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Introdução
Já faz mais de 5.000 anos desde que o povo chinês surgiu e se estabeleceu
sobre a região regada pelos rios Amarelo e Yang-tsé. Um povo que criou uma
cultura esplêndida. Ao longo de mais de dez dinastias, a cultura chinesa teve
períodos de florescimento e declínio como imensas ondas que se formam e se
desfazem; um espetáculo de comover corações.
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O Partido Comunista Chinês (PCCh) surgiu de um desdobramento da Terceira
Internacional Comunista que foi encabeçado pelo Partido Comunista Soviético.
Portanto, herdou de forma natural o uso da violência e brutalidade. Durante a
primeira guerra civil entre os comunistas e o Kuomintang (Partido Nacionalista
Chinês), entre 1927 e 1936, a população da província de Liangxi caiu de uma
população de 20 para cerca de 10 milhões de habitantes; um exemplo das
terríveis perdas decorrentes do uso de violência.
Um exemplo disso foi o apoio dado pelo PCCh à Khmer Vermelho no Camboja.
Quando o Khmer Vermelho tomou o poder, 1/4 da população do Camboja –
sendo boa parte de ascendência chinesa – foi exterminada. Até hoje, a China
Comunista esforçasse para impedir que a comunidade internacional julgue
publicamente o Khmer Vermelho, isto com o propósito de esconder a evidente
participação do PCCh nesse genocídio ocorrido no Camboja. Cabe assinalar que
muitas das forças armadas e dos regimes mais brutais dessa região têm laços
estreitos com o PCCh. Além do Camboja, os partidos comunistas da Indonésia,
Filipinas, Malásia, Vietnã, Birmânia, Laos e Nepal, foram estabelecidos com o
apoio do PCCh. Muitos líderes desses partidos comunistas nasceram na China, e
alguns estão escondidos na China. Além disto, outros partidos comunistas de
origem maoísta, como o Sendero Luminoso (Peru) e a Armada Vermelha (Japão),
foram condenados pela comunidade mundial devido as suas ações violentas e
brutais.
Tão famosa com esta, é outra frase de Mao: “Uma Revolução Cultural deveria ser
realizada a cada sete ou oito anos”. O uso constante da força é o método
preferido do PCCh para manter o controle. O propósito dessa violência é criar o
medo. Cada luta ou movimento do PCCh serve para reforçar o terror; serve para
intimidar, dominar e subjugar o povo chinês até o ponto de convertê-lo em
escravo do terror e do medo.
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II. O uso de mentiras para justificar a violência
Um dos critérios para medir o grau de civilização dos seres humanos é função
do grau de violência de um sistema social. Ao recorrer sistematicamente ao uso
da violência, os regimes comunistas representam um grande retrocesso para a
civilização humana. Claro, há pessoas que acreditam que a violência é fator
indispensável para o avanço social e, portanto, elas consideram o Partido
Comunista como um movimento progressista. Sem dúvida, ter feito com que
chineses aceitem a violência foi uma obra de mestre no uso da manipulação e da
mentira, esta outra característica inerente ao Partido Comunista.
Desde que chegou ao poder, o PCCh tem se utilizado de métodos do tipo para
eliminar os contra-revolucionários: cooperação entre empresas públicas e
privadas, a promoção de movimentos antidireitistas, a Revolução Cultural, o
Massacre da Praça Celestial e a perseguição de Falun Gong. Seu feito mais
infame foi a perseguição a intelectuais em 1957. O PCCh pediu aos intelectuais
daquela época que expressassem suas opiniões, mas logo depois usou essas
mesmas opiniões como evidência para incriminá-los, prendendo os intelectuais
com a acusação de “direitistas”. Quando alguns declararam que tal ato havia
sido um complô desonesto, Mao Tsé-tung disse abertamente: “Não foi um
complô desonesto, mas sim uma estratégia aberta”.
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Deve-se reconhecer que enganar e a mentir não foram inventados pelo Partido
Comunista. É um comportamento mafioso de longa data que o PCCh vem
utilizando sem o menor constrangimento e com máxima competência. O PCCh
promete terra para os camponeses, fábricas para os trabalhadores, liberdade e
democracia para os intelectuais, e paz para todos. Até hoje, o PCCh não cumpriu
nenhuma dessas promessas. Uma geração de chineses enganados já está morta
e outra ainda continua a ser enganada pelas mentiras do PCCh. Isso é motivo de
máxima tristeza para o povo chinês, um aspecto sombrio para a nação.
O Partido Comunista Chinês é um exemplo típico disso: nos anos desde sua
fundação, ele realizou 16 congressos de representantes nacionais e mudou seu
estatuto 16 vezes. Em mais de 50 nos desde que assumiu o poder político, o
PCCh realizou cinco importantes modificações na Constituição Nacional chinesa.
Ao longo da história do PCCh, houve mais de dez lutas de “vida ou morte” pelo
poder do PCCh e que, na realidade, coincidiram com mudanças nos postulados
fundamentais do Partido. Toda mudança de postura e princípios ocorreu em
momentos de inevitável crise, ocorreu em momentos em que estava ameaçada a
legitimidade e sobrevivência do PCCh. Tenha sido colaborar com o Partido
Nacionalista chinês, Kuomintang, seja uma política de se aproximar dos EUA,
seja uma reforma econômica e de abertura para o mercado, ou a promoção do
nacionalismo, todas estas decisões foram tomadas em momentos de crise, e
todas buscaram manter ou consolidar o poder do PCCh. Cada período de
perseguição a determinado grupo e seu termino, sempre esteve ligado a
mudanças nos princípios orientadores do PCCh.
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Há um provérbio ocidental que diz: “As verdades são firmes e imutáveis, mas as
mentiras sempre mudam”. Há muita sabedoria nisto.
Durante a Revolução Cultural, era comum ver cenas de pais contra filhos, de
marido e esposa lutando entre si, de mães e filhas delatando umas a outras, e
de inimizade e hostilidade entre alunos e professores. A natureza do Partido
fomentava o conflito e ódio entre as pessoas. No período inicial do regime do
PCCh, houve muitos casos de familiares de altos funcionários do PCCh que
foram considerados inimigos de classe e não puderam ser salvos. Está é uma
outra manifestação da natureza do Partido.
Qualquer membro do Partido quando fala, tem que ser coerente com a “linha
organizadora”, sem importar o que ele mesmo pense como pessoa. A estrutura
do Partido é piramidal, com um poder central que controla toda a hierarquia.
Este tipo de estrutura é uma das características mais marcantes do regime
comunista, já que permite impor e obter obediência absoluta.
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V. Um perverso fantasma1 que se opõe à Natureza e natureza humana
Tudo que está debaixo do Céu passa pelo ciclo: nascimento, maturidade,
degeneração e morte.
Até mesmo o nazismo – depois do comunismo, talvez o regime mais cruel que
existiu – permitia o direito à propriedade privada. Os regimes comunistas
eliminaram qualquer outra forma de organização que não seja a do Partido,
substituindo-as por uma estrutura vertical controlada por um poder central. Nas
sociedades nas quais o poder se estrutura de forma natural, da base até o topo,
a autodeterminação de indivíduos ou grupos ocorre de forma natural e
espontânea. Portanto, o regime comunista é essencialmente antinatural.
“Os humanos seguem a Terra, a Terra segue os Céus, os Céus seguem o Tao2, e
o Tao segue conforme sua própria Natureza”. Humanos e Natureza existem em
harmoniosa relação no indivisível universo.
O Partido Comunista é uma forma de entidade que se opõe aos Céus, à Terra e à
Humanidade; se opões à Natureza. É um fantasma que maldosamente se opõe à
Natureza do universo.
1
N.T.: Fantasma → Termo utilizado no Manifesto Comunista ao se referir ao Partido Comunista.
2
Tao (Caminho), leis e princípios do universo.
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VI. Característica da possessão malvada
Na China, não há local onde o PCCh não se ramifique ou exerça controle; nada
fica fora de seu controle. Porém, ninguém conhece a contabilidade dos órgãos
do Partido. Só se tem acesso à contabilidade do Estado, de órgãos locais de
governo e de empresas. Do governo central aos órgãos rurais, os funcionários
administrativos destes estão subordinados aos quadros comunistas. Assim, os
governos locais têm que acatar ordens e diretrizes dos comitês do Partido. Os
gastos do Partido são pagos pelos governos locais sem que exista qualquer tipo
de transparência contábil.
Por tal razão, os camponeses chineses vivem na indigência e sob as mais duras
condições de trabalho. Eles não somente têm que manter com seus trabalhos os
“funcionários de carreira” do país, como também a um número não menor de
burocratas do Partido. Pela mesma razão, os trabalhadores chineses sofrem com
o alto índice desocupação, isto porque o PCCh está, em todas as partes,
sugando os recursos das fábricas. Pela mesma razão, os intelectuais chineses
encontram tão grande dificuldade para desfrutar de liberdade de pensamento.
Além disso, somado ao controle direto, há sombras por todas as partes que não
fazem outra coisa que vigiar as pessoas. Esse fantasma possessor precisa ter
controle total sobre a mente dos possuídos, para assim obter a energia que lhe
permite sobreviver.
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O princípio básico do Partido Comunista é confiscar toda propriedade privada e
assim eliminar todas as “classes exploradoras”. Mas, a propriedade privada é a
base de todos os direitos sociais, a base da cultura. O povo cuja propriedade
privada é tomada, também perde a autodeterminação e liberdade de espírito;
chegando finalmente a perder a liberdade de lutar por seus direitos políticos e
sociais.
Na década de 1980, a China atravessou uma grave crise que obrigou o PCCh a
levar adiante uma reforma e abertura econômica. Foram restituídos ao povo
alguns direitos à propriedade privada. Isto gerou um buraco na estrutura de
controle que o PCCh necessita. Tal buraco se torna cada vez maior na medida
em que os próprios membros do PCCh se esforçam para acumular fortunas
pessoais se aproveitando dessa abertura econômica.
Quando surgirem novas crises, o povo chinês deverá voltar a escolher. Porém,
não importa como escolham, os cidadãos devem ter em mente que qualquer
esperança residual no PCCh servirá somente para agravar os danos feitos a
China e para injetar energia nova a esse monstro político que a tudo possui.
O povo chinês deve abandonar todas as ilusões. Deve fazer um profundo auto-
exame sem se deixar levar pelo ódio, pela ganância e outros desejos banais.
Somente então, poderá livrar-se dessa pesada possessão encarnada no PCCh
que já tanto dura e que rompeu o último século. Em nome de uma nação livre, é
possível restaurar uma civilização chinesa com base no respeito à natureza
humana, na compaixão por todas as coisas e na confraternização com todas as
pessoas do mundo.
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Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês (PCCh).
Um homem chinês olha para o quadro onde está pintado o líder comunista
chinês Mao Tsé-tung declarando a formação da República Popular da China, em
1949, no portão da Cidade Proibida.
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Introdução
Foi povo chinês que escolheu o Partido Comunista ou foram os comunistas que
formaram um partido (uma gangue) e obrigaram o povo chinês a aceitá-lo? As
respostas devem ser buscadas na história.
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leninista de “usar a revolução violenta para alcançar o poder político” seduziu
esse grupo devido à ansiedade e ao desejo dessas pessoas de salvar o país e sua
gente. Assim, de imediato, formaram uma aliança para introduzir o comunismo
na China, um conceito até então, completamente desconhecido e alheio à nação
chinesa. No total, 13 pessoas estiveram no 1º Congresso do Partido Comunista
da China. Com o tempo, alguns de eles morreram, outros fugiram e outros, de
forma oportunista e traindo o PCCh, se aliaram às forças japonesas de ocupação
ou abandonaram o Partido e se unirem ao Kuomintang (Partido Nacionalista;
doravante chamado de KMT). Em 1949, quando o PCCh tomou o poder, das 13
pessoas que iniciaram o Partido, só restavam Mao Tsé-tung e Dong Biwu. É
difícil saber se os fundadores do PCCh estavam, naquela época, conscientes de
que a “deidade” que haviam trazido da União Soviética era, de fato, um
fantasma3 maligno, e que o remédio que eles prescreviam para fortalecer a
nação era, de fato, um veneno mortal.
Não é tarefa fácil introduzir na China, uma civilização com mais de 5.000 anos
de história, um fantasma forasteiro e maligno, o comunismo, que é algo
totalmente incompatível com as tradições chinesas. O PCCh enganou o povo e
os intelectuais patriotas que queriam ajudar o país com a promessa da “utopia
comunista”. Também, distorceu mais ainda a teoria comunista, já gravemente
distorcida por Lênin, para estabelecer bases teóricas que permitissem destruir
as tradições e os valores da China. Destruir a tudo aquilo que se interpusesse
entre o PCCh e o poder, incluindo pessoas e grupos sociais. O PCCh optou por
destruir as crenças próprias da Revolução Industrial e adotou o ateísmo mais
feroz da ideologia comunista. Além disto, herdou a negação da propriedade
privada e importou a teoria de Lênin da revolução violenta. Ao mesmo tempo, o
PCCh adotou e fortaleceu o pior do sistema feudal chinês.
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sucessivas crises pelas quais passou, foi consolidar e fortalecer os meios e a
extensão em que tem usado tais traços perversas.
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prometeu “terras para os que trabalham nelas”. Mao aplaudiu os camponeses
dizendo: “Sem os pobres camponeses não haveria revolução; negar seu papel é
negar a revolução4”. Quando o PCCh necessitou da classe capitalista a chamou
de “companheira de viajem na revolução do proletariado” e prometeu a ela a
“democracia republicana”. Quando o PCCh estava quase para ser exterminado
pelo exercito do KMT, fez o seguinte apelo: “Chineses não devem lutar contra
chineses”, e jurou se submeter à liderança do KMT. Mas, tão logo acabou a
guerra contra a invasão japonesa (1937–1945), o PCCh voltou toda a sua força
contra o KMT e destruí o governo nacionalista. Do mesmo modo, pouco depois
de tomar o poder na China, o PCCh eliminou a classe capitalista e transformou
os camponeses e trabalhadores em uma classe completamente sem nada.
Dizer uma coisa e fazer outra é algo normal para o PCCh. Quando ele necessitou
do KMT, ele pediu que todos “se esforçassem para construir uma convivência
duradoura entre ambos, que cuidassem para que isso acontecesse, que fossem
sinceros uns com os outros, que compartilhassem as honras e fossem unidos
nas dificuldades”. Entretanto, depois de alcançar o poder em 1949, o PCCh
massacrou todos aqueles que falavam a favor da democracia ou que não se
submeteram às idéias, às ações e à organização do Partido. Marx, Lênin e todos
os líderes do PCCh sustentaram que o poder do Partido Comunista jamais seria
compartilhado com os outros. Desde começo, o comunismo mostrou que tem o
gene do totalitarismo. O PCCh é despótico e excludente. Nunca conviveu com
qualquer outro partido político ou outro grupo de modo sincero. Inclusive
durante o período “calmo”, a convivência do PCCh com outros, no melhor dos
casos, era uma encenação forçada.
É necessário enganar para incitar o ódio. O conflito se baseia no ódio. Onde não
há ódio, este pode ser criado.
O sistema de clã patriarcal enraizado nas regiões rurais da China era um forte
obstáculo para que o PCCh pudesse estabelecer seu poder político. A sociedade
rural vivia em harmonia, e a relação entre os donos de terra e arrendatários não
era das mais conflitantes. Os donos de terra proviam um meio de vida para os
camponeses e estes, por sua vez, mantinham os donos de terra.
4
“Relatório sobre uma investigação do movimento camponês em Hunan”, por Mao Tsé-
tung (1927).
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O PCCh transformou tal relação de dependência em extremo antagonismo e
numa questão de exploração de classes. A harmonia se converteu em ódio,
hostilidade e conflito. O razoável se converteu em não razoável, a ordem em
caos, e republicanismo em despotismo. O Partido Comunista Chinês incitou a
expropriação, o assassinato por dinheiro, e o massacre dos donos de terra e dos
agricultores ricos junto com suas famílias e clãs. Muitos camponeses não
queriam tomar a propriedade dos outros. Alguns até devolviam de noite a
propriedade que haviam tomado no dia anterior dos proprietários de terra. Estes
eram chamados pelos grupos locais do PCCh como pessoas de “baixa
consciência de classe”.
Para incitar o ódio entre classes, o PCCh transformou o teatro chinês em uma
máquina de propaganda. Uma estória muito conhecida sobre opressão, “A Moça
de Cabelos Brancos”, era originalmente uma lenda que nada tinha que ver com a
luta de classes. Entretanto, sob as canetas dos escritores do PCCh, tal estória se
transformou em drama, ópera e balé moderno, utilizado para fomentar o ódio
entre classes sociais. Quando o Japão invadiu a China durante a Segunda Guerra
Mundial, o PCCh não combateu contra as tropas invasoras. Ao contrário, atacou
o governo do KMT e o acusou de haver traído a nação por não lutar contra o
Japão. Mesmo diante de uma calamidade nacional, o PCCh não perdeu a
oportunidade de colocar o povo contra o governo do KMT.
5
Lumpenproletariado, conhecidos como “trabalhadores das zonas pobres”. Este termo
se refere aos elementos marginalizados dos centros industriais. Engloba mendigos,
prostitutas, delinqüentes, chantagista, trapaceiros, vagabundos etc. Maus elementos.
O termo foi cunhado por Marx em “As Lutas de Classe na França”, 1848-1850.
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O PCCh desenvolveu o lado mais escuro das teorias marxistas. Mao Tsé-tung
disse: “A escória social e os assassinos sempre são rejeitados pela sociedade,
porém nas áreas rurais eles são os mais valentes, os mais dedicados e firmes na
revolução6”. O lumpenproletariado nutriu e fortaleceu a violenta natureza do
PCCh e consolidou o poder político do comunismo nas áreas rurais.
O ideograma chinês utilizado para “revolução” significa “tirar vidas”, algo que
soa horrível e sinistro para qualquer pessoa boa. Sem dúvida, o Partido
conseguiu associar à palavra revolução um sentido positivo. Do mesmo modo,
durante a Revolução Cultural, num debate sobre o termo lumpenproletariado, o
PCCh percebeu que termo lumpen não soava bem e, assim, simplesmente
preferiu usar o termo proletariado.
Outra conduta da escória social é agir como patifes. Quando criticados como
totalitários, os oficiais do Partido revelam sua tendência ao descaramento e
dizem: “Vocês têm razão quanto a isso. A experiência da China nas últimas
décadas mostra que é necessário o exercício de uma democracia ditatorial. Um
poder ao qual chamamos autocracia democrática do povo”.
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Numa ocasião, um funcionário da província de Henan, com muitos anos
trajetória no Partido, ofendeu a um grupo do Partido e Yang Dengying usou seu
próprio pessoal para colocá-lo no cárcere do KMT por vários anos.
Tudo o que o PCCh conseguiu foi através do roubo. Quando formou o Exército
Vermelho para estabelecer sua ditadura através da força militar, necessitava de
dinheiro para comprar armas, munição, comida e uniformes. Assim, o PCCh
obtinha recursos seqüestrando pessoas importantes, roubando bancos, numa
conduta própria de bandido. Por exemplo, em uma missão liderada por Li
Xiannian, um dos líderes de maior expressão do PCCh, o Exército Vermelho
seqüestrou pessoas das famílias ricas da região oeste da província de Hubei.
Não seqüestraram apenas uma pessoa, mas uma pessoa de cada família rica, e
as mantinham vivas para servirem como fonte permanente de financiamento
desse exército. Somente quando haviam obtido suficiente dinheiro ou esgotado
os recursos da família, é que liberavam os reféns, já à beira da morte. Alguns
recebiam maltratos e torturas de tal ordem, que morriam mesmo antes de
voltarem para seus familiares.
9
Guerra entre o PCC e o KMT, em junho de 1946. A guerra foi marcada por três
campanhas sucessivas: Liaoxi-Shenyang, Huai-Hai y Beiping-Tianjin, após as quais o
PCC derrotou o KMT, resultando fundação da República Popular China em 1/10/1949.
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Jiang Jieshi era líder do KMT; depois do exílio se converteu em mandatário de Taiwan.
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Hu Zongnan (1896-1962), nasceu no condado de Xiaofeng (agora parte do condado de
Anji), província de Zhejiang, foi vice-comandante, comandante interino e chefe do
Centro de Operações Militares e Administrativas do KMT no Sudeste.
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7º Traço Herdado: Lutar
A luta comunista faz uso da força armada e da violência. “Uma revolução não é
como uma festa de jantar, nem como escrever um ensaio, pintar um quadro ou
bordar. Não pode ser algo refinado, pacífico, suave, sóbrio, amável, cortês,
moderado e generoso. Uma revolução é uma revolta, um ato de violência pelo
qual uma classe derrota a outra”. O PCCh recorreu à luta armada quando
planejou tomar o poder político à força. Uma década mais tarde, durante a
Revolução Cultural, utilizou o mesmo método para educar a geração seguinte.
O comunismo tem feito as coisas com extrema crueldade. O PCCh prometeu aos
intelectuais um “paraíso na Terra”. Pouco depois, os rotulou de “direitistas” e os
colocou na vergonhosa posição de 9ª classe13 de pessoas perseguidas, junto
com os proprietários de terra e espiões. Deixou os proprietários de terra e
capitalistas sem nada, eliminou os proprietários de terra e agricultores ricos,
perverteu o estado social e a ordem no campo, tirou a autoridade das figuras
locais, seqüestrou e extorquiu os mais ricos, fez lavagem cerebral nos
prisioneiros de guerra, “reformou” empresários e capitalistas, se infiltrou no
KMT e o desintegrou, se afastou da Internacional Comunista e a traiu, acabou
com todos os dissidentes através de sucessivos movimentos políticos desde que
tomou o poder, em 1949, e usou de coerção contra seus próprios membros. Fez
tudo sem deixar espaço para qualquer tipo de liberdade.
12
“Relatório sobre uma investigação do movimento camponês em Hunan”, por Mao
Tsé-tung (1927).
13
Quando o PCC iniciou a reforma agrária, fez uma classificação do povo. Entre as
classes estabelecidas como inimigas, os intelectuais vinham depois dos proprietários
de terra, dos reacionários, dos espiões etc. Os intelectuais estavam na 9ª posição.
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A característica essencial do genocídio do PCCh é o extermínio da consciência e
do pensamento independente. Desta forma, se impõe o “reinado do terror” que
serve aos interesses do Partido. O PCCh não só mata as pessoas que se opõem a
ele, como também aqueles que o apóiam e seus próprios membros. Mata a
qualquer um que julgue que deva ser eliminado. Sendo assim, todos vivem sob a
sombra do terror e temem o PCCh.
Outro exemplo de atitude correta para com o partido, foi a de Zhang Si. O PCCh
disse que Zhang morreu com a repentina queda de um forno sobre ele, porém o
rumor popular dizia que ele morreu enquanto torrava ópio. Como ele era uma
pessoa discreta e que havia servido a Divisão da Guarda Central sem jamais ter
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pedido uma promoção, foi elogiado com a frase: sua “morte é mais solene que o
Taishan14”, como uma referência ao valor dado a Zhang Si.
Outro modelo de natureza do Partido Comunista Chinês foi Lei Feng, conhecido
como “o parafuso da máquina revolucionária que jamais enferruja”. Durante
anos, tanto Lei como Zhang foram usados como modelos para ensinar o povo
chinês como ser leal ao Partido. Mao Tsé-tung disse: “O poder do exemplo não
conhece fronteiras”. Muitos heróis do Partido foram usados para moldar “uma
vontade de ferro e um espírito partidário”.
Quando se firmou no poder, o PCCh lançou uma forte campanha para controlar
a mente dos cidadãos e fazer das novas gerações “ferramentas” e “parafusos” do
Partido. O PCCh estabeleceu um conjunto de “pensamentos apropriados” e
condutas modelo. Tais orientações foram inicialmente utilizadas dentro do
Partido, mas, rapidamente, se estenderam para toda a população. “Em nome da
nação”, tais pensamentos e condutas foram empregados para fazer uma
lavagem cerebral nas pessoas e, assim, impor a obediência e aprovação ao
mecanismo diabólico do PCCh.
O PCCh alega ter uma história brilhante, uma série ininterrupta de vitórias.
Porém, isso é tão somente uma tentativa de dar brio e glorificar a imagem do
PCCh aos olhos do público. De fato, na história do PCCh não há nada do que se
vangloriar. Somente com o emprego dos citados nove traços herdados é que o
PCCh pode chegar e se manter no poder.
Durante a sua fase de fundação, o PCCh não tinha dinheiro nem ideologia nem
experiência nem ao menos um fundamento sobre o qual se sustentar. O PCCh se
uniu ao Komintern para unir seu destino à violenta revolução em curso. A
revolução violenta do PCCh veio da revolução de Marx e Lênin. O Komintern
comandava o movimento para derrotar poderes políticos em todo o mundo. O
PCCh não era mais do que um braço oriental do comunismo soviético, uma
extensão do Exército Vermelho comunista. O PCCh usou da experiência do
Partido Comunista soviético na tomada violenta do poder político e na criação da
ditadura do proletariado, seguia as instruções dos comunistas russos em sua
linha política, ideológica e organizacional. Copiou seus métodos secretos e
clandestinos pelos quais uma organização ilegal pode sobreviver: rígidas
medidas de vigilância e extremo controle. A União Soviética serviu de espinha
dorsal e modelo para o PCCh.
14
De um poema de Sima Qian (de 145-135 a.C. a 87 a.C.), historiador e estudioso da
dinastia Han do oeste. Seu famoso poema dizia: “Todos têm que morrer; morrer mais
solene do que o Taishan e mais leve do que uma pluma”. O Monte Taishan é uma das
maiores montanhas da China.
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O estatuto do PCCh, aprovado no seu 1º Congresso, foi proposto pelo
Komintern e é baseado no marxismo-leninismo: na teoria de luta de classes, na
ditadura do proletariado e no estabelecimento de um partido. O estatuto do
Partido Soviético serviu como base. A essência do PCCh foi importada da União
Soviética. Chen Duxiu, um dos líderes do PCCh, tinha opiniões diferentes das de
Maring, o representante do Komintern. Maring escreveu um memorando a Chen
no qual dizia que se este fosse um verdadeiro membro do Partido Comunista,
deveria seguir as ordens do Komintern. Embora Chen Duxiu tenha sido um dos
fundadores do PCCh, não pode fazer nada mais do que escutar e obedecer
ordens. Na realidade, ele e o PCCh eram subordinados a União Soviética.
O PCCh sempre disse ao povo chinês que Chiang Kai-shek traiu o movimento
revolucionário nacional obrigando o PCCh a pegar nas armas.
15
Yang Kuisong: “Sinopse sobre o apoio financeiro de Moscou ao PCC nos anos entre
1920 e 1940”, Nº. 27 (30 de junho de 2004).
www.cuhk.edu.hk/ics/21c/supplem/essay/040313a.htm
16
A Expedição do Norte foi uma campanha militar dirigida por Chiang Kai-shek em
1927 e que tinha por objetivo unificar a China sob o regime do KMT e acabar com o
poder dos comandantes militares locais. Teve grande êxito nesse sentido. Durante a
Expedição do Norte, o PCC manteve uma aliança com o KMT.
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impulsionada pelos soviéticos e se instalar no poder, o PCCh destruiu e traiu o
movimento de Revolução Nacional da China17.
Durante a primeira aliança entre KMT e PCCh, este realizou o seu 4º Congresso
Nacional, em Xangai, em janeiro de 1925. Embora nessa época o PCCh só
tivesse 994 membros, esse Congresso levantou a questão de liderar a China.
Isso foi antes da morte de Sun Zhongshan (também conhecido como Sun Yat
Sen), ocorrida em março de 1925. Se não tivesse morrido, Sun Zhongshan teria
sido o alvo do PCCh em lugar do nacionalista Chiang Kai-shek, na corrida
comunista pelo poder.
Durante essa aliança, com apoio da União Soviética, o PCCh tomou sem freios o
poder dentro do KMT. Com tal manobra, Tan Pingshan, um dos primeiros líderes
do PCCh na província de Guangdong, se tornou o ministro do Ministério do
Trabalho do KMT. Feng Jupo (outra autoridade do PCCh na mesma província)
ficou como secretário geral do Ministério do Trabalho e recebeu total controle
para cuidar de assuntos ligados aos trabalhadores. Lin Zuhan (ou Lin Boqu, um
dos primeiros membros do PCCh) foi ministro de Assuntos Rurais, enquanto que
Peng Pai (outro líder do PCCh) foi secretário desse ministério. Mao Tsé-tung se
tornou Ministro de Propaganda do KMT. O PCCh sempre dava grande
importância às instituições educacionais militares e as lideranças militares.
Sendo assim, Zhou Enlai se tornou diretor do Departamento de Política da
Academia Militar de Huangpu (Whampoa), e Zhang Shenfu (outro fundador do
PCCh e quem trouxe Mao Tsé-tung para o Partido) foi seu diretor adjunto. Zhou
Enla foi também chefe do Departamento de Assuntos Militares e Judiciais,
conseguiu colocar conselheiros militares russos em todos os locais. Muitos
comunistas ocupavam funções de instrutores de política e eram docentes das
academias militares do KMT. Outros membros do PCCh também atuaram como
representantes do Partido KMT em vários níveis do Exército Revolucionário
Nacional18. Também ficou estabelecido que sem a autorização expressa de
representantes do PCCh, nenhuma ordem seria válida. Como resultado dessa
adesão parasitária ao movimento Revolucionário Nacional, o número de
membros do PCCh subiu de menos de 1.000, em 1925, para 30.000 em 1928.
17
Movimento revolucionário durante a aliança KMT-PCC, marcado pela Expedição do
Norte.
18
O Exército Revolucionário Nacional, controlado pelo KMT, era o exército nacional da
República da China. Durante o período da aliança PCC-KMT, contava entre suas filas
com membros do PCC que integravam essa aliança.
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Em agosto de 1927, os membros do PCCh que faziam parte do Exército
Revolucionário Nacional aproveitaram a oportunidade para iniciar a Rebelião de
Nanchang, rapidamente sufocada. Em setembro, para atacar a cidade de
Changsha, o PCCh organizou o Levante da Colheita de Outono, que também não
obteve sucesso. O PCCh começou a montar uma rede de controle do exército
mediante “as distintas alas do partido estabelecidas nas companhias militares”,
e se dirigiu para a região do monte Jinggangshan, na província de Jiangxi20 onde
estabeleceu seu poder político sobre o setor rural.
19
Em 12 de abril de 1927, o KMT, dirigido por Chiang Kai-shek, lançou uma operação
militar contra o PCC em Xangai e em outras cidades. Entre 5000 e 6000 membros do
PCC foram presos e mortos em Xangai, de 12 de abril até o final de 1927.
20
A região do monte Jinggangshan é considerada a primeira base rural revolucionária
do PCC, é chamada de “O berço do Exército Vermelho”.
21
“Relatório sobre uma investigação do movimento camponês em Hunan”, por Mao Tsé-
tung (1927).
23/182
acabar com a autoridade dos aristocratas. Para corrigir o errado temos que
ultrapassar certos limites ou, de outra forma, isso não poderia ser corrigido...
Muitas ações revolucionárias tidas como extremas são, de fato, necessárias para
se fazer a revolução22”. Dessa forma, a revolução comunista estabeleceu um
sistema de terror.
O PCCh disse que a “Longa Marcha” foi uma operação na fronteira norte para
combater a invasão japonesa. Falou da “Longa Marcha” como se fosse um conto
de fadas revolucionário. Afirmou que tal campanha contra os japoneses foi um
“manifesto”, uma “forma de propaganda” e “gestação”, que terminou com vitória
do PCCh e a derrota de seus inimigos.
