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Biografia Araújo, José Plauto, nasceu no Ceará, Brasil em 1958,

de um casal nobre. Viajou por vários estados brasileiros, onde


fez vários cursos e exerce várias profissões: é pedagogo,
coordenador de vigilância sanitária, fiscal ambiental, faz parte
do CONDEMA, especialista em admirar a beleza natural
feminina, poeta, escritor, professa a fé protestante, exerce o
digno cargo de diácono, além de professor é um forte
pregador, muito versado nos textos sagrados, amante
alucinado da música psicodélica tem um respeito profundo
pelas pessoas, mas gosta de apreciar o lado animal de cada
um, enquanto saboreia toda beleza que lhe rodeia e isto é o
que lhe faz um ente sempre alegre e satisfeito.
Começou sua vida literária ainda adolescente
numa vida nômade e inconstante, partindo para o Rio de
Janeiro para trabalhar em redes hoteleiras, onde conheceu
muitos artistas famosos, entre eles Frank Sinatra, George
Watter, etc. Mesmo que iniciara sua vida literária muito cedo,
só no ano 2000 é que publicou algumas de suas obras, entre
elas: Vozes Mélicas, Luta Interior e O Caminho do Peregrinar.
De sua lavra literária podemos citar 05 livros
poéticos, 02 históricos, 01 romance e 03 doutrinários. Em sua
trajetória literária foi obrigado por motivos de perseguições, a
queimar muitas de suas poesias. O que lamenta pela
irreparável perda.
A base de toda prosa e versos de Plauto Araújo
apóia-se no profundo sentimento que tem pelos mistérios da
vida. Cuja lógica ultrapassa a, da consciência habitual,
desvendando o duplo de cada homem, na impressão do
realismo dentro do irreal. Os cenários são repletos de pavor da
morte. Onde mergulha no lado desconhecido das ansiedades
da alma, o que faz de Plauto Araújo, um alucinado pelos
mistérios da Imaginação Humana.

Frank Dalto
LUTA INTERIOR

(Crônica da ânsia)
LUTA INTERIOR
(Crônica da ânsia)
Por

José Plauto Araújo


Plauto Araújo
Rua Padre. Odécio
Bela Cruz - Ceará
Cep: 62570-000
São Luis

E-mail: plauto_araujo@hotmail.com
2007

Editora Visões do Ulai

Copyright © 2007 by Plauto Araújo


SUMÁRIO

2- Sumário 33-Queixas
3- Dedicatória 34-Jesus
4- Preposição 35-Ocaso
5- Prefácio 36-Morte
6- Legado 37-Barreiras
7- Invocação 38-Rogos
ARAÚJO, José Plauto. 8- Frustrado 39-Esperando
Luta Interior / Plauto Araújo. Editora 9- Adúltero 40-Vagabundo
Visões do Ulai. São Luis – MA; 2007. 10- Tentação 41-Deserto
11- Exílio 42-Juízo
12- Desejo 43-Injustiça
1. literatura 2. Poesias I Título 13- Provações 44-Cães Noturnos
CDD: 800 14- Atribulado 45-Solidão
15- Inimigo 46-Propriedades
16- Ágape 47-Arrebatamento
17- Solitário 48-Reconciliação
18- Luz d’alma 49-Nojento
19-Rebeldes 50-Beleza
20-Confesso 51-Fantasias
21-Luta 52-Privações
22-Tédio 53-Lascívia
23-Súplica 54-Máquina
24-Cães ou Cidadãos 55-Em ti navego
25-Apressado 56-Obras do Autor
26-Olins
27-Homem
28-Indignado
29-Núpcias lunar
30-Fada
31-Vida
32-Alugado
PREPOSIÇÃO

Observando o nosso íntimo somos surpreendidos pelas lutas que


são travadas, nosso impulso-animal insaciável faz guerra continuamente
ao nosso espírito dentro do raciocínio que repulsa tais apelos de ânsia
carnal.
Foi por esta visão de sondagem que me propus analisar os
reflexos do homem animal convivendo junto com o homem espiritual.
Cousa esta que se déssemos ouvido às vozes que se levantam do
animal que mora dentro de cada um de nós, seríamos como bestas
DEDICATÓRIA selvagens em seus instintos carnais desprovido do senso humano.
Por outro lado o espírito é como uma válvula de retenção, para
frear esses desejos que certamente são gozos para a carne mas que
Ao grande amigo e filósofo, Manuel Macedo Araújo. trazem conseqüências amargosas para o homem espírito que é de cima e
Aos meus colegas de universidade. não se satisfaz cedendo aos apelos carnais.
Aos meus filhos, minha paciente esposa e a Lala. Acreditando que também será uma alerta aos meus leitores que
Aos meus conterrâneos e amigos. como eu, têm os mesmos problemas que devem ser controlados ou
E a Jesus Cristo, meu companheiro. então pagaremos o preço de nossa falta de domínio próprio.

Nessa convicção escrevo


O Autor.
PLAUTO ARAÚJO
PRÉFÁCIO

A paz é uma das sensações mais desejada pelo homem, é nessa


ótica que nosso escritor se dedica quando vem nos falar em “Luta
Interior” das incessantes guerras pessoais, que todo ser humano conhece
PASSAGEM bem de perto, isto é patente a todos que se auto-analisa e faz uma
sondagem sincera de seu eu.
Cheguei aqui chorando Pelo que o autor nos faz ver, ficamos convencidos que é uma
Pois havia perdido meu berço realidade uma peleja renhida em nosso interior e sabemos que não
Vi na cara dos presentes devemos ignorar tal luta do coração no ômega da alma.
A hipocrisia estampada E há sempre algo que nos inquieta a consciência quando
Perdi minha identidade nata cedemos às concupiscências carnais que foram já aprovadas por nosso
Quando dei um sorriso disfarçado íntimo.
Tal cão sem dentes Plauto Araújo, é um literato de rara concepção que está surgindo
Não mordi ninguém no meio de nossa literatura contemporânea e sua aceitação está cada vez
Mais sabia que, mereciam maior.
Pois estava no meio de inimigos Admiro o ponto de vista, que ele traz em seus escritos o qual
Morro agora e ouço o choro dos fariseus nos serve como uma lente ampliadora das muitas faces que a vida nos
Que nunca me deram honra oferece.
Mesmo assim, afirmam Há muitas filosofias que nos parecem ilógicas, mas as
Que fui seu amigo encontradas em “luta interior” são patentes em muitos momentos de
nossa vida.
Parabéns leitor por ter em mãos uma obra excelente e sei que vai
Meu legado lhe ajudar, a se conhecer melhor.

