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ILUSTRAD
OS
dca
Pretendeu-se, assim, que os estudantes do 1.º ano desenvolvessem nas aulas dessa
disciplina da Área de Formação Técnica do curso a capacidade de expressão e de
comunicação visual, concretizando um exercício de ilustração desenvolvido com software
de Edição Bitmap e de Edição Vectorial. Interpretar os textos criados por alunos de
diferentes níveis de diversas escolas de Vila Nova de Famalicão e ilustrando-os
compreendendo a relação forma/função durante o projecto, permitiu à Andreia, à Carla, ao
Carlos Mendes, ao Carlos Martins, à Cristiana, à Cristina, à Daniela, à Flávia, ao Frederico,
ao Hélder, à Joana Mendes, à Joana Pereira, ao João, ao Luís, à Maria, ao Nuno, à Patrícia,
ao Pedro, ao Ruben, ao Rui Rosário, ao Rui Sousa, ao Rui Monteiro, ao Rui Paiva, à Sónia,
ao Tiago e ao Yanis, os jovens da turma 1TM09/12 do Curso Profissional Técnico de
Multimédia da Didáxis de Riba de Ave utilizarem, intencionalmente, toda uma panóplia de
elementos visuais relacionados com as histórias e as suas interacções, o que contribuiu de
forma criativa para o enriquecimento da expressão e da recepção de mensagens contidas
nos textos vs as palavras visuais.
Com efeito, com o desenvolvimento do processo foram abordados conceitos basilares da
forma e do espaço e da cor e da tipografia que deram suporte tanto às ilustrações
impressas como, simultaneamente, à composição visual adoptada para a composição dos
painéis a expor na Casa das Artes. Pretendeu-se, assim, possibilitar a cada um dos
formandos compreender os princípios de associação de cores e de imagens de um modo
que, de forma pessoal, lhes permitisse controlar o seu uso e, ainda, maximizar o impacto
da ilustração vs texto; explorando as potencialidades da tipografia, nomeadamente na
articulação com outros elementos gráficos, na organização do campo visual e na eficácia
comunicacional e reconhecer o ritmo, a proporção e o equilíbrio como estratégias criativas
da composição, o que consubstanciaram, também, objectivos cumpridos.
Em jeito de conclusão, pode-se por assim dizer-se que esta exposição dos projectos na
Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, desenvolvidos no seguimento da parceria com
o Grupo de Trabalho das Bibliotecas de Vila Nova de Famalicão, permite nesta fase inicial
do Curso Profissional Técnico de Multimédia dotar estes jovens formandos da turma
1TM09/12 de competências de comunicação capazes de interpretar e ilustrar os textos
dos pontos de vista quer organizacional quer conceptual.
DIDÁXIS_COOPERATIVA DE ENSINO
Riba de Ave
A magia do
saber e o
poder de
aprender
Numa escola de meninos muito curiosos, que queriam crescer muito depressa,
depressinha, um grupo deles resolveu partir à descoberta da magia do saber.
Por todos os caminhos por onde passaram, perguntaram, indagaram, quiseram
saber, pesquisaram e no final desta longa e proveitosa viagem pelo mundo, adquiriram
mais alguns conhecimentos, que agora querem partilhar com mais meninos curiosos e
ávidos de respostas para as suas perguntas curiosas.
Não é que os meninos descobriram mesmo coisas curiosas? Ora vejam lá.
Descobriram: um grupo de alunos que falava com a chuva, para se molharem de
energia; outros que conversavam com a imaginação, para terem momentos mágicos de
risos, de sonhos coloridos e de ideias criativas de prazer; uns que voavam com as
borboletas da lua para ficarem aluados e rodopiantes; ainda outros que cavaqueavam
com as horas e o tempo, para saberem sempre a quantas andam; aqueloutros, que
procuravam nos livros e dicionários, aquilo que mais ninguém ensina, nem quer saber,
para os pôr em acção na conquista do espaço.
Alguém perguntou ao chocolate e aos diamantes e deu uma história apetitosa e
brilhante, com um toque de surpresa e gulodice; perguntaram à neve branca da
montanha e ao gelo do batido e ficou uma historieta friorenta e caiada de beleza polar.