A marcha no norte para resistir contra o Japão não foi nada mais do que mais
uma mentira do comunismo chinês para encobrir seus fracassos. De outubro de
1933 até janeiro de 1934, o PCCh sofreu uma total derrota. Na 5ª operação do
KMT, cercado pelas forças do KMT e inferiorizado, o PCCh paulatinamente foi
perdendo seu poder nas áreas rurais. Perto do extermínio, o Exército Vermelho
do PCCh teve que fugir. Esta é a verdadeira origem da “Longa Marcha”.
22
Palavras pronunciadas em 1927.
24/182
Vários documentos revelam que muitos espiões do PCCh já haviam se juntado a
Yang Hucheng y Zhang Xueliang antes do Incidente de Xi´an. Liu Ding, um
membro secreto do PCCh, foi apresentado a Zhang Xueliang por Song Qingling,
esposa de Sun Zhongshan, cunhada de Chiang Kai-shek e membro do PCCh.
Depois do referido incidente, Mao Tsé-tung o elogiou da seguinte forma: “Liu
prestou um serviço digno de mérito no Incidente de Xi´an”. Entre os que
trabalhavam com Yang Hucheng, sua própria esposa, Xie Baozhen, era membro
do PCCh e trabalhava no Departamento de Política do Exército de Yang. Em
janeiro de 1928 e com aprovação do PCCh, Xie se casou com Yang Hucheng.
Além disso, o membro do PCCh Wang Bingnan foi convidado de honra na casa
de Yang. Wang logo se tornou o vice-ministro de Relações Exteriores do PCCh.
Na realidade, esses membros do PCCh em torno de Yang e Zhang foram quem
incitaram para que esse golpe de Xi´an acontecesse.
Primeiro o PCCh incitou uma revolta, quase dando uma sentença de morte a
Chiang Kai-shek, porém logo depois voltou atrás e, atuando como herói, o
obrigando a aceitar novamente o PCCh. Dessa maneira, o PCCh não só escapou
de uma crise que poderia terminar com seu extermínio, como também usou a
oportunidade para se juntar ao governo do KMT pela segunda vez. O Exército
Vermelho se converteu no Exército da Oitava Marcha e se tornou maior e mais
poderoso do que antes. É admirável a capacidade de enganar do PCCh.
Os livros do PCCh dizem que o comunismo chinês levou a nação a uma vitória
na guerra de resistência contra o Japão.
25/182
tomar o poder. Porém isto só poderia ser discutido dentro do Partido e, ao
mesmo tempo, algo a ser realizado.
O PCCh atraiu incontáveis jovens patriotas para Yan’an em nome da luta contra
os japoneses, porém perseguiu a dezenas de milhares deles durante o chamado
movimento de Retificação de Yan’an. Depois de ganhar o poder na China, o
PCCh descreveu Yan’an como “a terra santa” da revolução, sem fazer qualquer
menção aos crimes que cometeu durante tal purga.
A purga de Yan’an foi o mais terrível, mais obscuro e mais brutal jogo de poder
da humanidade. Em nome de estar limpando pequenos elementos nocivos da
burguesia, o PCCh acabou com a moralidade, a liberdade de pensamento e de
ação, bem como com a tolerância e a dignidade. O primeiro passo dessa purga
foi construir um arquivo individual de cada camarada, que incluía: 1) uma
declaração pessoal; 2) um registro da vida política da pessoa; 3) os antecedentes
familiares e suas relações sociais; 4) uma autobiografia na qual constava
qualquer mudança ideológica; 5) uma avaliação feita de acordo com a natureza
do partido.
Para o arquivo pessoal, o indivíduo era obrigado a fazer uma lista de todas as
pessoas com as quais havia se relacionado desde seu nascimento, todos os
eventos importantes, tempo e lugar onde ocorreram. A pessoa tinha que
escrever diversas vezes para o arquivo pessoal, e qualquer omissão era
considerada um sinal de má fé. Deveria escrever todas as atividades sociais das
quais a pessoa já havia participado, em especial as ligadas ao ingresso no
Partido. A ênfase era dada no modo como ela pensava quanto a essas atividades
sociais. A avaliação baseada na natureza do Partido era o ponto chave. A pessoa
deveria confessar qualquer pensamento, discurso, atitude e conduta na vida
26/182
diária que havia sido contrária ao Partido. Por exemplo, a “avaliação de
consciência”, obrigava a pessoa a se auto-examinar para ver se ela tinha
interesses pessoais, se em algum momento já havia utilizado o Partido para
alcançar metas pessoais, se em algum momento já havia vacilado em sua
confiança no ideal revolucionário, se ela já havia tido medo de morrer durante o
combate armado ou se havia sentido falta dos familiares ou cônjuge após se
unir ao Partido ou juntar ao exército. Como não existiam parâmetros objetivos,
em quase todos os casos era encontrado algum problema.
Era usada a coerção para extrair “confissões” escritas dos membros do Partido
que eram investigados com o objetivo de se eliminar “traidores ocultos”. Isto
obviamente produziu inúmeras acusações falsas e equivocadas; um grande
número de oficiais foi perseguido por causa disso. Durante a Retificação, o PCCh
dizia que Yan’an era um “lugar para purificação da natureza humana”. Uma
comitiva foi enviada pelo PCCh para a Universidade de Assuntos Militares e
Políticos para examinar esses arquivos, causando assim o Terror Vermelho por
dois meses. Vários métodos eram usados para que os acusados confessassem:
confissões de improviso, confissões de demonstração, “persuasões grupais”,
“persuasões de cinco minutos”, persuadir através de conselhos intimidadores,
conferência de relatórios, identificação dos “rabanetes” (vermelho por fora e
branco por dentro). Também, tiravam fotos. Faziam as pessoas desfilarem para
grupos de examinadores para uma inspeção minuciosa. Aquelas que se
mostravam nervosos eram rotulados como suspeitos e sujeitos à investigação.
27/182
(nordeste de China), o Exército da Libertação do Povo (EPL) recebeu ordens para
impedir o suprimento de alimentos da cidade e de proibir que seus habitantes
pudessem deixá-la. Nos meses que duraram o cerco a Changchun, cerca de
200.000 pessoas morreram de fome e frio. Porém o ELP não permitiu que
ninguém saísse da cidade. Depois dessa batalha, o PCCh descaradamente
anunciou de “ter tomado Changchun sem disparar um só tiro nem derramar uma
só gota de sangue”.
Entre 1947 e 1948, o PCCh firmou com a União Soviética o “Acordo de Harbin” e
o “Acordo de Moscou”, pelos quais entregou ativos da nação e os recursos
naturais do nordeste da China em troca de apoio da União Soviética em questões
de relações externas e assuntos militares. Segundo tais acordos, a União
Soviética forneceria ao PCCh 50 aviões; daria em 2 vezes as armas dos
japoneses derrotados e venderia a baixos preços munições e equipamentos
militares soviéticos a partir do nordeste da China. Se o KMT tentasse realizar um
ataque no nordeste, a União Soviética disfarçadamente ajudaria o exército do
PCCh. Além disso, a União Soviética ajudaria o PCCh a controlar a cidade de
Xinjiang a noroeste da China. O PCCh e a União Soviética estabeleceriam uma
força aérea aliada, sendo que os soviéticos ajudariam a equipar 11 divisões do
exército do PCCh e a transportar para o nordeste 1/3 das armas que a China
havia recebido dos Estados Unidos (no valor de $ 13 bilhões).
28/182
desejo pelo poder. Baseado em suas regras, o Partido muda sua aparência
vestindo novas peles. Quando em diferentes momentos sua sobrevivência foi
ameaçada, o PCCh se uniu a Partido Comunista da União Soviética, ao KMT, a
cúpula governante do KMT e a Revolução Nacional da China. Depois de obter o
poder, o PCCh se valeu de diversas formas de oportunismo, das mentes e dos
sentimentos das pessoas, dos mecanismos e estruturas sociais; em síntese, de
tudo que pudesse ajudá-lo a sobreviver. Toma cada crise como uma
oportunidade para concentrar poder ainda maior e reforçar seus métodos de
controle.
23
Lin Biao (1907-1971), um dos maiores líderes do PCCh, foi, sob o mandato de Mao
Tsé-tung, membro do Politburo, como vice-presidente (1958) e ministro de Defesa
(1959). Lin é considerado o arquiteto da Grande Revolução Cultural chinesa. Lin foi
designado sucessor de Mao em 1966, porém perdeu o apoio em 1970. Ao perceber
esta situação, Lin se envolveu numa tentativa de golpe de Estado e teve de fugir para
a União Soviética quando essa trama foi descoberta. Durante seu vôo de fuga, o avião
explodiu em solo mongol resultando na sua morte.
24
Qu Qiubai (1899-1935) é um dos líderes mais antigos do PCC e um renomado
escritor de esquerda. Foi capturado pelo KMT em 23 de fevereiro de 1935 e morreu
em 18 de junho desse mesmo ano.
25
A doutrina dos Três Representantes foi mencionada pela primeira vez num discurso
de Jiang Zemin, em fevereiro de 2000. Segundo tal doutrina, o Partido deve, a todo
instante, representar: o desenvolvimento das forças produtivas da China, a direção do
avanço de sua cultura e os interesses fundamentais da maioria do povo.
29/182
deveria ser atacado e quando. Não teve dificuldades em converter os aliados em
inimigos e logo depois novamente em aliados. Por exemplo, durante o período
da revolução democrática, o PCCh se aliou à classe capitalista, mas, durante a
revolução socialista, o PCCh eliminou os capitalistas. Outro exemplo é o de
Zhang Bojun y Luo Longji, líderes de partidos democráticos, que foram usados
como aliados do PCCh quando o comunismo tomou o poder, mas que foram
logo depois perseguidos como “direitistas”.
30/182
lhe fez muito bem. No entanto, quando, em 1999, iniciou-se a perseguição
contra Falun Gong, reviveu as recordações do passado doloroso e nunca mais se
atreveu a dizer que Falun Gong era algo bom.
31/182
quero morrer como um revolucionário. Deixei o movimento já faz muito tempo.
A história pregou uma peça ao me trazer, um intelectual, ao cenário da
revolução durante tantos anos. Ainda hoje, não pude superar minhas próprias
idéias aristocráticas. Além disso, depois de tudo isso, eu nunca pude me tornar
um guerreiro da classe proletária26”.
O líder do PCCh, Wang Ming, por ordem do Komintern, defendeu a união com o
KMT na resistência contra os japoneses em lugar de expandir as bases do PCCh.
Em reuniões do PCCh, Mao Tsé-tung e Zhang Wentian não puderam persuadir
seu camarada nem revelar a verdade da situação: a limitada força do Exército
Vermelho não seria capaz de conter sequer uma divisão do exército japonês. Se,
contra o bom senso, o PCCh tivesse decidido lutar, a história da China seria sem
dúvida diferente. Mao Tsé-tung não teve alternativa senão se calar. Mais tarde,
Wang Ming foi expulso primeiro por ter sido considerado uma facção que se
desviou do pensamento de esquerda e, depois, como um oportunista de direita.
Sendo assim as coisas, o que poderia aspirar qualquer novo líder do PCCh?
Reformar de verdade o PCCh implicaria na morte do Partido. O PCCh tiraria
rapidamente do poder quem tentasse uma reforma. Existe um limite definido
para o que os membros do partido podem fazer para mudar o PCCh. Por outro
lado, não existe possibilidade alguma de que reformas no PCCh sejam bem
sucedidas.
32/182
de erro e seis de acerto. Entretanto, o Partido nunca esteve errado. E, mesmo
quando o Partido se equivocou, foi ele que corrigiu os erros. Por isso, o Partido
diz a seus membros para “olhar para frente” e “não ficar preso ao passado”.
Tudo é mutável no PCCh: o paraíso comunista pode se converter no modesto
desejo de comida e proteção socialista; o marxismo-leninismo pode ser
substituído pelos “Três Representantes”. Ninguém deveria se surpreender se
visse o PCCh promovendo a democracia e a liberdade de crença, abandonando
Jiang Zemin da noite para o dia, ou reavaliar a perseguição a Falun Gong, se tais
coisas fossem necessárias para que o poder fosse mantido. Contudo, a algo que
nunca mudará no PCCh, o seu objetivo básico: sobreviver e manter o poder e o
controle.
Conclusão.
O que o PCCh quer dizer quando diz que não haveria uma nova China sem ele?
Desde sua fundação, em 1921, até assumir o poder, em 1949, as evidências
mostram claramente que sem enganar e usar a violência, o PCCh não estaria no
governo hoje. O PCCh difere de qualquer outro tipo de organização que seguiu a
ideologia do marxismo-leninismo, e faz o que bem entende. Pode explicar tudo
aquilo que realiza com altas teorias e levá-las inteligentemente a certos setores
das massas, assim justificando todas as suas ações. Transmite propaganda
política, a todo o momento, na qual veste uma roupagem com suas estratégias e
diferentes princípios e teorias, e sempre mostra estar no caminho correto.
28
A “Gangue dos Quatro” era integrada pela esposa de Mao Tsé-tung, Jiang Qing (1913-
1991); Zhang Chunqiao (1917-1991), funcionário do Departamento de Propaganda; o
crítico literário Yao Wenyuan (1931), e Wang Hongwen (1935-1992), guarda da
segurança de Xangai. Sua influência começou durante a Grande Revolução Cultural
(1966-1976) e dominou a política chinesa durante o início dos anos 70.
33/182
Comunista original: ser mal, enganar, incitar, liberar a escória social, espionar,
roubar, lutar, matar, e controlar.
34/182
Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês (PCCh).
35/182
Introdução
Vamos repassar os 55 duros anos da China sob o regime do PCCh. Com sua
ideologia a “luta de classe” aparece em primeiro lugar, desde que tomou o
poder, o PCCh cometeu amplos genocídios de classes sociais; ele conseguiu seu
reinado de terror através de violenta revolução. Matar e lavagem cerebral
andaram de mãos dadas para que o PCCh pudesse eliminar qualquer outra
crença que não fosse a teoria comunista e pudesse se colocar como um “deus”
infalível. O PCCh fez seguidas campanhas para se mostrar infalível e se colocar
com um “deus”. Seguindo sua política de luta armada e de revolução violenta, o
PCCh eliminou seus dissidentes e opositores, usando de violência e mentiras,
para assim converter povo chinês em dócil serviçal do seu regime tirânico.
29
Do livro “Anais de comidas e produtos básicos”, em “História da antiga dinastia Han
(Han Shu)”.
30
Qian Bocheng, “Cultura oriental”, quarta edição, 2000 - China.
36/182
I. Reforma Agrária: eliminar a classe dos proprietários de terra.
Para esses “novos donos das terras”, os dias felizes da “terra para quem trabalha
nela” duraram pouco. Em menos de dois anos, o PCCh impôs uma série de
regras: grupos de ajuda mútua, cooperativas de vários tipos. Criticando o passo
lento do povo e comparando-o a “mulheres de pés atados31”, o PCCh, ano após
ano, aumentava a pressão sobre os camponeses para que chegassem “correndo
ao socialismo”. Mediante uma política nacional de unificação da compra e venda
de grãos, algodão e óleo de cozinha, não foi mais possível comercializar ou
trocar produtos agrícolas em mercado livre. Além disso, o governo comunista
estabeleceu um sistema de registro residencial que impedia que os camponeses
pudessem se mudar para as cidades ou vilas para morar ou trabalhar. Aqueles
que tinham seu domicílio registrado em áreas rurais não podiam comprar grãos
em armazéns controlados pelo governo e seus filhos eram proibidos de estudar
nas cidades. Os filhos de camponeses só podiam ser camponeses. Desta forma,
360 milhões de residentes rurais, no princípio dos anos 50, se converteram em
cidadãos de segunda categoria.
37/182
resultado, os camponeses caíram novamente em extrema pobreza. A diferença
entre a renda da população urbana e a rural cresceu enormemente e continuou a
aumentar. Surgiram novos proprietários de terra e camponeses ricos nas áreas
rurais. Dados publicados pela agência de notícias Xinhua, porta-voz do governo,
indicam que desde 1997: “A renda dos camponeses nas áreas de maior
produção de grãos permaneceu a mesma e, em alguns casos, até caiu”. Ou seja,
a renda dos camponeses não aumentou nem diminuiu. Mas, a relação entre a
renda urbana e a rural passou de 1,8:1, nos anos 80, para 3,1:1 hoje em dia.
Outra classe que o PCCh queria eliminar era burguesia nacional que detinha o
capital nas cidades e centros rurais. Durante a reforma industrial e comercial, o
PCCh afirmava que a classe capitalista e a trabalhadora eram essencialmente de
naturezas diferentes: a primeira era a classe exploradora e a segunda a classe
não exploradora e anti-exploradora. Segundo esta lógica, a classe capitalista
nacional havia nascido para explorar e não deixaria de fazê-lo até sua total
exterminação: só podia ser eliminada, pois não podia ser reformada. Sob esta
premissa, o PCCh tanto matou como também anulou capitalistas e comerciantes
através da lavagem cerebral. O PCCh recorreu ao seu já testado método de
aceitar o obediente e eliminar os rebeldes. Se alguém entregasse seus bens ao
Estado e aprovasse o Partido, isso era considerado um problema menor. Se, por
outro lado, alguém não aprovava ou se queixava da política do PCCh, era
catalogado como reacionário e se tornava mais um alvo da ditadura draconiana
do PCCh.
32
Gao Gang e Rao Shushi eram membros do Comitê Central. Depois de uma tentativa
infrutífera para obter maior poder, em 1954, foram acusados de conspirarem contra o
PCC e foram expulsos do Partido. Hu Feng, erudito e crítico literário, se opôs a política
de literatura doutrinária do PCC. Foi expulso do Partido em 1955 e sentenciado a 14
anos de prisão.
33
A luta contra a corrupção, o desperdício e a burocracia.
34
A luta contra o suborno, a sonegação de impostos, a fraude, o roubo da propriedade
estatal e a obtenção de informações privilegiadas.
38/182
Em cada campanha política, o PCCh mobilizava seu aparato estatal junto com os
comitês e as agências do Partido. Três membros do Partido formaram um
pequeno grupo de combate que se infiltrava em todos os bairros e vilas. Estes
grupos estavam em todas as partes, estavam em todos os lugares. Uma rede de
controle que cobria tudo - herança dos anos de guerra do PCCh contra o Japão e
o Kuomintang (Partido Nacionalista, KMT) - desempenha desde então uma papel
crucial nos futuros movimentos políticos do Partido.
Outra das atrocidades cometidas pelo regime comunista foi, após a fundação da
República Popular da China, fazer uma brutal repressão contra as religiões e
proibir grupos religiosos. Em 1950, o PCCh instruiu a seus governantes locais
para que proibissem todos os credos religiosos e todas as sociedades não
oficiais. O PCCh declarou que tais grupos “feudais subterrâneos” eram meras
ferramentas nas mãos dos proprietários de terra, dos camponeses ricos, dos
reacionários e dos agentes secretos do KMT. Nesta perseguição de alcance
nacional, o governo mobilizou as classes nas quais ele confiava para que
encontrassem e perseguissem “os agentes secretos do KMT”. Diferentes níveis
governamentais participaram diretamente na desintegração desses grupos
considerados “supersticiosos”: comunidades cristãs, católicos, taoístas (em
especial aqueles praticantes de Yi Guandao) e budistas. Intimaram a todos os
integrantes de igrejas, templos e sociedades religiosas a se registrarem nas
agências governamentais e para que se arrependessem de seus atos. Não
obedecer implicava em severos castigos. Em 1951, o governo promulgou leis
oficiais pelas quais aqueles que continuassem em suas atividades religiosas
poderiam ser condenados à prisão perpétua ou à pena de morte.
39/182
Eliminada a classe dos proprietários de terra e dos capitalistas, e perseguida
grande quantidade de religiosos e pessoas cumpridoras das leis, o PCCh limpou
o caminho para que o Partido se convertesse na única religião da China.
Luo sugeriu que fosse formada uma comissão, constituída pelo PCCh e vários
partidos “democráticos”, para investigar abusos nas campanhas “Três Anti” e
“Cinco Anti”, e nos movimentos para eliminar reacionários. Zhang sugeriu que
tanto o Comitê Político Consultivo e como o Congresso Popular tomassem parte
nas decisões do país (estes órgãos eram apenas consultivos e se limitavam a dar
sugestões e conselhos ao Conselho de Estado). Chu, por sua vez, sugeriu - já
que aqueles que não eram membros do PCCh também tinham boas idéias,
dignidade e senso de responsabilidade patriótica - que não havia necessidade
de designar um membro do PCCh para ser chefe de cada unidade de trabalho ou
de cada equipe subordinada à uma das unidades de trabalho. Também, não era
necessário que todo assunto, mesmo que não importante, tivesse que ser feito
do modo como determinavam esses membros do Partido.
Luo Longji, Zhang Bojun e Chu Anping expressaram o desejo de seguir o PCCh
e nenhuma de suas sugestões excedia os limites marcados pelas famosas
palavras do crítico e escritor Lu Xu (1881-1936): “Meu mestre sua roupa está
40/182
suja. Por favor, tire-a que eu a lavarei para o senhor”. Assim como Lu Xun, os
acusados de “direitistas” mostraram docilidade, submissão e respeito.
Nenhum desses “direitistas” condenados quis afrontar o PCCh; tudo o que eles
queriam era fazer críticas construtivas. Entretanto, e justamente por suas
sugestões, dezenas de milhares de pessoas perderam a liberdade, fato este que
trouxe sofrimento a muitas famílias. O que se seguiu foram movimentos como
“fazendo confidências ao PCCh”, “desmascarar os extremistas”, uma nova versão
da campanha dos “Três Anti”, e enviar os intelectuais para campos de trabalhos
forçados; tudo para apanhar os “direitistas” que não foram pegos na primeira
vez. Quem não concordasse com o membro do PCCh de cada unidade de
trabalho, especialmente com os secretários do Partido, era rotulado de anti-
PCCh. A direção do PCCh submetia tais pessoas a uma constante crítica ou as
enviava a campos de trabalhos para uma reeducação forçada. Algumas vezes, o
PCCh mandava famílias inteiras dessas pessoas para zonas rurais, ou proibia
que seus filhos de irem para escola, de servirem no exército ou de trabalharem
nas cidades ou proximidades. As famílias perdiam o seguro social e direito aos
serviços médicos públicos. Convertiam-se em membros inferiores da categoria
dos trabalhadores rurais ou em marginalizados entre os cidadãos de segunda
classe.
41/182
decisão de apoiar Mao marcava a linha divisória entre lealdade e traição; em
outras palavras, a linha entre viver ou morrer. Citando uma história popular na
China: quando Zhao Gao37 disse que um cervo era um cavalo, logicamente ele
sabia a diferença entre ambos, mas, propositadamente chamou a um cervo de
cavalo para controlar a opinião das pessoas, silenciá-las e expandir seu poder.
O resultado desse encontro do Partido, em Lushan, foi que Peng Dehuai se viu
obrigado a assinar uma carta na qual era condenado e expulso do governo. Do
mesmo modo, nos últimos anos da Revolução Cultural, Deng Xiaoping foi
obrigado a prometer que nunca apelaria da decisão do governo de destituí-lo do
cargo que ele ocupava.
A Grande Revolução Cultural foi uma grande armação montada pelo “espectro
comunista” para possessão de todo o país. Em 1966, nova onda de violência
tomou conta da China. “Um período de terror vermelho, como um dragão
enlouquecido, fez tremer as montanhas e congelar os rios”. O escritor Qin Mu
descreve assim tal período.
37
Zho Gao (data de nascimento desconhecida - morte em 210 a.C.): chefe eunuco
durante a dinastia Qin. Em 210 a.C. - logo após a morte do imperador Qin Shi Huang
- Zhao Gao, junto como o primeiro ministro Li Si e o 2º filho do imperador, Hu Hai,
falsificaram dois desejos do imperador e assim fizeram de Hu Hai o novo imperador, e
ordenaram que príncipe coroado, Fu Su, se suicidasse. Com o tempo, surgiram
conflitos entre Zhao Gao e Hu Hai. Zhao levou um cervo até a corte real e disse que
era o animal era um cavalo. Somente um punhado de funcionários se atreveu a
contradizê-lo e afirmar que aquele animal era um cervo. Zhao Gao considerou que tais
funcionários estavam contra ele os destituiu de suas posições na corte.
42/182
mortes não naturais não foi em 1966, quando as Guardas Vermelhas exerciam
controle sobre a maioria das organizações do governo, nem em 1967 quando os
rebeldes lutaram com armas contra vários grupos, mas sim em 1968, quando
Mao recuperou o controle do país através do estabelecimento de “distintos
níveis de comitês revolucionários”. A violência abusiva e as matanças sangrentas
foram feitos em sua maioria por tropas e milícias do governo, e por membros do
PCCh.
43/182
Departamento de Segurança Pública de Daxing (Pequim), foi transmitida uma
mensagem do ministro da Segurança Pública, Xie Fuzhi, segundo a qual dizia
que a polícia local deveria assessorar as Guardas Vermelhas nas inspeções de
lugares e no fornecimento de informações sobre as “cinco classes pretas”
(proprietários de terra, agricultores ricos, reacionários, maus elementos e
direitistas), ajudá-los na invasão de casas.
44/182
Estes casos mostram claramente que os extermínios de pessoas durante a
Revolução Cultural ocorreram por incitamento e instrução direta dos líderes do
PCCh, os quais fomentaram e utilizaram a violência para perseguir e exterminar
pessoas. Os assassinos que dirigiram e levaram adiante esses crimes cruéis
foram, em sua maioria, policiais, comandantes e membros chaves do PCCh e da
Liga da Juventude.
45/182
VII. A Reforma e a Abertura Econômica: a violência aumenta com o tempo.
O coração cruel do PCCh, sua natureza traiçoeira, suas ações perversas e sua
capacidade de arruinar o país não param de crescer. Durante o Massacre da
Praça Celestial em 1989, o Partido mobilizou tropas e tanques para matar
estudantes que faziam protestos nessa praça. A cruel perseguição contra os
praticantes de Falun Gong39 constituiu algo ainda mais cruel. Em outubro de
2004, para confiscar terras de camponeses, o governo local da cidade de Yuli,
na província de Shaanxi, mobilizou 1.600 policiais e prendeu e fuzilou mais de
50 camponeses. O poder do governo chinês ainda segue firme a ideologia da
luta armada e a violência do PCCh. A única diferença em relação ao passado, é
que agora o Partido possui mais capacidade e recursos para enganar.
39
N.T.: Uma prática de meditação baseada nos princípios: Verdade, Benevolência e
Tolerância. Surgida em 1992, em 1999, já contava com mais de 100 milhões de
praticantes. Falun Gong é mais conhecido no ocidente como Falun Dafa.
46/182
Nos últimos cinco anos, o governo destinou 1/4 dos recursos econômicos da
nação para manter a perseguição contra Falun Gong. Os habitantes40 tiveram
que passar por um teste: todos aqueles que não negavam praticar Falun Gong
ou que se recusavam a abandoná-lo, perderam seus empregos e muitos foram
condenados a realizar trabalhos forçados. Os praticantes de Falun Gong não
violaram nenhuma lei, nunca traíram o país nem se opuseram ao governo;
somente acreditam em “Verdade, Benevolência e Tolerância”. Entretanto,
centenas de milhares de eles foram presos. Além disso, o PCCh impôs total
bloqueio às informações e aos fatos. Segundo informações confirmadas pelos
familiares, sabe-se que mais de 1.100 praticantes foram torturadas até a morte.
O número real de mortes é ainda muito maior.
47/182
bom juízo. “Conhecimento” se refere ao entendimento cabal da informação;
“juízo” se refere à capacidade de saber analisar, pesquisar, criticar e rever o
conhecimento – um processo de desenvolvimento do espírito crítico. Aqueles
que possuem conhecimento sem a capacidade de julgamento, são chamados
“ratos de bibliotecas”, não são verdadeiros intelectuais com consciência social.
Na China, historicamente sempre se respeitou muito os intelectuais com
capacidade de julgamento, entretanto, sob o controle do PCCh, o país está cheio
de eruditos que carecem de espírito crítico nem ousam exercê-lo.
Nas escolas chinesas, o objetivo é ensinar os estudantes a não fazer nada que o
Partido não mande. Nos últimos anos, as escolas começaram a ensinar, com
livros unificados, a política e história do PCCh. Os professores não acreditam no
conteúdo desses livros, porém são obrigados pelo Partido a ensinar isso; não é
levado em conta aquilo que os professores pensam. Os alunos também não
acreditam naquilo que está nesses livros nem no que dizem seus professores,
porém precisam aprendê-lo para passarem nas provas. Recentemente foram
incluídas perguntas sobre Falun Gong nos exames para ingressar nas escolas e
universidades mais concorridas. Aqueles alunos que não recitarem as “repostas
padrão”, não conseguem entrar nas melhores escolas e universidades. Se um
estudante se atrever a dizer a verdade, será expulso da escola e perderá a
oportunidade de acesso a educação formal.
Em 2004, a Central de Notícias da China analisou uma pesquisa feita pela China
Sina Net, cujo resultado mostrou que 82,6% dos jovens chineses estão de acordo
com os abusos, durante uma guerra, contras mulheres, crianças e prisioneiros.
Este dado é uma surpresa muito desagradável, porém reflete a atual
mentalidade do povo chinês, em especial das gerações mais jovens, para as
quais faltam os conceitos tradicionais de governar com benevolência e de
reconhecer como universal a condição humana.
48/182
Recentemente, para promover a Lei de Proteção Florestal, o órgão de proteção
florestal deu ordens a todos os seus departamentos para afixar certo número de
cartazes. Não alcançar a quantidade estipulada de cartazes era considerado não
cumprir essa tarefa. Assim, esses departamentos afixaram grande número de
cartazes com o slogan: “É proibido incendiar as montanhas. Quem o fizer será
preso”. Em um escritório de administração de controle de natalidade era possível
ver slogans mais intimidadores ainda: “Se uma mulher violar a lei de controle de
natalidade, toda a vila será esterilizada”, “É preferível uma tumba a outro bebê”
ou “Se ele não fizer vasectomia terá sua casa demolida; se ela não abortar,
confiscaremos suas vacas e terras”. Havia até slogans que violavam os direitos
humanos e a Constituição, como: “Amanhã dormirá na prisão todo aquele que
não pagar hoje os impostos”.
A arma mais eficaz do PCCh para manter seu regime tirânico é seu sistema de
controle. Com alto poder de organização, o Partido impõe uma mentalidade de
obediência a cada um de seus cidadãos. Não importa se o Partido contradiz ou
muda constantemente sua política, o que importa é organizar uma maneira de
estar acima dos direitos humanos básicos das pessoas. Os tentáculos do
governo estão por todas as partes. Seja nas áreas rurais ou urbanas, os cidadãos
são governados pelos comitês de rua ou município. Até pouco tempo atrás, se
casar, se divorciar ou ter um filho exigia a provação do Partido. A ideologia do
Partido, sua forma de pensar, se organizar e estruturar, e seus mecanismos de
propaganda e administração servem somente a fins ditatoriais. O Partido
procura, através de seu sistema de governo, controlar a forma de pensar e agir
das pessoas.
O controle brutal do PCCh sobre o povo não se limita à tortura física. O Partido
faz as pessoas perderem a capacidade de pensar de maneira independente e as
convertem em covardes que só buscam proteção e que não se atrevem a se
expressarem. O objetivo do regime é fazer uma lavagem cerebral no povo para
que pensem e falam o Partido quer, para que, assim, possa levar adiante suas
metas.
Um ditado popular diz: “A política do PCCh é como a lua, muda a cada quinze
dias”. Não importa a freqüência com que o PCCh muda suas políticas, todos
devem segui-la ao pé da letra. Quando você é usado como meio para atacar os
outros, você deve agradecer o Partido por valorizar sua força; quando você é
atacado, você deve agradecer o Partido por “lhe ter ensinado uma lição”; quando
você é equivocadamente descriminado e logo depois o Partido corrigi isso, você
deve agradecer a generosidade do PCCh, sua abertura e capacidade de corrigir
seus erros. O PCCh impõe sua tirania mediante ciclos contínuos de repressão e
reconsiderações.