FRANK DALTO

10 07
INVOCAÇÃO HOMEM FRUSTRADO

Animal de comportamentos obstinados


Vejo oh, Deus dentro de mim o animal que rosna querendo- De cerviz dura e alma irreconciliável
me sufocar. Grunhindo em ânsias carnais. Inimigo de acordo, que não abre mão de nada
Estremece meu homem interior, diante do lascivo instinto, Como podes viver em sociedade
que busca ao redor a carne provocante da fêmea imagem que Se insistes em seus maus intentos?
desperta o desejo másculo. Sinto oh, Deus, as correntezas do Se mesmo querendo algo não declaras
sêmen que jorra num convite louco e animal, que tenta seduzir- E quando te faço o que te agradas
me. Arrastando-me para a sensualidade do terreno ser, o Por que finges não ter gostado?
insaciável impulso do desejo, que não aceita, ser reprovado, e por Animal difícil, este de duas patas
isso se inquieta dentro de mim gemendo num gruno sedento por Que geme no escuro
satisfazer o apetite. Luto oh, Deus, com essa fera indomável, que Queimando na solidão o veneno,
me avança e me provoca em minhas portas do ver e do sentir. O obscuro sentimento
Inibido estou com este ser irreverente ao pudor que não te respeita Tua soberba atroz meteu em cárcere,
e me quer cegar o raciocínio, me apresentando propostas para a O ser que em ti lateja.
massa latente que me compõe o tabernáculo onde atuo. Te fizeste escravo
Toma as rédeas desse monstruoso ser que te insulta o Deus, Em tuas amargas atitudes
pois só Tu podes dominá-lo. Oprime a tua lastimosa vida
Vejo o objeto manipulado pelo animal, já velho, mas que Não sabes o caminho da humildade
não se entrega, mas mantêm as cargas de seus impulsos, que Nem o que é se entregar à razão
sempre o fogo emana, como de um muturo, diante dos quadros Gastas tua vida no cansaço
que lhe incendeia as paixões. Por causa de tuas opiniosas decisões.
Ainda escuto o rosnar do bicho dentro de mim, como um Mesmo querendo voltar
cão selvagem em seus cios e preso no próprio ato. Acuda-me, oh, Acanhas-te o fato de te humilhar
Deus, e não me deixes em minhas próprias forças lutando com Ainda que alguém te busque
este libidinoso homem. Demonstras estar tudo bem
É um animal opulento
Que trocas o prazer pela dor
Mesmo assim és
Um masoquista frustrado.

08 09
ADÚLTERO TENTAÇÃO

Como cavalos bem fartos Fostes entrando por minhas portas


Levantam-se pela manhã Querendo minar meu coração
Rinchando, cada um Tua imagem provocante e crua
A mulher de seu companheiro Sem perceber voei nessa coisa
Estão adormecidos... Que de volúpia, em mim atua
E não há temor Então oscilaram, meu temor e ousadia
Como animais irracionais Diante, teu quadro, quieta e muda
Corrompem-se Até que o facho de luz me despiu
Seguem o instinto animal Dessa massa profana, que em mim insinua
Tendo os olhos cheios de adultério Pois não tinha em minhas mãos
Insaciáveis, e presos em seus deleites As rédeas, desse carnívoro cão
Fugiu deles a vergonha e o respeito Que avança a formosura
Vejo nos antros de meu ser Da fêmea, que se mostra apetitosa
O mesmo instinto ameaçando Divaga nas ânsias, o bicho
E pelejo com este vulto Sorvendo o cheiro do prazer
Que da luz se oculta O Eros de um orgasmo imaginário
Por trás da hipocrisia Mas no lampejo da luz
No escuro de meu ser O tal bruto se esconde
Então olho e prescuto Acabrunhando, e não sendo atendido
Como sentinela fechos as portas Sufoca o cio
E assim todas janelas Que lateja
Para me ocultar Em seu fluxo seminal
De seus bruscos ataques
E não dá vazão
A todos, e tais desejos.

14 11
EXÍLIO DESEJO

Vergões, cicatrizes, marcas da caminhada Se deste impulso


Somos forçados a caminhar, temos que seguir Tivesse as rédeas
Fomos vendidos sem preço, somos saqueados escravos E nessas rédeas, a força
Veja, como um carreiro, caminhamos em fila e forçados De te conteres
Estamos todos despidos, todos vêem nossas vergonhas Não pensaria na derrota
Quem vigia nossas dores? Quem ouve nossos rogos? Que me arrasta
Estamos nesse tabernáculo, por isso gememos À prática desse louco desejo
Nossa carne recebe os acoites e nossa alma as dores Mas de ti, não tenho tais rédeas
Pequei...pecamos, todos nós fomos abandonados Antes sou eu mesmo as rédeas
Faltou-nos a prudência, faltou-nos o temor Por onde o louco desejo me domina
Fomos rebeldes, por isso estamos sem força E nesse bruto gosto
Tudo porque não valorizamos nossas leis Vejo todos os meus desatinos
Nossos profetas, bem que nos ensinaram E em lamentos mudos
Oh Deus, restaura-nos oh senhor perdoa-nos Está meu ser sisudo
Somos teu povo, tua herança, teus redimidos Que me incrimina
Se te calares agora todos nós seremos destruídos Sem eu ter argumentos
Perdemos o tino, somos, como quem não se governa Calo, dentre a mina
Somos tratados como objetos e assim manipulados Dói meus sentimentos
Veja nossa miséria, nossos vexames não te são ocultos De amargura e solidão
Por amor de teu nome, resgata-nos, estamos em apuros Chora minha’alma
Não te detenhas, apressa em nos acudir No peito, o coração
Pois estamos aflitos e em nossas cargas Por não ter a calma
Lembra que por nós pagaste um alto preço Deste bicho louco e cruel
Nós não temos mais forças, estamos sendo arrastados Que não se pode com as mãos
Agora Senhor, vem em nosso socorro nós te pedimos Acabar seu imundo papel
Ainda que falhamos, mas nós te amamos Cometendo aos irmãos
Não te esquecemos, no mais, somos teus. As obras do infiel
Dando uma louca imagem
De um ser sem coração
Que não sabe,
Ser cristão.
12 13
PROVAÇÕES ATRIBULADO

Faz tempo, já faz muito tempo Realmente arde, arde minhas entranhas
Que ando no deserto, sem ver meu anelo Meus lombos...sinto gastura,
Sem água, sem luz, sem entender O amargor de fel me possui
À que me levará este caminho Quebrantado e muito abatido
Falta-me as forças, o ânimo esmorece Ando cambaleando
Faz tempo, faz muito tempo Sem morada certa e sem ambiente
Que tu me fizestes ver que eu seria De repente foi destruída,
Esfregado, pisado... Da minha tenda, a paz
Quando eu estivesse zonzo, me levantarias E rasgada, as cortinas de minha reputação
Por ventura não estou contemplando tudo isto? Eu, tu sabes, porque me sobreveio isto.
E tu, porque suportas ver calado meu fim? Eu fiz, e tu não me deixastes partir impune.
De tanta aflição, falo o que não me convém Na verdade estou cercado
Não frustres meu anelo pois nele me apoio Como multidões de abelhas me cercam
Ainda que sinto, que me lacraste Estou em perigo, pois há falsos irmãos
No meio dessas águas e me mexeste São muitos os que me espreitam
Como quem mexe algo no caldeirão E muitos que me evitam
Zonzo estou, que nem consigo harmonizar meus... Quisera eu poder chorar,
Meus pensamentos, nem meus planos Mas, até das lágrimas estou privado
Orar! Como? Se não consigo nem me aquietar, Aqui estou
Nem concentrar-me, enquanto de joelho estou. Pois me assentastes em lugares tenebrosos
Lê a palavra, também não posso. Ando nas trevas, já não sei o que me aguarda
Meu cérebro ferve e agonizando está Oh! Minha esperança
Sim, tudo é verdade Não te cales a meu respeito
Cumpriu-se o que me fizeste ver Pois tenho sentido tédio constante
Por teu ungido me provaste Suspirando por teu socorro
Minha companhia enfadada, não me ajuda Meu Deus! Não frustres a minha esperança
Estou registrando para eu ver Por ventura, se alegarão sempre?
Que fim terá este sufoco que vivo E eu, apenas terei de chorar?
Pois como um pauzinho sou levado Olhas minha dor, comove-te por mim
Nas correntezas desse impetuoso rio Antes, que pereço em minhas agonias.
Que me leva ao imenso mar
18 15
INIMIGO ÁGAPE