Perguntaram às nuvens negras e pesadas, para não descarregarem a sua chuva fria
como prata; às árvores, se queriam ser cortadas para a lenha; à verdejante relva dos
campos, se queria ser florida como o arco-íris.
Perguntaram a um temível tubarão branco, e ele contou uma história esquisita de
um funeral de uma mosca pitosga; a um pinguim de fraque e este só contou histórias
sobre o seu amor secreto pelas Caraíbas; ao espaço e foi uma história sem fim; ao
cavaleiro da Dinamarca e foi um conto cheio de donzelas deslumbrantes; à janela, que
contou tudo o que via e o que não via; a um mapa, que lhes indicou o local de um grande
tesouro escondido; ao Super-homem, que deu uma história cheia de força e de vontade
para salvar o mundo dos milagres; à bola que lhes contou uma história saltitona, aos
pulos pelo universo; ao rato guloso, que lhes ensinou tudo sobre a cidade do queijo suíço.
Repararam na caneta, que lhes deu muita tinta pelas barbas; na tesoura, que lhes
pôs o papel de lustro em franja; a Deus, que era amigo das despedidas; ao diabo, que não
tinha fé nenhuma na pastilha elástica; às uvas que eram uma doce e embriagante droga
popular; aos piolhos rabinos e era uma comichão pegada, da cabeça aos pés; ao
otorrinolaringologista e foi uma história que tinha só garganta.
Viram uma fada que lhes disse que só gostava de rir a bandeiras despregadas dos
pregos e de oferecer presentes a ela própria; às orelhas ouvidoras, que nesse dia, tinham
ouvido um poeta mais cego que uma toupeira; à grua de uma obra e deu uma história de
cordas e de acrobacias de circo; aos números e deu uma construção matemática; ao
ponto final e deu uma história de pausas; à madeira e era uma história madeirense e de
bons craques; ao caranguejo e era uma história de marcha atrás; aos dentes e foi uma
história toda mastigada, mas deliciosa e assustadora; ao cristal colorido e foi uma bela
história cristalina e dura como pedra; ao rei da magia e deu uma história reinante de
humor e distracção; aos planetas do sistema solar, para lhes ser dado o poder de aquecer
com o calor e a força do amor; ao livro envergonhado, que era interessante sem ninguém
o saber.
Perguntaram ao tapete do quarto e ele contou uma história empoada de
travesseiros e de cabelos a fazerem «atchim»; a Portugal, que respondeu que deviam
fabricar pratos portugueses à boa e velha maneira; ao trigo, que aconselhou a fazer uma
história de intrigas cozidas; à bóia da praia, que lhes revelou, que o segredo para crescer
é estudar muito e fazer exercício físico; ao presidente do país, que lhes disse que estava a
apertar o cinto; à morte e foi mortal; à escola e foi de chorar a rir.
Quiseram saber a opinião do leão e ele contou uma história da selva densa e
perigosa; à palavra e foi uma frase de palavrês; ao deserto e foi secante; à sertã e foi
escaldante; ao baú e foi de tesouros escondidos; a uma caixa e era de encaixar o gelo na
garrafa; ao caracol e foi uma história lenta, bem lenta; ao quadro e deu uma história
perguntadora e sabichona; ao chocolate docinho e foi uma história de doçura peganhenta;
às meias do avô e deu um conto bem cheiroso e de fugir; ao hospital, que foi de doer a
alma; ao professor, que até meteu golo no caixote do lixo; aos livros de um certo aluno,
que segredaram que ele os picava com as pontas dos lápis afiados; às pipocas, que
disseram que iam ser uma espiga; ao armário, que foi uma história bem arrumadinha na
estante da biblioteca; ao espelho, que reflectiu a imagem divertida da cara dos meninos,
com as suas bochechas rosadas e os seus olhos fatigados de tanto perguntarem.
E assim, cansados mas satisfeitos, resolveram escrever uma linda história, que
agora vos apresentam com todo o carinho, pois a união faz a força.