49/182
Depois de 55 anos de ditadura, o PCCh conseguiu aprisionar a mente da nação e
colocá-la dentro dos limites permitidos por ele. Se alguém pensar além desses
limites estabelecidos, estará cometendo um crime. Depois de repetidas lutas, a
estupidez é considerada sabedoria e a covardia se tornou o único caminho para
quem quer sobreviver nesse regime. Numa sociedade moderna onde a Internet é
o meio de informação mais importante, o PCCh pede ao povo chinês que se
autocontrole e não leiam notícias estrangeiras nem pesquisem websites com as
palavras “direitos humanos” ou “democracia”.
As campanhas do PCCh para lavar o cérebro das pessoas, apesar de serem tão
absurdas, brutais e desprezíveis, são encontradas por todo lugar. O governo
comunista destorceu os valores morais e os princípios da sociedade chinesa e
reescreveu os padrões de conduta e modo de vida do povo chinês. Recorre à
tortura física e mental para fortalecer sua autoridade absoluta e com a qual
governa a China, assim como impõe a “religião do PCCh” que a tudo abarca.
Conclusão.
Por que o PCCh tem que lutar, dia após dia, para manter seu poder? Por que o
PCCh acredita que enquanto existir vida, haverá lutas? Para atingir os seus
objetivos, o PCCh não hesita em matar pessoas ou destruir o meio ambiente; o
PCCh não se preocupa com os habitantes rurais que vivem na miséria nem com
muitos outras nas mesmas condições que vivem nas cidades.
Será que é por causa da ideologia comunista que o PCCh sustenta uma luta sem
fim? A resposta é NÃO. Um dos princípios comunistas é eliminar toda
propriedade privada, algo que o PCCh tentou fazer quando subiu ao poder. O
PCCh considerava a propriedade privada como a raiz de todo o mal. Entretanto,
logo que a reforma econômica foi implantada nos anos 80, voltou a permitir a
propriedade privada na China, inclusive sob o amparo legal da Constituição. Se
perfurarmos a mascará de hipocrisia do PCCh, veremos claramente que, nos 55
anos de seu regime, ele somente encenou a redistribuição da propriedade.
Depois de vários ciclos de distribuição, o PCCh simplesmente converteu o capital
dos demais em sua própria propriedade.
Então, o objetivo dessa longa luta foi para manter os membros do PCCh livres da
corrupção? NÃO! Depois de 55 anos de governo, a corrupção, o desvio de
verbas, a conduta ilegal e os atos que prejudicaram o país e ao povo, são uma
constante entre os funcionários do PCCh. Nos últimos anos, dos 20 milhões de
funcionários do Partido, 8 milhões foram julgados e punidos por delitos de
corrupção. Todos os anos, cerca de 8 milhões de pessoas se queixam às
autoridades sobre funcionários corruptos que não investigados. De janeiro a
setembro de 2004, o Departamento de Comércio Exterior da China investigou
casos de cambio ilegal de divisas em 35 bancos e 41 companhias, e encontrou
que US$ 120 milhões foram de transações ilegais. Segundo estatísticas dos
últimos anos, mais de 4.000 funcionários do PCCh fugiram do país com dinheiro
desviado e que soma centenas de milhões de dólares.
50/182
Então, essas lutas foram para melhorar a educação e o nível de consciência do
povo para que este se interesse pelos assuntos nacionais? A resposta é outro
categórico NÃO! Na China atual, a busca por ganhos matérias é feroz, o coração
das pessoas carece da tradicional virtude e honestidade. Tornou-se comum as
pessoas enganarem seus familiares e se aproveitarem de amigos. Muitos
chineses não querem saber nada sobre questões importantes como as ligadas
aos direitos humanos ou à perseguição a Falun Gong, e se sabem, preferem se
manter caladas. Esconder os próprios pensamentos e calar-se diante da verdade
se tornou um hábito essencial para se sobreviver na China. Por outro lado, o
PCCh estimula o sentimento nacionalista do povo em ocasiões específicas. Por
exemplo, o governo organizou manifestações para que o povo chinês jogasse
pedras na embaixada dos Estados Unidos e queimasse sua bandeira. O povo
chinês é tratado como uma massa obediente ou usado como força a serviço da
violência, mas nunca como cidadãos com direitos humanos. O cultivo cultural é
a base para elevar a consciência das pessoas. Nos milhares de anos da história
chinesa, os princípios morais de Confúcio e Mencius serviam para estabelecer as
bases do comportamento e da ordem social. “Se os princípios morais forem
abandonados, as pessoas deixarão de ter leis para guiá-las e para que possam
distinguir entre o bem e o mal. Assim, elas perderão o rumo... o Tao (o
Caminho) será destruído41”.
Há pessoas que temem que o país vire um caos se o PCCh cair. Preocupam-se
com quem ocupará o lugar do PCCh no governo da China. Nos últimos 5.000
anos de história chinesa, os 55 anos do PCCh são como uma nuvem passageira.
De qualquer forma, e por infelicidade, durante este curto lapso histórico, o PCCh
acabou com as crenças e os valores tradicionais chineses; acabou com as
estruturas sociais e os princípios morais; converteu consideração e amor entre
os seres humanos em luta e ódio, transformou reverência ao Céu, à Terra e à
natureza na arrogante crença de que “o ser humano deve vencer o Céu”. Esta
contínua destruição provocou um colapso nos sistemas sociais, morais e
ecológicos. Deixou a nação chinesa em profunda crise.
51/182
nessas dinastias resultou do fato de seus líderes terem tomado “o caminho do
Tao celestial”, “seguido a doutrina do justo meio” e “buscado a paz e a
estabilidade”. A marca de um líder bondoso consiste em fazer uso de pessoas
virtuosas e capazes, em respeitar as diferenças de opiniões, em promover a
justiça e a paz, e em dar às pessoas o que elas necessitam. Desta maneira, os
cidadãos obedecerão as leis, manterão o decoro, viverão felizes e trabalharão de
forma eficiente.
Olhando para o mundo, sempre perguntamos o que faz uma nação prosperar ou
desaparecer; sabemos que há motivos para o florescimento e o declínio de uma
nação. Quando o PCCh deixar o poder, quando ele se for, retornará a esperança
de que a paz e a harmonia voltem à China. As pessoas voltarão a ser honestas e
sinceras, bondosas, modestas e tolerantes; o país cuidará das necessidades
básicas de seu povo e todas as profissões gerarão prosperidade.
52/182
Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês (PCCh).
53/182
Introdução
Nos últimos cem anos, a repentina invasão do espectro comunista criou uma
força que se opõe à natureza e a humanidade, e que trouxe consigo sofrimento
e agonia sem limites. Esse espectro empurra a humanidade para a nulidade;
comete todo tipo de atrocidades que violam o Tao, que se opõe aos Céus e a
Terra. Desta forma, se tornou uma força negativa que se opõe ao universo.
“Os humanos seguem a Terra, a Terra segue os Céus, os Céus seguem o Tao42, e
o Tao segue conforme sua própria Natureza”. Desde a antiguidade, os chineses
acreditam viver em obediência e harmonia com os Céus. A humanidade está
integrada com os Céus e a Terra, existe em mútua dependência com estes. O
Tao do universo não muda. O universo segue o Tao de uma maneira natural. A
Terra segue as mudanças dos Céus para, assim, termos as quatro estações. Ao
seguir as leis naturais dos Céus e da Terra, a humanidade desfrutará de vida
harmoniosa e cheia de bênçãos. Isto está refletido na seguinte expressão:
“correspondência com os fenômenos celestiais, situação favorável na Terra e
harmonia entre as pessoas43”. Segundo o pensamento chinês, a astronomia, a
geografia, o calendário, a medicina, a literatura e até as estruturas sociais, tudo
segue este princípio.
Entretanto, o Partido Comunista, com sua ideologia de lutar, traz a idéia de que
“o homem se coloque contra o natural”, numa postura que opõe aos Céus, a
Terra e a natureza. Mao Tsé-tung disse: “Há infinita alegria em lutar contra os
Céus; há infinita alegria em lutar contra a Terra; há infinita alegria nas lutas da
humanidade”. Talvez o Partido Comunista sinta realmente prazer com estas
lutas, porém o povo é quem paga isso com terríveis sofrimentos.
42
Tao (Caminho), leis e princípios do universo.
43
Do Livro de Mencius.
54/182
I. Lutar contra o ser humano e destruir a natureza humana
Desde tempos antigos, o homem acredita que a recompensa vem pelo esforço, e
que é através do trabalho sacrificado que se prospera. As pessoas tendem a
menosprezar a indolência; consideram imoral ganhar sem esforços. Entretanto,
quando, como praga, o comunismo se instalou na China, a escória social e os
baderneiros foram encorajados a repartirem entre si as terras alheias, a roubar
propriedade privadas, a tiranizar homens e mulheres – tudo isto feito em nome
da justiça.
Todo mundo sabe que é bom respeitar as pessoas mais idosas e cuidar dos
jovens, que desrespeitar os idosos e professores é algo ruim. A tradicional
educação confucionista se dividia em duas partes: a educação “Xiao Xue”, que se
destinava aos menores de 15 anos e enfatizava os aspectos: higiene pessoal,
comportamento social, modo de se expressar, etc. Por sua vez, a educação “Da
Xue” enfatizava o ensinamento da virtude e transmitia o Tao. Durante as
campanhas feitas pelo PCCh visando criticar os ensinamentos de Lin Biao46 e
44
Karl Marx, “Contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel”.
45
Leon Trotski (1879-1940), teórico comunista russo; historiador, líder militar e
fundador do Exército Vermelho russo. Foi assassinado no México pelos agentes de
Stalin, em 22 de agosto de 1940.
46
Lin Biao (1907-1971), um dos primeiros líderes do PCC. Sob o comando de Mao Tsé-
tung, foi membro do Politburo, vice-presidente (1958) e ministro de Defesa (1959). Foi
considerado o arquiteto da Revolução Cultural chinesa. Foi designado sucessor de Mao
55/182
Confúcio, o PCCh acabou com todos os valores morais que poderiam ser
herdados pelas futuras gerações de jovens.
Um antigo provérbio chinês diz: “Um dia com meu professor, e eu irei respeitá-
lo para sempre como um pai”.
Logo após a vitória dos comunistas no Camboja, em 1975, Pol Pot começou a
lançar as bases de seu socialismo moderno: “o paraíso na sociedade humana”,
uma sociedade sem classes sociais, sem diferenças entre o urbano e o rural,
em 1966, porém perdeu o apoio em 1970. Sentindo sua queda, Lin, segundo fontes
oficiais, tentou um escapar para a União Soviética, quando percebeu que o golpe havia
sido descoberto. Morreu em seu vôo de fuga para Mongólia quando seu avião
explodiu.
56/182
sem moeda ou transações comerciais. Nesse “paraíso”, as famílias foram
substituídas por equipes de trabalho masculinas e femininas. As pessoas foram
forçadas a trabalhar e comer juntos, e a usarem o mesmo uniforme preto que os
revolucionários e soldados usavam. Marido e mulher só podiam se encontrar
uma vez por semana e se autorizados.
O Partido Comunista declara não temer nem os Céus nem a Terra, e busca de
forma presunçosa mudar princípios dos Céus e da Terra. Uma demonstração
total de desprezo pelos elementos e forças do universo. Quando estudava em
Hunan. Mao Tsé-tung disse:
A afeição é uma emoção humana natural. A afeição entre casais, pais e filhos,
amigos -na sociedade em geral- é algo normal. Através de campanhas políticas
de todo tipo, o PCCh transformou o homem em lobo, ou talvez em algo ainda
mais cruel. Há o seguinte ditado antigo: “Até mesmo animais ferozes como o
tigre, não comem suas crias. Porém, sob o regime do PCCh, se tornou comum
que país e filhos, marido e mulher, denunciem um ao outro, ou que relações
familiares fossem simplesmente rompidas”.
57/182
A maldade que transcende a lei de mútua geração e inibição.
Tomemos por exemplo o caso do general Peng Dehui47. Mao Tsé-tung era de
origem camponesa e, portanto, sabia que Peng tinha razão quando dizia que era
humanamente impossível produzir 130.000 jins de grãos por mus48. Mao
também sabia que Peng, ao dizer isso, não tinha intenção de tirá-lo do poder,
além disso, ele havia salvado a vida de Mao em várias ocasiões, como, por
exemplo, quando Peng, com tão somente 20.000 soldados, enfrentou, durante a
guerra PCCh-KMT, 200.000 soldados de Hu Zongnan. Entretanto, quando Peng
discordou dele, Mao explodiu de fúria e jogou no cesto de lixo o poema que ele
havia escrito para Peng: “Quem além do general Peng se atreveria a comandar
tropas montado em seu cavalo e empunhando uma espada!” Mao, apesar da
nobreza daquele que salvou sua vida, estava disposto a matá-lo.
47
Peng Dehuai (1898-1974): general e líder político do comunismo chinês. Peng foi
comandante chefe na Guerra da Coréia, foi vice-ministro do Conselho de Estado,
membro do Politburo e ministro de Defesa entre 1954 e 1959. Foi deposto de suas
funções por discordar das idéias de Mao Tsé-tung, no Plenário de Lushan de 1959.
48
Jin é uma unidade de peso chinesa → 1 jin = 0,5 kg;
Mu é uma unidade de área → 1 mu = 0,165 acres.
58/182
O PCCh prefere matar brutalmente a governar com bondade; persegue seus
próprios membros sem levar em conta o companheirismo ou a lealdade; se
coloca como inimigo da boa fé, mostrando falta de sabedoria; e incita o conflito
e violência entre as pessoas, ao invés de seguir um caminho sábio ao governar a
nação. Em síntese, o PCCh chegou a tal ponto que nem mesmo possui a ética
que há até entre ladrões. O PCCh se opõe à natureza e à humanidade com o
propósito de acabar com a noção de bem e mal, e perverte leis universais. Sua
arrogância desenfreada chegou ao limite e seu destino esta traçado: colapso
total.
4 de julho
Estou começando a sentir a dureza e intensidade da luta de classe no
campo. Como um guarda vermelho do líder Mao, estou preparado para
lutar contra as forças reacionárias, tendo como escudo o pensamento
invencível de Mao Tsé-tung. Estou disposto a tudo, inclusive sacrificar
minha vida. Vou lutar, lutar e lutar o melhor possível para consolidar a
ditadura do proletariado.
19 de julho
Os inimigos de classe daquela equipe de trabalhadores ainda continuam
arrogantes. A juventude instruída veio para o campo justamente para
participar dos três principais movimentos revolucionários no campo.
Primeiro e acima de tudo, a luta de classe. Temos que confiar na classe
pobre e nos camponeses de classe baixa, mobilizar as massas e eliminar
a arrogância do inimigo. Nós, juventude instruída, devemos empunhar a
grande bandeira do pensamento de Mao Tsé-tung, e nunca duvidar da
luta de classe e da ditadura do proletariado.
Jin foi ao campo levado por seu ideal de lutar contra os Céus e a Terra; ele
pensava estar mudando a humanidade. Seu diário mostrava um mente cheia de
“lutas”. Ele estendeu a idéia de “lutar contra os homens” ao combate contra os
Céus e a Terra, e, ao final, perdeu a vida por isso. Jin é um caso típico da
ideologia da luta; ao mesmo tempo se converteu em sua vítima.
59/182
suas leis objetivas. Em seus esforços para mudar a natureza, o partido
Comunista levou o desastre para seus campos de experiências: Rússia e China.
60/182
Embora a arrogância do PCCh e seu desdém pela Terra entristeçam o mundo,
suas atitudes são algo esperado.
Confúcio ainda fala sobre a natureza Kun: “Kun é maleável, porém, firme em seu
movimento. Estável e de natureza justa, por sua constância, é soberana, não
obstante, mantenha e suporte sua natureza. Ela abriga todas as coisas e é hábil
na hora de se transformar. Assim é Kun: sendo dócil, sustenta o Céu e se move
com o tempo”.
O filho de Albert Einstein, Edward, certa vez perguntou a seu pai porque este era
tão famoso. Einstein, apontando para um besouro que caminhava sobre uma
bola de futebol, respondeu: “O besouro não sabe que o caminho que ele
percorre é curvo, mas Einstein sabe”. A resposta de Einstein tem, na realidade,
implicações profundas. Um provérbio chinês possui um significado similar:
“Você não conhece a face verdadeira do monte Lu, justamente porque você está
nele”. Se você quiser entender um sistema, é necessário estar fora dele para
assim poder observá-lo. Entretanto, como as teorias para se observar o espaço-
tempo infinito são finitas, o ser humano nunca chegará a entender a totalidade
do universo. Consequentemente, este será sempre um mistério para a
humanidade.
61/182
“conversão”. Todo aquele que se recusa mudar suas crenças, sua fé, recebe
insultos e, inclusive, é morto.
Uma linha central do comunismo tem sido o ateísmo: a crença de que não há
Buda nem Tao nem vidas passadas, de que não há nada depois da morte nem
retribuição cármica pelos maus atos. Desta forma, o comunismo em diferentes
países tem dito aos pobres e ao lumpenproletariado51 que eles não precisam
temer a Deus, que não precisam dar satisfação aos Céus por aquilo que fazem,
de que estão livres para fazer o que quiserem, já que não há Deus algum a
quem responder. Ao contrario, eles devem ser astutos e usar de violência para
obter bens e vantagens materiais.
51
Lumpenproletariado, conhecidos como “trabalhadores das zonas pobres”. Este termo
se refere aos elementos marginalizados dos centros industriais. Engloba mendigos,
prostitutas, delinqüentes, chantagista, trapaceiros, vagabundos etc. Maus elementos.
O termo foi cunhado por Marx em “As Lutas de Classe na França”, 1848-1850.
62/182
PCCh, entretanto, usurpa o papel de representar a vontade de Deus. Sem
restrições, regras ou leis que não as suas, o PCCh se sente livre para fazer o que
quiser. Consequentemente, ele criou um inferno atrás do outro na Terra.
Engels afirmava que tudo aquilo que ocorreu antes ou durante a Idade Média,
deveria ser julgado pelo tribunal da racionalidade humana. Ao fazer esta
observação, Engels considerava que ele próprio e Marx seriam juízes desse
tribunal. Mijaíl Bakunin, um anarquista amigo de Marx, descrevia Marx desta
maneira: “Marx vê a si como um Deus para o povo. Não aceita a mais ninguém
como Deus a não ser a si próprio. Quer que as pessoas o adorem como um ser
supremo e que lhe rendam homenagens com um ídolo. Se elas não agem assim,
ele as ataca verbalmente ou as perseguia”.
52
Ou Igreja Patriótica Tripla. Exigia que os cristãos chineses rompessem laços com os
cristãos fora da China. Controla todas as igrejas oficiais da China. As igrejas que não
aceitassem isto eram fechadas. Os líderes e seguidores das igrejas independentes são
perseguidos e geralmente sentenciados a pagarem taxas e a prisão.
63/182
Conclusão
Ainda que o PCCh tenha sobrevivido a sucessivas crises mudando sua máscara e
se valendo de estratégias desesperadas, sua queda é evidente para todo o
mundo. Ao deixar cair suas máscaras enganadoras, uma a uma, o PCCh está
revelando sua verdadeira natureza: ambição, brutalidade, falta de vergonha,
malícia; uma natureza que se opõe ao universo. Não obstante, ainda segue
controlando a mente do povo e invertendo a ética humana, o que faz naufragar
a moralidade, a paz e o progresso humano.
O vasto universo carrega com ele a vontade irrefutável dos Céus, também
chamada de vontade divina ou leis da natureza. A humanidade somente terá um
futuro promissor se respeitar a vontade dos Céus, se seguir o curso da natureza,
e se respeitar as leis e princípios do universo e amar a todos os seres que vivem
debaixo dos Céus.
53
John Promfret.
64/182
Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês (PCCh).
Jiang Zemin54 atiçando um cão contra uma criança que está praticando os
exercícios de Falun Gong55. O texto diz:
Epoch Times
54
Ex-secretário geral do PCC e presidente da China até recentemente. Atualmente
detém o controle das forças armadas.
55
Uma prática de meditação baseada nos princípios Verdade-Benevolência-Tolerância.
56
O “Escritório 610” é uma agência especialmente criada para perseguir Falun Gong e
que tem total autonomia e poder sobre cada nível da administração do PCC e sobre
todos os outros níveis legais e judiciais oficiais.
65/182
Introdução
Zhang Fuzhen era uma mulher de 38 anos de idade que trabalhava no Parque
Xianhe, na cidade de Pingdu, província de Shandong, China. Em novembro de
2000, ela foi a Pequim para fazer uma apelação em favor de Falun Gong; após
apresentar sua apelação, Zhang foi seqüestrada pelas autoridades. Segundo
fontes do local onde ela esteve presa, a polícia raspou a sua cabeça, a deixou
nua e depois a torturou e humilhou. Ela ficou, com os membros esticados,
amarrada a uma cama o tempo todo; tinha que urinar e defecar sobre a cama
onde estava. Mais tarde, a polícia injetou nela uma espécie de droga. Depois da
injeção, Zhang sentiu dores imensas e agonizantes; ela sofreu até morrer.
Alguns funcionários do “Escritório 610” testemunharam tudo isso (extraído de
uma reportagem do Minghui, de 31 de maio de 200457).
57
http:www.clearwisdom.net/emh/articles/2004/7/23/50560p.html ou
http:www.clearwisdom.net/emh/articles/2004/6/7/48981p.html
58
http:www.clearwisdom.net/emh/articles/2004/9/25/52796.html
59
http:www.search.minghui.org/emh/articles/2004/7/9/79007.html (em chinês)
66/182
Desde que a China, no final da década de 70, iniciou seu processo de reformas
econômicas, o PCCh vem fazendo grandes esforços para construir uma imagem
positiva e liberal perante a comunidade internacional. Entretanto, a recente
perseguição contra Falun Gong – absurda e sangrenta, e de escala nacional -
permitiu que a comunidade internacional testemunhasse mais uma vez a real
face do PCCh nesta sua maior violação dos direitos humanos. O povo chinês foi
condicionado a atribuir as atrocidades cometidas pelo sistema policial da China,
ao baixo nível de preparo dos policiais e à dureza das leis e, assim, acreditava
que o PCCh havia mudado e que respeitava os direitos humanos. Porém, essa
brutal perseguição a Falun Gong, em todos os níveis da sociedade chinesa,
quebrou essa ilusão. Agora, as pessoas se perguntam como pode ainda ocorrer
algo tão sangrento e absurdo na China moderna. Se a ordem social estava se
recuperando do caos da Revolução Cultural ocorrida 20 anos atrás, por que a
China entrou de novo em um pesadelo semelhante? Por que Falun Gong - que se
baseia nos princípios “Verdade-Benevolência-Tolerância” e que é praticado em
mais de 60 países – só é perseguido na China? Nesta perseguição, qual a
ligação entre Jiang Zemin e o PCCh?
Jiang Zemin carece de integridade moral, não tem qualquer idoneidade. Sem
uma máquina como o PCCh - voltada para a violência; especializada em matar e
enganar - Jiang Zemin nunca teria sido capaz de deflagrar um genocídio de
proporção nacional como é este contra os praticantes de Falun Gong, inclusive
que se estende para fora da China através das suas embaixadas. Da mesma
forma, o PCCh não teria tão facilmente feito algo que dificultaria sua estratégia
de reformas econômicas e a criação das condições para abertura e integração da
China à economia mundial, se não existisse Jiang Zemin: um ditador como
tirânico e capaz de impor sua própria vontade. O conivente apoio mútuo entre
Jiang Zemin e o espectro perverso do PCCh permitiu que a perseguição contra
Falun Gong atingisse um grau de perversidade jamais visto antes. Este apoio
mútuo se assemelha a uma terrível avalanche causada pela ressonância dos
gritos de um alpinista em uma montanha com neve acumula.
Jiang Zemin nasceu no turbulento ano de 1926. Do mesmo modo que o PCCh
tenta esconder muitas coisas de seu passado sangrento, Jiang Zemin esconde do
povo chinês o seu passado como traidor da nação.
Quando Jiang Zemin tinha 17 anos, a guerra mundial contra o fascismo estava
em seu auge. Enquanto os demais jovens chineses defendiam a pátria lutando
nas fronteiras contra o Japão, Jiang Zemin estudava na Universidade Central,
criada pelo regime fantoche de Wang Jinwei, em Nanjing, sob o controle dos
japoneses. Segundo fontes fidedignas, a real razão disso foi que o pai biológico
de Jiang Zemin, Jiang Shijun, era um alto funcionário, a serviço do exército de
ocupação japonesa, no Departamento de Propaganda Anti-China, província de
Jiangsu. Jiang Shijun atuou como um verdadeiro traidor da China.
Em termos de traição e infidelidade, Jiang Zemin e o PCCh são iguais: ambos não
têm qualquer afeição pelo povo chinês; ambos matam chineses inocentes
simplesmente por poder.
Depois que o PCCh saiu vitorioso da guerra civil contra o Kuomintang (Partido
Nacionalista), Jiang ingressou no PCCh para assegurar seus bens pessoais e sua
posição pessoal. Então, para que isto fosse possível, inventou a mentira de que
havia sido adotado e criado por seu tio Jiang Shangqing, um membro do PCCh
desde jovem já morto. Por causa desse falso vinculo familiar, Jiang Zemin, em
67/182
poucos anos, passou de um funcionário de baixo escalão a vice-ministro da
Industrialização Eletrônica. A ascensão de Jiang não se deveu a sua capacidade
profissional e sim a sua capacidade de manipular relações para obter favores e
vantagens pessoais. Quando já era secretário do PCCh na cidade de Shanghai,
Jiang Zemin não poupou esforços para agradar pessoas influentes do PCCh, tais
como Li Xiannian e Chen Yun, os quais, todos os anos, iam a Shanghai para o
Festival da Primavera. Como secretário do PCCh na cidade de Shanghai, certa
vez, Jiang ficou esperando, por varias horas sob forte neve, Li Xiannian para
entregar-lhe pessoalmente um bolo de aniversário.
Jiang Zemin fingiu ser órfão de um mártir do PCCh, quando na realidade, foi o
primogênito de um traidor da China; ele enganou ao “estilo PCCh”. Seu apoio ao
massacre aos estudantes em “4 de Julho de 1989” e a sua forma de repressão
aos movimentos democráticos e às crenças religiosas revelam sua afinidade com
a matança, tão costumeira ao PCCh. Já que o PCCh nasceu como sucursal do
Extremo Oriente da “Internacional Comunista” da Ex-União Soviética, Jiang deu
terras chinesas a aquele país, mostrando-se um especialista na traição, tão
familiar ao PCCh.
68/182
diferente do comunismo, não é? Neste caso, como ainda o PCCh poderia manter
os ingredientes sociais essenciais à sua própria sobrevivência?
No início, as pessoas consideravam Falun Gong como apenas mais uma prática
de qigong60, como algo especialmente benéfico e eficaz para a cura de doenças
e fortalecimento da saúde. Mas, com o tempo, as pessoas descobriram que a
essência e o alcance de Falun Gong ia muito além dos 5 exercícios ensinados
pela prática; as pessoas logo perceberam que a essência de Falun Gong está em
ensinar as pessoas a se tornarem melhores pessoas e cidadãos, em ensinar
princípios elevados: Verdade, Benevolência e Tolerância.
Falun Gong ensina “Benevolência”: pensar primeiro nos outros e fazer o bem em
todas as circunstâncias. O PCCh tem como sua essência ideológica: a “luta”;
sempre fez uso a brutalidade. O modelo de herói do PCCh, Lei Feng, disse certa
vez: “Devemos tratar os nossos inimigos sem qualquer piedade, com a frieza do
inverno”. Na realidade, o PCCh trata não somente seus inimigos desta forma, ele
dá esse mesmo tratamento a seus membros. Os fundadores do PCCh - seus
mais elevados oficiais e comandantes -, inclusive um presidente do país, foram
vítimas de interrogatórios impiedosos, brutalmente surrados e torturados pelo
seu próprio Partido. O massacre dos assim chamados “inimigos de classe” foi
tão brutal que é algo de arrepiar os cabelos. Se a “Benevolência” reinasse na
sociedade, ações sem “sustentação moral”, como as do PCCh, jamais seriam
possíveis.
60
Assim como o Tai-chi, qigong é um conjunto de práticas voltadas para o bem-estar
físico e mental. Reconhecidamente para a autocura e o fortalecimento da saúde.
69/182
A luta foi o meio escolhido pelo PCCh para obter o poder e sobreviver. O PCCh
fez campanha após campanha para eliminar determinados grupos de pessoas;
isto sempre “alimentou o espírito de luta revolucionária”. Este processo cíclico
de violência, apoiado em mentiras, serve para alimentar, fortalecer e renovar o
medo do povo pelo PCCh para que, assim, este possa se perpetuar no poder.
As pessoas com crenças retas não têm medo. Entretanto, o PCCh se apóia no
medo das pessoas para se manter no poder.
A propaganda ateísta é para fazer com que as pessoas acreditem que não há
nada acima da Terra – que não há Céu ou inferno. Em outras palavras, a não ser
ao próprio homem, não temos nada que temer ou responder pelos nossos atos.
Isto faz com que as pessoas não ouçam as restrições morais da própria
consciência; faz com que elas tomem os objetivos e interesses materiais como
realidade última deste mundo. Desta maneira, as fraquezas da natureza humana
podem ser usadas e manipuladas; com a intimidação e a tentação, é possível
controlar o povo. Contudo, aqueles com crenças retas podem ver além da vida e
da morte e não vivem reféns das ilusões do mundo. Tentações ou ameaças não
corrompem ou intimidam estas pessoas. E isto mina e frustra os esforços do
PCCh para manipular as pessoas.
61
Em 1192, Deng Xiaoping saiu de um semi-isolamento e viajou para Shenzhen, ao sul
da China e próximo de Hong Kong, para dar palestras e divulgar uma economia
socialista de mercado para a China. A viagem de Deng foi muito importante por ter
promovido a reforma da economia da China (após o Massacre de 4 de Junho de 1989
na Praça Tiananmen).
70/182
povo acredita que mais da metade dos funcionários de médios e altos postos do
governo são corruptos.
Falun Gong se difundiu de pessoa para pessoa, de coração para coração. Sua
forma de existir é livre e informal: as pessoas praticam Falun Gong por livre
escolha pessoal; qualquer um pode entrar ou sair da prática quando quiser. Ao
contrário, as atividades sociais dos membros do rígido PCCh, que ocorrem uma
vez por semana na maioria das sedes do PCCh, só existem na fachada. Poucos
membros do PCCh ainda acreditam ou concordam com a ideologia do Partido.
Diferentemente, os praticantes de Falun Gong praticam ativa e sinceramente os
princípios “Verdade, Benevolência e Tolerância”. Devido ao poderoso efeito de
Falun Gong de melhorar a saúde física e mental das pessoas, o número de seus
praticantes cresceu exponencialmente. Seus praticantes estudam os livros do
seu fundador, Li Hongzhi, e divulgavam Falun Gong de forma espontânea e sem
fazer proselitismo. Em apenas 7 anos, o número de estudantes de Falun Gong
passou de zero para mais de 100 milhões. Nesses anos, era possível ouvir, todas
as manhãs, em quase todos os parques da China, as músicas que acompanham
as práticas dos exercícios de Falun Gong.
