III Workshop Desafios e Perspectivas da Inclusão Digital na Sociedade da Informação:

Elementos para uma Estratégia Abrangente

Brasília, 14/15 de dezembro de 2009
Anais do Evento

Marcelo Viana
Superintendente de Tecnologia da Informação da Secretaria de Educação do
Estado do Rio de Janeiro
Políticas públicas para a inclusão digital na área da educação

Resumo: O trabalho ilustra o uso de TICs nas escolas públicas estaduais do

Rio de Janeiro, onde todas as escolas têm laboratórios de informática e os
professores têm computadores. Os seguintes projetos são destacados:
conexão professor, um portal onde o professor deposita conteúdo; conexão
aluno para criação de conteúdos pelos alunos, conexão escola, com e-mail
para todos os alunos e professores, e banda larga em todas as escolas. Na
seqüência, destaca o sistema de gestão nos seguintes componentes:
transporte, merenda e presença, todos eles com cartão de controle. O sistema
permite que a Secretaria entre em contato direto com professores e alunos,
acumulando conhecimento sobre o que acontece nas escolas, os motivos que
levam à ausência do estudante em sala de aula e à evasão escolar. Os
requisitos para que isso aconteça são professores qualificados, gestão de
resultados e integração de tecnologias. O projeto do sistema deve ser
expandido para a rede de ensino do município do Rio de Janeiro. (resumo
acrescentado)

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A minha idéia aqui é mostrar uns dados da Secretaria de Educação do Rio de
Janeiro. Nós temos 1.400 escolas, 60 mil professores e 1,5 milhão de alunos.
Nós temos desenvolvido há algum tempo uma política de tecnologia da
informação na escola pública. A idéia é aparelhar os professores, alunos e a
escola para que contribuam com a melhoria na qualidade do ensino.

O aspecto é o seguinte: todos os nossos professores ativos possuem hoje

notebook com acesso à Internet, todas as escolas têm acesso à Internet e toda
escola tem laboratório de informática. Houve algumas questões que foram
apresentadas aqui, concordo com algumas delas, mas é importante que a
gente consiga maior acesso possível a tecnologia para que a gente possa
contribuir para inclusão digital.

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Vou falar um pouco sobre os projetos que estão acontecendo, depois a gente
fica livre para as perguntas, porque são bastante interessantes e completos.
Nós temos um portal chamado Conexão Professor, que é utilizado pelos
professores para demonstrar conteúdos. Este projeto não está integrado, ou
seja, alguns conteúdos são utilizados pelos alunos, mas não necessariamente é
uma regra. Nós temos o portal Conexão Aluno, que é utilizado pelos alunos
para entrega de conteúdo, para criação de sites, criação de páginas, enfim
voltado para a SEEDUC – Secretaria da Educação. Nós estamos dando muita
atenção a este site porque os alunos demandam muita necessidade de
comunicação.
Nós temos um projeto Correio Escola, é um projeto audacioso, todos os nossos
professores e todos os nossos alunos receberam um e-mail. Mais uma vez essa
é uma iniciativa para apresentar à tecnologia, não necessariamente eles vão
precisar desse e-mail. Muitos alunos nos questionaram a respeito da conta,
“ah. mas vocês criaram a nossa conta, a gente não tem liberdade para criar a
conta que a gente quer”. A gente criou baseado numa lógica que é o nome
completo do aluno, alguns não ficaram satisfeitos pela forma como foi criada,
mas o mais importante é que a gente quer parar com aquele paradigma, o
aluno entender que pode nos procurar, a gente quer falar com o aluno, quer
aproximar o aluno da sociedade. Esse é o principal objetivo. O mesmo com os
professores. Os professores têm muita dificuldade com tecnologia. Não é

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simplesmente colocar o notebook na mão deles que eles vão considerar que
são aptos para a inclusão digital. A gente quer começar.
Uma das ações que a gente encontrou foi que os e-mails são institucionais, ou
seja, @prof.educacao.rj.br, @aluno.educacao.rj.br. No caso dos professores
nós só aceitamos os comunicados que venham desse e-mail, e a maioria dos
professores utiliza hotmail, gmail. Eles mandam e-mail desses outros
provedores aí a gente manda de volta e pede pra fazer a mesma pergunta
através do outro e-mail. Eu vou falar depois sobre esse sistema que a gente no
início está obrigando que eles entrem com e-mail também.
A conexão da escola em questão, do laboratório de informática, todos são
banda larga. Contribui bastante para facilitar o acesso, mas eu concordo com
as questões apresentadas pelo professor Pedro [Demo].

Agora vem um sistema em que nós temos o que se chama de gestão, chamado
Conexão Educação. Na verdade a idéia aqui é falar sobre gestão do ensino.
Depois a gente pode falar sobre aspectos da inclusão digital. O objetivo desse
projeto é controlar três aspectos importantes na gestão escolar, que no caso a
Secretaria estaria considerando. O primeiro deles é o transporte, o segundo é
o controle da refeição e o terceiro é a presença do aluno em sala de aula, o
que a gente chama de pauta eletrônica.