Agrupamento de Escolas de
Gondifelos
A magia do saber
e o poder de aprender
Texto | Turma 2 do 4.º ano
Orientação | Professora Manuela Silva _ Animação da Biblioteca Escolar da EB1 de Gondifelos |
Amélia Silva
Uma
proposta de
leitura a
três… AUTORIA: PROF. DE LP – MARIA JOSÉ MORAIS, ALUNOS FÁBIO, DANIEL E SUSANA DE 7º C
Preparativos
3 alunos
1 biblioteca
Modo de execução
1ª etapa
Pegar na palavra TRESLER e esmiúça-la:
Tresler, in dicionário Houaiss de Língua Portuguesa (1 aluno)
Ler de trás para diante; trocado ou às avessas;(…)perder o siso de tanto ler; ler em
demasia, tornar a ler, reler (…)
Ler, in dicionário da Porto editora de Língua Portuguesa (1 aluno)
união e equilíbrio
número chave da democracia, pois é a quantidade mínima de pessoas necessárias
para que se consiga tomar uma decisão em grupo
usado como pedido de socorro.
2ª etapa
Os significados são chaves de acessos para uma espécie de leitura que quer propiciar a
escrit(ur)a
PALíDROMOS (1 aluno)
Palíndromo é a frase ou palavra que mantém o mesmo sentido de trás para a frente e de
frente para trás, ou seja, pode-se ler da esquerda para a direita e da direita para a
esquerda.
Palavras: ama… Ana… esse …
Anagramas: Ágil-liga…Alas-sala…Amor-romã
Frases:
Anotaram a data da maratona
A droga da gorda
A mala nada na lama
TÍTULOS DE 13 LIVROS
1 aluno procura 13 títulos de livros e lê-os em voz alta
TRESLER OS TÍTULOS DE 13 LIVROS (1 aluno)
Tresler títulos é pegar num título de um livro que não mantém o mesmo sentido de trás
para a frente e de frente para trás, ou seja, lê-se, na sua versão original, da esquerda
para a direita e da direita para a esquerda, na sua versão treslida.
1 aluno pega nesses 13 títulos de livros e treslê-os em voz alta
4ª etapa
Os 3 alunos escolhem um dos títulos treslidos e criam o seu próprio texto
Certo dia foi a mais uma festa com os amigos, a um local, para ela, totalmente
desconhecido, as paredes encontravam-se repletas de prateleiras e as prateleiras
estavam apinhadas de livros. Fazia-se sentir um cheiro intenso e desagradável, na sua
opinião, mas a música era fantástica e a diversão reinava. Fechou os olhos e, por
momentos, esqueceu aquela decoração bizarra. Afinal era apenas mais uma festa, mais
uma noite de diversão e irresponsabilidade.
As horas passaram e Matilde foi-se divertindo. Até que de repente o silêncio tomou
conta do espaço. Tinha-se abstraído de tal forma que não se apercebeu de que todos
tinham ido embora e que se encontrava agora sozinha no meio de um corredor
desconhecido que não oferecia qualquer tipo de conforto.
Sentou-se num canto e esperou que o tempo passasse, que alguém viesse abrir a
porta, que algo a salvasse daquela situação indesejada.
Mas as horas passaram e nada. Via os raios de sol atravessarem os vidros, mas as
janelas tinham grades. Sentia-se presa num pesadelo.
Então levantou-se e pegou num livro. Era pesado, as folhas amareladas e um odor
bafiento. Abriu-o. Folheou-o. Sentiu cócegas nos dedos. A curiosidade ia aumentando, os
seus olhos abriam-se cada vez mais e não resistiu, leu. As palavras eram demasiado
elaboradas, não conseguia decifrá-las. Procurou um dicionário, não se lembrava bem
como encontrar as palavras, afinal nunca tinha prestado atenção, mas lá foi conseguindo.
Leu um, dois, três livros. Já não sentia o tempo a passar. E quando olhou pela janela,
já a noite tinha caído, era uma noite estrelada.
Cansada, adormeceu.