O PCCh fala que Falun Gong “compete” pelas massas com o PCCh e que é uma
“religião”. Na verdade, o que Falun Gong leva para o povo é uma cultura, uma
proposta de vida. Trata-se de uma cultura com profundas raízes nas tradições
chinesas que o povo chinês havia perdido faz muito tempo. Jiang Zemin e o
PCCh temiam Falun Gong porque sabiam que se o povo chinês escolhesse viver
de acordo com a tradicional moralidade, nenhuma força poderia impedir que
Falun Gong se espalhasse rapidamente. As crenças tradicionais chinesas foram
adulteradas ou eliminadas pelo PCCh nas últimas décadas. Falun Gong poderia
ser uma abertura na histórica da China para que o povo pudesse voltar às suas
tradições verdadeiras; uma alternativa para o povo chinês depois de tantas
tribulações e misérias. Se fosse dada a possibilidade do povo escolher, ele
certamente saberia distinguir entre certo e o errado, e, certamente, escolheria
Falun Gong. Isto seria justamente negar e abandonar as propostas do Partido
Comunista. Seria um golpe mortal no Partido Comunista Chinês. Sendo assim,
quando o número de praticantes de Falun Gong ultrapassou o de membros do
PCCh, é fácil imaginar o tamanho do terror e da inveja do PCCh.
71/182
O Partido Comunista considera o teísmo de Falun Gong como uma ameaça à
legitimação do regime comunista.
Jiang Zemin começou sua carreira mentindo sobre seu próprio passado, por isso
ele teme a “Verdade”. Mediante repressão do povo, Jiang rapidamente obteve o
poder, portanto, é natural para que ele não agir com “Benevolência”. Conservou
seu poder através de intrigas e lutas políticas dentro do Partido, e, portanto,
também não entende o que é “Tolerância”.
Diz-se que Mao Tsé-tung é autor dos “Quatro volumes de escrituras profundas
e cheias de poder”; e que Deng Xiaoping é autor das “Obras selecionadas de
Deng Xiaoping”, que inclui a “teoria do gato64” – seu desejo de uma ideologia
pragmática. Jiang Zemin espremeu seu cérebro, porém, só conseguiu produzir
três frases (cujo autor verdadeiro é Wang Huning), embora ele afirme ser o
responsável dos “Três Representantes”. Os escritos de Jiang foram publicados
em um livro distribuído pelo PCCh para todos os órgãos de governo – só foi
62
Descobertas em 1973, as Ruínas Culturais de Hemudu, 7.000 anos de antiguidade, se
encontra entre os importantes achados arqueológicos na China.
63
Ex-presidente do Congresso Popular Nacional chinês.
64
Deng disse: “Gato preto ou branco, não importa, ele é um bom gato se caçar ratos”,
querendo dizer que o objetivo das reformas econômicas era trazer prosperidade para o
povo, independentemente se tivesse um viés socialista ou capitalista.
72/182
vendido porque as pessoas eram constrangidas a comprá-los. Como todos, os
membros do PCCh não sentem respeito por Jiang Zemin. Espalharam boates de
sua relação com uma cantora e episódios vergonhosos como quando cantou “O
sole mio” em uma viagem ao exterior, ou quando se penteou diante do Rei da
Espanha. Quando o fundador de Falun Gong, Li Hongzhi, um cidadão comum,
dava uma conferência, o auditório lotava de professores, especialistas e
universitários chineses que estudavam no exterior. Muitas pessoas com
doutorado e outros títulos viajavam milhares de quilômetros para escutar seus
ensinamentos. O Sr. Li falava com erudição durante várias horas, sem recorrer a
anotações ou outros recursos. Mais tarde, as palestras foram transcritas, das
gravações das palestras, na forma acabada de livro. Tudo isto era insuportável
para Jiang Zemin, um ser vaidoso, invejoso e mesquinho.
Jiang Zemin viveu uma vida de ambição, luxo e corrupção. Gastou cerca de US$
110 milhões em um luxuoso avião para seu uso pessoal. Frequentemente usava
dinheiro (dezenas de milhares de milhões) de fundos públicos para uso nos
negócios de seus filhos. Usou de despotismo ao colocar seus parentes e
protegidos nos mais altos postos do governo, e tomou medidas extremas para
encobrir a corrupção e os crimes de seus aliados. Por todas estas razões, Jiang
tem medo do poder moral de Falun Gong e de que, como ensina Falun Gong,
seja verdade que as pessoas recebem a correspondente retribuição pelo bem ou
mal que fazem.
Embora Jiang tenha em suas mãos o poder e controle do PCCh, dada a sua falta
de talento político e pessoal, ele sempre teme perder o poder como resultado de
disputas internas do PCCh. É muito sensível com relação à sua posição no centro
do poder. Para eliminar qualquer oposição, Jiang maquinou um complô que
eliminou seus inimigos políticos: Yang Shangkun e, o irmão deste, Yang Baibing.
No 15º e 16º Congresso Nacional do Comitê do Partido Comunista (CPC),
realizados respectivamente em 1997 e 2002, Jiang obrigou seus opositores a se
aposentarem de seus cargos. Por outro lado, ignorando as normas, ele não fez o
mesmo e se agarrou desesperadamente ao poder.
65
Uma intelectual chinesa que o PCC torturou até a morte por dizer a verdade durante
a Revolução Cultural.
73/182
III. Jiang Zemin e o PCCh conspiram conjuntamente.
Jiang Zemin é conhecido por ostentar seu poder e por suas trapaças políticas;
também por sua incompetência e ignorância. Embora ele quisesse eliminar Falun
Gong, ele não pode fazer isto porque Falun Gong estava muito ligado à
tradicional cultura chinesa e havia se tornado tão popular a ponto de ter ampla
base social. Entretanto, a máquina de violência do PCCh, aperfeiçoada ao longo
de incontáveis campanhas de extermínio, estava em pleno funcionamento e
também desejava eliminar Falun Gong. Então, do mesmo modo que o vento
alimenta o fogo, Jiang Zemin aproveitou sua posição como secretário geral do
PCCh e pessoalmente deu inicio a uma perseguição contra Falun Gong. Jiang e o
PCCh conspiraram e se apoiaram mutuamente nessa perseguição; foi como o
grito de um alpinista que causa uma avalanche de neve numa montanha.
Antes mesmo que Jiang desse a ordem oficial para perseguir Falun Gong, o PCCh
já havia começado a perseguir, espionar, investigar e fabricar acusações contra
Falun Gong. O espectro perverso do comunismo instintivamente se sentiu
ameaçado pela “Verdade-Benevolência-Tolerância”, isto sem mencionar a
rapidez sem precedentes com que Falun Gong se expandiu.
Não havia espaço ou clima para atacar diretamente Falun Gong; a prática
desfrutava de excelente reputação e tinha amplo apoio na China. Desta forma,
para que o PCCh pudesse iniciar a repressão a Falun Gong, ele necessitava ter a
pessoa certa para acionar os mecanismos de extermínio do PCCh. Assim, era
decisiva a forma como a cúpula do PCCh conduziria o assunto. Como qualquer
indivíduo, os líderes do PCCh poderiam escolher dar ouvido ao lado bom ou ao
lado mal da natureza humana. Se escolhesse o bom, poderia conter a natureza
perversa do Partido; se não, a natureza perversa do PCCh seria liberada e se
manifestaria em sua totalidade.
74/182
de 20 anos de estabilidade”. Os 20 anos de estabilidade, na realidade, eram
mais 20 anos de regime do PCCh. Esta idéia se ajusta ao objetivo do PCCh: ser
uma ditadura. Assim, a idéia foi aceita.
Com respeito à questão Falun Gong, dos sete membros do Comitê Permanente
do Politburo do Comitê Central do PCCh, somente Jiang Zemin insistiu na
repressão. A alegação persuasiva que Jiang Zemin utilizou foi que a questão
estava intimamente ligada “à sobrevivência do PCCh e do país”. Isto tocou o
nervo mais sensível do PCCh e despertou sua tendência para a luta. A intenção
de Jiang Zemin era ampliar seu poder pessoal e a do PCCh era manter sua
ditadura. Ambas as intenções convergiram e se reforçaram mutuamente.
Se, nessa ocasião, se o secretário geral do PCCh não fosse Jiang Zemin, é bem
possível que a perseguição a Falun Gong não tivesse ocorrido. Neste aspecto
podemos dizer que o PCCh utilizou Jiang Zemin. Por outro lado, se o PCCh não
tivesse uma predisposição para cometer crimes sangrentos devido a sua
natureza imoral, criminosa e selvagem, ele não teria visto a Falun Gong como
uma ameaça.
IV. Como Jiang Zemin utiliza o PCCh para perseguir Falun Gong.
75/182
Na conferência do Comitê Central onde Jiang Zemin ordenou a eliminação de
Falun Gong, ele declarou: “Não posso acreditar que o PCCh não possa derrotar a
Falun Gong”. A estratégia de eliminação de Falun Gong estabelece três linhas de
ação: “acabar com a reputação de Falun Gong, arruinar financeiramente os
praticantes, e destruí-los fisicamente”. O que se seguiu foi uma campanha de
extermínio.
A tarefa de “acabar com a reputação de Falun Gong” foi levada adiante através
dos meios de comunicação, este sob o total controle do PCCh. Em 22 de julho
de 1999, no terceiro dia de detenção de praticantes de Falun Gong ao longo do
país, os meios de comunicação fizeram ampla propaganda contra Falun Gong.
Por exemplo, durante o último semestre de 1999, a Televisão Central da China
(CCTV), de Pequim, destinou 7 horas diárias para colocar no ar mentiras sobre
Falun Gong. Estes programas começavam por destorcer e descontextualizar
trechos de palestras de Li Hongzhi, fundador de Falun Gong, e, em seguida, para
impressionar e chocar, falavam de relatos de supostos praticantes que se
suicidaram ou morreram por recusar tratamento médico. Eles faziam tudo o que
puderam para difamar e incriminar Falun Gong e seu fundador.
76/182
Gong de “seita perversa” numa tentativa de “acabar com a reputação de Falun
Gong”.
Nenhuma mentira pode sobreviver à luz do dia. Ao mesmo tempo em que fazia
circular calunias e inventava mentiras, o PCCh empregava todo o seu poderio
para impedir e censurar a veiculação de informações verdadeiras. Sem medir
esforço, escondeu dos chineses todas as notícias estrangeiras que falavam sobre
Falun Gong, assim como qualquer fato em defesa de seus praticantes. Foram
recolhidos, destruídos, queimados e proibidos todos os livros de Falun Gong, a
maior prova em defesa de uma prática cuja essência é os princípios: “Verdade-
Benevolência-Tolerância”. Foram tomadas medidas extremas para impedir que a
mídia estrangeira pudesse entrevistar ou tomar depoimentos de praticante de
Falun Gong na China; jornalistas foram deportados da China, e exercida
influência diplomática e comercial sobre agências estrangeiras.
77/182
explicassem o porquê das multas, isto porque não havia qualquer sustentação
legal para isto.
78/182
Outra desumana forma comum de tortura são os chamados “tratamentos
psiquiátricos”. Praticantes de Falun Gong, perfeitamente saudáveis física e
mentalmente, são, sem quaisquer direitos de defesa, trancafiados em clínicas
psiquiátricas onde são submetidos a drogas injetáveis que destroem o sistema
nervoso central da pessoa. Como resultado, alguns têm paralisia parcial ou
total. Outros ficam completamente cegos ou surdos ou sofrem a destruição de
músculos e órgãos internos. Outros perdem a memória total ou parcialmente, ou
ficam retardados mentalmente. Outros morrem imediatamente sob a ação
dessas drogas.
79/182
populares, eles recebem como resposta que todas as decisões são tomadas pelo
Escritório 610.
Sem dúvida, o Escritório 610 existe sem uma base legal. Quando dá ordens a
todos os órgãos sob o comando do PCCh, geralmente o faz sem mandatos ou
notificações escritas; tudo é feito de forma oral. Além disso, está estabelecido
que quem quer que seja que receba essas ordens não tem permissão para
registrá-las em áudio ou vídeo, nem mesmo na forma de uma simples nota.
O Partido controla totalmente as forças armadas, uma situação que lhe permite
fazer o que quiser e como quiser sem temer represálias. Durante julho e agosto
de 1999, na perseguição a Falun Gong, Jiang Zemin, além de utilizar a polícia
civil e a polícia militar, também fez uso das forças armadas, contra centenas de
milhares de cidadãos de todo o país, talvez milhões de pessoas, que marcharam
pacificamente a Pequim para apelar por Falun Gong. Todos os acessos e vias
públicas principais para Pequim foram ocupados por um enorme contingente de
soldados armados. Estes cooperaram com a polícia para interceptar e prender
aqueles que iam fazer um apelo. Com o uso das forças armadas, Jiang Zemin
abriu o caminho para uma perseguição sangrenta.
Não se sabe ainda com clareza quanto dos recursos econômicos do Estado, que
vem do suor do povo, foi destinado pelo Partido Comunista Chinês para
perseguir Falun Gong. Entretanto, fontes do Departamento de Segurança Pública
do PCCh informaram que, somente na Praça Tiananmen, a prisão de praticantes
de Falun Gong representou um desembolso entre US$ 210.000 e US$ 310.000
por dia; ou seja, entre 77 e 113 milhões de dólares por ano. Em todo o país, de
cidades até as áreas rurais mais remotas, de posto policiais e departamentos de
80/182
segurança pública ao pessoal das sucursais do “Escritório 610”, Jiang Zemin
utilizou milhões de pessoas para perseguir Falun Gong. Só o gasto com
soldados pode ultrapassar a 12 bilhões de dólares por ano. Além disso, Jiang
Zemin gastou cifras exorbitantes na expansão e criação de campos de trabalhos
forçados para deter os praticantes de Falun Gong, bem como instalações para
fazer lavagem cerebral. Por exemplo, em dezembro de 2001, Jiang liberou 520
milhões de dólares para a construção de centros de lavagem cerebral destinados
a “reformar” os praticantes de Falun Gong. Também deu incentivos monetários
para quem ajudasse na perseguição contra Falun Gong, assim invectivando as
pessoas a participarem dessa crueldade. Em muitas regiões, o prêmio por
prender ou entregar um praticante de falun Gong chegava a US$ 1.200. O campo
de trabalhos forçados de Masanjia é um dos lugares mais perversos utilizados
na perseguição contra Falun Gong. Em uma ocasião, o PCCh premiou o diretor
desse campo, Su, com mais de US$ 6.000 e ao vice-diretor, Shao, com US$
3.700.
Falun Gong, uma prática apolítica e sem ambições pelo poder, surgiu durante a
década de 1990 e tocou o coração das pessoas, despertando a cultura milenar
do povo chinês e retirando a China de seu silêncio cultural. A difusão de Falun
Gong oferece a possibilidade de resolver os problemas de forma benevolente e
de devolver a paz e a serenidade à sociedade chinesa. Quando surgiu esta
prática, muitas pessoas de visão dentro do PCCh também se deram conta de
Falun Gong poderia mudar a sociedade.
81/182
Jiang Zemin se utilizou do PCCh para poder ter os meios para perseguir Falun
Gong. A lei, a moralidade e a humanidade foram desprezadas; e isto é algo que
destrói a credibilidade do PCCh para continuar no poder.
Durante tal perseguição, o PCCh e Jiang Zemin usaram todo tipo de táticas
macabras, brutais e traiçoeiras; ambos fizeram uso de todo seu repertório de
mentiras e maldades.
Desde tempos remotos, o mal nunca foi capaz de eliminar o bem. Foi incapaz de
eliminar a bondade que há no coração humano. Cinco anos se passaram,
contudo, Falun Gong é ainda Falun Gong. Mais ainda, Falun Gong se difundiu
para o mundo todo. Jiang Zemin e o PCCh sofreram uma enorme derrota nesse
combate entre o bem e o mal. E suas naturezas desonestas, violentas e más
estão sendo expostas por completo. O então célebre Jiang Zemin está cercado
agora, tanto interna como externamente. É alvo de vários processos e moções
que buscam levá-lo ao banco dos réus.
82/182
Conclusão
O ex-secretário geral do PCCh, Jiang Zemin, foi quem tramou, iniciou e dirigiu a
perseguição contra Falun Gong. Para isto, ele utilizou integralmente o poder, a
posição, a capacidade diplomática e a máquina política do PCCh. Carrega de
forma irredimível um crime histórico. Por outro lado, sem o PCCh, ele nunca
poderia ter levado adiante tão cruel perseguição. Desde que surgiu, o PCCh se
colocou contra a virtude e a bondade. Tendo a repressão como sua ferramenta
predileta e a perseguição como sua especialidade, o PCCh apóia seu reinado em
um rígido controle que se baseia em um monopólio político. Por sua natureza, o
Partido Comunista teme a “Verdade-Benevolência-Tolerância” e, assim, vê a
Falun Gong como um inimigo. Desta forma, a repressão e perseguição a Falun
Gong foram inevitáveis. Numa tentativa de vencer a “Verdade-Benevolência-
Tolerância”, Jiang Zemin e o PCCh utilizaram amplamente a mentira, a maldade,
a violência, a tortura, a trapaça e a corrupção. A conseqüência disso foi um
aprofundamento do declínio da moralidade da sociedade chinesa, um processo
pelo qual todos foram afetados.
83/182
Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês (PCCh).
(APG/Getty Images)
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Introdução
A cultura chinesa, a qual se diz ter sido transmitida pelos Deuses, tem por base
mitos como o da criação do Céu e da Terra por Pangu66, o da criação da
humanidade por Nüwa67, o da identificação das centenas de ervas medicinas por
Shengnong68 e o da invenção dos ideogramas chineses por Cangjie69. “Os
humanos seguem a Terra, a Terra segue os Céus, os Céus seguem o Tao 70, e o
Tao segue conforme sua própria Natureza71”. A sabedoria taoista de união entre
os Céus e a Terra corre nas veias da cultura chinesa. O Grande Aprendizado 72
promove a virtude. Faz mais de 2.000 anos, Confúcio abriu uma escola para
ensinar as cinco virtudes essenciais: bondade ou amor-ao-próximo, honradez
ou justiça, decoro ou conduta reta, sabedoria, e fidelidade ou sinceridade
desinteressada. No século I, o Budismo de Sakyamuni chegou à China levando a
mensagem da compaixão e da salvação de todos os seres. A cultura chinesa se
tornou ampla e profunda. Desta forma, o Taoísmo e o Budismo se converteram
em crenças que integram a sociedade chinesa, levando a China, durante a
dinastia Tang (618 – 907 a.C.), ao auge de sua glória e prosperidade, como
todos sabem.
85/182
comuns reverenciavam os Céus, a Terra, o imperador, os ancestrais e mestres.
Uma expressão cultural das profundas raízes da cultura chinesa, que venera os
deuses (Céus e Terra), a lealdade à Pátria (o imperador), os valores familiares (os
ancestrais), e o respeito aos mestres e as pessoas mais idosas. A cultura
tradicional chinesa busca a harmonia entre o homem e o universo, e enfatiza o
lado ético e a moral de um indivíduo. Baseia-se na fé nas práticas de cultivo -
confucionismo, budismo e taoísmo - e proporcionou ao povo chinês: tolerância,
progresso social, respeito a moral humana e uma crença correta.
Diferentemente das leis, que ditam regras rígidas, a cultura atua como um fator
moderador. A lei impõe castigos depois que se comete algo ilegal; já a cultura,
ao fomentar a moral, impede que a infração ocorra. Os valores morais de uma
sociedade estão incorporados em sua cultura.
Depois da dinastia Qin (221-207 a.C.), em várias ocasiões, a China foi ocupada
por grupos minoritários. Isto aconteceu predominantemente nas dinastias Sui
(581-618 d.C.), Tang (618-907 d.C.), Yuan (1271-1361 d.C.) e Qing (1644-
1911 d.C.), e também em outras épocas. Entretanto, quase todos esses grupos
minoritários terminaram assimilando os costumes chineses. Este é um fato que
demonstra o grande poder de integração da antiga cultura chinesa. Como disse
Confúcio: “Se as pessoas de fora não aceitam o que é nosso, devemos
convencê-las pelo exemplo, cultivando (nossa) cultura e virtude74”.
Desde que em 1949 chegou ao poder, o PCCh destinou recursos nacionais para
destruir a tradicional cultura chinesa. Esta ação doentia não resulta da busca
pela industrialização (modernidade) nem de posturas tolas como reverenciar a
civilização ocidental. Ela resultado do fato de que a ideologia inerente ao PCCh e
a tradicional cultura chinesa são como água e vinho; não combinam. Desta
forma, a destruição da cultura chinesa foi algo planejado, bem organizado e
sistematizado, e levado adiante mediante o uso de violência de Estado. Desde
sua consolidação no poder, o PCCh nunca deixou de “revolucionar” a cultura
chinesa para exterminar seu espírito.
Ainda mais desprezível que a destruição da cultura chinesa pelo PCCh, é o seu
mau uso com segundas intenções ou sua distorção. O PCCh ressalta as partes
negativas da história chinesa, coisas que ocorreram porque e quando as pessoas
se afastaram dos valores tradicionais, coisas como: disputas internas pelo poder
dentro das famílias reais, momento de conspiração, ou do exercício da ditadura
e do despotismo. O PCCh recorre a exemplos e fatos isolados da história para
dar sustentação e fundamento ao seu próprio conjunto de padrões morais, das
idéias ao discurso. Com isto, consegue dar a falsa impressão de que a “cultura
73
“Registros dos historiadores” (Shi Ji, também traduzido como “O registro do grande
escrevente”), por Sima Qian (145-85 a.C.), o primeiro grande historiador chinês. Esta
obra documenta a historia da China e de seus países vizinhos desde a antiguidade até a
época em que ela foi escrita. O método historiográfico de Sima Qian foi único e se
tornou modelo oficial das historias das dinastias imperiais dos 2.000 anos que se
seguiram.
74
Dos Anacletos de Confúcio.
86/182
do Partido” é uma continuidade da tradicional cultura chinesa. Inclusive, o PCCh
se aproveitou da aversão de algumas pessoas pela “cultura do Partido” para criar
um sentimento nacional no sentido de que elas de afastem ainda mais da
genuína tradição chinesa.
75
Dos Anacletos de Confúcio.
76
N.T.: O modo de compreender e interpretar este livro não tem paralelo no Ocidente.
77
Dos Anacletos de Confúcio.
78
Confúcio, em o Grande Aprendizado, disse que: “Com as pessoas buscando serem
melhores, haverá harmonia nas famílias; com famílias sólidas, as nações serão bem
governadas; e, com nações bem governadas, todos terão tranqüilidade e felicidade”.
87/182
O Budismo e o Taoísmo são as partes da tradicional cultura chinesa voltadas ao
“transcender o mundo secular”. É possível ver que a influência do Budismo e do
Taoísmo está presente em todos os aspectos da vida chinesa. Entre as práticas
com raízes no Taoísmo estão: a geomância (feng shui), a medicina tradicional
chinesa e o qigong. Estas práticas, junto com os conceitos budistas de nirvana e
samsara, e retribuição cármica, além dos princípios morais de Confúcio,
constituem o núcleo da tradicional cultura chinesa.
O uso que estes escritores fazem dos mitos não é mera coincidência e sim um
reflete o pensamento chinês sobre a natureza e o ser humano. Estes clássicos
tiveram profunda influência sobre o povo chinês. Quando se fala de “justiça”, o
conceito de justiça é logo associado à Guan Yu (160-219 d.C.), do clássico Três
Reinos, por sua irretocável conduta em relação a seus amigos; por sua infinita
lealdade - que conquistou o respeito até de seus inimigos - aos seus superiores
e ao seu irmão de juramento, Liu Bei, por sua coragem que prevaleceu no
momento mais difícil (sua derrota final no combate perto do vilarejo de Mai), e,
finalmente, seu diálogo, como divindade, com seu filho. Quando se fala em
“lealdade”, os chineses logo pensam em Yue Fei (1103-1141 d.C.), um general
79
Dong Zhongshu (179-104 a. C), pensador e seguidor do confucionismo que viveu
durante a dinastia Han e que no tratado “Três caminhos para harmonizar a
humanidade com os Céus (Tian Ren San Ce)”, disse: “Enquanto os Céus existirem, o
Tao não muda”.
80
Jornada ao Oeste, conhecido no Ocidente como O Rei Macaco, foi escrito por Wu
Cheng’em. É uma dos mais famosos clássicos chineses. Baseia-se em uma historia
verídica de um famoso monge chinês da dinastia Tang, Xuan Zang (602-664), que
viajou à pé até onde é hoje a Índia, berço do Budismo, para buscar as escrituras
sagradas. No romance, Buda faz com que o Rei Macaco, Pigsy e Sandy se convertam
em discípulos de Xuan Zang para que eles o escoltem em sua travessia para o oeste
na busca dos Sutras (Escrituras Budistas). Eles atravessam 81 perigos/calamidades
antes de chegarem ao Ocidente e atingirem o estado de Iluminação.
88/182
da dinastia Song que serviu sua pátria com integridade e fidelidade sem
reservas, e em Zhuge Liang (181-234 d.C.), primeiro-ministro do Estado de Shu
durante o período dos Três Reinos, o qual “deu tudo de si até que seu coração
parasse de bater”.
Desta forma, a contínua destruição das tradições culturais chinesas pelo PCCh, é
um ataque direto à moralidade e aniquila as bases para a paz e a harmonia
social.
81
Esta citação provém da Coleção Resumida de Escrituras Taoístas (Dao Cang Ji Yao),
compilada durante a dinastia Qing.
82
Dos Anacletos de Confúcio.
83
Do discurso de Mao na Oitava Sessão da Décima Reunião Plenária do PCC.
89/182
anular esta cultura para que o marxismo-leninismo pudesse dominar o cenário
político da China.
Mao Tsé-tung disse certa vez, de forma categórica, que não seguia nem o Tao
nem os Céus. A existência da cultura tradicional chinesa foi, sem dúvida, um
grande obstáculo a o PCCh em sua oposição ao Tao e aos Céus.
Na tradição chinesa, lealdade não é o mesmo que cega devoção. De acordo com
a tradição chinesa, o imperador é “filho dos Céus” e, assim, ele deve se
submeter aos Céus. Um imperador não pode acertar em todas as ocasiões, é
necessário que existam pessoas que o observem permanentemente e apontem
os erros. O sistema chinês de crônicas se desenvolveu a partir de historiadores
que registravam cada palavra e ação do imperador. Os funcionários serviam de
professores para seus sábios governantes. A conduta do imperador era julgada
de acordo com os princípios de Confúcio. Se o imperador fosse imoral, se não
fosse iluminado para o Tao, ele poderia ser destituí-lo do trono, como sucedeu
quando Chengtang atacou a Jie, ou quando o imperador Wu tomou o lugar de
Zhou84. O ato de destituir um imperador, do ponto de vista tradicional, não era
considerado uma falta de lealdade ou uma violação do Tao. Ao contrário, isto
era visto como ato tomado em nome dos Céus para fazer com que o Tao fosse
respeitado. Quando Wen Tianxiang (1236-1283 d.C.), um famoso chefe militar
da dinastia Song, se tornou prisioneiro dos mongóis, não se rendeu aos
invasores mesmo quando o imperador pediu que ele o fizesse. Isto aconteceu
porque, como um adepto do Confucionismo, Wen acreditava que “o povo era o
vinha em primeiro lugar; depois a nação e, por último, o imperador85”.
84
Jie foi o último soberano da dinastia Xia (séculos XXI-XVI a.C.), e Zhou, o último
governante da dinastia Shang (séculos XVI-XI a.C.). Ambos são tidos como tiranos.
85
De Mencius.
86
De uma frase muito famosa de Mencius: “A vida, eu desejo; a justiça, eu também
desejo. Se eu não puder obter ambas ao mesmo tempo, manterei a justiça à custas de
minha vida”.
90/182
tradicional cultura baseada no “Tao celestial” interferem diretamente com o
processo de manipulação dos princípios morais que o PCCh realiza. Com base
no exposto, o PCCh fixou a tradicional cultura chinesa como um inimigo a
vencer em seus esforços para aumentar o controle sobre o povo.
O princípio que rege o PCCh pode ser resumido assim: “Nunca mais as amarras
da tradição nos prenderão. Trabalhadores! Ergam-se, já não somos escravos do
passado. A Terra se apóia sobre novas bases; nós não somos nada, somos
tudo87”. O PCCh sustenta o materialismo histórico e afirma que o comunismo é o
paraíso na Terra, cujo caminho até este é traçado pelos proletários pioneiros - o
Partido Comunista. A crença no Divino desafia diretamente a legitimidade do
poder do PCCh.
Todas essas ações do PCCh têm um objetivo político. Para instaurar, manter e
consolidar sua tirania, o PCCh necessita substituir a natureza humana pela
natureza nociva do Partido, e a tradicional cultura chinesa pela “cultura do
Partido” de “falsidade, maldade e violência”. Este processo de destruição e
substituição abrange tanto aspectos tangíveis - acabar com relíquias culturais,
locais históricos e livros antigos – como aspectos intangíveis – acabar com a
visão tradicional sobre a moral, a vida e o mundo. Todos os aspectos da vida
humana foram afetados pelo PCCh: o modo de agir e pensar, o estilo de vida, e
os valores e a perspectiva do mundo das pessoas. Ao mesmo tempo, o PCCh
considera certas expressões insignificantes e superficiais como a “essência” da
tradicional cultura e as mantém para usá-las como fachada: o PCCh mantém a
aparência da tradição quando, na realidade, substitui a genuína tradição pela
sua. Desta maneira, o PCCh engana o povo chinês e a comunidade internacional
usando como fachada o mentiroso argumento “manter o desenvolvimento” da
cultura da China.
91/182
(557-581 d.C.), de eliminar tanto o Budismo como o Taoísmo para que o
Confucionismo prevalecesse, [4] e, por último, o imperador Shizong, dinastia
Zhou (951-960 d.C.), que quis eliminar o Budismo simplesmente porque ele
queria usar as estátuas de Buda para fazer moedas - ele não atacou o
Confucionismo nem o Taoísmo.
O PCCh é o único regime que consegui acabar com as três religiões ao mesmo
tempo. Pouco depois de se estabelecer como governo, o PCCh começou a
destruir templos e a queimar livros sagrados, e obrigou os monges budistas a
viverem uma vida de pessoa comum. Ele não foi mais brando ao destruir outros
lugares religiosos. Por volta dos anos 60, poucos lugares religiosos ainda
estavam de pé. A Revolução Cultural trouxe ainda mais desastres para a vida
religiosa e cultura da China com a campanha conhecida como abandonar os
“Quatro Velhos88”: as velhas idéias, a velha cultura, os velhos costumes e velhos
os hábitos.
Por exemplo, o primeiro templo budista da China foi o Templo do Cavalo Branco
(Templo Bai Ma), construído no começo da dinastia Han (25-220 d.C.) próximo à
Cidade de Luoyang, província de Henan. É chamado de “o berço do Budismo na
China” e “lugar do fundador”. Durante o período do abandonar os “Quatro
Velhos”, o Templo Cavalo do Branco, como era de se esperar, foi brutalmente
saqueado.
92/182
capitalismo e reacionarismo”, templos budistas e taoístas, estátuas de Buda,
locais históricos e pitorescos, pergaminhos e escrituras, pinturas - em resumo
antiguidades de todos os tipos - se tornaram alvos de destruição para as
Guardas Vermelhas. Por exemplo, as mil estatuas coloridas de vidro no topo do
Monte da Longevidade, no Palácio de Veraneio de Pequim92, logo depois da
campanha de abandonar os “Quatro Velhos”, foram danificadas e nenhuma de
elas ficou intacta, todas foram depredadas.
Isto, que ocorreu na capital, também ocorreu no resto do país. Até os locais
mais remotos não escaparam dessa destruição.
92
O Palácio de Veraneio, localizado a 15 km de Pequim, possui o maior e mais bem
preservado jardim da China, com mais de 800 anos de historia.
93
O imperador Gaozu, da dinastia Tang, alias Li Yuan (regeu entre 618-626 d.C.), foi o
primeiro soberano da dinastia Tang.
