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AMBIENTE & SUSTENTABILIDADE

Faculdade de Arquitectura da Universidade Lusíada de Lisboa

Áreas Protegidas & Arquitectura


Parque Natural da Serra da Estrela

Junho 2009 1
Índice

Introdução

Áreas Protegidas

Parque Natural da Serra da Estrela


•Localização
•Características geológicas, fauna, economia local, social e arquitectura popular
•POPNSE
•Zona I, Zona II, Zona III e Zona Complementar
•Conclusão

Gouveia
•Localização
•Características do território
•Arquitectura da cidade
•Conclusão

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Introdução

Este trabalho insere-se no programa da disciplina de Ambiente e


Sustentabilidade. Visa sobretudo, segundo o percurso programático, criar
sensibilidade para a preservação da paisagem, para que quando esta seja
objecto de intervenção não perca toda a sua estrutura natural, características,
nomeadamente no campo da arquitectura. Existem hoje regulamentos e planos
que interferem directamente na concepção de espaços dentro desse Espaço
Paisagístico, segundo regras e estratégias que terão de ser levadas em
consideração.

A criação de áreas protegidas foi praticamente uma necessidade face à


desorganização territorial. As mutações constantes durante o Sec.XX, as
desconsiderações que o homem ao longo do tempo foi amontoando,em muito
devido à industrialização, provocou a necessidade de criar áreas protegidas
visando a protecção da paisagem e da biodiversidade.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

ÁREAS PROTEGIDAS

Parques Nacionais; Parques Naturais; Reservas Naturais; Monumentos Naturais

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Parques Nacionais
Áreas com ecossistemas pouco alteradas pelo homem, são áreas com valor
ecológico, cientifico e educacional.
( ex.: Parque Natural da Peneda-Gêres)
Parques Naturais
Áreas com forte valor paisagístico, tanto naturais, semi-naturais ou
humanizadas, de interesse nacional, de exemplo de integração humana na
região.
( ex.: Parque Natural da Serra da Estrela)
Reservas Naturais
É “uma área destinada à protecção da flora e da fauna”. Visa proteger e dar
continuidade aos processos naturais, sejam elas geológicas ou marinhos.
(ex.: Estuário do Sado)
Paisagens Protegidas
Visa proteger uma determinada paisagem com interesse regional ou local, sejam
elas naturais, semi-naturais ou humanizadas, evidenciando o valor estético ou
natural.
(ex.: Serra de Montejunto)
Monumentos Naturais
“uma ocorrência natural contendo um ou mais aspectos que, pela sua
singularidade, raridade ou representatividade em termos ecológicos, estéticos,
científicos e culturais, exigem a sua conservação e a manutenção da sua
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integridade”.
(ex.: Cabo do Mondego)
Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

PARQUE NATURAL DA SERRA DA ESTRELA

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Localização:

O Parque Natural da Serra da Estrela fica situado na região centro, fazendo


parte constituinte da chama Beira Interior, albergando os concelhos de Gouveia,
Seia, Celorico da Beira, Guarda, Manteigas e Covilhã. Nele está o ponto mais
alto de Portugal continental, a Torre com 1999m de altitude. Nele nascem dois
importantes rios nacionais de forte impacto hídrico regional, rio Mondego e o rio
Zêzere.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Características Morfológicas, Flora e Geologia:

Trata-se de um acidente orográfico, onde pontificam planaltos e picos de


montanhas e vales onde correm os rios. Constituída por uma enorme
biodiversidade, quer ao nível animal como de plantas e vegetais.Foi alías devido
a esta diversidade que foi constituído o Parque Natural, preservando-o de
desgaste por parte da acção humana. O seu valor paisagístico único e ímpar de
belezas incontornáveis para quem visita, com uma quantidade de vestígios que
remontam à formação do país. Abundam os castanheiros, os pinheiros e outrora
os carvalhos, realço ainda para as gestas, rosmaninhos e urgueiras.
Morfologicamente é caracterizada pelo seu volume rochoso, predominantemente
granítico mas onde pontificam em alguns locais o xisto. Do ponto de vista
climático é influenciado por clima Temperado e Mediterrâneo, uma vez que sofre
constantes mutações devido aos ventos vindo do Atlântico ou Continental-
Península Ibérica.

