabelecer o diálogo lavras para cantar sobre um tema. A escolha de cada palavra tem
entre os gêneros, além, é claro, da manutenção um sentido para esse tema e também para o som que se deseja
do tema. No entanto, é preciso que utilizem os produzir. Palavra e melodia são essenciais para compor canções.
recursos aprendidos até aqui a fim de estabe-
lecer as diferenças entre os textos, pela lingua- 2. Releiam as letras, assinalando as interjeições
gem e pela forma. que vocês também costumam utilizar (ou
observam outras pessoas utilizando) quando
7. Em que as letras de música e as nar- conversam informalmente. Depois, reflitam:
rativas que vocês escreveram são seme-
lhantes? f O que vocês querem dizer quando usam
Alguns elementos que aparecem nas letras de música e nas essas interjeições?
narrativas escritas pelos alunos contribuem para que os textos f Qual é a função delas no contexto de fala?
apresentem intertextualidade, conversem entre si. Por exem- f Se elas não fossem utilizadas, haveria pre-
plo, personagens ou enredos semelhantes, fatos e espaço, juízo para o entendimento da conversa?
tema etc. f Essas interjeições poderiam ser utiliza-
das em outros contextos de produção
8. Em que essas letras de música e as narrati- textual (oral ou escrita)? Quais?
vas que vocês escreveram são diferentes? f Vocês escreveriam uma notícia de jor-
As letras contam histórias ficcionais em verso; as narrativas nal ou uma carta de leitor usando esses
são escritas em prosa. mesmos recursos linguísticos? Por quê?

30
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Respostas pessoais. Não há como definir quais interjeições 3. Organizem no caderno uma lista com ex-
os estudantes utilizarão. No entanto, espera-se que eles pressões que, quando utilizadas em um tex-
compreendam o uso das interjeições para criar expressivi- to escrito, têm como objetivo reproduzir a
dade no texto e que esses usos, em princípio, não aparecem informalidade da linguagem oral.
em notícias de jornal ou cartas de leitores, por serem textos Exemplos: Olha aí! Ah! Hei! Ai! Hum! Bom quem vem lá/Olho
mais objetivos.. pro lado danado/Pra me encabular... Eu não tô legal.

1. Faça uma pesquisa em seu livro didático para saber mais sobre as interjeições.

2. Copie em seu caderno a definição encontrada no livro.


Nas Atividades 1 e 2, espera-se que os estudantes compreendam que as interjeições servem para exprimir emoções, sensações,
estados de espírito. No entanto, é importante analisar e comentar a definição apresentada na fonte de consulta pesquisada.

3. Dê exemplos de interjeições que ajudam a exprimir, no texto escrito, emoções, sensações,


estados de espírito.
Ah, ahã? Ai, ui, ufa.

4. Seu professor selecionará duas atividades de sistematização do conteúdo interjeições pro-


postas pelo livro didático. Desenvolva-as.
Analise as respostas sobre interjeições em discussão com os alunos, favorecendo a apropriação desse novo conteúdo.

Estudo da língua sentido ao texto quando, por exemplo, faz uso


das reticências: afinal, para que servem as reti-
O uso da pontuação cências em uma letra de música? Como o leitor
pode entendê-las a fim de interpretar a letra ou
Para esta Situação de Aprendizagem, suge- de cantá-la com a entonação adequada?
rimos que você dê destaque ao estudo da pon-
tuação. A seguir, apresentamos três atividades Passo 2 – A partir da discussão coletiva, so-
compostas a partir das letras de música já dis- licite que, em grupos, os alunos façam o mes-
cutidas (Eduardo e Mônica e Com que roupa?). mo tipo de análise da letra de Com que roupa?.
Por exemplo: na letra de Noel Rosa, espera-se
Passo 1 – Proponha aos alunos um reco- que eles reconheçam que o compositor apre-
nhecimento dos sinais de pontuação que apa- senta-nos a hesitação da “personagem”, que
recem na letra de música Eduardo e Mônica não sabe que roupa usar em um evento que
(ponto de interrogação, reticências e travessão) parece ser de seu interesse. Para expressar esse
e Com que roupa? (ponto de interrogação e re- sentimento, Noel Rosa utiliza ponto de inter-
ticências). Essa primeira etapa pode ser reali- rogação para aumentar a dúvida da persona-
zada coletivamente. Em seguida, peça que eles gem, que é reforçada com o uso de reticências.
expliquem, do modo como conseguirem, qual
a função de cada sinal para a composição dos Passo 3 – Peça que os alunos façam uma
versos. O importante é que eles consigam per- pesquisa no livro didático ou na gramática
ceber que os compositores quiseram dar um para saber mais sobre a finalidade desses pon-

31
tos de interrogação. Nesse momento, seria in- atividade, analisando o conjunto das infor-
teressante que eles fizessem alguns exercícios mações.
de sistematização propostos pelo próprio livro
a fim de se familiarizarem e fixarem as regras. Produção escrita
Passo 4 – Ainda em grupo, solicite que os Passo 1 – 1. Individualmente, escreva no
alunos analisem algumas produções escritas caderno um pequeno relato de experiência vi-
feitas por eles (por exemplo, o relato), obser- vida em sua rotina diária: a que horas acorda,
vando os sinais de pontuação utilizados. Eles aonde costuma ir, o que costuma fazer, a que
seguiram as regras estudadas nessa sequência horas almoça, em que horário vai dormir etc.
de atividades? Que outros sinais eles também
usaram para compor seus textos? 2. Troque seu relato com o de um colega e leia
o dele.
1. O professor selecionará alguns
exercícios sobre pontuação propos- 3. Registre suas impressões de leitura: Você gos-
tos pelo livro didático a fim de que tou do que leu? Achou (ou não) algo de espe-
você se familiarize com as regras. cial? Esperava alguma coisa a mais? Identifi-
cou-se (ou não) com a rotina do colega? Etc.
2. Volte ao relato que escreveu e observe os Resposta pessoal. Espera-se, no entanto, que os estudan-
sinais de pontuação utilizados. tes percebam que os relatos que tratam da rotina das pes-
soas, no geral, têm uma função bastante relacionada com
a) Você seguiu as regras estudadas nessa o registro daquilo que fazem, não tendo um caráter fic-
sequência de atividades? cional nem imaginativo. Esse relato tem a função social de
descrever acontecimentos reais, documentando as ações
b) Que outros sinais você também usou vividas por seu autor.
para compor seu texto?
Professor, sem intenção de esgotar a análise, observe que essas ati- 4. Depois, coletivamente, discutam sobre o
vidades reforçam a metacognição baseada na pesquisa de regras relato escrito:
e reflexão no próprio texto. Ao retomar a “Lição de casa”, explore
novamente a pontuação para reforçar essa aprendizagem. a) Qual a finalidade desse texto?

Diferenças do narrar e do relatar b) Vocês o consideram importante?

Professor, as atividades a seguir têm a c) Em que circunstâncias vocês o usariam


finalidade de criar situações de reflexão so- e por quê?
bre as semelhanças e diferenças estruturais Aqui é importante que os estudantes façam uma reflexão
entre alguns gêneros da tipologia narrativa sobre a função social dos relatos. Ao lê-los, os estudantes
e outros do agrupamento tipológico “rela- devem compreender que os relatos das rotinas e da vida co-
tar”. Para tanto, sugerimos que você acom- tidiana parecem “sem imaginação ou criatividade” porque
panhe os passos seguintes, selecionando sua função não é contar uma história, mas simplesmente
textos e/ou imagens encontradas no livro deixar registrada uma situação vivida por uma pessoa real,
didático (ou em outros materiais de que dis- em um tempo real, documentando suas ações. Portanto, ge-
ponha para preparar suas aulas) que contri- ralmente, são desprovidos de imaginação, invenção, intriga
buam para o desenvolvimento da atividade. (elementos essenciais quando se conta uma história oral ou
Será preciso apresentá-las a fim de que os escrita). É preciso pensar em que circunstâncias os relatos são
alunos possam compreender o propósito da escritos.

32
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Passo 2 – Apresente aos alunos imagens deixa o ouvinte feliz, deixa o ouvinte triste etc.
de pessoas contando algum fato (podem ser Depois, pergunte: Por que as pessoas aparen-
fotos ou ilustrações, inclusive do material di- temente apresentam as reações demonstradas?
dático ou histórias em quadrinhos) e de ou- (Você não precisa, evidentemente, colocar
tras ouvindo o que dizem. É importante que todas essas reações.) Selecione duas bem dife-
as imagens deixem claro para o leitor que a rentes e analise com os alunos o que acham e
explanação do orador agrada ao ouvinte, não por quê. O que será que o ouvinte está achando
agrada ao ouvinte, deixa o ouvinte com sono, do que está ouvindo?

1. Em grupo, façam a leitura das imagens a seguir.

© Conexão Editorial
© Conexão Editorial
© Conexão Editorial

© Conexão Editorial
© Conexão Editorial

33
2. Responda no caderno. terários, que envolvem imaginação, intriga, in-
venção. Autoras como Lygia Bojunga e Ana
a) O que as pessoas estão fazendo em cada Maria Machado costumam tratar desse assun-
uma das imagens? to em entrevistas ou apresentações de livros.
É importante nesta sequência de imagens que os estudantes
percebam: todas elas apresentam uma pessoa falando e ou- Passo 4 – Solicite aos alunos que compa-
tra ouvindo o que a primeira pessoa diz. rem o relato do autor com as imagens anali-
sadas e com o relato que escreveram no Passo
b) O que as expressões facial e corporal 1. Na opinião deles, o relato que escreveram
dessas pessoas, em cada uma das ima- no começo da atividade também é algo cor-
gens, indicam? riqueiro? Eles se identificaram com alguma
As expressões facial e corporal ajudam a compreender parte pessoa das imagens, ou seja, ficaram felizes,
do que acontece na cena, por exemplo, indicando o que o tristes ou entediados diante da leitura do re-
ouvinte está achando daquilo que o orador diz. lato do colega? Nessa discussão, leve em con-
ta o que dissemos antes: os relatos das rotinas
c) Aquela que está ouvindo o orador apre- e da vida cotidiana parecem “sem imaginação
senta que tipo de reação? ou criatividade” porque sua função não é con-
tJNBHFNBFYQMBOBÎÍPEPPSBEPSBHSBEBBPPVWJOUF tar uma história, mas simplesmente registrar
tJNBHFNBFYQMBOBÎÍPEPPSBEPSOÍPBHSBEBBPPVWJOUF uma situação vivida por uma pessoa real, em
tJNBHFN  B FYQMBOBÎÍP EP PSBEPS EFJYB P PVWJOUF DPN um tempo real, documentando suas ações.
sono;
tJNBHFNBFYQMBOBÎÍPEPPSBEPSEFJYBPPVWJOUFGFMJ[ Portanto, não devem dar ênfase à imagina-
tJNBHFNBFYQMBOBÎÍPEPPSBEPSEFJYBPPVWJOUFUSJTUF ção, à invenção, à intriga (elementos essenciais
quando se conta uma história oral ou escrita).
d) Pelas reações, é possível inferir o que o
ouvinte está achando da explanação do 3. Em grupo, escrevam no caderno um pe-
orador? queno relato de experiência que a perso-
Sim. Porque cada expressão indica um tipo de conversa, nagem de camisa azul pode estar vivendo
como apresentado na resposta (c). Mas não é possível saber ao ouvir seu colega. Nesse relato, é preciso
qual o tema dessas conversas. esclarecer por que o ouvinte tem determi-
nada expressão diante do que o orador diz.
e) Na sua opinião, apenas com as infor- Resposta pessoal, mas a construção do relato deve estar pau-
mações obtidas na leitura das imagens, tada nas discussões realizadas em sala de aula e nas informa-
é possível relatar o que, de fato, essas ções que os estudantes já possuem sobre o gênero textual e
pessoas estão fazendo, dizendo, sentin- sobre a leitura das imagens.
do etc.? Por quê? O que seria necessário
saber para relatar o que está sendo dito 4. Vocês se identificaram com alguma das pes-
pelas personagens dessas imagens? soas das imagens, ou seja, também ficaram
A definir, de acordo com a discussão feita em classe. É impor- felizes, tristes ou entediados diante da leitu-
tante, no entanto, que os estudantes tenham clareza de que ra do relato da rotina de seu colega? Digam
a imagem não esclarece toda a história da cena apresentada. qual dessas sensações vocês sentiram e ex-
pliquem, no caderno, por que vocês acham
Passo 3 – Selecione um relato de algum que a leitura do relato a provocou.
autor sobre o processo de escrita de textos li- Sobre as impressões dos relatos escritos pelos colegas, é im-

34
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

portante que os estudantes se identifiquem com alguma das Passo 5 – Retome com os alunos os relatos que
imagens. Por exemplo, pode ser que eles sintam um certo escreveram e as imagens, para que reflitam sobre
aborrecimento por considerarem a rotina dos colegas a questão do contexto. Em qualquer situação de
muito “chata”. No entanto, é preciso que eles compreen- comunicação esses relatos seriam corriqueiros?
dam que, ao relatarem suas rotinas, no mínimo, eles acabam Em que contexto eles poderiam ser inseridos a
por conhecer mais as pessoas com quem convivem dia- fim de cumprir sua função social adequadamen-
riamente, seus hábitos, a organização que fazem do dia, se te? O objetivo é fazer que os alunos percebam que
trabalham, se fazem outras tarefas que não as relacionadas à os relatos não estão a serviço da criação ficcional
escola etc. É importante levá-los a tomar consciência de que e, portanto, não se subordinam àquilo que se es-
passamos os nossos dias relatando coisas e, portanto, relatar pera das histórias inventadas: imaginação. Neste
faz parte da socialização humana. Ao contarmos para o outro momento, você pode solicitar-lhes que pensem
um acontecimento, trocamos informações e acrescentamos em que contextos os relatos escritos e estudados
conhecimento à nossa existência. poderiam enquadrar-se, cumprindo sua função.

Para você, professor!


O conjunto de imagens e textos analisados até aqui deve revelar aos alunos um contexto bastante
específico: o da criação de histórias, de narrativas. Trata-se, portanto, de diferenciar os relatos da vida
cotidiana das narrativas literárias ficcionais, construídas com base em ações organizadas por meio da
criação de intrigas, com o objetivo de inserir-se na cultura literária ficcional. Ou seja, diferentemente
dos relatos, as narrativas têm seu compromisso firmado com a mimese da ação por meio da criação de
intrigas.
É importante, nesta etapa da atividade, que os alunos compreendam que, diferentemente do relato,
a tal “história” tratada nos textos escolhidos por você precisa ser construída a partir de uma trama ou
enredo que orienta todas as ações das personagens, conduzindo-as para um desfecho. Não basta apenas
narrar ou descrever fatos, como no caso do relato.

Produção escrita
Sugestões de contexto

1. Retomem os relatos que fizeram na seção Provavelmente não, porque são baseados nas rotinas e não
anterior de “Produção escrita”, da página têm função ficcional.
32, refletindo sobre a situação de comuni-
cação para a qual eles foram elaborados: 2. Escolha uma das situações de comunicação a
alunos escrevem para os colegas e para o seguir e escreva em seu caderno um novo re-
professor ouvirem a respeito da rotina do lato que atenda às exigências dessa situação.
dia a dia, sem acrescentar nada de diferen-
te. Relembrem a situação e, depois, respon- Sugestões de situações de comunicação:
dam no caderno: É provável que o relato
da rotina de um estudante, sem nenhum f sua escola está realizando um censo para
acontecimento especial, desperte interesse saber qual é a rotina dos estudantes após
e curiosidade nos ouvintes? Por quê? o período (ou antes dele) em que estão

35
na escola, a fim de reunir dados estatís- f um professor tem como objetivo fazer
ticos sobre a quantidade de adolescentes uma comparação entre a vida de seus
que trabalham além de estudar; alunos e a de crianças e adolescentes
f seu professor quer solicitar algumas que vivem nas ruas e não frequentam
tarefas para serem realizadas fora do uma escola, a fim de discutir com os
horário escolar e precisa saber a dis- estudantes, principalmente, as dife-
ponibilidade de tempo que os alunos rentes realidades que envolvem os jo-
têm para isso; vens brasileiros.

Considere:

a) Quais informações você deve dar?

b) Quais informações podem ser descartadas por não terem importância para a situação esco-
lhida?

c) Qual a função social, isto é, para que servirá seu relato de acordo com as exigências da
situação que você escolheu?
A definir. Espera-se, no entanto, que os estudantes percebam que os relatos não estão a serviço da criação ficcional e, portanto,
não se subordinam àquilo que se espera das histórias: imaginação.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
ESTUDO DE ALGUMAS DIFERENÇAS ENTRE A
LINGUAGEM ORAL E A LINGUAGEM ESCRITA

Esta Situação de Aprendizagem tem dois “relatar”, analisando diferenças entre a orali-
objetivos centrais: observar as diferenças entre dade e a escrita. Ao final do processo, espera-
a leitura silenciosa e a em voz alta, bem como a -se que os alunos produzam um relato escrito a
individual e a compartilhada, e realizar um estu- partir da transcrição de um relato oral, colocan-
do da linguagem em alguns gêneros da tipologia do em funcionamento os aspectos estudados.

Conteúdos e temas: interjeições; diferenças entre relatos orais e escritos; reconhecimento de alguns as-
pectos da norma-padrão e não padrão em diferentes situações de uso; edição de relatos: passos de ela-
boração de relato escrito a partir da leitura de relato oral; paragrafação e pontuação; estudo de alguns
elementos coesivos (conectivos, preposições).

Competências e habilidades: distinguir conectivos e elementos coesivos próprios de relatos orais e escri-
tos; reconhecer pontuação que indica oralidade transposta para a escrita; reconhecer a importância da
pontuação e de marcas gráficas usadas no relato para indicar vozes que circulam no texto.

36
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em duplas
e em grupos; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo
centrado no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse; au-
diovisual; computador; internet.

Sugestão de avaliação: elaborar relatos escritos a partir da transcrição de relatos orais; fazer edição de
textos orais.

Roteiro para aplicação da Situação


de Aprendizagem 3
Vamos iniciar com uma sequência de ativi- 1a Etapa
dades que discute as diferenças entre a leitura
silenciosa e a em voz alta, bem como a indivi- 1. Preparem, com o apoio do professor, uma
dual e a compartilhada. lista de contos que gostariam de ler. Uma
possibilidade de organizar essa lista é esco-
lhê-los em uma visita à sala de leitura ou
Para realizar as atividades de biblioteca da escola; outra maneira de co-
leitura e interpretação textual, nhecer contos é buscá-los na internet; outra,
vocês terão de desenvolver, ao ainda, é trazê-los de casa. Depois de encon-
mesmo tempo, as seções “Pesquisa em trar alguns títulos de contos que consideram
grupo” e “Lição de casa”. interessantes, anotem seus dados no quadro
a seguir.

Título do conto Nome do autor

2. Escolham um dos contos listados. Caso te- 3. Agora, cada um deverá ler o conto indivi-
nham dificuldade para escolher, façam um dualmente.
sorteio. Guardem a lista para outra ativi- Professor, essa etapa pretende, justamente, mostrar as diferen-
dade de leitura. ças entre a visão individual e a compartilhada sobre o texto.

37
4. Combinem entre vocês um momento de d) Relacionaram esse conto a alguma his-
silêncio para que o professor faça a lei- tória real que conhecem? Contem essa
tura em voz alta de uma parte do conto história a seus colegas.
escolhido. Professor, recomende contos que possam ser encontrados
na biblioteca da escola e indique, previamente, sites de lite-
5. Quando o professor terminar a leitura, em ratura em que os alunos possam encontrar bons contos para
uma roda, comentem suas impressões: ler. Use os endereços indicados no Caderno do Professor ou
outros que deseje recomendar. Essas providências favorece-
a) Gostaram (ou não) do trecho lido do rão os bons resultados desta primeira etapa.
conto? Por quê? Durante as discussões, oriente os alunos sobre a importância da
troca de experiências de leitura, demonstrando como co-
b) Ficaram curiosos ou com vontade de ler nhecer o ponto de vista de diferentes colegas enriquece
a continuação do conto? Por quê? o entendimento de cada um deles. Conforme forem surgindo
relações entre o nome do conto e histórias reais, reforce a ideia
c) Quiseram saber mais sobre o autor do de diálogos múltiplos entre diferentes gêneros e linguagens. In-
texto (sua vida, os livros que já escre- centive a turma a partilhar suas impressões sobre gostar de ler.
veu, onde mora, se ainda vive etc.)? Valorize todas as respostas e dê depoimentos sobre seu processo
Por quê? de formação como leitor. Dê as referências do conto.

1. O professor discutirá mais alguns contos do quadro elaborado na 1a Etapa da se-


ção “Leitura e análise de texto” por grupos de trabalho.

2. No laboratório de informática (caso exista um em sua escola e esteja disponível) ou em qual-


quer outro lugar a que tenham acesso, vocês devem fazer uma pesquisa na internet a fim de
saber sobre os contos e autores pelos quais seu grupo ficou responsável.
Durante essa pesquisa, vocês podem acrescentar novos contos que gostariam de ler para
sua classe em outra aula. Vocês também podem selecionar contos dos livros que encontra-
rem na biblioteca da escola, em casa, com amigos etc.

3. Façam a leitura dos contos escolhidos e, em nova roda de leitura, comentem suas impressões.
Verifique se os alunos, ao pesquisarem na internet (conforme suas indicações), escolheram textos que pertençam ao gênero “conto”.

1. Após a pesquisa em grupo, se- 2. Prepare duas questões sobre o conto (pode
lecione um dos contos e faça uma ser a respeito das personagens, do lugar
leitura individual em voz alta. onde a história acontece, do tema etc.).
Escolha a entonação que melhor combi- Formule as respostas para essas questões
na com o tipo de história que selecionou. de acordo com o entendimento que teve do
Por exemplo: se você optou por um conto texto e anote-as no caderno.
de mistério e suspense, é preciso pensar Para ter indicações sobre a aprendizagem dos conteúdos de
em como ler as partes que causam sensa- “Lição de casa”, ao retomá-la com a turma, peça a cada um
ção de medo ou angústia no leitor/ouvin- dos alunos que diga uma palavra com a entoação adequada
te. Nesse caso, sua leitura deve reforçar ao efeito que pretende causar ao dizê-la. Em seguida, você
essa sensação. pode pedir a alguns alunos que leiam uma das questões que
prepararam sobre o conto que leram e comentá-las.

38
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

2a Etapa lavras, expressões e interjeições que eles cos-


tumam utilizar (ou observam outras pessoas
1. Reúnam-se em duplas. Cada um de vocês utilizando) quando conversam informalmente:
lerá em voz alta para o colega um trecho do
conto escolhido na seção “Lição de casa”. f O que eles querem dizer quando usam es-
sas palavras e expressões?
2. Apresente a seu colega as duas questões f Qual é a função delas no contexto da fala?
preparadas por você, durante a lição de f Se elas não fossem utilizadas haveria pre-
casa, sobre o conto que escolheu para ler. juízo para o entendimento da conversa?
f Essas palavras e expressões podem ser uti-
3. Individualmente, responda às questões que lizadas em outros contextos de produção
seu colega elaborou e aguarde que ele res- textual (oral ou escrita)? Quais?
ponda às elaboradas por você. f Eles escreveriam uma notícia ou uma carta
usando esses mesmos recursos linguísticos?
4. Troquem novamente as questões e obser- Por quê?
vem se as respostas dadas são semelhantes
às sugestões de respostas que cada um ano- Depois dessa sondagem, solicite que orga-
tou anteriormente. nizem uma lista com palavras e expressões tí-
picas da oralidade que, quando utilizadas em
5. Discutam sobre essas respostas, justificando um texto escrito, estão a serviço de reproduzir
por que julgam que as questões formuladas uma situação na qual o importante é fazer que
são pertinentes ao exercício de análise textual: o leitor/ouvinte reconheça nelas a informali-
dade do coloquial: as interjeições que servem
a) Elas ajudam a compreender melhor o conto? para exprimir emoções, sensações, estados de
espírito; as abreviações de palavras para tor-
b) Possibilitam ampliar a discussão sobre nar a fala mais dinâmica e ágil etc. O impor-
a história? tante é que nesta atividade você construa com
seus alunos algumas noções básicas sobre lin-
c) Estimulam a curiosidade do ouvinte? guagem oral e linguagem escrita a partir da
análise de palavras, expressões e interjeições
6. Entreguem ao professor essas questões presentes nas letras de música.
(suas e de seu colega) com as respectivas
respostas (as esperadas por você e as dadas Outra atividade muito interessante e efi-
por seu colega). ciente para que os alunos percebam quanto a
O esperado é que todos os alunos tenham elaborado as linguagem oral difere da escrita, não sendo esta
questões solicitadas de acordo com suas recomendações e última, portanto, uma simples extensão da pri-
participem ativamente da troca de informações. meira, é a transcrição de textos orais, para que
sejam transformados em textos escritos. Você
Oralidade pode realizá-la coletivamente, na lousa, ou pe-
dir que os alunos a façam em grupos.
Da oralidade para a escrita
A seguir, você verá um exemploa desse tipo
Para iniciar a discussão sobre as diferen- de atividade, útil para a construção passo a pas-
ças da escrita e da oralidade, peça aos alunos so da proposta. Você pode utilizá-lo para tra-
que releiam as letras de música da Situação balhar com os alunos ou apenas usá-lo como
de Aprendizagem anterior, assinalando as pa- referência para preparar uma nova atividade.
a
Atividade adaptada de: NÓBREGA, Maria José. Os tons e mil tons do português do Brasil. In: MURRIE, Zuleika de Felice
(Coord.). Língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística e educação física: livro do estudante: Ensino Fundamental.
Brasília: MEC/Inep, 2002, p. 147.
39
1. Leia a sequência de textos a seguir.

Texto 1: Como você se interessou pelo circo?


Na verdade eu sempre meio... que... fiquei meio fascinada com circo... uma vez quando eu era crian-
ça eu assisti... é... principalmente o trapézio foi uma coisa que me chamou muita atenção... eu achei
muito bonito... na verdade eu nunca... cheguei a imaginar... como que alguém poderia fazer circo, eu
não imaginava quando era pequena nem sabia que tinha uma escola... de circo... aí é... sempre que eu
tive meio que uma curiosidade e uma vontade... de fazer parte disso... e... até que que um dia quando
eu estava mais velha... eu tinha... uns quatorze... anos eu vi na... um espetáculo de um circo na televisão
que é o Cirque du Soleil... e... e voltou tudo muito mais forte porque é um espetáculo muito bonito e
eu queria fazer parte de tudo aquilo e aí como eu sabia onde tinha uma escola resolvi ir atrás desse
sonho... e poder fazer parte disso.
Adaptado de: NÓBREGA, Maria José. Os tons e mil tons do português do Brasil. In: MURRIE, Zuleika de
Felice (Coord.). Língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística e educação física: livro do estudante:
Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 147.

Texto 2: Como você se interessou pelo circo?


Na verdade eu sempre meio... que... fiquei meio fascinada com circo... uma vez quando eu era crian-
ça eu assisti... é... principalmente o trapézio foi uma coisa que me chamou muita atenção... eu achei
muito bonito... na verdade eu nunca... cheguei a imaginar... como que alguém poderia fazer circo, eu
não imaginava quando era pequena nem sabia que tinha uma escola... de circo... aí é... sempre que
eu tive meio que uma uma curiosidade e uma vontade... de fazer parte disso... e... até que que um dia
quando eu estava mais velha... eu tinha... uns quatorze... anos eu vi na... um espetáculo de um circo na
televisão que é o Cirque du Soleil... e... e voltou tudo muito mais forte porque é um espetáculo muito
bonito e eu queria fazer parte de tudo aquilo e aí como eu sabia onde tinha uma escola resolvi ir atrás
desse sonho... e poder fazer parte disso.
Adaptado de: NÓBREGA, Maria José. Os tons e mil tons do português do Brasil. In: MURRIE, Zuleika de Felice
(Coord.). Língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística e educação física: livro do estudante:
Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 147.

Texto 3: Como você se interessou pelo circo?


Eu sempre... fiquei fui meio muito fascinada com pelo circo... uma vez quando era criança assisti
a um espetáculo e... principalmente o trapézio foi uma coisa que me chamou muita muito a atenção...
nessa época nunca... cheguei a imaginar... como que alguém poderia aprendia a fazer circo eu não
imaginava quando era pequena nem sabia que tinha uma escola... sempre tive mas tinha uma curiosi-
dade e uma vontade... de fazer parte disso parte daquele mundo... e... até que um dia quando estava
mais velha... tinha... com uns quatorze... anos vi... um espetáculo muito bonito de o Cirque du Soleil
um circo na televisão que é... e o desejo de fazer parte de tudo aquilo voltou tudo muito mais forte

40
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

porque é um espetáculo e eu queria e como eu sabia onde tinha uma escola resolvi ir atrás desse
sonho... e poder fazer parte disso.
Adaptado de: NÓBREGA, Maria José. Os tons e mil tons do português do Brasil. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Língua por-
tuguesa, língua estrangeira, educação artística e educação física: livro do estudante: Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 147.

Texto 4: Como você se interessou pelo circo?


Eu sempre fui muito fascinada pelo circo. Uma vez, quando era criança, assisti a um espetáculo e,
principalmente, o trapézio me chamou muito a atenção. Nessa época, nunca cheguei a imaginar como
alguém aprendia a fazer circo, nem sabia que tinha escola, mas tinha uma curiosidade e uma vontade
de fazer parte daquele mundo.
Até que um dia, quando estava com uns quatorze anos, vi um espetáculo muito bonito do Cirque
du Soleil na televisão e o desejo de fazer parte de tudo aquilo voltou muito mais forte. Como eu sabia
onde tinha uma escola, resolvi ir atrás desse sonho.

Adaptado de: NÓBREGA, Maria José. Os tons e mil tons do português do Brasil. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.).
Língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística e educação física: livro do estudante: Ensino Fundamental. Brasília:
MEC/Inep, 2002. p. 147.

2. Em uma roda de conversa, reflitam sobre 3. Comparem o Texto 1 com o Texto 4. Res-
as questões a seguir, formulando respostas pondam:
de acordo com o entendimento que tive-
ram da sequência de textos. a) Qual deles apresenta expressões típicas
da linguagem oral?
a) Na opinião de vocês, qual a semelhança O primeiro.
entre os quatro textos?
Todos dizem respeito a um mesmo relato. b) Qual pertence à linguagem escrita?
O quarto.
b) Em que eles diferem?
À medida que o texto oral vai sofrendo revisão e refor- c) Por que vocês acham isso?
mulação, distancia-se da primeira versão pela lingua- Pela linguagem utilizada. No primeiro caso há interrupções,
gem: o primeiro é totalmente oral, ou seja, é a repro- reformulação de frases. No segundo, o texto está formatado
dução literal da fala; o último obedece aos padrões da para ser lido; por isso, recebe pontuação que ajuda a indicar
linguagem escrita. a entonação adequada para o registro.

c) Vocês consideram que se trata de um 4. Por que os Textos 2 e 3 apresentam desta-


mesmo texto, várias vezes reformulado, que em algumas palavras? Por que o Texto 3
ou são textos diferentes, produzidos por apresenta novas palavras (marcadas na cor
pessoas diferentes? azul)? Qual a finalidade dessas palavras?
Trata-se de um mesmo texto. No Texto 2, as palavras em vermelho são típicas da oralidade
e, por isso, devem ser excluídas; no Texto 3, as palavras em
d) Qual o tema tratado nos quatro textos? azul são as que devem substituir as em vermelho, dando ao
A descoberta do circo pela pessoa que relata. texto um caráter mais próximo do registro escrito.

41
5. Discutam as transformações sofridas pelo transcrições devem ser lidas pelos grupos,
texto original e sua importância na trans- que discutirão quais aspectos do texto ori-
posição da linguagem oral para a lingua- ginal devem ser eliminados inicialmente.
gem escrita.
Durante a discussão, espera-se que os alunos demonstrem 3. A partir de então, vocês precisam transfor-
ter compreendido que oralidade e escrita são linguagens mar as transcrições dos relatos em textos
diferentes, mas têm igual importância. Contribua para re- escritos, utilizando os recursos típicos des-
forçar essa compreensão, retomando aspectos linguísti- sa linguagem, como a pontuação, a para-
cos que foram sendo transformados nas diferentes versões grafação e os elementos coesivos.
do texto.
Leiam as seguintes orientações:
Solicite aos alunos que realizem uma ati-
vidade semelhante à descrita anteriormente, f cortem as passagens repetitivas ou pa-
com o intuito de ampliar essa discussão es- lavras e expressões que funcionam bem
crita. Para tanto, devem seguir os seguintes na hora de falar, mas, em geral, são des-
passos. necessárias na escrita;
f acrescentem informações que não te-
Produção escrita nham sido faladas, por serem facilmente
subentendidas, mas que precisam apare-
Gravando relatos cer na escrita;
f substituam termos muito vagos por pa-
1. Em grupo, vocês devem gravar relatos de lavras ou expressões mais específicas;
algumas pessoas sobre fatos vivenciados f invertam expressões ou partes do texto
por elas. Essa gravação deve ser, eviden- para deixar as ideias apresentadas mais
temente, autorizada pelas pessoas. Vocês claras para quem lê;
podem escolher algum familiar, colegas de f por fim, dividam o texto em parágrafos
outras classes ou professores. e frases, empregando a pontuação ade-
quada e as letras maiúsculas de modo
Vejam estas orientações: correto.

f vocês devem ter um entendimento co- 4. Após a transposição para a escrita, vocês
mum sobre o assunto do relato: um devem ler para toda a classe o resultado
acontecimento de infância, um momen- do trabalho realizado, fazendo compara-
to de muita alegria, o nascimento de um ções com o texto transcrito e discutindo as
filho etc.; marcas da escrita que foram utilizadas na
f é importante que vocês gravem, no má- transposição.
ximo, dois minutos do relato, a fim de
facilitar o trabalho de transcrição e, 5. Entreguem esse texto ao professor para que
posteriormente, de transposição da lin- ele possa auxiliá-los na revisão. Ele fará
guagem oral para a escrita. anotações e sugestões do que vocês podem
fazer para melhorar o texto transposto.
2. Vocês devem transcrever os relatos grava-
dos exatamente como foram falados, se- 6. Façam as mudanças apontadas pelo pro-
guindo como modelo a sequência de tex- fessor. Todos os integrantes do grupo de-
tos analisada na seção “Oralidade”. Essas vem ter uma cópia de cada etapa dessa ati-

42
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

vidade a fim de consultá-la posteriormente te. A título de sugestão, apresente aos alunos
como “termômetro” avaliativo, para verifi- um texto narrativo contendo alguns diálogos
car o que sabiam e como escreviam antes e em discurso direto, mas sem nenhum sinal de
depois de cada etapa. pontuação (você também pode usar essa es-
Como esta atividade tem diferentes etapas, é importante ve- tratégia para o estudo dos conectivos). Em se-
rificar se os grupos compreenderam e conseguiram realizar guida, peça que identifiquem as personagens
o que se pede em cada uma delas antes de passar para a fase da história envolvidas no diálogo em questão:
seguinte. No momento da revisão da transposição do oral Quem e quantas são? Quais são as falas de cada
para o escrito, oriente os alunos a trabalharem em conjunto uma delas? O que o narrador conta?
e produzirem um só texto por grupo. É importante que todos
os alunos do grupo estejam satisfeitos com o resultado. Para que os alunos sejam capazes de res-
As respostas pessoais ou do grupo para as Questões 2, 3, 4, 5 ponder a todas essas questões, peça que, em
e 6 devem ser orientadas por você de acordo com as leituras grupos, realizem uma leitura do texto em voz
feitas por eles. Os estudantes devem levar em consideração, alta (ou você pode fazer a leitura), exatamente
no entanto, a atividade de transcrição do oral para o escrito como está escrito. Depois, em uma nova leitu-
já realizada no caderno. Em relação à revisão, é preciso con- ra, peça que comecem a organizar a entona-
siderar os recursos típicos dessa linguagem, como a pontua- ção da voz, as partes do texto etc.
ção, a paragrafação e os elementos coesivos.
1. O professor apresentará à classe um texto
Esses tópicos serão abordados nas ativida- narrativo. Você deve, individualmente:
des a seguir.
a) Fazer a leitura do texto narrativo apre-
Estudo da língua sentado por ele.