94
As Comunas do Povo (Renmin Gongshe), de 1958 a 1982, foram o mais elevado dos
três níveis administrativos das áreas rurais. As comunas tinham funções
governamentais, políticas e econômicas. Eram as maiores unidades coletivas; foram
posteriormente divididas em brigadas e equipes de produção. Depois de 1982, foram
substituídas pelos municípios.
95
De “Quantas relíquias culturais foram jogadas ao fogo”, de Ding Shu.
93/182
Um modo especial de destruir as religiões.
Lênin disse certa vez: “A forma mais fácil de tomar uma fortaleza é de dentro”.
Sendo filhos e netos de Marx e Lênin, os líderes do PCCh entenderam natural e
subjacentemente o que Lênin queria dizer.
94/182
A Associação Budista Chinesa, fundada em 1952, e a Associação Taoísta
Chinesa, fundada em 1957, declaram em seus estatutos de fundação que se
submetem à “condução do Governo do Povo”. Na realidade, submeteram-se à
condução do ateu PCCh. Ambas as associações disseram que participariam
ativamente na construção, produção e no desenvolvimento das políticas de
governo. Elas são organizações completamente mundanas. Os budistas e os
taoísta que cumpriam os preceitos eram tidos como contra-revolucionários, ou
membros de seitas supersticiosas ou sociedade secretas. Sob a bandeira
revolucionária de “purificar os budistas e taoístas”, eles foram presos e
obrigados a “se reformarem” através de trabalhos forçados, ou até executados.
Nem mesmo as religiões do ocidente, como o protestantismo e o catolicismo,
não foram poupadas.
O Budismo proíbe matar. O PCCh matou pessoas como moscas durante a sua
campanha de “eliminação de contra-revolucionários101”. Os “monges políticos”,
por causa disto, elaboraram o argumento de que “matar contra-revolucionários
é um ato de misericórdia ainda maior”. Na Guerra de Resistência à Agressão dos
Estados Unidos e Ajuda à Coréia102 (1950-1953), inclusive monges foram
98
Traduzido de “Teoria e prática do Partido Comunista chinês para a eliminação da
religião”, por Bai Zhi. Website: http://www.dajiyuan.com/gb/3/4/15/n300731.htm
(em chinês).
99
N.T.: Os conceitos aqui empregados são mais facilmente entendidos por aqueles
que praticam religiões orientais. Cultivar a mente, o caráter moral a espiritualidade.
100
Nirvana, para o Budismo o Hinduismo, é um estado de paz e harmonia livre dos
sofrimentos e paixões da existência individual.
101
A Campanha de Eliminação de Contra-revolucionários resultou na morte de 2
milhões de pessoas até 1952 (muitas delas simplesmente por serem religiosas). O
número real pode ser muito maior.
102
A “Guerra de Resistência à Agressão dos Estados Unidos e Ajuda à Coréia”, como
denominada pelo PCC, se iniciou em 1950. No ocidente é conhecida como Guerra da
Coréia.
95/182
enviados para guerrear nas frentes de batalha. Vejamos o caso dos cristãos. Em
1950, Wu Yaozong103 formou a Igreja dos Três Poderes que segue os princípios
de auto-administração, auto-sustentação e auto-propagação. Wu afirmava que
estariam se libertando do “imperialismo” ao aderirem à Guerra de Resistência à
Agressão dos Estados Unidos e Ajuda à Coréia. Um amigo dele passou mais de
20 anos na prisão por se negar a fazer parte da Igreja dos Três Poderes; sofreu
todo tipo de torturas e humilhações. Quando perguntaram a Wu Yaozong:
“Como você explica os milagres que Cristo realizou?”, ele respondeu: “Eu os
neguei um a um”.
103
Wu Yaozong (1893-1975) e outros publicaram em 1950 o escrito intitulado “Meios
para que a cristandade da China faça sua parte na construção de uma nova China”,
também conhecido como “Movimento Patriótico das Três Autonomias”, o qual depois
resultou na Igreja dos Três Poderes.
104
O Grande Saguão do Povo, construído em 1959, fica no lado oeste da Plaza
Tiananmen. É um lugar de encontro dos membros do Congresso Nacional do Povo da
China.
105
Traduzido de “Teoria e prática do Partido Comunista chinês para a eliminação da
religião”, por Bai Zhi. Website: http://www.dajiyuan.com/gb/3/4/15/n300731.htm
(em chinês).
96/182
A destruição de relíquias culturais.
106
Zhang Bojun (1895-1969) foi um dos fundadores do partido “Liga Democrática
Chinesa”. Foi considerado por Mao Tsé-tung o direitista “número um” da China.
107
De Wen Zhengming (1470-1559 d.C.), pintor chinês da dinastia Ming.
108
Su Dongpo (1036-1101 d.C.), famoso poeta e escritor chinês da dinastia Song. Um
dos “oito grandes mestres da prosa das dinastias Tang e Song”.
109
Tang Bohu (1470-1523), renomado erudito, pintor e poeta chinês da dinastia Ming.
110
De “Quantas relíquias culturais foram jogadas ao fogo”, de Ding Shu.
111
De um poema de Meng Haoran (689-740 d.C.), famoso poeta da dinastia Tang.
112
Wang Xizhi (321-379 d.C.), o calígrafo mais famoso da historia; dinastia Tang.
113
O prólogo original Lan Ting, que, segundo se afirma, foi escrito por Wang Xi Zhi no
auge de sua carreira (aos 51 anos, em 353 d.C.), é universalmente conhecido como a
peça mais importante da historia da caligrafia china.
114
Wu Cheng’en (1506-1582 d.C.), novelista e poeta chinês da dinastia Ming, autor de
Jornada ao Oeste, uma das quatro novelas mais famosas de China.
115
Wu Jingzi (1701-1754 d.C.), elegante escritor da dinastia Qing, autor de Os Eruditos
(Rulin Waishi, também conhecido como Historia não oficial dos Eruditos).
97/182
Dongpo entalhou seu poema foi destruída pelos “jovens revolucionários“ (guarda
vermelha) que danificaram totalmente os ideogramas gravados nelas.
Pegue por exemplo o tratamento dado pelo PCCh às crenças étnicas. O PCCh
enquadrou as tradições do grupo muçulmano Hui dentro dos “Quatro Velhos”:
pensamento, cultura, tradição e hábitos antigos. Sendo assim, obrigou os
mulçumanos Hui a comerem carne de porco, algo tradicionalmente proibido. Os
camponeses mulçumanos e suas mesquitas eram obrigados a criarem porcos, e
cada casa era obrigada a entregar à nação dois porcos por ano. As Guardas
Vermelhas inclusive obrigaram o segundo na hierarquia dos “budas vivos”
tibetanos, lama Panchen, a comer excremento humano. Eles obrigaram três
monges do Templo da Felicidade, na cidade de Harbin, província de Heilongjiang
– o maior templo budista construído na atualidade (1921) – que andassem
carregando um cartaz com os seguintes dizeres: “Para o inferno com as
escrituras budistas; são todas um lixo”.
A interminável destruição.
98/182
da China, ações violentas como “a queima de livros e o enterro de estudiosos
vivos de Confúcio” - feita pelo imperador Qin Shi Huang117 na dinastia Qin (221-
207 a.C.) - ou como as quatro campanhas para eliminar o Budismo entre os
séculos V e X - “Tres Wu e Un Zong” – eram impostas de cima para baixo e,
portanto, não chegavam realmente até as bases. Desta forma, não tinham o
poder de erradicar culturas. As idéias e os clássicos de Confúcio e do Budismo
sobreviviam em vastos setores da sociedade. Diferentemente, a campanha
abandonar os “Quatro Velhos”, levada adiante por estudantes jovens incitados
pelos PCCh, foi um movimento de base e de alcance nacional. O PCCh conseguiu
chegar a cada povoado por meio de suas agências locais e de forma que seu
movimento “revolucionário” se propagasse sem freios e alcançasse a todas as
pessoas em todos os lugares do território chinês.
Até 1949, a China tinha cerca de dois milhões de intelectuais. Embora alguns
tivessem estudado em países ocidentais, estavam igualmente familiarizados com
as idéias de Confúcio. O PCCh não poderia deixar de controlá-los já que, como
membros da classe “aristocrática e intelectual”, a forma de pensar deles
desempenhava importante fator na formação do pensamento do povo.
117
O imperador Qin Shi Huang (259-210 a.C.), alias Ying Zheng, foi o primeiro
imperador na historia da China unificada. Unificou os códigos legais, a linguagem
escrito, a moeda, os pesos e medidas, e ordenou a construção da Grande Muralha.
Tais medidas exerceram profunda influência na historia e cultura de China. Ordenou
a queima de livros de varias escolas de pensamento, entre as quais estavam os
confucianos e os taoístas, e enterrou vivos 460 eruditos confucianos. Estes eventos
foram conhecidos na história como “l queima de livros e o enterro de estudiosos
confucianos”. Construiu um grande mausoléu para sua própria glorificação. O
Exército de Terracota da Tumba do imperador Qin é considerado “a oitava maravilha
do mundo”.
118
Dos escritos de Mao Tsé-tung 1949-1976 (Vol. 2).
99/182
Mao Tsé-tung nunca gostou de intelectuais. Dizia que “eles deveriam saber que
muitos dos intelectuais são, em termos relativos, bastante ignorantes. Muitas
vezes os trabalhadores e camponeses sabem muito mais do que eles119”.
“Comparados com trabalhadores e camponeses, os intelectuais não reformados
não são limpos. Em última análise, trabalhadores e camponeses são pessoas
mais limpas do que os intelectuais ainda que tenham as mãos sujas e os pés
cheios de esterco de vaca120”. A perseguição do PCCh aos intelectuais começou
com várias formas de acusações, desde críticas a Wu Xun, em 1951, na qual se
afirmava que ele “dirigia escolas com dinheiro mendigado121”, até o ataque
pessoal de Mao Tsé-tung, em 1955, ao escritor Hu Feng122, acusando-o de
contra-revolucionário. No princípio, os intelectuais não foram considerados uma
classe reacionária, porém, em 1957, depois que vários grupos religiosos
importantes finalmente se submeteram ao movimento da “frente unida”, o PCCh
pode ser capaz de concentrar sua energia nos intelectuais. Assim, lançou o
movimento “antidiretista”.
Muitos anos depois ainda há pessoas que acham que Mao Tsé-tung somente
ordenou o ataque aos intelectuais quando críticas duras fizeram com que ele
perdesse a paciência. A verdade, entretanto, é bem diferente.
119
De “Retificar o estilo de trabalho do Partido”, por Mao (1942).
120
Do “Discurso no Fórum de Yan’an sobre Arte e Literatura”, por Mao. (1942).
121
Wu Xun (1838-1896 d.C.), originalmente chamado de Wu Qi, nasceu em Tangyi,
Shandong. Tendo perdido seu pai cedo, teve que mendigar para poder dar de comer à
sua mãe, passando assim a ser conhecido como “o mendigo de devoção filial”. Após a
morte de sua mãe, mendigar se converteu em sua única forma de subsistência Dirigia
escolas gratuitas com o dinheiro que ganhou na mendicância.
122
Hu Feng (1902-1985), erudito e crítico literário, foi um opositor da política de
literatura doutrinaria do PCC. Ele foi expulso do partido en 1955 e sentenciado a 14
anos de prisão.
123
De “Trabalhos Selecionados de Mao Tsé-tung” (Vol. 5), “A situação está começando a
mudar” (1957).
100/182
Li Weihan, ministro do Departamento de Trabalho da Frente Unida, chamou
pessoalmente a Zhang Bojun (um intelectual) para que ele, em uma reunião,
opinasse sobre o PCCh. Zhang foi colocado na primeira fileira. Zhang, sem
suspeitar que se tratava de uma armadilha, expressou suas críticas ao PCCh.
Durante o encontro, “Li Weihan se mostrava tranqüilo. Zhang pensou que Li
estivesse concordando com suas palavras. Não sabia que, na realidade, Li estava
contente porque Zhang havia caído em sua armadilha”. Depois dessa reunião,
Zhang foi qualificado como o direitista número um da China.
“Do que poderia se vangloriar o imperador Qin Shi Huang? Ele matou apenas
460 estudiosos de Confúcio, mas nós matamos 46.000 intelectuais. Quando
matamos contra-revolucionários acaso não estamos matando intelectuais? Eu
digo aos defensores da democracia, que nos acusam de agir como o imperador
Qin Shi Huang, que eles estão errados: nós fizemos cem vezes pior que o
imperador Qin124”.
De fato, Mao fez pior do que matar intelectuais. Destruiu suas mentes e seus
espíritos.
Manter a fachada da tradição cultural, mas mudando seu conteúdo para dar a
aparência de cultura.
Depois que o PCCh iniciou a reforma econômica e uma política de abertura, ele
reformou muitas igrejas e templos budista e taoístas. Também organizou
algumas exposições de templos e apresentações culturais, tanto dentro como
fora da China. Este foi o último passo do PCCh para acabar totalmente com a
cultura tradicional. O PCCh tem duas intenções ao fazer isso. De um lado, a
bondade inerente à natureza humana, a qual o PCCh não consegue erradicar de
124
Qian Bocheng, “Cultura oriental”, quarta edição, 2000 - China.
101/182
maneira alguma, poderia coloca em risco a “cultura do Partido”. Por outro lado,
o PCCh pretende utilizar a cultura tradicional como fachada para ocultar sua
perversa natureza cheia de “falsidade, maldade e violência”.
A essência de uma cultura reside no seu sentido moral, enquanto que suas
formas superficiais só servem ao entretenimento. O PCCh apenas recuperou os
elementos culturais superficiais, que entretém, para encobrir seu real propósito
de erradicar por completo a moral existente na cultura tradicional. Não importa
quantas mais exposições de artes e caligrafia o PCCh possa organizar nem
quantas apresentações de dança de leões e dragões o PCCh possa encenar nem
quantos festivais de comida da sorte possa oferecer nem quantas edificações
com arquitetura clássica possa construir: o PCCh só restaurou a fachada da
cultura tradicional, não sua essência. O PCCh segue promovendo exibições e
espetáculos culturais, tanto dentro como fora da China, com o único propósito
de se manter no poder.
Mais uma vez, os templos servem como exemplo. Os templos foram feitos com
o propósito maior de oferecer um lugar para que as pessoas possam cultivar a
espiritualidade - venerar o Buda, do ouvir o som dos sinos pela manhã ao som
dos tambores ao anoitecer. As pessoas da sociedade secular também usam os
templos para se confessarem e venerarem o Divino nos templos. A cultivação
requer um coração puro, um coração que não busca nada. A confissão e a
veneração também exigem um ambiente especial e solene. Entretanto, os
templos se converteram em lugares turísticos com fins lucrativos. Das pessoas
que visitam a China hoje em dia, quantas delas vieram com a intenção de se
melhorarem como pessoas, com um coração de respeito e sinceridade, e
banhadas e trajando roupas respeitosas?
102/182
O aspecto da dominação e controle.
a) A cultura de isolamento
b) A cultura do terror
Durante os últimos 55 anos, o PCCh usa o terror para anular a mente do povo
chinês. Ele tem empunhado seu chicote e facão de carniceiro – as pessoas nunca
sabem quando o terror virá sobre elas – para assim forçar o povo a resignar-se.
Pessoas, sob o medo constante, se tornam obedientes. Os defensores da
democracia, os pensadores independentes, os membros de grupos espirituais e
próprios céticos dentro do Partido se tornaram alvos da violência do Partido;
uma forma de advertência ao resto do povo. O PCCh quer cortar pela raiz
qualquer tipo de oposição.
d) A cultura de incriminação
103/182
camponeses ricos, reacionários, maus elementos e direitistas”. O PCCh até
propôs a teoria da “origem das classes127”.
O aspecto da propaganda.
Mao Tsé-tung disse certa vez: “Com 800 milhões de pessoas, Como o país
poderia funcionar se não através da luta?”. Na perseguição a Falun Gong, Jiang
Zemin disse: “Ninguém que mate ou espanque um praticante de Falun Gong será
punido”. O PCCh defendia a “guerra total”, e sua visão de que “a bomba atômica
é apenas um tigre de papel… e mesmo que morra metade da população, a
metade restante reconstruiria nossa terra das ruínas”.
127
A teoria da “origem das classes” (ou “linhagem de sangue”, ou “linha genealógica”)
afirma que a natureza de uma pessoa é determinada pela classe da família na qual ela
nasce.
128
Da canção da ópera moderna “Lenda da lanterna vermelha”, uma obra de teatro, tida
como modelo, representada durante a Revolução Cultural (1966-1976).
104/182
d) A cultura de enganar e mentir
Continuando, alguns dos lemas usados pelo PCCh para fazer lavagem cerebral
no povo: “Não existiria a China moderna sem o Partido Comunista”. “O PCCh é o
centro impulsionador da nossa causa, e a base teórica de nosso pensamento é o
marxismo-leninismo129”. “Deve-se manter um alinhamento máximo com o
Comitê Central do Partido”. “Cumpra as ordens do PCCh se as entender. Se não
as entender, cumpra igualmente; a compreensão chegará para você durante o
cumprimento das ordens”.
f) A cultura da adulação
“Os Céus e a Terra são grandes, mas ainda maior é a bondade do Partido”;
“Tudo aquilo que nós conseguimos, nos devemos ao Partido”; “Tenho o Partido
como uma mãe”; “Daria minha própria vida para salvar o Comitê Central do
Partido”; “Um Partido grande, glorioso e justo”; “Um Partido invencível”, e assim
por diante.
g) A cultura da dissimulação
a) A cultura da inveja
129
Discurso de abertura da Primeira Sessão do 1º Congresso Nacional do Povo da
República Popular da China (15 de setembro de 1954).
130
“Síndrome do olho vermelho” é uma expressão popular na China para expressar a
situação em que alguém se sente inferiorizado ou incomodado ao ver que outra
pessoa é melhor em algo, e acreditar que ela é quem mereceria estar em melhor
situação e não a outra pessoa.
105/182
algumas das condutas erradas usadas para medir a lealdade ao Partido e o
desejo pessoal de progredir.
“Os soldados rasos seguem as ordens dos oficiais e todo o Partido obedece ao
Comitê Central”. “Se deve lutar sem trégua para erradicar todo pensamento
egoísta que passe pela mente”; “Leve a revolução para o mais profundo da
alma.” “Mantenha ao máximo alinhamento com o Comitê Central do Partido.”
“Unam as mentes, unam os passos, unam as ordens e unam os poderes”.
“A China seria um caos sem o Partido Comunista”; “A China é tão grande! Quem
mais poderia liderá-la a não ser o PCCh”; “Se a China fracassar, será um
desastre mundial; por isso temos que colaborar com o governo do PCCh.”
Devido ao medo e um sentido de auto-preservação, os grupos oprimidos pelo
PCCh frequentemente parecem mais de esquerda que o próprio Partido.
131
Na lenda popular, A Menina de Cabelo Branco é um ser imortal que vive em uma
caverna e tem poderes sobrenaturais para recompensar o bem e castigar o mal,
apoiar os justos e combater o mal. Entretanto, durante a Revolução Cultural, a Menina
é caracterizada como uma pessoa obrigada a fugir e se refugiar em uma caverna logo
depois que seu pai é morto por se recusar a casar com a filha de um velho
proprietário de terra. Seu cabelo fica branco por falta de alimentação. A peça passou
a ser um dos mais conhecidos dramas “modernos” da China e foi usada para incitar o
ódio de classe contra os proprietários de terra.
132
O combate do túnel (Didao Zhan), um filme em branco e preto de 1965 pelo qual o
PCCC mostra que, na China central durante os anos 40, os guerrilheiros do Partido
expulsaram os invasores japoneses através do uso de túneis.
133
Guerra de minas (Dilei Zhan), um filme em branco e preto de 1962 no qual o PCC
mostra que os guerrilheiros do Partido combateram na província de Hebei, durante os
anos 40, com minas de fabricação caseira para expulsar o invasor japonês.
106/182
uma lavagem cerebral e preencheu a mente das pessoas com mensagens do
tipo: “que glorioso e grandioso é o PCCh”; como o PCCh lutou contra os
inimigos de forma “engenhosa e valente”; como os soldados do Partido são
“incrivelmente devotos do Partido”, como estavam dispostos a se sacrificarem
pelo Partido, e como eram estúpidos e malvados os inimigos. Dia após dia, a
máquina de propaganda do PCCh injetava em cada indivíduo as crenças que o
Partido precisava. Hoje, se uma pessoa presenciasse uma representação de o
“Poema épico” da comédia musical “O oriente é vermelho”, ele perceberia o
espetáculo todo é só “morte, morte e mais morte”.
134
O ensaio de oito partes é uma composição literária incluída nos exames para o
serviço imperial. È conhecida pela sua rigidez e pobreza de idéias.
135
A Grande Fome chinesa, 1959-1961, foi a maior na história da humanidade. Estima-
se que o número de mortos por causas não naturais se situe entre 18 e 43 milhões de
pessoas.
136
“Registros dos historiadores” (Shi Ji, também traduzido como “O registro do grande
escrevente”), por Sima Qian (145-85 a.C.), o primeiro grande historiador chinês. Esta
obra documenta a historia de China e seus países vizinhos desde a antiguidade até a
107/182
são afetadas pelas sensações externas e desperta o sentimento de amor ou ódio
segundo o caráter e a sabedoria de cada um. Se tais sentimentos não são
controlados, o ser humano será seduzido pelas infinitas tentações mundanas e
será controlado por esses sentimentos que o levarão a cometer inúmeros atos
errados. Assim, diz Sima Qian, os imperadores do passado usavam os rituais e a
música para conter o povo. As canções tinham que ser “alegres, porém não
obscenas; tristes, porém não perturbadoras”. Deveriam expressar sentimentos e
desejos, porém permitirem um controle sobre as emoções. Confúcio disse nos
Anacletos: “Os trezentos versos do Louvor das Odes (um dos seis clássicos
compilados e editados por Confúcio) podem ser resumidos a uma só frase: Não
pense o mal”.
O PCCh, entretanto, usa algo tão belo como a música como método para lavar o
cérebro do povo. Do jardim da infância a universidade, o povo tem que entoar
canções como “O socialismo é bom”, “Não haveria uma China moderna sem o
Partido Comunista”, e muitas outras do tipo. Ao cantarem tais canções, as
pessoas aceitam inconscientemente o conteúdo das letras. E, o que é pior, o
PCCh rouba as melodias das mais belas canções populares e substitui suas
letras originais por outras em ao Partido. Isto não somente para destruir a
cultura tradicional como também para promover o Partido.
Hoje, são muitos os chineses que ignoram por completo a essência da cultura
tradicional. Alguns inclusive igualam os 50 anos da cultura do Partido com os
5.000 anos da tradicional cultura chinesa; isto se constitui em algo muito triste
para o povo deste país.
época em que foi escrita. O método historiográfico de Sima Qian foi único e se tornou
modelo oficial das historias das dinastias imperiais dos 2.000 anos que se seguiram.
137
Por Mao Tsé-tung (1942).
108/182
Conclusão
A cultura tradicional respeita a vida. O PCCh declara que “as revoltas são
justificáveis” e que “a luta entre os seres humanos é fonte de alegria”. Em nome
da revolução, o PCCh matou de fome e assassinou dezenas de milhões de
pessoas. Estes fatos fizeram com que as pessoas perdessem o apreço e respeito
pela vida, uma situação que favorece a proliferação de produtos adulterados e
poluentes. Na cidade de Fuyang, província de Anhui, por exemplo, muitos bebês
desenvolveram membros atrofiados, corpos débeis e cabeças desproporcionais
durante o período de lactação. Após investigações, se descobriu que este mal
138
O Movimento Quatro de Maio (1919) foi a primeira manifestação de massa na
história da China moderna.
139
Chen Guili, Advertência do rio Huaihe (1995).
109/182
era causado por leite adulterado e contaminado fabricado por uma indústria
inescrupulosa. Várias pessoas criam caranguejos, serpentes e tartarugas com o
uso de hormônios e antibióticos, misturam álcool industrial às bebidas, usam
agentes químicos acelerados do crescimento nas plantações de arroz,
branqueiam a farinha de trigo com produtos químicos. Durante oito anos, um
fabricante da província de Henan produziu mensalmente milhares de toneladas
de óleo comestível contendo componentes cancerígenos decorrentes de
reaproveitamento de óleo já utilizado. A produção de alimentos contaminados
não é um fenômeno local ou regional, e sim algo comum em todo o país. É algo
diretamente ligado com a ambição sem limites que advém da destruição da
cultura e conseqüente degeneração da moral humana.
140
Prefácio de “Ver o Retorno de Li Yuan para Pangu”, por Han Yu (768-824 d.C.), um
dos “oito grandes mestres da prosa das dinastias Tang e Song”.
141
Tao Yuanming (365-427 d.C.), também conhecido como Tao Qian, foi um grande
poeta da literatura chinesa.
110/182
Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês (PCCh).
(APG/Getty Images)
111/182
Introdução
Por detrás dos massacres do PCCh existe uma ideologia que se o sustenta, além
de aspectos práticos.
112/182
Aparentemente, pode parecer que o PCCh se viu diante de situações nas quais
se viu “obrigado a matar”; que o espectro maligno do Partido, respondendo a
tais situações, precisou matar. A verdade é que tais situações serviram para
acobertar a necessidade de matar do PCCh. Sem contínuas lições dolorosas, as
pessoas poderiam começar a pensar que o Partido estava melhorando e assim
começar a exigir a democracia, do mesmo modo como fizeram os estudantes do
movimento democrático de 1989. Realizar massacres a cada 7 ou 8 anos serve
para que as pessoas tenham o terror sempre fresco na memória e para advertir
as novas gerações: qualquer um que aja contra o PCCh, desafie sua liderança
absoluta ou tente contar a verdade sobre a história do PCCh, sofrerá na própria
carne o “punho de ferro da ditadura do proletariado”.
Para o PCCh, matar se converteu em uma das suas ferramentas básicas para se
manter no poder. Devido à intensificação de seus atos sanguinários, se o PCCh
deixasse de lado seu mecanismo de matar, isto levaria as pessoas a buscar
vingança pelas atrocidades sofridas. Portanto, o Partido precisou levar adiante
suas matanças, e ainda da forma mais brutal possível, para poder intimidar as
massas; sobretudo no começo, quando começava a estabelecer sua ditadura. O
objetivo dessas matanças foi instaurar o terror; o PCCh escolhia alvos de
destruição de modo arbitrário e irracional. Empregou a estratégia de genocídio
em cada campanha política que fez. Por exemplo, no caso do extermínio dos
reacionários, o Partido, na realidade, não reprimiu atos reacionários e sim as
pessoas que ele considerava reacionárias. Se uma pessoa tivesse servido o
Exército Nacionalista (Kuomintang, KMT), ainda que por poucos dias, mas não
tivesse explicitado seu apoio político ao PCCh, ela seria morta por causa de sua
“história reacionária”. Enquanto fazia a reforma agrária, para remover “a raiz do
problema”, o PCCh sempre assassinava a família inteira dos proprietários de
terra.
Da mesma forma que outros países comunistas, as mortes arbitrárias feitas pelo
PCCh incluem matar brutalmente seus próprios membros que mantém ainda um
senso de humanidade acima da ideologia do Partido. O regime de terror do
PCCh vale tanto para o povo como para os seus próprios membros, em uma
tentativa de manter uma “fortaleza invencível”.
113/182
Além de tirar inúmeras vidas, o PCCh também destrói a alma do povo chinês. As
pessoas se vêem obrigadas a responder às ameaças do Partido renunciando suas
próprias idéias e princípios. De certa forma, o que morre é a alma da pessoa:
algo pior que a morte física.
I. Um Terrível Massacre
Antes que o PCCh tomasse o poder, Mao Tsé-tung escreveu: “Sem dúvida, não
adotamos uma postura de compaixão em relação aos reacionários nem com as
atividades reacionárias das classes reacionárias147”. Dito de outro modo, antes
do PCCh tomar Pequim, ele já havia decidido exercer a tirania sob o eufemismo
de Ditadura Socialista do Povo. O que se segue são alguns exemplos disto:
147
Mao Tsé-tung, A ditadura democrática do povo (1949).
148
Mao Tsé-tung: “Devemos promover amplamente [a repressão aos reacionários] para
que todas as famílias saibam disto”. (30 de março de 1951).
149
Mao Tsé-tung: “Devemos combater os reacionários com firmeza e precisão” (1951).
114/182
A reforma agrária poderia ter acontecido sem mortes. Por exemplo, nos moldes
como o governo de Taiwan fez sua reforma agrária: comprando terras dos
proprietários de terra. Entretanto, o PCCh nasceu de um grupo de bandidos
iletrados, e o único que sabia fazer era roubar. E, depois dos roubos, ele tinha
que matar as vítimas para eliminar a possibilidade de futuras vinganças.
A forma mais comum de matar durante a reforma agrária era conhecida como
“reunião de luta”. O PCCh inventava crimes e assim incriminava os proprietários
de terra ou os fazendeiros ricos. Depois, ele perguntava à multidão como os
“culpados” deveriam ser punidos. Entre a multidão, membros ativistas do Partido
gritavam “Temos que matá-los!” e, assim, os fazendeiros ricos e os proprietários
de terras eram imediatamente mortos. Nessa época, todo aquele que possuía
terras era tido como explorador. Os que se “aproveitavam dos camponeses”
recebiam o nome de “miseráveis exploradores”; aqueles que contribuíam
socialmente conservando instalações públicas ou doando fundos às escolas e
vitimas de desastres naturais, eram chamados de “exploradores generosos”; e os
que não faziam isto de “exploradores passivos ou inativos”. Todas estas
classificações não tinham qualquer sentido já que todos os “exploradores”
acabavam sendo executados não importa a qual das categorias eles pertenciam.
A campanha dos Cinco Anti consistiu em roubar os bens dos capitalistas, ou,
melhor dizendo, matá-los para ficar com seus bens. Chen Yi, o prefeito de
Shanghai à época, sentado num sofá segurando um copo de chá, perguntava
todas as noites: “Quantos pára-quedistas tivemos hoje?”, ou seja: “Quantos
homens de negócio se suicidaram hoje pulando de edifícios?”. Nenhum
capitalista conseguiu escapar da campanha dos Cinco Anti. Foi exigido que eles
115/182
pagassem os impostos “não cobrados” desde o período Guangxu (1875-1908)
da dinastia Qing (1644-1911), que foi quando se estabeleceu o comércio em
Shanghai. Não havia como os capitalistas pudessem pagar tais “impostos” nem
mesmo dando tudo aquilo que tinham. Não restava outra alternativa a não ser se
suicidar. Porém não queriam pular no rio Huangpu: se os seus corpos não
fossem encontrados, o PCCh os acusa de fugir para Hong Kong e, deste modo, a
responsabilidade de pagar os impostos recaia sobre os familiares. Assim, eles
saltavam dos edifícios mais altos para que assim seus corpos provassem suas
mortes. Nesta época, dizia-se que em Shanghai as pessoas não se arriscavam a
caminhar próximas dos edifícios por medo de serem atingidas por aqueles que
pulavam dos edifícios.
A Grande Fome.
O maior número de mortos foi registrado durante a Grande Fome da China, que
aconteceu pouco depois do Grande Salto Avante150. O artigo “A Grande Fome”,
do livro “Registros Históricos da Republica Popular da China”, publicado em
fevereiro de 1991 pela editora Bandeira Vermelha afirma: “Estima-se que o
número de mortes por causas não naturais somado à redução de nascimentos
entre 1959 e 1961 resultou em uma perda ao redor de 40 milhões de vidas... É
provável que esta cifra seja a maior fome mundial deste século”.
O PCCh deu à Grande Fome o falso nome de “Três Anos de Desastres Naturais”.
