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Apresentação

Aluno Você deve ter percebido que vivemos num mundo rodeado de mensagens escrita
s. São os textos! Vamos aproveitar esta unidade para conhecermos as diferentes f
ormas de textos que podemos utilizar para expressarmos nossos pensamentos. Mas .
. . o que é um texto? O texto é um tecido. Quando se produz um texto, o process
o de construção se assemelha ao da tecelagem, que mistura fios para originar o p
ano. Na produção do texto, ordenam-se palavras e frases para formar um conjunto
final que atenda aos nossos propósitos ou intenção de comunicar algo.
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Legenda
Exercício [faça no seu caderno] Produção de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que você deve gravar]
Aprenda mais [faça no seu caderno]
Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]
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Leia as poesias abaixo:
CIDADEZINHA QUALQUER
Carlos Drummond de Andrade Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras Pom
ar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai deva
gar. Devagar. . . as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. In: Poesia Complet
a e Prosa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1973
A ESTRELA
Manuel Bandeira Vi uma estrela tão alta. Vi uma estrela tão fria! Vi uma estrela
luzindo Na minha vida vazia. Era uma estrela tão alta! Era uma estrela tão fria
! Era uma estrela sozinha Luzindo no fim do dia. Por que da sua distância Para a
minha companhia Não baixava aquela estrela? Por que tão alta luzia? E ouvi-a na
sombra funda Responder que assim fazia Para dar uma esperança Mais triste ao fi
m do meu dia. In: Estrela da vida inteira. 6ª ed. Rio de Janeiro, José Olympio,
1976.
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As duas poesias da página anterior têm um formato particular. Cada linha é um ve
rso e um conjunto delas forma uma estrofe. São diferentes de um texto em prosa q
ue tem as linhas contínuas.
VERSO Observe este “texto sem palavras”. Mm mm MM mm Mm mm mm Mm m, mm Mm m mm m
m Mm m mmm mm Mm mm! Mm mm mm m Mm m mmm Mm m m m mm.
In: Carvalho, Carmen Sílvia C.Torres. Construindo a escrita. Vol. 2. São Paulo:
Ática, 1995)
m
A este formato dá-se o nome de poema.
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1- Se houvesse algo escrito no lugar do “m”, que tipo de texto seria? 2- Escreva
tudo o que você observou para dar essa resposta.
PROSA Agora, observe este texto: Mm mm
Mm mm
Mm mm, mm mm mm. Mm mm mmm mmm mmm mmmmm mmmmm mmmmmmm mm mmm. Mm mmm. Mm mm mmm
, mm mm mmm mmmm mmm mmmmmm mmm mmm, mm mmmm mmmm mmmmm mm? Mmm mmm mmm mm mmm m
mmm mmmmm mmmm mm mm. Mmmm mm mmm?!? Mm mmm. . . mmm mm mmm mm mm mm. Mm
mm mmm: Mmm mmm mmm!! Mm mmmm mmmm mmmm. Mmm, mmmm mmmm mm mm mmmm mm mmmm mmm
, mmm m mm.
In: (Carvalho, Carmen Sílvia C. Torres. Construindo a escrita. Vol. 2. São Paulo
: Ática, 1995). A este formato dá-se o nome de texto em prosa.
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1- Se houvesse algo escrito no lugar dos “m”, que tipo de texto seria? 2- O que
você observou, para tirar sua conclusão quanto à organização das linhas?
Podemos perceber que o texto em prosa não é organizado em versos, como o texto d
a pág. 4, e, sim, em linhas contínuas, formando parágrafos.
O parágrafo constitui uma idéia desenvolvida em uma ou mais frases. Sempre se co
meça um parágrafo com um distanciamento da margem.
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Compare os textos:
Quando oiei a terra ardendo Quá foguera de São João Eu perguntei a Deus do Céu,
ai Pur que tamanha judiação Qui braseiro, qui fornaia Nem um pé de prantação Pru
farta d’ água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão Entonce eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração
Hoje longe muitas léguas Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo Pra mim
vortá pro meu sertão Quando o verde dos teus óio Se espaiá na prantação Eu te a
sseguro, num chore não, viu? Que eu vortarei, viu, meu coração
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Asa branca. In: Nova história da MPB. São Paul
o, Abril, 1978. 4 capa.
A região seca parecia um deserto: a terra estava rachada, nenhum sinal de verde.
Até as árvores estavam peladas de folhas e com os galhos secos. No céu azul, ne
m uma nuvem de chuva. E sobre toda a terra seca o sol brilhava, parecendo secar
até a alma das pessoas.
Graciliano Ramos, Vidas Secas. José Olympio.
Em ambos os textos, os autores escrevem sobre o grave problema das secas, mas de
formas diferentes. Os versos do poema de Luiz Gonzaga nos mostram a tristeza, a
saudade, a linguagem do homem do campo que viu sua terra secar. O texto de Grac
iliano Ramos, em prosa, descreve a seca da região Nordeste, de maneira agreste.
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O escritor é você!
Leia o poema A CASA, de Vinícius de Moraes, em que o autor, por meio de versos,
faz a descrição de uma casa.
A CASA
Era uma casa Muito engraçada Não tinha teto Não tinha nada Ninguém podia Entrar
nela não Porque na casa Não tinha chão Ninguém podia Dormir na rede Porque na ca
sa Não tinha parede Ninguém podia Fazer pipi Porque penico Não tinha ali Mas era
feita Com muito esmero Na rua dos Bobos Número zero.
In. Para gostar de ler. vol. 6. Poesias São Paulo, Ática, 1988.
Descrição é a construção escrita, em prosa ou versos, de imagens que representam
seres, objetos ou cenas.
Vamos então tentar uma descrição em prosa?
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Escreva sobre a sua casa, contando-nos: 1- Onde se localiza? 2- Qual o seu aspec
to? 3- Que lembranças a casa desperta em você?
PROSA
Em prosa, podemos encontrar textos literários e não literários. Estes últimos po
dem ser: textos jornalísticos, textos de informação científica, textos instrucio
nais, textos epistolares (cartas e bilhetes), textos humorísticos, textos public
itários. Apresentamos a você alguns textos em prosa que, com certeza, já fazem p
arte do seu dia-a-dia. Leia a descrição de uma tempestade, escrita por Jorge Ama
do.
A TEMPESTADE
A noite se antecipou. Os homens ainda não a esperavam quando ela desabou sobre a
cidade em nuvens carregadas. Ainda não estavam acesas as luzes do cais; no “Far
ol das Estrelas” não brilhavam as lâmpadas pobres que iluminavam os copos de cac
haça, muitos saveiros ainda cortavam as águas do mar, quando o vento trouxe a no
ite de nuvens pretas. Os homens se olharam e como se interrogaram. .Fitavam o az
ul do oceano a perguntar de onde vinha aquela noite adiantada no tempo. Não era
a hora ainda. No entanto, ela vinha carregada de nuvens, precedida do vento frio
do crepúsculo, embaciando o sol, como um milagre terrível. A noite veio, nesse
dia, sem a música que a saudasse. Não ecoara pela cidade a voz clara dos sinos d
o fim da tarde. Nenhum negro aparecera ainda de violão na areia do cais. Nenhuma
harmônica saudava a noite da proa de um saveiro. Não rolava sequer pelas ladeir
as o baticum monótono dos candomblés e macumbas. Por que então a noite já chegar
a sem esperar a música, sem esperar o aviso dos sinos, a cadência das violas e h
armônicas, o misterioso bater dos instrumentos religiosos? Por que viera assim a
ntes da hora, fora do tempo? Amado, Jorge. Mar Morto. 27 ed. São Paulo, Livraria
Martins Editora.
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Este é um texto literário: Sabe por quê? Porque o autor procura despertar a sens
ibilidade das pessoas. Ele descreve a tempestade de uma maneira original. O auto
r selecionou palavras carregadas de expressividade formando imagens poéticas, co
mo: - “Não ecoara pela cidade a voz clara dos sinos”. “. . . ela vinha carreg
ada de nuvens, precedida do vento frio do crepúsculo, embaciando o sol, como um
milagre terrível”. “Nenhuma harmônica saudava a noite da proa de um saveiro”.
Além disso, esse tipo de texto é, na maioria das vezes, fruto da imaginação do a
utor, e não um fato real.
Vejamos, agora, um Texto Informativo e um Texto Não Literário. A cana-de-açúcar
Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizador
es portugueses no século XVI. A região que durante séculos foi a grande produtor
a de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos
de massapê, além da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram
condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de ca
na-de-açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco , Alagoas, Rio de Janeiro e Mina
s Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastec
e o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante n
os dias atuais como fonte de energia. A imensa expansão dos canaviais no Brasil,
especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível em au
tomóveis.
In: Brasil, Sociedade e Espaço. São Paulo, Ática, 1996.
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O texto informativo tem como intenção informar sobre fatos reais. Alguns desses
textos são utilizados para nosso estudo de História, Ciências, Matemática. . . A
preocupação em transmitir uma informação clara e precisa aparece nos textos cie
ntíficos, nas matérias jornalísticas, nos avisos, nos filmes e documentários.
O que é Texto Jornalístico ?
Dê uma olhada num jornal. Você vai encontrar vários cadernos, cada um com determ
inados assuntos: política, economia, fatos policiais, esportes, cultura, espetác
ulos, etc. Vai encontrar também seções de cartas, informações de utilidade públi
ca, divertimentos. Sem falar nos anúncios, que podem ser publicitários (as propa
gandas) ou classificados. Um jornal traz informações sobre tudo o que acontece n
o mundo e na sua cidade, no dia daquela edição.
Notícia de jornal
Leia a notícia abaixo: Ministério vai informar mães da Sucursal de Brasília Depo
is de ter reajustado em 66% o valor pago pelo parto normal, o Ministério da Saúd
e lança nova ofensiva para tentar reduzir o número de partos por cesariana no Br
asil. A partir do segundo semestre, todas as mulheres cujos partos tenham sido r
ealizados em hospitais da rede SUS (Sistema Único de Saúde) receberão em casa co
rrespondência do ministério detalhando o tipo de procedimento a que foram submet
idas. O objetivo é evitar que os hospitais façam partos normais, mas cobrem como
se fossem cesariana, que custam mais caro. Como as gestantes vão receber em cas
a a descrição do tipo de atendimento a que foram submetidas, poderão denunciar a
irregularidade caso tenha havido fraude.
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Se a experiência der certo, o Ministério da Saúde vai expandir esse procedimento
para todas as internações hospitalares realizadas em hospitais do SUS.
Folha de São Paulo, 10 de março de 1999.
O texto é uma notícia de jornal. Toda notícia tem como objetivo principal inform
ar o leitor sobre um fato verdadeiro, ocorrido em determinado lugar, num determi
nado dia.
I - Recorte uma notícia de jornal que você achou interessante e cole-a no seu ca
derno. Procure ler e entender bem o assunto da notícia. A seguir, responda às qu
estões: 1- Qual foi o fato noticiado? 2- Onde aconteceu? 3- Quando isto ocorreu?
4- Quem foram as pessoas envolvidas no acontecimento? 5- Copie o título da notí
cia.
