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ceram a faculdade que lhes era conferida por lei e, em 7 — São cometidas à direcção da Casa do Douro,
consequência desse facto, as medidas de descongestio- em matéria de gestão do pessoal por ela requisitado
namento e mobilidade não chegaram a ser-lhes apli- ao quadro especial transitório criado pelo presente
cadas. diploma, as competências atribuídas por lei ao pessoal
Após a publicação do Decreto-Lei n.o 76/95, de 19 dirigente da função pública.
de Abril, a Casa do Douro passa a ter a natureza de
associação pública, sem tutela estatal, abrindo-se novo
prazo para que os funcionários com relação jurídica de Artigo 2.o
emprego público a prestar serviço naquele organismo Requisição ou transferência
pudessem optar pelo ingresso no quadro de pessoal de
regime de direito privado e permitindo-se ainda que 1 — Os funcionários a que se refere o presente
aquele pessoal pudesse exercer ali funções, em regime diploma podem ser requisitados ou transferidos para
de requisição. serviços da Administração Pública.
Não foram, por conseguinte, acautelados os direitos 2 — Os funcionários requisitados que desempenhem
dos funcionários com vínculo ao extinto quadro público funções que correspondam a necessidades permanentes
da Casa do Douro, uma vez que, não tendo nunca bene- de serviço podem ser integrados nos respectivos quadros
ficiado do regime previsto no Decreto-Lei n.o 288/89, de pessoal, considerando-se estes automaticamente alte-
de 1 de Setembro, deixaram de estar vinculados a qual- rados com o número de lugares necessários àquela
quer organismo público, embora tivessem continuado integração.
a exercer funções na Casa do Douro sem que esta legal- 3 — Os funcionários a que se refere o presente artigo
mente dispusesse de quadro de natureza pública, facto que venham a transitar para outros quadros da Admi-
que tem vindo a lesar seriamente aqueles funcionários nistração Pública têm direito à contagem do tempo de
nas suas expectativas de progressão nas respectivas serviço prestado e qualificação profissional adquirida
carreiras. enquanto integrados no quadro especial transitório, para
Há, agora, que colmatar aquela grave lacuna da lei todos os efeitos legais, incluindo a progressão na cate-
reestabelecendo a ligação efectiva daqueles funcionários goria e acesso na carreira.
a um organismo da Administração Pública. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26
Assim: de Agosto de 1999. — António Manuel de Oliveira Guter-
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da res — António Luciano Pacheco de Sousa Franco —
Constituição, o Governo decreta o seguinte: Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho — Luís Manuel
Capoulas Santos.
Artigo 1.o
Promulgado em 30 de Setembro de 1999.
Quadro especial transitório
Publique-se.
1 — É criado na Secretaria-Geral do Ministério da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
um quadro especial transitório, a que ficarão vinculados
os funcionários que não tenham optado pela celebração Referendado em 13 de Outubro de 1999.
de um contrato individual de trabalho com a Casa do O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
Douro, nos termos estabelecidos no artigo 4.o do Decre- Guterres.
to-Lei n.o 76/95, de 19 de Abril.
2 — A integração no quadro especial transitório far-
-se-á com a categoria que os funcionários possuam à Decreto-Lei n.o 425/99
data da transição. de 21 de Outubro
3 — Os lugares do quadro especial transitório são em
número correspondente ao dos funcionários a integrar O disposto na Directiva n.o 93/43/CE, do Conselho,
e extinguem-se quando vagarem. de 14 de Junho, relativa à higiene dos géneros alimen-
4 — O quadro referido no n.o 1 será aprovado por tícios, no que respeita ao transporte de géneros alimen-
portaria conjunta dos Ministros das Finanças e da Agri- tícios a granel no estado líquido, sob a forma de gra-
cultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do nulados ou em pó, em caixas de carga ou em conten-
membro do Governo que tutela a Administração tores-cisternas reservados ao transporte de géneros ali-
Pública. mentícios, apresenta dificuldades na sua aplicação e
5 — Os funcionários integrados no quadro especial constitui um encargo excessivamente oneroso para as
transitório podem exercer funções na Casa do Douro, empresas do sector alimentar quando se trata do trans-
em regime de requisição, nos termos do disposto no porte marítimo de açúcar bruto que não se destina a
artigo 27.o, n.o 5, do Decreto-Lei n.o 427/89, de 7 de ser utilizado como género alimentício nem como ingre-
Dezembro, incidindo, neste caso, o desconto das quotas diente de géneros alimentícios, sem ter sido previamente
para a CGA sobre a remuneração auferida na entidade submetido a um processo de refinação completo e eficaz.
