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RELATÓRIO TÉCNICO

NÚCLEO DE ARTES E OFÍCIOS - ARAÇUAÍ/MG


JULHO A SETEMBRO

2007

INTRODUÇÃO

• Número de participantes

Atualmente, contamos com 33 jovens, distribuídos em seis oficinas: Bambuzeria, Serralheria, Tinta de
Terra, Marcenaria, Moda Jequitinhonha e Cerâmica.

DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE ACORDO COM O PTA

• Moda Jequitinhonha

Esta oficina conta com cinco integrantes, sendo três aprendizes e duas cooperadas. O grupo tem se
preocupado muito com a busca de novas técnicas e produtos, sempre correndo atrás de pessoas que
possam contribuir com o aprendizado do trabalho.

Há ainda grande dificuldade nessa oficina, tanto para planejar quanto para executar, pois é restrito o
número de produtos feitos pelo grupo. A demanda maior refere-se à criação de novos produtos que
atendam ao mercado.

• Bambuzeria

Participam desta oficina oito jovens aprendizes. Na terceira semana de setembro, aconteceu uma
capacitação técnica com o Lúcio Ventania para o aprimoramento das técnicas empregadas. Tivemos a

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participação de 12 pessoas: oito da Bambuzeria, duas da Tinta de Terra, uma da Cerâmica e uma
educadora, que participou da capacitação em tempo integral.

Já saímos da capacitação com sete modelos de produtos criados, o que representou um estímulo para
o grupo, fazendo ascender novamente a chama da esperança de que tudo pode dar certo: basta ter
criatividade e força de vontade.

• Marcenaria

A Fabriqueta Marcenaria conta com sete participantes, que vêm se empenhando na produção de
móveis rústicos. A associação do ferro ao móvel tem contribuído muito, fazendo com que nossos
produtos se tornem cada vez mais inovadores e vendáveis.

Com o objetivo de buscar um maior índice na qualidade de nossos produtos, uma das cooperadas da
Marcenaria de Araçuaí e um cooperado da Marcenaria de Curvelo foram para Lagoa Santa e para o
Salão do Encontro, em Betim. Com essa proposta, houve grande avanço na qualidade dos produtos,
sobretudo nas finalizações e nos acabamentos. A avaliação é que, de forma geral, essa troca de
experiência produziu efeitos positivos nos produtos. Atualmente, estamos aplicando um outro produto
para a pintura que tem deixado nossos móveis mais atrativos para atender melhor o mercado de
venda.

• Serralheria

O trabalho na Serralheria passa agora por uma fase mais tranqüila e estável, com o
acompanhamento de Alex, que tem boa experiência e tem promovido o desenvolvimento da técnica
junto aos jovens aprendizes. Esse acompanhamento por alguém que domina a técnica foi um
elemento facilitador. Com menos erros e menor desperdício de material, o grupo tem investido na
criação e as peças criadas têm feito muito sucesso. Mesmo assim, o grupo não consegue cumprir sua
meta de produção todos os meses, o que significa que ainda precisa de mais organização e
desenvolvimento técnico.

• Tinta de Terra

Participam desta fabriqueta cinco jovens, sendo quatro cooperadas e uma aprendiz. Estamos
confeccionando cartões, aplicando as pinturas nas embalagens da loja virtual, nos potes e nas talhas
de cerâmica, além de fazer a parte de pintura do cinema. O grupo vem pesquisando e buscando

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novos produtos para serem lançados no mercado.

• Curso de Cooperativismo
VII Encontro de Cooperativismo de Jovens Mineiros

Roças Novas, Caetés/MG

Tema: “Cooperativismo: caminho para a democracia e a paz.”

Nesse encontro, que aconteceu no período de 10 a 13 de julho, estiveram presentes 98 cooperativas,


com um total de 290 participantes. O foco principal do evento foi a discussão de três eixos: o
econômico, pensando sobre o que é consumir sem destruir; o social, no sentido de produzir renda e
gerar trabalho com benefícios recicláveis; e o ambiental, que busca fazer uso de tudo aquilo que a
natureza nos oferece, sem no entanto prejudicá-la.

Os participantes foram distribuídos em nove equipes, três para cada eixo, com cerca de 34 integrantes.
Cada equipe ficou com a responsabilidade de discutir e criar cinco produtos recicláveis que não
agredissem o meio ambiente e que gerassem renda. Esses produtos foram expostos no último dia do
encontro, na galeria de informações.

Durante o evento, discutimos assuntos relacionados à responsabilidade social e empresarial e


percebemos como a relação dentro da organização é importante para um desenvolvimento
sustentável. Conversamos sobre a força e a representatividade do cooperativismo, tomamos
conhecimento da grande quantidade de cooperativas, 830 no total, que comportam 960.000
cooperados (dados não confirmados). Num segundo momento, falamos sobre política de
responsabilidade social e gestão sustentável.