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A questão básica para esse projeto: a gente instalou um computador por sala
de aula e um computador em cada secretaria; esse computador da sala de
aula tem uma leitora, o aluno tem um cartão de presença e esse cartão
controla transporte, presença e merenda. O objetivo é a gente saber o que
está acontecendo com o aluno e ter pelo menos a certeza de que ele está indo
para o colégio, poder controlar a sua presença, e o objetivo do controle é
tratar da evasão escolar, é um projeto pedagógico. A gente consegue através
do cartão controlar essa presença, e no refeitório ele pode ir quantas vezes ele
quiser, mas a gente registra cada merenda e cruza depois com o volume que
foi enviado para o colégio.
A gente também tem uma parte da gestão do ensino que fica na Secretaria da
Educação. A gente podia ter uma visibilidade do que acontece na escola. Esse
é o nosso primeiro objetivo para poder tratar da qualidade do ensino, ter um
direcionamento do que está acontecendo com a escola. E também estar
quebrando algumas barreiras, porque o nosso sistema permite que a gente
envie mensagem hoje direto para os alunos. Nós temos um processo lá, eu
não sei como funciona em outros estados, mas nós temos coordenadores que
tratam com os diretores, e esses tratam com os alunos. Antes era difícil que a
gente entrasse em contato com os próprios professores ou alunos. Esse
projeto permite que a gente entre em contato direto com os alunos se a gente
precisar e até com os professores. Isso elimina barreiras e cria desconfortos,

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porque alguns professores não gostaram desse tipo de coisa. Esse projeto
afetou muito profundamente a forma como o professor trabalha, e foram
aspectos importantes porque o professor é quem guia nosso aluno; nós temos
que cuidar do professor da mesma forma que a gente cuida do aluno.

Aqui tem outros requisitos: professores qualificados, gestão orientada para

resultado, integração de tecnologia, outras formas de ensino e aprendizado. É
mais ou menos o que eu ia falar, então a idéia é que cada vez mais a gente
possa qualificar o professor e assim também está na inclusão digital. Parece
uma coisa óbvia, mas não, há muita dificuldade. Não é só aprender a trabalhar
com o Windows que vai possibilitar isso. Gestão orientada para o resultado é
saber o que está acontecendo e o que melhorar. Aí sim nessa questão a gente
quer tratar a qualidade da educação, corrigir aspectos que possam sempre
melhorar a educação. E as tecnologias para dar embasamento. Essas
tecnologias são o meio do processo.

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Há um site Conexão Professor (www.conexaoprofessor.rj.gov.br), Conexão

Aluno que é a mesma coisa. Sobre o Conexão Educação é sobre algumas
coisas que eu já falei.

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Objetivos para a redução da evasão escolar, gestão de recursos, informação

em tempo real, freqüência escolar, isso já está acontecendo hoje. Nós temos
hoje implantado em 30 escolas, efetivamente usando o módulo escola, o
módulo gestão já está implantando em todas as escolas. O projeto envolveu o
recadastramento de todos os alunos da Secretaria da Educação. O
recadastramento envolve inclusive informações condicionadas aos
responsáveis. O sistema permite involuntariamente que os responsáveis
recebam informações sobre os alunos, se estão indo à aula, se estão tirando
nota boa ou ruim, ou como está aproveitamento deles. A idéia é que a rede
municipal também utilize esse processo; esse é o objetivo.
A gente quer mostrar uma experiência que a gente está brigando, quem sabe
poder contribuir com a melhoria da educação no Brasil.

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As escolas todas têm acesso à rede, com Wi-fi, acesso Internet, é a

infraestrutura básica do projeto.

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A solução então serve para conhecer os motivos que levam à ausência do

estudante em uma sala de aula e à evasão escolar. Os alunos faltosos recebem
torpedos, é uma ação involuntária independe de qualquer gestão, esse é um
processo que está configurado no sistema. Notas, faltas, índice de aprovação e
evasão podem ser acessados do portal da Secretaria. Antes era bastante
elevado porque eles não tinham noção exata do que acontecia nas escolas.
Essas informações serão compartilhadas no Censo Escolar. A partir de 2010 o
processo de Censo Escolar não será feito como era, quer dizer, cada escola
digitando sua informação. A informação vai vir do sistema direto para o MEC.
Cada sala de aula tem um projetor, os professores tem um microfone, auto-
falantes, para tratar da questão do problema de voz, eles falavam muito alto, e
por muitos anos, e acabavam tendo calo vocal. E a gente pensou um pouco
nessa questão.
O objetivo nosso não é trazer uma solução mas sim uma experiência que a
gente já teve do processo.

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