Na realidade, estes três anos tiveram condições climáticas favoráveis e durante
este período não se registraram desastres naturais como inundações, secas,
furações, tsunamis, terremotos, geadas, granizo ou pragas. O “desastre” se
deveu somente à ação da fome. A campanha do Grande Salto Avante obrigou
que todos os habitantes da China participassem da fabricação de aço, assim,
fazendo com que fazendeiros abandonassem suas plantações e suas colheitas
se perdessem. Além disso, funcionários de todas as regiões rurais exageravam
suas estimativas de produção. He Yiran, primeiro secretário do comitê do Partido
da prefeitura de Liuzhou, inventou o escandaloso volume de “65.000 kg de
arroz por mu151” para o condado de Huanjiang. Tais episódios aconteceram
justamente depois do Plenário de Lushan, quando o movimento antidiretista do
PCCh se estendeu por todo o país. Para demonstrar que o Partido sempre estava
certo, decorreu disso que o governo expropriou colheitas ao cobrar imposto
sobre produções superestimados. Como conseqüência disto, foram confiscadas
os estoques de grãos, as sementes e os alimentos básicos dos camponeses.
Além disso, quando as estimativas não podiam ser alcançadas, os camponeses
eram acusados de esconderem suas colheitas.
150
O Grande Salto Avante (1958-1960) foi uma campanha do PCC para impulsionar a
indústria chinesa, sobretudo a indústria do aço. Foi um grande fracasso.
151
Unidade chinesa. 1 mu = 0,165 acre.
116/182
Certa ocasião, He Yiran disse que os produtores rurais deveriam alcançar o
primeiro lugar na competição por maiores colheitas, não importando a que
custo de vidas de Liuzhou. Alguns camponeses perderam tudo e só ficaram com
um punhado de arroz escondidos em latrinas. O Comitê do Partido do distrito de
Xunle, condado de Huanjiang, chegou a emitir ordens para que fosse proibido
cozinhar para assim impedir que os camponeses comessem suas colheitas. De
noite havia patrulhas que olhavam os locais e, se viam indícios de fumaça ou
fogo, iam até os lugares de onde estes vinham. Muitos camponeses sequer se
atreviam a cozinhar vegetação selvagem; morriam de inanição.
Nas fomes mais grave da história da China, anteriores ao PCCh, houve casos em
que as famílias trocavam seus filhos para comê-los, porém, ninguém jamais
comeu seus próprios filhos. Entretanto, sob o comando do PCCh, as pessoas se
viram obrigadas a comer os mortos, aqueles que vinham de outras regiões e,
inclusive, matar e comer os próprios filhos. O escritor Sha Qing descreve o
cenário em seu livro Yi Xi Da Di Wan (Uma terra tenebrosa e pantanosa): durante
a Grande Fome, em uma família de camponeses, só restavam o pai e seu filho e
filha. Um dia, o pai pediu que a filha fosse fazer algo. Quando sua filha voltou,
não encontrou mais o seu irmão menor; ela viu óleo branco em um caldeirão e
restos humanos ao lado do fogo. Vários dias depois, o pai, após acrescentar
água ao caldeirão, pediu que sua filha se aproximasse. A menina, do lado de
fora da porta e com medo, pediu a seu pai: “Papai, por favor, não me coma!
Posso juntar lenha e ajudar você nas tarefas. Se você me comer, quem fará isto
para você?”.
117/182
da Grande Fome, ao invés de falarem a verdade, as pessoas, por medo de
perderem seus cargos, ocultavam as cifras referentes à quantidade de vítimas da
fome. A província de Gansu, inclusive se recusou a aceitar a ajuda oferecida pela
província de Shaanxi, afirmando que contava com reservas de alimentos.
Esta campanha foi o período esquerdista mais intenso da história chinesa. Matar
se converteu em uma competição para mostrar a posição revolucionária que
alguém tinha; por isso, a eliminação dos inimigos de classe foi sumamente cruel
e brutal.
Dez anos mais tarde, em 20 de julho de 1999, Jiang Zemin começou uma
campanha de repressão contra Falun Gong. No final de 2002, informações de
fontes do governo confirmaram 7.000 mortes em centros de detenção, campos
118/182
de trabalhos forçados, cárceres e hospitais psiquiátricos; uma média de 7
mortes por dia.
Tudo o que o PCCh faz tem um único propósito: conseguir se manter no poder.
Para o Partido, matar é uma forma muito importante de consolidar seu poder.
Quanto mais pessoas são mortas e quanto mais cruéis as forma de se fazer isto,
maiores são as possibilidades de gerar o terror. Este terror começou muito cedo:
antes da guerra Sino-Japonesa.
No livro, De Jaegher conta casos sobre como o PCCh utilizou a violência para
gerar o medo e tornar as pessoas submissas.
“Um dia - relata De Jaegher, testemunha presencial dos fatos -, o Partido reuniu
todo os habitantes de um aldeia em sua praça central. Os professores levaram
seus alunos, crianças, da escola para o local. O propósito da reunião era a
execução de 13 jovens patriotas. Depois de dar a conhecer as falsas acusações
contra os jovens, o PCCh ordenou que uma das professoras, sob ameaça, fizesse
seus alunos cantarem hinos patrióticos. No meio da praça não havia bailarinas e
sim um carrasco que segurava uma foice afiada. O carrasco era um jovem e
robusto soldado comunista, de braços atléticos e aspecto cruel. O carrasco foi
atrás da primeira vítima, levantou sua foice e, com um violento golpe, decapitou
a vítima. A cabeça caiu no chão e o sangue jorrou. O canto das crianças se
transformou em gritos e choros de horror. A professora tentou marcar o ritmo e
manter a canção. O carrasco deu 13 golpes e decepou 13 cabeças. Pouco
depois, alguns soldados comunistas se aproximaram e abriram o peito das
vítimas e retiraram os corações das vítimas e comemoram. Tamanha brutalidade
foi feita na frente de crianças. Estas empalideceram e começaram a vomitar
119/182
diante desse macabro ritual. A professora deu uma bronca nos soldados, reuniu
as crianças e depois voltou com as crianças para a escola”.
Quando o PCCh sentia que matanças comuns não mais serviam para despertar o
terror, ele inventava outros tipos de crueldades. Por exemplo, forçava uma
pessoa engolir uma grande quantidade de sal e não deixava que ela bebesse
água. A vítima sofria de sede até morrer. Ainda, fazia com que pessoas nuas se
arrastassem sobre cacos de vidro; faziam um buraco no rio congelado e jogava a
pessoa dentro: ela morria congelada ou afogada.
Depois de assumir o controle total do país, o PCCh não parou com sua violência
de forma alguma. De fato, durante a Revolução Cultural, a violência se
intensificou.
120/182
Golpear uma pessoa até matá-la era algo comum. Na Rua Shatan, um grupo da
Guarda Vermelha espancou uma senhora idosa com correntes de ferro e cintos
de couro até que ela ficasse inconsciente, então, uma mulher da Guarda
Vermelha pulou sobre ela pisoteando seu ventre. Aquela senhora idosa logo
morreu... Perto de Chongwenmeng, quando os Guardas Vermelhos
inspecionavam a casa de uma “mulher de um ex-proprietário de terra” (uma
viúva solitária), eles obrigaram que os vizinhos levassem potes com água
fervendo e jogassem no corpo desta mulher para queimá-la. Vários dias depois,
acharam aquela senhora morta, com o corpo cheio de vermes... Havia muitas
formas diferentes de matar, como açoitar com uma vara até causar a morte,
retalhar o corpo com uma foice, enforcamento... O método de matar bebês era o
mais cruel de todos: o assassino pisava sobre uma perna do bebê e puxava a
outra até partir a criança ao meio (Investigações do Massacre de Daxing, de Yu
Luowen153).
A segunda etapa foi o auge do terror e se tornou algo aberto e público. Durante
esta fase, os assassinos já mostravam grande experiência em extirpar o fígado e
o coração enquanto a vítima estava viva. Ensinavam aos outros e refinavam e
aperfeiçoavam suas técnicas. Por exemplo, quando abriam um pessoa viva, a
única coisa que precisavam fazer era cortar o ventre em forma de cruz, subir no
corpo (se a vítima estava amarrada a uma árvore, os assassinos golpeavam o
ventre com o joelho), e, assim, o coração e demais órgãos simplesmente se
projetavam para fora do corpo. O chefe dos assassinos ficava com o coração, o
fígado ou os órgãos genitais enquanto que os demais repartiam o resto entre si;
cenas chocantes acompanhadas de bandeirolas e apoiadas por slogans.
153
O Massacre de Daxing ocorreu em agosto de 1966. Na época, o ministro de
Segurança Pública, Xie Fuzhi, fez um discurso numa reunião no Departamento de
Segurança de Pequim no qual pedia para que este não interferisse nas ações das
Guardas Vermelhas contra as “cinco classes pretas”.
121/182
qualquer parte do corpo humano: coração, fígado, rins, ombros, pés, tendões
etc. Os corpos eram preparados de diversas maneiras: fervidos ao vapor, no
forno, fritos, assados... As pessoas bebiam bebidas alcoólicas e jogavam jogos
enquanto comiam os corpos. Durante o “esplendor” desta etapa, até o
restaurante da mais alta organização governamental, o Comitê Revolucionário
do condado de Wuxuan, oferecia pratos preparados com carne humana.
Uma canção que o Partido compôs em seu próprio louvor diz: “A velha
sociedade154 transformava os seres humanos em fantasmas”. Entretanto, as
matanças e os festins canibais demonstram que o partido pode converter um ser
humano em monstro ou demônio, já que o PCCh é mais cruel do que qualquer
outro monstro ou demônio.
Como o povo chinês entrou na era da computação e era espacial e, por poderem
falar privadamente sobre direitos humanos, liberdade e democracia, muitos
acreditam que as incríveis atrocidades do governo comunista são coisas do
passado, que o PCCh vestiu roupas civis e está pronto para se integrar ao
mundo.
122/182
torturas; porém, os guardas não param ai, eles jogam água com sal sobre os
corpos das pessoas e queimam as pessoas com bastões elétricos. O cheiro de
sangue e carne queimada se mistura com os gritos de agonia e produzem uma
cena terrível. Além disso, os torturados envolvem a cabeça das pessoas com
sacos plásticos para tentar fazer a pessoa ceder pelo desespero de se sentir
sufocada. Choques elétricos é outro método comumente usado para torturar os
praticantes de Falun Gong em campos de trabalhos forçados na China. Os
policiais utilizam bastões elétricos que produzem choques elétricos nas partes
mais sensíveis dos praticantes: boca, topo da cabeça, peito, genitais, quadris,
coxas, sola dos pés, seios das mulheres e pênis dos homens. Às vezes a
descarga é feita com vários bastões elétricos de uma só vez até que a carne
desprenda um cheiro de queimado e as zonas lesionadas fiquem escuras ou
vermelhas. Outras vezes, a descarga é feita simultaneamente sobre a cabeça e
anus. Normalmente, o bastão elétrico descarrega até 10.000 Volts. Durante a
descarga ele emite uma faísca azul junto com um som de estática. Quando a
corrente atravessa o corpo, a pessoa sente como se estivesse sendo queimada
ou mordida por uma serpente. A pela da pessoa fica vermelha e se rompe, e as
feridas apodrecem. Há bastões mais poderosos que fazem com que o torturado
se sinta como que sendo golpeado por uma marreta.
Além disso, os policiais queimavam com cigarros as mãos, o rosto, a planta dos
pés, o peito, as costas, mamilos e outras partes do corpo dos praticantes, ou
usavam isqueiros para queimar as mãos e os genitais. Colocam barras de ferro
em brasa sobre as pernas dos praticantes. Também queimavam os rostos dos
praticantes com brasas. A policia queimou matando um praticante e depois
informou que a vitima havia feito uma “auto-imolação”.
123/182
III. A cruel disputa dentro do Partido.
Pelo fato do PCCh unir seus membros pela “natureza do Partido” e não por
princípios morais e justos, a lealdade de seus membros - sobretudo entre seus
altos funcionários e cúpula - constitui uma questão de vital importância. O
Partido gera uma permanente atmosfera de terror matando seus membros.
Sendo assim, os sobreviventes sabem que quando o ditador supremo quer que
alguém morra, esta pessoa inevitavelmente morrerá de forma trágica.
As fortes disputas dentro dos partidos comunistas são bem conhecidas. Todos
os membros do Politburo do Partido Comunista Russo que serviram durante os
primeiros mandatos foram executados ou se suicidaram, exceto Lênin, que
morreu, e do próprio Stalin. Três dos cinco marechais, três dos cinco
comandantes-chefes, todos os dez subcomandantes do exército, 57 dos 85
comandantes do comando do exército e 110 dos 195 comandantes de divisão
tiveram a mesma sina: foram executados.
O PCCh sempre defendeu “lutas brutais e ataques sem piedade”. Estas táticas
não se apenas aplicam às pessoas que não pertencem ao Partido. Já no início do
período revolucionário, na província de Jianxi, o Partido tinha matado tantas
pessoas da Aliança Anti-bolchevista (Aliança AB)155 que poucos sobreviveram
para lutar na guerra. Na cidade de Yan’an, o Partido fez uma campanha de
“retificação”. Mais tarde, depois de se estabelecer politicamente, ele eliminou
Gao Gang, Rao Shushi156, Hu Feng, y Peng Dehuai. Na época da Revolução
Cultural, quase todos os membros veteranos do Partido já tinham sido
eliminados. Nenhum dos ex-secretários geral teve um final feliz.
Liu Shaoqi, um ex-presidente chinês em certa época foi a segunda figura mais
importante do país, teve uma morte trágica. No dia em que fazia 70 anos, Mao
Tsé-tung e Zhou Enlai157 deram a ordem a Wang Dongxing (o chefe da guarda de
Mao) para comprar um rádio de presente para Liu Shaoqi para que ele ouvisse as
notícias oficiais da Oitava Sessão da 12ª Plenária do Comitê Central, que dizia:
“Recomendamos a expulsão permanente do Partido, do traidor e espião e
desertor Liu Shaoqi, bem como expor e acusar Liu Shaoqi e seus cúmplices por
delitos de traição e conspiração”.
155
Em 1930, Mao ordenou que o Partido matasse milhares de membros do PCC – de
soldados do Exército Vermelho a civis inocentes da província de Jiangxi – para
consolidar seu poder nas regiões controladas pelo PCC. Para maiores informações
(em chinês): http://kanzhongguo.com/news/articles/4/4/27/64064.html
156
Gao Gang e Rao Shushi eram membros do Comitê Central do Partido. Depois de uma
mal sucedida disputa pelo poder que ocorreu em 1954, foram acusados de tramar
para dividir o Partido e por causa disto foram expulsos.
157
Zhou Enlai (1898-1976) foi a segunda pessoa mais importante da historia do PCC
depois de Mao. Foi una figura principal do Partido e primeiro ministro da República
Popular China desde 1949 até o dia em que morreu.
124/182
Em outubro de 1969, durante sua punição, todo o corpo de Liu Shaoqi começava
a se decompor e o pus das feridas emanava um cheiro intenso. Estava
extremamente fraco e à beira da morte. Entretanto, o inspetor chefe do Comitê
Central do Partido não permitia que ele tomasse um banho ou trocasse sua
roupa. Ao invés disso, arrancaram toda sua roupa, o envolveram com uma
manta, levaram ele de avião de Pequim para a cidade de Kaifeng e o colocaram
no um porão de uma fortificação. Quando teve febre alta, não apenas não lhe
deram medicação como não permitiram que médicos fossem no local. Quando
Liu Shaoqi morreu, seu corpo estava completamente desfigurado; ele tinha
cabelos brancos com mais de 60 cm de comprimento. Dois dias depois, à meia-
noite, ele foi cremado como alguém com enfermidades altamente contagiosas.
Também queimaram suas roupas de cama, seu travesseiro e outros objetos
pessoais. No atestado de óbito de Liu Shaoqi constava o seguinte: “Nome: Liu
Weihuang; profissão: desocupado; motivo da morte: doença”. O PCCh torturou
um ex-presidente da nação até a morte sem dar qualquer tipo de explicação.
O regime dos Khmer Vermelho de Pol Pot, existiu por apenas quatro anos no
Camboja. Entretanto, de 1975 a 1978, mais de dois milhões de pessoas,
incluindo 200.000 chineses, foram mortos nesse pequeno país com uma
população de 8 milhões de pessoas.
Os crimes cometidos pelos Khmer Vermelho são imensos, porém, não iremos
falar deles aqui. O que iremos falar é sobre sua relação com o PCCh.
Pol Pot venerava Mao Tsé-tung. Em 1965, viajou à China quatro vezes para
escutar em pessoa os ensinamentos de Mao. Em novembro de 1965, ele ficou
três meses na China. Chen Boda e Zhang Chunqiao analisaram com ele teorias
como ”o poder político nasce do cano de uma arma”, “a luta de classe”, “a
ditadura do proletariado” e outras. Mais tarde, estas teorias serviram de bases
para que ele governasse o Camboja. Ao regressar a seu país, Pol Pot mudou o
nome de seu partido para Partido Comunista cambojano e estabeleceu as bases
revolucionárias segundo o modelo do PCCh de cercar cidades a partir do campo.
125/182
o feto” para evitar futuros problemas. Porém, a pedido de Zhou Enlai, Pol Pot
obedeceu.
Zhou Enlai salvou a Sihanouk com uma palavra, porém o PCCh não questionou o
assassinato de mais de 200.000 chineses em mãos do Partido Comunista
cambojano. Naquela época, os cambojanos de origem chinesa foram à
embaixada da China em busca de proteção, porém, esta fechou a porta para
eles.
V. Destruição de famílias.
Não temos como saber quantas pessoas morreram vitimas das manobras
políticas do PCCh. Não há como fazer levantamentos estatísticos devido ao
bloqueio de informações e as barreiras entre diferentes regiões, grupos étnicos
e dialetos locais. O governo do PCCh jamais faria um estudo desta natureza já
que isto significaria cavar a própria sepultura. Na hora de contar sua história, o
PCCh prefere “omitir tais detalhes”.
O jornal japonês Yomiuri News certa vez noticiou que mais da metade da
população da China foi perseguida pelo PCCh. Se for este o caso, estima-se que
o número de famílias destruídas pelo Partido supere os 100 milhões.
Lin Lin, filha de Zhang Zhixin, conta: “No início da primavera de 1975 uma
pessoa da corte proferiu a sentença dizendo em voz alta para mim: Sua mãe é
uma contra-revolucionária e sofre de uma obstinação incorrigível. Ela se opõe
158
Zhang Zhixin foi uma intelectual que foi torturada até a morte pelo PCC durante a
Revolução Cultural por criticar o fracasso de Mao na campanha do Grande Salto
Avante e por dizer a verdade abertamente. Muitas vezes, os guardas da prisão onde
Zhang estava preso, tiravam as roupas dela, amarravam suas mãos e a jogavam nas
celas de prisioneiros para que ela fosse violentada em grupo. Por fim Zhang ficou
louca. Os responsáveis pelo presídio, temendo que ela gritasse palavras de protesto
durante a execução, cortaram sua língua antes de executá-la.
126/182
ao nosso grande líder, o presidente Mao, ao invencível pensamento de Mao Tsé-
tung e a seu governo do proletariado. Com tantos delitos, nosso governo está
considerando a possibilidade de aumentar sua pena. Se ela for executada, qual
será a sua atitude? Eu fiquei perplexa e não sabia o que dizer. Tinha o coração
destroçado. Porém simulava estar tranqüila e fazia força para que não
escapassem lágrimas. Meus pais me haviam dito que não chorássemos na frente
dos outros, do contrário, nos teríamos que renunciar nosso vinculo familiar. Meu
pai respondeu: Se este é o caso, o governo está livre para fazer o que for
necessário”.
“A pessoa da corte me perguntou em seguida: Você irá recolher seu corpo se ela
for executada? Irá buscar os pertences de sua mãe na prisão? Eu baixei a cabeça
e não disse nada. Novamente, meu pai respondeu: Não precisamos de nada.
Meu pai pegou meu irmão e eu pelas mãos e fomos saímos da corte.
Atordoados, fomos caminhando para casa em meio a uma tormenta de neve.
Não cozinhamos; meu pai repartiu um pedaço de bolo de milho que ainda
restava e nos deu. Disse-nos: Comam e vão para cama mais cedo. Meu pai se
sentou em uma banqueta e ficou mirando o longe em estado de perplexidade.
Depois de certo tempo, olhou para a cama pensando que estivamos dormindo.
Ele se levantou, abriu uma pasta que havíamos trazido de nossa antiga casa em
Shenyang e tirou a foto de minha mãe. Olhou para ela e não pode conter as
lágrimas”.
Um professor universitário tinha uma família estruturada e feliz até que sua
família se viu vítima de uma tragédia durante o processo de retificação dos
direitistas. Na época do movimento direitista, antes de se casar, sua mulher
namorou alguém considerado um direitista. Este foi preso e enviado para um
local afastado onde sofreu muito. Entretanto ela, como era muito jovem, não
teve que ir com ele. Assim, ela negou este amor e, pouco depois, se casou com
o referido professor. Quando seu antigo amor retornou da prisão para a cidade,
ela, agora mãe, se arrependeu de sua decisão e insistiu em se divorciar de seu
marido para se livrar de seu sentimento de culpa. Nesta ocasião, seu marido
tinha cerca de 50 anos de idade e, não podendo aceitar essa brusca mudança
em sua vida, ficou desnorteado. Ele abandonou tudo e foi em busca de um lugar
para recomeçar sua vida. Por fim, sua ex-esposa abandonou a todos, inclusive
os seus filhos. Os casos de separações dolorosas decorrentes do Partido se
conceituem num grande problema, é uma enfermidade incurável que leva a
separação após separação.
Como o Partido monopoliza os recursos sociais, quando este considera que uma
pessoa se opõe à ditadura, ele ou ela terá sua vida em jogo, será acusado por
todos e terá sua dignidade arruinada. Sendo tratado tão injustamente, a família
é o único refugio e consolo para tal pessoa inocente. Porém a política do PCCh
159
De um informe da Fundação de Investigações Laogai, de 12 de outubro de 2004,
publicado em: http://www.laogai.org/news2/newsdetail.php?id=391 (em chinês)
127/182
de incriminar pessoas impede que os familiares se confortem entre si, do
contrário, também correm o risco de serem acusados de opositores da ditadura.
Zhang Zhixin, por exemplo, se viu obrigada a se divorciar. Para muitos, a traição
ou a falta de apoio dos familiares (que os denunciam, não os defendem ou os
acusam publicamente) é a última esperança que se quebra: quando está se vai, o
espírito desaba. Muitas pessoas não suportam isto e se suicidam.
160
Uma das três ferramentas (meios de produção, sistema de produção e relações de
produção) que Marx utilizava para analisar as classes sociais. O termo “relações de
produção” se refere ao vínculo que se estabelece entre aquele que possui os meios de
produção e aqueles não os possuem; por exemplo, a relação entre proprietários de
terra e camponeses ou entre capitalistas e operários.
161
De Mencius, 3º livro. Da série: Clássicos de Penguin, tradução de D. C. Lau.
128/182
preocupar com o Estado e por último com si próprio162”; “Toda pessoa deve se
sentir responsável pelo sucesso ou fracasso de seu país163”; e “Individualmente
um cidadão melhora a si mesmo e, em sociedade, melhora a todo o seu país164”.
(2) Começar uma revolução cultural e matar pessoas para obter total controle
político e cultural.
Foi a primeira vez que o exército do Partido matou civis em público como forma
de reprimir protestos contra a malversação de fundos, a corrupção e os conluios
entre oficiais do governo e empresários, bem como para reprimir a liberdade de
imprensa, de expressão e de reunião. Durante o massacre, visando instigar o
ódio entre militares e civis, o Partido fabricou cenas onde pessoas queimavam
veículos militares e matavam soldados, para assim tentar maquiar as
brutalidades cometidas pelo Exército do Povo ao massacrar seu próprio povo.
129/182
decidiram se colocarem pessoalmente à frente das matanças ao invés de
utilizarem outras pessoas ou grupos.
(6) Privar as pessoas do direito à vida para garantir seus próprios interesses.
Por tudo isto, podemos ver que o PCCh, em essência, é um espectro do mal. Não
importa o modo como ele mude para se manter no poder, jamais poderá mudar
sua história de matanças: matou pessoas no passado, mata pessoas hoje em dia
e continuará matando pessoas no futuro.
130/182
Por exemplo, a obra de teatral “A Menina de Cabelos Brancos166”, uma completa
distorção de uma lenda folclórica, e as histórias inventadas sobre a cobrança de
aluguel e água que se contam na obra de Liu Wencai foram utilizadas como
ferramentas para “ensinar” o povo a odiar os proprietários de terra. O PCCh
normalmente endemoniza seus inimigos, como no caso do ex-presidente chinês
Liu Shaoqi. Em Janeiro de 2001, por exemplo, o Partido fabricou o incidente da
auto-imolação na Praça Tiananmen para colocar o povo contra Falun Gong, e,
logo em seguida, iniciou uma enorme campanha de genocídio contra os
praticantes de Falun Gong. O PCCh, na realidade, não abriu mão de seus
métodos de matar pessoas, apenas os aperfeiçoou através dos avanços da
tecnologia. No passado, o Partido somente podia enganar o povo chinês, porém,
na atualidade, também engana pessoas de todo o mundo.
O PCCh não somente mata pessoas através da máquina imposta por sua
ditadura como também incita as pessoas a se matarem umas as outras. No
começo o PCCh observa algumas leis e regulamentos, entretanto, uma vez que
consegue a adesão do povo, nada pode detê-lo em seu massacre. Por exemplo,
na época da reforma agrária, um comitê especial decidia se os proprietários de
terra mereciam viver ou não.
Para matar pessoas, o PCCh utiliza tanto o “bastão como a cenoura”, se faz de
amigo e de inimigo de outros. O Partido sempre ataca a uma “pequena” parte do
povo: 5%. A “maioria” das pessoas é sempre boa, são “educáveis”. A educação é
feita através de dois caminhos: o terror ou a proteção. A educação através do
terror busca ensinar às pessoas que aqueles que se opõem ao PCCh não terão
um final feliz, e faz com as pessoas se afastam daqueles que já foram alvos do
Partido. A educação baseada na proteção faz com que a pessoa veja que se ela
166
Na lenda popular, A Menina de Cabelo Branco é um ser imortal que vive em uma
caverna e tem poderes sobrenaturais para recompensar o bem e castigar o mal,
apoiar os justos e combater o mal. Entretanto, durante a Revolução Cultural, a Menina
é caracterizada como uma pessoa obrigada a fugir e se refugiar em uma caverna logo
depois que seu pai é morto por se recusar a casar com a filha de um velho
proprietário de terra. Seu cabelo fica branco por falta de alimentação. A peça passou
a ser um dos mais conhecidos dramas “modernos” da China e foi usada para incitar o
ódio de classe contra os proprietários de terra.
131/182
ganhar a confiança do PCCh e for fiel a este, a pessoa não somente estará a
salvo como também terá chances de ser promovida ou ganhar outros benefícios.
Lin Biao167 disse certa vez: “Uma pequena porção [reprimida] hoje e outra
amanhã se transforma com o tempo em uma grande quantidade”. É comum que
aqueles que alegram por terem conseguido sobreviver a uma ação do PCCh
sejam vítimas na seguinte.
Nos dias atuais, o PCCh utiliza um sistema de cortar o problema pela raiz e de
matar secretamente à revelia da lei. Por exemplo, como as greves dos operários
e os protestos dos camponeses apareceram em vários lugares, o PCCh acabou
com estas manifestações antes que elas crescessem, prendendo os cabeças
dessas manifestações e os sentenciando a severos castigos. Em outro exemplo,
como a defesa à liberdade e aos direitos humanos se tornou uma bandeira no
mundo, o PCCh já não “condena oficialmente” praticante de Falun Gong à pena
de morte, mas, sob a premissa de Jiang Zemin de que “ninguém será culpado
por matar praticantes de Falun Gong”, estes são torturados até à morte em todo
o país. A Constituição chinesa estabelece que os cidadãos têm o direito de
apelar se são vítimas de injustiças. Entretanto, o PCCh utiliza “policiais vestidos
à paisana” ou contrata criminosos para dissuadir, impedir, deter ou mandar de
volta para suas casas os apelantes, ou até levá-los a campos de trabalhos
forçados.
Geralmente, o PCCh reprime, mas não mata pessoas famosas devido à opinião
internacional. O propósito disto é esconder seus crimes da opinião pública. Por
exemplo, durante a campanha de repressão aos reacionários, o Partido não
matou os generais do alto escalão do KMT - como Long Yun, Fu Zuoyi e Du
Yuming -, porém matou outros oficiais e soldados de menor patente.
132/182
“guerra total” podem ser vistos por todas as partes, fazendo pessoas tremerem
de medo.
Conclusão.
Devido ao bloqueio ao acesso às informações feito pelo PCCh, não temos como
saber exatamente quantas pessoas morreram no vários movimentos e
campanhas de perseguição que ocorreram durante sob o governo do PCCh.
Pelos menos 60 milhões de pessoas morreram. Além disso, o PCCh eliminou as
minorias étnicas em Xinjiang, no Tibet, na Mongólia, em Yunnan e em outras
regiões. É difícil achar informações sobre tais operações. O diário americano
Washington Post, certa vez, calculou que o número de pessoas mortas pelo
PCCh foi da ordem de 80 milhões169.
Certa vez o jornal japonês Yomiuri News, noticiou170: “O governo central chinês
realizou um levantamento das mortes durante a Revolução Cultural com base
em 29 províncias e municípios diretamente administrados por ele. Os resultados
revelaram que, durante a Revolução Cultural, foram perseguidas ou incriminadas
cerca de 600 milhões de pessoas, o que equivale a metade da população
chinesa”.
Stalin disse que a morte de um homem é uma tragédia, mas a morte de milhões
é somente uma estatística. Quando falaram para Li Jingquan, na época secretário
do Partido na província de Sichuan, que muitas pessoas estavam morrendo de
fome em sua província, ele disse: “Qual a dinastia não causou a morte de
pessoas?”. Mao Tsé-tung declarou: “As baixas são uma conseqüência inevitável
das lutas. As mortes devem ocorrer”. Está é a visão que os ateus comunistas têm
da vida. Por isso, 20 milhões de pessoas morreram como resultados das
perseguições de Stalin; cifra que representa quase 10% da população da ex-
URSS. O PCCh matou cerca de 80 milhões de pessoas, também quase 10% da
população chinesas (ao final da Revolução Cultural). Os Khmer rouger mataram
dois milhões de pessoas, um quarto da população do Camboja (na época). Na
Coréia do Norte, estima-se que a fome provocou mais de um milhão de mortes.
Estas são dívidas de sangue que se acumularam sobre os partidos comunistas.
169
Informação baseada na Fundação de Investigações Laogai, extraído de:
170
Extraído de “Carta aberta de Song Meiling a Liao Chengzhi” (17 de agosto de 1982)
Fonte: http://www.blog.edu.cn/more.asp?name=fainter&id=16445 (em chinês).
133/182
outras falácias. Inclusive, o partido comunista sacrificou no seu altar de culto
perverso seus próprios secretários, marechais, generais, ministros e outros
membros.
Muitos pensam que com o tempo o PCCh irá melhor, que as suas matanças
diminuíram bastante. Em primeiro lugar, matar uma só pessoa é o suficiente
para transformar alguém em assassino. Além disso, como matar é um dos
métodos que o PCCh utiliza para impor seu regime de terror, o PCCh aumenta
ou diminui a quantidade de mortes de acordo com sua necessidade e estratégia.