Pontuação, elementos coesivos (preposição, b) Identificar as personagens: Quem e


conectivos, pronomes relativos) quantas são? Quais são as falas de cada
uma delas?
Para que os alunos tenham condições de
analisar os problemas encontrados em seus c) Identificar o narrador: Ele também é
textos e fazer as revisões necessárias, é pre- personagem ou não? Como você iden-
ciso que possuam repertório e conhecimento tifica isso?
linguísticos. Por isso, é importante o estu-
do sistematizado dos aspectos notacionais d) Responder em seu caderno: O que falta
(questões linguísticas) e discursivos. Para este a esse texto? Isso prejudica o entendi-
momento, sugerimos que você priorize a pon- mento da história? Por quê?
tuação e os elementos coesivos, que podem
ser estudados tanto do ponto de vista da lín- 2. Reescreva o texto no caderno, separando
gua como do ponto de vista do discurso (ou as falas do narrador e das personagens por
seja, dos efeitos construídos semanticamente, meio do uso de sinais de pontuação.
estabelecendo sentidos e conferindo coerên-
cia ao texto). 3. Em dupla, comparem o modo como vocês
pontuaram o diálogo entre as personagens:
Você pode, para isso, utilizar o livro di-
dático, destacando algumas atividades que a) Usaram o mesmo tipo de pontuação ou
envolvam os temas discutidos anteriormen- pontuaram de forma bem diferente?

43
b) A maneira como pontuaram cada texto atribuir ao texto.
criou possibilidades diferentes de enten- Professor, nesta sequência de atividades, é importante que
dimento? Quais? você faça um acompanhamento dos trabalhos realizados
pelos estudantes, observando a leitura que fazem do texto
Coloque o texto original na lousa e vá pon- apresentado, as primeiras impressões, o reconhecimento do
tuando. Em seguida, discuta com eles outras tipo de texto narrativo apresentado, os elementos do tipo
possibilidades de pontuação que poderiam in- de texto etc.
terferir no sentido do texto. Durante esta atividade de finalização, aproveite para avaliar
os progressos da turma em relação à compreensão das dife-
4. Seu professor apresentará o texto original renças entre oral e escrito e do uso da pontuação.
coletivamente, a fim de que vocês possam Caso haja alunos com mais dificuldades, programe para eles
refletir sobre a função da pontuação nas exercícios complementares sobre os assuntos tratados nesta
marcas de diálogo e no sentido que se quer Situação de Aprendizagem.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
ESTUDO DA ESTRUTURA DO JORNAL

O objetivo central desta Situação de Apren- predominantemente informativo. Ao final do


dizagem é iniciar um estudo do jornal, identi- processo, espera-se que os alunos sejam capa-
ficando suas partes (seções, colunas, gêneros zes de reconhecer as partes do jornal, inferin-
textuais), a fim de desenvolver com os alu- do sobre títulos e manchetes e diferenciando
nos conhecimentos gerais sobre esse veículo linguagem verbal e não verbal.

Conteúdos e temas: análise de jornais; estudo de notícias jornalísticas; inferências; leitura e escrita de
notícias; linguagem conotativa e denotativa; características estruturais da notícia.

Competências e habilidades: ampliar repertório sobre a leitura de jornais; construir critérios para ler
jornais a partir dos conhecimentos sobre essa mídia impressa; confrontar impressões e interpretações
sobre o modo como as notícias são apresentadas nos jornais impressos.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em duplas
e em grupos; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo
centrado no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse; audio-
visual; computador; internet.

Sugestão de avaliação: elaboração de fichas organizativas; apresentação oral; avaliação oral coletiva.

44
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Iniciaremos com um estudo comparativo entre o gênero “notícia” e o gênero “carta”. Em segui-
da, será apresentada, de forma introdutória, a estrutura de um jornal.

1. Façam uma leitura coletiva do texto a seguir.

Texto 1

Na noite de ontem, por volta das 22 horas, um tremor de terra atingiu diversas regiões de São
Paulo. De acordo com o Observatório de Sismologia da Universidade de São Paulo, o epicentro ocor-
reu no mar, a uma distância de aproximadamente 215 quilômetros da costa do Estado de São Paulo.
O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) informou que muitos moradores da cidade
ligaram para relatar o abalo e registrar a preocupação com novos tremores, mais fortes e perigosos. No
entanto, o Centro não registrou nenhum caso de pessoa ferida ou morta. Segundo o professor João
Teixeira, “não há riscos de novos tremores nos próximos dias”. Uma moradora do bairro do Ipiranga
contou que estava chegando em casa na hora em que a terra começou a tremer: “Os quadros do saguão
do meu prédio ficaram todos tortos e eu tive a impressão de estar andando sobre o chão de um barco”.
A moradora espera não passar novamente por essa sensação.

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

Texto 2

Mãe,

Espero que tudo esteja bem aí em casa. Aqui, as coisas estão indo assim, assim... Ainda não tive
resposta daquele emprego, mas vou levando. Ontem, tomei um baita susto: a vida tremeu dentro de
mim. É sério, tremeu mesmo. Eu já estava na cama (você sabe que gosto de dormir cedo, né?), mas
ainda não tinha conseguido encontrar Morfeu. Daí, tudo pareceu tremer à minha volta. Achei até que
estava com labirintite! Como a noite estava negra como os cabelos de Iracema (lembra-se da nossa
querida índia?), não compreendi bem o acontecido: seria um certo devaneio meu ou algo, de fato,
estava acontecendo no mundo? Sei lá, mãe... Naquela hora, eu fiquei com tanto medo que nem pensei
em levantar do meu beliche.
Hoje, quando resolvi me aventurar para fora das minhas paredes protetoras, descobri que o tremor
tinha sido real mesmo: “um abalo sísmico”, era o que dizia no jornal. Isso me fez respirar mais tran-
quila: não fora um devaneio, não. E não é que aqui, na selva de pedra, a gente tem terra que balança?
Beijo, mãe... Estou com muita saudade, mas só posso ir para casa no próximo feriado.

Sua filha Matilda.

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

45
2. A quais gêneros eles pertencem? Marque a b) o primeiro é um relato de experiência
resposta correta: vivida, porque foi escrito por alguém
que participou do acontecimento para
a) o primeiro é uma notícia, porque é um informar os leitores de um jornal dos
texto que não necessariamente precisa detalhes do tremor de terra; o segundo
ser assinado por um autor, foi escrito também é um relato de experiência vi-
por alguém que observou o aconteci- vida, porque está sendo lido na escola,
mento de longe e tem a função de in- para todos os alunos que também senti-
formar o público em geral; o segundo ram o tremor de terra em suas casas.
é uma carta, que foi escrita por alguém
que viveu o acontecimento, identifica-se 3. Organize uma lista de características que
como filha e tem a função de informar a comprovem a resposta que você deu no
mãe para que ela não se preocupe. item 2. Anote essa lista no quadro a seguir.

Gênero/características Texto 1 Texto 2

Notícia de jornal. Carta.


Gênero

Lide (o que, quando, onde, por quê,


com quem); linguagem objetiva, direta, Linguagem afetiva e pessoal; marcas de
Características impessoal; sem marcas de oralidade; uso oralidade; conversa com o interlocutor;
de aspas para indicar fala de terceiros; saudação e despedida.
discurso indireto.

4. Identifique o tema principal dos dois tex- Não cabem nele informações sobre como o jornalista se
tos, observando como o acontecimento é sentiu em relação ao acontecimento.
retratado em cada um deles.
Tremor de terra que atingiu vários bairros da cidade de São 6. A função social de cada um dos gêneros
Paulo. Na notícia, o acontecimento é retratado com objeti- textuais que você leu é diferente: um de-
vidade. Na carta, há ênfase em sentimentos e sensações da les, por ser uma notícia, informa um gran-
escritora. de público de leitores de jornal sobre um
acontecimento; o outro, por ser carta, re-
5. Em sua opinião, seria adequado usar as lata um acontecimento vivido por alguém.
mesmas expressões escritas no Texto 2 Será que o fato de serem autores e públicos
para retratar o acontecimento no Texto 1? diferentes modifica o modo como é feita
Por quê? a descrição do acontecimento? Explique
Não, porque o Texto 1 tem a função de informar o aconteci- como é possível verificar essa diferença.
mento de modo objetivo. Sim, o fato de serem autores e públicos diferentes modifica o

46
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

modo como é feita a descrição do acontecimento. No primeiro Organizando uma roda de apreciação de
texto, o gênero pertence à tipologia “relatar” e tem um compro- jornal (e/ou revista)
misso com a veracidade do fato: está a serviço da documenta-
ção e memorização de fatos situados em determinado tempo Esta atividade de primeiro contato, de lei-
e espaço, tem função utilitária. O segundo texto também tem tura superficial, requer dos alunos habilidades
a função de relatar uma experiência vivida; no entanto, como o para identificar, isolar/relacionar, combinar,
interlocutor é alguém com quem o autor tem intimidade (sua comparar, selecionar, classificar e ordenar,
própria mãe), ele pode usar uma linguagem pessoal e afetiva. entre outras. O objetivo é que eles manuseiem
os jornais, observando os temas aborda-
7. Retomem o primeiro parágrafo do Texto 1 dos, inferindo sobre o público-alvo a que se
e observem as informações contidas nele. dirigem, sobre os títulos e o nome do jornal,
Que informações são essas? Qual a impor- analisando a importância de cada um des-
tância dessas informações para a composi- ses itens para compor o veículo etc. Chame
ção desse texto? a atenção para as imagens, aproveitando a
Este primeiro parágrafo é o lide da notícia e resume para o situação para discutir a articulação entre as
leitor as informações principais: linguagens verbal e não verbal no contexto
t0RVÐ 5SFNPSEFUFSSB do jornal. Para preparar uma roda de apre-
t0OEF /BDJEBEFEF4ÍP1BVMP ciação, você deve levar vários exemplares
t2VBOEP 0OUFN QPSWPMUBEBTI para a sala de aula. Também pode pedir aos
t1PSRVÐ 1PSDBVTBEFVNUSFNPS DVKPFQJDFOUSPPDPSSFVOPNBS alunos que levem o material que tiverem em
Essas informações fazem parte do lide e são necessárias para casa a fim de contribuírem com a riqueza
a composição das notícias de jornal. da roda.

Atenção, professor!
1. Façam uma leitura coletiva do texto a seguir:

Agências de notícia: empresas que cobrem fatos e distribuem informações jornalísticas para todos
os veículos de comunicação (jornal, revista, rádio, TV, internet). Existem as agências locais, nacionais e
internacionais. Selecionam as notícias que devem ser transmitidas.
Caderno: cada uma das partes separadas de um jornal. Contém assuntos correlatos, distribuídos em
seções e colunas fixas e matérias ligadas a seu tema geral (por ex.: caderno de esporte, de turismo, de
dinheiro, de política, de economia, de classificados, etc.).
Chamada: texto, completado por títulos, fotos e legendas, gráficos, mapas, etc., que resume a notí-
cia. Geralmente é colocada na primeira página para atrair o leitor. Abaixo dela, à direita, há indicações
do caderno ou página em que a notícia integral se encontra. Também pode se constituir apenas de um
título ou uma foto com legenda.
Coluna: seção assinada de um jornal ou revista. É colocada sempre em uma mesma página e possui
título fixo.
Lide ou lead: abertura do texto jornalístico, indicando dados sobre o fato noticiado (quem, o quê,
quando, onde, como e por quê). Também serve como resumo do fato, orientando a leitura dos parágra-
fos seguintes, que devem ser um desdobramento das informações contidas no lide.

47
Manchete: título principal de uma notícia, em letras garrafais, na primeira página do jornal ou da
revista.
Notícia: relato de uma série de fatos a partir de um fato mais importante. Sua estrutura é lógica e
tem critério de importância ideológico: depende do mercado consumidor, da cultura, do momento
histórico de um país, etc.
Olho: tem a mesma função de um subtítulo. É um pequeno texto ou título que antecede um título
maior ou um grande texto.
Rubrica: título dado a uma matéria. Pode ser o nome de um assunto pontual ou de determinada
seção ou coluna.
Seção: espaço no jornal onde são reunidos assuntos específicos. É uma subdivisão dos cadernos
do jornal.

Adaptado de: FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 10. ed. 1a reimpressão,
fevereiro de 2008. p. 157-160. <http://www.editoracontexto.com.br>.

2. Respondam no caderno: nadas ao hábito de leitura de jornal e ao co-


nhecimento que eles têm sobre jornais.
a) Qual a função desse texto?
Apresentar e descrever para o leitor elementos relacionados Passo 2 – Eles devem compartilhar oral-
à composição de um jornal ou de seus textos jornalísticos. É mente seus conhecimentos sobre o jornal, co-
importante que os estudantes reconheçam sua presença e mentando o que observaram. Caso você tenha
tenham clareza de sua importância para aqueles que leem optado por fazer uma roda de apreciação de
jornal: eles ajudam o leitor a fazer várias inferências sobre o jornais e revistas, peça que conversem tam-
tipo de jornal que tem em mãos, a quem ele se destina, qual bém sobre as diferenças que notaram entre a
é o alcance dele em relação a seu público leitor (quantas revista e o jornal.
pessoas leem esse jornal).
Passo 3 – Depois do primeiro contato pro-
b) A que contexto ele reporta o leitor? piciado pela roda, distribua os jornais pela
Ao suporte jornal e também, de acordo com a referência classe e peça aos alunos que, em pequenos
bibliográfica, a um livro que ensina como usar o jornal em grupos, escolham um exemplar para manu-
sala de aula. sear. É preciso que fiquem atentos às partes
ou às seções que mais chamarem sua atenção,
c) Vocês reconhecem alguma das informa- lendo alguns textos. Depois, ainda oralmente,
ções contidas nesse texto? eles devem discutir, em grupos, o que acha-
Espera-se que os alunos respondam afirmativamente, pois já ram do jornal.
estudaram o suporte jornal anteriormente.
Para finalizar este passo, solicite que anotem
d) O que aprenderam com a leitura desse no caderno as conclusões a que chegaram nessa
texto? discussão, fazendo em seguida uma apresenta-
Os nomes e a função de cada parte de um jornal. ção para toda a classe (essa anotação pode ter
o formato de uma lista). Nessa apresentação, os
Passo 1 – A orientação inicial é que você alunos devem falar também sobre algum texto
comece fazendo aos alunos perguntas relacio- que tenham lido e do qual tenham gostado.

48
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

3. Em grupo, analisem a primeira página do Para avaliar o entendimento do grupo de alunos, questione-
jornal, reconhecendo suas partes e seus -os sobre as partes da ficha que devem organizar. Conforme
componentes, como o nome do jornal (tí- forem participando, você pode registrar no quadro um mo-
tulo), a data da edição, o preço, as manche- delo de ficha que permita anotações adequadas.
tes, os pequenos textos de esclarecimentos
das manchetes, as seções etc. Em seguida, 6. Selecionem uma das seções ou partes do jornal
examinem as demais partes do jornal. e façam a leitura de dois textos dessa seção.
Acompanhe a atividade nos grupos para avaliar a adequa- Se alguns alunos escolherem textos mais longos e comple-
ção das participações e planejar atividades de recuperação xos para ler, talvez seja necessário que você faça uma leitura
com leitura de jornais para os que delas necessitem. compartilhada deles, esclarecendo aspectos mais difíceis.

7. Discutam o que acharam da parte selecio-


Para você, professor! nada e dos textos lidos. Justifiquem por
Os dados observados passam, muitas que algumas seções não lhes chamaram a
vezes, despercebidos pelo leitor comum. No atenção.
entanto, é importante que os alunos reco- Acompanhe as respostas. Certamente haverá muitas do tipo
nheçam sua presença e tenham clareza de “não li porque era grande ou difícil demais”. Esclareça que
sua importância para aqueles que leem jor- é comum o leitor desanimar diante de textos que parecem
nal: eles ajudam o leitor a fazer várias infe- muito difíceis e que haverá outros momentos para lê-los e
rências sobre o tipo de jornal que tem em analisá-los com sua ajuda.
mãos, a quem ele se destina, qual é o alcance
dele em relação a seu público leitor (quantas 8. Coletivamente, avaliem:
pessoas leem esse jornal) etc.
a) Vocês manusearam com facilidade os
cadernos dos jornais?
4. Em quais partes do jornal se encontram os
tópicos apresentados no texto do Item 1? b) Encontraram facilidade na leitura dos
As respostas para esta questão precisam ser definidas de acor- textos?
do com os jornais escolhidos para a aula. No entanto, o obje-
tivo é realizar um estudo do jornal, identificando suas partes c) Reconheceram em algum deles o gênero
(seções, colunas, gêneros textuais), a fim de desenvolver com “notícia”?
os estudantes conhecimentos gerais sobre esse veículo pre-
dominantemente informativo. Ao final do processo, espera- d) E o gênero “relato de experiência vivida”?
-se que os alunos sejam capazes de reconhecer as partes do Professor, essa é uma atividade de sondagem, para observa-
jornal, inferindo sobre títulos e manchetes e diferenciando ção do modo como os alunos percebem sua relação com o
as linguagens verbal e não verbal. Esta atividade de primeiro suporte “jornal”. Esse é o momento para que colete dados e
contato, de leitura superficial, requer dos estudantes habili- pense que aspectos dessa relação podem ser orientados no
dades para identificar, isolar/relacionar, combinar, comparar, decorrer das aulas (por exemplo: os alunos não identificam
selecionar, classificar e ordenar, entre outras. o jornal como suporte de gêneros informativos prioritaria-
mente, associados a publicitários e outros). Com relação ao
5. Coletivamente, comparem os jornais ma- relato de experiência vivida, acreditamos que não apareça
nuseados pelos grupos, verificando se to- nos jornais. No entanto, é preciso observar, caso os alunos
dos apresentam a mesma estrutura. Para definam algum texto que seja desse gênero ou que os alunos
facilitar a tarefa e registrá-la, vocês podem assim estejam considerando, mas de forma equivocada. Os
organizar uma ficha com as informações textos assinados por escritores, eventualmente, podem ser
da atividade anterior. desse gênero.

49
Dando sequência ao estudo da notícia, será proposta uma produção escrita nesse gênero.

Produção escrita
1. Observe o esquema a seguir.

f Quem? Pesquisadores italianos.


f O quê? Clonar animais.
f Quando? Abril de 2002.
f Onde? Na Itália e em outras partes do mundo.
f Como? A partir de células de bichos adultos.
f Por quê? Por motivos financeiros: ajudar a pecuária.

Por motivos científicos: recuperar espécies em extinção.

Atividade adaptada de: NERY, Alfredina; NÓBREGA, Maria José. Gêneros de textos: temas, formas, recursos e suportes.
In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística e educação física: livro do
estudante: Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Inep, 2002.

2. Individualmente, com base nas informa- f em dupla ou grupo, comparem as no-


ções do quadro anterior, escreva uma no- tícias escritas por vocês, observando se
tícia de jornal que discorra sobre o tema todos utilizaram as informações conti-
Clonagem de animais. das no quadro anterior. Observem tam-
bém as novas informações que foram
Siga estas instruções para a composição agregadas ao texto;
desse texto: f façam a revisão de seus textos, dando ên-
fase aos seguintes aspectos da língua: uso
f as informações do quadro devem com- de discurso direto e indireto, pontuação
por o texto. Você deve atentar para a (vírgula, ponto-final, aspas, dois-pon-
estrutura do gênero “notícia”, dividindo tos), ortografia. Fiquem atentos também
as informações por parágrafo. Por exem- à estrutura do gênero: Todos escreveram
plo: no primeiro parágrafo ou lide, anun- o lide? As informações do lide foram am-
cie a “notícia”, com dados sobre o fato pliadas nos parágrafos seguintes?;
noticiado (quem, o quê, quando, onde, f refaçam o texto a partir da revisão suge-
como e por quê), sem explicá-los ou dar rida por sua dupla ou seu grupo;
detalhes sobre essas informações. deixe f guarde seu texto em uma pasta a fim de
para fazer isso nos parágrafos seguintes. consultá-lo em outro momento.
Não se esqueça de dar um título ao texto Espera-se que os alunos, depois das atividades realizadas com
que chame a atenção dos leitores; jornal, tenham se apropriado dos elementos da notícia e

50
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

possam usá-los para compor o texto que escreverão. Caso julgue necessário, retome com a classe cada uma das instruções para a
atividade, verificando se todos as compreenderam. Se considerar mais interessante, você pode solicitar que façam a pesquisa individual
antes da escrita.

1. Para saber mais sobre clonagem animal, realize uma pesquisa na internet (ou,
caso tenha acesso, em materiais impressos que costumam tratar desse assunto,
como jornais e revistas), buscando notícias publicadas recentemente sobre isso.
Selecione duas ou três notícias e leia seu conteúdo, atentando para dois aspectos do texto:

f as informações que ele apresenta sobre o tema;


f a estrutura do gênero textual notícia.

2. Agora, retome a notícia que você escreveu e modifique o que achar necessário.
Ao rever a “Pesquisa individual”, seria interessante avaliar se conceitos estudados nas seções “Leitura e análise de texto” e “Produção
escrita” foram aprendidos.

Para o estudo de aspectos gramaticais, se- f Elas contribuem para que o leitor com-
rão propostas atividades que relacionam os preenda o que está lendo?
textos jornalísticos com os marcadores tem- Sim, pois situam o leitor no contexto da notícia.
porais e espaciais. f De que modo esses marcadores são uti-
lizados em gêneros jornalísticos como a
Estudo da língua notícia?
Eles são utilizados como suporte para que a notícia seja con-
Em dupla, retomem os textos lidos na textualizada para o leitor, que pode ter mais clareza e enten-
seção “Leitura e análise de texto” desta Si- dimento sobre o ocorrido.
tuação de Aprendizagem.
3. Observem agora algumas notícias selecio-
Professor, ao rever as atividades, retome nadas por seu professor. Identifiquem ne-
com seus alunos, se necessário, os conceitos las os marcadores de tempo e lugar presen-
de advérbios e locuções adverbiais. tes nesse gênero textual.
Resposta de acordo com as notícias selecionadas por
1. Circulem todos os advérbios e locuções ad- você.
verbiais presentes neles.
Texto 1: Ontem; por volta das 22 horas; no mar; aproximada- 4. Depois, coletivamente, discutam sobre a
mente. Texto 2: Aqui; ontem; daí; naquela hora; hoje; aqui; aí. importância desses marcadores para o en-
tendimento dos textos lidos, auxiliando na
2. Reflitam sobre o uso dessas palavras: organização coerente dos fatos relatados
nas notícias.
f No geral, como elas ajudam na organi- Espera-se que os alunos tenham compreendido o concei-
zação dos textos? to de advérbios, especialmente os de tempo e lugar, e sua
Elas indicam quando, onde e com que intensidade determi- utilização como marcadores para situar o leitor nos âmbitos
nado fato ocorreu. temporal e espacial.

51
Finalizaremos com a retomada de conteú- 6. O que há de diferente entre a linguagem
dos já vistos. do Texto 1 e a do Texto 2? Como os auto-
res falam sobre o fato? Em qual dos tex-
Responda em seu caderno às ques- tos o acontecimento fica mais claro para
tões sobre os Textos 1 e 2, analisa- o leitor?
dos na seção “Leitura e análise de As respostas para as questões são retomadas de outras ques-
texto”: tões, feitas e respondidas anteriormente. Este é um momen-
to de revisão e avaliação. O importante é saber o que os
1. Com que finalidade esses textos foram es- alunos, individualmente, compreenderam sobre os gêneros
critos? estudados até aqui, comparando-os e identificando suas ca-
racterísticas principais.
2. Quais as características do Texto 1 para
que ele possa ser considerado informativo? 1. No livro didático, procure infor-
mações sobre linguagem denotativa
3. O Texto 1 pode ser considerado uma notí- e linguagem conotativa (ou denota-
cia? Por quê? ção e conotação). Anote as definições en-
contradas.
4. Por que o Texto 2 não pode ser considera-
do uma notícia? 2. Faça no caderno os exercícios de sistemati-
zação selecionados pelo professor.
5. Embora o mesmo tema esteja presente nos Professor, ao rever a “Lição de casa”, verifique se os conceitos
dois textos, por que o segundo não é o mais de denotação e conotação pesquisados foram bem compreen-
adequado para informar o leitor de um jor- didos. As respostas aos exercícios de sistematização indicarão o
nal sobre o fato ocorrido? que precisa ser retomado.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
ESTUDO DA NOTÍCIA NO JORNAL

Nesta Situação de Aprendizagem, o obje- ra-se que os alunos sejam capazes de reco-
tivo central é realizar um estudo da notícia nhecer as características do gênero “notícia”,
no jornal para que os alunos reconheçam sua identificando seu caráter predominantemen-
estrutura básica. Ao final do processo, espe- te informativo.

Conteúdos e temas: estudo de notícias jornalísticas; inferências; leitura e escrita de notícias; linguagem
conotativa e denotativa; características estruturais da notícia; marcadores de tempo e lugar; lide ou
parágrafos iniciais da notícia; estudo de frase nominal e oração nos títulos de notícias.

Competências e habilidades: confrontar impressões e interpretações sobre o modo como as notícias são
apresentadas nos jornais impressos; ler, analisar, discutir e escrever notícias, reconhecendo suas carac-
terísticas estruturais; coletar informações e fazer anotações sobre notícias; realizar análise linguística,
identificando na notícia os marcadores de tempo e lugar.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em duplas

52
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

e em grupos; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo


centrado no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse; audio-
visual; computador; internet.

Sugestão de avaliação: elaboração de quadro-síntese; leitura em voz alta; produção escrita de títulos e
manchetes; produção escrita de lides.

1. Leia o texto atentamente e responda às questões.

Texto 1

Estória de João-Joana

Meu leitor, o sucedido João moço não enjeitava


em Lajes do Caldeirão parada com sertanejo.
é caso de muito ensino, Podiam brincar com ele
merecedor de atenção. sem carregar no gracejo.
Por isso é que me apresento Dizia que homem covarde
fazendo esta relação. não é cabra, é percevejo.

Vivia em dito arraial Um dia de calor desses


do país das Alagoas que tacam fogo no agreste,
um rapaz chamado João João suava que suava
cuja força era das boas sem despir a sua veste.
pra sujigar burro bravo, Companheiro, essa camisa
tigres, onças e leoas. não é coisa que moleste?

[...] lhe perguntou um amigo


que estava de peito nu.
De pequeno ficou órfão, E João se calado estava
criado por seus dois manos. nem deu pio de nambu.
Foi logo para o trabalho Ninguém nunca viu seu pelo,
nem por trás do murundu.
com muitos outros fulanos
e seu muque, sem mentira,
João era muito avexado
era o de três otomanos.
na hora de tomar banho.
Punha tranca no barraco
Na enxada, quem que vencia fugindo a qualquer estranho.
aquele tico de gente. Em Lajes nenhum varão
No buteco, se ele entrava tinha recato tamanho.
pra bochechar aguardente,
o saudavam com respeito: João nas últimas semanas
Deus lhe salve, meu parente. entrou a sofrer de inchaço.

53
Mesmo assim arranca toco Se os manos levaram susto,
sem se carpir de cansaço. até eu, que apenas conto.
Um dia, não aguenta mais, E o povo todo, assuntando
exclama: O que é que eu faço? a estória ponto por ponto,
ficou em breve inteirado
Os manos vendo naquilo do que aí vai sem desconto.
coisa mei’desimportante,
logo receitam de araque Nem menino nem menina
meizinha sem variante era João quando nasceu.
para qualquer macacoa: A mãe, sem saber ao certo,
Carece tomar purgante. o nome de João lhe deu,
dizendo: Vai vestir calça
João entrou no purgativo e não saia que nem eu.
louco de dor e de medo,
se entorcendo e contorcendo À proporção que crescia
na solidão do arvoredo feito animal na campina,
pois ele em sua aflição em João foi-se acentuando
lá se escondera bem cedo. a condição feminina,
mas ele jamais quis ser
O gemido que exalava tratado feito menina.
do peito de João sozinho
alertou os seus dois manos Pois nesse triste povoado
que foram ver de mansinho e cem léguas ao redor,
como é que aquele bravo ser homem não é vantagem
se tornara tão fraquinho. mas ser mulher é pior.
Quem vê claro já conclui:
No chão da terra, essa terra de dois males o menor.
que a todos nós vai comer,
chorava uma criancinha [...]
acabada de nascer,
e João, de peito desnudo, João vira Joana: acontecem
acarinhava este ser. dessas coisas sem preceito.
No seu colo está Joãozinho
Aquela cena imprevista mamando leite de peito.
causou a maior surpresa. Pelo menos esse aqui
O que tanto se ocultara de ser homem tem direito.
se mostrava sem defesa.
João deixara de ser João [...]
por força da natureza.

A mulher surgia nele


ao mesmo tempo que o filho,
tal qual se brotassem junto ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Versiprosa. São
a espiga com o pé de milho, Paulo: Companhia das Letras (com futuro lançamento).
ou como bala que estoura Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
sem se puxar o gatilho. <http://www.carlosdrummond.com.br>.

54
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

2. O texto lido pode ser considerado: d) dados sobre o processo de escrita dos
autores da notícia.
a) uma notícia de jornal.
4. O título do texto:
b) um relato autobiográfico.
a) atrapalha o entendimento e a leitura do
c) uma crônica esportiva ou social. texto.

d) um poema para ser cantado. b) é desnecessário e, portanto, não deveria


compor o texto.
3. Se esse texto fosse uma notícia de jornal,
não poderiam faltar informações sobre: c) dá pistas ao leitor do que ele irá encon-
trar durante a leitura do texto.
a) o fato ocorrido, o nome dos envolvidos
no fato, o lugar do ocorrido, o tempo d) indica que o texto tratará de problemas
em que ocorreu. domésticos entre João e Joana.

b) imaginação e intriga. 5. Faça a leitura do segundo texto e responda


à pergunta a seguir.
c) linguagem poética e preocupação com a
expressão.

Texto 2

Publicado em 1967, na primeira edição do livro Versiprosa, de Carlos Drummond de Andrade,


João-Joana foi, no ano de 1985, musicado e gravado por Sérgio Ricardo (voz e arranjo), Radamés
Gnattali (orquestração) e Alexandre Gnattali (regência). Em 2000, já remixada, a gravação foi relan-
çada em CD intitulado Estória de João-Joana.

Que informações o Texto 2 traz que aju- Oralidade


dam o leitor a ler e compreender o contex-
to e a função social do Texto 1? Dando continuidade à análise dos textos
Ao falar da parceria entre dois autores, Drummond e Sérgio apresentados na seção “Leitura e análise de
Ricardo, apresentando a estrutura do Texto 1 (um cordel mu- texto”, em uma roda de conversa, respondam.
sical), o Texto 2 dá pistas ao leitor para que ele reconheça na
estrutura desse cordel características de outras letras de mú- 1. Qual o tema tratado no texto?
sica estudadas no decorrer deste volume. Além disso, se os É possível inferir que se trata da condição hermafrodita
alunos já estudaram algo sobre a vida de Carlos Drummond da personagem principal. Não tendo como definir se era
de Andrade, serão capazes de se lembrar que é um autor que homem ou mulher, a mãe escolhe criá-la como homem,
escreve crônicas, contos e poemas e que, algumas vezes, usa dada a condição desprivilegiada da mulher no contexto
versos para contar histórias. da história.

55
2. Quem são as personagens envolvidas nessa literária. Por exemplo, você pode selecionar
história? uma notícia sobre algum afogamento, com-
João/Joana; seus irmãos; o filho de Joana. parando-a com o poema de Manuel Ban-
deira Poema tirado de uma notícia de jornal.
3. Vocês se surpreenderam com o desfecho da
história? Por quê? 1. O professor apresentará à clas-
Resposta pessoal. É importante, no entanto, que o aluno ba- se, nesta nova sequência de leitura,
seie seus comentários em elementos do texto. dois textos. Você deve:

4. O que vocês compreenderam dela? E o que a) fazer uma leitura silenciosa desses tex-
tiveram dificuldade para entender? tos, observando seu tema;
Resposta pessoal. É importante, no entanto, que o aluno ba-
seie seus comentários em elementos do texto. b) coletivamente, em voz alta, fazer novas
leituras desses textos para experimentar
5. O texto apresenta traços de narratividade: outros modos de ler. Considerem, para
Que traços são esses? isso, as seguintes questões:
Há um narrador em primeira pessoa (mas que não participa
da história), enredo, personagens, tempo, espaço, conflito. f O que sabem sobre os gêneros ao qual
pertence cada um dos textos apresenta-
6. A que gênero esse texto pertence? Discuta dos pelo professor?
com seus colegas.
Professor, trata-se de um cordel musical. No entanto, essa é uma f Como acham que deve ser a leitura em
atividade de discussão sobre o conhecimento prévio dos alunos. voz alta de cada um desses textos?

Atividade de aprofundamento f Quais são as entonações necessárias


do estudo das características do para frisar as informações do Texto 1?
gênero “notícia”
f No caso do Texto 2, o que é preciso
O objetivo das próximas atividades é que os saber para fazer uma boa leitura em
alunos ampliem conhecimentos sobre a lingua- voz alta, aproveitando e valorizando
gem informativa do gênero textual notícia (oral os recursos estilísticos utilizados pelo
ou escrita). Para isso, você pode criar várias si- autor?
tuações nas quais eles ouçam e leiam notícias
diversas, comparando-as, discutindo seus con-
teúdos, pesquisando sobre sua estrutura etc. Sugerimos que você também participe des-
sa roda, servindo como bom modelo de leitor,
Como primeiro passo, sugerimos uma ati- no qual os alunos possam se espelhar ao fazer
vidade de leitura de dois textos que tratam de as próprias leituras.
um mesmo tema, mas que possuem linguagem
e estrutura completamente distintas. Você
pode selecioná-los no livro didático ou, ain- 2. Na sequência, dividam-se em dois grandes
da, entre os textos lidos pelos alunos durante grupos e selecionem um dos textos lidos
a roda de apreciação do jornal. anteriormente a fim de fazer uma análise
mais detalhada de sua estrutura e temática.
Nossa sugestão é que o Texto 1 seja uma Depois, organizem fichas idênticas, com as
notícia de jornal e o Texto 2, uma composição seguintes informações.