Manchete é o título da notícia mais importante do jornal. Vem na primeira página
em letras grandes.
II- Recorte e cole em uma folha de seu caderno uma manchete de jornal.
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TEXTO INSTRUCIONAL
INSTRUÇÕES Cuidados gerais com a fita de vídeo
1. Não toque na superfície da fita magnética. 2. Não deixe a fita perto de campo
s magnéticos fortes (como aparelhos de TV, caixas acústicas, etc.). 3. Não tente
desmontar a fita ou consertar eventuais danos. 4. Não bobine e rebobine sucessi
vamente a fita sem fazer a reprodução, o que pode acarretar afrouxamento ou outr
o tipo de dano. 5. Evite oscilações bruscas ou choques. 6. Para evitar o apagame
nto acidental de uma gravação, quebre a lingueta de proteção no dorso da fita. P
ara gravar novamente, cubra o buraco com fita adesiva.
Receita de brigadeiro Ingredientes:
1 lata de leite condensado 4 colheres de sopa de chocolate em pó 1 colher de sop
a (cheia) de manteiga
Modo de fazer:
Misture todos os ingredientes numa panela e ponha para ferver, em fogo brando. O
ideal é mexer sempre, com uma colher de pau. Deixe ferver até ele começar a des
grudar do fundo da panela. Quando estiver no ponto, despeje em uma vasilha rasa,
para esfriar. Depois de frio, enrole os brigadeiros. Para facilitar, passe um p
ouco de manteiga na mão. Por fim, passe no chocolate granulado.
Os dois textos têm a intenção de passar instruções a quem os lê. Por isso usam e
xpressões que indicam ordem ou pedido: não toque, não deixe, misture, deixe ferv
er, etc.
O texto instrucional procura informar o leitor sobre o procedimento adequado de
manusear aparelhos elétricos, máquinas e até mesmo informar sobre os ingrediente
s e o modo de fazer receitas culinárias.
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Vamos ler um TEXTO HUMORÍSTICO ?
Texto humorístico - é aquele que tem a intenção de divertir, contar coisas engra
çadas, fazer rir.
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Qual a intenção de um TEXTO PUBLICITÁRIO ?
O texto publicitário tem a intenção de divulgar um produto, convencer alguém a c
onsumir o que é anunciado. Ele é composto de imagens e palavras e procura chamar
a atenção do espectador para a qualidade do produto anunciado: o filme Menino M
aluquinho.
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Numa publicidade, podemos encontrar os seguintes elementos: ilustração, texto, s
logan e logotipo (uma frase breve e atraente, chamando atenção para as qualidade
s que se quer destacar, por exemplo “Arapuã ligadona em você”). Normalmente apar
ece um outro elemento: o logotipo que representa o anunciante do produto. Veja e
stes quatro elementos na publicidade abaixo:
texto
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1- Crie um slogan para este produto:
2- Escolha uma propaganda em revista, jornal ou TV que você acha interessante. a
) Qual é o produto anunciado? b) A quem a propaganda pretende atingir? c) Quais
as vantagens ou qualidades apontadas ou sugeridas?
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APRENDA MAIS
Ouve / houve
Ouve é do verbo ouvir. Exemplo: Você ouve o que eu falo? Houve é do verbo haver,
tem o sentido de aconteceu, ocorreu. Exemplos: Houve uma festa ontem. O que hou
ve com você?
I- Complete as lacunas com ouve ou houve. 1- Acho que vovô não ________ muito be
m. 2- Dizem que ______ um acidente na estrada. 3- Quem diz o que quer _______ o
que não quer. 4- Ela ______ bem o que ele diz. II- Complete o quadro abaixo com
os significados apresentados. Todas as palavras começam com o “x”. 1 2 3 4 5 6 7
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1- vasilha onde se serve café 2- líquido que serve para lavar os cabelos 3- medi
camento para tosse 4- jogo sobre um tabuleiro de 64 casas 5- bisbilhoteiro, impo
rtuno 6- indígenas do Brasil central 7- designação das rochas metamórficas de te
xtura folheada como a ardósia
A estranha passageira
O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de
vôo – e riu nervosinha, coitada. Depois pediu que eu me sentasse ao seu lado, po
is me achava muito calmo e isto iria fazer-lhe bem. Lá se ia a oportunidade de l
er o romance policial que eu comprara no aeroporto, para me distrair na viagem.
Suspirei e fiz o bacano respondendo que estava às suas ordens. Madama entrou no
avião sobraçando um monte de embrulhos, que segurava desajeitadamente. Gorda com
o era, custou a se encaixar na poltrona e arrumar todos aqueles pacotes. Depois
não sabia como amarrar o cinto e eu tive que realizar essa operação em sua farta
cintura. Afinal estava ali pronta para viajar. Os outros passageiros estavam já
se divertindo às minhas custas, a zombar do meu embaraço ante as perguntas que
aquela senhora me fazia aos berros, como se estivesse em sua casa, entre pessoas
íntimas. A coisa foi ficando ridícula: Para que esse saquinho aí? – foi a per
gunta que fez, num tom de voz que parecia que ela estava no Rio e eu em São Paul
o. É para a senhora usar em caso de necessidade – respondi baixinho. Tenho cer
teza de que ninguém ouviu minha resposta, mas todos adivinharam qual foi, porque
ela arregalou os olhos e exclamou: Uai . . . as necessidades neste saquinho?
No avião não tem banheiro? Alguns passageiros riram, outros – por fineza – fingi
ram ignorar o lamentável equívoco da incômoda passageira de primeira viagem. Mas
ela era um azougue (embora com tantas carnes parecesse mais um açougue) e não p
arava de badalar. Olhava para trás, olhava para cima, mexia na poltrona e quase
levou um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou o encosto com força, caindo p
ara trás e esparramando embrulhos para todos os lados.
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O comandante já esquentara os motores e a aeronave estava parada, esperando orde
ns para ganhar a pista de decolagem. Percebi que minha vizinha de banco apertava
os olhos e lia qualquer coisa. Logo veio a pergunta: Quem é essa tal de emerg
ência que tem uma porta só pra ela? Expliquei que emergência não era ninguém, a
porta é que era de emergência, isto é, em caso de necessidade, saía-se por ela.
Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término do
“show”. Mesmo os que mais se divertiam com ele resolveram abrir jornais, revista
s ou se acomodarem para tirar uma pestana durante a viagem. Foi quando madama de
u o último vexame. Olhou pela janela (ela pedira para ficar do lado da janela pr
a ver a paisagem) e gritou: Puxa vida!!! Todos olharam para ela, inclusive eu.
Madama apontou pra janela e disse: Olha lá embaixo. Eu olhei. E ela acrescent
ou: Como nós estamos voando alto, moço. Olha só . . . o pessoal lá embaixo até
parece formiga. Suspirei e lasquei: Minha senhora, aquilo são formigas mesmo.
O avião ainda não levantou vôo.
Ponte Preta, Stanislaw – In: Para Gostar de Ler. Vol. 8. São Paulo, Ática, 1988.
Você considera normal a atitude de “madama” por nunca ter viajado de avião? Expl
ique.
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Gabarito
p. 05 1) texto em verso, chamado poema. 2) composto de versos e estrofes. p. 06
1) texto em prosa 2) é escrito em linhas contínuas
pp. 08 e 09 Resposta pessoal p. 12 I- Resposta pessoal II- Resposta pessoal 1- R
esposta pessoal 2- Resposta pessoal I- 1) ouve 2) houve 3) ouve 4) ouve p. 19 II
- 1) xícara 2) xampu 3) xarope 4) xadrez 5) xereta 6) Xavantes 7) xisto Resposta
pessoal
p. 17
p. 18
p. 21
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Apresentação
Vamos continuar o estudo da matéria, caro aluno. Queremos que você sinta que lid
ar com as palavras pode ser agradável, complementando sua habilidade em comunica
ção, que é importante em todas as situações da sua vida.
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Legenda
Exercício [faça no seu caderno]
Produção de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que você deve gravar]
Aprenda mais [faça no seu caderno]
Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]
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Comunicarpreciso! Comunicar- se é preciso!
Você saberia dizer o que estas figuras juntas estão representando?
Não conseguiu? É claro que não! Você não conhece o que representam os símbolos u
sados. Se, entretanto, para cada um dos símbolos apresentássemos uma letra corre
spondente, por exemplo: Veja: =O
=V
=E
=C
= ACENTO CIRCUNFLEXO . . . que palavra seria possível descobrir?
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Você sabe o que é Código ? Toda vez que precisamos nos comunicar, utilizamos um
código que pode ser: a) verbal: quando usamos a palavra escrita ou falada.
b) não verbal: quando não usamos a palavra, como num trecho de partitura musical
.
Código: são os sinais, frutos de uma convenção, que utilizamos para elaborar as
mensagens. Esses sinais podem ser representados por uma cor, um som, um gesto e
pela palavra falada ou escrita.
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Identifique o tipo de linguagem utilizada em cada uma das mensagens: verbal, não
-verbal ou as duas ao mesmo tempo.
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A cada dia, aumentam as mensagens compostas substituindo ou completando as mensa
gens verbais.
por imagens,
Observe que a compreensão das imagens é uma das maneiras de se ler e interpretar
um texto.
EXERCÍCIOS
A)
Leia as imagens abaixo, “traduzindo “ em linguagem escrita: B)
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C)
D)
Você sabe que os brasileiros falam a língua portuguesa. Mas você sabe o que é lí
ngua? C’est un papillon. This is a butterfly. Esta é uma borboleta.
As três frases acima utilizam a palavra escrita, que pode ser falada. Pessoas di
ferentes usam línguas diferentes, de acordo com a sua nacionalidade. Nós, brasil
eiros, usamos uma linguagem que é a língua portuguesa: “Esta é uma borboleta”; -
os franceses, a língua francesa: “C’est un papillon”; - os ingleses, a língua i
nglesa: “This is a butterfly “. Então: Língua é o código verbal (palavras falada
s ou escritas) utilizado por um grupo de pessoas de determinada comunidade.
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Língua falada e língua escrita
O estudo de uma língua revela muitas variações, tais como as diferenças entre a
língua falada e a língua escrita. A língua falada é mais espontânea, mais solta,
vem acompanhada de gestos e entonações (mudanças no tom de voz). A sua produção
se dá por meio dos sons. A língua escrita não é a simples representação da líng
ua falada. Ela é um sistema mais disciplinado, com regras diferenciadas. Sua pro
dução se dá por meio das letras. Há portanto regras diferenciadas entre uma e ou
tra.
Vamos estudar os Níveis de Linguagem
Observe como as pessoas falam: Oxente, que cabra porreta!
Aí, guri, tu promete voltá logo?
Ô, meu, que dez essa praia! Por favor, o senhor pode me informar o caminho do co
rreio?
Todas as mensagens dos balões estão em Português. Mas você pode ver que há algum
a coisa diferente em cada uma delas. A palavra “gajo” é usada em Portugal e não
no Brasil. “Cabra porreta”, expressão usada na região
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Nordeste, é para o paulista um “cara legal”. O “guri” usado na região Sul é o “m
enino” de São Paulo. Vários fatores interferem no uso da língua: idade, região o
nde se nasceu, ou se reside, profissão, sexo, nível cultural. . . As diferenças
manifestadas em cada grupo compõem os níveis de fala ou níveis de linguagem. Um
nível de fala não é melhor que o outro. Você usará o que for mais adequado a cad
a situação.