requisitante. Acresce que a experiência adquirida nos últimos anos
6 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio- revelou que o açúcar refinado não fica contaminado
res, os funcionários integrados no quadro especial tran- pelo facto de o transporte marítimo a granel do açúcar
sitório que à data da entrada em vigor do presente bruto ser efectuado em caixas de carga ou em conten-
diploma se encontrem destacados, requisitados ou em tores-cisternas não reservados ao transporte dos géneros
comissão de serviço em entidades públicas ou privadas alimentícios, desde que os mesmos sejam bem limpos
distintas da Casa do Douro continuarão a prestar serviço e que o processo de limpeza seja tido em consideração
nessas entidades até ao termo do respectivo destaca- como determinante para a salvaguarda da segurança
mento, requisição ou comissão. e salubridade do açúcar refinado.
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Por isso, a Directiva n.o 98/28/CE, da Comissão, de Artigo 11.o


29 de Abril, estabeleceu uma derrogação a algumas dis- Verificação do transporte do açúcar bruto
posições da Directiva n.o 93/43/CE no que respeita ao
transporte marítimo a granel de açúcar bruto, a qual 1 — O agente económico do ramo alimentar respon-
importa agora transpor para a ordem jurídica nacional. sável pelo transporte marítimo de açúcar bruto deve
A Directiva n.o 93/43/CE encontra-se transposta para conservar os documentos que descrevam, rigorosamente
a ordem jurídica nacional através do Decreto-Lei e em pormenor, a carga imediatamente anterior da caixa
n.o 67/98, de 18 de Março, devendo este, portanto, ser de carga ou do contentor-cisterna em causa, bem como
alterado. o tipo e a eficácia das operações de limpeza efectuadas
Assim, nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o antes do transporte do referido açúcar bruto.
da Constituição, o Governo decreta, para valer como 2 — Os documentos devem acompanhar a mercadoria
lei geral da República, o seguinte: em todas as fases do transporte para a refinaria, devendo
a refinaria conservar cópias dos mesmos.
3 — Naqueles documentos deve constar, de um modo
Artigo 1.o
claramente visível e indelével, num ou em mais idiomas
Alterações ao Regulamento da Higiene dos Géneros Alimentícios da Comunidade Europeia, a seguinte frase: ‘Produto
a submeter obrigatoriamente a um processo de refinação
1 — O n.o 1 do artigo 14.o do Regulamento da Higiene
antes de ser utilizado para consumo humano.’
dos Géneros Alimentícios, aprovado pelo Decreto-Lei
4 — O agente económico do ramo alimentar respon-
n.o 67/98, de 18 de Março, passa a constituir o artigo 17.o
sável pelo transporte do açúcar bruto ou pelo processo
e a ter a seguinte redacção:
de refinação deve, sempre que solicitado, facultar os
documentos referidos nos números anteriores às auto-
«Artigo 17.o ridades responsáveis pelo controlo oficial.
Abastecimento de água
Artigo 12.o
1 — A água utilizada no abastecimento deve corres-
ponder às características de qualidade da água para con- Refinação do açúcar bruto
sumo humano indicadas no anexo VI ao Decreto-Lei
n.o 236/98, de 1 de Agosto, ser suficiente e permitir 1 — O açúcar bruto que tiver sido transportado por
uma utilização que garanta a não contaminação dos via marítima em caixas de carga ou em contentores-
géneros alimentícios. -cisternas não reservados exclusivamente ao transporte
2— ......................................... de géneros alimentícios é obrigatoriamente submetido
3— ......................................... a um processo de refinação completo e eficaz antes de
4— ......................................... poder ser considerado adequado para utilização como
5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .» género alimentício ou como ingrediente de géneros
alimentícios.