56
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Informações Texto 1 Texto 2

Nome do texto

Nome do autor

Referência de publicação

Função comunicativa e social

Tema

Linguagem

Gênero textual

É importante que os dois grupos tenham fi- f O que há na notícia para que ela seja con-
chas idênticas porque, ao socializarem suas res- siderada um texto informativo?
postas, terão espaço para preencher com f O Texto 1 pode ser considerado uma no-
informações dadas pelos colegas. Eles terão difi- tícia? Por quê? Eles já leram outros textos
culdade para responder a alguns desses itens, parecidos com esse?
porque lhes faltam ainda muito repertório e co- f Por que o Texto 2 não pode ser considera-
nhecimento sobre o tema tratado (lembre-se: esta do uma notícia?
é uma atividade de introdução das características f Embora o mesmo tema esteja presente nos
do gênero “notícia”). Por isso, para estimular os dois textos, por que o Texto 2 não seria
alunos a pensarem sobre o problema, sugerimos adequado para informar o leitor de um
que você converse com eles sobre esses textos: jornal sobre o fato ocorrido?
f O que há de diferente entre a linguagem
f Para que servem? do Texto 1 e a do Texto 2? Como os au-
f Com que finalidade foram escritos? tores falam sobre o fato? Em qual dos

57
textos o acontecimento fica mais claro f já no primeiro parágrafo, ou lide, o leitor
para o leitor? reconhece as informações importantes so-
bre o fato principal: o quê, quem, quando,
3. Apresentem à classe a ficha preenchida por onde, como e por quê;
vocês. Depois, com a ajuda do professor, f a notícia possui uma estrutura lógica e
reflitam: Quais marcas, indícios ou pistas apresenta uma sucessão de informações
encontrados nos textos permitem ao leitor que explicam determinado fato;
construir uma compreensão sobre os te- f os parágrafos e frases são curtos, claros
mas e os gêneros a que pertencem os Tex- e objetivos, não deixando dúvida sobre o
tos 1 e 2? ocorrido;
Professor, essa sequência de atividades tem o objetivo de de- f há o uso de palavras com significado exato
senvolver a capacidade leitora de seus alunos, não só no que (linguagem denotativa).
diz respeito à interpretação dos textos selecionados por você,
mas também com relação à leitura oral desses textos, consi- Passo 2 – Faça o mesmo com o Texto 2,
derando interações, fluidez, qualidade de voz, elocuções e registrando na lousa as características aponta-
pausas, respiração etc. É importante que o quadro seja pre- das pelos alunos. Podemos dizer que algumas
enchido, levando-se em consideração os gêneros escolhidos delas se resumem em:
para desenvolver esta atividade.
f o texto pode ser considerado literário por-
Aprofundando a leitura dos textos que o autor (poeta) altera o valor do acon-
tecimento real, fazendo um novo uso das
A continuação da atividade anterior pre- palavras;
tende aprofundar o nível de leitura realizada f o autor transforma o fato concreto, trágico,
pelos alunos, a fim de fazê-los perceber como em pequenas passagens poéticas a partir
os textos vão apresentando marcas, pistas e das quais o leitor pode visualizar imagens;
indícios que ajudam o leitor a construir uma f o texto, diferentemente da notícia, não
compreensão sobre o tema e os gêneros textu- pode ser resumido, sob risco de perda do
ais. Para isso, no entanto, é necessário ensiná- modo como o poeta vai encadeando os di-
-los a conhecer e reconhecer essas marcas, de ferentes elementos apresentados;
modo a usá-las em seu favor quando for solici- f o texto não tem função utilitária, mas esté-
tado que leiam e/ou escrevam um texto. tica e, portanto, pode ser compreendido de
vários pontos de vista.
Passo 1 – Retome a leitura do Texto 1,
coletivamente, pedindo aos alunos que pres- Atividade em grupo
tem atenção às informações que a notícia lhes
apresenta. Vá anotando na lousa, em uma Passo 3 – Na sequência, peça aos alunos
coluna, o que eles conseguem identificar como que, em grupos, façam a leitura das várias
característica do gênero, tais como: notícias apresentadas nessa aula (cada grupo
deve ter um conjunto diferente de notícias),
f há um título que anuncia o fato a ser in- organizando as características já estudadas até
formado. Ele serve para chamar a atenção aqui. Eles devem anotar tudo em uma ficha or-
do leitor; ganizativa e apresentá-la para a classe, compa-
f a função do texto é informar objetivamente rando o estudo de cada grupo.
o leitor sobre um acontecimento; o plano de
expressão não tem nenhuma relevância, pois 1. Façam a leitura das notícias apresentadas
sua finalidade é apenas veicular conteúdos; pelo professor ou selecionadas por vocês,

58
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

em jornais encontrados na biblioteca da 2. Observem as características comuns a to-


escola ou trazidos de casa. Mas atenção: das as notícias lidas, anotando-as em um
cada grupo deve trabalhar com uma cole- quadro organizativo semelhante ao indica-
tânea de notícias diferentes. do a seguir.

Título da notícia
Tema
Acontecimentos/fatos
Com quem aconteceu?
Quando aconteceu?
Onde aconteceu?
Por que aconteceu?
Como aconteceu?

3. Apresentem o quadro à classe, comparan- cia anterior, contendo informações isoladas


do o estudo feito pelos grupos. As caracte- de uma notícia (título, fato ocorrido, com
rísticas encontradas são semelhantes? São quem, quando, onde, como, por quê) e peça
diferentes? Vocês consideram que esse es- que montem um lide ou parágrafo inicial. A
tudo facilita o reconhecimento do gênero tarefa pode ser realizada individualmente ou
“notícia de jornal”, bem como a compre- em duplas.
ensão de sua função comunicativa (infor-
mar o leitor sobre um acontecimento)? 1. O professor apresentará algumas fichas
Professor, a resposta desta atividade deve ser dada pelos alu- com informações isoladas de notícias de
nos a partir das notícias selecionadas por você. É importante jornal (título, fato ocorrido, com quem,
que eles reconheçam os elementos comuns a todas as notí- quando, onde, como, por quê). Coletiva-
cias, tais como: título, subtítulo, lide etc. mente, façam a leitura dessas fichas.

Passando o foco para as habilidades de es- 2. Individualmente ou em duplas, selecionem


crita, propomos a elaboração dos parágrafos uma das fichas lidas e escrevam um lide
iniciais de uma notícia. (parágrafo inicial da notícia).

Produção escrita Passo 2 – Solicite aos alunos (ou às duplas)


que troquem seus textos, a fim de que os cole-
Esta sequência será dividida em várias par- gas possam lê-los e avaliá-los: É possível reco-
tes. Siga as orientações, observando a necessi- nhecer no parágrafo escrito por eles o início
dade de retomar algumas atividades e textos de uma notícia? O que há em comum entre o
já estudados nas sequências anteriores. que a dupla ou o aluno escreveu e o parágra-
fo escrito por seus colegas? O acontecimento
Parte 1 foi priorizado, sendo apresentado de maneira
clara e objetiva? Os alunos devem fazer ano-
Passo 1 – Apresente a seus alunos algumas tações a lápis no texto dos colegas sobre o que
fichas semelhantes às organizadas na sequên- acharam (para avaliar o texto do colega, cada

59
um deve levar em consideração as questões Passo 4 – Solicite aos alunos que passem a
colocadas anteriormente), acrescentando su- limpo o parágrafo, levando em consideração
gestões ou soluções para os eventuais proble- (ou não) as alterações sugeridas pelos colegas.
mas encontrados. Depois, organize com eles um mural de notícias,
cuja finalidade é expor as produções de notícias
3. Troquem seu(s) texto(s) com um colega ou (pequenas e grandes) realizadas pelos alunos.
outra dupla para que possam lê-lo(s) e ava-
liá-lo(s). Para essa avaliação, considerem: Ao final desta sequência, é preciso que eles
cheguem às seguintes conclusões:
f É possível reconhecer no parágrafo es-
crito por seus colegas o início de uma f a notícia destaca-se no modo como as in-
notícia de jornal? formações são passadas para o leitor;
f O parágrafo que você (ou sua dupla) f a notícia tem uma linguagem padronizada
escreveu é parecido com o de seus co- e racional: qualquer jornal no Brasil e no
legas? mundo apresentará notícias com formato e
f O acontecimento foi priorizado, sendo tipo de linguagem semelhantes;
apresentado de maneira clara e obje- f a notícia prioriza a apresentação do fato
tiva? atual: é preciso dizer o que está acontecen-
do, noticiar o fato imediato, inédito; por
4. Façam anotações a lápis no texto dos co- isso, a linguagem jornalística é rápida, ágil,
legas, acrescentando sugestões ou soluções clara e simples para atingir o maior núme-
para os eventuais problemas encontrados. ro de pessoas que, facilmente, assimilarão
a notícia.
Passo 3 – Peça aos alunos que devolvam
os textos a seus respectivos autores, que fa- 6. Organizem um mural de notícias
rão a leitura dos comentários. Depois, orga- a fim de expor a produção dos lides
nize uma conversa coletiva entre eles a fim realizada nessa atividade.
de falarem sobre o que pensaram quando es-
creveram o parágrafo, o que acharam dessa Coletivamente, sob orientação do profes-
escrita, como se sentiram diante da tarefa de sor, façam uma roda para falar sobre o que
comentar o texto dos colegas e diante dos co- pensaram ao escrever o parágrafo:
mentários escritos por eles. Eles concordam
com as sugestões? Essas sugestões ajudam a f O que vocês acharam dessa escrita?
melhorar seu texto? Eles tinham consciência f Como se sentiram diante da tarefa de
dos problemas encontrados por seus colegas comentar o texto dos colegas e diante
no texto que escreveram? Trocar os textos é dos comentários escritos por eles sobre
uma prática eficiente para ajudá-los a escre- o seu texto?
ver melhor. f Vocês concordaram com as sugestões
dadas?
5. Devolvam o texto a seus autores, que farão f Vocês tinham consciência dos problemas
a leitura das anotações e dos comentários, de seu texto apontados por seus colegas?
reformulando-o se necessário. f Trocar os textos com os colegas a fim de
O esperado é que o aluno, ao produzir os textos solicitados, que os avaliem é uma prática eficiente
distinga elementos da narrativa de elementos da notícia. Ao para ajudar a escrever melhor?
fazer a apreciação da atividade, supõe-se que ele possa reto- Professor, é importante que os alunos possam, de fato, refle-
mar esses elementos ao refletir sobre o que escreveu. tir sobre a produção de texto desenvolvida e as dificuldades

60
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

encontradas. Eles também devem ser estimulados a refletir linguísticas que os alunos precisam fazer nos
sobre o tipo de proposta de escrita que está sendo apresen- dois textos, apesar de partirem de uma mes-
tada a eles, de maneira que isso os ajude em sua formação de ma base.
proficientes produtores de textos.
Na sequência, apresentaremos outros as-
Parte 2 pectos linguísticos associados ao gênero “no-
tícia”.
Em dupla, transformem o cordel escrito
por Carlos Drummond de Andrade e musica- Estudo da língua
do por Sérgio Ricardo, apresentado na seção
“Leitura e análise de texto”, em uma narrativa Os títulos na composição das mensagens
em prosa. Para essa produção escrita, levem
em consideração os seguintes aspectos encon- Mais uma vez, você pode selecionar trechos
trados no texto original: de notícias retiradas de vários jornais. Supri-
ma previamente os títulos originais e peça aos
f personagem; alunos que escrevam, individualmente, novos
f enredo; títulos. Para tanto, você pode conduzir esta si-
f espaço; tuação didática da seguinte forma.
f tempo;
f foco narrativo. Passo 1 – Peça aos alunos que leiam os tex-
tos e criem, para cada um, um título que cha-
Parte 3 me a atenção para a ideia principal do texto.

Ainda em dupla, escrevam uma notícia de Passo 2 – Solicite que troquem os títulos
jornal apresentando o fato principal ocorrido entre si, comparando o que fizeram: Quais
com João-Joana. Nesse novo texto, é preciso contemplam adequadamente o fato que será
considerar a estrutura do gênero “notícia”, noticiado, causando efeito de sentido no
restringindo as informações aos dados essen- leitor?
ciais da história.
Passo 3 – Peça aos alunos que apresentem
Utilizem como referência as notícias lidas esses títulos para a classe, justificando oral-
até aqui e a produção textual que fizeram na mente o critério de escolha utilizado.
Situação de Aprendizagem 4.
Passo 4 – Observe se os títulos escritos
Parte 4 apresentam frases e orações. Aproveite a ati-
vidade para conversar com os alunos sobre as
Depois de cumprir todas as etapas da diferenças entre os tipos de frases (verbais e
“Produção escrita” (planejamento, primeira nominais) inseridas no contexto dos jornais,
versão, revisão, reformulação do texto), fa- em gêneros como a “notícia”. Para isso, utilize
çam uma roda de apreciação dos textos. Co- o livro didático ou uma gramática e sistemati-
mentem: Como se sentiram ao escrever esses ze o conceito de frase e tipos de frases, orações
textos? Quais dificuldades enfrentaram? Do e períodos, pedindo aos alunos que façam al-
que mais gostaram? Do que não gostaram? guns exercícios de sistematização.

Professor, essas produções escritas procu- Passo 5 – Volte ao estudo dos jornais e
ram ressaltar as transformações estruturais e notícias. Peça aos alunos que selecionem

61
alguns títulos e os comparem com os títu- compreensão ou o interesse da notícia? As
los criados nesta atividade: Quantos títulos frases verbais e nominais causam os mesmos
apresentam verbos e quantos são frases nomi- efeitos de sentido ao anunciar uma notícia?
nais? Com base no estudo das frases, como Por quê?
eles avaliam agora a forma como os títulos
são criados? Qual é sua finalidade para a 1. Leia o texto a seguir:

– Bom dia!
– Bom dia! O que você está fazendo por aqui tão cedo?
– Ah, caí da cama...
– Mas por quê?
– Porque o dia está lindo! A vida é bela! Eu sou feliz!
– Nossa! Dia lindo mesmo! Nem tinha percebido...

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

a) Quantas frases esse texto apresenta? que o dia está lindo!”; “A vida é bela!”; “Eu sou feliz!”; “Nem
11 frases. tinha percebido”).

b) Essas frases têm a mesma estrutura? O 2. Retomem a atividade de escrita na seção


que as diferencia? “Produção escrita”, da Situação de Apren-
Não, algumas são frases nominais (como “Bom dia”; “Dia lin- dizagem 4, e observem se os títulos elabo-
do mesmo”; “Mas por quê?) e outras verbais (como “O que rados por vocês são compostos por frases
você está fazendo por aqui tão cedo”; “Ah, caí da cama”; “Por- nominais ou verbais. Organizem esses títu-
los no quadro a seguir.

Título composto por frase nominal Título composto por frase verbal

A definir. Esta resposta está relacionada com a pesquisa que os alunos fizeram dos textos selecionados nos jornais.

62
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

3. Voltem ao estudo dos jornais e das notícias, d) As frases verbais e nominais causam os
selecionem alguns títulos, comparando-os mesmos efeitos de sentido ao anunciar
com os títulos do quadro: uma notícia? Por quê?
A princípio, frases nominais e verbais devem criar para a no-
a) Quantos títulos apresentam verbos e tícia o mesmo efeito: atrair a atenção do leitor para um fato
quantos são frases nominais? ocorrido e divulgado pelos jornais. Quase sempre, elas são
A resposta dependerá da seleção dos alunos. realmente curtas (principalmente no caso dos títulos), mas
provocam impacto aos olhos do leitor.
b) Com base no estudo das frases, reali-
zado nesta seção “Estudo da língua”, Os marcadores de tempo e de lugar
como vocês avaliam agora a forma
como os títulos são criados? Selecione no livro didático os tópicos que
Os títulos, que podem ser frases nominais ou verbais, anun- tratam do estudo de advérbios e locuções
ciam o fato a ser informado. Eles servem para chamar a aten- adverbiais (você também pode utilizar uma
ção do leitor e orientar sua leitura, dando pistas do que ele gramática) e analise com os alunos a função
pode encontrar no texto. Quando compostos de frases ver- dessas palavras e expressões: Como elas aju-
bais, os títulos em geral têm a finalidade de destacar com o dam na organização dos textos, em geral? Elas
verbo o direcionamento que o jornal pretende dar para o contribuem para que o leitor compreenda o
fato que será noticiado. que está lendo? De que modo esses marca-
dores são utilizados em gêneros jornalísticos
c) Qual é a finalidade dos títulos para a como a notícia? Vistos isoladamente, em exer-
compreensão da notícia ou para o inte- cícios de sistematização, eles têm alguma fi-
resse por ela? nalidade além de que os alunos memorizem o
Observa-se que alguns títulos são frases nominais e ou- modo como são nomeados?
tros, verbais. Espera-se que os alunos atentem para o fato
de que todos os verbos existentes nos títulos das notícias Retome com seus alunos algumas notícias
são conjugados no Presente do Modo Indicativo, caracte- lidas nas atividades anteriores, solicitando que
rística das manchetes jornalísticas. Além disso, todos os tí- identifiquem os marcadores de tempo e lugar
tulos, por serem da primeira página, são chamativos, uma presentes nesse gênero textual. Depois, peça
vez que sua função é chamar a atenção do leitor para que que discutam, em grupos, sobre a importância
leia a notícia. Uma boa escolha do verbo, nesse contexto, desses marcadores para o entendimento do
é fundamental para imprimir à notícia a ideia de que vale texto e como eles ajudam a organizar coeren-
a pena lê-la. temente os fatos relatados na notícia.

1. Busquem no livro didático ou em uma gramática normativa indicada pelo


professor explicações sobre tipos de frase (verbais e nominais), orações e
períodos.

2. Observem os exemplos apresentados no livro e conversem sobre o que acharam deles:


São esclarecedores? Ajudam a compreender o conceito?
Espera-se que, com sua orientação, os alunos localizem as definições solicitadas e consigam compreendê-las na discussão
em grupo.

63
3. Anotem, no quadro a seguir, as definições encontradas.

Frases nominais

Frases verbais

Orações

Período

Os alunos deverão demonstrar ter encontrado definições adequadas para os itens solicitados no quadro.

O tempo verbal nos títulos e nas notícias

Para iniciar uma conversa sobre tempo ver- f Por que esses tempos foram escolhidos?
bal e seu uso no gênero “notícia”, solicite aos
alunos que, em grupos, retomem algumas notí- Utilizando o livro didático ou uma gra-
cias lidas anteriormente, busquem outras mais mática, encaminhe um estudo de tempos
atuais e procurem, nos vários títulos e lides verbais (apenas os utilizados nos títulos e
encontrados, os verbos utilizados. Eles devem lides das notícias), sistematizando esse estu-
anotar esses títulos e lides no caderno, indican- do com exercícios do próprio livro. Depois,
do o tempo em que os verbos foram conjuga- retome com os alunos a pesquisa feita nos
dos. Em seguida, peça que façam uma reflexão: jornais, propiciando uma discussão coletiva
sobre como o estudo dos tempos verbais os
f Nos títulos e notícias de jornais os tempos ajudou (ou não) a compreender melhor os
verbais são comuns? Que tempos são esses? títulos e lides.

64
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

4. O professor selecionará, no livro didático, lides, circulando os verbos.


alguns exercícios de sistematização. Vocês Professor, selecione os textos de acordo com seus objetivos de
podem desenvolvê-los em grupo. aprendizagem: títulos mais fáceis se quiser observar a compre-
ensão básica do tema; mais complexos se achar oportuno um
5. Retomem algumas das notícias estudadas aprofundamento nas reflexões sobre o conceito de oração.
até aqui (ou procurem outras notícias) e se-
lecionem novos títulos compostos apenas 6. Anotem esses verbos no quadro a seguir e in-
por orações. Selecionem também alguns diquem o tempo em que foram conjugados.

Verbos Tempo verbal

Respostas relacionadas à escolha feita pelos grupos. Espera- respeito ao gênero textual notícia:
-se, no entanto, que elas propiciem uma reflexão sobre a
função dos verbos na composição do gênero textual. Por ( X ) a notícia destaca-se no modo como as
exemplo: mostrar que, no lide, os verbos estão geralmente informações são passadas para o leitor.
no Pretérito e as manchetes, no Presente.
( ) o texto pode ser considerado uma notí-
Finalizaremos com atividades de sistema- cia quando o autor modifica o valor do aconte-
tização do gênero “notícia”. cimento real, fazendo um novo uso das palavras.

1. Leia os itens a seguir, assina- ( X ) a notícia tem uma linguagem padro-


lando apenas aqueles que dizem nizada e racional. Assim, qualquer jornal no

65
Brasil e no mundo apresentará notícias com ( X ) já no primeiro parágrafo, ou lide, o
formato e tipo de linguagem semelhantes. leitor reconhece as informações importantes
sobre o fato principal: o quê, quem, quando,
( ) ao escrever uma notícia, o jornalista onde, como e por quê.
transforma o fato concreto, trágico, em pe-
quenas passagens poéticas a partir das quais ( X ) os parágrafos e as frases são curtos,
o leitor pode visualizar imagens dessas cenas. claros e objetivos, não deixando dúvida sobre
o fato ocorrido.
( X ) a notícia prioriza a apresentação do
fato atual, ou seja, é preciso dizer o que está ( X ) há o uso de palavras com significa-
acontecendo, noticiar o fato imediato, inédi- do exato, isto é, utiliza-se linguagem deno-
to; por isso, a linguagem jornalística é rápida, tativa.
ágil, clara e simples para atingir o maior nú-
mero de pessoas que, facilmente, assimilarão 2. Justifique em seu caderno por que os itens
a notícia. não assinalados não podem ser considera-
dos como características do gênero “notí-
( X ) há um título que anuncia o fato a ser cia”. Eles estão mais adequados a que ou-
informado. Ele serve para chamar a atenção tros gêneros ou tipologias?
do leitor. A função comunicativa do gênero “notícia” (informar
o leitor sobre um acontecimento, fato etc.) não permi-
( ) as notícias não podem se resumir a in- te que o jornalista altere o fato a ser noticiado, dando
formações sobre os acontecimentos porque a ele uma conotação estética ou imprimindo-lhe um
podem perder o modo como seu autor vai en- olhar pessoal sobre o acontecimento. Uma vez que a
cadeando os diferentes elementos apresentados. função da “notícia” é utilitária, não há interferência do
jornalista, com a emissão de uma opinião pessoal sobre
( X ) a função do texto é informar objetiva- o fato, porque isso geraria um entendimento induzido
mente o leitor sobre um acontecimento; o plano e, por vezes, deturpado. O lide é, de certo modo, um
de expressão não tem nenhuma relevância, pois resumo que ajuda o leitor a compreender o que será
sua finalidade é apenas veicular conteúdos. noticiado.

66
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
RECAPITULANDO OS CONTEÚDOS ESTUDADOS ATÉ AQUI
Esta Situação de Aprendizagem tem como gem de 1 a 5 para avaliar o nível de aprendizagem
objetivo central a sistematização dos conteú- apresentado pelos alunos, sugerindo ao profes-
dos desenvolvidos nas Situações de Aprendiza- sor novas intervenções e abordagens.

Conteúdos e temas: leitura e escrita de notícias; características estruturais da notícia; elementos estru-
turadores de gêneros narrativos e do grupo tipológico “relatar”.

Competências e habilidades: ler, analisar, discutir e escrever notícias; selecionar ideias e organizá-las
para a produção oral e escrita de relatos e notícias de jornal; reconhecer diferenças estruturais entre
gêneros da tipologia “relatar” e da tipologia “narrar”.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em duplas
e em grupos; uso de recursos audiovisuais e internet; valorização do cotidiano escolar e de um apren-
dizado ativo centrado no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse; audio-
visual; computador; internet.

Sugestão de avaliação: autoavaliação; elaboração de quadro-síntese; elaboração de ficha de leitura;


produção de texto escrito a partir da transposição de uma transcrição; produção escrita de notícias.

Roteiro para aplicação da Situação Passo 1 – Peça aos alunos que, em grupos,
de Aprendizagem 6 consultem seus cadernos e façam um quadro
com todas as características dos textos estu-
O que aprendi até aqui? dados até aqui. Depois, faça uma socializa-
ção dos resultados. Em seguida, apresente um
Nesta sequência, propomos uma pausa na novo texto, de um gênero da mesma tipologia
apresentação de conteúdos novos para recapi- estudada até aqui (“relatar”), mas que ainda
tular o que foi trabalhado e desenvolvido com não tenha sido trabalhado (relato de viagem
os alunos até o momento. Apresentamos al- ou diário, por exemplo). Compare esse texto
gumas propostas de atividades de sistematiza- com um do livro didático, desenvolvido em
ção, priorizando certas questões importantes outra tipologia. Peça que analisem os dois e
que precisam ser compreendidas pelos alunos. indiquem qual deles é organizado a partir das
No entanto, você pode desenvolver novas características da tipologia “relatar”, justifi-
Situações de Aprendizagem, levando em con- cando o porquê.
sideração o que avaliou até agora.

67
1. Os relatos das rotinas e da vida cotidiana parecem sem imaginação ou criatividade por-
que sua função não é contar uma história, mas simplesmente deixar registrada uma situa-
ção vivida por uma pessoa real, em um tempo real, documentando suas ações. Os relatos
não estão a serviço da criação ficcional e, portanto, não se subordinam àquilo que se espera das histó-
rias: imaginação, invenção, intriga (elementos essenciais quando se conta uma história oral ou escrita).

2. As narrativas literárias ficcionais não contam fatos reais, como acontece nos relatos. Elas são in-
ventadas, são escritas com o uso da imaginação. As narrativas têm enredo e personagens que vão
fazendo suas ações e resolvendo desafios até chegar ao final da história.

1. Para responder às questões a seguir, reto- tivas). Você pode pedir a ajuda de seus alunos
me os relatos lidos e escritos na Situação de para a composição dos textos que serão apre-
Aprendizagem 1: ciados: eles podem trazer crônicas de casa, bus-
car algumas na internet, ir à biblioteca da escola
a) Em sua opinião, a quais gêneros a pri- e pesquisar quais livros de crônicas existem lá,
meira afirmação se refere? emprestando-os para a aula. Nos mesmos mol-
Aos relatos de experiência vivida. des da roda de contos, leia com eles as crônicas
descontraidamente, conversando sobre as im-
b) E a segunda afirmação, a que gêneros pressões de leitura (sua e deles), e relacionando
ela se refere? Dê exemplos. essas leituras a outras feitas anteriormente (na
Aos contos, romances, fábulas. Professor, tendo em vista os escola e fora dela). Cada aluno pode escolher
estudos desenvolvidos até aqui, desde o ano anterior, acre- uma crônica para ler em voz alta; por essa ra-
ditamos que esses gêneros surjam como respostas possíveis. zão, é possível que você não consiga concluir a
Verificar, no entanto, a pertinência de conexões com outras atividade de sistematização em uma única aula.
narrativas literárias.
2. Sob orientação do professor, vocês devem es-
Passo 2 – Organize uma nova roda de leitu- colher um novo gênero textual do grupo dos
ra, escolhendo outro gênero textual da tipologia relatos, ou seja, textos que contam fatos reais
“relatar” (por exemplo: crônicas sociais e espor- (por exemplo, crônicas sociais e esportivas).

Faça uma busca na internet, na biblioteca da escola, no livro didático ou em al-


gum livro que você tenha em casa, pesquisando sobre o novo gênero textual esco-
lhido pela classe para compor a roda de leitura.

Leia alguns dos textos encontrados e selecione um que gostaria de ler para a classe.
Espera-se que, na roda de leitura feita após a “Pesquisa individual”, os alunos retomem o que aprenderam sobre relatos e am-
pliem o conhecimento de gêneros que contam fatos reais. Este é um bom momento para avaliar o quanto sua turma apropriou-
-se de procedimentos de leitura esperados.

3. Comentem os temas tratados nos vários colhido pelo grupo? Não se esqueçam de
textos lidos por vocês. Que tipo de assunto informar a seus colegas alguns dados téc-
costuma aparecer nesse gênero textual es- nicos, tais como: nome do autor e do texto,

68
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

onde foi publicado, em que ano, em que Nas crônicas lidas, durante a roda, esses tra-
livro, jornal, revista ou site. ços aparecem, ou seja, há uma tentativa nesses
textos de registrar fatos acontecidos em deter-
minado tempo e lugar e que mostram ao leitor
Passo 3 – Como tarefa de casa, cada alu- como as pessoas se comportam, agem, vivem etc.
no leva a crônica lida e organiza uma ficha
de leitura, contendo dados técnicos (nome Em uma conversa informal com uma
do autor, título da crônica, em que livro ou pessoa mais velha (da família, vizi-
jornal/revista/site foi publicada, em que ano) nho ou amigo), registre em seu cader-
e informações sobre o tema ali discutido. Na no algum fato importante que tenha acontecido
aula seguinte, reflita com eles sobre a questão na vida dessa pessoa quando ainda era criança.
dos textos da tipologia “relatar” terem como
característica básica a documentação e memo- Em seguida, anote os dados relacionados
rização das ações humanas/representação pelo a esse acontecimento em um quadro como o
discurso (oral ou escrito) de experiências vivi- que apresentamos a seguir, separando cada
das, situadas no tempo. elemento.

Aconteceu o quê?

Com quem?

Quando?

Onde?

Como?

Por quê?

Esta resposta depende da conversa que os estudantes terão com a pessoa mais velha escolhida por eles.

Oralidade Retomando a atividade realizada na seção


“Lição de casa”, em grupo, comparem suas
anotações com as dos colegas, verificando se
Passo 4 – Para concluir a atividade, retome todos os relatos possuem algumas partes se-
com os alunos, oralmente, algumas histórias melhantes.
lidas na roda de apreciação de contos, obser-
vando as diferenças e semelhanças entre os Passo 5 – Apresente aos alunos alguns tre-
dois gêneros. chos de transcrições literais de falas (conversas,

69
relatos) e peça que façam, individualmente, a do texto, principalmente os que se referem à
transposição para a escrita, utilizando os re- pontuação e aos elementos coesivos.
cursos já estudados. O primeiro passo é que
eles façam a transposição sem o auxílio do ca- Escrevendo notícias e analisando-as
derno. Em seguida, peça que comparem o que linguisticamente
fizeram agora com a atividade realizada ante-
riormente, acrescentando o que for necessário Você pode propor aos alunos que escrevam
(ou retirando o que estiver em excesso). pequenas notícias. Para isso, como suporte, é
necessário que você apresente o “esqueleto”
Neste momento, eles podem trocar infor- ou as informações básicas a partir das quais
mações com um colega, discutindo o que ain- os alunos possam elaborar seus textos. Sele-
da poderia ser feito para melhorar o texto. No cione pelo menos quatro notícias diferentes e
final, os alunos devem lhe entregar os textos destaque as informações básicas.
produzidos para que você avalie quais inter-
venções ainda precisam ser feitas para que eles Como exemplo, observe a atividade a se-
ampliem seu conhecimento (e possam aplicá- guir.
-lo) sobre as diferenças entre linguagem oral
e escrita. Garanta, nesta atividade, que os as- A partir das informações estudadas na se-
pectos linguísticos estudados nas sequências quência anterior, elabore uma notícia curta.
anteriores serão retomados quando da escrita Não se esqueça de criar uma manchete.

f Quem? Pesquisadores italianos.


f O quê? Clonar animais.
f Quando? Abril de 2002.
f Onde? Na Itália e em outras partes do mundo.
f Como? A partir de células de bichos adultos.
f Por quê? Por motivos financeiros: ajudar a pecuária.
Por motivos científicos: recuperar espécies em extinção.

Atividade adaptada de: NERY, Alfredina; NÓBREGA, Maria José. Gêneros de textos: temas, formas, recursos e suportes. In:
MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística e educação física: livro do estu-
dante: Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Inep, 2002.

Em seguida, peça aos alunos que escrevam realizada em duplas ou trios. Ou então, caso
pequenas notícias utilizando essas informa- você avalie a necessidade de retomar alguns as-
ções destacadas, no quadro, por você. É im- pectos linguísticos ou discursivos relativos ao
portante que eles façam uso dos estudos sobre gênero em questão, faça a revisão de algumas
a estrutura do gênero “notícia”, realizados das notícias coletivamente, na lousa ou de outro
neste volume. A revisão das notícias pode ser modo que todos os alunos possam visualizar.

70
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Produção de texto no tempo passado (Pretérito Perfeito e Imperfeito do Indica-


tivo). No corpo da notícia são mesclados os tempos verbais
O professor apresentará a vocês algumas Presente e Pretérito do Indicativo, entre outros.
notícias de jornal, sem título.
4. Como o estudo dos tempos verbais os aju-
Sigam estas instruções e desenvolvam as da (ou não) a compreender melhor os títu-
atividades propostas: los e lides das notícias de jornal?
Espera-se que os estudantes reconheçam a importância
f Individualmente, para cada notícia, crie do estudo dos verbos para a leitura dos títulos e notícias de
um título que chame a atenção para sua jornal, considerando que esse conhecimento os torna mais
ideia principal; proficientes para compreender a própria composição do gê-
f Em grupo, troquem os títulos entre si para nero e sua função comunicativa.
comparar o que fizeram: Quais contem-
plam adequadamente o fato noticiado, cau- 5. Seu professor indicará um texto que apre-
sando um efeito de sentido para o leitor? senta dez palavras que costumam causar
f Votem nos títulos que vocês acham mais muitas dúvidas na hora de serem escritas.
apropriados para representar as notícias
lidas. Sua tarefa será:
f Apresentem esses títulos a toda a classe,
justificando oralmente o critério de esco- f Em grupo, encontrem essas palavras.
lha utilizado. Vocês não devem usar o dicionário
O esperado é que os alunos produzam títulos adequados e nesta primeira etapa.
interessantes para as notícias oferecidas pelo professor, usan- f Apresentem à classe esse conjunto de
do frases verbais e nominais. palavras, explicando por que vocês
acham que elas não foram grafadas
corretamente.
Estudo da língua f Em seguida, vocês devem recorrer à
gramática ou ao livro didático para
1. Nos títulos das notícias de jornais, quais os pesquisar sobre as regras de ortografia:
tempos verbais mais comuns? Quando se usa j ou g? Há uma regra
Tempo Presente do Indicativo. para o uso do s ou ss?
f Seu professor selecionará alguns
2. Por que vocês acham que esses tempos, em exercícios de sistematização do livro.
geral, são escolhidos pelos autores dessas Resolva-os individualmente.
notícias? Mesmo com o progresso obtido no domínio da ortografia,
Para indicar a atualidade da informação. certamente haverá dúvidas no emprego das regras de or-
tografia. Esta atividade propiciará um bom momento para
3. Os principais tempos verbais utilizados nos avaliação e retomada desses conteúdos e elaboração de
títulos das notícias de jornal são os mes- atividades de recuperação para aqueles que delas necessi-
mos que os dos relatos estudados na Situa- tarem.
ção de Aprendizagem 1? E os verbos utili-
zados no corpo das notícias? 6. Na sequência, em grupo, retomem os rela-
Não. Nos relatos é mais comum o uso de verbos conjugados tos escritos na seção “Produção de texto”

71
a fim de conferir se ainda há algum pro- Registro da autoavaliação
blema com a ortografia nos textos. Cada
grupo terá de observar o texto de todos os Em seu processo autoavaliativo, a partir
integrantes e sugerir as correções ortográ- das questões postas anteriormente e de ou-
ficas necessárias. tras que você pode elaborar, desenvolva o
Professor, os estudantes devem ser estimulados a compreen- hábito de escrever relatos de experiências, re-
der a revisão textual como etapa essencial de toda produção gistrando sua prática pedagógica: as interven-
de texto. Além disso, é importante que você acompanhe es- ções feitas; as situações didáticas que devem
sas revisões, observando o tipo de dificuldade ortográfica ser repetidas porque são ricas e possibilitam
que os alunos ainda têm. ampliar a capacidade de compreensão dos
alunos; as situações didáticas que não contri-
buíram para a aprendizagem, tolhendo os alu-
Expectativas de aprendizagem e grade de nos ou deixando-os dispersos e sem interesse;
avaliação suas impressões, dúvidas e anseios diante das
escolhas de estratégias para apresentar ou de-
No decorrer deste volume, os alunos pre- senvolver determinado tema ou conceito etc.
cisam ter ampliado seu repertório e conhe- Mantenha esses relatos atualizados a fim de
cimentos a partir do desenvolvimento das compará-los após cada nova experiência.
competências/habilidades descritas nos qua-
dros das Situações de Aprendizagem. Sobre a avaliação da aprendizagem de seus
alunos
Por isso, é importante que você, professor,
observe o percurso feito até aqui, levando em Encaminhe seu trabalho no sentido de co-
consideração todas as avaliações realizadas letar, em todo o processo de ensino-aprendiza-
durante as sequências de atividades e de siste- gem, indícios de tensões, avanços e conquistas.
matização. Pergunte-se: Interprete esses indícios para compreender as
dificuldades apresentadas pelos alunos, bem
f Meus alunos compreenderam quais são as como para orientar suas metas, estabelecer no-
funções dos gêneros estudados, bem como vas diretrizes, propor atividades alternativas.
sua organização? Situe o aluno no processo de ensino-apren-
f O que ainda é preciso fazer para que eles dizagem e promova a noção de que a respon-
ampliem o repertório sobre os temas discu- sabilidade pelo aprendizado está no próprio
tidos até agora neste volume? indivíduo. Aprender não é colher informações
f Eles compreenderam que o ato de escrever transmitidas pelo professor, mas processá-las,
é um processo? transformá-las em algo; mais que isso, é cons-
f Como conduzi o andamento das sequên- truir cultura e conhecimento, o que, muitas
cias em sala de aula e o desenvolvimento vezes, está para além de conteúdos.
dos conteúdos? Houve variação das estra-
tégias? Duas estratégias devem ser levadas em
f As situações didáticas que organizei per- conta no processo avaliativo: a repetição de
mitiram que meus alunos identificassem conteúdos com grau de dificuldade crescente,
problemas reais, buscando soluções que o que permite retomar e aprofundar conheci-
deveriam ser construídas a partir de refle- mentos, competências e habilidades, e a defini-
xão, pesquisa, discussão e comparações ção de critérios claros e conhecidos pelo aluno
com situações semelhantes etc.? no processo de avaliação.