Donde me vem este? Não consigo entender


Guia cego, dos cegos de minha terra Este amor, que jorra como fonte cristalina
Me parece...um impostor De ti meu amado cândido de meu ser
Do que culto orador, ou pastor Não sei o que vistes em mim
Vendo suas origens, conhecendo suas raízes Para me dedicares tão grande amor
Melhor se entende a peça Que veres em mim, que te agradas?
Provém da cidade rival Sou um milagre de tuas mãos
Que sempre contende a minha Uma alma, fizeste-me para te amar,
Não podendo com as forças Mas eu não sou o que devia ser
Disfarçado em padre me vens Não sou grato, pois te ofendi muitas vezes
Destruindo nossa história Encontraste-me nas trevas e me acolheu
Removendo a beleza e a memória Deste-me um lar, teu amparo acolhedor,
Do santuário, despe as glórias Mesmo assim tenho sido ingrato
Como rival implacável e destruidor Só Tu me amaste assim
Profanando o lugar sagrado, que horror Recebeste-me com ternura
Removendo o mosaico histórico Quando angustiado, andava eu
Do barroco, a decoração, tudo corrói Deste-me amor, sem ter nada a Ti ofertar.
Não tem respeito a nada e tudo destrói Apenas vejo, que é por amar-me,
E com fúria, a tudo lança ao chão Que me fizeste tudo isto
Não se conforma em fazer sozinho a destruição Agora todo meu louvor a ti procurarei entregar
Despoja os incáuquitos, recebe contribuição Quero ser-te grato, a ti cantar
Para desarraigar a glória de sua religião Minha vida, a ti ofertar
Desconhece as fadigas dos comboios de jumentos Pois em caminhos de perdições, andava eu
Que sofriam em busca da cal e do cimento tão distante, Quando a vida em mim perdeu o sentido
Que em tempos difíceis se fez a construção Tu chegaste e mudou meu curso de viver
Não reparou na aflição, de quem cruza os sertões Agora quero só pra ti viver
Com suor, lágrimas e sangue nas mãos Minha alma a ti consagrar
Buscando através destes sofrimentos, o pão Não quero mais, andar sem ti
Mas, conformados em fazerem Então Senhor, inclina
O templo dos irmãos Meu coração só pra ti.

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SOLITÁRIO LUZ DA ALMA

Estava só e a ansiedade me armava tédios Como selo autêntico e reconciliável


A beleza daquele lago, me fazia mais desejar Onde não há quem recuse
Um vazio me importunava sem cessar Aprovado pelos que te vêem
E uma solidão me torturava os pensamentos Aplaudido pelos que te conhecem
Até que meus olhos alcançaram aqueles pássaros Tu és a marca do céu, és o sol de nossas aflições
Que voavam até meus olhos não mais vê-los Ilumina-nos, Jesus. Tu és a rocha,
Depois voltavam, como me convidando Nosso refúgio, nas perseguições
A acompanhá-los em seus destinos Refrigério da alma, na dor
Seu cantar convidativo me levou e voei Cheio de bondade, mansidão e caridade
Voei, voei com eles e não me sentia só És nosso amigo, nosso amigo do céu
Senti a liberdade dominar minh’alma Selo de nossa confiança e garantia
A aragem fresca e suavizante Tu és o caminho do céu
Chegou ao meu coração, senti a mão de meu pai Ilumina-nos Jesus, ilumina-nos
A sustentar-me, aconchegando–me. Vem suavizar – nos em nossas dores
Conduziu-me a uma paz profunda Como bálsamo e óleo fresco
Então cantei seu amor, seu perdão Vem ungir nossas feridas
Entendi meu pesar e falei Com teu odre de azeite cristalino
Falei, mesmo que Ele nada me perguntou. Vem derramar em nossas feridas
E afagou-me com um abraço amigo Queremos ser cheios de teu espírito
Consolou-me, do meu pranto apertado. Queremos te contemplar em tua formosura
Deu-me segurança mostrou-me seu amor Ver tua majestade, teu esplendor
E em meu peito, senti sua presença Ilumina-nos Jesus, ilumina-nos
E entendi que a coisa que mais precisava Amparo dos aflitos, de meu povo
Era ser aceito como filho em seu redil Cordeiro santo, de meu Deus
Desfrutar de sua comunhão, do seu amor Estrela de minha alvorada
Sua misericórdia me aquietou Meu sol, da manhã de minha vida
E descansei em seu tabernáculo És a alva, luz dos peregrinos
Como filho amado que sou. Ilumina-nos Jesus, ilumina-nos.

22 19
REBELDES CONFESSO

Manso e tranqüilo. Não sei nem por onde começar


Tu chegaste para mim. A confessar minhas ingratidões
Falaste, benignamente ao meu coração. Mediante o teu cuidado por mim
Me falaste de paz, mostrou-me amizade. Pois sei que durante o tempo todo
Confortou-me o coração. Cuidaste com ternura de minhas dores
Que angustiado e cansado se achava. E das ansiedades de minha alma
Ver de olhos compassivos, só tu me olhaste. Dando-me paz e sossego
Verdade é, que não merecia tão grande compaixão. Em minhas horas de apertos e de perturbações
Pois há muito te tenho rejeitado. Nunca me desamparaste
Duramente rejeitei teu amor de pai. Nem me deixou a mercê dos acontecimentos
Dei de ombros e teimoso me afastei. Na verdade tens cuidado de mim
E me cheguei àquilo que te fazia sofrer. Mesmo em minhas horas de rebeliões
Realmente agi como irracional. Não me tratou segundo os meus pecados
Cegamente abandonei quem me amava. Nem me lançou em rosto meus desatinos
Mesmo nas minhas rebeliões. A tua misericórdia foi minha proteção
Agora, estou como quem é despertado do sono. Bem sei que tua bondade me preservou
E me esmorece, levantar a ti meus olhos. Muitos me olham
Some meu ânimo de aceitar. E se admiram do bem que me fizeste
Que te fiz em meus destinos. E sabem que não mereço
Mas seu amor por mim superabundou Tu és maravilhoso, um bom amigo
Aponto de eu mesmo desprezar Estavas presente em toda aflição que suportei pelo teu nome
Como nada o que te fiz Verdade é Senhor, que nos ama.
Pois me fizeste promessas animadoras Agora, que darei como gratidão?
Que despertou meu amor por ti O que é que eu tenho que te agrada?
E sei que devo amá-lo Pois não vejo nada em mim que preste
Pois zelou, para manter seu amor por mim. Fico atônito com este teu cuidado
Por um ser que só te dá vexames
Só posso dizer-te muito obrigado
Por teres me feito bem, enquanto só merecia ser castigado.
Obrigado Jesus, obrigado meu Deus.