Observe os textos: Texto 1
Maria (sorrindo) Tu gosta de eu? Tião Ó dengosa, eu sem tu não era nada. . .
Maria Bobagem, namoradô como tu era. . . Tião Tudo passou! Maria Pensa qu
e eu não sei? Todas elas miando: “Tiãozinho pra cá, Tiãozinho pra lá. . .” (Abra
çando-o) Mas eu roubei ocê pra mim! Tião Todo eu! Maria (fazendo bico) Fingi
do! Tião Palavra, dengosa! Guarnieri, Gianfrancesco. Eles não usam black-tie.
5 ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1987. p. 22.
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Texto 2
Leonor Não foi por esse motivo. (hesitando) Queria saber de vós mesmo se estáv
eis perfeitamente bem. Alcoforado Eu vo-lo agradeço, senhora. Infelizmente nad
a sofri. Leonor Infelizmente! Alcoforado Infelizmente. Se algum desastre me
houvesse acontecido, talvez que por um instante vos esquecêsseis da vossa nobrez
a para derramar um olhar de compaixão sobre o mísero que por vós se houvesse sac
rificado: talvez que por um instante vos esquecêsseis da prudência, essa virtude
divina que é o móvel das vossas ações, não para verter lágrimas sobre mim, mas
ao menos para desatar uma palavra do coração, para soltar um grito que me conven
cesse de que também experimentais o que tão profundamente fazeis sentir. DIAS, A
ntônio Gonçalves. Teatro completo. Rio de Janeiro, Serviço Nacional de Teatro, 1
979, p. 92-3.
Observe como cada apaixonado demonstra seu amor nos textos a seguir: a) “ Ó deng
osa, eu sem tu não era nada. . .” b) “ . . . para soltar um grito que me convenc
esse de que também experimentais o que tão profundamente fazeis sentir” Que dife
rença, em termos de linguagem, você percebe? No primeiro texto o nível da fala é
extremamente informal e no segundo, extremamente formal.
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Os níveis de linguagem podem ser resumidos em: a) nível informal: é a maneira co
loquial e familiar de uso da língua: em casa, com os amigos, em todas as circuns
tâncias informais. b) nível formal: é a língua utilizada segundo as regras da Gr
amática Normativa, ou seja, as regras aceitas no país onde a língua é falada.
Você estuda Português para conhecer os diversos níveis de linguagem e empregá-lo
s adequadamente, isto é, conforme o lugar e a situação em que se encontra. Nívei
s de linguagem Leia o diálogo dos personagens abaixo:
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1) O que a professora quis dizer com “Você precisa melhorar no português”?
2) Como Chico Bento entendeu a fala da professora?
3) Que nível de linguagem é utilizado na fala de Chico Bento e de seu pai? 4) Qu
e nível de linguagem é utilizado na placa? 5) Nas duas histórias em quadrinhos,
houve problemas na comunicação entre as personagens? Por quê? 6) SAMBA DO ARNEST
O O Arnesto nus convidô Prum samba, ele mora no Brais Nóis fumu num encontremu n
inguém Nóis vortemu cuma baita duma reiva Da outra veiz nóis num vai mais
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Nóis num semu tatu Noutro dia encontremu co’ Arnesto Qui pidiu discurpas mais nó
is num aceitemu Isso num si faiz Arnesto Nóis num si importa Mais ocê divia tê p
onhado um recado na porta (Esses divinos Demônios da Garoa.
São Bernardo do Campo, Discos Copacabana, 1990)
Reescreva o trecho acima usando o nível formal ao invés do informal. Vamos estud
ar o uso dos sinais de pontuação. Os sinais de pontuação marcam a expressividade
na escrita. Vejamos: Quando você ler uma história em quadrinhos, observe que a
fala da personagem é indicada pelo balão. Exemplo: Manhê! Estou morta de fome!
Num texto, ao tirarmos o balão, a fala da personagem é indicada pelo travessão:
Alice disse à mãe: - Manhê! Estou morta de fome! Veja, no exemplo abaixo, outro
uso do travessão para realçar o nome dos amigos: Meus melhores amigos Jonas,
Paulo e Diogo - apoiaram-me quando estive doente. O travessão ( ) é usado para
indicar, no diálogo, a fala da personagem ou para destacar algum elemento no int
erior da frase.
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O que marca a pergunta na fala é a entonação (mudança no tom de voz). Como você
falaria a frase: Boa noite, nas situações: • bravo • amoroso • indiferente Con
tinuando, estudaremos outros sinais de pontuação que nos ajudam na escrita.
O ponto de interrogação (?) marca a pergunta na frase escrita. A frase que indic
a uma pergunta chama-se frase interrogativa. Exemplo 1: Você vai estudar hoje?
Exemplo 2: Você sabe onde fica a rua Cesário Mota? Observe que no exemplo 1 a
resposta é sim ou não, mas no exemplo 2, normalmente, a pessoa faz uma pergunta
que equivale a um pedido, isto é, que você a informe onde fica a rua Cesário Mo
ta. O ponto de exclamação ( ! ) é usado nas frases cuja entonação expressa emoçã
o, medo, surpresa, pedido, alegria, etc. Exemplo: - Que dia lindo!
O ponto final ( . ) é usado no final das frases declarativas, em que se afirma o
u se nega alguma coisa. Exemplos: Eu estudei bastante. Eu não quero ir mal na pr
ova.
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Os dois pontos ( : ) são usados para indicar uma enumeração, explicação ou intro
duzir a fala de alguém, nos diálogos. Exemplos: Comprou muitas coisas: uma blusa
, um tênis e um par de sapatos. Ela me perguntou: Como vai? As aspas (“ ”) são
usadas para destacar palavras estrangeiras, gírias ou palavrões; para indicar a
fala de uma personagem; para indicar que uma frase não é de nossa autoria. Exem
plos: Você quer um “hot-dog”? Neste caso, a situação complica-se” – disse-me Jos
é. “Eduquem-se os meninos e não será preciso castigar os homens”. (Pitágoras) A
vírgula ( , ) é usada para separar elementos de uma relação numa frase; separar
o local da data; destacar quem está sendo chamado; separar uma expressão que exp
lica um termo da frase. Exemplos: Todos os alunos trouxeram caderno, lápis, borr
acha, régua e apontador. Sorocaba, 22 de abril de 1998. João, vamos almoçar? Tir
adentes, o mártir da Independência, morreu enforcado.
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O ponto e vírgula ( ; ) é usado para separar elementos acompanhados de uma expli
cação, ou em frases longas que necessitam de pausas maiores que a vírgula. Exemp
lo: Os livros são: Cazuza, de Viriato Correa; Mar Morto, de Jorge Amado; Menino
de Engenho, de José Lins do Rego. Reticências ( . . . ) são usadas para indicar
a interrupção do pensamento, porque esquecemos o assunto ou não queremos revelá-
lo. Exemplos: Moro na rua . . . Acho que . . . não, nada.
Sinais de pontuação
Utilize os sinais de pontuação ( ponto final, ponto de exclamação, ponto de inte
rrogação e travessão ) no diálogo abaixo: É bom mesmo o cafezinho daqui, meu ami
go Sei dizer não senhor não tomo café Você é dono do café, não sabe dizer Ningué
m tem reclamado dele não senhor Então me dá café com leite, pão e manteiga
37
TEXTO CONVERSINHA MINEIRA (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13
) (14) É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo? Sei dizer não senhor: não tomo
café. Você é dono do café, não sabe dizer? Ninguém tem reclamado dele não senhor
. Então me dá café com leite, pão e manteiga. Café com leite só se for sem leite
. Não tem leite? Hoje, não senhor. Por que hoje não? Porque hoje o leiteiro não
veio. Ontem ele veio? Ontem não. Quando é que ele vem? Tem dia certo não senhor.
Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem. (
15) Mas ali fora está escrito “Leiteria”! (16) Ah, isto está, sim senhor. (1
7) Quando é que tem leite? (18) Quando o leiteiro vem. (19) Tem ali um suj
eito comendo coalhada. É feita de quê? O quê: coalhada? Então o senhor não sabe
de que é feita a (20) coalhada? (21) Está bem, você ganhou. Me traz um café
com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na su
a cidade? (22) Sei dizer não senhor: eu não sou daqui. (23) E há quanto temp
o você mora aqui? (24) Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir c
om certeza: um pouco mais, um pouco menos. (25) Já dava para saber como vai in
do a situação, não acha? (26) Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem
. (27) Para que partido? (28) Para todos os partidos, parece.

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(29) Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui. (30) Eu tamb
ém gostaria. Uns falam que é um, outros falam que é outro. Nessa mexida. . . (31
) E o prefeito? (32) Que é que tem o prefeito? (33) Que tal é o prefeito d
aqui? (34) O prefeito? É tal qual eles falam dele. (35) Que é que falam dele
? (36) Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é prefeito. (37) V
ocê, certamente, já tem candidato. (38) Quem, eu? Estou esperando as plataform
as. (39) Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que hist
ória é essa? (40) Aonde, ali? Ué, gente: penduraram isso aí. . . Sabino, Ferna
ndo. Afinal, que é ser mineiro? Terra e Alma. MG. Seleção de textos de Carlos De
Andrade. Rio. 1967, pp. 104-105)
Em Brasil Drummond
Atenção:
No texto, o autor usou a palavra AGARANTIR para representar a fala do povo. No n
ível formal é GARANTIR. Você deverá, agora, ler o texto em voz alta, observando
com bastante atenção as palavras do vocabulário. Depois faça os exercícios a seg
uir.
1- O diálogo de “Conversinha Mineira” se dá entre: a) o dono do bar e o leiteiro
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b) o dono do bar e o freguês c) o leiteiro e o freguês 2- Na fala: “Quando o lei
teiro vem.” (18), o ponto final foi usado para: a) indicar uma pergunta b) indic
ar uma surpresa c) indicar uma afirmação com certeza. 3- O ponto de exclamação n
a frase “Mas ali fora está escrito “Leiteria”! (15) foi usado para: a) indicar u
ma pergunta; b) indicar espanto; c) indicar interrupção do pensamento. 4- No tex
to todo, de que forma o autor assinalou as falas das personagens? a) travessão;
b) aspas. 5- Copie do texto uma frase em que foi empregado o ponto de interrogaç
ão e responda às questões abaixo. a) Para quem foi feita a pergunta? b) Por que
se fez a pergunta? c) Que idéia essa pergunta passa ao leitor, dúvida ou certeza
? d) Se quisesse dar a idéia de certeza, qual pontuação o autor deveria usar? 6-
Na sua opinião, por que o texto se chama “Conversinha Mineira”? 7- Quem receber
á a herança? Um homem rico, sentindo que ia morrer, escreveu assim: “Deixo meus
bens à minha irmã não ao meu sobrinho jamais ao mordomo.”