72
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Nas avaliações contínuas, realizadas ao desse gênero. Depois, devem compará-lo


longo das sequências de sistematização, você com os quadros desenvolvidos ao longo do
notou quais aspectos trouxeram maior pro- Caderno, observando que características fo-
blema de entendimento? O que os alunos con- ram mantidas no quadro novo. Para com-
sideraram como mais complicado ou difícil de pletar, peça que escrevam títulos a partir de
aprender? notícias apresentadas por você.

Sugerimos que, para esta proposta de recu- 2. Se o problema maior for a tipologia “re-
peração, você destaque dois aspectos. latar”, peça aos alunos que façam uma
pesquisa na internet sobre relatos autobio-
1. Caso as dificuldades estejam relacionadas gráficos de alguns autores, selecionem dois
ao trabalho com notícia, solicite aos alunos e comparem suas características com as dos
que selecionem, em jornais diferentes, duas quadros montados ao longo das aulas. Em
notícias sobre um mesmo tema e elaborem seguida, os alunos devem fazer uma apre-
um quadro com as principais características sentação oral sobre a comparação realizada.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Se for conveniente, o professor pode usar A pequena cidade de Javé será submersa pe-
os seguintes recursos para aprofundar o as- las águas de uma represa. Seus moradores
sunto da aula: não serão indenizados e não foram sequer
notificados porque não possuem registros
Passar gravações de jornais televisivos: é impor- nem documentos das terras. Inconformados,
tante que os alunos estabeleçam comparações descobrem que o local poderia ser preserva-
entre notícias das mídias impressa e televisiva. do se tivesse um patrimônio histórico de valor
comprovado em documento científico. Deci-
Passar filmes (ou trechos): você pode selecio- dem então escrever a história da cidade – mas
nar filmes que apresentem cenas com relatos poucos sabem ler e só um morador, o carteiro,
orais sobre a vida de alguma personagem para sabe escrever.
que os alunos os comparem com os relatos li-
dos neste volume. É importante que eles ob-
servem como os relatos vão se compondo em Livro didático
cada situação, à medida que os fatos e aconte-
cimentos são contados. É importante também valorizar o livro
didático. Portanto, ao iniciar a discussão do
tema proposto, peça aos alunos que usem seus
Filme livros para pesquisar, voltando o olhar para
textos que tenham especial foco na interação,
Narradores de Javé como os textos com diálogos.
Direção: Eliane Caffé. Brasil, 2003. 100 min.

73
Livros Esse site disponibiliza vasta quantidade de in-
formações atualizadas e facilmente acessíveis,
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática proporcionando auxílio às pesquisas escolares.
Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. Disponível em: <http://www.bibvirt.futu
ro.usp.br>. Acesso em: 27 maio 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria
de Educação Fundamental. Parâmetros curri- Biblioteca virtual de literatura
culares nacionais: Língua Portuguesa. Brasí- Essa biblioteca permite a leitura on-line de di-
lia: MEC/SEF, 1998. versas obras da literatura brasileira. Disponí-
vel em: <http://www.biblio.com.br>. Acesso
BRASIL. Ministério da Educação. Guia de em: 27 maio 2013.
livros didáticos PNLD 2008: Língua Portu-
guesa. Brasília: MEC, 2007. p. 152 (Ensino Museu da língua portuguesa
Fundamental – Anos Finais). Um achado no que se refere a curiosidades so-
bre a nossa língua e a textos acadêmicos que
CITELLI, Adilson. Aprender a ensinar com poderão aprofundar sua formação. Disponí-
textos não escritos. São Paulo: Cortez, 2002. vel em: <http://www.museudalinguaportuguesa.
org.br>. Acesso em: 27 maio 2013.
DIONÍSIO, Angela; MACHADO, Anna;
BEZERRA, Maria. Gêneros textuais e ensino. Releituras
Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. Site com grande variedade de textos literários
e biografias de autores da literatura de língua
SÃO PAULO (Estado). Proposta Curricular: portuguesa. Disponível em: <http://www.
Ensino Médio/Ensino Fundamental (5a a 8a releituras.com>. Acesso em: 27 maio 2013.
séries). São Paulo: Cenp/SEE-SP, 1981-1997.
Virtual books
Esse site permite a reprodução gratuita de uma
Sites série de artigos, livros e histórias em quadrinhos.
Disponível em: <http://virtualbooks.terra.com.
Biblioteca virtual do estudante de língua portu- br>. Acesso em: 27 maio 2013.
guesa

74
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
RELATOS DE EXPERIÊNCIA VIVIDA E
SITUAÇÕES COMUNICATIVAS

O objetivo desta Situação de Apren- atividades e textos propostos os elementos


dizagem é avaliar os conhecimentos que caracterizadores e estruturais desse gênero
os estudantes têm sobre o gênero “relato e as situações comunicativas nas quais ele
de experiência vivida”, identificando nas se insere.

Conteúdos e temas: leitura de enunciados; leitura de “relatos de experiências”: interpretação e inferência;


elaboração de questões de interpretação.

Competências e habilidades: interpretar textos de acordo com o tema e as características estruturais do


gênero ao qual pertencem; apropriar-se do conhecimento sobre o gênero “relato de experiência”, reco-
nhecendo sua função social de acordo com o contexto de comunicação.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em duplas
e em grupos; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo
centrado no refletir e no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; textos de livros extraclasse; audiovisual; computador; internet; car-
tolina ou papel kraft.

Sugestão de avaliação: apresentação oral de quadros organizados em grupos; elaboração de uma ativi-
dade de interpretação textual, com perguntas e respostas.

Sondagem Roteiro para aplicação da Situação


de Aprendizagem 7
Sugerimos que você inicie esta Situação de
Aprendizagem com uma atividade diagnósti- O objetivo desta situação é desenvolver
ca para avaliar os conhecimentos que os estu- com os estudantes sua capacidade de ler re-
dantes têm sobre o gênero “relato de experi- latos de experiências, reconhecendo neles al-
ência vivida”. Considerando que eles possuem gumas características comuns, tais como: os
recursos para reconhecer as características da autores sempre escrevem em primeira pessoa
tipologia “relatar” em vários gêneros desse a fim de se identificar ao leitor como protago-
agrupamento, você pode propor um exercício nistas do relato; marcas de temporalidade (uso
de leitura de alguns relatos a fim de: dos verbos no passado) a fim de indicar ao leitor
que estão relatando uma experiência já vivida
f avaliar a capacidade de ler e depreender as imersa no mundo atual; há, ainda, comumente,
informações neles contidas; marcas espaciais, que indicam locais reconhecí-
f com base nessa leitura, reconhecer as carac- veis pelo leitor, e que fazem parte da experiên-
terísticas do gênero “relato de experiência cia vivida pelo autor. Para isso, selecionamos
vivida”. dois exemplos de relatos, escritos em contex-

75
tos diferentes, mas com um mesmo propósito: 1. Relembrando o que já aprendeu sobre o
relatar experiências vividas pelos autores para gênero “relato de experiência vivida”, leia,
torná-las conhecidas, compartilhá-las, divul- individualmente, a coletânea de textos a
gá-las etc. seguir.

Texto 1

Sr. Ariosto

“Nasci na Avenida Paulista, em 1900, numa travessa chamada Antônio Carlos, dia 20 de setem-
bro. Meus pais vieram para cá como imigrantes, deixaram sua família na Europa. Da hospedaria de
imigrantes eles já eram tratados para uma fazenda no estado de São Paulo e para lá meu pai foi.
Naquela época não tinha maquinaria, meu pai trabalhava na enxada. Meu pai era de Módena,
minha mãe era de Capri e ficaram muito tempo na roça. Depois a família veio morar nessa travessa
da avenida Paulista; agora está tudo mudado, já não entendo nada dessas ruas.
Meu pai era mestre de caligrafia, pintava quadros a aquarela e fazia retratos a bico-de-pena, que é
uma arte difícil. Ele gostava muito de ler, por isso escolheu esses nomes para nós: Amleto, Telésforo,
Ariosto... penso que ele tirou da literatura. Aqui no asilo não tem ninguém com esse nome de Ariosto,
sou o único. Pode dizer que sou o Ariosto de Orlando furioso.
A avenida Paulista era bonita, calçamento de paralelepípedos, palacetes. As outras ruas eram
semicalçadas, cobertas de árvores, de mata. De noite, os “lampioneiros” vinham acender os lam-
piões e de madrugada voltavam para apagar. Minha rua tinha poucas casas, uma aqui, outra a
quinhentos metros. Naquela época faziam casas bem grandes, pé-direito alto, a nossa tinha quin-
tal com pé de laranja, mixirica, ameixa e abacate. Minha mãe gostava muito de flores e plantava
rosas, margaridas, violetas. Todo dia de manhã cedo ia regar as flores com seu regadorzinho. E eu
ia atrás dela.
A mamãe levantava cedinho e acendia o fogão a lenha, depois vinha acordar a gente: “Vamos
meus filhos, vamos tomar café!”. Mamãe era muito boazinha. Ela servia tigelas grandes, punha o pão,
jogava o leite e o café e fazia uma papinha.
Mamãe cozinhava macarrão, bife à milanesa, à “parmegiana”, risoto. Antigamente não tinha
nada artificial. Hoje, os japoneses quando plantam já põem uma porção de adubo para dar logo,
porque é muita gente e a comida não dá. Agora, a barriga fica vazia.
Naquela época existia muito turco, muito mascate, eles carregavam cestas e iam batendo matra-
cas e oferecendo sua mercadoria: “Moça, tenho muita coisa para você, tudo baratinho!”. Passava
a carrocinha do italiano com queijo e ele gritava: “O formaggio! Olha o formaggio! É o barateiro, o
barateiro!”.
Armazém de secos e molhados a gente encontrava, mas era muito distante. Dois quilos de café ou
dois quilos de açúcar custavam quinhentos réis. O português vendia verdura em casa, um maço de
couve custava um tostão.
A minha lembrança mais antiga, quando eu tinha cinco anos, é o padeiro com um saco nas costas.
Todo dia me pegava no colo e me ensinava os números: “Esse é o 1, o 2... e esse aqui, redondinho?”.
“Esse eu não sei!”.

76
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

“Este aqui é o 3. Se você vai contar até dez, então eu te dou um pão bem gostoso.”
Naquela época não existiam brinquedos. Penso que eles começaram a surgir só depois de 1910,
1911, mas vinham de fora. Eu fazia carrinhos com rodas de carretel de linha e nós brincávamos o dia
todo, livremente, nunca me machuquei porque a rua não tinha carros.
Gostava do pica-pau: era um pauzinho com ponta dos dois lados. A gente apostava: “Quero ver
se você bate o pica-pau; até onde ele vai?”. A gente batia com outro pauzinho e o pica-pau dava volta
e pulava longe. Ou então com diabolô, conhece? Ele tem um vãozinho no meio com carretel. A gente
põe o diabolô no carretel e ele fica dançando na linha e quando a gente joga assim ele vai lá... e volta.
[...]”

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade. Lembranças de velhos.


São Paulo: Companhia das Letras. p. 154-155.

Texto 2

Como a internet entrou na vida de uma educadora

Um presente de Dia das Mães inesquecível

Em 1996, meu presente de Dia das Mães foi um fax-modem para meu bom e velho computador.
Até então, só conhecia internet de “ouvir falar”. Mas tinha muita curiosidade. Então, meus filhos,
17, 20 e 22 anos na época, tiveram a grande ideia: vamos “conectar” a mamãe!
A instalação do modem foi um parto. A conexão, um evento. As primeiras incursões, uma aven-
tura.
Passados os primeiros momentos de inocente deslumbramento, o olhar pedagógico entrou em
ação e uma pergunta começou a me atormentar: como incorporar essa novidade à minha prática já
sedimentada numa experiência de 25 anos?
A questão se transformou num desafio: passar de uma usuária comum e primária do computa-
dor a uma profissional de ensino que fizesse uso educativo da internet, de uma maneira positiva e
crítica. Para isso, era necessária uma visão bem fundamentada dos procedimentos pedagógicos que
favorecessem a assimilação e multiplicação dos efeitos e das ações de um recurso como a internet no
processo ensino-aprendizagem. Essa visão eu não tinha e nem sabia bem como e onde buscá-la.
Nessa época, 96, 97, assisti a acalorados debates sobre o uso da internet na educação. As opiniões
divergiam em vários aspectos. Porém, uma ideia predominava: internet é uma ferramenta. Só isso. Ou
tudo isso, como argumentavam seus mais ardorosos defensores.
Percebi, então, que para nós, educadores, surgia uma nova ferramenta de ensino com característi-
cas que precisavam ser conhecidas, analisadas e exploradas com propriedade e exaustivamente. Essa
foi minha tarefa durante esses dois anos.
Como a escola em que trabalhava – uma escola pública municipal da região do ABC paulista – já
contava com dois laboratórios de informática, com 40 computadores ligados à internet, a possibilida-
de de usá-los para desenvolver aulas de Língua Portuguesa ficou muito mais viável.

77
Assim, em 98, com a ajuda de colegas, coloquei no ar um site pessoal com conteúdo próprio para
trabalhar com meus alunos do Ensino Médio. Porém, apenas uma boa infraestrutura física não é su-
ficiente para garantir, de imediato, a aceitação e o sucesso de projetos que tenham novas tecnologias
como suporte. Antigas e consistentes convicções ficam fragilizadas, hierarquias há muito internali-
zadas são subvertidas, a rotina tradicional da unidade escolar é consideravelmente alterada, novos e
complexos padrões se impõem com força e velocidade assustadoras.
Como professora de Língua Portuguesa, coordenadora de área e, posteriormente, coordenadora
de projetos, pude, durante esses anos, dividir com meus colegas das diversas áreas, muitas dúvidas e
poucas certezas, crenças e descrenças, grandes frustrações e pequenas alegrias, receios, inseguranças,
anseios, desejos, revoltas e resignações quanto à possibilidade/necessidade/urgência/inexorabilidade
de mudanças e inovações nas formas de desenvolver nossa atividade docente, principalmente no que
diz respeito à incorporação de novas tecnologias a um processo já tão complexo por natureza.
Após passar por diferentes etapas de diferentes aprendizados e adquirir mais habilidades para
“mexer com computador”, consegui reunir condições mínimas para associar os recursos que a má-
quina oferece aos objetivos de uma atividade docente que os novos tempos impõem. Isso não significa
muito, nem o final da tarefa, pois, com a velocidade do avanço tecnológico e a mudança da sociedade,
essas condições têm que ser revistas quase que a cada dia. A mudança de paradigma é complexa e en-
volve questões de toda ordem: tecnológica, trabalhista, ideológica, cultural, psicológica, entre outras
nada menos difíceis. Mas é inevitável, uma vez que “A mais nova das linguagens, a informática, faz
parte do cotidiano e do mundo do trabalho. Vive-se o mundo da parabólica, dos sistemas digitais, dos
satélites, da telecomunicação. Conviver com todas as possibilidades que a tecnologia oferece é mais
que uma necessidade, é um direito social.”

BERTOCCHI, Sonia. Um presente de Dia das Mães inesquecível. In: GONSALES, Priscila (Org.). Ensinar com Internet,
como enfrentar esse desafio. São Paulo: Cenpec, 2006, v. 2. (Coleção EducaRede – Internet na Escola).

Você pode escolher outros relatos para “relato de experiência vivida”, pedindo que
complementar este estudo, no livro didático justifiquem, por escrito ou oralmente, o por-
ou em outras fontes. Também pode solicitar quê dessa seleção de textos.
aos estudantes que pesquisem na internet
textos que considerem relatos. Isso pode con- 2. Elabore um quadro organizativo, recupe-
tribuir para o desenvolvimento da atividade. rando dos textos lidos informações gerais
Caso opte pela pesquisa dos alunos, aproveite como título, nome do autor, veículo em
para avaliar o que eles sabem sobre o gênero que foi publicado, tema e gênero.

78
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Veículo em que foi


Textos Título Autor Tema Gênero
publicado

Memória e sociedade.
Lembranças de velhos. As lembranças do Sr. Relato de
Texto 1 Sr. Ariosto. Ecléa Bosi.
São Paulo: Companhia das Ariosto. experiência.
Letras. p. 154-155.

Como a educadora
Um presente de Coleção EducaRede – Sônia passou a fazer
Relato de
Texto 2 Dia das Mães Sônia Bertocchi. Internet na Escola, uso da internet como
experiência.
inesquecível. volume 2. instrumento de
trabalho.

3. Agora, responda: Sim, porque os relatos falam das experiências pessoais, vividas
pelos autores.
a) Quais são as semelhanças entre os dois
textos? c) Copie dos textos trechos que compro-
Espera-se que os estudantes percebam que ambos são rela- vem a resposta da questão anterior.
tos de experiência porque: Texto 1: “Vamos meus filhos, vamos tomar café! Mamãe era
tPTEPJTTÍPBQSFTFOUBEPTFNQSJNFJSBQFTTPB PRVFJEFOUJ- muito boazinha”. Texto 2: “Em 1996, meu presente de Dia das
fica o autor como protagonista do relato e revela seus sen- Mães foi um fax modem para meu bom e velho computador.”
timentos em relação a essa experiência;
tIÈNBSDBTEFUFNQPSBMJEBEF VTPEPTWFSCPTOPQBTTBEP
 d) Você já produziu (oralmente ou por escri-
indicando ao leitor que os autores estão relatando uma ex- to) textos semelhantes aos apresentados?
periência, muitas vezes, vivida. Os alunos devem considerar que os relatos orais que fazem
tIÈNBSDBTFTQBDJBJTOPNFTQSØQSJPTEFMVHBSFTSFBJT RVF no cotidiano assemelham-se aos textos desta atividade.
reforçam o caráter de experiência vivida.
e) Em caso afirmativo, em que contexto
b) É possível dizer que os acontecimentos seu texto foi produzido?
relatados nos dois textos foram experi- Neste caso, em situações semelhantes vividas pelos alunos e
ências vividas por seus autores? Por quê? por eles relatadas a alguém.

79
Passo 1 – Mais uma vez, sugerimos que os f Em que veículo o relato foi publica-
estudantes trabalhem em grupo. Entregue um do?
relato para cada grupo e peça que façam um f Qual é o tema tratado no relato?
levantamento das características do gênero, f Como vocês reconhecem que o texto
anotando as informações depreendidas do é um relato de experiência?
texto em fichas organizativas. Você pode aju- f Que marcas de tempo remetem o lei-
dá-los a montar a ficha em cartolina. tor às experiências relatadas?
f A que público-alvo esse relato se
4. O professor dividirá a classe em grupos. destina?
Cada grupo receberá um texto para análi- f Que marcas contribuem para que o
se. Vocês devem preparar uma nova ficha leitor reconheça esse público-alvo
organizativa (em cartolina ou papel kraft) esperado?
sobre o texto lido, fazendo um levanta- f Quais foram as impressões do grupo
mento das características e informações sobre o relato lido?
apresentadas por ele. Utilizem as questões Parte das informações solicitadas para este novo quadro
a seguir como modelo para análise: já foi explicada no quadro anterior; basta que os estudan-
tes as copiem. O importante é que eles compreendam
f Quem fala ou escreve o relato? que o novo quadro é fruto do consenso entre os partici-
f Qual é a finalidade dessa escrita ou pantes do grupo sobre a estrutura do gênero “relato de
fala? experiência”.

Texto 1 Texto 2

Quem escreve o relato? Ecléa Bosi. Sônia Bertocchi.

Qual é a finalidade dessa Contar a história de vida de um homem Contar como a internet entrou em sua
escrita ou fala? idoso. vida.

Em que veículo o relato foi Texto introdutório publicado no livro Me- Texto publicado na Coleção EducaRede –
publicado? mória e sociedade. Internet na Escola, volume 2.

Qual é o tema tratado no Como a educadora Sônia passou a fazer


As lembranças do sr. Ariosto. uso da internet como instrumento de tra-
relato? balho.

80
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

A autora fala, em primeira pessoa, de sua


Como vocês reconhecem O autor fala, em primeira pessoa, de sua
experiência pessoal com o uso da internet.
experiência pessoal, de sua infância, de
que o texto é um relato de lembranças e pessoas com quem convi-
Isso pode ser comprovado quando ela cita
experiência? membros da família envolvidos na experi-
veu.
ência relatada.

Marcas que evidenciam que os aconteci-


Marcas que evidenciam que os aconteci- mentos relatados foram vividos em tempos
mentos relatados foram vividos em tem- passados: uso dos pretéritos e advérbios de
Que marcas de tempo pos passados: uso dos pretéritos e advér- tempo, além de expressões que remetem
remetem o leitor às bios de tempo e expressões que remetem o leitor ao passado. Exemplo: “Em 1996,
experiências relatadas? o leitor ao passado. Exemplo: “Nasci na Av. meu presente de Dia das Mães foi um
Paulista, em 1900, numa travessa chamada fax modem [...]”, “Então, meus filhos, de 17,
Antônio Carlos”. 20 e 22 anos na época, tiveram a grande
ideia [...]”.

A que público-alvo esse relato Ao público em geral e a pesquisadores que


A educadores.
se destina? se interessem pelo tema.

Sr. Ariosto relata detalhes de sua vida, des-


de a infância, marcando lugares e acon-
É quando a autora indica explicitamente
tecimentos da história brasileira. É impor-
com quem está falando. Ela se dirige ao
tante, neste momento, que você explique
Que marcas contribuem para público-alvo explicitamente: “Percebi, en-
a eles o conceito de discurso direto e dis-
tão, que para nós, educadores, surgia uma
que o leitor reconheça esse curso indireto, considerando o uso desses
nova ferramenta de ensino com caracte-
público-alvo esperado? discursos e o modo como as vozes são
rísticas que precisavam ser conhecidas,
introduzidas nos relatos de experiência;
analisadas e exploradas com propriedade
elas revelam as marcas de diálogo entre as
e exaustivamente”.
diferentes vozes que o relato possa apre-
sentar.

81
Resposta pessoal, mas espera-se que os Resposta pessoal, mas espera-se que os
Quais foram as impressões do estudantes elaborem respostas sobre os estudantes elaborem respostas sobre os
temas, relacionando-os à própria estrutura temas, relacionando-os à própria estrutura
grupo sobre o relato lido? textual de gênero, comparando-os com textual de gênero, comparando-os com
outras experiências leitoras que já tiveram. outras experiências leitoras que já tiveram.

A atividade apresenta alguns exemplos de como os estudantes O que já leram ou ouviram sobre isso em
devem elaborar o conjunto de perguntas e de respostas. O ob- outros contextos?
jetivo aqui é o trabalho com a elaboração de enunciados obje- f O que precisariam saber para compreen-
tivos e coerentes, que priorizem elementos centrais dos textos. der melhor as informações contidas nos
Você pode auxiliá-los nessa tarefa, mostrando-lhes modelos de relatos de experiência?
avaliações semelhantes (como as atividades de interpretação de f Essas informações trazidas para a discus-
texto das provas do Saresp), explicando-lhes como os enuncia- são ampliam seu conhecimento?
dos das questões são formulados, a importância da objetividade f A roda de discussão ajuda a entender
e clareza que a linguagem desses enunciados deve ter e o que melhor os textos lidos? Por quê?
é preciso considerar para que o leitor possa extrair a resposta do tUPEPTPTSFMBUPTDPOUBNFYQFSJÐODJBTWJWJEBTQPSTFVTBVUPSFT 
próprio texto. Ou, ainda, você pode selecionar um dos textos com uso de primeira pessoa do singular e manifestações de
estudados para formular uma atividade semelhante. sentimentos em relação a essas experiências. No entanto, os
propósitos dos relatos são diferentes, respondendo a uma de-
Oralidade manda dos contextos nos quais os autores estavam inseridos;
tBTSFTQPTUBTQBSBBTRVFTUÜFTTÍPQFTTPBJTPVGSVUPEFFMBCP-
Passo 2 – 1. Em grupo, preparem uma ração coletiva. No entanto, espera-se que os estudantes re-
apresentação oral da ficha de leitura que or- conheçam que a discussão em grupo possibilita a ampliação
ganizaram e da análise que fizeram do relato. de conhecimentos, elaboração crítica sobre os temas, novas
Depois, em uma roda de discussão, analisem referências etc. Neste caso, o importante não é exatamente
os textos lidos e estabeleçam comparações o que os alunos sabem sobre os assuntos, mas que exercitem
entre os dados expostos por todos os grupos, o debate oral como forma de ampliar seus conhecimentos.
observando as características semelhantes e Mesmo que os grupos tenham trabalhado com base em um
diferentes encontradas durante a discussão. modelo padronizado de ficha, é possível que os relatos se
Reflitam: distanciem do padrão usado. Por isso, reforce a necessidade
de que a ficha contenha determinadas informações e a re-
f Todos os relatos têm a mesma estrutura? levância de cada uma delas. Como se está tratando da apre-
Que diferenças vocês identificaram? sentação do grupo, pode ser que alguns tenham estruturado
f O que vocês sabem sobre o tema aborda- sua fala, dividido o tempo de exposição entre as pessoas etc.
do pelos autores de cada um dos relatos? Se isso não aconteceu, aponte essa possibilidade aos alunos.

82
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Passo 3 – Espera-se que, nesta etapa, os alu- é preciso considerar para que o leitor possa
nos estejam familiarizados com o tema, uma extrair a resposta do próprio texto. Ou, ainda,
vez que já passaram pelas atividades anterio- você pode selecionar um dos textos estudados
res. Por isso, devem ser capazes de formular para formular uma atividade semelhante. De-
questões relacionadas aos tópicos principais pois, seguindo o modelo, os alunos produzem
do texto, sem os quais o leitor não poderia en- os próprios exercícios.
tender sua proposta.

2. Para finalizar o trabalho de análise textual,


ainda em grupo, elaborem um exercício de in- Professor, importante!
terpretação com quatro perguntas e respostas
sobre a composição dos textos que leram. Uti- É preciso frisar, no entanto, que o obje-
lizem as questões do Exercício 4 como modelo. tivo dessa atividade não é fazer que os es-
tudantes formulem questões complexas de
Você pode auxiliá-los nessa tarefa, apresen- entendimento do texto, considerando sua
tando-lhes modelos de avaliações semelhantes idade e o repertório que possuem. O objetivo
(como as atividades de interpretação de texto é, sim, levá-los a pensar que um texto é com-
das provas do Saresp), explicando-lhes como posto por partes, as quais, separadamente,
os enunciados das questões são formulados, apresentam informações que podem ajudar
a importância da objetividade e clareza que a na compreensão do todo.
linguagem desses enunciados deve ter e o que

Em grupo, façam uma pesquisa na internet sobre alguns dos assuntos tratados
nos textos da seção “Leitura e análise de texto”. Para tanto, observem atenta-
mente as orientações a seguir.

1. A classe deve ser dividida em dois grupos, que poderão ser divididos em subgrupos, a crité-
rio do professor.

2. Cada grupo ficará responsável por um dos textos analisados na sequência anterior. Rea-
lizem um sorteio dos textos entre os grupos.

Grupo 1: pesquisa sobre as pessoas que contam suas histórias. Nessa pesquisa, vocês devem
selecionar trechos, fotos ou outras informações sobre elas que possam ser apresentadas a
toda a classe.
Grupo 2: pesquisa sobre como a internet pode ajudar as pessoas a ampliar seus conhe-
cimentos. Selecionem pelo menos dois exemplos semelhantes aos relatados pela educadora
Sonia Bertocchi.
3. Cada grupo deve organizar, em cartolina ou papel kraft, as informações pesquisadas a fim
de apresentá-las à classe. Não se esqueçam de deixar espaço para falar de suas impressões
de pesquisa e de leitura. Considerem as seguintes questões:

83
f Vocês encontraram na internet exemplos dos assuntos propostos? Se encontraram,
citem pelo menos um desses exemplos.

f Geralmente, a pesquisa na internet apresenta dificuldades. Como resolveram o


problema?

f A pesquisa feita ajudou a entender melhor o assunto? Como?

f Nesta atividade, de que etapa vocês mais gostaram? Do que não gostaram?

4. Mostrem os cartazes aos colegas e relatem, oralmente, como se desenvolveu seu processo de
pesquisa.
As atividades devem ser encaminhadas de modo a proporcionar aos estudantes um contato mais profundo sobre como fazer pes-
quisas para saber a respeito dos temas que lhes são relevantes. Neste caso, espera-se que eles avaliem as atividades encontradas e
apresentem soluções para eventuais problemas. Também é importante valorizar sua opinião sobre aquilo que, durante a pesquisa,
consideraram mais estimulante. O relato oral que produzirão para contar essa experiência de pesquisa deve ser utilizado por você
como instrumento de avaliação diagnóstica.

Produção escrita c) organização geral da escrita do relato:

Passo 4 – Esta atividade será realizada em f uma introdução que situe o leitor
duas etapas. Observe as orientações a seguir, e que contenha os elementos bási-
verificando em que momentos você trabalhará cos do relato: o que, quando e onde
em grupo ou individualmente. ocorreu a experiência a ser relatada,
outras pessoas envolvidas etc.;
1a Etapa f desenvolvimento da situação, com os
elementos relevantes que se destacam
Em grupo, preparem uma sequência de no acontecimento e, por alguma razão,
passos que considerem importantes para contribuem para modificar a rotina do
a produção escrita de um relato de experi- autor do relato;
ência vivida. Levem em conta os seguintes f conclusão, momento em que o au-
tópicos: tor do relato explica ao leitor quais
transformações ocorreram em sua
a) escolha de um tema que tenha sido mar- vida a partir da experiência relatada.
cante em sua vida (essa escolha é individual Vocês podem também acrescentar as
e, portanto, diferente para cada integrante sensações e emoções vividas com
do grupo); essa experiência.

b) público-alvo e veículo pelo qual os relatos d) elementos utilizados para marcar a autoria
circularão. Por exemplo: vocês podem ter do texto (pronomes pessoais, demonstrati-
como leitores os colegas de sala, colegas de vos, possessivos);
outras classes, professores etc. No caso da
publicação dos textos, eles podem ser pos- e) elementos que indicam para o leitor que a
tados em um mural, no pátio da escola, no experiência relatada ocorreu no passado
jornal da escola, em um blog etc.; (próximo ou distante);

84
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

f) um título que chame a atenção do leitor o texto alcançar seu destino final: a publi-
para sua experiência e não explicite o que cação no veículo escolhido por vocês du-
acontecerá. O objetivo é causar curiosidade. rante o planejamento.
Retome com os estudantes a importância de organizar e É necessário que os estudantes percebam que as produ-
planejar a produção textual, considerando os itens que ções escritas demandam organização antes de serem fei-
lhes foram passados na própria orientação da atividade. tas e que essa organização deve contemplar pelo menos
Faça uma leitura coletiva dessas orientações e esclareça dois aspectos: aquele relacionado à própria escrita e ao
eventuais dúvidas antes que os grupos comecem o traba- uso adequado da língua e aquele relacionado ao gênero
lho de escrita. textual. No final dessa sequência, espera-se que os estu-
dantes tenham clareza de que o gênero “relato” é produ-
2a Etapa ção social, com funcionalidade própria, finalidade, assun-
to, público-alvo. Espera-se também que reconheçam que
1. Individualmente, escreva seu relato de ex- há sempre um autor que se apresenta como sujeito da ex-
periência vivida, considerando o planeja- periência relatada, o qual mobiliza sentimentos revelados
mento realizado na etapa anterior. em seu modo de contá-la. Esses dados são fundamentais
para que os autores dos relatos possam responder a algu-
2. Troque seu texto com o de um colega do mas características dos gêneros, desenvolvendo a escrita
grupo a fim de que ele possa lê-lo, identifi- de seu texto com coerência.
cando eventuais problemas (por exemplo:
falta de elementos básicos do relato; falta
de pontuação; uso inadequado de vocabu- Estudo da língua
lário ou pronomes pessoais e demonstrati-
vos; ausência de adjetivos que imprimam Passo 5 – 1. Em grupos, retomem os tex-
emoção à experiência vivida etc.). tos lidos na primeira sequência de atividades,
enfatizando exemplos que tratam do uso dos
3. Leia as observações feitas por seu colega e pronomes pessoais e possessivos para marcar
reformule seu texto, considerando apenas a presença de um autor envolvido com o acon-
os ajustes que julgar relevantes. tecimento a ser relatado. Observem exemplos
de alguns dos pronomes pessoais e possessivos
4. Entregue seu relato ao professor para que que os autores usam para estabelecer um diá-
ele possa fazer uma última revisão antes de logo com o leitor.

“[...] algumas pessoas dizem que ele tirou de mim”;


“eu ainda estou surpreendido”;
“pude dividir com meus colegas”;
“essa foi minha tarefa”.

85
2. Anotem, em um quadro organizativo, ou- experiências o envolvimento do autor
tros exemplos com esses pronomes, apre- com o fato relatado?
sentando-os para a classe. Depois, reflitam: f É possível encontrar, em um mes-
mo relato, o uso da primeira pessoa
f Como esses pronomes contribuem do singular e do plural? Por que isso
para evidenciar ao leitor do relato de acontece?

Pronomes pessoais Pronomes possessivos

“Ele gostava muito de retratos a bico-de-pena.”


“Vamos meus filhos.”
“Eles carregavam cestas.”
“Meu pai era mestre de caligrafia.”
“[...] uma pergunta começou a me atormentar [...]”
“Em 1996, meu presente de Dia das Mães [...]”
“Ele foi vítima [...]”
“[...] meu bom e velho computador.”
“[...] e estavam sempre ali comigo [...]”
“A minha sorte [...]”
“[...] eu conheci uma pessoa que me falou [...]”

A maior parte deles se refere à primeira pessoa do singular. posicional. Esses dados são fundamentais para
Sim, porque o autor do relato pode falar de uma experiên- que os autores dos relatos possam responder a
cia pessoal que também diz respeito ao leitor, como no caso algumas demandas dos gêneros, desenvolven-
do relato da educadora Sônia. A primeira do plural também do coerentemente a escrita de seu texto.
pode indicar um relato de experiência compartilhada.
Para sistematizar o estudo dos pro-
3. Em dupla, após a organização do primeiro nomes, o professor selecionará al-
quadro e da reflexão coletiva, vocês devem gumas atividades do livro didático.
ampliá-lo, explicando a quem os pronomes
encontrados se referem. Se houver mesclas Para realizá-las, siga as orientações.
entre primeira pessoa do singular e do plu-
ral, identifiquem de quem são as falas pre- 1. Faça a leitura do conceito de pronome e ti-
sentes no texto. pos de pronome.
É importante que os estudantes compreendam que os pro-
4. O quadro ampliado deve ser apresentado à nomes são as palavras que denotam os seres ou se referem
classe, propiciando uma discussão coletiva a eles, considerando-os como pessoas do discurso ou rela-
sobre os dados encontrados. cionando-os a elas. Eles permitem identificar o sujeito do
Nas Atividades 3 e 4, é preciso orientar os estudantes para que discurso, no momento da comunicação. Alguns pronomes
utilizem o exemplo do quadro e das duas questões anteriores podem referir-se a determinado ser, relacionando-o com as
para analisar outros exemplos de pronome no decorrer do tex- pessoas do discurso ou estabelecendo relações de posse ou
to. Na sequência, eles devem tratar do quadro ampliado, expli- proximidade. Sintaticamente, os pronomes podem exercer
cando o que compreenderam sobre o uso desses pronomes. as mesmas funções dos substantivos ou adjetivos. Classifica-
Se preferir, você pode realizar esta atividade coletivamente. ções dos pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos,
relativos, indefinidos e interrogativos.
No final desta situação, espera-se que os
estudantes tenham clareza de que os gêneros 2. Estude as explicações apresentadas para os
discursivos são produções sociais, com fun- pronomes pessoais e possessivos, compa-
cionalidades próprias, caracterizados por seu rando-as com a análise feita na seção “Es-
conteúdo temático, estilo e construção com- tudo da língua”.