20 21
LUTA
TÉDIO
Entre os anelos do humano ser.
Vi a guerra pela tal satisfação O tempo se abrevia.
Que de muitas faces nos vem Na ansiosa espera.
E existe aquela, que satisfaz a uns No coração, o desgosto.
Que a nós seria aborrecimento A partida, o afastasse.
A ganância do homem capitalista Deixando atrás, saudades.
O obriga, correr atrás de mais Lembranças das calmas horas.
Coisa esta, que aos poetas, é aborrecimento Momentos...Que ficaram.
Enquanto o literato, vê de um modo acurado. Guardados na lembrança.
Encontra em sua calma a beleza da vida. Memória...
O louco e desesperado materialista Alma do melancólico.
A tudo isto acha passatempo de vadios Vejo o horizonte.
A arte de observar os detalhes da vida Lá onde, o mar beija o céu.
É todo gozo do estético, o deliciar O sol que se apressa.
Nisso ele vive enquanto o insensível Mergulha...
Animal humano enfadado passa, Suicida decisão.
Sem tempo de viver Sol, que não mais brilha.
O avaro e mesquinho, busca mais enfado. Deixando manchada de sangue.
Para tal desventurado não há repouso Nuvens da tarde.
Toda sua vida é gasta nas fadigas Enquanto o funeral do astro rei.
Provocadas por suas loucas cobiças Continua...
Pesado jugo carregará até o fim Vejo a imagem nua da vida inquieta.
Pelo que vi os poetas são os ficais Dos grãos das dunas.
Os gananciosos, os escravos Que são tangidos por um vento.
Nas inquietações do tolo Que os obriga a correr.
Vejo minha sabedoria e paz E nessa viagem fúnebre...
E sei que cedo ou tarde Ouço o teu convite.
Tal sujeito será despido de seus pertences Vamos,
Então me pergunto, para que tanta luta? Está escurecendo.
Se cedo ou tarde eu tenho o mesmo fim?
Concluo a isto, que vou apenas observar
E vê que satisfação terei.
26 23
SÚPLICA CÃES OU CIDADÃOS?

Vejo minhas necessidades de ti Rolam as ondas sobre as vidas.


Mas não tenho força de te buscar Da miséria, que gera a violência.
Querer quero... Mas falta-me a ação Das irresponsabilidades dos governantes,
O incentivo que me move a teus pés Que se fabrica os marginais despidos de cidadania
Visão e temor me faltam na jornada Presos no sistema, que nós mesmos elegemos
A confiança diminuiu nas esperas Confiamos a mordomia de nossos bens...
Por causa de meu delito esmoreceu A homens gananciosos, que não reconhecem,
Minha’ alma diante de tua santidade Seus verdadeiros donos
Mostra-me teu favor e me restitui E uma vez no poder de nossos bens
O vigor de tua presença e poder me satisfaz. Humilha-nos com salários míseros
Que farei sem tua ajuda e amparo? Vituperando-nos com desemprego,
O que meu braço pode fazer por mim? Enquanto isso nos leva ao terror
Não me deixes só agora nem nunca E tememos reclamar o que é nosso.
Pois sem ti, sou um derrotado ser. Despiram-nos de nossas razões
Que geme sem consolo e sem esperança Ao ponto de achá-los, que são bonzinhos
Não deixe que zombem de mim, os ímpios Enquanto nos dão miséria e fome em recompensa.
Restaura minhas forças, dá-me novo alento. Nossos jovens desiludidos já não querem estudar
Levanta meu ânimo e aumenta minha fé O desrespeito e a falta da moral
Dá-me motivo de gozo na luta da igreja Abandonou a todos em geral.
Faz que os corações dos irmãos se voltem A alienação, dando passos longos, avança
Ao amor fraternal e a um espírito unificado Deixando atrás de si a cegueira
Que haja valorização por nossos semelhantes Que nos tira o valor e nos afogam, na sarjeta das favelas.
E preocupação pelas causas do corpo de Cristo E não sabemos se ainda somos cidadãos
E exista um mover pelos dispersos do rebanho Ou bichos levados às urnas de uma nova eleição.
Põe fim ao desprezo e acepção das pessoas Mesmo assim, brigamos por estes marginais.
Que a compaixão flua de nosso peito Sentimos honrados, quando nos visitam
Como um rio que lava e leva toda sujeira Em períodos eleitorais.
Deixando atrás a fertilidade do solo Mesmo que depois, somem de vez
Preciso, precisamos de um renovo agora Na verdade elegemos nossa vergonha e derrota
De tua intervenção em nosso viver Somos os mais culpados de vivermos
Por isso venha, venha logo, meu Deus. Como cães, na cidade.
24 25
APRESSADO OLINS

Veja que não posso esperar Em meu coração domina o desejo de voltar.
Pois se espero, perco a vida Estou envolto do sentimento dos olins
E esta me escorre nas correntezas do tempo Quero pisar em meu próprio solo
Minhas forças, meus impulsos Sentir-me na minha eretz
Todo meu vigor diminui Meu coração palpita as delícias de ti
Por isso não posso esperar Meu riso acelera por tais sentimentos
Afinal minha vida não tem reprise Contemplar tuas várias faces
Só tenho uma chance Ver meu povo e saltar como os unicórnios
Se me escapa perco os bons momentos Levantar meu ser às tuas pelejas
Que na vida tenho Respirar fundo e aliviado
Não me deixes envelhecer nas esperas Sentir-me seguro dentre os teus muros
Mas me ponhas Contemplar todas as tuas glórias
Dentro das vontades vividas Ao longo deste imenso rio da vida
E não nos desejos apenas esperados De teus frutos saciar-me
Se não morrerei na ânsia desse viver E na mesa do banquete
Quero meu anelo Sentar-me ao teu lado, à ceia,
Concretizado agora. De nossas bodas sagradas.
Se perco o apetite Ver os milhares de teus filhos
Pelas satisfações da vida, À tua roda estar, ver tua formosura
Que me importa morrer Descansar de meus temores
Ou tampouco viver? Tomar o vinho que foi guardado para nós
Mas se desta vida Enquanto contemplo a face dos vencedores
Ainda posso ter o prazer, O brilho dos rostos de teus redimidos
Quero, quero agora. Mergulhar no prefeito e ver-me como tal
Minhas satisfações viver. Cantar o cântico do cordeiro
Em triunfal gozo e paz
E no teu majestoso reino
Entrar como um que reina também
Sobre todas as nações
No milenial poder.