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Como morreu em seguida, não teve tempo de pontuar. Para quem ficará a riqueza? D
ependendo da pontuação, a riqueza ficará ou para a irmã, ou para o sobrinho, ou
para o mordomo. Copie a frase, fazendo diferentes pontuações, de modo que a hera
nça fique para a irmã do morto, depois para o sobrinho e depois para o mordomo.
1- para a irmã: 2- para o sobrinho: 3- para o mordomo:
Por ora / por hora Por ora equivale a por enquanto.
Exemplo: Os alunos, por ora, não estão preocupados com o exame. Por hora equival
e a por 60 minutos. Exemplo: Quantos carros passam por hora nesta estrada?
Copie as frases, completando as lacunas com por ora ou por hora: 1- Se você for
a 100 quilômetros ________, chegará lá antes do anoitecer. 2- ________ as coisas
parecem calmas na cidade. 3- Fique tranqüilo; ________ não há com que se preocu
par. 4- Esse técnico cobra caro _________ de serviço. 5- Bem, ________ chega de
exercícios!
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“CHATEAR “ E “ENCHER”
Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim:
você telefona para um escritório qualquer da cidade. Alô! Quer me chamar por f
avor o Valdemar? Aqui não tem nenhum Valdemar. Daí a alguns minutos, você liga
de novo: O Valdemar, por obséquio. Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Val
demar. Mas não é o número tal? É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar. Mais
cinco minutos, você liga o mesmo número: Por favor, o Valdemar já chegou? Vê
se te manca, palhaço. Já não te disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalho
u aqui? Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí. Não chateia. Daí a dez min
utos, liga de novo. Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um reca
do? O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáve
is. Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova l
igação: Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim
?
(Campos, Paulo Mendes. Para gostar de ler. 3. ed. São Paulo, Ática, 1979. v. 3 –
crônicas, p. 35.)
1- Que diferença você percebeu entre chatear e encher?
42
2- Leia as várias definições de chato e depois escreva uma sua.
p. 05
Gabarito a) não verbal b) verbal c) verbal e não-verbal mão dupla proibido fumar
área para natação área para futebol
p. 07
p. 12
1) Precisa melhorar seus conhecimentos da língua portuguesa.
43
p. 13
2) Que deveria pedir ajuda ao português. 3) 4) Nível informal 5) Nível formal 6)
Chico Bento não soube interpretar as mensagens. 6) Ernesto nos convidou Para um
samba, ele mora no Brás Nós fomos, não encontramos ninguém Nós voltamos com mui
ta raiva Em uma outra vez, nós não vamos mais Não somos tatu. No outro dia encon
tramos com o Ernesto Que pediu desculpas, mas não aceitamos Isso não se faz Erne
sto Nós não nos importamos Mas você deveria ter posto um recado na porta.
É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo? Sei dizer não senhor: não tomo caf
é. Você é dono do café, não sabe dizer? Ninguém tem reclamado dele não senhor. E
ntão me dá café com leite, pão e manteiga.
p. 17
p. 19 p. 20
1) b) o dono do bar e o freguês 2) c) indicar uma afirmação com certeza 3) 4) 5)
6) 7) b) indicar espanto a) travessão Resposta pessoal Resposta pessoal 1- “Dei
xo meus bens à minha irmã, não ao meu sobrinho, jamais ao mordomo”. 2- “Deixo me
us bens, à minha irmã não, ao meu sobrinho, jamais ao mordomo”. 3- “ Deixo meus
bens, à minha irmã não, ao meu sobrinho jamais, ao mordomo”.
44
p. 21
p. 23
8) 1) por hora 2) Por ora 3) por ora 4) por hora 5) por ora Resposta pessoal
45
Apresentação
Aluno Você já enviou ou recebeu, pessoalmente ou pelo correio, alguma mensagem e
scrita? Essa mensagem pode ser formal ou informal. Depende do grau de intimidade
das pessoas envolvidas. Trata-se da correspondência que é usada entre empresas,
pessoas amigas, familiares, etc. Nesta unidade, você estudará a carta e o bilhe
te e aprenderá como usar o dicionário.
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Legenda
Exercício [faça no seu caderno]
Produção de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que você deve gravar]
Aprenda mais [faça no seu caderno]
Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]
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Estudando: Carta
-
Bilhete
-
Internet
Leia a carta abaixo:
São Paulo, 22 de abril de 199l
Querida Jane
Ando um pouco desnorteada para escolher meus discos. Gostaria que você me indica
sse alguns realmente bons. Faça uma lista dos livros também. Continuo apaixonada
pelo Biquinha, mas, para ser honesta, há alguma coisa dentro de mim pelo Gordo
que ainda não morreu. Será que é porque o Gordo foi o meu primeiro amor? Acho qu
e não, acho que, sei lá, se uma pessoa fica se remoendo acaba embrulhando as coi
sas. O que é evidente é que o Gordo está totalmente maluco por mim e não pensa e
m outra coisa a não ser em mim. Interessante isso. Beijão da Berê Pasta de Redaç
ão
Sargentin, Osvaldo 6 série. S.P. Editora IBEP, Ano 1992.
Uma carta permite a comunicação de idéias e pensamentos através da linguagem esc
rita, com pessoas que estão longe, em outros lugares.
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Normalmente uma carta apresenta as seguintes características: • nome da cidade o
nde a carta está sendo escrita e data; • nome do destinatário (pessoa para quem
é enviada); • assunto; • despedida; • assinatura de quem está mandando a carta.
(remetente) Quando conhecemos bem a pessoa, o tratamento será carinhoso (querido
tio, caro irmão etc.). Quando não temos intimidade, o tratamento será formal (
Prezado Senhor, Vossa Excelência). A despedida também poderá ser carinhosa ou fo
rmal. Tradicionalmente as cartas seguiam o padrão da que você leu. Entretanto, c
om a modernização trazida pelos computadores, as cartas podem ser formatadas ass
im: sem distanciamento do parágrafo, mas com espaço entre um parágrafo e outro.
Exemplo: São Paulo, 22 de abril de 1991. Querida Jane Ando um pouco desnorteada
para escolher meus discos. Gostaria que você me indicasse alguns realmente bons.
Faça uma lista dos livros também. Continuo apaixonada pelo Biquinha, mas, para
ser honesta, há alguma coisa dentro de mim pelo Gordo que ainda não morreu. Será
que é porque o Gordo foi o meu primeiro amor? Acho que não, acho que, sei lá, s
e uma pessoa fica se remoendo acaba embrulhando as coisas. O que é evidente é qu
e o Gordo está totalmente maluco por mim e não pensa em outra coisa a não ser em
mim. Interessante isso. Beijão da Berê Pasta de Redação
49
Sargentin, Osvaldo 6 série S.P. Editora IBEP, Ano 1992.
O parágrafo constitui uma idéia desenvolvida em uma ou mais frases. Sempre se co
meça um parágrafo deixando um distanciamento da margem ou seguindo a formatação
moderna dos computadores.
Leia atentamente a carta e responda às questões: 1) Quem é o remetente desta car
ta? Quem é o destinatário? 2) Qual é o assunto da carta? 3) Quantos parágrafos t
em a carta? Indique o início de cada um. Carlos Drummond de Andrade também escre
veu uma carta para a mãe. Neste caso, a carta é escrita em versos: um poema.
Carta Carlos Drummond de Andrade
Há muito tempo, sim, que não te escrevo. Ficaram velhas todas as notícias. Eu me
smo envelheci: Olha, em relevo, Estes sinais em mim, não das carícias (tão leves
) que fazias no meu rosto: são golpes, são espinhos, são lembranças da vida a te
u menino, que ao sol-posto perde a sabedoria das crianças. A falta que me fazes
não é tanto À hora de dormir, quando dizias “Deus te abençoe”, e a noite abria e
m sonho. É quando, ao despertar, revejo a um canto a noite acumulada de meus dia
s, e sinto que estou vivo, e que não sonho.
Obra completa. Rio de Janeiro, 1967. p.349.
50
Conheça carta comercial
São Paulo, 10 de julho de 1987. Organização Atlas S/A São Paulo – Capital
Prezados Senhores Conforme anúncio publicado no jornal . . . ., de 9 de julho, c
andidato-me à vaga de Auxiliar
 de Departamento de Vendas.
 Tenho 17 anos, termine
i o ano passado o curso de 1 grau e estou fazendo o 1 colegial. Gostaria de tr
abalhar no período da tarde. Atenciosamente
__________________________ Maurício Barreto da Silva
Tufano, Douglas. Curso Moderno de Língua Portuguesa. Ed. Moderna – ano 1991, 2
ed. pág. 83.
51
1- Você já tinha lido uma carta comercial antes? 2- Que diferenças você nota ent
re essa carta comercial e a da Berê? 3- O texto é uma carta
 comercial. Analise a
sua estrutura: a) b) c) d) e) destinatário assunto do 1 parágrafo assunto do 2
parágrafo assunto do 3 parágrafo fecho
ATENÇÃO: LEMBRETE DO CORREIO ENVELOPE - COMO ENDEREÇAR Enderece o envelope a mão
ou a máquina, respeitando sempre a seguinte ordem: nome do destinatário, endere
ço, bairro, cidade e Estado. Se você estiver escrevendo a mão, ponha os números
do CEP nos quadrinhos. Mas, se for a máquina - ATENÇÃO - escreva acima dos quadr
inhos, sem espaços entre os algarismos, sem a palavra CEP e sem sublinhar. Assim
, tudo ficará bem mais fácil.
52
Na parte da frente do envelope devem ser escritos: o nome, o endereço e o CEP (C
ódigo de Endereçamento Postal) do destinatário. Veja:
53
Desenhe ou cole em seu caderno a frente e o verso de um envelope e preencha-o.
Bilhete? O que é um Bilhete
Existe uma outra forma de comunicação escrita que se caracteriza pela informalid
ade. É o bilhete. O bilhete é muito usado para transmitir pequenos recados, lemb
rar alguém de um compromisso, contar uma novidade, convidar alguém para um passe
io, declarar afeto, amor, etc. Um exemplo:
Pedro
Estive à tarde em sua casa e você havia saído. Quero convidá-lo para um jogo de
futebol, que vai acontecer no sábado, no campinho. Nós vamos jogar contra o time
da rua de baixo. Não falte! Contamos com suas sensacionais defesas. Renato
1) Escreva um bilhete a um colega de trabalho ou a um vizinho. Assunto é o que n
ão deve faltar. Não se esqueça de elaborar com cuidado.
Apelo Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para d
izer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esqu
ina. Não foi
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ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a i
magem de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou.
A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém
os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o caná
rio ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, senhora, fui beber com os amigo
s. Uma hora da noite eles se iam, eu ficava só, sem o perdão de sua presença a t
odas as aflições do dia, com a última luz na varanda. E comecei a sentir falta d
as pequenas brigas por causa do tempero na salada – o meu jeito de querer bem. A
caso é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e ela
s murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-
rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivos
as mastigando. Venha pra casa, Senhora, por favor.
Trevisan, Dalton. Os mistérios de Curitiba, In: Os Desastres do Amor. Rio, Civil
ização Brasileira, 1968. (Extraído do livro O Conto Brasileiro Contemporâneo – B
osi, Alfredo – Editora Cultrix, SP)
2) Seguindo o mesmo estilo do texto “Apelo”, de Dalton Trevisan, que é uma carta
familiar, elabore uma cujo remetente seja: a- o pai que, após desentendimentos
com o filho, pede-lhe que volte para casa; ou b- a mulher que, sofrendo a ausênc
ia do marido, escreve-lhe para voltar para casa.
