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Resumo
O Nativo Relativo Eduardo Viveiros de Castro
Viveiros de Castro comea a discusso deste artigo com a
apresentao de dois sujeitos fundamentais em sua obra: o
antroplogo e o nativo, o antroplogo algum que discorre sobre o
discurso de um nativo (p.113), sendo esteve nativo no
necessariamente um selvagem ou natural do local onde se encontra o
antroplogo. A primeira relao estabelecida entre eles , segundo o
autor, a de discurso, ou seja, o discurso daquele que observa (o
antroplogo) deve ter relao com o observado (o nativo) e esta
uma relao de sentido e conhecimento. Mas, lembra Viveiros o
conhecimento antropolgico imediatamente uma relao social,
pois o efeito das relaes que constituem reciprocamente o sujeito
que conhece e o sujeito que ele conhece. (p.113).
A base desta relao antroplogo/nativo se apoia na noo de
alteridade, ou seja, a pressuposio de que a relao de um com a
sua cultura no a mesma que a do Outro. Ou seja, o que faz do
nativo enquanto tal a ideia por parte do antroplogo de a relao do
primeiro com a natureza algo natural, intrnseco, espontneo. O
antroplogo usa necessariamente sua cultura; o nativo
suficientemente usado pela sua (p.114). Em seguida, Viveiros
destaca o que seriam algumas regras do jogo desta relao. A
primeira delas seria a vantagem epistemolgica que o antroplogo
tem sob o nativo. O discurso do primeiro no encontra-se no mesmo
plano do segundo, o sentido depende do nativo, mas a
contextualizao, a justificao a textualizao, faz parte da
interpretao do antroplogo. A cincia do antroplogo, enfatiza
Viveiros, de outra ordem que a do nativo e dessa forma que deve
funcionar, a condio de possibilidade do discurso do primeiro sob o
segundo a deslegitimao das pretenses da segunda, ou seja, o
conhecimento por parte do sujeito pressupe o desconhecimento por
parte do objeto.
Viveiros de Castro prope ento uma concepo antropolgica na
qual os procedimentos que caracterizam a investigao sejam da