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HOMEM INDIGNADO

Observei enquanto o bicho juntava De fel, no amargoso gosto


O suor lhe escorria pela face É construído o viver dos indigentes
O enfado em todo tempo era um companheiro Seus dias são gastos na miséria
Esqueceu que sua luta era vã Em seus corações não há força
Ou ignorou o quadro dos fins dos dias E sua esperança oscila
Ali viveu sob o gemer de seus anseios Nos seus rostos não há riso
Nunca indagou, para quem ajunto? De mente fechada, qual muro ao redor
Certamente sabia que um dia Tais seres estão presos
Teria de deixar a outro toda sua economia Em seus íntimos cárceres
De muitas coisas se privou de gozar A inferiodade lhes esbofeteia a face
Mesmo assim não parou em suas pelejas Estão sob seus próprios jugos
Oprimiu os mais fracos Que eles mesmo fabricaram
Tomando seus direitos Pobres criaturas, são cegas
Friamente viveu em suas injustiças Por isso não vêem a porta de saída
Retendo enquanto podia Não podem mais raciocinar
O jornal de seus ceifeiros Não acreditam mais em si mesmas
Não teve piedade do chorar de seus empregados Seus caminhos estão embaçados
Da magreza e nudez de seus filhos Não enxergam nenhuma alternativa
Animal indomável este de nome humano Estão cabisbaixas, em seus desenganos
Sendo vertical, não sabe olhar para cima Se recusam olhar para cima
Nem em suas misérias, quando anda cabisbaixo Se acanham olhar nos olhos
Anda entorpecido pela cobiça Dos que estão fora de seus grupos
Cego ficou seu raciocínio, nada entende Mesmo ainda tão jovens
Perdeu o domínio de si Se entregaram ao desânimo
Entregou-se a trabalhos loucos Andam sem rumo,
Vencido pela insensibilidade Remoem suas dores
Não percebeu que seu tempo Estão concentradas em suas desgraças
Havia escoado e agora calado
Desce à cova sem levar nada.

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NÚPCIA LUNAR FADA

Vejo no céu de rosto doirado, Oh, graciosa entre as mulheres


Bela e calada, de olhar apaixonada Encanto, que fascinou meus olhos.
De lábios provocantes, te mostras radiante Bem sei que és aprazível,
Ergo as mãos, tendo tocar minha amante Qual arte da natureza divina
Então, entre nuvens se escondes com pressa Onde se vê a nobre beleza.
Enquanto confusa tua imagem aparece Permita-me descrever-te.
Transcorrendo, nesse longo espaço celeste Dentro da estética dos poetas.
E em suspiros, de tua roupa se despe Falta-me expressões para dizer
No meio desse transe, leve aparece Aquilo que meus olhos vêem,
Toda elegante, te mostras amante Pois meu coração não comporta
Nas calmas horas da madrugada As palavras, que minhas visões
Deito ao teu lado, oh minha amada Alcançaram em ti.
Leito macio... Deslizas entre mechas Agora quais águas presas,
Tua cabeça, reclinas nos montes Latejam em mim, As comportas,
Enquanto demente, teu corpo mexe Da fonte, da tua beleza.
Vejo teu percurso findar no horizonte Como descrever teus ondiosos traços?
E subo a cada um, dos teus encantos Ou como expressar as artes
E vais ao além, sumindo no céu Que em ti, foram lapidadas
Enquanto contemplo teu áureo véu Pelo mestre divino e pai da natureza?
De teus últimos raios, soltos ao léu Não sei nem por onde começar a ti compor
Ouço o cantar, de tua despedida Se pelas torres que te sustentam
Oh, como te desejo, minha querida Ou se pela glória que está em tua cabeça
E logo escurece, enquanto tu desces Talvez nem saiba eu falar
No som prateado, tua luz na areia De teus rubicundos lábios
És minha amada que repousas calada Nem da graça e brilhos de teus olhos
Te aprecio, enquanto tu somes oh, lua cheia. Ai, dói às comportas de meu coração
Por não poder sangrar com palavras Poéticas
Todas estas tuas distinções.

34 31
VIDA ALUGADO

Oval, curvas do destino Quando esperei, meu tempo de agir


Margens esquecidas, do ocaso Meu tempo havia acabado
Sol em declínio, tinge minha dor Passei meus dias esperando
O clarão dos espaços, somem Algo que não pude realizar
Dentro da noite, o tédio Foram planos e sonhos
Invade minh’alma, que suspira pelo amanhecer E esta foi a razão
Oval das ondas, oval das curvas De eu nunca ter vivido
Que arrastam, o velho Gastei os dias de minhas peregrinações
Tempo da saudade, da despedida Realizando objetivos não meus
Morre o poeta, entre as linhas que escreve Passei minhas andanças
No meditar, somem os semblantes nédios Nos caminhos dos outros
Morte do nada, que vem em direções indesejáveis Poucas e cansadas
Do homem, que voa ao infinito Foram as horas que me sobraram
Oval das ondas, que arrastam o corpo Era apenas um objeto alugado
À praia do entardecer, da vida humana E nunca havia percebido
Estremece o coração, em pulsos, do medo cruel Que por um mísero salário
Que acelera, o bater constante Havia me vendido
Das ondas, nas duras vidas...pedras Vivi debaixo de um jugo
Lodosas rochas, que lutam por permanecerem Pensando ser um cidadão livre
O ancião, o tempo, esvai o vigor E sabes por quê?
Do homem mortal, que lampeja Porque trabalhava, era um empregado
Nas pupilas do assombrado ser, que geme. Vendi o tempo, que eu deveria ter vivido
Me arrastam, as ondas do tempo Gastei minhas forças
Das nuvens, das águas revoltosas No serviço dos outros
Contra minha vida, que some no horizonte E é por isso que continuo
Em busca de um sol, que se foi. Com sonhos e planos
Não realizamos.

32 33
QUEIXAS JESUS

Ouvi os murmúrios de minh’alma Vem, oh vento celeste


Quando saudosa suplicava Que vagas como minh’alma,
Senti suas ansiedades de voltar Excelso Espírito Santo que jorra qual fonte do alto
Seu ardente desejo, de estar com Deus Vem ensopar-me, como terra sedenta
O vazio tenebroso do íntimo, inquietava Vem mais esta vez, como Sansão rogo,
Saudade do lar, saudade de Sião Pois a noite vem chegando
Senti o desamparo de meu ser, o abandono Oh, minha luz, meu sol volta-te
Busquei amigos, que me consolassem Anseio tua claridade
E não achei nenhum Assombra-me pensar na escuridão
Vagou meus pensamentos Labirinto de perdidos destinos
Em busca de algo, que me animasse, De seres tolos e rebeldes
A suportar o resto do tempo Mas eu suplico teu frescor
Que ainda terei de ficar esperando Oh, suave rio que escorre por humildes caminhos
Medíocre é o tempo, que me rodeia Do peito, leito que deságua
Solidão domina em meu caminhar Que refrigera a alma do aflito
Verdade é, que não estou só Que chora, que roga, que geme
Mas parece, que sou ignorado Em lugares ocultos, do mundo acusador
Ou...talvez minha visão, Que ao peregrino insulta
Não alcança meus companheiros Mas venha logo, meu desejado,
Pára o tempo, uma monotonia domina as horas Que aguardo do alto, do céu
Senti a dor, dos que irão ficar Rasga-te céu infinito
Roguei, para não ser esquecido E devolve aos que gemem, o consolador,
Neste terrível dia que está para chegar Envia-nos Jesus, o amado de minh’alma,
Em que muitos serão deixados, na ânsia Oh, nuvens santas de anjos
Gelou-me, fez-me um vácuo em meu interior Corteja aquele que é excelso
Em só pensar, em ser esquecido Abrem-se todos os túmulos
Ponderei, em meus caminhos E devolvam seus mortos, haja ressurreição
Averigüei, meus passos e consolei-me dizendo-me, Exultem os céus, venha o Rei.
É saudade, saudades, saudade de meu Deus. Aleluia...Aleluia, Maranata.