55
Internet I- Internet -- Que bicho é esse? Parece que não se fala mais em outra c
oisa. É Internet pra cá, Internet para lá. . . Mas o que isso vem a ser exatamen
te? Que é uma rede que liga milhões de computadores no mundo inteiro, você já de
ve ter ouvido falar. Só que isso não explica muita coisa. De onde surgiu? Para q
ue serve? E, acima de tudo, o que tem a ver com a gente? A Internet surgiu no fi
nal dos anos 60, numa época em que todo o mundo morria de medo de que a União So
viética e os Estados Unidos começassem uma guerra nuclear. O governo norte-ameri
cano teve então uma idéia: que tal criar um sistema de comunicação que nem uma b
omba atômica pudesse destruir? A solução foi desenvolver uma rede de computadore
s autosuficiente, quer dizer, que se mantém por conta própria. (. . .) A Interne
t foi crescendo cada vez mais, até atingir números espantosos: em 120 países, 4,
8 milhões de computadores e 35 mil redes podem ser conectados por 50 milhões de
pessoas! (. . .) O acesso a ela também tornou-se cada vez mais fácil: bastava um
modem (aparelho que liga o computador à linha telefônica), um programa específi
co para esse fim e um canal de acesso, concedido por uma instituição, governo ou
universidade. Como uma teia de aranha gigantesca cobrindo o planeta, a rede hoj
e se liga a tudo e a todos: de uma escola primária à NASA, de um pesquisador a u
m estudante atrás de novidades em vídeo games. Mas a Internet é importante porqu
e democratizou o acesso às informações, colocando o conhecimento à disposição de
todos. Através de um computador conectado à Internet você pode, por exemplo, “c
onversar” sobre qualquer assunto com pessoas em qualquer ponto do planeta, consu
ltar cerca de duas mil bibliotecas pelo mundo afora, passear por dentro do Museu
do Louvre, na França (e até ver a Monalisa sorrindo no seu monitor), dar uma ol
hada nas últimas fotos enviadas pelos satélites, e muito mais.
Revista Dr. Eco e Companhia. n 0. São Paulo. Paulus. 1995. (In: Miranda, Cláudi
a Linguagem Viva Vol. 4. São Paulo: Ática, 1997.)
56
II- Emoções virtuais Símbolos e códigos formam nova linguagem na Internet e torn
am mais divertida a comunicação na rede.
A troca de correspondências pela Internet está se transformando numa divertida b
rincadeira. Para escrever um e-mail (correio eletrônico), os internautas descobr
iram que podem usar mais do que letras e números. Eles criaram uma linguagem esp
ecial para traduzir sentimentos e emoções – os “emoticons” – e esse novo dicioná
rio não pára de crescer. O “internetês” mistura criatividade e humor para expres
sar desde um simples abraço e variações de estado de espírito até para descrever
personalidades (leia quadro). Os símbolos surgem da mescla de letras, numerais
e sinais de acentuação e de pontuação, que formam desenhos na tela.
Explorando a pontuação Vamos reler “Internet – que bicho é esse?” e observar os
sinais de pontuação que o autor empregou? 1- O sinal que marca o término do títu
lo do texto é um ponto de interrogação. Para que serve esse ponto?
57
2- Transcreva uma outra frase do texto finalizada com ponto de interrogação. 3-
Ainda no título observamos um travessão. Qual é a sua função? 4- No segundo pará
grafo, o travessão foi empregado com a intenção de introduzir uma explicação. Tr
anscreva o trecho. 5- O que expressa o ponto de exclamação que finaliza o tercei
ro parágrafo : admiração ou susto? Que fato provocou isso? 6- Releia o texto “Em
oções virtuais” e veja um uso diferenciado para a pontuação. Quais os sinais de
pontuação para indicar o choro? E o riso? Observação: o sinal (. . .) indica que
algumas partes foram tiradas. Preferimos omitir algumas informações para que o
texto não se tornasse muito extenso.
Como usar o Dicionário
Você precisa consultar constantemente o dicionário. Veja como é fácil! A ordem d
as letras no dicionário é a mesma do alfabeto.
A-B-C-D-E-F-G-H-I-J- K- L-MN-O-P-Q-R-S-T-U-V- W-X-Y- Z
58
Quando a primeira letra for a mesma, ordene as palavras observando a segunda let
ra. Quando as duas iniciais são iguais, coloque as palavras em ordem observando
a terceira letra e assim por diante.
1-Coloque em ordem alfabética, observando a primeira letra. homem – passou – fin
alidade – dentes – anos – lei 2- Coloque em ordem alfabética, observando a segun
da letra. tempo – tarde – tranqüilo – túmulo – tlintlim – tormento
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3- Coloque em ordem alfabética, observando a terceira letra. fase – farinha – fa
minto – falso – fato – fazenda – faxina 4- Procure no diagrama cinco palavras, c
oloque-as em ordem alfabética.
A E A E A E D T D
D C A R N A V A L
FU AN RT EI OT GH BN ZS IM
OB JI AC NA GR AV DL AV AT
GTK CAR A UP DOY EYT A RT DZX OLK YUI
O dicionário traz vários significados para as palavras. É preciso escolher o sig
nificado mais apropriado, isto é, aquele que está de acordo com o texto em que s
e encontra a palavra. 5- Copie o significado mais adequado para a palavra destac
ada na frase. a- Para ir ao baile, a moça pintava-se muito bem. b- Agora escreva
uma outra frase com pintar, usando um significado diferente do apresentado na f
rase acima. Observe a página de um dicionário.
60
Para facilitar o trabalho de localização das palavras, o dicionário traz, no alt
o da página, a primeira e a última palavra que aparecem em cada página. São as p
alavras-chave.
61
Nem sempre o dicionário traz a palavra exatamente como ela aparece em um texto.
Veja: No texto partimos escrevendo comprava espertos espertas cafezinho No dicio
nário partir escrever comprar esperto esperto café
Transforme as palavras abaixo na forma em que elas são encontradas no dicionário
: ameaçou emocionais recebiam canções deprimida corrêssemos garantindo cachorrin
ho
62
Leia atentamente o texto: O elefante e as formigas Tendo um elefante, ao passar
pelas veredas da floresta, esmagado sem ver uma fila de formigas, estas ficaram
muito tristes, mandaram-lhe as mais argutas do formigueiro em embaixada, para pe
dir-lhe que, quando andasse por aqueles lados, prestasse um pouco de atenção aos
seus passos, evitando matar bichos que lhe não faziam o menor mal. As formigas
embaixadoras treparam a um tronco de árvore, a fim de falar ao elefante; porém,
quando ele viu o seu pequenino tamanho e a sua fraqueza, encheu-se de desprezo e
metendo a tromba num charco, aspirou a água, que sobre elas soprou num jato, ma
tando-as todas. Todo o formigueiro ficou furioso com a morte das suas embaixador
as e declarou guerra ao elefante, que recebeu essa notícia às gargalhadas. Contu
do, à noite, enquanto dormia, as formigas, em aluvião, vieram roer-lhe a planta
dos pés. Pela manhã, mal começou a andar, o elefante sentiu dores nas solas das
patas, não agüentou a aspereza do saibro e correu para uma lagoa. As formigas ti
nham cavado túneis subterrâneos nas duas margens. Ao peso do paquiderme, o terre
no abateu e ele despejou-se da ribanceira nas águas fundas, onde pereceu afogado
. E as formigas ajudaram a devorar-lhe o corpo imenso.
Barroso, Gustavo. O elefante e as formigas. In: Antologia da literatura mundial:
lendas, Fábulas, e apólogos. São Paulo, Logos. s.d.v. 4.
63
Desconhecidas veredas argutas embaixadoras charco aluvião saibro paquiderme
Palavras
que significam
O que você acha
dicionário
O que diz o
Ortografia
S/Z
Os moleques de leva-e-traz ficavam olhando o capitão por trás. Você percebeu que
esta frase serve para mostrar que temos, neste caso, duas palavras homófonas (d
e mesmo som), mas de grafias e significados diferentes. traz: forma do verbo tra
zer trás: atrás, detrás, após
64
Compare as frases seguintes: O automóvel estava danificado na parte de trás, dev
ido a uma batida. O avô sempre traz boas histórias para contar aos netos. Quem n
ão traz maldade no coração, não ataca as pessoas por trás.
Complete com traz ou trás: a) b) c) d) Saiu por _______ e desapareceu. Foram par
a ______ e ficaram cochilando. Por que você não ________ o livro? Quarto escuro
já não me ______ mais medo.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Meu ideal seria escrever . . .
Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doe
nte naquela casa cinzenta, quando lesse minha história no jornal risse, risse ta
nto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada
!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas p
ara contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegr
emente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio
de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enl
utada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois r
epetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!” Que um c
asal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulh
er, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingid
o pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a ir
ritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhec
imento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder o
lhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro,
65
se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdi
da de estarem juntos. Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de esper
a a minha história chegasse – e tão fascinante, de graça, tão irresistível, tão
colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que
o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles
bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse –
“por favor, se comportem, que diabo! eu não gosto de prender ninguém!” E que ass
im todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes e
m alegre e espontânea homenagem à minha história. E que ela, aos poucos, se espa
lhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa,
na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago – mas que em
todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpr
eendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sá
bio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão b
oa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa his
tória não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo t
agarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já
estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até
nosso conhecimento; é divina”. E quando todos me perguntassem – “mas de onde é
que você tirou essa história”? – eu responderia que ela não é minha, que eu a ou
vi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e qu
e, por sinal, começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma históri
a . . .” E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a
minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que est
á doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena
casa cinzenta de meu bairro.
Braga, Rubem In: Para gostar de ler. vol. 3 São Paulo, Ática, 1995.
66
1- Quantos parágrafos existem no texto que você leu? 2- Afinal, saiu uma históri
a engraçada ou não? Comente.
1) Remetente – Berê Destinatário – Jane 2) Pedido de sugestão para escolha de di
scos e livros. Comentário sobre
 sua paixão. 3) 4 parágrafos
 1 Ando um pouco. .
. 2 Faça uma lista. . . 3 Continuo apaixonada. . . 4 O que é evidente. . . p.