2 — Ao Regulamento da Higiene dos Géneros Ali- 2 — Os agentes económicos do ramo alimentar res-
mentícios, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 67/98, de 18 ponsáveis pelo transporte e pelo processo de refinação
de Março, são aditados os novos artigos 10.o, 11.o e devem considerar as operações de limpeza efectuadas
12.o, passando os anteriores artigos 10.o a 20.o a ser antes do carregamento do açúcar bruto como aspectos
numerados de 13.o a 23.o: determinantes — ponto ‘crítico’ — para a segurança e
salubridade do açúcar refinado, na acepção do artigo 3.o,
tendo, para o efeito, em conta a natureza da carga ante-
«Artigo 10.o rior da caixa de carga ou do contentor-cisterna.»
Transporte de açúcar bruto

1 — É autorizado o transporte marítimo a granel, em Artigo 2.o


caixas de carga ou em contentores-cisternas não uti- O Regulamento da Higiene dos Géneros Alimentí-
lizados exclusivamente no transporte de géneros alimen- cios, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 67/98, de 18 de
tícios, de açúcar bruto que não tenha sido previamente Março, com as alterações introduzidas pelo presente
submetido a um processo de refinação completo e eficaz, decreto-lei, é republicado em anexo ao presente
desde que o mesmo não se destine a ser utilizado como diploma.
género alimentício nem como ingrediente de géneros
alimentícios. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 2
2 — As caixas de carga ou os contentores-cisternas de Setembro de 1999. — António Manuel de Oliveira
referidos no número anterior ficam sujeitos às seguintes Guterres — Joaquim Augusto Nunes de Pina
condições: Moura — Luís Manuel Capoulas Santos — Maria de
Belém Roseira Martins Coelho Henriques de Pina.
a) Previamente ao carregamento do açúcar bruto,
devem ser limpos com a eficiência necessária Promulgado em 30 de Setembro de 1999.
à remoção dos resíduos da carga anterior e de
quaisquer outras sujidades e submetidos a ins- Publique-se.
pecção, efectuada pelo agente económico do O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
ramo alimentar responsável pelo transporte do
açúcar bruto, para verificação da remoção dos Referendado em 13 de Outubro de 1999.
mesmos;
b) A carga imediatamente anterior ao açúcar bruto O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira
não deve ter sido um líquido a granel. Guterres.
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ANEXO tículas nos alimentos e a formação de conden-


Regulamento da Higiene dos Géneros Alimentícios sação e de bolores indesejáveis nas superfícies;
c) As boas práticas de higiene, incluindo a pre-
CAPÍTULO I venção da contaminação cruzada durante as
diversas operações de manuseamento dos géne-
Disposições gerais ros alimentícios, dos equipamentos, dos mate-
riais, ingredientes e matérias-primas, da água,
Artigo 1.o dos sistemas de ventilação, do pessoal e de fon-
tes externas de contaminação;
Âmbito de aplicação d) Criar, sempre que necessário para assegurar a
O presente Regulamento consagra as regras de segurança e salubridade dos géneros alimentí-
higiene a que estão sujeitas as fases de preparação, trans- cios, condições de temperatura adequadas para
formação, fabrico, embalagem, armazenagem, trans- o processamento e a armazenagem higiénicos
dos produtos.
porte, distribuição, manuseamento, venda e colocação
dos géneros alimentícios à disposição do público con-
4 — As instalações alimentares permanentes devem
sumidor.