Turma 9 A
Agrupamento de Escolas Bernardino Machado
Agrupamento de Escolas
Bernardino Machado
Vir-Biblos
Texto | Turma 9 A
Numa manhã de chuva, cinzenta com muitas nuvens no céu que obrigaram a
professora bibliotecária a acender as luzes todas da sala de leitura, acordei com alguém a
olhar para mim como nunca nenhum menino o fizera até aí. Seriam os olhos a ler-me ou
os dedos que folheavam delicadamente as páginas, umas atrás das outras, como se fosse
alguém de quem gostasse muito? Muito atento percorria as palavras, as frases, os
desenhos, demorava-se num desenho para a seguir olhar o vento lá fora, através das
janelas, como se estivesse a pensar no que lera. Quando nessa manhã se foi embora senti
a sua falta. Comecei a ter saudades do menino de olhos grandes e foi com imensa alegria
que senti a amizade das suas mãos a folhearem-me de novo, dias depois. No entanto,
reparei certas particularidades na forma como lia. Voltava atrás frequentemente para logo
a seguir avançar páginas até uma palavra que já lera minutos antes. Seguidamente,
tornava a demorar-se numa ou noutra gravura. Visitou-me mais vezes e não foi necessário
muita perspicácia para descobrir o segredo do meu amigo: não sabia ler! A partir daí
fiquei atenta e soube que o Jaime – era assim o seu nome - era aluno do ensino especial e
um problema de nascença relacionado com o parto da mãe provocara-lhe alguns
problemas de aprendizagem. Cada vez parecia que aprendia algo mais e ao mesmo
tempo um olhar de curiosidade se acendia nos seus olhos negros e tristes. O que pensava
sobre mim? Que sonhos lhe provocava?
Jaime não respondeu mas segurou-me ainda com mais força e assustei-me, porque
as palavras dentro de mim se mexiam e agitavam como nunca acontecera. Pareciam
querer sair de mim e voar para outro lado, pertencer a outro dono. As personagens
falavam umas com as outras, conversas e diálogos desconhecidos, segredavam planos e
sentia-me cada vez mais vazia. Ao mesmo tempo que se apagavam os desenhos e as
palavras e as minhas páginas ficavam num tom esbranquiçado e triste, Jaime abria um
sorriso e falou aos pais sobre a possibilidade de tudo mudar para melhor. “Porque a vida
pode surpreender, tal e qual as histórias dos livros.” Afirmava isto convicto e pleno de
certeza. Mas sobretudo, notei em Jaime e nas suas palavras a delicadeza dos seus dedos
nas minhas folhas, o vento das noites tempestuosas no farol onde decorriam também das
minhas aventuras, a força do mar era a força de Jaime incutindo confiança nos pais
desgastados com as desventuras da vida. Passei a fazer parte de Jaime, era parte dos
seus pensamentos e da sua vontade. As palavras, bom, essas são eternas, vivem sempre,
mesmo num pobre livro desbotado como eu. Jaime ensinou-me a maior lição da minha
vida: ler não é só juntar letras, sílabas e palavras, frases, parágrafos e histórias. Ler é
como gostar muito, amar cada pensamento, cada emoção, cada minuto que partilhamos
com algo que queremos muito. Ler é, antes de tudo, Ser. Só depois é que vale a pena
aprender a juntar sílabas e palavras, até conseguirmos compreender o seu significado.
Assim que chegaram à pequena aldeia onde os avós viviam, correram para a porta
mas, em vez da sorridente avó Rosa, foram recebidos pela Antonieta, a rabugenta e
enigmática empregada da casa.
- Boa tarde, Antonieta! Nós vínhamos visitar o avô e a avó. – respondeu Filipa.
- Eles foram à vila tratar de uns assuntos. – disse a carrancuda Antonieta, enrolando
uma das suas madeixas ruivas que se tinha soltado.
-Entrem lá, então! Sentem-se no sofá da sala grande mas façam pouco barulho
porque a Dona Arminda está a descansar. (D. Arminda era uma velha amiga da avó Rosa
que tinha ficado sem casa, por causa das finanças e os avós decidiram dar-lhe abrigo.)