86
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

3. Essas explicações se assemelham àquelas 4. Faça os exercícios propostos pelo profes-


que as duplas elaboraram, confirmando sor. A correção dessas atividades deve ser
o conhecimento e o entendimento que feita coletivamente, para que juntos, você,
você construiu sobre os pronomes estu- seus colegas e professor, possam avaliar o
dados? entendimento que apresentaram sobre o
Para as Questões 2 e 3, espera-se que os estudantes tenham, estudo dos pronomes.
já na atividade anterior de “Estudo da língua”, desenvolvido a Professor, selecione atividades sobre pronomes que conside-
compreensão sobre a função dos pronomes. rar relevantes.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO “RELATO DE EXPERIÊNCIA”

Esta Situação de Aprendizagem tem como também enfatizará o estudo de algumas ques-
objetivo criar várias situações de leitura e análise tões linguísticas que propiciam, ao gênero “re-
textual a fim de levar o estudante a refletir sobre lato de experiência vivida”, marcas de autoria,
temas que poderiam gerar a produção escrita marcas de tempo e marcas de diálogo pela com-
de relatos de experiência vivida. Além disso, posição dos discursos direto e indireto.

Conteúdos e temas: estudo de marcadores temporais (tempo verbal, advérbios e locuções adverbiais);
estudo de marcadores de autoria (pronomes pessoais, possessivos e de tratamento para dialogar com
o leitor; adjetivos que, em conexão com o verbo, ajudam a revelar os sentimentos do autor); marcas de
diálogo (discursos direto e indireto).

Competências e habilidades: realizar a análise linguística, considerando sua importância na leitura e


escrita do gênero “relato de experiência vivida”; reconhecer, no uso do tempo verbal, as relações entre
passado e presente, propiciando ao estudante a compreensão da estrutura do gênero “relato de experi-
ência vivida” e o seu propósito comunicativo.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em duplas
e em grupos; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo
centrado no refletir e no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse; audio-
visual; computador; internet; cartolina ou papel kraft.

Sugestão de avaliação: elaboração de quadro-síntese; desenvolvimento de atividades apresentadas no


livro didático; apresentação oral; escrita de relato de experiência.

Roteiro para aplicação da análise de textos tanto verbais quanto não


Situação de Aprendizagem 8 verbais a fim de ampliar a capacidade leitora
de seus alunos. Para tanto, seria interessante
Professor, sugerimos que você inicie esta que você apresentasse um conjunto de ima-
Situação de Aprendizagem com a leitura e gens (fotos e/ou ilustrações), solicitando que

87
falassem ou escrevessem sobre suas primeiras f Quantas personagens estão envolvidas em
impressões. Na sequência, você poderia orga- cada cena?
nizar uma roda de conversa a fim de que eles f Como as personagens parecem ser/estar (preo-
comparassem essas impressões e observassem cupadas, alegres, nervosas, divertindo-se etc.)?
as variadas opiniões e hipóteses levantadas f O que as personagens estão fazendo?
pelos colegas. Nesse momento, você poderia f Sobre o que você pensa que elas estão fa-
intervir, elaborando algumas questões, tais lando? Por quê?
como: f Em que lugares essas cenas acontecem?
f Se você tivesse que escolher uma dessas ima-
f O que você consegue depreender de cada gens a fim de escrever uma história, qual
cena? delas você escolheria? Por quê?

Observe a sequência de imagens.


© IT-Stock/Latinstock

© Indiapicture/Alamy/Glow Images

2
1
© Stockbyte/Thinkstock/Getty Images

88
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

1. Em uma roda de conversa, apresente as suas tenham vivenciado, semelhante ao que viram
impressões sobre as imagens, comparando- na imagem etc.
-as com as de seus colegas. Vocês tiveram
impressões semelhantes? Ou foram muito 3. Observando as imagens, que gênero textual
diferentes? Em que elas se assemelharam ou poderia ser escrito por você com base ne-
se diferenciaram? Você concorda com as im- las: Uma história ficcional ou um relato de
pressões de seus colegas? Por quê? experiência vivida? Por quê?
Resposta pessoal, mas espera-se que os estudantes identifi- Um relato de experiência pessoal cumpre sua finalidade se,
quem as diferentes situações envolvendo cada imagem (des- de algum modo, envolver o sujeito que escreve o relato e
crita no Item 2). É importante que eles sejam estimulados a a cena presenciada. Neste caso, espera-se que eles respon-
trocar impressões e dúvidas sobre o que as imagens parecem dam que seria possível escrever uma história ficcional, uma
revelar. vez que essa história não teria nenhum compromisso com a
situação retratada ou concepção original do criador das ima-
2. No caderno, responda sobre cada uma das gens/fotos lidas. Eles poderiam “inventar” o que quisessem
cenas reproduzidas: sobre essas imagens. As imagens poderiam, no entanto, ser
bases para relatos de experiências vividas.
a) O que as personagens estão fazendo?
4. Se você, ao observar as imagens, lembrou-
b) Em que lugares essas cenas acontecem? -se de uma experiência que mobilizou seus
A seguir, você encontra algumas sugestões de resposta. sentimentos e quiser escrever sobre ela, o
Imagem 1: que escreveria: Uma história ficcional ou
a) Duas pessoas olhando em direção ao céu. É preciso ficar um relato de experiência vivida? Por quê?
claro para o leitor que elas parecem atentas, observando al- Espera-se que os alunos respondam que o gênero adequado
guma coisa que viram no céu. seria o relato de experiência vivida, por tratar de acontecimen-
b) Espaço ao ar livre. tos de suas vidas que mobilizaram determinados sentimentos.
Imagem 2:
a) Uma reunião de trabalho que mostra um grupo de pessoas As marcas de autoria presentes
dialogando sobre alguma questão importante. Neste caso, é nos relatos de experiência
importante que os estudantes percebam que há uma pessoa
falando, enquanto as outras a observam e fazem perguntas Os estudantes, até aqui, puderam refletir so-
e anotações. bre uma das características mais importantes do
b) Sala de reunião. relato de experiência vivida: “o autor se coloca
Imagem 3: como sujeito de uma experiência que mobilizou
a) Um casal de namorados que parece trocar juras de amor. sentimentos”. Neste novo tópico, eles serão le-
Eles parecem envolvidos um com o outro. vados a compreender quais marcas linguísticas
b) Restaurante. oferecem ao leitor alguns indícios para que se
reconheça no texto esse sujeito-autor, relacio-
Os temas apreendidos na leitura dessas nando-o diretamente à experiência relatada.
imagens poderiam servir de mote para que,
posteriormente, os estudantes fizessem algu- Como essas marcas tratam de diferentes as-
mas produções escritas: um relato de experi- pectos da língua, sugerimos que você organize
ência sobre o que aprenderam nessa atividade um estudo com seus alunos, separando-as por
ou que falasse de algum acontecimento que tópicos e selecionando dois ou três para serem

89
discutidos com profundidade nesta e nas pró- para marcar, no texto, a presença de um autor
ximas seções. O importante é que todos os as- envolvido com o acontecimento a ser relatado.
pectos sejam trabalhados, mesmo que alguns
de modo mais introdutório e outros de modo
mais apurado. Para ilustrar os possíveis temas Exemplos:
que poderiam ser estudados para a composi-
f “algumas pessoas dizem que ele tirou de
ção do relato de experiência, temos:
mim”;
f “eu ainda estou surpreendido”;
f adjetivos; f “pude dividir com meus colegas”;
f pronomes pessoais; f “essa foi minha tarefa”.
f tempo verbal;
f verbos do dizer;
f advérbios e locuções adverbiais;
f discurso direto e indireto. Solicite aos estudantes que apresentem oral-
mente outros exemplos envolvendo o uso desses
Um dos critérios para a escolha desses con- pronomes. Questione-os: Como eles contribuem
teúdos pode ser pautado nas facilidades ou para evidenciar ao leitor do relato de experiências
dificuldades que os estudantes encontrariam o envolvimento do autor com o fato relatado? É
caso tivessem de realizar o estudo linguístico importante que os alunos compreendam que o
individualmente. Outro critério poderia estar uso da primeira pessoa do singular ou do plu-
relacionado aos estudos linguísticos realiza- ral é permitido nos relatos de experiência, uma
dos nas Situações de Aprendizagem anterio- vez que o autor pode estar falando apenas de
res ou em outra série/ano e que, portanto, si mesmo ou contando sobre uma experiência
podem ser retomados mais superficialmente vivenciada por ele e por outras pessoas. Desse
por você. modo, é interessante notar que um mesmo rela-
to pode estar mesclado pelo uso do eu e do nós.
A seguir, sugerimos alguns possíveis enca- Esse dado também serve para explicar o uso dos
minhamentos para relembrar conteúdos estu- pronomes possessivos relacionados à primeira
dados e para possibilitar novos conhecimentos. pessoa do singular ou do plural.

Passo 1 – Coletivamente, retome com os es- Passo 2 – Peça aos alunos que, em duplas,
tudantes um dos textos da sétima Situação de continuem a atividade, identificando outros
Aprendizagem, enfatizando exemplos que tra- pronomes pessoais e demonstrativos e ano-
tam do uso dos pronomes pessoais e possessivos tando-os em um quadro organizativo.

Pronomes pessoais Pronomes possessivos

90
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Passo 3 – Após a organização do primeiro Professor, uma sugestão!


quadro, ainda em duplas, os estudantes devem
ampliá-lo, explicando a quem os pronomes Você pode propor uma sequência semelhante
encontrados se referem. Se houver mesclas de passos para o estudo do tempo verbal e dos
entre primeira pessoa do singular e do plural, advérbios e locuções adverbiais. Sobre as marcas
é preciso que as duplas identifiquem de quem de tempo, ao escrever um relato de experiência
são as vozes presentes no texto. vivida, o sujeito necessariamente deve estabele-
cer, em seu texto, um diálogo entre o hoje e o
ontem. E isso só é possível por meio dos verbos
Quem é o eu e quem é o nós? É possível re- e seus tempos, que são conjugados tanto no Pre-
conhecer facilmente os sujeitos do texto? Por sente quanto no Pretérito Perfeito ou Imperfeito.
que o autor opta por mesclar o uso das pes- Reconhecer esse jogo, identificado pelo uso
soas do discurso? Ou por que, em seu texto, do tempo verbal, dos advérbios e das locuções ad-
só há marcas da primeira pessoa do singular? verbiais, é importante para ajudar o estudante a
compreender a estrutura do gênero “relato de ex-
periência vivida” e o seu propósito comunicativo.

A mesma orientação deve ser feita para


o uso dos pronomes possessivos. Os quadros O uso dos dois-pontos, do travessão
podem ser apresentados para a classe toda, e das aspas
propiciando uma discussão coletiva sobre os
dados encontrados. Ou, ainda, podem ser afi- Nesta sequência, nossa proposta é que você
xados na parede a fim de serem checados e, se desenvolva com seus alunos atividades de reco-
necessário, revisados depois que os estudantes nhecimento de marcas de diálogo, bem como
realizarem o Passo 4 desta sequência. de compreensão de sua função na estruturação
do gênero estudado. O objetivo é levá-los a re-
Passo 4 – Para sistematizar o estudo dos alizar uma análise linguística, considerando as
pronomes, sugerimos que você utilize o livro implicações discursivas decorrentes de possíveis
didático ou uma gramática, selecionando relações estabelecidas entre forma e sentido, de
algumas atividades para que os estudantes modo a ampliar seus recursos expressivos. Para
realizem individualmente. Em um primeiro tanto, é preciso apresentar um espaço privile-
momento, peça que façam a leitura do concei- giado de desenvolvimento de capacidade intelec-
to “pronome” e “tipos de pronomes”. Depois, tual e linguística dos alunos, com condições de
eles devem estudar as explicações apresenta- desenvolvimento de sua competência discursivaa.
das para os pronomes pessoais e possessivos,
comparando-as com a análise que fizeram no Nossa sugestão para este estudo é que você
quadro do passo anterior. Questione-os: Es- retome coletivamente um dos relatos de expe-
sas explicações se assemelham àquelas que as riência lido na primeira sequência, contextua-
duplas elaboraram, ratificando o conhecimen- lizando com os alunos a análise linguística que
to e o entendimento que construíram sobre os pretende fazer para que ampliem seu repertó-
pronomes estudados? Por fim, os alunos devem rio sobre o gênero em questão. A seguir, dis-
fazer os exercícios propostos pelo livro. Cor- ponibilizamos um exemplo de como isso pode
rija-os coletivamente, avaliando nesta etapa o ser feito. Você também pode selecionar outro
entendimento que apresentaram sobre o tema relato de experiência, do livro didático, revista
em questão. ou internet para desenvolver esta atividade.
a
Este objetivo, retirado dos PCNs (1998), não se restringe aos estudos das marcas de diálogo, uma vez que todas as propostas
de estudo linguístico devem permitir a ampliação dos recursos expressivos dos estudantes e a construção de um conhecimento
metalinguístico.
91
Estudo da língua Essa fala ilustra o carinho da mãe, anunciado pelo Sr. Ariosto
quando diz: “Mamãe era muito boazinha”.
Passo 1 – Trabalhe as seguintes atividades
com os alunos. É possível identificar duas vozes diferentes,
marcadas pelo uso das aspas e dos dois-pontos.
1. Retomem o texto Sr. Ariosto e façam uma As aspas indicam que a fala é da mãe do Sr.
leitura coletiva. Ariosto. Ele tinha dito, anteriormente, que ela
vinha acordar os filhos. A frase entre as aspas e
2. Fiquem atentos às informações que permi- introduzida pelos dois-pontos expressa o que a
tem identificar as pessoas que aparecem no mãe dizia ao acordar seus filhos, de acordo com
relato do Sr. Ariosto (quem fala diretamen- a lembrança de quem está contando a história.
te, pessoas a quem o autor faz referência).
Vocês podem retomar as fichas organizati- Em outros fragmentos, traz outras referên-
vas ou fazer esse levantamento oralmente, cias de sua vida. Observe esse outro trecho.
no momento da própria leitura.

3. Releiam o trecho a seguir e respondam às A avenida Paulista era bonita, cal-


questões no caderno:
çamento de paralelepípedos, palacetes.
As outras ruas eram semicalçadas, co-
A mamãe levantava cedinho e acendia o bertas de árvores, de mata. De noite, os
fogão a lenha, depois vinha acordar a gente: “lampioneiros” vinham acender os lam-
“Vamos meus filhos, vamos tomar café!”. piões e de madrugada voltavam para
Mamãe era muito boazinha. Ela servia ti- apagar. Minha rua tinha poucas casas,
gelas grandes, punha o pão, jogava o leite e uma aqui, outra a quinhentos metros.
o café e fazia uma papinha.

Para responderem a esta sequência de questões, os estudan- Neste momento, ele está relatando sua ex-
tes devem levar em conta que as falas e referências têm a periência de vida, como se lembra da avenida
finalidade de compor o relato do Sr. Ariosto, ratificando para Paulista da época, a partir de sua própria vi-
o leitor o modo como ele viveu parte de sua infância. Neste são local.
momento, é importante que os estudantes tenham clareza
de que são vozes diferentes, ilustrando distintos momentos Passo 2 – Análise semelhante pode ser feita
da experiência do Sr. Ariosto. em outros trechos, em que o Sr. Ariosto intro-
duz as vozes de outras pessoas em seu relato.
a) Quem mais fala nesse trecho, além do
autor? 4. Releiam esse outro trecho e respondam às
A mãe do Sr. Ariosto. questões:

b) Que marca linguística nos permite perce-


ber essa outra pessoa que fala no texto? Naquela época existia muito turco,
muito mascate, eles carregavam cestas e
As aspas.
iam batendo matracas e oferecendo sua
mercadoria: “Moça, tenho muita coisa
c) De que forma essa fala contribui para o
para você, tudo baratinho!”. Passava a
relato de experiência do autor?

92
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

carrocinha do italiano com queijo e ele gri- voz do relator do restante do texto. É impor-
tava: “O formaggio! Olha o formaggio! É o tante, neste momento, que você apresente a
barateiro, o barateiro!”. eles o conceito de discurso direto e discurso
indireto, considerando o uso desses discursos
e o modo como são introduzidos no interior
a) Quem carregava cestas e oferecia sua dos relatos de experiência; eles revelam as
mercadoria? marcas de diálogo entre as diferentes vozes
Um mascate que andava pelas ruas. que o relato possa apresentar.

b) Essa pessoa fala diretamente no texto? Você pode agregar outros exemplos, com
Sim, é possível reconhecer trechos em que ele fala, como a finalidade de comparar as diferenças entre
“Moça, tenho muita coisa para você, tudo baratinho!”. discurso direto e indireto. No caso do indi-
reto, é importante que você estude com eles
c) Que marcas linguísticas nos permitem per- os verbos do “dizer” (dicendi) como marca de
ceber essa outra pessoa que fala no texto? diálogo nos relatos de experiência.
As aspas e os dois-pontos.
6. Pesquise, no livro didático ou na internet,
5. Releiam o próximo trecho e respondam às informações sobre os discursos direto e in-
questões no caderno: direto. No caderno, escreva uma definição
para cada um deles.
Espera-se que os estudantes encontrem basicamente defini-
Armazém de secos e molhados a gente ções do tipo:
encontrava, mas era muito distante. Dois
Por meio do discurso direto, reproduzem-se literalmente
quilos de café ou dois quilos de açúcar cus-
as palavras da personagem. Os recursos gráficos utilizados
tavam quinhentos réis. O português vendia
para atribuir a autoria da fala a outrem, que não o produtor
verdura em casa, um maço de couve custava
um tostão. do texto, são as aspas ou o travessão. O discurso direto é
A minha lembrança mais antiga, quando uma transcrição literal da fala da personagem. Por meio do
eu tinha cinco anos, é o padeiro com um saco discurso indireto, a fala da personagem é filtrada pela do
nas costas. Todo dia me pegava no colo e me narrador. Não há mais a transcrição literal do que a perso-
ensinava os números: “Esse é o 1, o 2... e esse nagem falou, mas a transcrição subordinada à fala de quem
aqui, redondinho?”. escreve o texto. No discurso indireto, após o verbo dicendi,
utiliza-se a oração subordinada (uma oração que depende
da oração principal), introduzida, geralmente, pelas con-
a) Quem ensinava os números ao Sr. Ariosto? junções que e se, que podem estar elípticas (escondidas).
Um padeiro que pegava o Sr. Ariosto no colo, na infância.

b) As falas dessas pessoas ajudam o Sr. Atividade em grupo


Ariosto a relatar sua experiência? De
que forma? Passo 3 – 1. Em grupo, retomem o outro
Elas dão mais veracidade ao que ele diz, acrescentando, ain- relato estudado na Situação de Aprendizagem
da, emoção, sensação de que estamos visualizando as situa- 7 e façam uma análise semelhante à do texto
ções, quando aconteceram, entre outras possibilidades. Sr. Ariosto:

Os estudantes devem atentar para o uso a) Há marcas de diálogo nesse relato?


dos dois-pontos e das aspas, diferenciando a Sim.

93
b) Esse diálogo entre as vozes é introduzi- dos quadros desenvolvidos, contextualizando
do pelo discurso direto ou indireto? Ou para os colegas as marcas de diálogo encon-
por uma combinação dos dois? tradas. Nesta etapa, vocês devem comparar as
Por ambos. informações levantadas por todos os grupos e
considerar as semelhanças e as diferenças dos
c) Qual é a finalidade de apresentar essas exemplos encontrados.
vozes diferentes da voz do autor no re- Esta atividade é continuação da anterior e, portanto, tem a mes-
lato de experiência? ma orientação: os estudantes devem utilizar as respostas das
Para dar mais consistência e veracidade ao relato. questões anteriores para elaborar o quadro solicitado. Como o
trabalho deve ser realizado em grupos, você pode avaliar os qua-
d) Como essas vozes contribuem para o dros por meio da comparação entre os resultados obtidos, fazen-
entendimento da experiência vivida do as intervenções necessárias.
pelo autor?
Elas ajudam o leitor a compreender os acontecimentos vivi- Você pode aproveitar essa apresentação
dos pelo relator, sua intensidade, suas dúvidas, certezas etc. para avaliar o que seus alunos apreenderam
do tema estudado, intervindo nas exposições
e) Qual é a função dos verbos dicendi (ou e nos momentos de discussões sobre as seme-
do dizer) no discurso indireto? Estes lhanças e as diferenças. Essa intervenção pode
aparecem no primeiro parágrafo? ser feita mediante questões sobre os conteú-
No 1º parágrafo, não há verbo dicendi. No entanto, os dois- dos que apresentaram, retomadas dos estudos
-pontos parecem sugerir que a frase “Vamos conectar a ma- feitos nos passos anteriores, ou explicações
mãe” está sendo citada indiretamente pela autora. pontuais e expositivas.

2. Preparem um quadro-síntese dos exemplos Passo 5 – Para finalizar esta Situação de


encontrados de discursos direto e indireto e Aprendizagem, você pode solicitar aos alu-
das marcas linguísticas que os introduzem nos que escrevam, individualmente ou em
no texto. É importante que, nesse quadro, duplas, um relato de experiência vivida sobre
vocês deem respostas para cada uma das um tema ou fato que gostariam de comparti-
questões da Atividade 1, refletindo sobre lhar com os colegas. Para isso, é preciso que
como esse conhecimento pode ajudá-los eles utilizem os quadros elaborados na sétima
a ler e escrever proficientemente o gênero sequência.
“relato de experiência vivida” e os demais
gêneros que também apresentam as marcas
linguísticas estudadas nesta sequência.
Os estudantes devem utilizar as respostas das questões an- Orientações para avaliação:
teriores para elaborar o quadro solicitado. Como o trabalho Essa produção pode ser utilizada por
deve ser realizado em grupos, você pode avaliar os quadros você como instrumento para verificar se os
por meio da comparação entre os resultados obtidos, fazen- estudantes foram capazes de fazer uso ade-
do as intervenções necessárias. quado dos aspectos linguísticos estudados
nesta situação. Você também pode avaliar
quanto eles compreenderam do gênero “re-
Oralidade lato de experiência vivida”, identificando
em seus textos algumas das características
Passo 4 – Dando continuidade ao estudo até aqui analisadas.
dos tipos de discurso da seção anterior, cada
grupo deve organizar uma apresentação oral

94
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 9
NOTÍCIAS DE JORNAL E CONTEXTO COMUNICATIVO

Esta Situação de Aprendizagem tem como notícias de jornal, que contribuam para o en-
objetivo central realizar o estudo de alguns tendimento global do texto e promovam sua
recursos linguísticos, com base na análise de progressão discursiva.

Conteúdos e temas: leitura de enunciados e identificação de informações; escrita de relato de experiência


com base na leitura de notícias; escrita de notícias com base na leitura de relatos de experiências.

Competências e habilidades: reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores do


gênero “notícia de jornal”; inferir informações subjacentes aos conteúdos explicitados no texto; compa-
rar variedades linguísticas de acordo com o contexto comunicacional.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e o
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em dupla
e em grupo; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo
centrado no refletir e no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse; audio-
visual; computador; internet.

Sugestão de avaliação: interpretação de texto com perguntas e respostas de múltipla escolha; escrita de
relato de experiência; escrita de notícia com base em relatos de experiências.

Roteiro para aplicação da cia de jornal. Como se trata de uma parte da


Situação de Aprendizagem 9 prova do Saresp de 2005, nossa sugestão é que,
como primeiro passo, você solicite que respon-
Retomando o estudo da notícia de jornal dam às questões individualmente.

Passo 1 – A atividade a seguir tem o objetivo Leia com atenção o texto a seguir e identifi-
de fazer que os estudantes consigam reconhecer que o tema e as ideias apresentadas, responden-
o tema inicial e as ideias apresentadas na notí- do individualmente às questões propostas.

Cães e gatos superam o número de filhos1

Custo para criar uma criança faz com que famílias optem por animais

(1) July, Princesa, Bingo, Laica, Negão, Nana e Lua são os “filhos mais novos” da motorista de
transporte escolar Roseli de Souza Almeida, 47. Como muitas mães paulistanas, Roseli parou de ter
filhos na década de 90 e, desde então, não para de criar cachorros. “Depois que a gente tem filho,
vê como é bom ter cachorro”, conta. A mais nova, Lua, tem apenas um ano e meio.
1
Atividade adaptada da avaliação do Saresp de 2005. Disponível em: <http://saresp.fde.sp.gov.br/2005/Arquivos/Provas_
EF_2005/6%C2%B0s%C3%A9rie%20EF%20tarde.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2013.

95
(2) Seus dois filhos, Nathália, 17, e Rafael, 20, gostam das companhias e ajudam a mãe a cuidar
dos sete animais. “Eles sempre estão do seu lado. Se você fica triste, eles percebem e ficam perto; se
você chega tarde, eles o recebem abanando o rabo”, afirma Roseli.
(3) Ela conta que não teve mais filhos por conta das altas despesas e da dificuldade que há em
educar uma criança. Questionada se tem vontade de criar mais cachorros, Roseli diz que sim caso
tivesse mais espaço em casa. Já filhos, “iria pensar muito”, responde.
(4) São muitas as famílias que possuem mais cães que filhos em São Paulo. Em alguns bairros, a
impressão é de que o número de cachorros e gatos já ultrapassa o de crianças. Esse, no entanto, é um
cálculo difícil de fazer porque nem todos os animais domésticos possuem o Registro Geral do Animal
(RGA), feito pelo Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura. Segundo Elizabete Aparecida da
Silva, veterinária do Centro de Controle e Zoonoses, o número de RGAs é de 329 mil.
(5) Ela afirma, no entanto, que a estimativa é de que haja um cão para cada sete habitantes, e um
gato para cada 46 habitantes em São Paulo. Se essa estimativa estiver correta, trata-se de uma popu-
lação de 1,5 milhão de cães e de 297 mil gatos em 2004.
(6) Na casa da artista visual Andrea Costrakazawa, 34, ela, seu marido e a sua única filha, de 10
anos, dividem o espaço com dois cachorros e três gatos. Já a jornalista Mari Maellaro, 37, tem dois
filhos e quatro cachorros e pretende aumentar a família canina. “Cachorro é mais fácil de cuidar do
que de filho. Não se tem que pagar escola nem roupa, nem vai para balada e volta tarde.”

Cães e gatos superam o número de filhos.


Folha de S.Paulo, São Paulo, 4 set. 2005. p. C7.

1. Muitas famílias paulistanas, hoje em d) população de cachorros em São Paulo.


dia, preferem:
3. Segundo a declaração de Roseli Almei-
a) cachorros a filhos. da, só se fica sabendo “como é bom ter
cachorros”:
b) crianças a gatos.
a) antes de nascerem os filhos.
c) filhos a cachorros.
b) depois que a gente tem filhos.
d) pessoas a animais.
c) enquanto os filhos são bebês.
2. Em “Se essa estimativa estiver correta
[...]”, a expressão destacada refere-se à: d) quando os filhos vão para a escola.

a) preferência dos paulistanos por fa- 4. A jornalista Mari Maellaro é da opi-


mílias numerosas. nião que “é mais fácil cuidar de cachor-
ro do que de filho” porque os cães:
b) proporção entre cães, gatos e habi-
tantes em São Paulo. a) aumentam de número de uma hora
para outra.
c) quantidade de filhos das famílias pau-
listanas. b) convivem bastante bem com as pessoas.

96
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

c) economizam com roupas e com escola. d) são muito fáceis de registrar no RGA.

Fonte: Avaliação do Saresp/2005. Atividade adaptada.

Passo 2 – Depois, em uma correção coleti- informações contidas em cada parágrafo, as-
va, avalie: sociando-as aos enunciados de cada questão.
Uma forma de conduzir essa intervenção é
f quais foram as alternativas escolhidas pelos propondo uma checagem das alternativas in-
alunos; corretas. Leia com eles o texto novamente e
f se houve, pelas alternativas escolhidas, en- solicite que procurem outras opções. Em al-
tendimento do texto; guns casos, os estudantes, de fato, vão encon-
f se eles conseguiram, com a leitura, localizar trar outras possibilidades de resposta, mas
e identificar as informações necessárias para que não estabelecem coerência com o que a
chegar às respostas. questão está perguntando ou afirmando.

1. Com a ajuda do professor, corrijam cole- 2. Em seguida, em grupo, verifiquem as alter-


tivamente as atividades a fim de avaliar as nativas consideradas incorretas, observan-
alternativas escolhidas. do se as outras opções de resposta estabe-
lecem coerência com o que cada uma das
Com base nessa correção, de acordo com questões pergunta ou afirma.
o que você percebeu, é possível fazer algu-
mas intervenções a fim de ajudar os alunos Veja um exemplo de como essa análise
a compreender o texto lido e a identificar as deve ser feita.

Na questão 1 (Muitas famílias paulistanas, hoje em dia, preferem), é necessário procurar as opções
apresentadas em cada alternativa para chegar à resposta correta (cachorros a filhos). No entanto, se
o leitor não estiver atento, poderá escolher outra resposta, porque o texto faz referência a pessoas
que possuem animais (gatos e cachorros), mas também têm filhos.

Nesse caso, o importante é que o leitor perceba que, embora as pessoas entrevistadas tenham um
ou dois filhos, elas afirmam ter preferência por criar animais, uma vez que dão menos trabalho e me-
nos gastos. E há ainda a satisfação pessoal, por serem companheiros e fiéis (dado inferido por aquilo
que a primeira entrevistada diz: “Eles sempre estão do seu lado. Se você fica triste, eles percebem e
ficam perto; se você chega tarde, eles o recebem abanando o rabo”).

3. Apresentem coletivamente a análise feita seus alunos e de compreensão e seleção de informações en-
das alternativas incorretas, justificando-a contradas no texto. Ao serem questionados sobre as demais
de acordo com o exemplo anterior. alternativas para cada uma das questões, são levados a avaliar
Os Itens 1, 2 e 3 devem ser conduzidos por você a fim de a falta de coerência dessas alternativas em relação aos fatos
que possa avaliar a capacidade de interpretação textual de apresentados pela notícia.

97
c) Vocês conhecem o jornal em questão?
Para você, professor!
Já leram esse jornal nas rodas de notícia
Sobre o conceito de inferência, Maria organizadas pelo professor?
Laura Franco, autora do livro Análise de Espera-se que os estudantes já tenham esse conhecimento
conteúdo, diz: “Se a descrição (a enumera- por conta das rodas de notícias feitas anteriormente (mesmo
ção das características do texto, resumida que não tenham lido a Folha de S.Paulo, nesta fase eles já
após um tratamento inicial) é a primeira deveriam ter conhecimento de sua existência).
etapa necessária e se a interpretação (a
significação concedida a essas característi- 5. Em relação ao conteúdo da notícia pro-
cas) é a última fase, a inferência é o pro- priamente dita, observem os discursos di-
cedimento intermediário que vai permitir a reto e indireto presentes no texto:
passagem, explícita e controlada, da descri-
ção à interpretação”. a) Como esses discursos contribuem para
que o leitor compreenda o tema abordado?
FRANCO, Maria Laura. Análise de conteúdo. Eles ajudam a compreender as informações veiculadas na
Brasília: Liber Livro, 2007. (Série Pesquisa,
notícia porque têm caráter explicativo, dando exemplos fá-
sob coordenação de Bernadete A. Gatti).
ceis de entender. Neste caso, jornal e jornalista têm a função
de transmitir um fato que envolve pessoas reais. A voz direta
ou indireta das pessoas entrevistadas é relevante para confir-
Passo 3 – 4. Ainda em grupo, retomem os mar a tendência de muitas famílias de São Paulo terem mais
elementos caracterizadores da notícia de jor- animais do que filhos.
nal com base nas informações e nos quadros
que organizaram anteriormente. Respondam b) O discurso direto ou indireto das pessoas
no caderno: entrevistadas é relevante para que o lei-
tor se convença de que há uma tendência
a) É possível dizer, em comparação com de as famílias possuírem mais animais
o quadro, que o texto Cães e gatos su- do que filhos na cidade de São Paulo?
peram o número de filhos é uma notí- Sim, porque os discursos dão credibilidade ao que está sendo
cia de jornal? informado, uma vez que essas pessoas existem, têm nome e
Sim, porque o texto apresenta uma manchete e um subtítulo, residência.
que esclarecem o tema da notícia; há dados gerais informan-
do o leitor sobre um fato: aumenta o número de cães e gatos 6. Em sua opinião, o fato trazido pela notícia
em São Paulo, porque famílias paulistanas optam por criar (o aumento do número de cães e gatos por
bichos a ter mais filhos (o quê, quem, por quê, onde, quan- pessoa na cidade de São Paulo) pode ser
do); há o uso do discurso direto para dar mais credibilidade considerado a realidade da maioria dos ha-
à informação; o texto foi publicado em um jornal (Folha de bitantes da cidade de São Paulo? Justifique
S.Paulo); o texto é escrito em terceira pessoa. sua resposta.
Os estudantes devem considerar algumas pistas linguísticas
b) Existem características que permitem a que revelam que os dados fornecidos não cobrem toda a
você identificar, já na primeira leitura realidade de São Paulo. O cálculo foi feito sobre os animais
do texto, que se trata de uma notícia de registrados, que não são todos os animais existentes na cida-
jornal? Quais? de. Portanto, os resultados são números sobre os quais não há
Esta é a mesma resposta da questão anterior. Aqui se espera certeza, ou seja, são apenas uma estimativa.
que o estudante possa, em uma leitura rápida, identificar al-
gumas pistas evidentes: manchete, subtítulo em linguagem Nossa sugestão é que eles respondam a
jornalística e a referência ao final da notícia. essas perguntas oralmente, em uma roda de

98
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

conversa, com o objetivo de dialogar entre caderno. Após as entrevistas, organizem


si sobre cada resposta e refletir sobre novas as informações obtidas em um quadro, em
questões que, eventualmente, possam apare- resposta às seguintes questões:
cer durante a discussão.
f Gosta de e/ou possui animais de estima-
Oralidade ção?
f Não gosta e não possui animais de es-
Para ampliar o tema discutido na notícia timação?
de jornal Cães e gatos superam o número de fi- f Concorda ou não com os depoimentos
lhos, vocês farão duas entrevistas. Observem apresentados na notícia de jornal?
as orientações a seguir. f Relatou alguma experiência envolvendo
animais de estimação? Qual?
1. Duas pessoas serão selecionadas para fa- As questões propostas servem de orientação para que os
lar sobre sua relação com animais de esti- estudantes possam iniciar a entrevista. No entanto, coletiva-
mação. É importante que as duas tenham mente, vocês podem definir outras questões também rele-
opiniões divergentes sobre o tema: uma vantes, ampliando o foco da pesquisa.
deve gostar de bichos e ratificar as opini-
ões expostas na notícia de jornal; a outra 4. Apresentem à classe os resultados das en-
não deve gostar de animais de estimação trevistas realizadas, comparando-os.
ou deve discordar das opiniões dadas por É importante que os estudantes sejam claros e objetivos na
pessoas entrevistadas para a notícia. Para exposição oral que farão dos resultados das entrevistas reali-
que vocês cumpram esse critério, é impor- zadas, organizando-as pertinentemente com base no quadro
tante que conheçam as preferências dessas anterior.
pessoas sobre o tema e que elas concordem
em ser entrevistadas. 5. Após a apresentação dos resultados, con-
firam: Na sua região, há mais ou menos
2. Apresentem a notícia de jornal para cada pessoas que preferem adotar animais a ter
uma delas (as duas entrevistas podem ocor- filhos?
rer em ocasiões diferentes) e peçam que emi- Resposta vinculada às informações obtidas nas entrevistas
tam sua opinião sobre o que leram. Nesse e ao conhecimento que os estudantes têm do lugar onde
momento, elas devem deixar claro o que moram.
pensam sobre o assunto. Solicitem que con-
tem alguma experiência que já tiveram com
animais de estimação. No caso da pessoa Produção escrita
que não gosta ou não deseja ter um animal,
perguntem-lhe se ocorreu algum evento es- 1a Etapa
pecial que a levou a ter esse ponto de vista.
Oriente seus alunos para que escolham adequadamente os Passo 4 – Utilizando o repertório que
entrevistados e possam, diante da apresentação da notícia, você já possui sobre o gênero “relato”, in-
fazer a eles as perguntas adequadas à proposta dos Itens 1 e 2 dividualmente, escreva um relato de experi-
da atividade. Se achar mais adequado, convide duas pessoas ência vivenciada com animais de estimação.
da comunidade escolar para falar sobre o assunto. Caso você não tenha uma história para con-
tar, relate algum acontecimento vivenciado
3. Vocês podem gravar as respostas dadas por alguém que você conheça e do qual te-
pelos dois entrevistados ou anotá-las no nha participado.