possuir:
Artigo 2.o a) Lavatórios em número suficiente, devidamente
Definições localizados e sinalizados, para lavagem das
mãos, equipados com água corrente quente e
1 — Para efeitos do presente Regulamento, a higiene fria, materiais para limpeza e dispositivos para
dos géneros alimentícios compreende as medidas neces- secagem higiénica e, sempre que necessário para
sárias para garantir a sua segurança e salubridade em assegurar a segurança e salubridade dos géneros
todas as fases após a produção primária (na qual se alimentícios, devidamente separados dos que se
incluem a colheita, o abate e a ordenha), designada- destinam à lavagem de alimentos e equipados
mente a preparação, a transformação, o fabrico, a emba- com torneiras de comando não manual;
lagem, a armazenagem, o transporte, a distribuição, o b) Retretes em número suficiente e com um sis-
manuseamento ou a venda ou a colocação à disposição tema de esgoto próprio e eficaz, equipadas com
do público consumidor. ventilação adequada, natural ou mecânica,
2 — Estão sujeitas ao cumprimento destas regras as munidas de autoclismo, não podendo as mesmas
empresas do sector alimentar, entendendo-se como tais comunicar directamente com as salas onde se
quaisquer empresas, de carácter lucrativo ou não, públi- manipulam os alimentos;
cas ou privadas, que se dediquem à preparação, transfor- c) Ventilação natural ou mecânica adequada e
mação, fabrico, embalagem, armazenagem, transporte, suficiente, de modo a ser evitado o fluxo mecâ-
distribuição, manuseamento e colocação de géneros ali- nico de ar de uma área contaminada para uma
mentícios à disposição do público consumidor. limpa, devendo os sistemas de ventilação ser
3 — Apenas se poderá considerar como alimento são construídos de forma a proporcionar um acesso
o que se encontre em condições próprias para o consumo fácil aos filtros e a outras partes que necessitem
humano, em termos de higiene. de limpeza ou de substituição;
d) Instalações adequadas para mudança de roupa
do pessoal, sempre que necessário para asse-
CAPÍTULO II gurar a segurança e salubridade dos géneros
alimentícios.
Instalações alimentares
5 — As instalações de manipulação dos alimentos
Artigo 3.o devem ter luz natural e ou artificial adequada.
Instalações alimentares permanentes
6 — As instalações de esgoto devem ser adequadas
ao fim a que se destinam e projectadas e construídas
1 — Ficam abrangidas pelo disposto no presente de forma a evitar o risco de contaminação dos géneros
artigo todas as instalações onde sejam preparados, trans- alimentícios.
formados, fabricados, embalados, armazenados, trans- Artigo 4.o
portados, distribuídos, manuseados ou vendidos os géne- Locais permanentes de preparação e fabrico
ros alimentícios com destino ao público consumidor.
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior: 1 — Ficam abrangidos pelo disposto no presente
artigo os locais onde são preparados, tratados ou trans-
a) As instalações amovíveis ou temporárias, tais formados os géneros alimentícios, nomeadamente as
como quiosques, tendas de mercado e veículos cozinhas.
para venda ambulante; 2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior:
b) As instalações utilizadas essencialmente como
habitação ou ocasionalmente para restauração; a) As salas de refeição;
c) As máquinas de venda automáticas. b) As instalações abrangidas pelo artigo anterior.

3 — Pela sua disposição relativa e pela sua concepção, 3 — Os pavimentos das instalações referidas no n.o 1
construção e dimensões, as instalações alimentares per- devem ser construídos com materiais impermeáveis, não
manentes devem permitir: absorventes, antiderrapantes, laváveis e não tóxicos, de
forma a permitir o escoamento adequado das super-
a) Uma limpeza e ou desinfecção adequadas; fícies, sempre que o mesmo seja necessário para asse-
b) A prevenção da acumulação de sujidade, o con- gurar a segurança e salubridade dos géneros alimen-
tacto com materiais tóxicos, a queda de par- tícios.