O encontro foi muito bacana, pois permitiu encontrar outros jovens que vivem uma realidade
semelhante à nossa, com a mesma alegria e, por que não dizer, dificuldades similares. Para encerrar,
aprendemos uma curiosidade: essa forma de trabalho surgiu com os romanos na Idade Média, por
volta de 1627.
Karita Martins, 17 anos
Márcia Batista, 18 anos

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GERENCIAMENTO DO PROJETO

O trabalho é gerenciado pelo Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD) e pela


Cooperativa Dedo de Gente, sediada em Curvelo, que procura, cada vez mais, unificar o trabalho das
cooperativas, tentando criar um estilo, uma linha de trabalho comum e criteriosa. Esse é um trabalho
difícil, tendo em vista a distância existente entre os dois núcleos.

DESEMPENHO DOS EDUCADORES

A equipe é composta por três jovens coordenadoras, sendo que duas são de Araçuaí, onde
participaram dos projetos Ser Criança e Fabriquetas. Conta hoje com a ajuda de um jovem cooperado
da fabriqueta de Curvelo, que muito tem contribuído com o seu trabalho, principalmente dentro da
Serralheria, e isso tem sido muito positivo.

ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

A procura da comunidade pelos nossos produtos e para ingressar no projeto tem aumentado de forma
significativa. Cada vez mais pessoas têm nos procurado e se interessado em conhecer nosso trabalho.
Contamos com a colaboração das três principais rádios locais, que divulgam nosso trabalho, levando-
o ao conhecimento de toda a cidade e da região. Contamos também com a colaboração de
comerciantes, que expõem nossos produtos em suas lojas e pousadas, o que tem contribuído não
apenas para a divulgação, mas para incrementar a venda dos nossos produtos.

AVANÇOS OBTIDOS

- Melhoria na qualidade dos produtos.


- Vinda do técnico para a Bambuzeria.
- Criação de novos produtos para a Bambuzeria.
- Divulgação dos trabalhos em rádios locais.
- Exposição de produtos em pontos das cidades.

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DIFICULDADES ENCONTRADAS

- Atingir as metas de produção.


- Criação de novos produtos, principalmente na oficina Tinta de Terra.
- Agilidade no trabalho.
- Organização do espaço.
- Otimização do tempo.

BREVE SÍNTESE

“Trazer satisfação econômica para todos é um de nossos maiores desafios. As alternativas para que
isso aconteça são muitas: há busca de melhorias, de novos aprendizados e de correção de rumos,
sobretudo fazer desse lugar um local de trabalho harmonioso e satisfatório. O desejo de crescimento e
o reconhecimento são metas que aos poucos estão sendo alcançadas. Com isso, o trabalho tem se
desenvolvido de maneira que as pessoas estão aprendendo e se orgulhando de tudo que é feito, com
bons resultados, aprendendo e melhorando sempre com os erros.”
Andréia Fonseca e Nataliana Santos
Coordenadoras do projeto

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ANEXO

• Relatório

Atividade: Oficina de Aperfeiçoamento Técnico para Criação e Produção de Artefatos em Bambu.


Período: 18 a 21 e 24 a 28 de setembro de 2007.
Horários: 7h30 às 11h30 e 13h30 às 17h30.
Local: Núcleo de Artes e Ofícios do CPCD / Fabriqueta Bambuzeria.
Número de participantes: 12
Objetivos: o trabalho foi desenvolvido a partir de três eixos: A - Exercícios para domínio das técnicas, B
- Criação de produtos e C - Execução de serviços.

A - Exercícios para domínio das técnicas

No dia 18, foram corrigidos os procedimentos para o tratamento de bambus e a confecção de


tabiques. No quesito tratamento de bambus, foram observados os seguintes aspectos:

1 - Critérios para segurança no trabalho, como posicionamento em relação ao fogo e postura cervical
correta para realizar a operação.

2 - Como evitar, a partir da concentração, manchas indesejadas nos bambus.

3 - Como produzir mudanças de tons do amarelo para marrom e negro nos bambus.

No quesito confecção de tabiques, foram observadas:

1 - Forma correta de usar o canivete e o estilete para afinar tabiques sem ferir as mãos.

2 - Aferição das propriedades físicas e mecânicas dos tabiques, como ajuste do diâmetro do tabique
para o diâmetro da broca e finalidade da forma cônica em relação à segurança das conexões.

No dia 19, foram corrigidos os procedimentos para a preparação de materiais para encurvamento de
varas e confecção de lascas.

No quesito encurvamentos, foram observados:

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1 - Seleção de bambus, especialmente para aceitar encurvamentos.

2 - Detalhes para o rompimento interno dos nós do bambu e posição adequada para o enchimento
das varas com areia (foram preparadas 32 varas).

No quesito abertura de lascas, foi observado:

1 - Procedimento correto de utilização do facão para a abertura dos bambus em quatro ou seis partes
iguais e limpeza das lascas do lado interno.

Nos dias 20 e 21, foram realizados os exercícios para domínio da técnica de encurvamento. O
instrutor demonstrou os três movimentos básicos com o maçarico: em linha, chuveirinho e alto, a
pressão e o direcionamento do fogo, os movimentos do braço encurvador e a técnica de resfriamento.
Em seguida, convocou um aprendiz de cada vez para realizar, sob sua orientação e observação do
grupo, uma curva em círculo fechado. Todos tiveram oportunidade, realizando com sucesso o
procedimento (três vezes cada um).