38 35
OCASO MORTE

Descamba no horizonte Passou sobre meu ser


Um sol cansado e pálido Gelou-me as mãos um ser tenebroso
Tingindo de sangue todo firmamento Como uma brisa gélida
Despede um dia que nunca voltará Que veio em minha face
Pássaros, em vôos cansados fogem Como o recado do além
Buscam refúgio, na noite que se aproxima Seria o meu dia?
Minh’alma vagueia por entre os linhos Ou apenas, meu medo,
Ouço a cantar do vento Bem sei que tu virás
Soprando nos galhos dos cipestres. Vento fúnebre, que ameaça
Um zunido murmurante, nos espaços Se me despes agora
Como a voz das velhas agourentas Onde me ocultará o corpo?
Calam os martelos, exaustos Não vês, que me assombras
Nas mãos vacilantes dos obreiros Indesejável dos mortais
Páram os esforços do vigor Vejo de contínuo a vida
Foge a luz, dando lugar as trevas E nessa ótica sigo, a beleza me cerca
A velha tarde cansada se entrega à noite E alegre, eu canto, voam minhas fantasias
Em sentimentos melancólicos, voam os pensamentos Criando o que componho
Ficam as marcas, cicatrizes do tempo Meu coração folga
Pela correnteza, das caladas horas Em deliciar o belo
O vazio, todavia presente está Por que hei de lamentar?
Torturados, são galhos secos Se vejo tudo muito bem
E jogados pelo chão Sonha minh’alma
Ceifados são folhas Pois serás sempre feliz
Que insistem em ficar nas árvores Vive este sol
Assim quais nossas vidas, somos arrebatados Antes que ele se ponha
Ouço o grito mudo do meu peito Pois a eternidade cala
Dor que faz enrugar Todos os nossos sonhos.
Peles de meus olhos
Que buscam ver
Meu destino.

36 37
BARREIRAS ROGOS

Vejo no horizonte Quão doce é citar teu nome


A barreira dos insensatos Como favos de mel é teu sabor singular
Que não sabem criar, Delícia de todos os santos
Seus ideais de avanços Magnífico é teu ser glorioso
Pois no fundo do poço Desejo de minha vida é te encontrar,
Ainda existe um escape E te falar
Uma porta aberta que a todos livrará Como anseia por ti tua noiva
No fundo da alma dos que não partiram És maravilhoso teu semblante
O ardente anseio domina Treme minha carne por tua voz
Pois aonde ou onde existe a dúvida Como é animador te encontrar
Não espere que o dia amanheça Meu coração te deseja
Saia de seu escuro lugar, manifeste ao povo Gozo sente todos que te encontram
Teu recado inédito, quem sabe, liberdade Faz meu amado, que te busquem
Tuas asas te elevam agora Os que te conhecem
E sumas em busca, de uma luz distante. Pois já sabemos que és bom
Que a aurora espera Não nos deixe afastado traz-nos a teus pés
Oh, cândido, de minh’alma Te anelamos, carecemos de ti
Se me despertas agora Renova nosso amor por ti
Agora acordarei os anjos Fomos ingratos, mas, perdoa-nos
Elevarei minha voz humana Nós te rogamos veja que já é tempo
Em louvor por tua misericórdia De estarmos preparados
Mas a fé alcança o infinito lugar Para te receber de volta
Onde tua glória está Não desprezes agora nossa dor
Acorda minh’alma agora Ainda que sabemos, quão maus somos
Quero sem demora Por amor de teu nome
Ver tua luz Recebe-nos, acolhe-nos
Oh, meu amado Jesus. Pois nós queremos voltar.

42 39
ESPERANDO VAGABUNDO

Espero continuar em ti Vagas, qual alma vaga


Já me abandonei em ti, aguardando o que virá Por que não te aquietas
Me acho na ânsia, do que ocorrerá Vazia alma sedenta
Forças me faltam, inspiração também De um peito, vazio imenso
Relutando em íntima dor aguardo, Sobe ao céu teu pensamento
Algo a me animar e me dar alento Como pássaro agourento
A fim de te seguir nesse caminhar Que em tédio anseia, no tempo
Não sei por que ainda não cumpriste Assim tu choras teu pranto
Os anseios de meu coração inquieto Enquanto a ti mesma quebrantas
Pois muitíssimas vezes já clamei Oh, alma, por que não cantas?
Vês como me deixaste? Enquanto tua voz vagueia
Estou despido de minha glória Nos sentimentos que em ti vozeia
Empurrado ao desprezo Voando sai tua dor qual arte do trovador
Contemplo meu triste estado Tu mesma te embelezarás
Não sei até quando isto durará Ouvindo sua voz cantar, sumirá teu pesar
Sou tratado como rebelde, Como ventos acres subindo
Ou como quem foge da responsabilidade Vês no além surgindo
Como um caído, sou olhado Um sol convidativo a sonhar
Verdade é, que me sinto atropelado Enquanto tu mesma esqueces
Senhor, a saudade de ti me inquieta Aquilo que em ti padece
Contra mim corrói esse ácido A dor que te esmorece
Que em meu íntimo se fabrica A ti não deixará saudades
Enquanto se angustia minh’alma E nunca tua ansiedade
O desassossego me dominou Te levarás ao porto seguro
Invadindo de anelos, meu peito Antes em teus pesares
Ao ver meu espírito cambaleando Terás um rosto triste e duro
E nessa espera, digo com profunda dor Em vez de ser risonho
Senhor, quando virá me resgatar?. Qual noite de luares.

40 41
DESERTO JUÍZO

Terra árida e pelada, nua e calada Ouço o lamento da brisa


Oh, Senhor, vem guiar-me Que murmura entre as folhagens
Pois nos falta a direção, necessitamos de água O som saudoso que ecoa
Mas estamos, com quem, Do profundo ser que geme
Já está farto do mesmo desejo Numa despedida eterna ao além
Pois recusamos beber desta Sons melancólicos, que turvam
Que nos é oferecida por ti A angustiada sombra de um mortal
Enfada-nos olhar o deserto Numa ida sem volta vejo o tempo que escorre
Estamos esperando, o que ocorrerá Quais correntezas de águas
Deus e Senhor, que faremos? Arrastando ébrios sentimentos
Sinto-me amarrado e cego, De uma nota tediosa, que some
Nesta pelada terra e tu, Senhor, até quando? Em busca de algo, sem explicação
Torna fértil esta terra nós te rogamos, ouve-nos De um nó, no apertado peito
Isolaste-nos dos povos Vai lastimoso eco humano
E somos privados de dar-lhes, Que vagas em busca de consolo
A mensagem que nos incumbistes De um invisível ser que a nós observa
Pecamos e não confessamos Nossos movimentos falsos
Dai-nos Senhor, arrependimento. Desse insaciável animal de corpo,
E choraremos nossas misérias Alma e espírito
Renova-nos e teremos vigor Que se assombra da morte
Terra longa e incompreensiva Que tem o infortúnio por vir
Quem entenderá, ou enxergará os tropeços De uma vida obscura mais esperada
De tua escura entrada? Que se esconde entre os sentimentos
Oh Deus, ilumina-nos. Desta maçã proibida, comida e esquecida.
Revela o que nos acontece Ao qual chamamos gente
O que faremos para vencer, Que tem um superior que de todos os mortais
A jornada, nesta terra pelada? É o único a se pedir conta
Do que fez, palmilhando aqui.