Em geral, a política de extermínio que ele utiliza é imprevisível. Se o povo carece
de um forte sentimento de medo, o PCCh matará para infundi-lo; se o povo é
temeroso, matar alguns serve para manter aquecido o sentimento de medo;
quando o sentimento de medo é grande, anunciar a intenção de matar sem
realmente fazê-lo é o suficiente para infundir o terror. Após atravessar por
muitos movimentos políticos e de extermínio, o povo desenvolveu uma resposta
reflexo condicionado ao regime de terror do PCCh. Portanto, o Partido nem
sequer necessita mencionar a intenção de matar; o tom de advertência da
máquina de propaganda política do Partido é mais que suficiente para que as
pessoas se lembrem dos horrores vividos.
Para manter o terror, o método que dá melhor resultado é matar ao acaso. Nas
matanças em grande escala que ocorreram no passado, intencionalmente, o
PCCh deixava vago sobre o motivo, o delito e a sentença das vítimas. Para evitar
ser alvo das matanças, as pessoas se restringiam as “zonas seguras” com base
em seus próprios julgamentos. Às vezes, tais “zonas seguras” eram ainda mais
rigorosas do que aquelas que o PCCh pretendia. Por isso, em todas as
campanhas, as pessoas tinham que atuar com esquerdistas, não bastava não ser
um direitista. Consequentemente, muitas vezes os movimentos atingia
proporções muito maiores do que as esperadas, já que as pessoas dos vários
estratos sociais, para se sentirem seguras, se auto-impunham restrições e
exigências ainda maiores do que as do Partido. Quanto mais baixo o nível social,
maior era a crueldade da campanha. Essa intensificação voluntária do terror, que
se estendeu por toda a sociedade, se originou dos assassinatos ao caso feitos
pelo PCCh.
134/182
Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês (PCCh).
135/182
Introdução
“O leopardo morreu, mas a pele ainda continua171”. O PCCh faz jus a esta frase já
que continua governando apenas com a pele do comunismo e a usa para
sustentar seu regime na China.
Qual é a natureza dessa pele herdada pelo PCCh? Ou seja: Qual é o núcleo de
sua organização?
171
“O leopardo morreu, mas a pele ainda continua” é um verso do “Poema da flor da
ameixeira”, de Shao Yong (1011-1077), incluído em antigo livro de profecias
chinesas. O leopardo é usado para se referir ao território da ex-União Soviética, cuja
forma lembra um leopardo correndo. Com a queda da União Soviética, a essência do
sistema comunista desapareceu; ficou só a pele (a forma), a qual o PCC herdou.
136/182
I. As Características de seita do PCCh
Embora não se veja como uma religião, o Partido Comunista tem todas as
características de uma religião (tabela 1, adiante). Durante sua formação, ele
proclamava que o marxismo era a verdade absoluta. Venerava Marx como seu
Deus e exortava o povo a engajar em uma incansável luta para construir o
“paraíso comunista na Terra”.
Características básicas
As características correspondentes do PCCh
de uma religião
137/182
O Partido Comunista difere claramente de qualquer religião reta. Toda religião
ortodoxa acredita em Deus e em benevolência, e tem o propósito de ensinar
princípios morais e salvar almas. O Partido Comunista não acredita em Deus e se
opõe à moral universal.
O que o Partido Comunista tem feito mostra claramente que ele é uma seita do
mal. As doutrinas comunistas pregam a luta de classe, a revolução violenta e a
ditadura do proletariado; a chamada “revolução comunista”, cheia de sangue e
violência. O terror vermelho desencadeado pelo comunismo já dura um século: é
responsável por enormes tragédias em dezenas de países e pela perda de
inúmeras vidas humanas. A crença comunista, que trouxe o inferno para Terra, é
simplesmente a seita mais perversa do mundo. As características de seita do
Partido Comunista podem ser resumidas em seis itens:
O meio mais eficaz que a seita maléfica do comunismo encontrou para divulgar
sua doutrina foi eliminar seus opositores ou dissidentes. Como a ideologia e
prática do comunismo são por demais absurdas, a única maneira de fazer as
pessoas aderirem ao comunismo é forçá-las a isto. Sendo assim, o Partido
recorre à violência e elimina seus opositores e dissidentes. Depois que o PCCh
tomou as rédeas do poder na China, ele fez “reforma agrária” para eliminar a
classe dos proprietários de terra, fez a “reforma social” na indústria e comércio
pra eliminar classe dos capitalistas, fez “purga de reacionários” para acabar com
as religiões independentes e com os funcionários das gestões anteriores ao
comunismo, fez o “movimento antidiretista” para silenciar os intelectuais, e a
Revolução Cultural para apagar e acabar a tradicional cultura chinesa. O PCCh
conseguiu unificar a China por meio da perversa seita do comunismo e fez com
que todo o país lesse o Livro Vermelho, bailasse a “dança da lealdade” e
aceitasse “pedir instruções ao Partido pela manhã e prestar-lhe contas à noite”.
No período após o reinado de Mao e Deng, o PCCh achou que Falun Gong (uma
tradicional prática de cultivo que acredita nos princípios Verdade, Benevolência e
Tolerância) iria competir com o ele pelas massas e, assim, decidiu perseguir e
eliminar Falun Gong. Assim, o PCCh iniciou uma perseguição genocida contra
Falun Gong que dura até hoje.
138/182
2. Culto de adoração a um líder e imposição totalitárias de pontos de vista.
172
Constituição da República Popular China (1999).
139/182
A crítica e a autocrítica praticada nas assembléias do Partido são utilizadas como
meio usual e permanente para controlar a mente de seus militantes. Ao longo de
sua existência, o PCCh fez uma série interminável de campanhas políticas para
“purga de seus membros”, “retificar o ambiente do Partido”, “capturar os
traidores”, “purgar a Aliança Anti-bolchevista173 (Aliança AB)” e “disciplinar o
Partido”. Um teste para verificar o “senso de natureza partidária”. Em outras
palavras, empregar a violência e o terror para verificar o grau de devoção de
seus membros, e também para assegurar-se que estes sempre sigam as ordens
do Partido.
O processo para tomar decisões dentro do PCCh é uma “caixa preta”, já que as
disputas dentro do Partido devem ser mantidas em total segredo. Todos os
documentos do PCCh são confidenciais. Temendo ser exposto por seus atos
criminosos, o PCCh frequentemente prende opositores ou dissidentes
acusando-os de “divulgarem segredos de Estado”.
Mao Tsé-Tung disse certa vez: “Uma revolução não é uma festa de jantar, nem
escrever um ensaio, pintar um quadro ou bordar. Não pode ser algo refinado,
pacífico, suave, sóbrio, amável, cortês, moderado e generoso. A revolução é uma
revolta, um ato de violência pelo qual uma classe derrota a outra”.
Jiang Zemin deu a seguinte ordem: “Destrua-os [os praticantes de Falun Gong]
fisicamente, arruíne suas reputações e arruíne-os financeiramente”.
173
Em 1930, Mao ordenou que o Partido matasse milhares de membros do PCC – de
soldados do Exército Vermelho a civis inocentes da província de Jiangxi – para
consolidar seu poder nas regiões controladas pelo PCC. Para maiores informações (em
chinês): http://kanzhongguo.com/news/articles/4/4/27/64064.html
140/182
do monte Tai174”. Naqueles anos de loucura, “frases de encorajamento” como
“Não tema a adversidade nem a morte” e “O sacrifício tempera o caráter; nós
faremos o sol e a lua brilharem em novo Céu”, iam ao encontro às aspirações
daquela época, uma época de pronunciada carência material.
O PCCh prega o ateísmo e diz que a religião é o “ópio espiritual” que vicia os
povos. Usou seu poder para esmagar todas as religiões da China e se impor
como um deus para, assim, dar à sua seita maligna o controle total do país.
174
O monte Tai (Taishan) é o primeiro de cinco montes famosos da província chinesa de
Shandong. Em 1987, as Nações Unidas o declararam patrimônio da humanidade.
141/182
Em 4 de junho de 1989, o chamado Exército de Libertação do Povo massacrou
um elevado número de estudantes de Pequim. Esta matança fez com que o povo
perdesse a esperança quanto ao futuro político da China. A partir daí, o povo só
interessa por dinheiro. Desde 1999, o PCCh persegue brutalmente Falun Gong e,
assim, se coloca contra a “Verdade, Benevolência e Tolerância” e causa uma
acelerada degradação da moralidade da sociedade chinesa.
Desde o início deste século ocorre uma nova campanha de confisco de terras175
e de recursos financeiros e materiais (executada por funcionários corruptos do
PCCh em conivência com oportunistas inescrupulosos) que tem deixado muitas
pessoas sem teto e na miséria. O número de pessoas que apelam ao governo
por se sentirem injustiçadas aumentou enormemente, e isto intensificou os
conflitos sociais. São freqüentes os protestos populares, todos reprimidos
violentamente pela polícia e pela forças armadas. A natureza fascista da
“República” salta aos olhos e a sociedade perdeu sua consciência moral.
No passado, um vilão não fazia mal a seus vizinhos e próximos. Como diz o
ditado: “O raposa caça longe de casa”. Na atualidade, quando alguém quer
trapacear alguém, ele escolhe seus parentes e amigos, uma pratica conhecida
como “tirar vantagem das relações”.
Nos anos 90 as pessoas tiram vantagem do primeiro que encontra pela frente.
O maior propósito daqueles que fundaram o PCCh foi tomar o poder à força e,
através do Estado, manter controle sobre os monopólios decorrentes de uma
economia planificada. A ambição sem limite do PCCh ultrapassa em muito à das
religiões perversas comuns que simplesmente buscam se enriquecerem.
175
A Campanha de Anexação de Terras integra o lado escuro das reformas econômicas
impulsionadas na China. Igual ao que ocorreu na Inglaterra durante a Revolução
Industrial (1760-1850), as terras da China atual aptas para a agricultura foram
demarcadas para criar regiões econômicas no âmbito dos condados, das cidades, das
províncias, em nível nacional. Como resultado desta ação, os agricultores chineses
perderam suas terras. Nas cidades e povoados, antigas áreas urbanas foram
confiscadas para criar zonas comerciais, e seus antigos habitantes receberam uma
indenização irrisória. Mais informações: http://www.uglychinese.org/enclosure.htm
142/182
dos comitês centrais e suas agência em seus diferentes níveis hierárquicos) e
controlam a infra-estrutura básica do país. As insaciáveis organizações do PCCh
controlam a máquina estatal e, assim, sacam recursos financeiros diretamente
dos cofres públicos em todos os níveis de governo. Como um vampiro, o PCCh
suga, das veias da nação, grande parte das riquezas do país.
Todos sentem medo e indignação diante de tragédias como a: feita por Aum
Shinri Kyo (da Seita Verdade Suprema) que matou inocentes com sarin (um gás
venenoso) no Metrô do Japão; a Ordem do Templo Solar que, prometendo a
ascensão aos Céus, induziu ao suicídio seus seguidores; ou a seita do Templo
do Povo, de Jim Jones, que induziu ao suicídio mais de 900 de seus seguidores.
O PCCh, uma seita maligna, entretanto, foi capaz de cometer crimes cem mil
vezes piores e que resultaram em uma incalculável quantidade de vítimas.
Na maioria dos países, se uma pessoa não segue uma religião, ela ainda pode
viver sua vida e ser feliz. Não é obrigada a ler os livros ou escutar os princípios
dessa religião. Entretanto, na China continental é impossível viver sem uma
constante exposição às doutrinas e a propaganda da seita do PCCh, dada a sua
condição de religião de Estado.
O PCCh começa a incutir sua seita política quando a pessoa ainda está no jardim
da infância ou na escola primária. Um indivíduo não chegará à universidade ou
subirá profissionalmente sem antes ser aprovado no Exame Político. Nenhuma
pergunta deste exame permite o pensamento independente. O postulante tem
que decorar as respostas padrão do PCCh se quiser ser aprovado. Infelizmente,
o chinês é obrigado a ouvir e repetir os sermões do PCCh desde criança. Isto
provoca uma lavagem cerebral nos indivíduos. Quando alguém do governo vai
ser promovido, seja membro ou não do PCCh, tem que freqüentar a Escola do
Partido. Até que não seja aprovado nesta escola ele não será promovido.
Tal seita do mal conseguiu se tornar religião de Estado porque o PCCh exerce
um total controle social e priva o indivíduo de liberdade. É uma dominação sem
precedentes; o PCCh privou as pessoas da propriedade privada, uma das bases
da liberdade. Até a década de 1980, o único caminho para se ganhar a vida nas
cidades era trabalhando em empresas dirigidas pelo Partido. Os habitantes das
áreas rurais tinham que viver das terras que pertenciam às comunas do Partido.
Nada podia escapar ao controle do Partido. Em um país como a China, as
organizações do Partido são onipresentes: do governo central até as áreas rurais
mais remotas, passando pelas aldeias e pequenos povoados, tudo conta com
pelos menos uma organização do Partido. Este sufocante controle asfixia a
liberdade individual: liberdade de transito (impedida pelo sistema de registro de
residência), liberdade de expressão (500.000 “direitistas” foram alvos de
perseguição do PCCh por expressarem suas opiniões a pedido deste), liberdade
143/182
de pensamento (Lin Zhao e Zhang Zhixin176 foram executados por discordarem
do Partido) e liberdade de acesso às informações (é ilegal ler certos livros ou
escutar emissoras de rádio do “inimigo”; também se vigia o uso da Internet).
Para que não sejam esquecidos os crimes cometidos pelo Partido Comunista e
lembradas as vítimas, o Camboja fez um museu para expor as atrocidades do
Khmer Vermelho. O museu fica onde era uma antiga prisão do regime. O local
concebido, originalmente uma escola secundária, foi transformado por Pol Pot
na prisão S-21 que foi principalmente usada para presos políticos. Muitos
intelectuais passaram seus últimos dias ali, onde foram torturados até a morte.
Junto com os aparatos de tortura estão expostas fotografias em preto e branco
de vitimas antes da execução. São mostradas barbaridades de todos os tipos:
gargantas cortadas, cérebros perfurados, crianças jogadas no chão para serem
em seguida assassinadas, entre outras. Todos estes métodos de tortura foram
ensinados pelos “peritos e especialistas” do PCCh enviados para apoiar o Khmer
Vermelho. O PCCh inclusive treinou fotógrafos para tirarem fotos de prisioneiros
antes de serem executados, isto para registro ou por pura satisfação.
Nessa Prisão S-21 que havia uma máquina para perfurar crânios e extrair
cérebros humanos para servirem de nutritivas refeições aos líderes do Partido
Comunista cambojano. Os prisioneiros eram amarrados em uma cadeira que
ficava na frente dessa máquina extratora de cérebros. A vítima extremamente
176
Dois intelectuais que o PCC torturou até a morte durante a Revolução Cultural por não
acreditarem nas mentiras do PCC e dizerem a verdade dos fatos.
144/182
apavorada aguardava o golpe de uma espécie de punção ou broca que descia e
perfurava velozmente a cabeça da pessoa e extraia eficientemente o cérebro
mesmo antes que a vítima morresse.
O que faz com que o Partido Comunista seja tão perverso e tirânico? Quando o
espectro do Partido Comunismo surgiu, ele veio com uma missão de causar até
arrepios. No final do Manifesto Comunista há uma frase bastante conhecida:
Este partido político, que fala abertamente sobre seu desejo de matar, destruir e
roubar, não só não desmentiu que seu ponto de vista é mal como também
declara com tom de satisfação o seguinte: “A revolução comunista é uma radical
ruptura com as relações tradicionais; portanto, não é de se estranhar que ela
implique numa ruptura radical com as idéias tradicionais”.
145/182
IV. A teoria comunista sobre o fim do mundo - medo do Partido acabar.
Marx e Engels deram ao Partido Comunista seu espírito perverso. Lênin fundou o
Partido Comunista na Rússia e, empregando a violência dos patifes, derrubou o
governo de transição erguido depois da Revolução de Fevereiro177, sabotou a
revolução da burguesia russa, se apoderou do governo e conseguiu assim um
lugar onde a seita comunista pudesse se estabelecer. Entretanto, o êxito de
Lênin não deu ao proletariado o mundo e, ao invés disto, como declara o
primeiro parágrafo do Manifesto Comunista “Todas as potências da velha Europa
unem-se numa Santa Aliança para exorcizar (o espectro comunista)...”. Pouco
depois de surgir, o Partido Comunista enfrentou sua primeira crise de
sobrevivência e enfrenta o medo de desaparecer a qualquer momento.
O Partido Comunista tem como regra inquebrantável sua disciplina de ferro, sua
exigência de lealdade total e seus princípios organizacionais. O juramento que
prestam os que entram no PCCh é o seguinte:
177
A Revolução da burguesia russa de fevereiro de 1917, que depôs o Czar.
178
A Revolução de Outubro - conhecida como Revolução Bolchevique - foi liderada por
Lênin e aconteceu em outubro de1917. O movimento matou os revolucionários da
classe capitalista que haviam deposto o Czar e sufocaram a revolução burguesa.
179
O Incidente de Mari e o Massacre de 12 de Abril se referem ao ataque do Kuomintang
ao PCC. O primeiro ocorreu em 21 de maio de 1927 na cidade de Changsha, província
de Hunan. O segundo ocorreu em 12 de Abril de 1927, em Shanghai. Em ambos os
casos, militantes e ativistas do PCC forma atacados, presos e mortos.
146/182
“Quero entrar para o Partido Comunista, defender a Constituição do Partido,
obedecer as suas regras, cumprir com as minhas obrigações como membro,
obedecer as decisões do Partido, acatar estritamente a disciplina do Partido, não
revelar seus segredos, manter-se leal ao Partido, trabalhar diligentemente e
dedicar minha vida à causa comunista, estar disposto a sacrificar tudo pelo
Partido e pelo povo, e jamais trair o Partido”. (Veja a Constituição do PCCh,
capítulo I, artigo sexto).
Entre os líderes do PCCh, Mao Tsé-Tung era aquele mais apto para utilizar o
método das ferrenhas disputas dentro do Partido. Este método começou na
década de 1930, nas áreas controladas pelos comunistas chineses, conhecidas
como Área Soviética.
147/182
Mao também não esqueceu de castigar seus dissidentes ou opositores na Área
Soviética. Em dezembro de 1930 deu ordens a Li Shaojiu, secretário geral do
Departamento de Política Geral da Infantaria do Exército Vermelho e também
presidente do Comitê de Purga, de ir até a cidade de Futian, província de Jiangxi,
onde ficava a sede do governo comunista. Li Shaojiu prendeu os membros do
Comitê de Ação da Província, entre estes Duan Liangbi e Li Baifang. Usou os
mais variados métodos de tortura como espancar e provocar queimaduras nos
corpos; as vítimas ficavam com ferimentos em todo o corpo, com dedos
quebrados, múltiplas queimaduras ou paralíticos. Segundo registros da época,
os gritos dos torturados eram tão fortes que “alcançavam os Céus”; as torturas
eram insanas e desumanas ao extremo.
Da Área Soviética até Yan’an, Mao aplicou suas teorias e métodos de luta, e
gradualmente conseguiu se impor como líder absoluto do Partido. Quando, em
1949, o PCCh subiu ao poder, Mao continuou a aplicar seus métodos de purga
dentro do Partido. Por exemplo, no Plenário da 8ª Reunião do Comitê Central do
PCCh (realizada em 1959, em Lushan) Mao Tsé-tung lançou um ataque
repentino contra Peng Dehuai e o destituiu de seu cargo183. Mao pediu a todos
os presentes no Plenário que se posicionassem quanto a isto; os poucos que se
atreveram a manifestar suas opiniões contrárias ao Mao foram acusados de
integrar o “bloco anti-PCCh de Peng Dehuai”. Durante a Revolução Cultural, os
“quatro veteranos” do Comitê Central do PCCh foram punidos um a um embora
não resistissem. Quem iria se atrever a desafiar Mao Tsé-tung? O PCCh sempre
valoriza, acima de tudo, a disciplina de ferro, a lealdade absoluta ao Partido e
seu princípios de organização; exige obediência total à hierarquia. A natureza
sangrenta da seita do PCCh ficou impressa nas suas constantes lutas políticas.
148/182
Durante a Revolução Cultural, Li Lisan, um antigo líder do Partido, foi levado ao
limite de sua resistência. Aos 68 anos, ele era submetido a interrogatórios umas
sete vezes por dia. Li Sha, sua esposa, foi considerada uma espiã a serviço do
“revisionismo soviético” e foi detida, seu paradeiro é desconhecido. Sem
esperança e em extremo desespero, Li Lisan se suicidou ingerindo pílulas para
dormir. Antes de morrer, ele escreveu uma carta a Mao Tsé-tung na qual refletia
sobre a natureza do Partido, segundo a qual um membro do PCCh não deve se
render, nem sequer estando à beira da morte:
Líder (Mao),
184
De “Li Lisan: A pessoa que recebeu quatro homenagens no funeral”.
149/182
Se olharmos a história do PCCh, os indivíduos que preservaram o modo de
pensar dos intelectuais tradicionais (como Chen Duxiu e Qu Qiubai), que tiveram
em mente o bem das pessoas (como Hu Yaobang e Zhao Ziyang) ou que aspiram
ser funcionários exemplares e prestarem bons serviços ao povo, (como Zhu
Rongji), não importa o quanto eles contribuíram para o Partido ou o quão
despojado de ambições eles foram, inevitavelmente foram alvos de purgas, ou
postos de lado ou impedidos, pelas regras do Partido, de agirem.
185
Os Quatro Princípios são: a via socialista, a ditadura do proletariado, a liderança do
PCC, e o marxismo-leninismo e o Pensamento de Mao Tsé-tung.
150/182
necessário para se manter no poder, sem qualquer consideração pela moral,
justiça e vida humana.
O povo chinês sabe que: “Se lutarmos contra a corrupção, o Partido cairá; se não
lutarmos, a nação se arruinará”. O PCCh, entretanto, não quer arriscar seu
próprio destino combatendo a corrupção. O que ele fará será sacrificar uns
poucos corruptos para tentar limpar a imagem do Partido. Ao custo de um
pequeno número de corruptos, o Partido estenderá sua vida por mais alguns
poucos anos. Hoje, o único objetivo da seita do mal é se manter no poder e
sobreviver.
O PCCh teme que o povo chinês adquira consciência e senso moral; por esta
razão ele não permite a fé religiosa ou a liberdade de pensamento. Emprega
todos os recursos à mão para perseguir pessoas boas que professam fé, como
os cristãos que têm que esconder sua crença em Deus, os praticantes de Falun
Gong que buscam ser Verdadeiro, Benevolentes e Tolerantes. O PCCh teme que
a democracia acabe com seu regime de único partido e, por isso, não permite
que o povo exerça sua liberdade política. Não hesita em enviar para prisão os
progressistas independentes e os militantes de direitos civis. Além disto, dá uma
falsa liberdade ao cidadão: desde que você não se ocupe de assuntos políticos
ou não questione a liderança do PCCh, você pode fazer o que quiser ainda que
sejam atos maus ou antiéticos. Como resultado disso, hoje, o PCCh sofre um
151/182
profundo processo de degeneração e a sociedade chinesa vive uma decadência
moral sem precedentes.
Esta pergunta de aparência simples não tem uma resposta simples. Sob a falsa
alegação de existir “para o povo” e sob o disfarce de um partido político, o
Partido Comunista conseguiu enganar a milhões de pessoas. Não se trata de um
partido político no sentido comum da expressão, e sim de seita perversa, nociva
e possuída por um espectro do mal. O Partido Comunista é um ente com vida
própria que se manifesta neste mundo através das organizações do Partido. O
que verdadeiramente habita e controla o Partido Comunista é um espectro do
mal que se apoderou dele e que determina sua natureza perversa.
Os líderes do Partido Comunista atuam como gurus dessa seita, são os porta-
vozes do espectro e do Partido. Quando seus desejos e objetivos coincidem com
os desse espectro do mal e podem ser usados por este para conseguir seus
objetivos, eles são escolhidos como líderes. Porém, quando eles deixam de
atender as necessidades do Partido, são impiedosamente descartados. Mais de
uma dúzia dos grandes líderes do Partido caíram em desgraça, fato que
confirma isto. Na realidade, as principais lideranças do Partido caminham sobre
uma corda bamba. Alguns poucos conseguem se afastar da linha do Partido e
deixar um bom nome na história, como Gorbachov, muitos serão vítimas do
Partido como vários de seus secretários gerais. Os mecanismos de disputa do
Partido asseguram que somente os mais astutos, maus e cruéis é que podem
exercer a função de guru da seita comunista.
152/182
pensamentos próprios e são facilmente controlados pelo espectro perverso do
PCCh. Tais pessoas, como células de um corpo, trabalham incansavelmente para
tornar a vida do Partido possível, ainda que elas mesmas façam parte dos
escravizados. Mais triste ainda é que uma vez que alguém é escravo da natureza
do Partido, fica muito difícil se livrar dela. Uma vez que a pessoa mostra seu
lado humano, ela se torna alvo de purgas ou perseguições. A pessoa não pode
deixar o Partido por conta própria ainda que queira, porque o Partido, com sua
política de entrada livre e saída proibida, irá considerar que a pessoa é uma
traidora. Por isso, as pessoas mostram uma natureza dupla: na vida política,
mostram a natureza do Partido Comunista e, em na vida comum, a natureza
humana.
Os membros ligados aos quadros do Partido são aqueles que detêm o poder
entre os demais membros comuns. Embora possam escolher entre o bem e o
mal e tomar as próprias decisões em determinadas ocasiões, em geral, têm que
acatar as vontades do Partido. O juramento deixa claro que “todo o Partido
obedece ao Comitê Central”. Nos quadros do Partido estão os líderes nos
diversos níveis; são a coluna vertebral do Partido. Como um todo, eles são
meras ferramentas do espectro. Do mesmo modo que o povo, eles também
foram enganados, são usados e foram vítimas do PCCh durante suas recentes
manobras políticas. O PCCh busca testar cada um de seus membros para saber
se ele segue ou não seus gurus e se sua devoção é sincera.
Poucos chineses ousariam pensar o PCCh como uma seita do mal. Entretanto, se
estivessem dispostos a comprovar a veracidade da afirmação, os chineses -
baseadas em suas próprias experiências e nas experiências de familiares e
amigos - não teriam dificuldades para encontrar evidências que de que o PCCh é
uma seita do mal.
O povo chinês não somente não tem liberdade de expressão como também foi
doutrinado com os ensinamentos e a cultura do Partido. Assim, tudo o que o
povo pode ouvir são apenas louvores ao Partido, e sua mente esta habitada de
idéias que fortalecem o PCCh. O Massacre na Praça Tiananmen é um caso que
153/182
fornece material para reflexão. Quando em 4 de junho de 1989 se ouviram
disparos de tiros, as pessoas que estavam na Praça correram instintivamente e
se esconderem nos arbustos. Instantes depois, apesar dos riscos, saíram de
onde estavam escondidas e, juntas, começaram a cantar “A Internacional”
comunista. Estes chineses mostraram grande coragem e dignidade; porém, por
que cantaram A Internacional, o hino do comunismo, quando se viram diante
das matanças do próprio comunismo? A razão é simples. Educadas sob a cultura
do Partido, esta pobre gente jamais recebeu outra coisa que não o comunismo.
As pessoas que estavam na Praça Tiananmen não conheciam outra canção que
não A Internacional e algumas outras em louvor ao Partido Comunista.
Qual a saída?
O agonizante PCCh se mostra cada vez mais fraco e seu controle sobre a mente
das pessoas está perdendo força. Com o avanço das telecomunicações e
Internet, está cada vez mais difícil para o PCCh impedir o acesso à informação e
a liberdade de expressão. Enquanto seus funcionários corruptos continuam a
roubar e oprimir pessoas, o povo começa a despertar de sua ilusão sobre o
PCCh, e muitos já começam a praticar a desobediência civil. O PCCh não
somente não consegue sustentar ideologicamente sua perseguição a Falun Gong
como também se mostra enfraquecido quanto a poder acionar sua crueldade
brutal. Este momento oportuno tem levado muitas pessoas a reconsiderarem
sua opinião sobre o PCCh, um processo que levará o povo chinês a despertar de
sua letargia ideológica e assim se libertar do maléfico espectro comunista.
Após viver mais de 50 anos sob a ditadura do PCCh, o povo chinês não necessita
de mais uma revolução violenta e sim de redimir suas almas. Isto é algo que
pode ser alcançado ajudando-se a si mesmo. O primeiro passo para isto é tomar
consciência da natureza má do Partido. Dia virá em que o povo expulsará do
aparato estatal as organizações do PCCh que se aderiram e este; isto permitirá
que os sistemas sociais funcionem com independência e respaldo da sociedade.
Com o fim de um partido ditatorial, a eficiência do governo melhorará. Este dia
se aproxima. De fato, nos anos 80, os reformadores dentro do Partido já falavam
em “separar o Partido do governo”. As tentativas de reforma dentro do PCCh não
vão adiante, já que a idéia de “liderança absoluta do Partido” ainda existe entre
os membros da seita.
154/182
perversa do Partido e a influência maléfica do espectro que existe nele. Assim
que o povo se redimir, o PCCh se desintegrará.
Conclusão
Hoje, o PCCh segue governando a China com suas táticas de luta, aperfeiçoadas
durante anos, com seu sistema de organização reflexo da possessão do Partido,
assim como com o uso perverso da propaganda, que funciona como religião de
Estado. Os seis traços do Partido não deixam margem de dúvida: trata-se de
uma seita diabólica que só faz o mal, nenhum bem.
O povo chinês precisa se ajudar, precisa refletir e assim se livrar o mal que é o
PCCh.
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Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês (PCCh).
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Introdução
Ao longo da história, sempre que o PCCh enfrentou uma crise, ele mostrou ter
melhorado e, assim, fazendo com que o povo se iludisse quanto a ele. Sem
exceção, todas estas ilusões se desfizeram uma após a outra. Hoje, o PCCh fixou
um objetivo de curto prazo e, com ele, produz um show de ilusória prosperidade
econômica que mais uma vez leva o povo a acreditar na fantasia comunista.
Entretanto, os conflitos fundamentais que existe na raiz dos interesses do PCCh,
da nação e do povo, fazem com que esta prosperidade esteja condenada ao
186
De acordo com o pensamento confuciano, os imperadores e reis governam segundo
um mandato dos Céus e, para fazerem jus a tal autoridade, suas conquistas morais
devem corresponder à responsabilidade suprema que lhes foi dado. Pode-se encontrar
pensamento similar em Mencius. No verso "Quem concede o poder ao imperador?",
quando perguntando sobre quem concedia na Terra a autoridade para que o imperador
Shun governasse na Terra, Mencius responde: "Os Céus". A idéia da origem divina do
poder também pode ser encontrada na ocidental tradição cristã. Na Bíblia, em
Romanos 13:1, se pode encontrar: "Toda a alma esteja sujeita às potestades
superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que
existem foram ordenadas por Deus".
157/182
fracasso. A "reforma" prometida pelo PCCh serve a um só propósito: se manter à
frente do poder. Trata-se de uma reforma débil, uma mudança na superfície,
mas não no conteúdo. Escondida por detrás insustentável se esconde uma crise
social sem proporções. Uma vez que esta crise venha á tona, o povo vai mais
uma vez sofre muito.
O que deve permanecer sem mudar? O Diário do Povo explica: "A linha básica do
Partido de um "centro, dois pontos187" deve ser mantida sem vacilações por mais
cem anos”.
O povo nem sempre entende o que significa o "centro" e "os dois pontos", porém
sabe que o espectro comunista defenderá com unhas e dentes os seus
interesses e a ditadura nunca mudará. O comunismo foi derrotado no mundo, e
sua agonia é cada vez maior. O problema é que quanto maior o estado de
corrupção e degeneração de algo, mais destrutivo tende a ser esse algo quando
em estado agonizante. Pedir a democracia ao Partido Comunista é como
pretender e esperar que um tigre mude sua pele.