08 1) Resposta pessoal. 2) A carta de Berê é mais íntima, o tratamento é inform
al. A carta comercial, por ser uma solicitação de emprego, é mais formal. 3) a)
Organização Atlas S/A b) Solicitação de uma vaga de Auxiliar de Departamento de
Vendas c) Informação sobre o seu grau de escolaridade d) Pretensão de horário de
trabalho e) Despedida p. 10 Desenho do envelope: resposta pessoal. 1) Resposta
pessoal p.11 2) a) Resposta pessoal b) Resposta pessoal p. 14 1) A pergunta é fe
ita para despertar o interesse sobre o assunto. (“Internet”) 2) Resposta pessoal
67
p. 05
Gabarito
3) 4) 5) 6) p. 15 p. 16
Tornar a pergunta direta ao leitor. . . . – quer dizer, que se mantém por conta
própria. Admiração. O crescimento rápido do número de usuários da Internet. Chor
o: “ ) (dois pontos, aspas, parênteses) Riso: - ) (dois pontos, travessão, parên
teses)
1) anos – dentes – finalidade – homem – lei – passou 2) 3) 4) 5) tarde – tempo –
thintlim – tormento – tranqüilo – túmulo falso – faminto – farinha – fase – fat
o – faxina – fazenda bica – cadeado – canjica – carnaval – jangada – lima – rein
ado a) maquiava-se - b) resposta pessoal
p. 18
p. 20 p. 22 p. 24
ameaçar depressão emocionar correr receber garantir canção cachorro Consulte seu
dicionário ou dirija-se à biblioteca da escola. a) trás b) trás c) traz d) traz
1) 06 parágrafos 2) Resposta pessoal
68
Apresentação
Aluno Cada um de nós é uma pessoa especial e sempre temos o que contar sobre nos
sas vidas. Que tal escrever sobre a sua? Nesta unidade, você saberá que há algun
s passos importantes para ordenar suas idéias e manifestá-las num texto escrito.
Perceberá, ainda, as possibilidades de separar as sílabas ao escrever as palavr
as do seu texto e de todos os outros com os quais estará em contato.
69
Legenda
Exercício [faça no seu caderno]
Produção de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que você deve gravar]
Aprenda mais [faça no seu caderno]
Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]
70
PARA ESCREVER CADA VEZ MELHOR
1) Pense e leia bastante sobre o assunto que vai escrever. 2) Anote num rascunho
todas as idéias que forem surgindo. 3) Organize as idéias mais ou menos nesta o
rdem: a- Introdução – (começo) b- Desenvolvimento – (meio) c- Conclusão – (fim)
Depois melhore o texto. Quando você produz um texto, deve valorizá-lo através de
alguns cuidados: 4) PARÁGRAFO Lembre-se que para iniciar o parágrafo é preciso
um distanciamento, um espaço da margem. Use sempre o mesmo espaço dado ao primei
ro parágrafo. O parágrafo ajudará a organizar as idéias, separando-as em unidade
s. 5) CAPRICHO Evite rabiscos, borrões, manchas e faça letra legível. Faça rascu
nho antes de escrever o texto definitivamente. Faça distinção entre letras maiús
culas e minúsculas. 6) OUTROS LEMBRETES a) Observe a pontuação: • ponto final (
. ) • ponto de interrogação ( ? ) • ponto de exclamação ( ! ) • reticências ( .
. . ) Nunca deixe o final de uma frase sem pontuação;
71
b) consulte sempre o dicionário quando tiver alguma dúvida quanto à escrita corr
eta das palavras. c) Quem será o seu leitor? Observe se a linguagem atende seu o
bjetivo e é adequada a seu leitor. (O leitor pode ser você mesmo!!) 7) TÍTULO Nã
o se esqueça de dar um título ao seu texto. Coloque-o no meio da linha. Deixe um
espaço entre o título e o texto. Releia com atenção e analise se você registrou
tudo o que gostaria de dizer e da forma como gostaria.
APRENDE-SE A ESCREVER, ESCREVENDO!
Nesta oportunidade, desejamos conhecê-lo um pouquinho melhor por meio de um text
o em que você nos contará sobre sua vida. Antes de redigir, leia o texto de José
de Oliveira e perceba como ele foi formado. Você não precisa escrever sobre as
mesmas idéias apresentadas. Elas, porém, podem servir de inspiração para idéias
novas. BOA SORTE!
72
Texto: Minha vida Meu nome é José. Tenho doze anos, trabalho na roça. Moro num s
ítio, bem afastado da cidade. Acordo de madrugada, quando o sol ainda não saiu.
Pego o caldeirão com o arroz e, quando tem, um ovo frito. Ando bem uma hora com
o pai até chegar onde está o “gato” com o caminhão. De lá vamos pro campo cortar
cana, até o sol sumir. Volto para casa e jogo os ossos na cama. Não gosto daqui
, acho que nunca vamos melhorar de vida. Meu pai trabalhou a vida inteira e até
hoje minha mãe não tem nem um fogão decente. Tenho pena de meus irmãos menores,
que vivem aqui sem escola, sem divertimentos. Infância de quem mora na roça é tu
do igual. Às vezes, no final de semana, dá para ir até o riozinho, nadar um pouc
o para refrescar. Quando o pai está disposto, até pescamos. É bom comer uns peix
es – nem que seja lambari – para variar a bóia. A maior parte do tempo tenho que
cuidar dos irmãos ou da criação. Não sobra tempo para brincar. Felicidade é qua
ndo chega o tempo das frutas. Aí é só trepar nas árvores e chupar mangas, laranj
as até cansar. A mãe também faz uma geléia divina. Ninguém resiste. Queria tanto
que as coisas fossem diferentes. Fico olhando todo mundo que corta cana e acho
que eles estão com uma cara de cansados. Todo mundo doente, sem dentes, manchas
no rosto, um jeito de quem precisa comer mais e melhor. Por que a gente tem que
trabalhar tanto para ganhar tão pouco? Às vezes tenho vontade de sumir daqui, ir
para a cidade grande, andar de automóvel, tomar banho de chuveiro. Sei lá, tant
a coisa que gostaria de conhecer. O amor é o que segura a gente: o pai, a mãe, a
s crianças; se a gente não se gostasse tanto, seria muito mais difícil sobrevive
r. Pena que às vezes não dá nem tempo de contar um para o outro o quanto a gente
se gosta. Amigos não tenho muitos. Brinco com a molecada, mas acho que desde pe
queno meu pai tem sido meu melhor amigo. Deus não olha para a gente aqui no síti
o. Ele manda chuva, faz as sementes crescerem, as galinhas botarem, a vaquinha d
ar o leite. Só que eu esperava bem mais, muito mais Dele. Será que Ele ainda vai
se lembrar de mim? José de Oliveira O texto que você leu é um exemplo para que
você possa construir o seu.
73
Observe: Sílaba - Separação
A palavra Pa-ra-guai possui três sílabas, apoiadas, a cada vez, na vogal a.
Ao som ou grupo de sons que se emite em cada impulso de voz chamamos sílaba. A v
ogal é o ponto de apoio da sílaba. Separamos as sílabas ao final de uma linha qu
ando não há mais espaço para continuar escrevendo uma palavra. Essa separação é
sempre marcada por um hífen ( - ). Quanto ao número de sílabas, as palavras pode
m ser classificadas em: monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas. 1
sílaba 2 sílabas 3 sílabas 4 ou mais sílabas pés ca – sa ár – vo – re an – ti –
ga – men – te monossílabas dissílabas trissílabas polissílabas
74
EXERCÍCIOS 1) Complete, classificando as palavras quanto ao número de sílabas. a
bcdPicareta é ______________ porque tem ______ sílabas. Céu é ________________ p
orque tem ______ sílaba. Avô é _________________ porque tem ______ sílabas. Mole
que é _____________ porque tem ______ sílabas.
Observe: O que você faria se soubesse que o preço da gasolina vai subir outra ve
z?
As palavras soubesse e gasolina foram separadas no trecho acima, porque estavam
no final da linha. Veja todas as possibilidades de separação para soubesse e gas
olina: soubesse soubes se gasolina gasolina gasolina
O espaço ao final da linha é que determinará uma dessas possibilidades de separa
ção das sílabas. Observe: Separamos rr. sc, sç, ss, xc, pt, dv, gn, mas não sepa
ramos ch, lh, nh, qu, gu,ns, bs.
75
Exemplos: terra – ter-ra fascínio – fas-cí-nio cresça – cres-ça passo – pas-so e
xcede – ex-ce-de rapto – rap-to advogado – ad-vo-ga-do água – á-gua
dignidade – dig-ni-da-de abstenção – abs-ten-ção ritmo – rit-mo chapéu – cha-péu
milho – mi-lho tinha – ti-nha quero – que-ro parabéns – pa-ra-béns
2) Você chegou ao final de uma linha. De que formas as palavras abaixo poderiam
ser separadas? amassado piolho nasceram apto guerreiros exceção obstáculo desça
digno guinchado
Vamos aprender a acentuação correta das palavras? Para acentuar corretamente as
palavras, um conhecimento fundamental é saber localizar a sílaba tônica. Observe
a palavra garota. Há nela três sílabas: GA – RO – TA Essas sílabas são pronunci
adas com diferentes intensidades: RO GA fraca forte TA fraca
RO é a sílaba forte, isto é, pronunciada com maior intensidade. A sílaba forte r
ecebe o nome de sílaba tônica.
76
GA e TA são sílabas fracas, isto é, intensidade.
pronunciadas com menor
A sílaba fraca recebe o nome de sílaba átona. Estudando posições da sílaba tônic
a Sílaba TÔNICA é a sílaba mais forte de uma palavra. Contamos as sílabas do FIM
para o COMEÇO da palavra. Assim: sa CI última penúltima au to MÓ vel última pen
última antepenúltima Só consideramos as três últimas sílabas. Palavra oxítona: c
a fé
Palavra OXÍTONA é aquela em que a sílaba TÔNICA é a ÚLTIMA. Palavra paroxítona:
es co la
Palavra PAROXÍTONA é aquela em que a sílaba TÔNICA é a PENÚLTIMA. Palavra propar
oxítona: ár vo re
77
Palavra PROPAROXÍTONA é aquela em que a sílaba TÔNICA é a ANTEPENÚLTIMA.
EXERCÍCIOS 1) Faça a divisão silábica, sublinhe a sílaba tônica e classifique as
palavras quanto ao número de sílabas e quanto à posição da sílaba tônica. Assim
: amiguinho - a-mi-gui-nho - polissílaba e paroxítona piolho - pi-o-lho - trissí
laba e paroxítona impossível plástico difíceis ônibus qualquer informação faróis
programa
2) Indique a única palavra proparoxítona no quadro: palavra - liberdade - amor -
ótimo - amanhã - disco 3) Indique as palavras paroxítonas no quadro: teste - an
unciar - empresa - inaugurando - astrônomo 4) Agora indique as oxítonas: Japão -
China - bandeirante - opinião - jacaré - texto
78
DITONGO e HIATO Para que saibamos separar as sílabas das palavras em que há enco
ntros vocálicos, é necessário aprender o significado de ditongo e hiato.
Sons vocálicos na mesma sílaba recebem o nome de ditongo . Exemplos de ditongo:
papai pa - pai azuis a - zuis quase qua - se
Sons vocálicos em sílabas diferentes recebem o nome de hiato. Exemplos de hiato:
saúde sa - ú - de país pa - ís sadia sa - di - a
79
Leia o texto:
Todas as vidas
1 Vive dentro de mim uma cabocla velha de mau-olhado, acocorada ao pé do borralh
o, olhando pra o fogo. Benze quebranto Bota feitiço. . . Ogum. Orixá. Macumba, t
erreiro. Ogã, pai-de-santo. . . Vive dentro de mim a lavadeira do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso. d’água e sabão. Vive dentro de mim Rodilha de pano. Trouxa d
e roupa, pedra de anil. Sua coroa verde de são-caetano. Vive dentro de mim a mul
her cozinheira. Pimenta e cebola. Quitute bem feito. Panela de barro. Taipa de l
enha. Cozinha antiga toda pretinha. Bem cacheada de picumã. Pedra pontuda. Cumbu
co de coco. Pisando alho-sal. 3
2
4
a mulher do povo. Bem proletária. Bem linguaruda, Desabusada, sem preconceitos.