- Deixa ver…!
Nesse momento, os avós chegaram a casa e com o susto, os netos deixaram cair a
folha, que passou entre as calhas da madeira. João e Filipa entreolharam-se. Por baixo da
sala encontrava-se a cave que todos achavam assombrada.
Depois, João teve a infeliz ideia de investigar a cave, durante a noite, enquanto os
avós estivessem a dormir.
A rapariga não podia acreditar no que os seus olhos viam: a folha estava a voar
sozinha e ia, direitinha, ao encontro de uma parede que começou a iluminar-se. Surgiu,
então, um pequeno texto que indicava a localização de uma caixa fechada por um grande
aloquete idêntico ao do livro.
João reparou que num buraco do chão estava uma chave. Com ela abriram a caixa
e, lá dentro, estava uma outra folha parecida com a que caiu do livro, mas nesta dizia: “A
próxima pista está no ponto mais alto da casa”. João pensou logo que o misterioso enigma
estaria no sótão e os gémeos dirigiram-se para lá imediatamente. No caminho ouviram
um ruído vindo da cozinha. Desligaram as lanternas, cheios de medo e avistaram a
rabugenta empregada que subia para o quarto. Passado o perigo, retomaram o caminho.
Já no sótão, encontraram uma folha pousada na velha mesa que estava a “cair de
podre”. Descobriram que se tratava do documento de retirada da casa à D. Arminda.
Ainda no sótão, viram a janela branca aberta e saltaram para o telhado, porque tinham
avistado uma folha espetada no cata-vento. Leram: “A próxima pista encontra-se no
quarto que tem uns símbolos gravados na maçaneta da porta.”
- Como é que vamos entrar aqui? Dizem que ela dorme com um olho aberto e outro
fechado…
- Olha João, estas palavras são Galegas! Dizem: “Roda a maçaneta da porta trez…
treze vezes e poderás entrar sem ninguém notar.”
- Treze?!
- Espera aí! Confundo sempre o três com o treze! Deve ser três. Vamos!
D. Antonieta abriu as portas de rompante mas, por magia, João e Filipa tornaram-se
invisíveis. Assustados com o que se estava a passar e, ao mesmo tempo, surpreendidos
por não terem sido vistos, ficaram ainda mais admirados por haver uma entrada secreta
com mais um papel dourado, muito brilhante.
- A próxima pista está debaixo do colchão da cama da D. Antonieta! - disse ela, com
um ar assustado.
Mas a sorte deles foi tanta, que se ouviu um estrondo vindo da cozinha.
João e Filipa foram espiar debaixo do colchão. Havia lá mais uma folha com um
código, desta vez, em inglês. Dizia para saltarem pela janela e fecharem os olhos.
- Claro!
Mal saltaram, apareceram dois dragões que os levaram até ao cimo do telhado de um
castelo. Aí, estava um enorme cofre. Só que, por azar, estava fechado. Os dois irmãos não
desistiram, foram de imediato procurar uma chave e, de repente, surge um brilho vindo
do nada!
- Uau! Nunca tinha visto uma chave como esta! - disse João, espantado.
- Olha, olha! Junto desta metade de estrela há mais um papel. O que será que nos diz,
desta vez?
Filipa leu a mensagem ainda com mais entusiasmo: “Para que possas abrir este cofre,
tens que encontrar a outra metade desta estrela e, assim se formará a verdadeira magia
e o mistério será desvendado”.
- Não sei, mas não saio daqui sem ela! – respondeu Filipa.
A noite caiu e eles, cansados e com fome, acabaram por adormecer. Sonharam que
estavam perdidos no bosque. Viram uma luz intensa junto a uma árvore. Correram em
direcção a ela. João pegou-lhe e … os dois acordaram. João tinha na mão metade de uma
estrela brilhante. Apressaram-se a juntar as duas metades que se transformaram numa
chave! Usaram-na para abrir o cofre. Mas, para surpresa de ambos, estava vazio.
De novo no sofá da sala grande, cansados e desapontados, João nem queria acreditar
no que os seus olhos viam.