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Folgosinho
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Vale do Mondego
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S. Tiago
Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Sociedade e Economia Local

É considerado um povo aguerrido e com uma forte componente de entre - ajuda,


gente humilde que vive essencialmente do sustento da terra. Outrora de forte
impacto industrial nomeadamente na área dos lanifícios, cuja economia regional
se impulsionou devido ao grande aglomerado de unidades fabris. No entanto o
sector primário sempre foi aquele que mais predominou enquanto economia, a
agricultura de regadio e a pastorícia com relevo para a fabricação do Queijo da
Serra e o “tosquiar da lã” para unidades fabris na região.
Hoje o turismo assume-se como âncora à subsistência da região, todo o tecido
económico vive em parte da sua linha orientadora.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Arquitectura

Ao nível da arquitectura existe um défice de clarividência, sobretudo a qualidade


projectual. As casas que nascem são como “cogumelos”, sem relação territorial,
sobretudo aquelas que estão fora da zona dos centros urbanos, nomeadamente
das capitais de concelho. No entanto nos povoados e nas encostas da Serra
pontifica uma arquitectura popular passível de ser preservada, recuperada e
valorizada. É aqui que o arquitecto terá de actuar com clareza e vontade de
preservar este espólio, é importante não esquecer que esta arquitectura popular
tem um significado histórico e que faz parte da cultura local. Urbanisticamente
não existe, embora alguns casos de tentativas, regularidade e simplicidade,
muito por culpa da morfologia e da irregularidade do território. As cidades e
povoados foram crescendo “ à medida” que a população se movimentou dentro
deste território.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Plano Ordenamento – Regulamento

O Plano de Ordenamento do Parque Natural da Serra da Estrela visa


regulamentar administrativamente o território do Parque sobretudo as iniciativas
que visam intervir no território, iniciativas essas que são públicas e privadas,
sempre em sintonia com os municípios.
Interessa aqui reportar do ponto de vista da arquitectura as regras impostas no
POPNSE, que permite em determinadas zonas projectar ou não, uma vez que
este POPNSE está dividido em quatro zonas, ou zonamentos.
Estes zonamentos têm características diversas e muito particulares, que do
ponto de vista da arquitectura existem estratégias, procedimentos e regras que
têm de ser cumpridas:
•Áreas de protecção parcial I.
•Áreas de protecção parcial II.
•Áreas de protecção parcial III.
•Áreas de protecção complementar.
Trata-se sobretudo num regime de protecção que visa proteger e conservar os
valores paisagísticos e da biodiversidade no Parque Natural.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Área de Protecção Parcial I:

Esta área é designada de igual modo como zona A da Reserva Biogenética do


Planalto Superior, aqui compreendem os valores naturais de interesse
excepcional. Existe uma elevada sensibilidade ecológica, a área é reduzida à
sua essência, e a regulamentação impossibilita qualquer tipo de alteração
paisagística, inclusivamente o retirar de inertes é totalmente proibido. A
prioridade é sobretudo a conservação da natureza e dos valores biológicos. Esta
interdita qualquer construção nesta área, à excepção da necessidade de servir a
própria conservação da área.Só são permitidas actividades ligadas à
investigação dos valores existentes no Parque Natural. Não estão permitidas
construções de novas vias de comunicação apenas a conservação das
existentes sem alterações das mesmas

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Vale do Rossim
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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Área de Protecção Parcial II:

Esta área é designada de igual modo como zona B da Reserva Biogenética do


Planalto Superior, e de outras áreas de elevado valor biológico, como Serra de
Baixo, Piornos, Belarteiro, Santinha, mata de Casal do Rei e Serra da Alvoaça.
Continuamos a assistir ao factor protecionista da paisagem e à biodiversidade.
Segundo o regulamento estão interditas quaisquer tipo de construções,
alteração das funções de edifícios existentes, à excepção da sua conservação e
manutenção sem que existam transformações da sua gênese.Inclusivamente a
reconstrução ou possíveis ampliações carecem de aprovação por parte do
Parque Natural.
Preserva-se acima de tudo o valor geológico da área, criando estratégias de
desenvolvimento sustentável de actividades tradicionais.
São permitidas com autorização e aprovação, o surgimento de beneficiação de
infra-estruturas de apoio a actividades agro-silvo-pastoris ou de apoio à
conservação da natureza

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Penhas Douradas

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Belarteiro
Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Área de Protecção Parcial III:

