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O sabor do
Amazonas
tes. Também a castanha, amêndoa inflamável de de floresta. Serve para frases de ensinamento,
labareda clara que ilumina as choças indígenas pilhéria, sonhos, estórias e contos de assombra-
quando das longas festas que varam dias e noi- ção, da mesma forma que é alimento dos poetas
tes. A castanha do Brasil come-se ao natural, usa- e cantadores, transforma-se em lendas, paixões,
se na culinária típica e na confeitaria, substitui anedotas e danças de salão e de arraial. Aqui o
o azeite de oliveira, lubrifica as máquinas mais sabor tem mais graça.
delicadas dos relógios e acaba usada na farmá- O sabor do Amazonas – bem brasilei-
cia e na perfumaria. Vem de uma bela árvore que ro – pode dar rima, pode dar música, pode dar
atinge cerca de 40 a 60 metros de altura, e já deu choque se for piraquê, pode roer, ferir, cortar,
sangue, suor e lágrimas no hinterland. dar uma surra se for arraia, o peixe que se des-
Mas se o desejo é ter um bela mesa de loca nas águas fazendo um bailado quase único.
doces, vá imaginando os vário tipos que pode Exige um glossário que explique o que é arubé,
reunir: cupuaçu, em bolo, pudim, doce, geléia, aturá, beiju, curimata, tipti, e outros tantos que
compota, creme, mousse, salame; pupunha em formam a linguagem muito própria. Que expli-
farinha, bolo, pudim; buriti e o arabu, preparado que também a origem do fogo pela mandioca, da
com os ovos de tartaruga, farinha de mandioca e origem do fumo, da festa do mel, da estória da
açúcar, para ser servido com café bem quentinho. velha que recolhia castanha, do caçador das on-
Aqui e ali tudo é a comida do povo e de sabor ças, da lenda do timbó.
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