46 43
INJUSTIÇA CÃES NOTURNOS

Revolta o íntimo dos homens Serenas partes da vida nua


Dando amargoso gosto às relações Olhar lascivo, que cruza a rua
Esfria as amizades e corta o riso São todos másculos ou instintos
Fecha as palavras nos encontros Desse povo obsceno,
Separa os mais próximos companheiros Carnais abutres famintos da cidade
Essa desejada fada dos enganadores Que não tem pudor, nem vergonha
Que cospe no rosto das vítimas Mirante dos desejos sodomitas
Enojando o hálito dos sofridos Anjos peregrinos da sarjeta
Pondo o amargo sentimento no peito Levando consigo os perfumes do prazer
Apodrecendo a língua e o pensamento Engodando ingênuos vagabundos
Provocando vômitos nos desabafos Que arrastados pela cobiça
Loucas pretensões de loucura São peixes fisgados por seus apetites
Essa sinistra criatura que geme Tais defuntos ambulantes
Nos meios dos covardes é a que te encontras São agrupados em cada esquina, como manadas perdidas
E te fazes padecer calado, se não as suportas, praguejas Que rói seus dedos, enquanto espreitam
Grunhe encerrado nas entranhas As iscas malignas, em provocantes trajes
Desse absinto gosto de juiz Ébrios animais desordenados da moral
Comprado ou desse puxa saco de miseráveis Que rondam a cidade nas escuras horas
Que usam da posição e faz as leis torcidas Grunhindo em seus desejos
Que beneficia apenas sua podre companheira Sedentos por carnes humanas
Que emana nas horas decepcionantes Cães noturnos, que alardem no sossego
Dos injuriados réus que assistem sem reagirem Tontos em seus passos
A estas rudes sentenças das cortes Entorpecido pelo desejo sensual
Que os chacais do fórum sorvem São como as marés cheias que invadem
Enquanto os reprimidos se afastam Os lares e levam suas presas ingênuas e cruas
Mastigando e sentindo o gosto Fêmeas que se alugam pelo coito
Desta malvada que atua fedendo Que insultam os de casa em suas andanças
A qual por ti foi citada injustiça, injustiça Que só voltam quando calam seus desejos
Gritas em desespero. São bestas que provocam os céus
E assim ceifados antes de envelhecerem.

44 45
SOLIDÃO PROPRIEDADES

Inquieta a alma e o peito Escorria diante de meus olhos


Faz ilhar o corpo das vítimas Sem que eu pudesse reter, meu vigor
Que alonga as horas do tempo Sempre lutei pra ter meu mundo
Isolando os seres do mundo Me reservei horas, para me encontrar
Levando a inércia dos planos Analisar, meus atos e manobras
Tornando os sentimentos medíocres Estive sempre sorvendo hálitos,
E a vida sem rumo Iras, do iracundo ser, que rondava
Que leva o ente, a sentir-se inútil Buscando inquietar minh’alma
Dos outros inúteis mortais que faz parar o tempo E eu apenas perguntava,
Levando à apenas, esperar Até quando terei de esperar?
Aguçando o tímpano a escutar Até quando, carregarei meus tropeços?
Enquanto os olhos buscam em redor Por longos anos supliquei, sem obter respostas
O ser, o tecido vivo que lateja Envelheci, enquanto esperava
Como apalpando o invisível E vi que aquilo que desejei
Sonâmbulo animal, que deseja Quando consegui, não me satisfez mais
O encontro, o aconchego Outras coisas esperei sem contudo conseguir
Qual nuvem triste calada Mas sei, que também não iriam me satisfazer
Que não sabe expressar sua magoa Nossas vidas se acabam enquanto esperamos
Tais seres sorvem o tempo Enquanto apenas desejamos
Debaixo do peso, desse vazio Para todos, a vida é marcada só por anseios
Que ilude o nômade, a esperar Somente o hipócrita, diz ser alguém realizado
Como a morta pedra muda que não pode falar Pois seu coração é testemunha, o nosso também
Assim nos estaciona este sentimento De nossas derrotas e desapontamentos
Que assombra os brutos Pois se a vida é apenas realizar algo
Tornando fracos os vencidos Deixando depois a alguém que em nada ajudou
Que foram encarcerados no tempo Para que ter prazer em trabalhar?
Por uma fêmea que todos detestam Melhor nada fazer
Mas que são isolados pela tal mulher Pois minhas obras
Que denominamos, Solidão. Me deixaram fadigado
E desapontado.

50 47
ARREBATAMENTO RECONCILIAÇÃO

Os trabalhadores enfadados Oh, Senhor a ti clamo


Anseiam, o fim da labuta Veja que o inimigo, tens me afrontado
Na verdade, foi longa a noite Pois se ajuntaram para me destruírem
O enfado domina as virgens Verdade é, que tenho dado ocasião
Falta a força, o ânimo... Mas, ainda sou teu servo
Estamos à meia noite Não me deixes a mercê desses cruéis
Eis o noivo despertai-vos oh, virgens Eles não te conhecem; senão me ajudarem agora
Preparai-vos, também vossas candeias Certamente darão cabo de minha vida.
Olhai, o azeite, levantai-vos e andai Como cães raivosos, me avançam
Acendei, vossas lâmpadas Seus intentos, são perseguir minh’alma
Pois a hora é chegada Mas tu Senhor até quando?
Conhecei, prossigais em conhecer Mas sei, que já tens ouvido minha súplica
A vossa hora Creio na tua misericórdia
É hora de despertar-vos do sono Somente em tua bondade espero
De vosso enfado Pois sei que não mereço nada
Em que te tens enfadado, oh virgens? Apenas sei, que em teu filho
Vosso cansaço, não provém de meu fardo, Me amas com amor eterno
Mas do fardo de vossas rebeliões E não me deixarás nas mãos malfeitoras
Pois o mal jaz a porta. Antes pelo teu poder me ajudarás
Vinde, vinde agora a vosso amado. E verei tua face radiante a me contemplar
Eu vos aliviarei, livrá-lo-ei de vosso enfado Por esta razão eu te louvo do íntimo
Veja meu estandarte, é límpido Meu coração a ti, cantará melodias
Ainda que sejais, apenas uma flâmula E no meu espírito de adorarei
Juntas, és o esplendor da alvorada E publicarei tuas grandes obras
Preparado está o banquete Na presença daqueles que desejavam
Vinde, formosas as bodas Ver meu fim, mas contigo sou vencedor.
Pois vosso dia é chegado. Por isso te louvarei com todas as minhas forças.
Obrigado meu amado, meu fiel amigo.
É por tudo isso que eu te amo
Pois cuidaste de mim e sempre cuidarás.