Nesta área assistimos desde logo outros parâmetros regulamentares, à medida


que descemos o maciço central, começamos a assistir à constituição de
pequenos povoamentos que humanizam os socalcos da Serra. Esta área
compreende as zonas de Videmonte, Corredor dos Mouros,Souto do Concelho,
cumeada da Santinha, Espinhaço de Cão, encosta de S.Bento, Santo Estevão e
Vale Loriga.
Assistimos desde logo uma configuração diferente e disposição dos recursos
existentes.
Tal como nas áreas anteriores continua-se a proteger os recursos naturais e a
manutenção dos valores tradicionais, de acordo com os princípios de
sustentabilidade.
As limitações construtivas continuam a ser consideradas sobretudo de raíz,
estas estão interditas, sendo dada primazia às infra-estruturas de foro agro-
silvo-pastoris enquanto beneficiação das mesmas.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

São consideradas as seguintes condicionantes e respectivas


autorizações:

•Alteração ou reconstrução de edificações existentes;


•A ampliação de edifícios de habitação e respectivos anexos, desde que inseridos
em terrenos com área mínima de 20.000 m2, não ultrapassando a área de
implantação de 200m2 e a cércea de 6,5 metros.
•A ampliação de edifícios de habitação, mesmo que inseridos em terrenos com
área inferior a 20.000m2, na proporção indispensável à obtenção de condições
mínimas de habitabilidade, não ultrapassando 20% da área de implantação do
edifício existente.
•A construção, adaptação ou ampliação de edifícios, enquadrada em projectos de
turismo de natureza, não ultrapassando a área de implantação de 500m2, ou até
ao limite da área edificada existente.
•A construção ou ampliação de edifícios de apoio às actividades agro-silvo-
pastoris, não ultrapassando no seu conjunto o índice de impermeabilidade de 0,02
a área de implantação de 300m2 e a cércea de 4,5 metros.

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Casal de Assedasse
Casal da Maceira
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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Área de Protecção Complementar:

Esta área compreende os espaços humanizados onde predominam espaços


rurais, com valor paisagístico e de sensibilidade ecológica e parâmetros culturais
significativos, embora necessitam de manutenção por parte do homem.
Aqui surgem os povoados mais consistentes e de maior aglomeração, inseridos já
no “andar basal” do Parque Natural.
Com carácter histórico estes povoados e cidades vivem sobretudo da economia
local, nomeadamente a agricultura de regadio, a actividade pastoril e a pouca
industria têxtil que subsiste.
É dada primazia à conservação da estrutura existente, da manutenção das suas
características, valorizando as actividades tradicionais.
São interditas construções à excepção quando vencidas as respectivas
condicionantes e respectivas autorizações. Aqui começam a surgir já impactos dos
respectivos PDM`s instrumento que regulamenta o urbanismo dos centros urbanos
e das localidades.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

São consideradas as seguintes condicionantes e respectivas


autorizações:

•Beneficiação das estruturas e infra-estruturas de apoio às actividades agro-silvo-


pastoris, ou à conservação da natureza.
•Alteração ou reconstrução de edifícios existentes;
•Construção ou ampliação de edifícios de habitação e respectivos anexos, desde
que inseridos em terrenos com área mínima de 7.500m2, não ultrapassando a área
de implantação de 200m2 e a cércea de 6,5 metros.
•A ampliação de edifícios de habitação, mesmo que inseridos em terrenos com área
inferior a 7.500m2, na proporção indispensável à obtenção de condições mínimas
de habitabilidade, não ultrapassando 20% da área de implantação do edifício
existente.
•A construção, adaptação ou ampliação de edifícios, enquadrada em projectos de
turismo de natureza, não ultrapassando a área de implantação de 500m2, ou até ao
limite da área edificada existente.
•A construção ou ampliação de edifícios, equipamentos desportivos, parques de
campismo, bem como estabelecimentos industriais de transformação de matérias
primas locais, desde que inseridos numa área de mínima de 10.000m2, não
ultrapassando índice de impermeabilização de 0,1, área de implantação de
2.000m2 e cércea de 6,5 metros.
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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

•A construção ou ampliação de edifícios, de apoio às actividade agro-silvo-pastoris,


não ultrapassando o seu conjunto de índice de impermeabilização de 0,02, área de
implementação de 300m2 e cércea de 4,5 metros.