De casaca-grossa, de chinelinha, E filharada. 6 Vive dentro de mim a mulher da v
ida. Minha irmãzinha. . . tão desprezada, tão murmurada. . . Fingindo alegre seu
triste fado.
5
Vive dentro de mim A mulher roceira. Enxerto da terra, meio casmurra. Trabalha
deira. Madrugadeira. Analfabeta. De pé no chão. Bem parideira. Bem criadeira. Se
us doze filhos, Seus vinte netos.
7 Todas as vidas dentro de mim: Na minha vida A vida mera das obscuras. Corali
na, Cora In: Poema dos becos de Goiás e estórias mais.
14 ed. São Paulo, Global, 1987.
80
EXERCÍCIOS
1) O texto de Cora Coralina é um poema que fala das vidas que vivem dentro de um
a pessoa. Você acha que isso é possível? Explique. 2) Para caracterizar as vária
s vidas enfocadas no poema, a autora utiliza palavras que indicam qualidade. Exe
mplo: cabocla velha, pedra pontuda. As duas palavras grifadas indicam qualidade.
Observe o trecho que fala da mulher roceira. Quais as palavras usadas para indi
car qualidades dessa mulher?
APRENDA MAIS Complete com as palavras indicadas entre parênteses ( ). Siga o mod
elo: (influi -- influí) A opinião dele não influi nas minhas decisões. (influi –
ditongo) Ela diz que influí muito na educação do rapaz. ( influí – hiato) a- (c
ontribui - contribuí) 1- O bom humor ________ muito para um bom ambiente de trab
alho. 2-______ para a campanha com algumas economias que tinha guardado. b- (dis
tribui - distribuí) 1- No Natal passado, _____ brinquedos entre os meus sobrinho
s. 2- Naquela casa, é sempre o pai quem ______ os castigos.
81
c- (sai - saí) 1- Meu Deus, ele não ______ do meu pé. 2- Ficou bravo só porque _
______ com o primo dele! d- (contrai - contraí) 1- Neste ano, como sempre, _____
_ outra infecção de pele. 2- Quando fica nervosa, ela _______ as sobrancelhas. e
- (atrai - atraí) 1- Acho que, sem querer, ______ a atenção dele sobre mim. 2- C
omida descoberta ______ moscas.
Comunicação É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunica
r o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um . . . um . . .
como é mesmo o nome? “Posso ajudá-lo, cavalheiro?” “Pode. Eu quero um daqueles,
daqueles . . .” “Pois não?” “Um . . como é mesmo o nome?” “Sim?” “Pomba! Um . .
Um . . . Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simp
les, conhecidíssima.” “Sim senhor.” “O senhor vai dar risada quando souber.” “Si
m senhor.” “Olha, é pontuda, certo?” “O quê, cavalheiro?” “Isso que eu quero. Te
m uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto
de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outr
a volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um . . . Uma espécie de, como é q
ue se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a
82
pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa
pontuda que fecha. Entende?” “Infelizmente, cavalheiro. . .” “Ora, você sabe do
que eu estou falando.” “Estou me esforçando, mas . . .” “Escuta. Acho que não po
dia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?” “Se o senhor diz, cavalheiro.” “
Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso n
ão saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.”
“Sim senhor. Pontudo numa ponta.” “Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?”
“Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez
. Quem sabe o senhor desenha para nós?” “Não. Eu não sei desenhar nem casinha co
m fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.” “Sinto muito.” “Não pre
cisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um d
ébil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome de
sse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números.
Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exempl
o. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você est
á pensando.” “Eu não estou pensando nada, cavalheiro.” “Chame o gerente.” “Não s
erá preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa
que o senhor quer, é feito do quê?” “É de, sei lá. De metal.” “Muito bem. De me
tal. Ela se move?” “Bem . . . É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas m
ãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.” “Tem mais de uma peç
a? Já vem montado?” “É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.” “Fran
camente. . .” “Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta a
qui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa.” “Ah, tem clique, É el
étrico.” “Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.” “Já sei!” “Ótimo!”
83
“O senhor quer uma antena externa de televisão.” “Não! Escuta aqui. Vamos tentar
de novo. . .” “Tentemos por outro lado. Para o que serve?” “Serve assim para pr
ender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqu
i, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa.” “Certo. Esse
instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfin
ete de segurança e . . .” “Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!” “Mas o
jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!” “É que eu s
ou meio expansivo. Me vê aí um . . . um . . Como é mesmo o nome?” Veríssimo, Luí
s Fernando. In: Para Gostar de ler. Vol.7. São Paulo, Ática, 1994.
Por que você acha que o autor deu o título de “Comunicação” a esse texto?
p. 05 p. 06 p. 07
Gabarito 1) Resposta pessoal. 3 a 11 – Resposta pessoal. 1) a- polissílaba - qua
tro b- monossílaba – uma c- dissílaba - duas d- trissílaba - três Observe os exe
mplos possíveis no início da p. 08.
84
2) Resposta pessoal.
p. 08
p. 11
2) a – mas – sa – do pi – o – lho nas – ce – ram ap – to guer – rei – ros
ex – ce – ção obs – tá – cu – lo des – ça dig – no guin – cha – do
p. 15 p. 16
1) im – pos – sí – vel – polissílaba = paroxítona plás – ti – co = trissílaba –
proparoxítona di – fí – ceis = trissílaba – paroxítona ô – ni – bus = trissílaba
– proparoxítona qual – quer = dissílaba – oxítona in – for – ma – ção = polissí
laba – oxítona fa – róis = dissílaba – oxítona pro – gra – ma = trissílaba – par
oxítona 2) ótimo 3) teste – empresa - inaugurando 4) Japão – opinião - jacaré 1)
Resposta pessoal 2) casmurra, trabalhadeira, madrugadeira, analfabeta, parideir
a, criadeira a) 1- contribui 2- contribuí b) 1- distribuí 2- distribui c) 1- sai
2- saí d) 1- contraí 2- contrai e) 1- atraí 2- atrai Resposta pessoal
p. 19
85
Apresentação
Aluno Você, certamente, já observou que algumas palavras que lemos ou escrevemos
possuem um sinal sobre elas. É o acento. Para usá-lo, é necessário conhecer alg
umas regras. Nesta unidade, você aprenderá as regras de acentuação para as palav
ras oxítonas e proparoxítonas. E irá iniciar o estudo do texto narrativo conhece
ndo alguns de seus componentes.
86
Legenda
Exercício [faça no seu caderno]
Produção de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que você deve gravar]
Aprenda mais [faça no seu caderno]
Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]
87
No dia que o gato falou
Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato siamês! Gato
de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amig
o, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Este gato
só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar não falav
a. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas repetindo sílabas e pa
lavras para ele, na esperança de que um dia a inteligência que via em seu olhar
explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada! A dama gentil e senil era,
naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo,`a sua
frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferi
or até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo mui
to mais do que devia. Um papagaio que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natu
reza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio
cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no
colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conse
guia que seu miado virasse fala. Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que te
ve a idéia genial. Quando a idéia iluminou seu cérebro, veio acompanhada da crít
ica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?” perguntou ela para si p
rópria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como n
ão me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele
) terrível destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto, depenado e coz
inhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico
: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato come
çaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o compan
heiro. Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil procurou forç
á-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateu-lhe mesmo – horror! –
pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pel
a fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe
uma ânsia do estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegri
a, começou a gritar (num tom meio corrupaco, meio miau-miau-miau, mas perfeitame
nte compreensível):
88
Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, ma
dame, que o prédio vai cair! A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e
rindo, pôs-se a gritar por sua vez: Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! M
ilagre! Fala o meu gatinho! Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a jan
ela e gritou de novo: Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! e p
ulou para a rua. Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro vei
o abaixo sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros. O gato, es
condido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do des
astre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava: Veja só que creti
na. Passou a vida inteira para fazer eu falar e, no momento em que falei, não me
prestou a mínima atenção. MORAL: O MAL DO ARTISTA É NÃO ACREDITAR NA PRÓPRIA CR
IAÇÃO.
Fernandes, Millôr. In: Fábulas Fabulosas, São Paulo. Círculo do Livro, 1976.
“No dia que o gato falou” é um texto em prosa, uma narrativa, isto é, alguém con
ta um fato real ou imaginário. Toda narrativa tem vários elementos. Um deles é o
enredo. Enredo – é a seqüência de fatos, ações que se desenvolvem em uma histór
ia. EXERCÍCIOS
1) Substitua as palavras grifadas por expressões equivalentes, consultando o dic
ionário se for preciso. a- Era uma vez uma dama gentil e senil. . . . b- Gato te
rno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta. c- E quanto mais meditava ma
is tempo gastava. . . d- O prédio inteiro veio abaixo sepultando a dama gentil e
senil em meio aos seus escombros.
89
2) Numere os fatos de acordo com a seqüência do enredo: ( ) O gato se recusou a
comer o papagaio, mas foi vencido pela fome e acabou devorando a ave. ( ) A dona
do gato matou o papagaio para verificar se o gato falaria comendo a ave. ( ) O
prédio veio abaixo e sepultou a dona do gato que não fugiu quando o animal lhe p
edira isso. ( ) A senhora gentil possuía um gato e desejava muito que ele falass
e. ( ) O gato começou a gritar que o prédio ia cair. ( ) A dona do gato chorava
de emoção pelo milagre do animal ter falado. Observe outros elementos da narrati
va: Espaço – é o lugar onde acontece a história.
Tempo – é o momento em que acontece o fato narrado.
Personagens - pessoas ou seres que participam da história.
EXERCÍCIOS
1) No terceiro parágrafo, há a indicação do tempo. Qual é? O que aconteceu naque
le momento? 2) No parágrafo em que o gato fala pela primeira vez, há indicação d
o espaço onde acontece a história. Qual é? 3) No primeiro parágrafo, como é apre
sentada a personagem que tinha um gato?
90

Pontuação 1) O 1 parágrafo do texto “No dia que o gato falou” termina com um po
nto de exclamação: “Mas nada!” a- O que ele indica: decepção ou entusiasmo? Quan
do o gato começa a falar, há também ponto de exclamação: “Madame, foge pelo amor
de Deus!” b- O que ele indica: uma súplica (pedido) ou uma alegria? 2) Escreva
uma frase do texto em que aparece o ponto de interrogação. Em seguida responda:
Para quem foi feita a pergunta? Por que ela foi feita? 3) Na moral da história,
por que o uso dos dois pontos? 4) Transcreva do texto um trecho com aspas e expl
ique o uso delas. 5) “Passou a vida inteira para fazer eu falar e, no momento em
que falei . . .” Se no texto houvesse esse sinal de reticências, ela estaria in
dicando: ( ) interrupção do pensamento ( ) hesitação
Leia o texto abaixo:
O comportamento dos gatos Os gatos que vivem próximos uns dos outros formam uma
comunidade de gatos. Numa cidade, por exemplo, uma comunidade de gatos é formada
pelos gatos que vivem em vários quarteirões.