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4 — As paredes das referidas instalações devem ser b) Meios adequados para a lavagem e desinfecção
construídas com materiais impermeáveis não absorven- dos utensílios e equipamento de trabalho;
tes, laváveis e não tóxicos, e ser lisas até uma altura c) Meios adequados para a lavagem dos géneros
adequada às operações de limpeza. alimentícios;
5 — Os tectos, tectos falsos e outros equipamentos d) Um abastecimento adequado de água para con-
neles suspensos devem ser concebidos, construídos e sumo humano quente e fria;
acabados de modo a evitar a acumulação de sujidade, e) Instalações e equipamentos adequados de arma-
reduzir a condensação e o desenvolvimento de bolores zenamento e eliminação em condições higiéni-
indesejáveis e evitar o desprendimento de partículas, cas de substâncias perigosas ou não comestíveis,
outras substâncias ou objectos nocivos, nomeadamente quer sejam liquidas ou sólidas;
pedaços resultantes do rebentamento de lâmpadas, as f) Instalações e equipamentos apropriados para a
quais devem estar devidamente protegidas. manutenção e o controlo das temperaturas de
6 — As janelas e outras aberturas devem ser cons- conservação dos alimentos.
truídas de modo a evitar a acumulação de sujidade, estar
equipadas, sempre que necessário para assegurar a segu- 4 — As superfícies destinadas a contactar com os ali-
rança e salubridade dos géneros alimentícios, com redes mentos devem:
de protecção contra insectos, facilmente removíveis para a) Ser mantidas em boas condições;
limpeza, e permanecer fechadas durante a laboração, b) Poder ser facilmente limpas e, sempre que
quando da sua abertura resultar a contaminação dos necessário para assegurar a segurança e higiene
géneros alimentícios pelo ambiente exterior. dos géneros alimentícios, desinfectadas;
7 — As portas devem ser superfícies lisas e não c) Ser construídas em materiais lisos, laváveis e
absorventes. não tóxicos.
8 — As superfícies em contacto com os géneros ali-
mentícios, incluindo as dos equipamentos, devem ser 5 — Os géneros alimentícios devem ser colocados em
construídas em materiais lisos, laváveis e não tóxicos. locais que impeçam o risco de contaminação.
9 — Os pavimentos, as paredes e as portas devem
ser mantidos em boas condições e poder ser facilmente
CAPÍTULO III
lavados ou, sempre que necessário para assegurar a segu-
rança e salubridade dos géneros alimentícios, desin- Meios de transporte
fectados.
10 — Nos locais a que se refere o n.o 1 devem ainda Artigo 6.o
existir, sempre que necessário para assegurar a segu- Condições gerais
rança e salubridade dos géneros alimentícios:
1 — As caixas de carga dos veículos de transporte
a) Dispositivos adequados para a limpeza e desin- e os contentores utilizados para o transporte de géneros
fecção dos utensílios e dos equipamentos de tra- alimentícios devem ser mantidos limpos e em boas con-
balho, fáceis de limpar e constituídos por mate- dições, de forma a proteger os géneros alimentícios da
riais resistentes à corrosão e abastecidos de água contaminação, e, sempre que necessário para assegurar
potável quente e fria; a segurança e salubridade dos géneros alimentícios,
b) Dispositivos adequados para a lavagem dos ali- devem ser concebidos e construídos de forma a permitir
mentos, designadamente tinas, cubas ou outros uma limpeza e desinfecção adequadas.
equipamentos desse tipo, devidamente limpos 2 — As caixas de carga e os contentores não devem
e abastecidos de água potável quente e fria. ser utilizados para o transporte de quaisquer outras subs-
tâncias que não sejam géneros alimentícios, sempre que
Artigo 5.o disso possa resultar a sua contaminação.