48 49
NOJENTO BELEZA

Não sei servir Estás no auge, de teus encantos


Sou um lixo para meus ombros Mesmo assim, há um sorriso
Lixo podre de lama, que tenho de carregar Desconfiado e temeroso
Pelas sendas, que me levam a ti No futuro, irás recordar
Lixo que me escorre pelos ombros E recordando, lamentarás
Sujando minhas sagradas vestes De já ser passado,
Sou horror para minha alma Esta tua glória, que em ti está
Me causa terror, e estremece meu espírito Isto, será ao murchar tua beleza
Por causa das transgressões de minha carne E ninguém mais te admirar
Ando cansado, como de um fardo Quando teu sol, não mais brilhar
Fraquejaram meus passos Mas, para que olhar o futuro
Tropecei no escuro Frio e embaçado?
Ando sem paz e sem ânimo Por que não olhar tua nobreza agora?
Falta-me as forças, para a jornada Se olhares, verás tua glória
Senhor! Tende piedade de mim Pois todos teus encantos, estão aqui
Pois teu inimigo me afrontou Mas, que te aproveitas, tudo isto?
Por causa de tua palavra apruma meus passos Se és como a sombra, esta tua glória
Dá-me novo alento, pois cambaleio Que passa, qual nuvem vazia
Por que te inquietas, oh minh’alma? Afugentada pelo vento
Olha o monte, em cima, no gólgota Não deve te olhar este míope olho
Oh meu amado, não me escondas a face agora Oh, mas que fazer então?
Pois careço de tua misericórdia Se esta fase, é coisa vã
Anelo com extrema ansiedade teu retorno Se a beleza escoa por entre nossa silhueta
Me acolhendo com o mesmo amor Diante de um espelho severo.
Quebrantado estou, e de olhos vermelhos Qual rosa matutina bela
Sou eu que não presto, para mim mesmo Que no entardecer revela
Livra-me, oh Pai Santo A frágil matéria
Dessa situação que eu enojo Mas há uma glória eterna
Afinal sou teu filho Que hei de contemplar
Resgata-me pois sou teu servo. Além de meu ocaso.

54 51
FANTASIAS PRIVAÇÕES

Quando a fantasia A vida,


De nossos corações Que nunca pude viver
Perdem o vigor Passei seus dias, esperando
E nossa alma, não pode mais criar Sempre fui impedido,
E nosso ser, só ver a realidade Dela gozar
O materialismo, domina o íntimo Desejava liberdade, por isso esperneava o berço
E os sentimentos dos sonhos Em gritos, queria dali sair
Não encontrando mais lugar se vão Mesmo assim me mantiveram preso
A vida fica monótona, medíocre Quando andei, me fecharam as portas
Os bálsamos de nossas feridas Quando desejei amar,
Se acabam e ardem as chagas Não pude, me proibiram
O lamento aparece, trazendo os dias Quando podia gozar, me vedaram este prazer
Em que sonhávamos, tínhamos asas Todos os dias, era afligido
Quando nosso mundo colorido se mostrava Pelas proibições
Em nossos vôos, viagens ilusórias Era escravo, dominado
Vagando, quais rios, em nossos caminhos A vida que me negaram viver
Suavizando-nos a alma Passei seus dias desejando
Podíamos respirar fundo Aquilo que nunca me aconteceu
Liberdade, éramos donos, da situação Iludiu-me a espera
Até que veio a realidade dura Espera, que me levou a trabalhar
Roubar nossas fantasias Não porque gosto, mas pela remuneração
De repente, fomos sacudidos, despertados Que nunca comprou aquilo, que desejava
Pra não vivermos mais do ópio engano. Antes me privou das horas que desejava
E assim tornarmos peças manipuladas Para poder estar livre do cansaço
Nosso mundo, de utópico solveu-se Mas a fadiga não me deixou viver
Pela mídia ou pelo meio onde atuamos Antes apartou de mim
Fomos escravizados As satisfações da vida
Portanto, sonha coração Que por fim
Enquanto podes. Nunca foram vividas.

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OBRAS DO AUTOR LASCÍVIA

LAMENTOS DA’ALMA Exalando o coração seus amores


São Luis – 1986 Movido pela beleza, que aos olhos chegam
Caminhas pelos traços da fêmea imagem
IDENTIFICANDO O VERDADEIRO CRISTÃO Logo teus desejos másculos, se despertam
São Luis – 1996 Levando aos teus íntimos sonhos sensuais
Ao anseio da carne excitante.
QUESTIONANDO AS COISAS DO ESPÍRITO Poderias tu satisfazer tuas vontades?
São Luis – 1996 Termina o vigor de teus dias
Esperando tuas satisfações concretizar
O PARAÍSO DE JOSÉ É o lema da espera, do apenas querer.
São Luis – 1997 Por que não se conformar?
Em vão gastas teus dias em planos
O CAMINHO DO PEREGRINAR Será que o homem
São Luis – 1998 É o único bicho insaciável?
Que leva a vida num desejo, na ânsia.
VOZES MÉLICAS Que passa seus dias na cobiça
São Luis – 1998 Pobre animal queixoso, estes de duas patas
Que envelhece e enruga só a capa
CRÔNICA DA ÂNSIA Que morre nas cargas de seus impulsos
São Luis – 1999 Que espera sempre sua hora de ação
O ANIMAL Mas, que sempre acaba vencido.
São Luis – 2007 Por suas tristes desilusões
Máquinas que fabrica seu próprio veneno
VISÕES CÉLTICAS Que busca entorpecer a si mesmo
São Luis – 2008 Gastando sua vida em projetos
Na peleja do nada
Tornando-se mero objeto
Tudo isso, vi naquele animal teimoso
Que dizia, haver de vencer.

58 55
MÁQUINAS EM TI, NAVEGO.

Pelas lutas e fadigas dos operários Sorriso aberto na alvorada


Que não tinham sossego Linhos e mechas matutinas
Vi seus corpos reclamarem por paz Raios, que surgem de teus olhos
Em seus músculos, o férreo esforço Lábios do mar e doçura
Por vencer mais um dia de tantos que iriam ter Tua boca, meu cais aberto
Vi os últimos passos dos lutadores Fartura, de tua estética compostura
Minando as forças dos cansados Negros oceanos de teus olhos
Lá estavam exaustos operário e patrão Cardumes brancos de tuas gengivas
Mesmo assim, não pararam, nem questionaram. És radiante e bela tua nobreza
Observei os carregadores gemendo Mimosa sereia, que me encanta
Sob a carga das tarefas forçadas Teu corpo, ondas e curvas dos mares
Por um mísero salário de fome Em teu dorso, descansa meu barco
Sustentavam seus opressores fardos Nestes teus lindos montes, quero subir.
Sem poderem resistir tal servidão, Dunas de tua beleza, ilhas desejáveis.
Os miseráveis tombam sob as ameaças Que espontam, de teu busto.
Daquele que esperava misericórdia Vagas de teus vales, está meu prazer.
Olhei seus passos apressados Pelúcia de tuas torres, até aos teus pés
Que competiam, por uma produção forçada Pêlos que cingem todo o teu corpo
Pobres e humanas criaturas, subjugadas Macio é tocar em teus pólens orvalhados
De todos os seres és o que mais se lastima Brisas dos orgasmos primitivos
E geme sobre as terras dos mortais Cândida fêmea que me provocas
Como se não bastasse a luta pela vida Em me olhar, prendeste-me a alma.
A morte campeia os miseráveis Hipnotizando-me neste teu olhar.
A doença fustiga a carne e os ossos Durma virgem, em meu leito profundo.
Sob o acocho das opressões Tu és meu denso oceano
Ainda existem as incompreensões, de si para si Em ti navego, dissertando teus traços
E as desarmonias dos que com ele convivem. Oh! Imensidão de mistérios
Se não fossem as ilusões dos objetivos Acolhe-me agora em teus braços
Que animam os tais sofredores Tu és minha praia, e meu descanso.
Nem sei o que diria. Meu porto, meu refúgio.

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