- Nem eu! Mas quero descobrir o que está por detrás dela. – entusiasmou-se Filipa.
Pensava ela, decidida e combatente, que nada iria derrubar a sua vontade de
crescer e de vencer. E foi crescendo, crescendo…
E a professora contou:
Era um país pequenino mas com muito espaço para novos ideais. Ao longo dos
tempos, nunca se aquietou com o seu destino e, um dia, as sementes de força e de
liberdade até então pacientemente plantadas, germinaram e deram frutos. E nasceu a
menina da nossa história. E, com ela, veio a hora da mudança. E, por ela, sonhámos e
estamos hoje aqui.
- Boa, boa! Pode ser isso mesmo. Serve perfeitamente! - gritaram todos em
uníssono.
- E o título é também isso! É a Escola, que é como quem diz Nós, a crescermos
sempre, sempre, por fora mas principalmente por dentro! A tornarmo-nos Pessoas! –
concluiu desta vez a Maria com a aprovação de todos.
Didáxis Cooperativa de
Ensino
A menina que
crescia sempre
Texto | Março de 2010
Este seria o grande problema que as Letras encontrariam para se salvarem. Letras?
Afinal o que significava isso? Que utilidade tinham? Nenhuma, rigorosamente nenhuma;
provavelmente deve-se a esta inutilidade o facto de as pessoas desconhecerem a sua
importância. Para que as queriam? Pois era um grande problema, problema tão grande
que gerou a 1ªGuerra Mundial das Letras!
Até que… um rapaz, sem nome, mas um rapaz, se apercebeu que o alfabeto estava
no chão e que se movia, ou melhor, se tentava mover, mas o importante era que havia
movimento.
Estavam a formar umas palavras, mas o coitado do rapaz não sabia o que era uma
palavra, ainda para mais tinha ar de quem não percebia nada da vida, no entanto revelou-
se um ser digno de um prémio Nobel devido ao elevado grau de inteligência que
demonstrou ao conseguir ler as palavras ou conjunto de letras que se aglomeravam no
chão: lá podia ler-se “AJUDA-NOS, TIRA-NOS DAQUI. NÓS SOMOS LETRAS E QUE TU ESTÁS
A ACABAR DE FAZER É UM CONJUNTO DE PALAVRAS. A ESSE FEITO DÁ-SE O NEME DE
LEITURA”.
O António não gostava de ler, antes preferia brincar, jogar computador, ver
televisão, jogar futebol, etc… Os pais andavam preocupados. Um dia, a mãe teve uma
grande ideia. Convidou o seu filho a sentar-se junto do seu computador. O António estava
admirado e, curioso, perguntou:
A mãe respondeu-lhe que iam ler uma história. O António, atento, viu que a mãe
introduziu www.civilizacao.pt e depois colocou “PNL Ler+” para ver quais eram os livros
recomendados. A mãe leu-lhe alguns títulos da Civilização Editora, entre os quais se
destacava “O passeio do Ursinho”. A escolha foi para a história do Ursinho. Apareceram as
imagens e a mãe começou a ler: “A família Urso vive no Parque de Yellowstone, nos
Estados Unidos, um verdadeiro paraíso para os animais.” O António ficou encantado com
o que via e com aquilo que a mãe lhe lia. Acabou a história e a mãe preparava-se para
desligar o computador, mas o António não quis e pediu à mãe para lhe abrir outra história.
Sempre que o António tinha tempos livres ocupava-os a ler. Deixava-se surpreender
pelas personagens, pelas ilustrações, pelas histórias que o faziam entrar num mundo de
sonhos e de descobertas. Como ele não tinha irmãos sentia-se muito solitário. Ele gostava
muito de conviver com os amigos da escola. Os anos foram passando e ele tornou-se uma
pessoa muito estudiosa e inteligente, mas triste. Para combater a sua tristeza e solidão
formou-se em Sociologia e tornou-se num grande e famoso escritor. Escreveu um livro
chamado “O Principezinho”, que é uma exposição sentida sobre a tristeza e a solidão e
que revela algumas reflexões sobre o que de facto são os valores da vida.