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Finalmente chegaram a uma prateleira baixa e ali o velho apontou para uma lamparina
num suporte de barro. O pavio daquela lamparina estava muito curto e sobrava pouco leo. O
velho disse:
-Essa a lmpada de sua alma.
Ora, o homem olhou para aquela lmpada bruxuleante e um grande medo o invadiu. Era
possvel que o fim estivesse to perto sem que ele soubesse? Ento por acaso ele reparou na
lamparina que estava ao lado da sua. Estava cheia de leo, seu pavio era longo e bem reto e sua
chama ardia com forte luz.
-E de quem esta lmpada?- perguntou.
-S posso revelar a lmpada de cada um para a prpria pessoa- disse o velho, virou-se e
saiu.
O homem ficou ali encarando a sua lmpada que parecia estar quase se apagando. De
repente ouviu um estalo e quando olhou para cima viu uma fumacinha saindo de outra prateleira
e soube que, em algum lugar, algum no estava mais entre os vivos. Voltou a olhar para sua
prpria lmpada e viu que sobravam apenas umas poucas gotas de leo. Ento, virou-se para a
lamparina ao lado da sua, to cheia de leo. E um pensamento terrvel veio sua mente.
Afastou-se e procurou encontrar o velho, mas no o viu em lugar algum. Ento, ergueu
aquela lamparina com leo, pronto para derram-la na sua. Mas, de repente, o velho apareceu
vindo do nada e agarrou o brao dele com um aperto de ferro e disse:
- essa a espcie de justia que voc est procurando?
O home fechou os olhos. E quando abriu os olhos viu que o velho no estava mais ali e a
cabana e todas as lamparinas tinham desaparecido. Encontrou-se sozinho, em p, na floresta e
ouviu as rvores comentando baixinho seu destino. Perguntou a si mesmo, ser que sua
lamparina tinha se apagado? Teria ele tambm deixado o mundo dos vivos?