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Vista Andar Basal
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Linhares da Beira
Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Conclusão

Numa primeira abordagem conclusiva, focando este Regulamento do Parque Natural


da Serra da Estrela, desde logo podemos considerar as dificuldades que se deparam
para qualquer um de nós que pretende efectuar um projecto de qualquer natureza.
Não deixo de concordar com muitos dos condicionalismos e considero que os seus
propósitos são claros e justificados.
Para os arquitectos e arquitectos paisagistas denota-se com estes factores um claro
esforço necessário no acto de projectar. Desde logo é necessário um claro
conhecimento quase exaustivo deste Regulamento uma vez que ele poderá ser muito
importante nos esclarecimentos a dar ao seu cliente, nomeadamente no que respeita
aos condicionalismos que se verificam.
Existe uma forte predominância pela preservação do espólio natural, da
biodiversidade naquele Parque, pela valorização da beleza paisagística e dar o
reconhecido valor às actividades tradicionais com forte impacto cultural,
caracterizadores da região e das suas gentes.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

GOUVEIA

Cidade Beirã, Distrito da Guarda, Parque Natural da Serra da Estrela.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Gouveia

A cidade e o concelho de Gouveia situa-se nas “faldas” da Serra da Estrela, localiza-


se a 50 kms da cidade da Guarda, capital de distrito, a 20 kms da cidade vizinha de
Seia, estando a mais de 600 m de altitude. Do ponto de vista populacional o
concelho tem cerca de 15.000 habitantes. Fora em tempos “Tear da Beira”, tendo
recebido a primeira máquina industrializada para a indústria dos lanifícios, foi até
meados dos anos 80 do Sec.XX uma das mais importantes cidades da região na
indústria dos lanifícios.

Já fora considera “Cidade Jardim”, devido aos seus espaços verdes na cidade, a
importância com que eram reportadas, a sua manutenção exigente mas sempre
prioritária por parte de entidades locais.

Tem entre o espólio local uma arquitectura popular incomparável, característico,


valorativo e passível de ser estudado.

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Vista aérea do Centro Histórico de Gouveia
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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

A morfologia da cidade face à sua situação geográfica torna aliciante para quem
projecta, sobretudo a forma de vencer o território sem lhe retirar as características e
os seus valores paisagísticos.
As intervenções verificam-se sem um planeamento, muito por culpa de a cidade ter
crescido “ao sabor” da sua importância económica local. Cada um fazia a sua casa
como podia e onde podia, não havia grande importância ambiental ou preocupação
de paisagem, a cidade viu o seu crescimento acentuar a partir de 1850, sendo que
nesta altura esse tipo de preocupações não eram equacionadas.
O Bairro do Castelo é o bairro mais antigo da cidade, sinuoso, de casas quase
amontoadas e de ruas íngremes. Mas no entanto em cada recanto, “buraco”,
tentamos avistar cada pedaço da Serra, na sua forma mais integral.
Torna-se difícil projectar nesta cidade, mas ao mesmo tempo é revelador de
entusiasmo, tantos são os condicionamentos regulamentares, morfológicos e
sociais.
Não deixa de ser importante revelar a importância da conservação de determinadas
zonas e imóveis da cidade, visando potenciar um território mais acolhedor e de
melhores condições de vida.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

Conclusão (Final)

A inclusão de Gouveia neste trabalho advém de se tratar de um cidade pertencente


ao Parque Natural da Serra da Estrela, visando compreender melhor toda a
componente e objectivos deste trabalho.
Reporta focar que esta cidade é um exemplo dos regulamentos do POPNSE, muitas
vezes criticado por entidades locais como barreira ao desenvolvimento local, no
entanto, ele faz sentido e está amplamente justificado.
Do ponto de vista da arquitectura, há muito trabalho a fazer, no planeamento e na
adequação de boa arquitectura que interprete com clarividência aquela região.
Como já referi que apesar das autorizações necessárias do PNSE e dos seus
condicionalismos, projectar neste vasto território tão sensível tem de ser encarado
com seriedade e com um grau de responsabilidade.

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Arquitectura Parque Natural Serra da Estrela

TRABALHO REALIZADO POR:

Pedro Miguel Morais Cavacas de Almeida


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3º Ano – Turma X

Bibliografia:
www.icnb.pt
www.cm-gouveia.pt
Recomendo:
www.arqpopularbeira.weebly.com

2008/2009 Docente: Profº Álvaro Cidrais


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