B - Criação de produtos

A partir da sugestão apresentada pela Dora de se recriar uma luminária tendo como referência uma
foto, o grupo iniciou uma conversa sobre os diversos materiais e técnicas utilizados no Núcleo de Artes
e Ofícios. Provocamos, então, uma aproximação entre a Bambuzeria e a Serralheria, e o resultado foi
a descoberta de uma linguagem técnica pela qual uma fabriqueta complementa o trabalho da outra.
Ou seja: as duas projetam juntas, em seguida a Serralheria produz a estrutura em ferro e a
Bambuzeria preenche com lascas de bambu e amarrações.

Assim, foi realizada não só a sugestão da Dora, mas os aprendizes criaram, a partir da nova
linguagem descoberta, quatro modelos inéditos de luminárias e um porta-revista (ver fotos em anexo).
Esse exercício foi apenas o começo. Na avaliação do grupo de aprendizes, o domínio da técnica de
encurvamento e a parceria com a Fabriqueta Serralheria fizeram girar o motor da imaginação. Agora
está em pauta o desafio de criar uma linha de luminárias com o tema “bichos”. A atividade acima
descrita foi realizada de 24 a 28 de setembro de 2007.

C - Execução de serviços

1 - Paralelamente ao desenvolvimento de produtos realizado de 24 a 28 de setembro, o grupo foi

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orientado a realizar o corte e o tratamento de 740 peças de bambu entre 2,5 e 3 cm de diâmetro,
sendo 540 peças de 1,25cm e 200 peças de 1,17cm. Essas peças serão utilizadas no viveiro de mudas
do Sítio Maravilha, como suporte para as lajes que formam as estantes altas do viveiro. Até o dia 28,
já tinham sido cortadas 440 varas de 1,25 cm e iniciado o tratamento das mesmas. O serviço será
finalizado durante o mês de outubro.

2 - Outro serviço a ser executado em outubro é o tratamento de 600 varas de 2,5cm de diâmetro e
250 cm de comprimento, a serem utilizadas em uma estrutura para fechamento de uma área na
biblioteca do CPCD em Virgem da Lapa. O projeto contará também com serviços de marcenaria e está
sendo desenhado pela BAMCRUS, em Belo Horizonte. Em breve, ele será encaminhado para
aprovação pela Dora e em seguida para a programação na Fabriqueta Marcenaria.

3 - Além dos serviços acima descritos, ficou combinada com o grupo a reprodução de cinco peças de
cada modelo desenvolvido na semana de 24 a 28 de setembro, perfazendo um total de 35 peças no
mês, sendo necessária a confecção de duas peças por dia (uma por turno).

Observações

Em uma roda com os aprendizes envolvidos, o período de capacitação acima relatado foi avaliado
como altamente produtivo e interessante. Para o pleno domínio das técnicas básicas de produção com
bambu, serão ainda necessárias mais cinco visitas de uma semana do técnico.

Depoimentos

“Adorei essa oficina! Foi bastante intensa e proveitosa, pois aprendemos muitas coisas e tiramos todas
as nossas dúvidas. Levamos muito a sério tudo que foi passado, pois temos a consciência de que valeu
a pena. Dessa vez a Bambuzeria deslancha.”
Heloíza Luiz - 19 anos

“A oficina foi muito legal, pois descobrimos uma forma mais fácil de trabalhar com o bambu:
estaremos juntando com o ferro, que será a estrutura para nossas peças.”
Lidiane Pinheiro - 17 anos

“O trabalho com o Lúcio Ventania foi bastante produtivo, porque houve interesse de todos e cada um
conseguiu absorver tudo que foi passado. Criamos vários tipos de luminárias, que na minha opinião
ficaram muito boas.”
Nilo Nascimento - 17 anos

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“O resultado da oficina foram sete luminárias feitas da junção do ferro com lascas de bambu e muito
aprendizado para todos. Foi muito bom, pois relembramos coisas que já estávamos esquecendo.
Todos estão muito entusiasmados e a Bambuzeria tem tudo para dar certo!”
Débora Miranda - 18 anos

“Gostei muito da oficina, principalmente por ser de cerâmica e estar trabalhando com outro elemento,
que é o bambu, e tratá-lo de forma correta.”
Matheus Marques - 16 anos

“Eu adoro trabalhar com o bambu, pois a cada dia descubro formas diferentes de trabalhar com ele e
quantas utilidades ele tem.”
Christiamara Ribeiro - 19 anos

“A oficina com o Lúcio foi muito produtiva, pois aprendi coisas que não sabia, como fazer curvas,
amarrações e deixar o bambu com tonalidade diferente.”
Bruno Ribeiro - 16 anos

“Gostei da oficina com o Lúcio Ventania, pois a partir das técnicas aprendidas tivemos novas idéias e
com certeza deu um rumo novo a ser seguido para o trabalho.”
Natália Moreira - 17 anos

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