99
Nessa produção textual, você pode inte- autorização dos autores, e comentará os
ragir com o tema da notícia, por exemplo: eventuais problemas, sugerindo algumas
soluções.
f confirmando o sentimento de que é melhor
as famílias terem mais animais de estima- Nesse momento, se houver algum proble-
ção do que filhos; ma de concordância, por exemplo, você pode
f apresentando outra visão da relação entre discutir com eles algumas variedades que,
homens e animais. Por exemplo, você pode embora legítimas em seu contexto comunica-
simplesmente não valorizar essa relação ou cional, devem ser evitadas na língua escrita
ter vivido experiências diferentes e negati- (a não ser que o objetivo da escrita seja jus-
vas com cães e gatos etc. tamente imitar um modo de falar utilizado
por alguns grupos de pessoas ou em algumas
O objetivo é que os alunos possam, me- regiões).
diante a escrita dos relatos, perceber outros
modos de se posicionar diante de um mes-
mo tema ou problema. Dessa forma, o que Em outras palavras, é preciso que os estu-
parece ser um fato (o aumento do número dantes reconheçam que, ao ler uma notícia,
de cães e gatos por pessoa na cidade de São devem ficar atentos às informações nela conti-
Paulo) não pode ser considerado, necessaria- das, separando o que pode ser inferido a partir
mente, consequência das opções feitas pelas dela e o que pode induzir o leitor a uma inter-
famílias paulistanas: ter mais animais do que pretação equivocada.
filhos. O que a notícia traz como informação
fica restrito aos depoimentos dos entrevista-
dos e aos números apresentados pela veteri-
nária do Centro de Controle de Zoonoses, os 3. Ao receber seu texto de volta, revise-o fa-
quais não refletem a realidade de milhares de zendo uso do que aprendeu na revisão co-
famílias e animais, uma vez que elas não cos- letiva e com o bilhete ou as anotações do
tumam registrá-los nesse centro. professor.

2a Etapa 4. Em seguida, em uma roda de leitura, apresen-


te seu relato para que todos os estudantes te-
1. Entregue o texto ao professor, que fará nham acesso ao que cada colega escreveu.
marcações e anotará na margem da pági- É muito importante que, nessa produção escrita, você avalie
na (ou em um bilhete) a ausência de algum os conhecimentos que os estudantes desenvolveram até aqui
elemento do gênero e os trechos ou orações sobre o gênero “relato de experiência vivida”, considerando
que precisam ser reformulados (em razão que ele é escrito por alguém profundamente envolvido com
da pontuação inadequada, dos problemas a experiência relatada. Caso seja necessário, retome com o
ortográficos, da concordância que não res- grupo os quadros organizativos elaborados anteriormente a
peita a norma-padrão da língua, da falta fim de que relembrem outras características do gênero ne-
de ligação ou de coesão entre as partes do cessárias para a produção desse texto.
texto etc.). Para a revisão é fundamental que se considerem os elemen-
tos do gênero e problemas mais comuns entre os alunos
2. O professor combinará com a classe uma dessa faixa etária: pontuação inadequada, problemas orto-
revisão coletiva. Para tanto, selecionará al- gráficos, concordância fora da norma-padrão da língua, falta
guns trechos do que escreveram, com a de coesão entre as partes do texto, trechos incoerentes etc.

100
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Transformando o relato de Passo 5 – Você pode recolher as notícias e


experiência em notícia de jornal fazer uma correção, para acertar os últimos
detalhes dos textos, antes de colocá-los tam-
Dando continuidade à atividade anterior, bém em exposição no mural, ao lado dos re-
você pode propor aos estudantes que, agora, latos de experiência. Procure, no entanto, não
façam um exercício contrário, escrevendo pe- reformular passagens dos textos, mas apenas
quenas notícias com base no relato de experi- corrigir questões ortográficas, de concordân-
ência vivida que elaboraram. cia etc., pedindo aos alunos que passem a lim-
po a última versão.
Passo 1 – Para isso, sorteie um relato para
cada aluno (é importante que escrevam a notí-
cia aproveitando o relato de um colega, e não
É importante que os estudantes reconhe-
o próprio), considerando que o tema tratado
çam nos próprios textos sua voz, e não a do
neles deva permanecer na notícia.
professor, que, modificando passagens, pode
fazer sumir o trabalho de escrita do aluno. A
Passo 2 – Você pode apresentar aos estu-
comparação entre os textos, posteriormente,
dantes, selecionado do livro didático ou outra
os ajudará a perceber o que poderiam ter feito
fonte, um relato de experiência que não tenha
melhor ou de outra forma.
sido escrito por eles, fazendo a identificação do
tema e de dados que possam ser reutilizados na
escrita de uma notícia. Em seguida, com essas
informações, organize um quadro semelhante Estudo da língua
à atividade “Parte 2 – Escrevendo notícias”,
das Situações de Aprendizagem anteriores, a 1. Em dupla, retomem agora o Parágrafo 5
fim de que os estudantes reconheçam nele ele- do texto Cães e gatos superam o número de
mentos caracterizadores da notícia. filhos, observando as palavras em negrito.

Passo 3 – Os estudantes, com base no re-


lato que receberam, devem fazer um quadro Ela afirma, no entanto, que a estimativa é
semelhante, aproveitando as informações en- de que haja um cão para cada sete habitan-
contradas para a escrita da notícia. Em segui- tes, e um gato para cada 46 habitantes em São
da, solicite que escrevam uma primeira versão Paulo. Se essa estimativa estiver correta, trata-
de seu texto, individualmente. Oriente-os a fa- -se de uma população de 1,5 milhão de cães e
zer também a primeira revisão sozinhos. de 297 mil gatos em 2004.

Passo 4 – Nesta etapa, em duplas, os alu-


nos devem trocar seus textos para que um
colega possa lê-lo e acrescentar observações Analisem o trecho, observando qual a
a respeito do que considera necessário mu- função do pronome essa. Respondam no
dar ou reformular. As duplas devem discutir caderno: Em sua opinião, por que o autor
essas anotações, levando em conta o que repete a palavra estimativa, precedida do
aprenderam até aqui sobre a escrita de tex- pronome?
tos em geral. Caso concordem com o que o Para indicar que a estimativa de que se fala no segundo mo-
colega disse, os alunos devem reelaborar os mento é a mesma da primeira sentença. O “essa”, nesse contex-
trechos com problemas, acrescentando ou re- to, indica que não se trata de qualquer estimativa, mas da que
tirando passagens. existe um cão para sete habitantes na cidade de São Paulo. A

101
coesão é feita por substituição de palavras (parte 1) ou de uma Reitera uma ideia anterior (de que há um cão para cada
oração inteira (exemplo 2), colocando em seu lugar, no novo sete habitantes) e amplia a compreensão do texto. O au-
enunciado, um pronome pessoal e um pronome demonstrati- tor consegue, com isso, estabelecer uma ligação entre os
vo, respectivamente. Esse tipo de coesão é chamada de anafóri- enunciados com a finalidade de introduzir uma progressão
ca: um novo termo substitui outro que apareceu anteriormente. de ideias; considerando que a estimativa inicial esteja certa,
agrega a ela uma nova ideia: a quantidade de cães e ga-
2. Observem agora dois outros trechos. tos na cidade de São Paulo, em 2004. É importante que os
estudantes percebam aqui que o elemento coesivo pode
não só retomar um termo anterior como também intro-
1. “Eles sempre estão do seu lado. Se você duzir novas ideias (caso da estimativa, que só aparece no
fica triste, eles percebem e ficam perto; se Parágrafo 5).
você chega tarde, eles o recebem abanan-
do o rabo”, afirma Roseli. Ela conta que c) Nos textos que vocês costumam escre-
não teve mais filhos por conta das altas ver, é comum utilizarem essas palavras
despesas e da dificuldade que há em edu- para substituir outros termos? Voltem
car uma criança. aos textos elaborados na seção “Produ-
ção escrita” e verifiquem se utilizaram
2. Em alguns bairros, a impressão é de que o essas palavras ou outras semelhantes
número de cachorros e gatos já ultrapassa o (como ele, esse). Caso as encontrem, co-
de crianças. Esse, no entanto, é um cálculo piem os trechos em que elas aparecem.
difícil de fazer porque nem todos os ani- Espera-se que os estudantes encontrem vários exemplos
mais domésticos possuem o Registro Ge- com esses pronomes, uma vez que eles são bastante comuns
ral do Animal (RGA), feito pelo Centro de na língua portuguesa em textos produzidos por alunos dessa
Controle de Zoonoses da Prefeitura. série/ano. Você pode conduzir essa atividade coletivamente,
indicando-lhes, caso encontrem alguma dificuldade, alguns
exemplos.
Respondam no caderno:
d) Nos trechos selecionados por vocês, que
a) Qual é a relação entre as palavras Roseli palavras foram substituídas por prono-
e ela? mes? Que tipos de pronome foram usa-
O pronome ela substitui o nome Roseli, indicando que as dos? Por quê?
duas palavras fazem referência à mesma pessoa. No caso dos pronomes demonstrativos, é importante que os
estudantes percebam que eles têm a função de substituir ou
b) O pronome esse, no segundo trecho, acompanhar o substantivo. No caso dos pronomes pessoais,
tem qual finalidade? a função é de substituição de um termo anterior.

1. Pesquise, no dicionário e no livro didático, duas definições para a palavra coesão.


Anote-as no caderno.
Espera-se que os alunos, de alguma forma, dialoguem com a definição de Leonor Lopes Fávero: a coesão textual, manifestada
no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos
estão ligadas entre si dentro de uma sequência. Isso significa que a coesão tem a função de estabelecer relações de sentido entre
enunciados, tornando-os interdependentes. E, consequentemente, possibilitando que um amontoado de palavras ganhe status
de texto.

102
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

2. Partindo da definição pesquisada no item anterior e das explicações dadas pelo professor
sobre os pronomes ela e essa, você aprendeu que essas palavras podem exercer a função de
elemento coesivo? Por quê?
Porque estabelecem ligação entre os elementos linguísticos dentro de dada sequência textual.

3. Retire do livro didático alguns exemplos de elementos coesivos.


Aqui é interessante tratar com os estudantes de alguns tipos de coesão mais comuns, como a coesão por substituição, a referencial
ou sequencial. No entanto, sugerimos que as nomenclaturas não sejam apresentadas, uma vez que o objetivo dessa atividade é
que os estudantes entendam o fenômeno coesivo.

O professor selecionará, no livro didático, algumas atividades sobre coesão (e elementos


coesivos). Você deve realizá-las no caderno, anotando suas dúvidas.
A atividade para casa tem o objetivo de permitir a sistematização de conteúdos estudados nas aulas.

1. Selecionem duas notícias, publicadas em jornais diferentes, que informem so-


bre um mesmo tema. Esses jornais podem ser impressos ou virtuais (pesquisados
na internet).

2. A partir da leitura dos textos, elaborem um quadro com as principais características desse
gênero e informações sobre o tema tratado nos textos.

3. Reflitam: As informações sobre o fato apresentado nas duas notícias são as mesmas? Há
diferenças entre as notícias? Quais? Há semelhanças entre as notícias? Quais?
O objetivo desta atividade é que os estudantes desenvolvam algumas habilidades de pesquisa, tais como: onde encontrar as
notícias solicitadas pelo professor; como selecioná-las; como reconhecer, no suporte jornal (virtual ou impresso), o gênero etc.
O encaminhamento das questões deve ser realizado de modo a levar os estudantes a tornarem-se pesquisadores autônomos e
leitores proficientes do gênero “notícia”.

103
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 10
NOTÍCIAS DE JORNAL E RECURSOS LINGUÍSTICOS

Esta Situação de Aprendizagem tem como recursos linguísticos que contribuam para o
objetivo central realizar, por meio da análi- entendimento global do texto e promovam
se de notícias de jornal, o estudo de alguns sua progressão discursiva.

Conteúdos e temas: elementos coesivos na notícia de jornal; características da notícia impressa.

Competências e habilidades: reconhecer os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores do


gênero “notícia”; reconhecer os vários tipos de coesão que permitem a progressão discursiva do texto.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em duplas
e em grupos; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo
centrado no refletir e no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse; audio-
visual; computador; internet; cartolina ou papel kraft.

Sugestão de avaliação: elaboração de quadros explicativos e apresentação oral.

Roteiro para aplicação da dida pelo pronome “essa”, o que reitera uma
Situação de Aprendizagem 10 ideia anterior e amplia a compreensão do texto.
O autor consegue, com isso, estabelecer uma
Para o estudo da coesão, sugerimos que ligação entre os enunciados com a finalidade
você retome o Parágrafo 5, do texto Cães e de introduzir uma progressão de ideias: primei-
gatos superam o número de filhos (Situação de ro esclarecendo de que estimativa está falando
Aprendizagem 9), observando com os estu- (que haja um cão para cada sete habitantes); de-
dantes as palavras em negrito. pois, considerando que a estimativa esteja certa,
agrega a ela uma nova questão: a quantidade de
cães e gatos na cidade de São Paulo, em 2004.
“Ela afirma, no entanto, que a estimativa é
de que haja um cão para cada sete habitantes, e Compreender a coesão como um dos fe-
um gato para cada 46 habitantes em São Paulo. nômenos importantes para a textualização
Se essa estimativa estiver correta, trata-se de permite ao estudante reconhecer os efeitos
uma população de 1,5 milhão de cães e de 297 de sentido produzidos no texto mediante o
mil gatos em 2004.” uso de diferentes recursos coesivos. Por isso,
sugerimos que você dê continuidade ao es-
tudo, selecionando novos trechos da mesma
Analise o texto com eles, levando-os a perce- notícia trabalhada até aqui. Solicite que eles
ber que a coesão entre as partes é estabelecida analisem como os elementos coesivos garan-
pela retomada da palavra “estimativa” prece- tem sentido na ligação entre os enunciados.

104
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Analise com os estudantes os trechos a seguir anafórica: um novo termo substitui outro que
e outros que julgar exemplificadores do tema apareceu anteriormente.
a ser tratado.
A função desta atividade de reconhecimen-
Alguns trechos. to de alguns tipos de coesão é elucidar para os
estudantes recursos linguísticos que já são ou
podem ser usados por eles em suas produções
1. “Eles sempre estão do seu lado. Se você escritas e orais. Por isso, consideramos impor-
fica triste, eles percebem e ficam perto; tante ressaltar que o objetivo não é apresen-
se você chega tarde, eles o recebem aba- tar-lhes nomenclaturas para cada um dos
nando o rabo”, afirma Roseli. Ela conta fenômenos de coesão, sem contextualizá-los.
que não teve mais filhos por conta das O que o estudante precisa é desenvolver a ha-
altas despesas e da dificuldade que há bilidade de reconhecer os vários tipos de coesão
em educar uma criança. que permitem a progressão discursiva do texto.
2. Em alguns bairros, a impressão é de que
O livro didático pode ser um instrumento
o número de cachorros e gatos já ultra-
interessante para fazer exercícios de fixação
passa o de crianças. Esse, no entanto, é
dos elementos coesivos. Mas deve ser usado
um cálculo difícil de fazer porque nem após os estudantes terem compreendido o
todos os animais domésticos possuem o conceito da coesão, bem como terem obser-
Registro Geral do Animal (RGA), feito vado e analisado alguns exemplos diferentes.
pelo Centro de Controle de Zoonoses da
Prefeitura. Seguem mais algumas atividades sobre o
tema.

Nos dois casos, a coesão é feita por subs- Mais alguns recursos coesivos
tituição de palavras (exemplo 1) ou de uma
oração inteira (exemplo 2), colocando em seu Veja agora mais uma notícia de jornal que
lugar, no novo enunciado, um pronome pes- permite a análise de outros recursos coesivos.
soal e um pronome demonstrativo, respecti-
vamente. Esse tipo de coesão é chamada de Acompanhe a leitura feita pelo professor.

Riachos de Cajamar recebem despejo de lavanderias de jeans


Água de tratamento de jeans deixa córregos com cheiro forte e azul; cidade tem 17 em-
presas, sendo 11 irregulares

(1) O azul intenso dos córregos de Cajamar (a 42 km de SP) chama a atenção de quem está de pas-
sagem pela cidade. Quem mora no município, porém, já se acostumou à cor da água – de tom vibrante
e cheiro forte –, resultado da água que sobra da lavagem de peças jeans com soda cáustica e permanga-
nato de potássio (que dão o tom desgastado ao tecido). O líquido, que deveria ser tratado, é despejado
nos riachos pelas dezenas de lavanderias de Cajamar e cidades vizinhas.
(2) Quem vive em torno dos dejetos das chamadas “beneficiadoras” do jeans são moradores de
bairros periféricos. As crianças do bairro Polvilho, em Cajamar, já nascem sabendo que, ali, como em
desenho animado, o córrego é colorido. “Muitas vezes, as crianças pulam aí para pegar a bola”, conta
o comerciante Josias Oliveira, 35, que já fez algumas reclamações à prefeitura sobre o despejo das
substâncias tóxicas.

105
(3) Mas ele parece ser exceção entre os moradores, já que a água, com odor de cloro, não apresenta
cheiro de esgoto.

(4) A empresa responsável pela água azul do córrego na rua Campos de Jordão é a Confecções Shau-
ma. A lavanderia, próxima de uma nascente, usa a água no processo produtivo e em um pequeno lago de
águas limpas, com patos e peixes.

(5) Apesar de os funcionários da empresa afirmarem que há uma estação de tratamento de água, o
líquido azul apresenta cheiro forte e causa ardência nos olhos de vizinhos.

(6) A prefeitura diz que a confecção é uma das poucas empresas do ramo regularizadas na cidade –
há outras 17 lavanderias em Cajamar, sendo 11 informais, segundo a administração municipal.

(7) Segundo Paulo Sérgio Salvi, coordenador técnico da disciplina beneficiamento de jeans do Se-
nai, sem o tratamento da água, exigido pela lei, o serviço prestado pelas empresas custaria a metade
do preço. Ele diz ainda que a legislação menos rigorosa em poluição ambiental dessas cidades acaba
atraindo lavanderias clandestinas.

RODRIGUES, Artur. Jornal Agora. Riachos de


Cajamar recebem despejo de lavanderias de jeans. Folha de S.Paulo, 2 dez. 2007. Cotidiano, p. C8.

Passo 1 – Faça as seguintes atividades no Porque ele já fez várias denúncias das práticas ilegais dessas
caderno. lavanderias, enquanto a maioria não reclama porque a água
não tem cheiro de esgoto.
1. Em sua opinião, qual é a pertinência do
tema da notícia para a preservação do 5. Explique o que você entende por: “[...] há
meio ambiente? outras 17 lavanderias em Cajamar, sendo
A notícia faz uma denúncia do fato, alertando para conse- 11 informais, segundo a administração
quências sérias e inevitáveis causadas pela água contaminada municipal”.
por substâncias tóxicas provenientes de lavanderias de jeans. Espera-se que os estudantes compreendam que existem 18
lavanderias, sendo 11 informais, ou seja, que não estão regis-
2. Qual é o impacto que a água contamina- tradas nos órgãos competentes.
da e despejada em um córrego de Cajamar
pode ter sobre a saúde das pessoas e sobre 6. Funcionários da maior lavanderia da cidade
o meio ambiente? declaram que há tratamento da água usada
Essa contaminação pode prejudicar a saúde das pessoas e na empresa. Essa afirmação não parece ver-
poluir o meio ambiente. dadeira. Por quê? Que empresa é essa?
A empresa Shauma, apesar de dizer que trata a água usada
3. Qual a importância dessa notícia para os na lavagem dos jeans, despeja nos córregos vizinhos um lí-
moradores de Cajamar e cidades vizinhas? quido azul de cheiro forte que causa ardência nos olhos das
Resposta pessoal. Ressaltamos, no entanto, que a notícia é pessoas.
importante porque alerta os moradores sobre os perigos da
contaminação dos córregos de Cajamar. 7. A palavra “lavanderia”, na pergunta ante-
rior, está no lugar do nome da confecção
4. Por que o comerciante Josias de Oliveira Shauma. Por que o autor da notícia substi-
parece uma exceção entre os moradores de tuiu uma palavra por outra?
Cajamar? Para manter a coesão do texto sem repetir o nome da empresa.

106
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

8. Por que as lavanderias de Cajamar não 3. Para a organização da roda de leitura:


fazem o tratamento de água exigido pela
lei? a) leiam o texto em voz alta (os participan-
Porque, com o tratamento da água, o serviço custaria o do- tes de cada grupo devem revezar os mo-
bro do preço. mentos de leitura);

9. Em grupo, faça um levantamento de outras b) conversem sobre suas impressões ini-


palavras (assim como “lavanderia”) que fo- ciais (Gostaram ou não do texto? Do
ram usadas como elementos coesivos. que o texto fala? Qual é a história con-
“Líquido” substitui “água”; “dejetos” substitui “substâncias tó- tada? Vocês já conheciam esse texto?
xicas”; “beneficiadoras do jeans” substitui “lavanderias” etc. Vocês o indicariam para que os colegas
Aproveite para retomar a discussão sobre a função de ele- dos outros grupos o lessem?);
mento coesivo que certas palavras assumem no texto.
c) preparem um painel, em cartolina, com
as informações centrais do texto: no-
Oralidade me do conto (ou fábula, ou crônica); nome
do autor; nome do livro no qual o texto se
Rodas de leitura encontra (se foi retirado de um livro) ou
do site; tema; personagens e enredo;
Seria interessante dar continuidade ao
estudo dos elementos coesivos, lendo e ana- d) contem oralmente, para os demais grupos,
lisando com os estudantes novos textos, de a história dos textos lidos. O painel, nesse
outras tipologias. Nossa sugestão é que você caso, servirá como um recurso para que
promova uma roda de leitura de textos narra- não se esqueçam das informações centrais
tivos (contos, fábulas), solicitando que os alu- do texto. Para incrementar a roda, façam
nos recuperem desses textos alguns recursos a leitura de trechos, estimulando seus co-
coesivos estudados. Você pode organizar essa legas a ler os textos na íntegra.
roda coletivamente, pedindo que localizem O objetivo mais importante desta atividade é a leitura literária para
oralmente esses recursos, ou, se julgar mais fruição. Em outro momento, você pode retomar alguns textos li-
produtivo, dividindo-os em equipes de tra- dos e iniciar um estudo sobre elementos coesivos no texto literário.
balho. Neste caso, cada equipe ficará respon-
sável pela leitura de um texto e terá algumas
tarefas extras. Estudo da língua
Em grupo, preparem uma roda de leitura Passo 2 – Os estudos linguísticos dessa Si-
de narrativas ficcionais. Para tanto, sigam as tuação de Aprendizagem também estão foca-
orientações, observando os momentos em que dos nos estudos sobre a coesão textual.
trabalharão individualmente, em grupo ou
com toda a classe. 1. Retomem a notícia de jornal Riachos de
Cajamar recebem despejo de lavanderia de
1. A classe deve ser dividida em pequenos jeans e, em grupo, assinalem as palavras
grupos de trabalho. que, a princípio, vocês reconhecem como
elementos de ligação ou coesão entre perí-
2. Cada grupo ficará responsável pela seleção odos ou parágrafos.
de três textos diferentes: uma crônica nar- Sugerimos que esta primeira atividade de retomada seja feita
rativa, um conto e uma fábula. coletivamente.

107
2. Em seguida, elaborem um quadro com os termos assinalados e com uma explicação da razão
pela qual vocês os consideram elementos coesivos. Sigam este modelo.

Elementos coesivos (ou de ligação) Por que são considerados


encontrados na notícia elementos de coesão

Neste caso, a palavra líquido substitui não


1o parágrafo: somente o termo água, mas uma água es-
“[...] da água que sobra da lavagem de pe- pecífica que está contaminada com a soda
ças jeans com soda cáustica e permangana- cáustica e o permanganato de potássio.
to de potássio (que dão o tom desgastado Quando o autor usa líquido para substituir
ao tecido). O líquido, que deveria ser trata- água, há a ampliação da ideia a partir da
do, é despejado nos riachos [...]” identificação de algumas características da
palavra água, que é um líquido.

Essa expressão faz referência direta a ou-


tra, encontrada no parágrafo anterior: la-
2o parágrafo:
vanderias de Cajamar e cidades vizinhas.
“Quem vive em torno dos dejetos das cha-
Quando uma palavra faz referência a ou-
madas ‘beneficiadoras’ do jeans são mora-
tra, estabelece ligação entre partes de um
dores de bairros periféricos.”
mesmo período ou parágrafo e entre perío-
dos ou parágrafos diferentes.

Passo 3 – 3. Serão sorteados grupos para apresentar o quadro elaborado. Em seguida, todos os
grupos devem comparar o que fizeram: Vocês assinalaram os mesmos termos? Deram as mes-
mas justificativas?
Este quadro serve de base para orientar a comparação que abarca as Questões 2 e 3.

Elementos coesivos (ou de ligação) Por que são considerados


encontrados na notícia elementos de coesão

Neste caso, a palavra líquido substitui não somente o termo


1o parágrafo: água, mas uma água específica que está contaminada com a
“[...] da água que sobra da lavagem de peças jeans com soda cáustica e o permanganato de potássio. Os estudantes
soda cáustica e permanganato de potássio (que dão o tom devem reconhecer nessa substituição que, entre um enun-
desgastado ao tecido). O líquido, que deveria ser tratado, é ciado e outro, há a ampliação da ideia a partir da identifi-
despejado nos riachos [...]” cação de algumas características da palavra água, que é um
líquido.

108
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Essa expressão faz referência direta a outra, encontrada no


parágrafo anterior: lavanderias de Cajamar e cidades
vizinhas. Neste exemplo, é importante que os estudantes
2o parágrafo: compreendam que os elementos de coesão estabelecem
“Quem vive em torno dos dejetos das chamadas ‘beneficia- ligação entre enunciados de um mesmo período ou pa-
doras’ do jeans são moradores de bairros periféricos.” rágrafo e entre parágrafos diferentes. Professor, você pode
aproveitar para analisar com eles em quais outros momentos
e que outros termos são utilizados pelo autor para substituir
a palavra lavanderias.

Neste exemplo, o autor utiliza um pronome pessoal do caso


reto para retomar o nome de um comerciante que dá seu
depoimento ao jornalista, denunciando a prática ilegal das
3o parágrafo:
lavanderias e o fato de a prefeitura saber dessa prática e nada
“Mas ele parece ser exceção entre os moradores [...].”
fazer. Trata-se do “[...] comerciante Josias Oliveira, 35,
que já fez algumas reclamações à prefeitura sobre o
despejo das substâncias tóxicas”.

4o parágrafo: A palavra lavanderia faz referência direta a outra, encontrada


“A empresa responsável pela água azul do córrego na rua no parágrafo anterior: a empresa responsável. Ela esclarece o
Campos de Jordão é a Confecções Shauma. A lavanderia, tipo de empresa sobre a qual a notícia fala, ratificando a ideia
próxima de uma nascente, usa a água no processo produtivo de que se trata de denunciar os desmandos das lavanderias
e em um pequeno lago de águas limpas, com patos e peixes.” da região.

4. Cada grupo deve retomar, agora, os textos


Para você, professor! narrativos que discutiu na roda de leitura e
identificar neles alguns dos recursos coesivos
Evidentemente, não se espera que os alu-
nos apontem todos os elementos de coesão
estudados na atividade anterior. É importante
da notícia lida, uma vez que ainda neces- que vocês reconheçam as ligações estabeleci-
sitam de mais repertório para compreen- das por essas palavras ou expressões que ligam
der esse mecanismo de articulação entre partes do texto, ou seja, os elementos coesivos.
as ideias do texto. Nesta etapa, eles devem
aprender alguns recursos coesivos utilizados 5. Elaborem um quadro semelhante ao mo-
para a retomada de palavras e expressões delo da Atividade 2, organizando os ele-
apresentadas em enunciados anteriores. mentos coesivos que vocês selecionaram.
Caso não saibam explicar algumas dessas

109
ligações, esperem para discutir com a clas- ção escrita” da Situação de Aprendizagem
se, para que seus colegas e o professor pos- 9, vocês farão um exercício contrário, ou
sam ajudá-los a resolver a questão. seja, escreverão pequenas notícias a partir
dos relatos de experiência vivida que ela-
6. Coletivamente, discutam os exemplos de boraram.
elementos coesivos que encontraram, ob-
servando como eles contribuem para a ar- 1. Divididos em grupos, será indicado um
ticulação entre as ideias dos textos. relato para cada um. É importante que
Os Itens 4, 5 e 6 devem ser acompanhados por você, uma escrevam uma notícia a partir do rela-
vez que necessitam de sua supervisão e orientação para se- to de um colega que não pertença à sua
rem desenvolvidos. Sugerimos que acompanhe cada um dos equipe.
grupos na preparação dos textos narrativos, ajudando-os a Para evitar confusão, você pode organizar os grupos e ga-
encontrar alguns elementos coesivos semelhantes aos es- rantir que cada um deles escreva uma notícia com base no
tudados aqui. Certamente, eles não saberão explicar muitos relato de algum colega que não pertença ao grupo.
desses recursos, mas devem ser estimulados a formular al-
gumas hipóteses que podem ser verificadas coletivamente. 2. Identifiquem, no relato, o tema e os dados
(O que aconteceu? Com quem? Quando?
Finalizando a Situação de Aprendizagem, Onde? Como? Por quê?) que possam ser
propomos uma produção escrita que retoma os reutilizados na escrita de uma notícia. Em
gêneros “relato de experiência vivida” e “notícia”. seguida, organizem essas informações em
um quadro, no caderno.
Produção escrita O quadro a seguir deve servir de orientação para que os es-
tudantes possam organizar a produção escrita, com todas as
Dando continuidade à atividade de pro- informações importantes para a elaboração de notícias de
dução de texto realizada na seção “Produ- jornal.

Tema

Aconteceu o quê?

Com quem?

Quando?

Onde?

110
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Como?

Por quê?

3. Escrevam a notícia, considerando as infor- aula, como colegas de outras classes, outros professores,
mações do quadro e as características do pais, funcionários da escola etc.
gênero em questão, especialmente o uso da
linguagem objetiva em terceira pessoa. O professor selecionará um texto para
É importante que, nesta produção, os estudantes não façam que você identifique os elementos coe-
uso da primeira pessoa (singular e plural) e não emitam opi- sivos. Faça o exercício no caderno.
nião, uma vez que se trata do gênero “notícia”. Eles devem
utilizar os discursos direto e indireto como recurso para a Individualmente, faça uma autoa-
apresentação das informações que devem ser divulgadas. valiação do que você aprendeu até
aqui, levando em consideração as
4. Leiam, em voz alta, o texto escrito, discu- seguintes questões.
tindo o que julgam necessário mudar ou
reformular. Considerem, para isso, o que 1. A aprendizagem dos elementos coesivos,
já aprenderam até aqui sobre a escrita de a partir da análise de textos, permitiu que
textos em geral. você ampliasse seus conhecimentos sobre
ler e escrever? De que maneira?
5. Coloquem as notícias em exposição no
mural, ao lado dos relatos de experiência 2. Sozinho, você é capaz de identificar esses
em que cada notícia se baseou. recursos nos textos que leu?
Os Itens 4 e 5 devem ser acompanhados por você, que, após
a leitura dos estudantes e as eventuais dúvidas esboçadas 3. Nos textos que escreveu, você conseguiu
por eles, deve fazer intervenções para que o texto adqui- utilizar alguns desses elementos coerente-
ra o formato e a linguagem adequados ao propósito dessa mente, para organizar as ideias do texto?
produção escrita. O momento de revisão textual faz parte
do processo e deve ser compreendido pelos alunos como 4. O que ainda é preciso fazer a fim de que
mais um recurso para o desenvolvimento das habilidades você amplie sua compreensão sobre o tema
relacionadas à produção de textos escritos. No item 5, é pre- coesão e elementos coesivos?
ciso que eles considerem que as produções escritas, quan- Respostas pessoais. Ressaltamos, no entanto, que o objetivo
do inseridas em seus contextos reais (lugar que ocupam em dessas questões é desenvolver nos estudantes um senso crí-
uma sociedade letrada), têm sempre um destino ou estão tico sobre o modo como aprendem os conteúdos escolares
a serviço de uma função social e comunicativa. Por isso, é e participam das atividades propostas. É importante que eles
importante que os estudantes escrevam também para os compreendam que são responsáveis por sua aprendizagem,
eventuais leitores que estejam fora do âmbito da sala de adotando uma postura ativa e consciente.

111
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 11
A FUNÇÃO DAS MANCHETES NO JORNAL IMPRESSO

O objetivo desta Situação de Aprendizagem identificando nelas o modo como as orações são
é realizar um estudo das manchetes dos jornais, organizadas para chamar a atenção do leitor.

Conteúdos e temas: orações nas manchetes da primeira página ou nos títulos e subtítulos das notícias de
jornal; função conotativa dos títulos de notícias de jornal; tempos verbais utilizados em títulos e lides;
estudo dos elementos estruturadores das notícias televisivas.

Competências e habilidades: compreender os recursos semânticos usados pelos jornais para apresentar
um fato e influenciar o leitor; reconhecer verbos nas manchetes e subtítulos e verificar que o uso de
verbos contribui para a identificação do público-alvo do jornal; identificar elementos estruturantes das
notícias televisivas, comparando-os aos da notícia impressa.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em duplas
e em grupos; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo
centrado no refletir e no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse; audio-
visual; computador; internet; cartolina ou papel kraft.

Sugestão de avaliação: elaboração de quadro de conteúdo e explicação; apresentação oral; escrita de


lides com base em títulos; produção escrita de notícias com base em notícias televisivas.

Roteiro para aplicação da


Situação de Aprendizagem 11 po escolha um jornal diferente. Em seguida,
façam a leitura dos títulos e subtítulos que
Os títulos nas notícias de jornal aparecem nas primeiras páginas (PP) desses
jornais.
Passo 1 – Ainda relacionado ao estudo das
notícias, propomos uma análise das manche- 1. Organizem um quadro com as manchetes da
tes dos jornais, identificando nelas o modo página principal, títulos, subtítulos e lides (se
como as orações são organizadas a fim de cha- houver) que encontraram. É importante que
mar a atenção do leitor. reconheçam, nesta etapa, como os títulos e
subtítulos se estruturam em frases e orações,
Para a realização desta atividade, possibilitando ao leitor identificar o tema
vocês serão divididos em grupos e que será abordado no texto, bem como o en-
deverão levar para a sala de aula caminhamento de possíveis leituras.
jornais impressos, com todos os cadernos e
todas as seções. É importante que cada gru- Para preparar o quadro, sigam o modelo.