91
Os machos andam por toda a região: visitam as casas onde não há cães, andam pela
s calçadas, atravessam ruas. As fêmeas quase não saem da casa. Quando saem, não
vão muito longe. Cada macho é dono de um pedaço dessa região. Esse é o seu terri
tório. Quanto mais forte e valente ele é, maior é o seu território; o macho esgu
icha urina em vários lugares: cercas, muros, troncos de árvores, etc. Quando um
gato invade o território de outro gato, pode ou não haver briga. Se o gato que é
dono do território quiser defender sua área, eles certamente brigarão. Os gatos
não brigam para conquistar uma fêmea. Às vezes, vários gatos ficam calmamente d
escansando perto de uma fêmea no cio. O mais forte é o primeiro a cruzar com a f
êmea. Os outros esperam sua vez. Os gatos não miam sempre do mesmo jeito. Há mia
dos para chamar as fêmeas, miados para pedir comida, miados para avisar que estã
o bravos. Quando estão contentes, os gatos ronronam. Quando eles estão zangados,
mexem a cauda de um lado para outro. Quando estão furiosos, os pêlos ficam arre
piados. Os gatos são carinhosos. Mas eles só aceitam carinhos e fazem agrados qu
ando eles mesmos querem e não quando o dono quer. Foi observando a vida dos gato
s que descobrimos como eles são. Observar a vida dos animais é o trabalho de mui
tas pessoas que estudam a natureza. Esses cientistas são chamados etólogos. Etol
ogia é o estudo do comportamento. Há etólogos que estudam a vida das abelhas. Ou
tros estudam o comportamento dos leões. Há um etólogo que viveu dois anos em uma
cabana na floresta para ver de perto a vida dos gorilas. Os etólogos admiram e
respeitam os animais. 
O comportamento dos gatos. Ciência para crianças, n 10. Rio de Janeiro, FUNBEC,
1989.
Você notou que assim como o texto “No dia que o gato falou”, este também fala de
gato? Porém, a finalidade deles é diferente. O primeiro tem como finalidade mex
er com a imaginação do leitor, enquanto o segundo quer informar. O primeiro apre
senta muitas palavras que dão qualidade a outras.
92
Observe algumas delas sublinhadas nos exemplos abaixo: • dama gentil e senil • g
ato terno • gato siamês • terrível destino • curiosa natureza
1) Encontre três outros exemplos de palavras que dão qualidade a outras no texto
“No dia que o gato falou”. 2) Leia novamente o texto “O comportamento dos gatos
” e verifique se há muitas ou poucas palavras que dão qualidade a outras. O que
se pode observar em relação ao texto anterior? 3) Comparando os dois textos, res
ponda: qual é a finalidade de cada um?
PRODUÇÃO DE TEXTO Agora você escreve: Você tem, a seguir, o início e o final de
uma narrativa que explora o absurdo. Sua tarefa é criar um desenvolvimento de ta
l modo que o todo fique coerente, isto é, que tenha sentido. Certo? Mãos à obra!
No final, dê um título ao texto. O Consumidor acordou confuso. Saíam torradas d
o seu rádiodespertador. De onde saía então – quis descobrir – a voz do locutor?
Saía do fogão elétrico, na cozinha, onde a Empregada, apavorada, recuara até a p
arede e, sem querer, ligara o interruptor da luz, fazendo funcionar o gravador n
a sala. O Consumidor confuso sacudiu a cabeça, desligou o fogão e o interruptor,
saiu da cozinha, entrou no banheiro e ligou seu barbeador elétrico. Nada aconte
ceu. Investigou e descobriu que a sua Mulher, na cama, é que
93
estava ligada e zunia como um barbeador. Abriu uma torneira do banheiro para lav
ar o sono do rosto. Talvez aquilo tudo fosse só o resto de um pesadelo. Pela tor
neira jorrou café instantâneo.
Veríssimo, Luís Fernando. Para gostar de ler. São Paulo. Ática. 1981. v. 7. p. 2
9-30.)
Vamos rever as regras de acentuação: Para acentuar corretamente, precisamos sabe
r localizar a sílaba tônica. Classificamos as palavras, quanto à sílaba tônica e
m: oxítona, paroxítona e proparoxítona.
Acentuação das Proparoxítonas
Toda proparoxítona é acentuada. Exemplo: óculos máximo espetáculo
EXERCÍCIOS 1) Retire do texto “O comportamento dos gatos”, duas palavras proparo
xítonas devidamente acentuadas. 2) Acentue as proparoxítonas que aparecem na lis
ta abaixo:
94
cardiaco pessimismo politica republica miope programa
criminalidade reporteres computador magnifico dolares Africa
horoscopo proximo pouquissimo historico entrevista indigena
democratico economico liberdade eletronico independente problematico
Acentuação das oxítonas Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em: a) A, -
AS Exemplos: fubá está b) E, - ES Exemplos: café bebê c) O, - OS Exemplos: cipó
xangô d) EM - ENS Exemplos: alguém além armazém parabéns vinténs armazéns dominó
após repôs camelôs pajé francês através freguês jacá atrás aliás lilás
95
AcentuamAcentuam-se os monossílabos tônicos terminados em
A(s), - E(s), - O(s). Exemplos: já lá más ás dê é vê pés só dó pó sós
1) As palavras seguintes são oxítonas terminadas em a, e, o. Acentue-as: voce av
o atras atraves apos inves bone matine Pele paje ate chamine alias ipe lilas
2) Copie apenas as palavras oxítonas, acentuando-as convenientemente: doce, livr
o, cipo, calo, vidro, lata, guarana, batata, consciente, passo, pisada, fregues,
pipoca, criança, pele, paje, xango, ate, beleza, mocidade, domino, Parana, marq
ues, dia, borracha, satanas.
APRENDA MAIS
MAL e
MAU
96
MAL
- Todos se saíram mal na prova. (Todos se saíram bem na prova.) - Ele não quer o
mal de vocês. (Ele não quer o bem de vocês.) MAL é antônimo de BEM. (antônimo é
o mesmo que o contrário)
MAU
- Foi um mau jogo. (Foi um bom jogo.) - Vítor não é um mau goleiro. (Vítor não é
um bom goleiro.) Importante: Para saber se deve usar MAL ou MAU, procure substi
tuir, mentalmente, pelo antônimo. Se o antônimo for BEM, use MAL. Se o antônimo
for BOM, use MAU.
EXERCÍCIOS 1) Use MAL ou MAU para completar: a- Após um ______ começo, a equipe
melhorou seu rendimento.
97
b- Você ouviu ______. c- Há aqui alguns alunos que lêem e escrevem ______. d- Ag
imos _____ deixando tudo para a última hora. e- De um ____ terreno, não se pode
esperar grandes colheitas. f- Sempre repetia que é preciso combater o _____ pela
raiz. g- O ______ resultado de hoje vai prejudicar nossa classificação. h- Que
adianta termos bons jogadores, se temos um _____ técnico?
Um apólogo
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: Por que está você com
esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa nest
e mundo? Deixe-me, senhor. Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe dig
o que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der n
a cabeça. Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não
tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Impor
te-se com a sua vida e deixe a dos outros. Mas você é orgulhosa. Decerto que
sou. Mas por quê? É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
ama, quem é que os cose, senão eu? Você? Esta agora é melhor. Você é que os c
ose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu? Você fura o pano, nada m
ais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados . . . Si
m, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que v
em atrás obedecendo ao que eu faço e mando . . .
98
Também os batedores vão adiante do imperador. Você é imperador? Não digo i
sso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só most
rando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo,
ajunto . . . Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não
sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao
pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou
da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e out
ra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana para dar a isto uma cor
poética. E dizia a agulha: Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há p
ouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou
aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima . . . A linha
não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por
ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavra
s loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi
andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-
plic-plicplic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, pa
ra o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a
obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se.
A costureira, que a ajudou a vestirse, levava a agulha espetada no corpinho, par
a dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxa
va a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetan
do, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe: Ora, agora, diga-me, quem é
que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância?
Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a ca
ixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá. Par
ece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor e
xperiência, murmurou à pobre agulha: Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir c
aminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cab
eça: Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Assis, Machado de In: Para gostar de ler. Vol. 9. São Paulo, Ática, 1988.
99
Você prefere fazer o papel da linha ou da agulha? Por quê? p. 05 Gabarito 1) Con
sulte seu dicionário ou dirija-se à biblioteca da escola. 2) (3) (2) (6) (1) (4)
(5)
p. 06
1) Tempo: 16 de maio de 1958. A senhora gentil e senil teve a idéia de dar ao ga
to o papagaio como alimentação para que ele passasse a falar. 2) Em um prédio. 3
) Uma dama gentil e senil, que passava os dias tentando fazer com que o gato fal
asse. p. 06 Pontuação 1) a- decepção b- súplica 2) Procure no texto. 3) Para exp
licar. p. 07 4) “Mas, como não me ocorreu isso antes?” É usado para destacar a f
ala da personagem no texto. 5) (x) interrupção de pensamento. p. 09 1) gato tern
o, amigo, olhar humano, idéia genial. 2) Há poucas palavras que dão qualidade a
outras, no texto “O comportamento dos gatos”, por se tratar de um texto informat
ivo, com tema científico. O texto “O dia que o gato falou” apresenta muitas qual
idades por ser um texto narrativo.
100
3) O primeiro tem a finalidade de mexer com a imaginação do leitor, sendo uma hi
stória divertida. Já o segundo texto tem a intenção de informar o leitor sobre o
comportamento dos gatos. p. 09 Agora você escreve. Resposta pessoal. p. 11 1) p
róximos – árvores - etólogos 2) cardíaco – política – república – míope – repórt
eres – magnífico – dólares – África – horóscopo – próximo – pouquíssimo – histór
ico – indígena – democrático – econômico – eletrônico - problemático p. 12 1) vo
cê - avó (avô) – atrás – através - após – lilás – boné – Pelé – até aliás – invé
s – matinê – pajé – chaminé - ipê 2) cipó – guaraná - freguês – pajé – xangô – a
té - dominó – Paraná – marquês - satanás p. 14 a) mau b) mal c) mal d) mal e) ma
u f) mal g) mau h) mau p. 17 Resposta pessoal
101
Bibliografia
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O, Douglas - Curso Moderno de Língua Portuguesa. 2 ed. reformulada. São Paulo:
Moderna, 1991.
103
Equipe de Português
• Antonia Gilmara Biazotto de Souza Rodrigues • Aparecida Ferreira Ladeira • Edn
a Gouvêa • Maria Alice Pacos
Coordenação
Cheila Fernanda Rodrigues
Supervisão
Terezinha Hashimoto Bertin
Direção
Rita de Cássia Fraga Costa
Capa
Criação: Lopes e Vilela
Observação Importante
Este material foi elaborado pelos professores de Português/ Sorocaba, para uso e
xclusivo de CEES. É proibida a sua comercialização. Observação Estes Módulos for
am feitos com base na nova L D B, Parâmetros Curriculares, Proposta CENP.
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