Quando Mao Tsé-tung morreu, foram muitos os chineses que choraram com
pesar diante da foto de Mao e se perguntaram: "O que será da China sem o líder
Mao?". Ironicamente, vinte anos depois, sem legitimidade para governar o país,
o Partido Comunista lança uma nova campanha de propaganda pela qual tenta
fazer o povo se preocupar diante de uma situação hipotética: "O que seria da
China sem o Partido Comunista?".
Na realidade, o controle político exercido pelo PCCh, com seu inigualável poder
de penetração, moldou profundamente a cultura chinesa e a forma de pensar
dos chineses, que até o critério com que o povo avalia e julga o PCCh tem a
187
O citado centro se refere ao desenvolvimento econômico, enquanto que os dois
pontos básicos são: [1] conservar os quatro princípios (via socialista, ditadura do
proletariado, liderança do PCC, e o marxismo-leninismo e o pensamento de Mao) e [2]
continuar com a reforma e a abertura econômica.
158/182
marca e o dedo do PCCh, se é que não foi criado diretamente pelo próprio PCCh.
No passado, o PCCh dominava o povo semeando suas idéias nas pessoas, agora,
o PCCh está colhendo o que semeou, já que aquilo que semeou nas pessoas
cresceu e se fortificou no povo. As pessoas pensam de acordo com a lógica do
Partido e até se colocam no lugar do PCCh para julgar o que está certo e o que
está errado. Com relação à matança de estudantes na manifestação de 4 de
junho de 1989, há pessoas que dizem: "Eu, no lugar de Deng Xiaoping, também
teria mandado tanques para reprimir a manifestação". Com respeito à
perseguição aos praticantes de Falun Gong, alguns dizem: "No lugar de Jiang
Zemin, eu também eliminaria Falun Gong". Sobre a proibição de liberdade de
expressão, alguns pensam: "Se eu fosse o PCCh, faria a mesma coisa". A verdade
e a consciência já desapareceram, o que resta é terreno livre para a lógica do
Partido. Este é um dos métodos mais cruéis e abomináveis que o comunismo
chinês empregou conduzido por sua natureza inescrupulosa. Enquanto as
toxinas morais do comunismo estiverem na mente das pessoas, o PCCh reunirá
condições e energia para prolongar sua iníqua existência.
"O que seria da China se o Partido Comunista deixasse de existir?". Esta forma
de pensar é a que melhor serve aos propósitos do PCCh de fazer com que o
povo pense conforme a própria lógica (de sobrevivência) do Partido.
A China veio de uma civilização de 5.000 anos, sem o Partido Comunista. Por
outro lado, nenhum país do mundo deteve o avanço de sua sociedade pela
queda de um regime comunista. Entretanto, após décadas de PCCh, as pessoas
ainda não se deram conta disso. A prolongada e permanente propaganda
comunista moldou o modo de pensar das pessoas para vejam o Partido como se
fosse mãe delas. A onipresente política do Partido leva as pessoas a acreditarem
que não existe vida sem o PCCh.
159/182
II. O PCCh sacrifica o desenvolvimento econômico.
Aos chineses que ganharam medalhas nas olimpíadas é pedido que agradeçam
ao Partido. O PCCh busca dar à China a imagem de uma "grande nação
desportiva" para receber elogios. A China sofreu um bocado com a epidemia
SARS, mas o Diário do Povo assegurou que o país derrotou o vírus "ao seguir a
teoria, os critérios, os princípios e a experiência do Partido". O lançamento da
nave espacial chinesa Shenzhou-V só foi possível com o trabalho de
especialistas no campo da astronomia e outras áreas da tecnologia, porém o
PCCh usa isto para provar que só ele poderia ter levado adiante semelhante
projeto e, assim, ter colocado a China entre os países mais poderosos do
mundo. Em lugar de ver a designação da China como sede dos Jogos Olímpicos
de 2008 como uma um "voto de confiança" dos países ocidentais à China para
que ela respeite mais os direitos humanos, o PCCh a usa como prova da
legitimidade de seu regime e como justificativa para reprimir o povo chinês. O
"enorme potencial do mercado chinês", cobiçado pelos investidores
estrangeiros, deriva da capacidade de consumo de uma população de 1, 3
bilhões de habitantes. O PCCh, tirando vantagem deste potencial, o usa como
arma afiada para coagir a sociedade ocidental a cooperar com seu regime e para
se promover às custa deste potencial.
160/182
As desvantagens econômicas de ter uma visão curta.
Hoje, visando legitimar seu poder, o PCCh busca a qualquer preço o êxito rápido
e os benefícios instantâneos. A mutilada reforma econômica que o PCCh fez
para salvaguardar seus próprios interesses custa muito caro ao país. A
velocidade do crescimento econômico nos últimos vinte anos se baseou,
principalmente, sobre o uso excessivo ou a perda direta de recursos naturais;
vale dizer, foi obtida ás custas da destruição do meio-ambiente. Uma
considerável parte do PIB chinês de hoje é obtida através de sacrificar as
oportunidades das gerações de amanhã. Em 2003, a China contribuiu em menos
de 4% para a economia mundial, enquanto que seu consumo de aço, cimento e
outros materiais representam 1/3 do volume mundial188.
188
Informação da Agência de Noticias Xinhua, 4 de maço de 2004.
161/182
Dos anos 80 até os 90, a extensão das zonas que viraram desertos na China
aumento entre 1.000 e 2.4460 km2. As cifras das terras aptas para a agricultura
diminuíram de 2 mus por habitante em 1980 para 1,43 mus por habitante em
2003. O crescimento desmedido do confisco de terras para o desenvolvimento
levou a China a perder 100 milhões de mus de terras aptas para a agricultura em
poucos anos. Somente se utilizou 43% das terras confiscadas foram utilizadas.
Hoje em dia, a quantidade total de esgotos é de 43, 9 bilhões de toneladas, 82%
acima da capacidade ambiental. Nos sete maiores sistemas de rios, 40,9% da
água não são boas para o consumo humano ou animal. Em 75% dos lagos estão
tão contaminados que produzem vários graus de fertilização excessiva nas
águas189. Na China, o conflito entre o ser humano e a natureza tem um alcance
nunca antes visto. Nem a China nem o mundo estão em condições de suportar
um crescimento tal vertiginoso. Iludido pelo esplendor de arranha-céus e
mansões, o povo chinês não tem consciência da crise ecológica e ambiental que
está vivendo. Quando a natureza apresentar a conta aos seres humanos, as
conseqüências para a nação chinesa serão catastróficas.
Até a Índia, um país considerado pela maioria dos chineses como dominado pela
pobreza e conflitos étnicos, desfruta de um crescimento significativo e uma taxa
de crescimento entre 7 e 8% ao ano a partir de suas reformas econômicas de
1991. A Índia tem um sistema legal bastante completo em uma economia de
mercado, um sistema financeiro que goza de boa saúde, um sistema
democrático em franco desenvolvimento, e uma vida pública estável. A
comunidade internacional reconhece a Índia como um país com grande potencial
de desenvolvimento.
162/182
Quando o PCCh chegou ao governo, adotou um sistema muito injusto: o sistema
de registro de residências. Este classifica o povo em população rural e não rural.
Os camponeses não têm direito a assistência médica nem ao auxílio
desemprego nem a aposentadoria nem ao crédito bancário. Os camponeses õ a
classe mais pobre da China e, se isto é pouco, são os que pagam mais impostos.
Os habitantes rurais têm que pagar várias taxas e impostos: fundo obrigatório
de previdência, fundo de melhorias públicas e de administração, taxa de
educação, taxa para o controle de natalidade, taxa para organização e
treinamento dos militares, taxa para a construção de estradas rurais, e taxa para
indenizações de militares. Além destas obrigações, eles têm que vender uma
parte dos grãos colhidos para o Estado a um preço fixo e pagar impostos de
agricultura, imposto da terra, taxa especial de produção local e de comércio de
carnes, além vários outros. Em contraste, a população não rural não paga
nenhum destes impostos ou obrigações.
Muitas pessoas ainda acreditam que o comércio com a China irá promover os
direitos humanos, a liberdade de expressão e reformas democráticas no país.
Depois de mais de uma década, ficou claro que isto é somente a expressão de
um desejo. Uma comparação entre o modo como os negócios são feitos na
China e nos países ocidentais, serve como exemplo: A relativa transparência e
justiça nas sociedades ocidentais contrastam com o nepotismo, o suborno e a
corrupção na China. Muitas empresas ocidentais são responsáveis diretas por
esta situação ao exacerbarem a tendência de corrupção chinesa. Algumas
empresas até ajudam o PCCh a esconder suas violações aos direitos humanos e
a perseguição que promove ao seu próprio povo.
O PCCh atua como a Máfia quando usa questões economias para exercer
pressão nas questões diplomáticas. Se um contrato de fabricação de aviões será
dado à França ou aos Estados Unidos dependerá de qual destes dois países
ficará de boca calada sobre assuntos de direitos humanos na China. A vontade
de muitos homens de negócios e políticos do ocidente está sob o controle de
interesses financeiros da China. Algumas empresas de tecnologia da informação
dos Estados Unidos venderam ao PCCh produtos especiais para policiamento e
163/182
bloqueio da navegação na Internet. Para conseguir entrar no mercado chinês,
alguns websites (de busca), concordando a censura imposta a si mesmos,
aceitaram filtrar e impedir o acesso a informações que não são do agrado do
PCCh.
Na China, é comum ouvir as pessoas dizerem: “Eu sei que era comum o PCCh
mentir no passado, mas agora ele diz a verdade”. Ironicamente, isto equivale a
dizer que as pessoas percebem cada vez mais que o PCCh cometeu graves erros
no passado. Está é mais uma mostra da habilidade de enganar que o PCCh
adquiriu através das décadas.
164/182
outras partes do mundo obtiveram confirmação de que era seguro viajar para a
China. Em particular, especialistas da Organização Mundial de Saúde (vitimas
das mentiras do PCCh) declararam publicamente que o governo chinês havia
atuado com presteza e tomado todas as medidas adequadas para erradicar a
SARS, que não havia qualquer tipo de perigo. Os especialistas deram seu aval
(após uma demora de 20 dias) para uma inspeção de campo na província de
Guangdong.
Na questão de Falun Gong, o PCCh mostrou um nível ainda maior para difamar e
incriminar a prática. O comunismo chinês montou uma série de encenações e
farsas, uma atrás da outra. Não é de se surpreender que tantas pessoas tenham
sido enganadas. A propaganda perversa do PCCh foi tão eloqüente e tão
enganosa que as vítimas acreditavam nas mentiras e pensavam que eles estavam
apresentando a verdade.
A lavagem cerebral que o PCCh exerce com sua propaganda nas últimas décadas
se tornou mais refinada e sutil ao iludir e enganar, um aspecto da inescrupulosa
natureza do PCCh.
“Em uma nação democrática, a soberania deve repousar nas mãos do povo, estar
em conformidade com os princípios dos Céus e da Terra. Se um país se declara
democrático, porém a soberania não repousa sobre seu povo, esta não esta no
caminho certo; está errada e simplesmente não se trata de uma nação
democrática... Como pode se possível uma democracia se ela é feita sobre o
governo do Partido e não há eleições democráticas? Os direitos devem voltar ao
povo!”.
165/182
O PCCh, que clamava por “eleições populares” e exigia “que os direitos do povo
voltassem para o seu legítimo dono”, rotulou o tema de sufrágio popular de
tabu desde que usurpou o poder. O povo que deveria ser “o soberano e dono do
Estado” não tem direito a tomar suas próprias decisões. As palavras são
incapazes de descrever a natureza inescrupulosa do PCCh.
Se alguém acha que o que passou, passou, e que a seita perversa do PCCh que
cresceu matando e governa a nação com mentiras é capaz de reformar-se, de
praticar a benevolência e de estar disposta a “devolver ao povo seus direitos”,
está equivocado. Vejamos o Diário do Povo, porta-voz do PCCh, disse em 23 de
novembro de 2004, 60 anos depois da declaração anterior: “Um controle rígido
sobre o pensamento é a base ideológica e política para consolidar o regime do
Partido”.
A hipócrita diferença entre o que foi dito no Xinhua em 1939 e o que expressou
Jiang Zemin em 2000 reflete a natureza do PCCh.
166/182
se vive o melhor momento dos direitos humanos na China”.
191
O artigo 23 da Lei Básica de Hong Kong foi proposto em 2002 pelo governo de Hong
Kong sob pressão de Pequim. O artigo sufocava a liberdade e os direitos humanos em
Hong Kong, e se opunha à política de “um país, dos sistemas” prometida pelo PCC. O
artigo 23 foi condenado em todo o mundo e finalmente tirado fora em 2003.
167/182
violenta uma mulher por dia. Podemos dizer que o violentador melhorou? Passar
a violentar às escondidas ao invés de publicamente só prova que o violentador é
pior e mais descarado do que antes. A natureza de ele não mudou de forma
alguma. A única coisa que mudou é a forma de violentar, pois já não é mais tão
fácil fazê-lo publicamente.
São aprovados leis e decretos que violam a Constituição chinesa para que os
encarregados de fazer cumprir as leis possam impedir os esforços das pessoas
de deter as perseguições, de conseguir a liberdade e de defender os direitos
humanos.
Uma simples questão social pode ser transformada pelo PCCh em: uma questão
de “disputar pessoas com o Partido”, “uma desgraça para o Partido e o país”,
“uma fator de agitação e instabilidade social” e “o fortalecimento das forças
inimigas”. O Partido pode, com segundas intenções, politizar uma questão não
política e assim justificar a mobilização de recursos e fazer propaganda para
incitar o ódio do povo à trabalho dos interesses do Partido.
O último ardil do PCCh contra aqueles que são a favor da democracia ou contra
intelectuais independentes foi criar armadilhas para prendê-los. Ardis como
fabricar falsas acusações de delitos civis como prostituição ou sonegação de
impostos. Os encarregados de fazerem tais acusações são recrutados entre as
pessoas comuns para evitarem a condenação ou crítica de grupos externos. Os
delitos fabricados e imputados às pessoas são suficientes para arruinar a
168/182
reputação do acusado e humilhá-lo publicamente.
Imagine que um criminoso entra para roubar uma casa e violenta uma menina.
No julgamento, o criminoso se defende com a alegação de que não matou a
menina, que apenas a violentou. Pelo fato de matar se pior do que matar, o réu
sustenta que é inocente e que deve ser solto imediatamente. Também diz que as
pessoas deveriam tê-lo em estima pelo fato de ter violentado e não matado.
Tal argumento é absurdo, porém é o mesmo que o utilizado pelo PCCh para
defender o Massacre de Tiananmen feito por ele em 4 de junho de 1989. O
argumento foi que a “repressão aos estudantes” evitou um possível caos na
China. Para evitar o “caos interno”, a repressão era justificável.
Muitos chineses acham que agora gozam de mais liberdade que antes, e se
mantêm esperançosos de que o PCCh melhore. De fato, o grau de “liberdade”
que o PCCh concede ao povo depende de sua percepção de crise. O PCCh fará o
que for preciso para manter os interesses coletivos do Partido, entre estas, dar
um pouco de democracia, liberdade e direitos humanos ao povo.
169/182
manter certa credibilidade. Por outro lado, estas notícias importam ao PCCh já
que as críticas menores podem ser de grande ajuda. Estas notícias sempre
atribuem a causa dos problemas a determinados indivíduos, sem ligação com o
Partido, enquanto que as soluções são creditadas ao PCCh, O PCCh decide
habilmente quando e o que noticiar ou não. Noticia o que lhe interessa na China
ou no mundo através dos meios de comunicação internacionais que controla ou
possui influência.
Portanto, não devemos erroneamente pensar que o PCCh mudou por decisão
própria quando vemos certa melhora na situação dos direitos humanos. Olhando
em retrospectiva, quando o PCCh lutava para derrotar o governo do KMT, ele
fingia que estava lutando por uma nação democrática. O PCCh possui uma
natureza tão perversa que não se pode confiar em nenhuma de suas promessas.
Ao final de 1999, o PCCh e o governo russo firmaram Acordo para Revisão das
Fronteiras entre China e Rússia pelo qual a primeira aceitou todos os acordos
(injustos) firmados entre a dinastia Qing (1644-1911) e a Rússia assinados a
mais de 100 anos. Assim, a China perdeu mais de um milhão de quilômetros
quadrados de seu território, uma área equivalente a várias vezes o território de
Taiwan. Em 2004, o PCCh e os russos firmaram o Acordo Completar das
Fronteiras Orientais entre China e Rússia pelo qual a primeira cedeu à segunda
metade da ilha Heixiazi, na província de Heilongjiang.
170/182
Com relação a outras disputas de fronteira, como as da ilha Nansha e da ilha
Diaoyu, o PCCh não mostra nenhum interesse em ganhar, pois estas não afetam
em nada o seu poder. O PCCh proclama aos quatro ventos sua campanha de
“Unificação de Taiwan” e usa esta para incitar o patriotismo cego e desviar a
atenção pública dos problemas internos.
O PCCh fomenta o ateísmo; assim, não há natureza divina que restrinja sua
conduta. O PCCh é uma ditadura, não lei o que o controle politicamente. Com
resultado, o PCCh age sem limites de nenhum tipo e sem consciência moral que
o detenha, assim libera sua natureza tirânica e criminal. Segundo o PCCh, que o
controla? “O PCCh controla por si mesmo” foi durante décadas o lema usado
para enganar o povo. Inicialmente se chamava “autocrítica”, depois
“autocontrole”, mais tarde “auto-aperfeiçoamento da conduta do Partido” e mais
recentemente “auto-reforço da capacidade de governar”. O PCCh põe ênfase no
super-poder que tem ao qual denomina “auto-melhoramento”. Não somente diz
isto como age assim, como mostra o seu Comitê de Central Inspeção Disciplinar,
o Escritório de Apelações e outros órgãos do tipo. Estes são meros elementos
decorativos sem nenhuma função de controle real, que somente servem para
confundir e enganar o povo.
171/182
Centralismo Democrático, Convergência Política, são alguns nomes dos ardis
que usa. Exceto pela palavra ditadura, todo o resto não passa de mentiras.
O PCCh sempre disse ter liderado o povo chinês na vitória contra o invasor
japonês. Entretanto, existe abundante material histórico que revela que o PCCh
evitou a todo custo participar da Guerra Sino-Japonesa. Ao contrário, a única
coisa que fez foi atrapalhar o KMT na sua luta contra o Japão e aproveitar a
situação para aumentar o próprio poder.
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2001 aos Estados Unidos, o combate contra o terrorismo se converteu numa
questão global. O PCCh novamente emprega estratégias de enganar
semelhantes às empregadas durante a invasão japonesa. Usando o anti-
terrorismo, o PCCh rotulou de terroristas muitos praticantes religiosos,
opositores políticos e grupos ligados à conflitos étnicos ou territoriais. Sob o
disfarce de luta contra o terrorismo internacional, o PCCh lança violentas
campanhas repressivas.
Embora o PCCh tenha em seu seio pessoas admiráveis e com freqüência seduza
pessoas idealistas e diligentes para se filiarem a ele a fim de melhorara a
imagem do Partido, é óbvio para todo mundo que a China entrou em uma etapa
de declínio moral muito difícil de deter. Por que propaganda do PCCh que
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promove a “civilização espiritual” não tenta corrigir esta tendência?
192
Liu Shaoqi, presidente chinês entre 1959 e 1968, era considerado o sucessor de Mao
Tsé-tung. Durante a Revolução Cultural (1966-1976), foi perseguido como traidor,
espião e renegado. Morreu em 1969 devido aos tremendos maltrato, pelo PCC, na
prisão.
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Outra tática má do PCCh é tergiversar sobre definições de conceitos culturais e
para logo em seguida usá-las com definições alteradas para criticar e controlar
o povo. O conceito de “partido” é um exemplo disso. Desde o começo do
sistema de partidos políticos, eles se estabeleceram sem seus países de origem
e no exterior. Somente o Partido Comunista exerce o poder além do campo de
influência comum as partidos. Se alguém se filia ao PCCh, este controlará todos
os aspectos da vida da pessoa, como a consciência, os meios de sustento e a
vida privada. Quando usa a autoridade política, o PCCh o faz para dominar a
sociedade, o governo e o aparato estatal. Decide sobre todas as matérias, desde
as importantes, como quem será o presidente ou ministro da defesa, até as
insignificantes, como onde alguém irá morar, com quem casar e quanto filhos
ter. O PCCh possui todos os métodos imagináveis de controle.
193
CCTV (Televisão Central da China) pertence e é dirigida diretamente pelo governo
central. É a maior rede de televisão da China continental.
175/182
Uma das frases que o PCCh sempre usa para intimidar as pessoas é: “o fim do
Partido, fim do país”, colocando-se assim a si mesmo acima da nação. O
princípio que se enraizou na China é: “Não haverá uma nova China sem o PCCh”.
Educam-se os cidadãos desde criança para “escutar o Partido” e “portar-se
como seus filhos obedientes”. Elas cantam louvores ao Partido: “Vejo o Partido
como minha mãe”. “Oh, Partido, minha querida mãe”. “A graça salvadora do
Partido é mais profunda que o oceano”. “O amor que sinto por meu pai e minha
mãe não pode o que sinto pelo Partido” 194. Os cidadãos “irão e lutarão onde o
PCCh mandar”. Quando o governo ofereceu ajuda durante uma catástrofe, o
povo tinha que “agradecer ao Partido e ao governo”: primeiro ao Partido e
depois ao governo. Um lema militar prega: “O Partido governa com armas”.
Quando os especialistas chineses desenharam o uniforme dos juizes dos
tribunais de justiça, colocaram quatro botões dourados na pala do uniforme. Os
botões são alinhados e simbolizam, de cima abaixo, o Partido, o povo, a lei e o
país. Esta distribuição indica que mesmo que alguém seja um juiz, ele deve
sempre se recordar que o Partido está acima da lei, do país e do povo.
O PCCh tem cometido muitos erros crassos ao longo de sua história. Entretanto,
sempre colocou a culpa em indivíduos ou determinados grupos através da
“reparação e reabilitação”. Isto não só gera gratidão dos acusados, como
permite que o PCCh se esquive completamente de qualquer responsabilidade
por seus delitos. O Partido se declara “estar seguro de não cometer erros, como
também estar saber como corrigi-los195”; isto se converteu na poção mágica com
que sempre escapa da culpa. Assim, o Partido se mantém “grande e glorioso, e
sempre tem razão”.
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Falun Gong, a perversidade do governo alcançou tamanho grau que utilizou
cinco pessoas para que, fazendo-se passar por praticantes de Falun Gong,
encenassem a fraudulenta imolação196 da Praça Tiananmen. Por participar em
semelhante fraude, essas cinco pessoas, sem saber, estavam decretando suas
próprias sentenças de morte: foram mortos a golpes no local ou assassinados
posteriormente. O vídeo da cadeia de TV chinesa CCTV, quando em câmara
lenta, mostra claramente que Liu Chunling, um dos imolados, morreu quando
um policial o atingiu com um forte golpe. Outras falhas na encenação é a errada
postura de meditação de Wang Jingdong, com uma garrafa plástica (com
combustível) que permaneceu intacta depois que o fogo foi apagado. Também, a
conversa do médico com a vítima mais jovem, Liu Siying, e a presença do
câmera-men pronto para filmar as cenas. Estes e outros fatos são provas mais
do que suficientes para concluir que a suposta imolação de Tiananmen foi uma
farsa planejada pelo perverso Jiang Zemin para incriminar e difamar Falun Gong.
O PCCh proíbe tudo que tenha relação com Falun Gong: fazer apelações, fazer
queixas, distribuir panfletos, bandeiras, reunir-se, praticar exercícios nos
parques; tampouco permite que qualquer mídia fale a verdade sobre falun Gong.
O patrulhamento na Internet montado por Jiang Zemin e o PCCh, bloqueia todos
os websites estrangeiros que falam a verdade sobre Falun Gong. Apesar da
intensidade e extensão da perseguição, há muitas pessoas na sociedade que não
196
Para uma análise detalhada do vídeo referente à imolação, visite o website:
http://www.clearharmony.net/articles/200109/1165.html
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acreditam que algo assim possa estar acontecendo.
Você acredita que o governo chinês não inventaria mentiras como as citadas?
Então, o PCCh fabrica mentiras ainda maiores e mais chocantes, desde suicídios
até imolações, de matar familiares a assassinatos em série. São tantas as
mentiras que é difícil você não acreditar nelas. Você se simpatiza com Falun
Gong? O PCCh vincula sua avaliação política com a perseguição a Falun Gong:
rebaixa você, despede você, suspende você, ou não distribui bônus a você se os
praticantes da área de trabalho sob a sua responsabilidade fazem manifestações
em Pequim. Desta forma, as pessoas se vêem obrigadas a se tornarem inimigas
da prática.
Hoje, entre os filhos e parentes dos líderes do Partido, muitos são prósperos
capitalistas com fortunas pessoais, e muitos membros do PCCh se juntaram aos
novos ricos. No passado, o PCCh eliminou os proprietários de terra, os
capitalistas em nome da revolução e lhes tomou as propriedades. Atualmente, a
nova “realeza” do PCCh se enriqueceu ainda mais do que aqueles através do
suborno e da corrupção. Os que seguiram o Partido nas primeiras revoluções
agora se lamentam: “Se eu soubesse que esta seria a situação atual, eu nunca os
teria apoiado”. Depois de várias décadas de suor e lutas, estas pessoas se deram
conta de que entregaram suas propriedade e de seus irmãos e pais, inclusive
suas vidas, à seita do PCCh.
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Em nome da dialética, o PCCh destruiu por completo o pensamento holístico, as
faculdades da razão e o espírito indagador da filosofia. Enquanto o PCCh fala de
“distribuição em relação à contribuição”, o processo de “permitir a alguns
enriquecerem primeiro” foi sendo desenvolvido junto com “a distribuição feita
com base no poder”. O PCCh utiliza o disfarce de “servir ao povo de coração”
para enganar aqueles que defendem ideais: uma vez que consegue seduzi-los,
lava-lhes o cérebro e os domina por completo para, gradualmente, transforma-
los em dóceis ferramentas que “servem ao partido de todo coração” sem se
atreverem a defender os direitos do povo.
Usando um princípio que valoriza seus interesses sobre qualquer outra coisa, o
PCCh, com sua seita perversa, corrompeu a sociedade chinesa; e assim criou
uma entidade realmente grotesca para toda a humanidade. Esta entidade é
distinta de qualquer outro Estado, governo ou organização. Seu princípio é não
ter princípios; não há sinceridade por detrás de seu sorriso. Assim, as pessoas
bondosas não podem entender o porquê do existir do PCCh. Baseados em
princípios morais universais, não podem conceber que uma entidade com
tamanho grau de perversidade possa representar um país. O PCCh, com a
desculpa das “características chinesas”, conseguiu seu lugar entre as nações do
mundo. “Características chinesas” é um eufemismo para as “características
perversas do PCCh”.
No início dos anos 90, na China circulava a seguinte frase: “Sou um malfeitor e
não tenho medo de ninguém”. Está é a lamentável conseqüência de tantas
décadas de um regime que promoveu a injustiça e a impôs a corrupção á nação.
A falsa prosperidade da economia chinesa está de mãos dadas com o acentuado
declínio moral em todas as áreas da sociedade.
Sob tais circunstâncias, o povo inteiro ficou enlouquecido, ninguém pode dizer
que não tem responsabilidade pelos sofrimentos dos demais. Então, fazer uma
crítica sobre a Revolução Cultural é um tabu para o governo, e o povo
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automaticamente evita refletir sobre os efeitos desastrosos causados pela sua
obediência cega, sua ignorância e sua loucura. Ao contrário, muitos chineses
adotam intencionalmente o caminho de dar razão ao PCCh e transferem todos
os crimes aos que encabeçaram o movimento, à Gang dos Quatro.
Para aqueles que afirmam estar satisfeitos com a melhora no nível de vida, não é
a instabilidade sua preocupação principal? Qual é o fator determinante da
estabilidade social? A moral. Uma sociedade com uma moral degradada é
incapaz de oferecer segurança.
Conclusão:
“É mais fácil o curso dos rios e as montanhas de lugar do que mudar a própria
natureza198”. A história mostra que cada vez mais o PCCh afrouxa as amarras,
ele o faz sem a intenção de abandoná-las. Depois da Grande Fome, ocorrida no
início dos anos 60, o PCCh adotou o programa das “Três Liberdade e Um
Contrato199” (San Zi Yi Bao), voltado a recuperar a produção agrária, porém sem
nenhuma intenção de mudar a condição de “escravos” dos camponeses
chineses. A “reforma econômica” e a “liberalização” dos anos 80 não impediram
que o PCCh usasse seu facão de carniceiro contra o povo em 1989. No futuro, o
PCCh seguirá modificando sua fachada sem mudar de forma alguma a sua
natureza vil.
198
É um provérbio chinês que confirma a resistência às mudanças da natureza de uma
pessoa. O provérbio também é traduzido como: “A raposa pode mudar a pêlo, mas
não muda suas manias”.
199
As políticas de reforma econômica, conhecidas como o programa “Três Liberdade e
Um Contrato” (San Zi Yi Bao) foi proposta por Liu Shaoqi, então presidente de China.
O programa estipulava lotes de terra uso privado, mercados livres, empresas com
jurisdição total sobre seus lucros e perdas, e a fixação de quotas de produção para
cada local.
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Algumas pessoas pensam que não há sentido em revolver o passado, que a
situação mudou e que agora o PCCh não é o mesmo de antes. Algumas podem,
elevados pelas aparências, acreditarem erroneamente que o PCCh melhorou; que
está num processo de mudança para melhor. Tais pessoas talvez tenham se
esquecido de tudo o que aconteceu. Agindo assim, estão dando a um bando de
vilões, como é o PCCh, a oportunidade de sobreviver e por em perigo toda a
humanidade.
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Qual o será o futuro da China? Que rumo tomará? Questões como estas são
demasiadas sérias e complexas para serem ditas em poucas palavras.
Entretanto, uma coisa é certa: se não houver uma renovação da moral nacional,
uma recuperação da harmonia nas relações entre os humanos e a natureza,
entre os humanos, os Céus e a Terra, se não existir a fé ou a cultura para uma
coexistência pacifica entre os seres humanos, será impossível que a nação
chinesa tenha um futuro brilhante.
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incutir ao povo chinês seu modo de pensar e seu padrão quanto ao que é bom e
mal. Isto leva as pessoas a aceitar e internalizar a perversidade e a falsidade do
PCCh, a se converterem em parte de sua dissimulação e dar sustentação para a
existência de sua ideologia.
Eliminar das nossas vidas as iníquas doutrinas instaladas pelo PCCh, discernir
sua natureza inescrupulosa e recuperar nossa essência e consciência humanas
constituem o primeiro passo e o mais importante no caminho de uma transição
equilibrada para uma sociedade livre do Partido Comunista.
Poder trilhar este caminho com passos firmes e pacíficos depende de ocorrer
uma mudança no coração de cada cidadão chinês. Mesmo que o PCCh pareça
contar com todos os recursos e aparato de repressão do país, se todos os
cidadãos acreditarem no poder da verdade e salvaguardarem a moralidade, o
espectro maligno do comunismo perderá as bases para sua existência. Todos os
recursos voltarão de imediato às mãos dos justos. Ninguém pode dizer que não
tenha responsabilidade sobre o sofrimento dos demais. Então, fazer uma crítica
sobre a Revolução Cultural é um tabu para o governo, e o povo automaticamente
evita refletir sobre os efeitos desastrosos causados por seu acatamento cego,
sua ignorância e sua loucura. Pelo contrário, muitos chineses adotam
intencionalmente o caminho do PCCh e imputam todos os crimes aos que
encabeçaram a Revolução Cultural, a Gangue dos Quatro.
Somente sem o Partido Comunista chinês a nação poderá ainda ter esperança
sobre seu futuro.
Sem o Partido Comunista Chinês, o povo chinês, reto e de bom coração, poderá
reconstruir sua magnífica história.
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