112
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Exemplo montado com base na leitura do jornal Folha de S.Pauloa


Caderno Título Subtítulo Lide
Mortos na China já
Primeira página são 12 mil; milhares (não há) (não há)
ainda estão soterrados

Total de negros deve


Primeira página superar o de brancos (não há) (não há)
no país neste ano

Dividida, Venezuela
Primeira página decide hoje sobre (não há) (não há)
reforma de Chávez

2. Comparem e analisem, em grupo, se o


quadro elaborado por vocês é semelhante 3. Respondam no caderno:
ao modelo dado. Vocês devem identificar
os verbos nas manchetes da primeira pá- a) Por que os verbos das manchetes do
gina, observando se os títulos também quadro-modelo foram conjugados no
são compostos por orações e/ou frases Presente do Modo Indicativo?
nominais. Em nosso quadro-modelo, é possível verificar que os títulos são
compostos de orações, uma vez que todos possuem verbos. O
Professor, é importante que eles reco- uso do tempo Presente confere à notícia caráter de atualidade,
nheçam como as manchetes se estruturam novidade, necessário para chamar a atenção do leitor.
com frases e orações, possibilitando ao lei-
tor identificar o tema que será abordado no b) As manchetes que vocês selecionaram
texto, bem como encaminham possíveis lei- apresentam verbos conjugados em que
turas. O mesmo ocorrerá com títulos e subtí- tempo e modo?
tulos das notícias publicadas no interior dos A definir. Espera-se, no entanto, que eles confirmem a ideia
cadernos. de que a maioria das manchetes é escrita com verbos no Pre-
sente do Indicativo.
Passo 2 – É preciso, também, chamar a
atenção dos estudantes para o fato de que to- c) Na opinião de vocês, por que os títu-
dos esses verbos foram conjugados no Presen- los da primeira página são chamativos,
te do Modo Indicativo, característica comum mas esclarecem pouco sobre a notícia
na elaboração de manchetes jornalísticas. que vão divulgar?
Além disso, todos os títulos, por serem da pri- Porque sua função é chamar a atenção do leitor para que
meira página, são chamativos e pouco esclare- tenha curiosidade de ler a notícia na íntegra.
cedores, visto que sua função é levar o leitor a
ler as notícias. 4. Organizem outro quadro com os novos tí-
1 e 2. Sugerimos que você trabalhe com os estudantes o tulos e subtítulos das notícias referidas na
quadro-modelo, observando os títulos (primeira página), primeira página do jornal e apresentadas
para que possam utilizar as informações contidas nele, com- na íntegra em um dos cadernos do jornal.
parando-as com as seções apresentadas nos jornais. Se for Para prepararem o quadro, continuem
necessário, retome com eles o conceito de lide, estudado seguindo o modelo, montado conforme
neste volume. dados do jornal Folha de S.Paulo.
a
Folha de S.Paulo, 2 dez. 2007 (Primeira página); Folha de S.Paulo, 14 maio 2008 (Primeira página).
113
Passo 3 – Nesta fase, o objetivo é que eles a necessidade de chamar a atenção do leitor
conheçam as diferenças entre a primeira pági- (papel das manchetes de PP) e, portanto, os
na (PP) e as demais, observando que, nas pá- títulos podem ser mais informativos e claros.
ginas em que a matéria é escrita, não há mais
Exemplo de novo quadrob

Caderno no qual a notícia


Título Subtítulo
foi publicada
Sobreviventes de terremoto têm
Com 12 mil mortos, China que deixar casas e sofrem com frio
A15
falha no auxílio e chuva; população de Sichuan
critica equipe de resgate

Estudo do Ipea feito a partir de


País terá mais negros que bran- dados da Pnad estima que esse
C1
cos neste ano será o quadro da população bra-
sileira até o final deste ano

Reforma constitucional que ins-


Votação abre era de incerteza titui reeleição sem limites dividiu
A29
para Chávez base do presidente, que pela 1a vez
corre risco nas urnas

O quadro-modelo deve ser apresentado aos estudantes a fim de que possam utilizar os dados nele contidos como referência para a
elaboração da tarefa.

Passo 4 – Os grupos devem discutir as di- 5. Analisem o quadro-modelo e respondam


ferenças entre os títulos da PP e os títulos no caderno:
das outras páginas, referentes à mesma ma-
téria, levantando hipóteses para esse fato. a) Que diferenças vocês encontraram entre
Você pode expor aos alunos o quadro an- as manchetes da primeira página do jornal
terior, analisando com eles essas diferenças: e os títulos das notícias nas demais seções?
os títulos de PP são mais incisivos e vagos, O objetivo é que eles reconheçam as diferenças entre as
enquanto os demais são mais explicativos e manchetes da primeira página (PP) e as manchetes nas de-
indicam claramente o que o leitor pode en- mais seções, por estarem mais próximas da notícia, obser-
contrar ao ler a notícia. Em seguida, você vando que, nas páginas em que a matéria é escrita, são mais
pode pedir a eles que façam o mesmo tipo informativas e claras.
de análise nas manchetes e subtítulos sele-
cionados pelos grupos, apresentando-a, em b) Vocês consideram que os títulos e sub-
cartolina, à classe toda. títulos das páginas em que as notícias
foram apresentadas são mais informati-
Passo 5 – O resultado dessas discussões será vos e claros? Por quê?
registrado e aprofundado nas atividades se- Sim. Os títulos de PP são mais abrangentes e vagos, enquanto
guintes. os demais são mais incisivos e indicam claramente o que o

b
Folha de S.Paulo, 2 dez. 2007. p. A29; Folha de S.Paulo, 14 maio 2008. p. A15 e C1.

114
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

leitor pode encontrar ao ler a notícia. No caso do título e ra que uma tragédia ocorreu em conse-
subtítulo encontrados na página em que essa matéria é apre- quência do terremoto na China?
sentada com detalhes, pode-se inferir que o governo chinês 12 mil mortos.
tem responsabilidade pela quantidade de mortos, porque
“falha no auxílio”. O verbo no Presente do Indicativo também f) É possível afirmar que o uso dos verbos
contribui para que o leitor subentenda que essa falha ainda no Presente do Indicativo (são e estão)
existe e, certamente, resultará na morte de outras milhares contribui para reforçar a atualidade e a
de pessoas que continuam soterradas. Não é certo que, caso continuidade dessa tragédia? Por quê?
essas pessoas soterradas tivessem sido socorridas rapidamen- Sim, porque esse uso dá a impressão ao leitor de que a tragé-
te, sobreviveriam à tragédia, mas a manchete induz o leitor a dia ainda não terminou.
acreditar que poderia haver um número menor de mortos se
o governo chinês não falhasse no auxílio. Com o subtítulo, g) O leitor consegue compreender, apenas
o leitor tem, finalmente, uma dimensão maior do fato no- com a leitura da manchete, o que deter-
ticiado, uma vez que encontra suas causas (um terremoto) minou a morte e o soterramento de tan-
e consequências (pessoas abandonando as casas, sofrendo tas pessoas?
com o frio e a chuva), ratificando a carga de responsabilidade Não. É preciso que ele também leia o subtítulo, que esclare-
do governo chinês para o caos pós-terremoto. ce a causa da tragédia, o terremoto, possivelmente agravada
pelo modo como a equipe de resgate agiu.
c) Há diferenças na escolha das palavras
que compõem as manchetes da primeira Com base nas atividades de leitura
página e os títulos das demais páginas? de manchetes, títulos e subtítulos,
É preciso discutir com os alunos a diferença na escolha das iniciadas na seção “Leitura e análi-
palavras que compõem as manchetes da PP e os títulos das de- se de texto”, marque as alternativas com F
mais páginas. Ao analisarmos o primeiro exemplo, sobre o ter- (falso) ou V (verdadeiro):
remoto na China, observamos que a manchete da PP contém
duas informações importantes: 12 mil pessoas morreram nes- ( V ) o governo chinês tem responsabilida-
se país e outras milhares (número indefinido) estão soterradas. de pela quantidade de mortos porque houve
Pelo título, o leitor pode inferir que uma tragédia ocorreu, “falha no auxílio”.
evidenciada pela escolha das palavras “mortos” e “soterra-
dos” e também pelos verbos no Presente do Indicativo (são ( V ) o verbo ter, conjugado no Presente do
e estão), os quais contribuem para reforçar a atualidade e a Indicativo, também contribui para que o lei-
continuidade dessa tragédia (o número definido das pessoas tor subentenda que essa falha ainda existe e,
mortas e a perspectiva de que outros milhares de pessoas so- certamente, resultará na morte de outras mi-
terradas também estejam sem vida). No entanto, o leitor não lhares de pessoas que continuam soterradas.
consegue dizer, apenas com a manchete, o que determinou
a morte e o soterramento de tantas pessoas. ( F ) é certo que, caso essas pessoas soter-
radas fossem socorridas rapidamente, sobrevi-
d) Observando a manchete da primeira pá- veriam à tragédia.
gina sobre o terremoto da China, quais
são as duas informações importantes ( V ) a manchete induz o leitor a acreditar
que ela apresenta? que poderia haver um número menor de mor-
Que há uma quantidade muito grande de mortos e que hou- tos se o governo chinês não tivesse falhado no
ve falha no auxílio à população. auxílio.

e) Que palavras permitem que o leitor infi- ( F ) com o subtítulo, o leitor não tem uma

115
dimensão maior do fato noticiado, uma vez contradas entre essas páginas do jornal,
que não encontra suas causas e consequências. observando quais títulos e subtítulos são
mais esclarecedores e informativos.
( V ) com o subtítulo, o leitor tem uma di-
mensão maior do fato noticiado, uma vez que 3. Façam uma apresentação oral para os de-
encontra suas causas (um terremoto) e conse- mais grupos, explicando o que compreen-
quências (pessoas abandonando suas casas, deram das notícias lidas e dos temas que
sofrendo com o frio e a chuva), reforçando a elas apresentaram.
carga de responsabilidade do governo chinês É importante utilizar esta atividade para avaliar o que os es-
para o caos pós-terremoto. tudantes aprenderam até aqui. Por isso, sugerimos que você
não faça, no momento do trabalho em grupo, novas inter-
Passo 6 – As discussões e análises anterio- venções, aguardando que os estudantes apresentem os re-
res serão a base para uma apresentação oral sultados. É fundamental que os estudantes fiquem atentos
em grupos de acordo com as orientações a para a questão dos títulos, subtítulos e lides. Também obser-
seguir. ve se eles compreenderam de fato o teor das notícias lidas,
identificando seus temas.
Oralidade
Passo 7 – Em uma nova rodada de leitura
1. Em grupo, utilizando as mesmas questões de manchetes e subtítulos, apresente aos estu-
elaboradas para analisar as manchetes do dantes jornais de um mesmo dia, mas que se-
quadro-modelo, analisem as manchetes jam escritos para públicos-alvo diferentes. Por
de primeira página e demais páginas lidas exemplo: Folha de S.Paulo; Diário Popular ou
por vocês nos itens das Atividades 3 e 5 da Agora; Jornal da Tarde; O Estado de S. Paulo.
seção “Leitura e análise de texto”, a partir Em seguida, selecione uma notícia que tenha
dos quadros que montaram. sido divulgada por todos os jornais escolhidos
e peça aos estudantes que analisem suas man-
2. Discutam as semelhanças e diferenças en- chetes e subtítulos.

1. O professor lhes apresentará diversos jornais publicados em um mesmo dia,


mas que foram escritos para públicos diferentes, selecionando uma notícia que
tenha sido apresentada por todos os jornais escolhidos.

2. Em grupo, analisem as manchetes e os subtítulos que introduzem essa notícia, com base nas
seguintes questões:

f Quais verbos são utilizados para introduzir a notícia?


f Esses verbos estão conjugados em que tempo e modo?
f Esses verbos indicam para o leitor a posição do jornal diante da notícia apresentada?
f Há diferenças entre as manchetes? Quais são elas?

3. Comparem, coletivamente, as respostas dadas pelos grupos. Reflitam sobre a importância


de saber ler manchetes e subtítulos, considerando o jornal que os apresenta.
1, 2 e 3. Com base nas análises que os estudantes fizeram do suporte jornal e do gênero “notícia”, promova um estudo sobre man-
chetes e títulos que possibilite o desenvolvimento de uma consciência crítica do aluno sobre a intencionalidade e a ideologia dos
jornais em questão. Para tanto, é importante que eles possam compreender o uso dos recursos linguísticos, tal como o verbo, na
composição dessa intencionalidade.

116
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

É importante que os alunos identifiquem, um jornal televisivo. Vocês devem:


nesta atividade, as palavras que são mais pró-
ximas de alguns grupos de leitores e conotam a) assistir ao programa, prestando atenção às
valor pejorativo, caso frequente nas páginas de notícias anunciadas, sem se preocupar em
jornais voltados para as classes C e D. Se eles anotar ou analisar o que estão vendo;
não conseguirem responder a essas questões
sozinhos, como intervenção, você pode anali- b) assistir ao programa pela segunda vez, fa-
sar coletivamente alguns dos exemplos dados, zendo algumas anotações sobre os elemen-
respondendo de forma objetiva a cada uma das tos do jornal televisivo que se assemelham
questões anteriores. ao jornal impresso:

Produção escrita f Em que canal o programa foi transmi-


tido?
1. Com base nas manchetes e nos subtítulos f Quantas notícias foram apresentadas?
estudados na seção “Pesquisa em grupo”, f Em cada bloco, as notícias tinham algu-
ainda em grupo, escrevam lides que pos- ma ligação entre si ou eram diversas e
sam introduzir a notícia. desconectadas umas das outras?
f Como essas notícias foram anunciadas
2. Cada grupo deve apresentar os lides elabo- para o telespectador?
rados para que sejam avaliados pelos co- f Há alguma semelhança entre as chama-
legas. Para essa avaliação, considerem as das orais feitas pelos apresentadores e a
seguintes questões: primeira página de um jornal, com suas
manchetes e subtítulos?
f Quais lides estão mais coerentes com os f Quais notícias foram deixadas para o
títulos? último bloco? Por que isso aconteceu?
f O que falta ou está em excesso nos lides f Qual é a importância dessas notícias em
escritos pelos grupos? relação às demais?
f Esses lides confirmam o público-alvo ao Esta atividade tem dois objetivos principais: analisar as notícias
qual os títulos analisados se dirigem? televisivas e radiofônicas, identificando nelas traços semelhantes
1 e 2. A definir. Esta atividade está diretamente atrelada às aos das notícias de jornal impresso; criar mais uma situação didá-
escolhas feitas pelo professor e pelos estudantes, na seção tica de produção escrita, na qual os estudantes possam colocar
“Pesquisa em grupo”. É importante, no entanto, que você re- em uso o repertório que já adquiriram sobre o gênero “notícia”.
tome com eles a noção de lide, observando seus elementos
essenciais (o quê, quando, onde, por quê, com quem). Etapa 2 – Selecione uma das notícias apre-
sentadas no jornal e faça uma análise mais pro-
Escrevendo notícias de jornais impressos a funda de seu tema e conteúdo. Esta etapa tem
partir de notícias televisivas a função de auxiliar os alunos na ampliação de
seu repertório sobre notícias televisivas, uma vez
Etapa 1 – Grave um jornal televisivo e mos- que eles precisarão, em outro momento, analisar
tre essa gravação para a classe pelo menos duas sozinhos outro programa jornalístico televisivo.
vezes.
Etapa 3 – Solicite que assistam, em casa, a
3. O professor lhes apresentará a gravação de outro programa jornalístico televisivo. Eles po-

117
dem fazer isso individualmente ou em grupo. nuam com dificuldade para melhorar o texto
O importante é que elaborem um quadro infor- depois da revisão, escolha um exemplo que
mativo sobre o que conseguiram depreender do apresente alguns desses problemas e mostre-
jornal assistido. -lhes como corrigi-los. Peça que utilizem sua
correção como modelo para dar continuidade
Etapa 4 – Peça que exponham oralmente o à tarefa.
quadro que elaboraram. Caso o tenham feito
individualmente, a fim de tornar a etapa agra- 6. Façam as alterações necessárias e devol-
dável e dinâmica, sorteie alguns alunos para que vam os textos ao professor.
façam sua exposição. Os demais devem ficar Nas Atividades 4, 5 e 6 é importante que você faça um acom-
atentos à apresentação dos colegas, comparan- panhamento contínuo, orientando seus alunos a fazer uma
do as informações propostas com os próprios transposição de linguagem (da televisiva para a impressa) de
quadros. forma coerente. A etapa de revisão também deve ser super-
visionada por você, que, diante das dificuldades, pode sugerir
Etapa 5 – 4. Em dupla e com base nas aná- alguns encaminhamentos e reformulações.
lises feitas na atividade anterior, escolham
uma das notícias vistas no telejornal e escre-
vam-na em formato de notícia de jornal im- Estudo da língua
presso. Sigam como modelo as notícias já es-
tudadas neste Caderno, organizando as ideias 1. O professor fará a seleção, no livro didá-
e os fatos que gostariam de enfatizar. tico e/ou em sites, de algumas atividades
sobre aspectos da língua portuguesa já es-
Recolha os textos e observe os problemas tudados neste Caderno, como pronomes,
ainda visíveis na escrita de seus alunos: coesão, verbos, advérbios e locuções adverbiais,
coerência, concordância, tempo verbal etc. discursos direto e indireto, coesão.
Esta atividade é útil para avaliar a aprendizagem dos alunos.
5. O professor recolherá os textos, observan- Observe os pontos em que ainda apresentam dificuldades e
do eventuais problemas, tais como: coesão, retome-os.
coerência, concordância, tempo verbal etc.
Ele indicará as partes que necessitarem de 2. Resolva individualmente essas atividades
revisão. de acordo com o que for solicitado.

Etapa 6 – Devolva os textos aos alunos, Professor, finalizando esta Situação de


com as partes problemáticas grifadas. Peça Aprendizagem, sugerimos que você selecione
que, em grupo, eles se ajudem para que com- atividades sobre os aspectos de língua portu-
preendam por que precisam ser mudadas. Se guesa já estudados neste Caderno e que, em sua
você perceber que, mesmo assim, eles conti- percepção, necessitem ser revistos.

118
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 12
SISTEMATIZAÇÃO DE CONTEÚDOS

O objetivo desta Situação de Aprendiza- deve ser utilizada por você como um momen-
gem é recapitular os conteúdos desenvol- to de avaliação de todo o trabalho realizado,
vidos nas situações anteriores e avaliar os das atividades propostas e das necessidades
aspectos que ainda precisam ser retomados observadas nas produções orais e escritas dos
com os estudantes. Por isso, esta situação alunos.

Conteúdos e temas: retomada das características do gênero “notícia de jornal”; retomada das caracterís-
ticas do gênero “relato de experiência vivida”; elaboração de atividades de estudo da língua, retiradas do
livro didático; estudo do gênero “notícia” nos jornais televisivos.

Competências e habilidades: comparar os elementos organizacionais e estruturais caracterizadores do


gênero “notícia” com as características estruturais de outros gêneros da tipologia “relatar”; identificar a
importância da sistematização de algumas regras linguísticas para a ampliação do aprendizado; refletir
sobre o que os telejornais apresentam ao espectador, considerando sua intencionalidade e público-alvo.

Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e
conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; rodas de leitura; trabalhos em duplas
e em grupos; uso de recursos audiovisuais; valorização do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo
centrado no refletir e no fazer.

Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; textos de livros extraclasse; audio-
visual; computador; internet.

Sugestão de avaliação: elaboração de quadro-síntese dos conteúdos estudados no Caderno; escrita de


impressões sobre os temas estudados; roda de discussão.

Roteiro para aplicação da ideias e anotem dúvidas. Suas intervenções


Situação de Aprendizagem 12 podem ser pontuais, de acordo com as solici-
tações de cada grupo. No entanto, você pode
Propomos, aqui, uma pausa no estudo dos desenvolver novas Situações de Aprendizagem
conteúdos novos e a recapitulação do que levando em conta o que avaliou até agora.
foi trabalhado e desenvolvido com os alunos
até o momento. Disponibilizamos algumas Passo 1 – 1. Em grupo, consultem o
atividades a fim de ajudar na condução da caderno e façam uma leitura atenta
sistematização, priorizando questões impor- de todas as sequências estudadas,
tantes que precisam ser garantidas com os observando as características dos gêneros
estudantes, como, por exemplo, a observação contemplados.
das características dos gêneros contemplados.
Este é um momento importante para que eles 2. Discutam o que leram, troquem ideias e
discutam o que compreenderam, troquem anotem dúvidas.

119
1 e 2. É importante que este momento de avaliação possa ser f Os trabalhos em dupla e em grupo
bem aproveitado pelos alunos. Por isso, estimule-os a voltar ao auxiliam no entendimento desses con-
caderno a fim de repassar o que estudaram ao longo do volume. teúdos?
Resposta pessoal. O objetivo destas questões é que os estu-
Como o objetivo desta atividade é repassar dantes desenvolvam um senso crítico sobre o modo como
com os alunos tudo o que estudaram neste vo- aprendem os conteúdos escolares e participam das ativida-
lume, a fim de identificar o que e quanto des propostas. É importante que eles compreendam que são
aprenderam, é essencial que eles retomem o responsáveis por sua aprendizagem, adotando uma postura
que foi feito, organizando uma lista de conteú- ativa e consciente.
dos trabalhados. Lembre-se de que as habili-
dades centrais desta proposta de estudo (ler, Na sequência, recolha essas anotações e
escrever, falar e ouvir) também são conteúdos verifique que conteúdos ainda precisam ser
e devem ser anotadas. Ao lado dos itens dessa retomados e o tipo de intervenção mais ade-
lista, os alunos devem registrar suas impres- quada a fazer.
sões, dúvidas, certezas e seus questionamen-
tos. Esta avaliação pode ser realizada na sala 4. Anotem as respostas dadas a cada uma
de aula ou em casa, de acordo com seu plane- dessas questões e entreguem-nas ao pro-
jamento. Caso seja feita na escola, peça que fessor.
pesquisem os conteúdos em duplas, mas ano- É importante que todos tenham as respostas para poder con-
tem individualmente suas questões. sultá-las em outro momento.

3. Organizem uma lista dos conteúdos estu- Passo 2 – Para a sistematização dos con-
dados, registrando suas impressões, dúvi- teúdos trabalhados e esclarecimento de
das ou certezas e seus questionamentos: eventuais dúvidas, você pode propor aos
alunos que, em grupos, façam o estudo de
f O que vocês pensam que ainda é novos relatos de experiência vivida e notícias
preciso fazer para que tenham uma de jornal, solicitando que os analisem e iden-
compreensão mais ampla dos con- tifiquem neles as características da tipologia
teúdos estudados? O que acham que que lhes são comuns. Eles devem elaborar
o professor precisa fazer para ajudá novos quadros-síntese dos aspectos encon-
-los a superar suas dificuldades? trados, em comparação com os quadros das
f O que você, individualmente, pode e sequências anteriores. Como modelo, você
deve fazer? pode propor.

120
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Marcas que Marcas do texto


contribuem para que que contribuem
Contexto e situação Tema se reconheça para que o leitor
Gênero
de comunicação apresentado o pertencimento reconheça o
do texto lido ao público-alvo
gênero em questão em potencial

[Jornal, revista, página


na internet.]
[Escrito para informar
ou para registrar uma [No caso dos relatos: [Uso de
experiência de as marcas de autoria, pronomes de
trabalho, de estudo etc.] de temporalidade, tratamento,
[Escrito para informar por exemplo.] por exemplo.]
um fato./Aparece em
jornal, revista, página
na internet.]

Relato de
experiência

Notícia

Passo 3 – Recolha os quadros elaborados quais ainda precisam ser repassadas com os
pelos grupos e avalie se eles conseguiram res- estudantes a fim de que eles ampliem sua com-
ponder aos itens propostos. Observe: preensão dos gêneros estudados?

f Eles foram capazes de perceber as semelhan- Faça anotações nos quadros, apontando os
ças e as diferenças entre os gêneros perten- eventuais problemas encontrados, e devolva-os
centes à mesma tipologia? aos grupos. Como intervenção, você pode apre-
f Fizeram uso dos conhecimentos adquiri- sentar um quadro-modelo com todas as partes
dos anteriormente para analisar os textos preenchidas, pedindo a eles que o comparem
lidos? aos próprios quadros. Questione-os: O que
f Cometeram equívocos conceituais, confundin- faltou colocar? O que colocaram a mais que não
do, por exemplo, uma notícia e um relato de pertence aos gêneros estudados? Como o modelo
experiência? apresentado pelo professor os ajuda a entender
f Das colunas apresentadas no quadro-modelo, melhor o que fizeram?

121
Oficina de leitura

Passo 4 – Você pode aproveitar essa sistematização para organizar uma atividade mais lúdica,
promovendo também momentos de leitura de outros gêneros textuais e tipologias. Nossa sugestão é
que você prepare uma oficina de leitura, seguindo os passos:
a) faça uma seleção de variados gêneros textuais (conto, crônica, carta, fábula, poema, bula de re-
médio, notícia de jornal, relato de experiência vivida, relatório, cartaz publicitário, legenda acom-
panhada de imagem etc.). Coloque-os em uma caixa de papelão, encapada com papel de presente
bem colorido a fim de chamar a atenção e despertar a curiosidade dos estudantes;
b) divida a classe em grupos e peça que eles retirem da caixa três textos. Como a caixa deve ter uma
abertura suficiente apenas para que os estudantes enfiem a mão e retirem os textos, eles não terão
condições de escolher o que querem ler. Isso faz parte do jogo. Os textos devem ser um tipo de
surpresa e descoberta para eles;
c) cada grupo deve fazer a leitura dos textos retirados da caixa, sem a pretensão de identificar neles
o gênero ao qual pertencem. Evidentemente, espera-se que eles tenham condições de reconhecer
pelo menos os gêneros textuais já trabalhados nesta e na série/ano anterior. No entanto, isso não
deve ser cobrado deles neste momento. Permita que essa atividade seja descontraída e prazerosa,
mesmo que para isso você precise dispor de mais tempo para que eles teçam comentários sobre o
que leram; conversem entre si; compartilhem com os outros grupos o que encontraram etc.;
d) na sequência, lance um desafio aos grupos, solicitando que procurem no conjunto de textos que
leram um que apresente características da tipologia “relatar” ou que pertença ao gênero “notícia”
e “relato de experiência”. Como a seleção dos textos foi aleatória, haverá grupos que não encon-
trarão os textos. E isso será ótimo, porque permitirá que os estudantes atentem para os demais
gêneros, explicando o porquê de não poderem ser considerados notícia ou relato de experiência;
e) cada grupo deve dar sua resposta ao desafio lançado pelo professor, justificando a escolha do
texto ou a ausência de texto para completar a tarefa. Neste momento, incentive a classe a fazer
perguntas ao grupo que estiver apresentando; acrescentar explicações; colocar dúvidas etc.;
f) ao final, faça uma avaliação coletiva da atividade, solicitando que eles reflitam sobre como a lei-
tura dos textos, discussão, análise e apresentações orais contribuíram (ou não) para ampliar seus
conhecimentos e sua formação como proficiente leitor de notícia e relato de experiência.

Na sequência, se achar oportuno, faça 1. Organizados em grupos, retirem três textos


nova atividade com a classe, agora mais da caixa.
focada na leitura e reconhecimento dos
gêneros. 2. Cada grupo deve fazer a leitura dos textos
retirados da caixa.
Oralidade
3. Em seguida, procurem no conjunto de tex-
Seu professor fará a seleção de variados tos que leram um que apresente caracterís-
gêneros textuais já conhecidos por vocês, co- ticas do gênero “notícia” ou de “relato de
locando-os em uma caixa de papelão. experiência”.

122
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

4. Cada grupo deve apresentar sua resposta que apresente como fato central um aconteci-
ao desafio lançado pelo professor, justifi- mento retirado das histórias lidas anteriormente.
cando a escolha do texto ou a ausência de Esta atividade deve ser realizada individualmen-
texto para completar a tarefa. Durante a te (menos o planejamento da escrita, que pode
apresentação, vocês podem fazer pergun- ser feito em dupla ou em grupo).
tas ao grupo que estiver se apresentando;
acrescentar explicações; apresentar dúvi- 2. Troque seu texto com sua dupla ou seu gru-
das etc. po de planejamento a fim de que seu colega
faça a leitura e observe eventuais problemas
5. Façam uma avaliação coletiva da ativi- na escrita: reformulação de uma frase, orto-
dade, refletindo sobre como a leitura dos grafia, pontuação etc.; ou ausência de ele-
textos, as discussões, análises e apresen- mentos estruturadores da notícia, como o
tações orais contribuíram (ou não) para título e o lide, por exemplo; a falta de dados
ampliar seus conhecimentos e sua capa- centrais, como o próprio acontecimento etc.
cidade como leitor de notícia e relato de
experiência. 3. O colega deve escrever um bilhete apontan-
Como dissemos, é fundamental que você acompanhe esta do esses problemas.
atividade, verificando as necessidades de retomada das ca-
racterísticas de alguns gêneros. Observe o tipo de justificativa 4. Leia o bilhete e observe as sugestões feitas
usada pelos grupos a fim de avaliar se, de fato, eles desen- por ele. Reformule os trechos que julgar
volveram conhecimento pertinente aos gêneros propostos necessários.
nesta atividade. Esta atividade é continuação da anterior e pode ser utilizada
por você como instrumento avaliativo. Considerando tudo o
que os estudantes aprenderam até aqui, eles devem escre-
Produção escrita ver essa última notícia utilizando-se dos recursos necessários
e pertinentes ao gênero (linguagem, forma etc.). É preciso
Passo 5 – 1. Para completar a sequência ini- avaliar, também, a capacidade de leitura crítica que os estu-
ciada na seção “Oralidade”, escreva uma peque- dantes têm sobre o texto do colega, observando eventuais
na notícia de jornal (com título, subtítulo e lide) problemas e sugerindo algumas soluções.

Uma observação importante:

Se julgar apropriado, você pode utilizar esta atividade como uma prova de dois tempos: em uma
aula, eles escrevem a notícia; na outra, depois da sua primeira leitura, eles reescrevem individualmen-
te o texto, considerando suas observações. Você os recolhe novamente e verifica o que, de fato, seus
alunos conseguiram absorver do conteúdo estudado e o que ainda será preciso retomar (coletivamen-
te ou individualmente).
Nesse caso, você deve oferecer-lhes a condição didática mais adequada à proposta, qual seja: expli-
car-lhes em detalhes a proposta e o objetivo da avaliação (lembre-se: mesmo que o instrumento seja a
prova, os estudantes devem ter clareza do que o professor espera que eles façam); apresentar-lhes ou es-
crever com eles uma lista de critérios que devem ser seguidos quando estiverem escrevendo a notícia; per-
mitir que eles escolham a história que querem transformar em notícia antes do momento da prova etc.

123
O estudo das marcas linguísticas Etapa 2 – Esse quadro comum deve ser pas-
sado para a cartolina e ser exposto para toda
Passo 6 – Selecione, no livro didático ou a classe. Depois, os estudantes devem observar
em sites da internet, algumas atividades re- quais temas ou notícias se repetem, nos vários
lacionadas aos aspectos linguísticos tratados telejornais, e como foram apresentados ao te-
neste capítulo (pronomes, verbos do dizer, lespectador. Neste momento, é importante que
advérbios e locuções adverbiais, discurso di- você faça uma intervenção, apontando para as
reto e indireto, coesão etc.) e peça aos estu- intencionalidades dos programas e para o públi-
dantes que, individualmente, as desenvolvam co-alvo a que se dirigem. É preciso que eles per-
de acordo com a solicitação dos enunciados. cebam que as notícias são divulgadas de modo
Depois, em grupos, eles devem discutir sobre a sensacionalista em alguns e aparentemente im-
importância dessas atividades para o seu pro- parcial em outros.
cesso de aprendizagem da língua e dos gêne-
ros. Questione-os: Etapa 3 – Escolha uma das notícias comuns
a todos os telejornais e peça aos grupos que
f Em sua opinião, vocês aprenderam mais comparem o que anotaram sobre ela.
sobre esses aspectos linguísticos durante
as sequências de estudo dos gêneros ou nos Quais características do telejornal deter-
exercícios de sistematização feitos no livro minam o modo como essa notícia foi apre-
didático? sentada? A que público-alvo a mesma no-
f Por que vocês acham isso? tícia, divulgada por telejornais diferentes,
se dirige? Por que eles acham isso? De que
A mesma notícia televisiva apresentada em modo é possível identificar, no telejornal, o
canais distintos ponto de vista da emissora ou do apresenta-
dor em relação à notícia divulgada?
Passo 7 – O objetivo desta atividade é fazer
que os estudantes percebam que uma mesma
notícia televisiva, assim como a impressa, so- Etapa 4 – O objetivo desta etapa é levar os
fre alterações significativas dependendo da alunos a refletir sobre os programas televisivos a
emissora que a veicula. Por isso, sugerimos que assistem, considerando sua intencionalida-
que você a desenvolva da seguinte forma: de e público-alvo. Por isso, sugerimos que você
peça-lhes que organizem uma roda de discussão
Etapa 1 – Selecione alguns telejornais di- sobre suas impressões dos telejornais vistos.
ferentes e peça a cada grupo de estudo que Participe diretamente da atividade, introduzin-
os vejam em um dia determinado por você. do aos poucos algumas questões, tais como:
Mesmo que não possam assistir todos juntos,
cada um, em sua casa, deve preencher um
quadro-síntese previamente elaborado para Com qual programa eles mais se identifi-
esta atividade. Na aula seguinte, eles devem cam? Por quê? Eles conseguem manter uma
se reunir nos grupos e organizar um quadro postura crítica diante do modo como cada te-
comum com base em todas as informações lejornal divulga as notícias ou eles costumam
que cada componente do grupo registrou in- acreditar na palavra do apresentador como
dividualmente. Eles podem utilizar como re- verdade absoluta? Eles percebem por que é
ferência o quadro elaborado para a atividade importante construir um olhar crítico para
Escrevendo notícias de jornais impressos a par- tudo o que leem e assistem? De que modo, na
tir de notícias televisivas. opinião deles, esse olhar pode ser construído?

124
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

Agora, vamos propor um estudo de textos, dades linguísticas relacionadas às notícias.


em que se espera o reconhecimento do gênero
“notícia”. Ele será seguido de algumas ativi- Leia os dois textos a seguir.

Texto 1
Municípios já perderam 50% da floresta
Dos 36 listados pelo Ministério do Meio Ambiente entre os principais desmatadores, apenas 3 cum-
prem reserva legal. Estimativa foi feita pelo governo e dá dimensão do passivo ambiental dessas áreas;
Brasil Novo, no Pará, tem só 17% de suas matas.
Marta Salomon
Da Sucursal de Brasília

Claudio Angelo
Editor de Ciência

Os 36 municípios que mais desmatam na Amazônia já perderam em média 50% de suas florestas.
A estimativa foi feita pelo Ministério do Meio Ambiente, a pedido da Folha. A cifra é um cálculo
aproximado, como adianta o próprio ministério. Mas dá um retrato do passivo ambiental existente
nos municípios escolhidos para serem palco de ação emergencial contra o desmatamento.
Indica também o quão duro será para proprietários rurais nessas áreas comprovarem a averbação
de reserva legal para obter empréstimo em bancos a partir de 1º de julho. Nessa data passa a valer a
resolução do Conselho Monetário Nacional, aprovada anteontem, que condiciona a cessão de crédi-
to ao cumprimento de normas ambientais como a reserva legal.
Dos 36 municípios, somente 3 estão em conformidade com o Código Florestal, que determina
a preservação de 80% da floresta em propriedades rurais no bioma Amazônia. São eles: Lábrea, no
Amazonas, que mantém 91,35% de sua mata; Colniza, município criado há menos de cinco anos
em Mato Grosso (84,14%); e sua vizinha Aripuanã, que passa de raspão pelo número de corte, com
79,22% de floresta.
A situação mais crítica é a de Brasil Novo, no Pará. À margem da Transamazônica, Brasil Novo
tem apenas 17,47% de suas florestas em pé.
“A distribuição da infraestrutura de estradas influencia a reserva legal”, diz Paulo Barreto, pesqui-
sador do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).
André Lima, diretor do Departamento de Articulação de Ações da Amazônia do ministério, faz
ressalvas em relação ao levantamento. Primeiro, alguns municípios da lista têm áreas de cerrado, para
as quais a permissão de corte raso é maior: 50%. “Mas quase todos são inteiramente de floresta.”
Depois, há desmatamentos anteriores a 1996, quando entrou em vigor a Medida Provisória 2.166, que
estabeleceu a reserva legal atual. Antes da MP, o desmatamento autorizado na Amazônia era de 50%.
Como gerir o passivo é motivo de debates. A Advocacia Geral da União diz que quem desmatou
antes da MP não cometeu crime, mas poderá ser obrigado a recuperar sua floresta. É o entendimento
do ministério.
Ruralistas no Congresso e produtores na Amazônia, no entanto, brigam pela redução da reserva para
50%, para se desobrigarem da recuperação. “Quem vai definir isso é o zoneamento ecológico-econômico,
que alguns Estados já estão fazendo”, afirma André Lima.

SALOMON, Marta; ANGELO, Claudio. Municípios já perderam 50% de floresta. Folha de S.Paulo. Caderno Brasil.
São Paulo, sábado, 1o mar. 2008.

125
Texto 2

Olá, querida amiga,

Tenho pensado muito sobre o que temos feito para preservar a vida neste planeta Terra. Vemos
diariamente, nos noticiários e jornais, que o desmatamento na Amazônia não para de crescer. Aqui,
na cidade, o nosso céu está muito longe de ser azul (só vejo uma cor cinza, igualzinha ao cimento dos
prédios em construção) e quase não temos ar para respirar. Olhos, nariz, garganta vivem ardendo por
conta de tanta fumaça. Sei que, em parte, isso é culpa minha, sua, do meu vizinho, enfim, de todos nós.
Porque somos nós os responsáveis diretos por esse descuido. Afinal, o meu carro também polui, não é?
Quando jogo o óleo da fritura que fiz pelo ralo da cozinha, também poluo. Quando o meu vizinho joga
os restos de comida e de lixo no córrego que passa atrás de sua casa, ele também polui. Quando a em-
presa de ônibus coloca seus carros nas ruas soltando fumaça, também polui. Somos todos diretamente
responsáveis por tantos problemas e, por isso mesmo, precisamos pensar em como reverter esse quadro
horroroso antes que seja tarde demais e nossos filhos tenham de usar máscaras de oxigênio para poder
respirar. Parece exagero, mas sabemos que não falta muito para que isso aconteça.
Bom, mas você deve estar estranhando. Uma carta para falar sobre preservação do meio ambien-
te? É isso mesmo! Só pensar não é suficiente. Resolvi arregaçar as mangas e começar de algum modo a
fazer minha parte: vou deixar, mais vezes na semana, meu carro na garagem. Jogar gordura pelo ralo
nunca mais. A praça em frente ao meu prédio vai receber novas mudas de árvores (fiz uma pequena
campanha com os meus vizinhos para que pudéssemos dedicar um dia, este mês, à recuperação da
nossa praça e a maioria topou; vamos trabalhar na praça no próximo sábado) e eu estou organizando
um fórum virtual para iniciar alguns debates sobre a preservação do meio ambiente: O que podemos
fazer? Como podemos agir? O que devemos cobrar das autoridades? Como devemos educar nossas
crianças para que tenham mais respeito pelo planeta?
Aqui fica então o meu convite para que você também participe. Semana que vem, quando o en-
dereço virtual estiver confirmado (um amigo está me ajudando, porque eu ainda tenho dificuldades
para lidar sozinha com as infinitas possibilidades da internet!), eu escrevo novamente para passar
todas as informações.

Um grande beijo. Muitas saudades.

Sua amiga de sempre,


Maria.
Elaborado por Eliane Aguiar e Débora de Angelo especialmente para o São Paulo faz escola.

Responda no caderno: tudadas? Anote-as em forma de tópicos ou


em um quadro-síntese.
1. Qual dos dois textos é uma notícia de jor- Título, seguido de pequeno texto que antecede a notícia, com
nal: O primeiro ou o segundo? função de esclarecer sobre o fato a ser informado; identifica-
O primeiro texto. ção dos autores do texto (neste caso, a notícia é assinada por-
que foi escrita por um editor de uma das seções do jornal e
2. Que características você observou no texto por outra jornalista pertencente à sucursal da Folha de S.Paulo,
escolhido como notícia e que já foram es- em Brasília); informações gerais que compõem a notícia: o

126
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

quê, quando, onde, por quê, com quem; uso do discurso dire- porque ainda há muitas áreas verdes
to para introduzir a fala das pessoas entrevistadas; a referência nos municípios do Amazonas.
de publicação do texto no rodapé. Os estudantes devem reco-
nhecer, no Texto 1, o título; o modo como os fatos são apre- b) a maioria dos municípios está em con-
sentados (pela ordem de importância, de maneira objetiva e formidade com o Código Florestal,
direta); as informações presentes no interior dos parágrafos; porque utiliza para plantio apenas 20%
o tratamento dado aos fatos, introduzindo discursos diretos e de suas terras, preservando 80% de sua
indiretos a fim de dar veracidade à notícia; o suporte onde a mata.
notícia foi divulgada (jornal).
c) de acordo com André Lima, todos os
3. Quem deve ser o leitor do Texto 1? E do municípios, depois de regularizada sua
Texto 2? situação, terão o direito de utilizar 50%
O leitor do Texto 1 é qualquer leitor de jornal (impresso ou de suas terras para plantio.
virtual) no qual a notícia circula. O leitor do Texto 2 é a amiga
de Maria. O Texto 2 é uma carta cujo intuito é falar sobre pre- d) os proprietários rurais, para conseguir
servação do meio ambiente e relatar ao interlocutor as experi- empréstimos bancários, terão de provar
ências que a autora tem vivido em relação ao tema: Maria tem que cumprem a resolução do Conselho
observado sua cidade, incomodando-se com o fato de que seus Monetário Nacional, que determina a
habitantes (inclusive ela) estão destruindo o meio ambiente. Por obrigatoriedade de preservar 80% da
isso, resolve fazer algo para combater essa destruição e se utiliza floresta.
da carta para convidar sua amiga a também abraçar a luta pela
preservação do meio ambiente. Mesmo que os estudantes não 5. Qual a relação entre os Textos 1 e 2:
nomeiem o Texto 2 como carta, é preciso que reconheçam
sua função comunicativa: dirigir-se a um interlocutor que está a) não há relação entre eles, visto que o
ausente no momento em que o texto é escrito a fim de colocá- primeiro é uma notícia de jornal e o se-
-lo a par dos acontecimentos, compartilhar com ele uma de- gundo, uma carta.
cisão, um pensamento. Além disso, é preciso pontuar com eles
que a estrutura desse texto ajuda a identificá-lo como uma carta: b) eles tratam de questões totalmente dife-
há um remetente (Maria) e um destinatário (Querida amiga). rentes: o primeiro fala sobre a devasta-
A carta se caracteriza por ter sempre um sujeito que escreve e, ção da Floresta Amazônica e o segun-
geralmente, a assina e um sujeito para quem a carta é escrita. Há do, dos sentimentos de uma amiga pela
também uma saudação (“olá”) e um fechamento ou finalização outra.
(“sua amiga de sempre”), encontrados em quase todos os mode-
los de cartas, independentemente de sua finalidade e conteúdo. c) os dois textos revelam que existem
cidadãos comuns e órgãos públicos
Responda às questões a seguir, consideran- preocupados com a preservação do
do sua compreensão dos enunciados. meio ambiente.

4. Sobre o Texto 1, é correto afirmar: d) eles tratam de questões semelhantes:


o primeiro fala sobre a devastação da
a) o Ministério do Meio Ambiente não Floresta Amazônica e o segundo, dos
está preocupado com o desmatamento, sentimentos de uma amiga pela outra.

127
Estudo da língua
1. Volte ao texto Municípios já perderam 50% 2. Anote esses verbos no caderno e indique o
da floresta, assinalando nele todos os ver- tipo de discurso que eles introduzem (dire-
bos do dizer. to ou indireto).
Você pode optar por fazer esta parte da atividade coletiva-
mente.

Verbos Tipos de discurso

(1) “A distribuição da infraestrutura de estradas influencia a re-


serva legal”, diz Paulo Barreto, pesquisador do Imazon (Instituto Discurso direto.
do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

(2) A Advocacia Geral da União diz que quem desmatou antes


da MP não cometeu crime, mas poderá ser obrigado a recu- Discurso indireto.
perar sua floresta.

(3) “Quem vai definir isso é o zoneamento ecológico-econô-


Discurso direto.
mico, que alguns Estados já estão fazendo”, afirma André Lima.

3. Releia o Texto 2 (a carta) da seção “Leitura 4. Anote, no caderno, esses pronomes e ad-
e análise de texto”, assinalando nele todos os jetivos, explicando o efeito de sentido que
pronomes pessoais e adjetivos encontrados. eles provocam no texto.
Você pode fazer esta atividade coletivamente, deixando que
os alunos a continuem individualmente no Item 4.

Pronomes Adjetivos Efeito de sentido

Eu (às vezes, oculto), antecedendo a maio- Azul, cinza As cores estabelecem um quadro de con-
ria dos verbos: tenho, sei, fiz, estou, resolvi. Horroroso traste entre o céu que deveria existir (azul,
Nós (às vezes, oculto): temos, somos, sabe- Novas sem poluição) e o céu que existe (cinza,
mos, podemos, devemos. Virtual poluído), sintoma de um fato horroroso,
Infinitas feio, escuro. Na primeira parte do texto,
a escolha dos adjetivos está carregada do
peso da própria destruição. Na segunda,
com a decisão de arregaçar as mangas, a
autora suaviza e imprime um caráter de re-
novação (revelado pelo novas e virtual, um
dos canais por onde a renovação aconte-
cerá). Ressalta também as infinitas possibi-
lidades da comunicação pela internet.

128
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

5. Explique, no caderno, por que, na carta, direto e claro, sem que haja interferências de opiniões pesso-
há o uso recorrente dos pronomes pesso- ais dos autores do texto. A notícia tem maior grau de formali-
ais eu e nós (mesmo quando estão ocultos), dade em relação à carta e é marcada por sua impessoalidade.
diferentemente do que ocorre na notícia de
jornal. Aproveitando a temática apresentada na
É uma carta pessoal, de uma amiga para outra, e, portanto, notícia (o desmatamento no Brasil), propo-
pode ser informal e marcar para o interlocutor a subjetivi- mos uma pesquisa e discussão, seguida de
dade envolvida na produção do texto. No caso da notícia, a elaboração de texto, com o objetivo de apre-
função é informar interlocutores diversos, de modo objetivo, sentar propostas de intervenção no problema.

Na internet, em revistas ou em jornais, façam uma pesquisa sobre o desmata-


mento no Brasil, em especial na região em que vivem. Anotem em uma ficha
organizativa as informações encontradas a fim de que possam utilizá-las pos-
teriormente.

Em classe, o professor organizará uma roda de discussão para que todos falem sobre o
desmatamento na região.
Você pode orientá-los para que pesquisem em alguns sites previamente selecionados por você. Isso pode garantir a qualidade do
trabalho de pesquisa. No caso de revistas e jornais impressos, você pode aproveitar algumas reportagens que eventualmente os
estudantes tenham lido nas rodas de notícias feitas neste volume.

Escreva uma carta para uma autori- to da tipologia “relatar” e dos gêneros “relato
dade de sua cidade (prefeito, verea- de experiência vivida” e “notícia de jornal”,
dor, secretário do meio ambiente) bem como de leitura e escrita desses gêneros,
contando-lhe as informações que obteve na com base no desenvolvimento das competên-
pesquisa realizada sobre o desmatamento em cias/habilidades descritas nos quadros das Si-
sua região. É fundamental que, nesse texto, tuações de Aprendizagem. A observação e o
você alerte para a importância do tema, cobre registro do percurso feito até aqui, levando em
soluções para o problema no seu próprio Es- conta todas as avaliações realizadas durante
tado e município e, caso seja possível, apresen- as sequências de atividades e de sistematiza-
te sugestões que ajudem a solucioná-lo. ção, são fundamentais para que você tenha
É importante que o planejamento desta tarefa de casa seja condições de responder às questões a seguir:
preparado em sala de aula, coletivamente, a fim de assegurar
que todos os estudantes tenham entendido o propósito da f Meus alunos compreenderam quais as fun-
atividade. É fundamental que eles compreendam que, dife- ções dos gêneros estudados, bem como sua
rentemente da carta entre as amigas, esse texto deve apre- organização?
sentar linguagem formal. f O que ainda é preciso fazer para que eles
ampliem o repertório sobre os temas discu-
Expectativas de aprendizagem tidos neste Caderno?
e grade de avaliação f Eles compreenderam que o ato de escrita
é processual, assim como o aprendizado?
Ao final deste volume, os estudantes preci- f Como eu conduzi o andamento das se-
sam ter ampliado seu repertório e conhecimen- quências em sala de aula e o desenvolvimen-

129
to dos conteúdos? Houve variação das es- sentação das experiências vividas, pelo dis-
tratégias? curso, situadas no tempo;
f As situações didáticas que organizei permiti- f reconhecer as características do agrupa-
ram que os estudantes identificassem proble- mento tipológico “relatar” nos gêneros
mas reais, buscando soluções que deveriam textuais relato de experiência e notícia de
ser construídas com base em reflexão, pes- jornal;
quisa, discussão, comparações com outras f compreender o que é uma notícia, conside-
situações semelhantes etc.? rando seu veículo de transmissão (jornal,
f Quais intervenções e situações didáticas de- televisão);
vem ser repetidas porque são ricas e possibi- f aprender a manusear o jornal e selecionar
litam ampliar a capacidade de compreensão textos para serem lidos;
dos estudantes? f aprender a escrever relatos de experiências
f Quais situações didáticas não contribuíram e notícias de jornal, considerando suas es-
para a aprendizagem, tolhendo os alunos truturas e função comunicativa;
ou deixando-os dispersos e sem interesse? f ler e interagir com os gêneros estudados,
f Quais são as minhas impressões, dúvidas e posicionando-se como interlocutor;
anseios diante das escolhas de estratégias f identificar o ato de escrita como processual;
para apresentar ou desenvolver determinado f fazer uso de recursos linguísticos, relacionan-
tema ou conceito etc.? do-os ao gênero textual que pretende escrever;
f situar os gêneros “relato de experiência” e
Sobre a avaliação da aprendizagem “notícia de jornal”, reconhecendo sua fun-
dos alunos ção social de acordo com o contexto de co-
municação;
Duas estratégias devem ser levadas em conta f interpretar textos de acordo com o tema e
nesse processo avaliativo: a repetição de conteú- com as características estruturais do gênero
dos com grau de dificuldade crescente, o que ao qual pertencem;
permite retomar e aprofundar conhecimentos, f inferir informações subjacentes aos conteú-
competências e habilidades; a escolha de crité- dos explicitados no texto;
rios claros e conhecidos pelo aluno no processo f realizar análise linguística, considerando sua
de avaliação. Diante disso, ao final deste Cader- importância na leitura e escrita dos gêneros
no, é preciso que seus alunos sejam capazes de: “relato de experiência vivida” e “notícia de
jornal”;
f compreender que os gêneros estudados da f reconhecer os vários tipos de coesão que
tipologia “relatar” estão a serviço da repre- permitem a progressão discursiva do texto.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Neste volume, priorizamos o ensino dos gê- Caso as dificuldades sejam com relação ao
neros “relatos de experiência” e “notícia”. Nas trabalho com notícias, você pode organizar vá-
avaliações contínuas, realizadas ao longo das rias atividades.
sequências e da semana de sistematização, você
notou quais aspectos trouxeram maior proble- 1. Solicite ao aluno que selecione duas notícias,
ma de entendimento? O que os estudantes con- de jornais diferentes, sobre um mesmo tema e
sideraram como mais complicado ou difícil de elabore um quadro com as principais carac-
aprender? terísticas desse gênero. Se ele não conseguir

130
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

entender, deve ser auxiliado bem de perto tador ou apresentadores fazem comentários
por você, com perguntas orientadoras, em pessoais sobre os fatos informados, registran-
um passo a passo mais individualizado. Os do seu contentamento ou indignação?
alunos que não construíram as habilidades
esperadas podem trabalhar em conjunto. Caso o aluno, na aula seguinte, traga uma
Outros alunos podem monitorar. Apenas ficha sem muitas das respostas para essas ques-
realizar individualmente as atividades pro- tões, você pode auxiliá-lo, lembrando-lhe algu-
postas não garante a aprendizagem. mas partes do jornal, algumas notícias e inter-
rupções do apresentador.
2. Apresente ao estudante um relato de expe-
riência vivida e peça que proceda como na Se as dificuldades maiores de seu aluno es-
atividade Transformando o relato de expe- tiverem relacionadas à estrutura dos relatos
riência em notícia de jornal. Se o aluno tiver de experiência, você pode seguir as mesmas
dificuldades para elaborar a notícia, retome orientações dadas para o estudo das notícias.
com ele essa atividade, explicando-lhe os Agregue, no entanto, a preparação de um rela-
objetivos da proposta e as etapas utilizadas to oral sobre uma experiência vivenciada pelo
para a produção do texto. estudante ou por alguém que ele conheça. De-
pois, com base nesse relato, você pode solicitar
3. Peça ao estudante que, em casa, assista a um a ele que escreva o que relatou, utilizando-se
programa jornalístico televisivo escolhido das informações sobre esse gênero encontradas
por você. Ele deve anotar dados sobre a estru- nas sequências deste volume.
tura do programa: Em que canal é divulga-
do? Quantos quadros possui? Qual o teor das Leia com o aluno o que ele escreveu e questio-
notícias apresentadas? O programa dá maior ne-o sobre eventuais problemas que o relato pos-
ênfase à informação, procurando eximir-se de sa apresentar. Ajude-o a resolver essas questões
emitir opinião? Ou, ao contrário, o apresen- com exemplos formulados por você, na lousa.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Filmes Este filme é baseado no folclore russo do sé-


culo XIX e conta a história de Victor, um
Na Situação de Aprendizagem 12, “Sis- rapaz que, sem querer, acaba ficando noivo
tematização de conteúdos”, no Passo 4, su- de uma noiva-cadáver. Isso acontece por-
gerimos que você passe um filme a seus alunos, que, por brincadeira, ele coloca um anel de
a fim de que transformem os acontecimentos casamento no que ele imaginava ser ape-
centrais em notícias de jornal. Aqui deixamos nas um graveto, mas que era, na verdade,
algumas indicações que podem ser úteis para o dedo apodrecido de uma moça assassina-
o desenvolvimento dessa atividade. da. Como ele, ao colocar o anel, também
faz os votos de casamento, a moça-cadáver
A noiva-cadáver (Corpse Bride) resolve cobrar seus direitos de noiva, con-
Direção: Tim Burton e Mike Johnson. siderando-se sua legítima esposa. Daí por
EUA, 2005. DVD da Warner Bros, 78 min. diante, os dois juntos se envolvem em muitas
Comédia. aventuras.

131
Pequenas histórias FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência
Direção: Helvécio Ratton. Brasil, 2007. Produ- textuais. São Paulo: Ática, 2006. (Série Prin-
tora Quimera Filmes, 80 min. cípios).
Na varanda de sua casa, em uma fazenda,
uma bordadeira conta histórias brasileiras ao FRANCO, Maria Laura. Análise de conteúdo.
mesmo tempo em que vai tecendo seus borda- Brasília: Líber Livro, 2007.
dos. São elas: o casamento do pescador com a
sereia; o coroinha da igreja que vê a procissão ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português
das almas; o encontro de Papai Noel com um da gente. São Paulo: Contexto, 2011.
menino de rua; as aventuras de Zé Burraldo.
Tudo cercado de muito humor e magia. ROJO, Roxane. A prática de linguagem em sala
de aula. São Paulo: Mercado de Letras, 2002.
Livro didático
SÃO PAULO (Estado). Proposta Curricular:
É importante também valorizar o livro di- Ensino Médio e Ensino Fundamental (5a a
dático. Portanto, ao iniciar a discussão do tema 8a séries). São Paulo: CENP/SEE – SP, 1981-
proposto, peça aos alunos que usem seus livros 1997.
para pesquisa sobre o tema, voltando o olhar
para textos que tenham especial foco na intera- Sites
ção, como, por exemplo, textos com diálogos.
Releituras
Livros Site com grande variedade de textos literários
e biografias de autores da literatura em língua
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamen- portuguesa. Disponível em: <http://www.
tal. Parâmetros Curriculares Nacionais: Lín- releituras.com>. Acesso em: 27 maio 2013.
gua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
Outros endereços nos quais poderá encontrar
BRASIL. Ministério da Educação. Guia de li- textos literários:
vros didáticos PNLD 2008: Língua Portuguesa.
Brasília: MEC, 2007. 152 p. (Ensino Fundamen- f <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>. Acesso
tal – Anos Finais). em: 27 maio 2013;
f <http://www.biblio.com.br>. Acesso em: 27
DELL’ISOLA, Regina Lúcia Péret. Leitura: in- maio 2013;
ferências e o contexto sociocultural. Belo Hori- f <http://virtualbooks.terra.com.br>. Acesso
zonte: Formato Editorial, 2001. em: 27 maio 2013.

132
Língua Portuguesa – 6ª série/7º ano – Volume 1

QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL –


ANOS FINAIS
5a série/6o ano 6a série/7o ano 7a série/8o ano 8a série/9o ano
Conteúdos gerais Conteúdos gerais Conteúdos gerais Conteúdos gerais
Traços característicos de Traços característicos da Traços característicos de textos Traços característicos de textos
textos narrativos tipologia “relatar” nos prescritivos e injuntivos argumentativos
Enredo, personagem, foco gêneros “relato oral” e “relato Gênero textual anúncio Traços característicos de textos
narrativo, tempo, espaço autobiográfico” publicitário expositivos
Estudos de gêneros textuais Estudos de gêneros narrativos Estudos de gêneros prescritivos Estudos de gêneros da tipologia
Gêneros textuais narrativos e Estudos de gêneros do e injuntivos argumentativa
suas situações de comunicação agrupamento tipológico relatar Textos prescritivos e situações de Estudos de gêneros da tipologia
Narrar e relatar: semelhanças e comunicação expositiva
Gênero textual crônica diferenças Gênero textual regra de jogos Argumentar e expor:
narrativa Traços característicos de textos semelhanças e diferenças
Gênero textual letra de música jornalísticos Estudos linguísticos Gênero textual artigo de opinião
Gênero textual notícia r$PODFJUPEFWFSCP Gênero textual carta do leitor
Estudos linguísticos Gênero “relato de experiência” r.PEP*NQFSBUJWPOBT
r/PÉÈPEFUFNQPWFSCBM  variedades padrão e coloquial Estudos linguísticos
Modo Subjuntivo na Estudos linguísticos r$PNPFQPSRVFVTBSB r.BSDBTEËJUJDBT QSPOPNFT
narrativa, Subjuntivo e os r$POFDUJWPTQSFQPTJÉÈP  gramática normativa pessoais)
verbos regulares, articuladores conjunção r*NQFSBUJWPOFHBUJWP r1POUVBÉÈP
temporais e espaciais r'SBTF PSBÉÈP QFSÎPEP r1FTRVJTBOPEJDJPOÃSJP r&MFNFOUPTDPFTJWPT QSFQPTJÉÈP
r4VCTUBOUJWP BEKFUJWP  r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT r.PEP*OEJDBUJWP WFSCPT e conectivos)
pronomes pessoais, formas de r-PDVÉÈPWFSCBM regulares) r$PODPSEÄODJBTOPNJOBMF
tratamento, verbo, advérbio r'PSNBTOPNJOBJT ri5Vu iWÓTuFWBSJFEBEFT verbal
r4JOÔOJNPTFBOUÔOJNPT r"EWÊSCJPFMPDVÉÈPBEWFSCJBM linguísticas r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT
r1POUVBÉÈP r*SSFHVMBSJEBEFTEP*OEJDBUJWP r1SPOPNFSFMBUJWP
r6TPEPTiQPSRVËTu r*OUFSKFJÉÈP r%JTDVSTPDJUBEP r"EFRVBÉÈPWPDBCVMBS
r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT r0SBMJEBEF¤FTDSJUBSFHJTUSPT r'SBTFFPSBÉÈP r1FSÎPEPTJNQMFT
r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT  diferentes r1FSÎPEPTJNQMFT r$SBTF
verbos modalizadores, locução r-JOHVBHFOTDPOPUBUJWBF r7FSCP UFSNPFTTFODJBMEB r'JHVSBTEFMJOHVBHFN
verbal denotativa oração) r$PMPDBÉÈPQSPOPNJOBM
r$PNQSFFOTÈPEPTFOUJEP r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r4VKFJUPFQSFEJDBEP r3FHËODJBTWFSCBMFOPNJOBM
das palavras (em contexto de r"DFOUVBÉÈP r7P[FTWFSCBJT r'VOÉ×FTEBMJOHVBHFN
dicionário, em contexto de r"SUJHP r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT r1FSÎPEPDPNQPTUPQPS
uso, na noção do radical das r/VNFSBM coordenação
palavras etc.) r"EKFUJWP Leitura, escrita e oralidade r"SUJDVMBEPSFTTJOUÃUJDPT
Volume 1

r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r'JHVSBTEFMJOHVBHFN Leitura, produção e escuta de argumentativos


r1SPOPNFTQFTTPBJT  textos prescritivos e injuntivos r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT
Leitura, escrita e oralidade possessivos, de tratamento em diferentes situações de
Leitura, produção e escuta de r%JTDVSTPTEJSFUPFJOEJSFUP comunicação Leitura, escrita e oralidade
r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT r'SVJÉÈP Leitura, produção e escuta
textos narrativos em diferentes r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT de textos argumentativos
situações de comunicação literários e não literários e expositivos em diferentes
r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT Leitura, escrita e oralidade r*OUFSUFYUVBMJEBEF situações de comunicação
literários e não literários Leitura, produção e escuta r$PFSËODJB Interpretação de textos literários
r'SVJÉÈP de textos organizados nas r$PFTÈP e não literários
r4JUVBDJPOBMJEBEF tipologias narrar e relatar r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP r-FJUVSBFNWP[BMUB
r$PFSËODJB em diferentes situações de da escrita r*OGFSËODJB
r$PFTÈP comunicação r1BSBHSBGBÉÈP r$PFSËODJB
r"JNQPSUÄODJBEPFOVODJBEP r*OGFSËODJB Leitura oral: ritmo, entonação, r1BSBHSBGBÉÈP
r1SPEVÉÈPEFTÎOUFTF r'PSNVMBÉÈPEFIJQÓUFTF respiração, qualidade de voz, r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP
r1SPEVÉÈPEFJMVTUSBÉÈP r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT elocução e pausa da escrita
Leitura, produção e escuta literários e não literários Leitura dramática r&MBCPSBÉÈPEFàDIBT
de crônica narrativa, letra r-FJUVSBFNWP[BMUB Roda de conversa Leitura, produção e escuta de
de música e outros gêneros r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPEB Leitura, produção e escuta de artigo de opinião, carta do leitor
escrita anúncios publicitários, regras de e outros gêneros em diferentes
em diferentes situações de r1BSBHSBGBÉÈP jogos e outros gêneros em situações de comunicação
comunicação Leitura, produção e escuta de diferentes situações de r'PSNVMBÉÈPEFIJQÓUFTF
r'PSNVMBÉÈPEFIJQÓUFTFT notícia, relato de experiência comunicação r*OGPSNBUJWJEBEF
r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPF e outros gêneros em diferentes r*OGFSËODJB r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP
revisão da escrita situações de comunicação r*OUFODJPOBMJEBEF da escrita
r1BSBHSBGBÉÈP r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT r*OGPSNBUJWJEBEF Apresentação oral
Roda de leitura oral literários e não literários Roda de conversa Roda de conversa
Roda de conversa r*OUFSUFYUVBMJEBEF
r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPEB
escrita
r*NQPSUÄODJBEPFOVODJBEP
r$PFTÈP
r$PFSËODJB
r-FJUVSBPSBMSJUNP 
entonação, respiração,
qualidade da voz, elocução
e pausa
Roda de leitura oral
Roda de conversa

133
5a série/6o ano 6a série/7o ano 7a série/8o ano 8a série/9o ano
Conteúdos gerais Conteúdos gerais Conteúdos gerais Conteúdos gerais
Discurso artístico: diferentes Discurso da esfera do Discurso da esfera da Discurso político: diferentes
formas de representação jornalismo: diferentes formas de publicidade: diferentes formas formas de representação
Estudo de tipologia e gêneros representação de representação Estudo de tipologia e gêneros
narrativos articulados por Estudo de tipologia e gêneros do Estudo de tipologia e gêneros argumentativos articulados por
projetos agrupamento tipológico “relatar” prescritivos articulados por projetos
Construção de projeto articulados por projetos projetos Construção de projeto político
artístico Construção de projeto Construção de projeto
jornalístico publicitário Estudos linguísticos
Estudos linguísticos r3FHËODJBTWFSCBMFOPNJOBM
r4VCTUBOUJWP BEKFUJWP BSUJHP  Estudos linguísticos Estudos linguísticos r1FSÎPEPDPNQPTUPQPS
numeral r7FSCP ËOGBTFOPTWFSCPTEP r$PNQMFNFOUPTEB subordinação
r1POUVBÉÈP dizer) oração (objetos direto e r$POKVOÉÈP
r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT r'VOÉ×FTEBMJOHVBHFN indireto, agente da passiva, r1SFQPTJÉÈP
r%JTDVSTPTEJSFUPFJOEJSFUP r1POUVBÉÈP complemento nominal) r"OBGÓSJDPT
r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r%JTDVSTPTEJSFUPFJOEJSFUP r'JHVSBTEFMJOHVBHFN r1POUVBÉÈP
r"DFOUVBÉÈP r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r1FSÎPEPDPNQPTUP
r1SPOPNFT r$POFDUJWPT r%JTDVSTPDJUBEP r$SBTF
r5FNQPTFNPEPTWFSCBJT r2VFTU×FTPSUPHSÃàDBT r'VOÉ×FTBDFTTÓSJBTBEKVOUP r$PODPSEÄODJBTWFSCBMFOPNJOBM
r%JTDVSTPTEJSFUPFJOEJSFUP r$PODPSEÄODJBTOPNJOBMFWFSCBM adnominal, aposto, adjunto r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT
r'JHVSBTEFMJOHVBHFN r4VKFJUPFQSFEJDBEP adverbial, vocativo
r"EKFUJWPTFMPDVÉ×FT r'JHVSBTEFMJOHVBHFN r1POUVBÉÈP Leitura, escrita e oralidade
adjetivas r1SFQPTJÉÈP r$PODPSEÄODJBTWFSCBMF Leitura, escrita e escuta
r"EWÊSCJPFMPDVÉ×FT r6TPEPTiQPSRVËTu nominal intertextual e interdiscursiva
adverbiais r'PSNBFHSBàBEFBMHVNBT r3FHËODJBTWFSCBMFOPNJOBM de gêneros argumentativos e
Volume 2

r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT palavras e expressões r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT expositivos articulados por


r.BSDBEPSFTEFUFNQPFMVHBS projeto político
r&MFNFOUPTDPFTJWPT Leitura, escrita e oralidade r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPTMJUFSÃSJPT
Leitura, escrita e oralidade r1SPOPNFQFTTPBM QPTTFTTJWP Leitura, escrita e escuta e não literários
Leitura, escrita e escuta r7FSCPTEPEJ[FS intertextual e interdiscursiva r*OGFSËODJB
intertextual e interdiscursiva r7BSJFEBEFTMJOHVÎTUJDBT de gêneros prescritivos r'SVJÉÈP
de tipologias e gêneros articulados por projeto r4JUVBDJPOBMJEBEF
narrativos articulados por Leitura, escrita e oralidade publicitário r-FJUVSBESBNÃUJDB
projeto artístico Leitura, escrita e escuta r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT r-FJUVSBFNWP[BMUB
r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPT intertextual e interdiscursiva literários e não literários r$PFSËODJB
literários e não literários de gêneros do agrupamento r*OGFSËODJB r$PFTÈP
r*OGFSËODJB tipológico “relatar” articulados r'SVJÉÈP r*OGPSNBUJWJEBEF
r'SVJÉÈP por projeto jornalístico r4JUVBDJPOBMJEBEF r-FJUVSBPSBMSJUNP FOUPOBÉÈP 
r4JUVBDJPOBMJEBEF r*OUFSQSFUBÉÈPEFUFYUPTMJUFSÃSJPT r-FJUVSBESBNÃUJDB respiração, qualidade da voz,
r-FJUVSBESBNÃUJDB e não literários r-FJUVSBFNWP[BMUB elocução e pausa
r-FJUVSBFNWP[BMUB r*OGFSËODJB r$PFSËODJB r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP
r$PFSËODJB r'SVJÉÈP r$PFTÈP da escrita
r$PFTÈP r4JUVBDJPOBMJEBEF r*OGPSNBUJWJEBEF r1BSBHSBGBÉÈP
r*OGPSNBUJWJEBEF r-FJUVSBESBNÃUJDB r-FJUVSBPSBMSJUNP 
r-FJUVSBPSBMSJUNP  r-FJUVSBFNWP[BMUB entonação, respiração,
entonação, respiração, r$PFSËODJB qualidade da voz, elocução
qualidade da voz, elocução r$PFTÈP e pausa
e pausa r*OGPSNBUJWJEBEF r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPF
r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPF r-FJUVSBPSBMSJUNP FOUPOBÉÈP  revisão da escrita
revisão da escrita respiração, qualidade da voz, r1BSBHSBGBÉÈP
r1BSBHSBGBÉÈP elocução e pausa
r&UBQBTEFFMBCPSBÉÈPFSFWJTÈP
da escrita
r1BSBHSBGBÉÈP

134
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
NOVA EDIÇÃO 2014-2017 Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Meira de Aguiar Gomes.
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Área de Ciências Humanas Área de Ciências da Natureza
Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Coordenadora
Teônia de Abreu Ferreira.
Maria Elizabete da Costa Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Santana da Silva Alves.
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
Diretora do Centro de Ensino Fundamental Fernandez. de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Profissional – CEFAF Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Luís Prati.
Valéria Tarantello de Georgel Almeida e Tony Shigueki Nakatani.

Coordenadora Geral do Programa São Paulo PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
faz escola PEDAGÓGICO Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
Valéria Tarantello de Georgel Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Área de Linguagens
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Suely Cristina de Albuquerque BomÅm e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
EQUIPES CURRICULARES Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves
C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Ventrela. Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Nogueira. Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
e Sonia Maria M. Romano.
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. História: Aparecida de Fátima dos Santos
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Aparecido Cornatione. Sílvia Regina Peres. Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Área de Ciências da Natureza Área de Matemática
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Rodrigo Ponce. Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Apoio:
Maria da Graça de Jesus Mendes. Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, - FDE
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, CTP, Impressão e acabamento
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Log  Print GráÅca e Logística S. A.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
EDITORIAL 2014-2017 CONTEÚDOS ORIGINAIS Martins e Renê José Trentin Silveira.

COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu


FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS Sérgio Adas.
Presidente da Diretoria Executiva CADERNOS DOS ALUNOS
Antonio Rafael Namur Muscat Ghisleine Trigo Silveira História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
CONCEPÇÃO
Vice-presidente da Diretoria Executiva Raquel dos Santos Funari.
Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo,
Alberto Wunderler Ramos Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
coordenadora! e Ruy Berger em memória!.
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
À EDUCAÇÃO AUTORES
Schrijnemaekers.

Direção da Área Linguagens


Coordenador de área: Alice Vieira. Ciências da Natureza
Guilherme Ary Plonski
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Coordenação Executiva do Projeto
Makino e Sayonara Pereira. Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Gestão Editorial
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso
Denise Blanes
Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
Equipe de Produção
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina Fidalgo. Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão,
Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier, Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb González.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
José Luís Marques López Landeira e João
Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e
Henrique Nogueira Mateos.
Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Yassuko Hosoume.
Tiago Jonas de Almeida. Matemática
Coordenador de área: Nílson José Machado. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Matemática: Nílson José Machado, Carlos Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Micsik, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro e Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Vanessa Leite Rios. Walter Spinelli.
Caderno do Gestor
Edição e Produção editorial: Jairo Souza Design Ciências Humanas Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. Coordenador de área: Paulo Miceli. Felice Murrie.

Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são S239m São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
indicados sites para o aprofundamento de conhecimen-
tos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; língua portuguesa,
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços ensino fundamental – anos finais, 6a série/7o ano / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é Inês Fini; equipe, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, João Henrique Nogueira
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Mateos, José Luís Marques López Landeira. - São Paulo: SE, 2014.
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites
v. 1, 136 p.
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
terceiros e mantêm as características dos originais, no que
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos ISBN 978-85-7849-552-7
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
1. Ensino fundamental anos finais 2. Língua portuguesa 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês.
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no II. Angelo, Débora Mallet Pezarim de. III. Aguiar, Eliane Aparecida de. IV. Mateos, João Henrique Nogueira.
Caderno do Professor para apoiar na identificação das V. Landeira, José Luís Marques López. VI. Título.
atividades. CDU: 371.3:806.90
Validade: 2014 – 2017

Vous aimerez peut-être aussi