Instalações amovíveis temporárias e de venda automática 3 — A colocação e protecção dos géneros alimentícios
dentro das caixas de carga e dos contentores deve reduzir
1 — Ficam sujeitas às condições previstas no presente ao mínimo o risco de contaminação.
artigo as instalações amovíveis, temporárias e de venda
automática, nomeadamente os veículos para venda Artigo 7.o
ambulante, as tendas de mercado, os quiosques, as ins-
talações utilizadas essencialmente como habitação, as Transporte a granel
instalações utilizadas ocasionalmente para restauração 1 — Os géneros alimentícios a granel no estado
e as máquinas de venda automáticas. líquido, sob a forma de grânulos ou em pó, devem ser
2 — As instalações referidas no número anterior transportados em caixas de carga ou contentores-cis-
devem estar localizadas, ser concebidas, construídas e ternas reservados ao transporte de géneros alimentícios.
mantidas limpas e em boas condições, de forma a evitar 2 — Os contentores devem ostentar uma referência
o risco de contaminação dos géneros alimentícios e a claramente visível e indelével, em língua portuguesa,
presença de animais nocivos. indicativa de que se destinam ao transporte de géneros
3 — Sempre que necessário para assegurar a segu- alimentícios, ou a menção «destinado exclusivamente
rança e salubridade dos géneros alimentícios devem a géneros alimentícios».
existir:
a) Instalações adequadas à manutenção de uma Artigo 8.o
higiene pessoal apropriada, incluindo as insta- Transporte de óleos e gorduras em navios
lações de lavagem e secagem higiénica das mãos,
instalações sanitárias em boas condições higié- 1 — É permitido o transporte a granel, em navios
nicas e vestiário; de mar, de óleos e gorduras líquidos destinados a trans-
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formação, para consumo humano ou susceptíveis de submetido a um processo de refinação completo e eficaz,
serem utilizados para esse fim, em reservatórios não desde que o mesmo não se destine a ser utilizado como
especificamente destinados ao transporte de géneros ali- género alimentício nem como ingrediente de géneros
mentícios, desde que sejam respeitadas as seguintes alimentícios.
condições: 2 — As caixas de carga ou os contentores-cisternas
referidos no número anterior ficam sujeitos às seguintes
a) No caso de os óleos ou gorduras serem trans- condições:
portados em reservatórios de aço inoxidável ou
em revestimento de resina epoxídica ou de um a) Previamente ao carregamento do açúcar bruto,
equivalente técnico, a carga imediatamente devem ser limpos com a eficiência necessária
anterior transportada no reservatório deve ter à remoção dos resíduos da carga anterior e de
sido um género alimentício ou uma substância quaisquer outras sujidades e submetidos a ins-
incluída na lista de cargas anteriores aceitáveis pecção, efectuada pelo agente económico do
anexa ao presente Regulamento; ramo alimentar responsável pelo transporte do
b) No caso de os óleos ou gorduras serem trans- açúcar bruto, para verificação da remoção dos
portados em reservatórios de material diferente mesmos;
do referido na alínea anterior, as três cargas b) A carga imediatamente anterior ao açúcar bruto
anteriores transportadas no reservatório devem não deve ter sido um líquido a granel.
ter sido géneros alimentícios ou substâncias
incluídas na lista de cargas anteriores aceitáveis Artigo 11.o
anexa ao presente Regulamento. Verificação do transporte do açúcar bruto

2 — É também permitido o transporte a granel, em 1 — O agente económico do ramo alimentar respon-


navios de mar, de óleos e gorduras líquidos não des- sável pelo transporte marítimo de açúcar bruto deve
tinados a transformação, para consumo humano ou sus- conservar os documentos que descrevam, rigorosamente
ceptíveis de serem utilizados para esse fim, em reser- e em pormenor, a carga imediatamente anterior da caixa
vatórios não especificamente destinados ao transporte de carga ou do contentor-cisterna em causa, bem como
de géneros alimentícios, desde que sejam respeitadas o tipo e a eficácia das operações de limpeza efectuadas
as seguintes condições: antes do transporte do referido açúcar bruto.
2 — Os documentos devem acompanhar a mercadoria
a) Os reservatórios devem ser de aço inoxidável em todas as fases do transporte para a refinaria, devendo
ou possuir revestimento de resina epoxídica ou a refinaria conservar cópias dos mesmos.
um equivalente técnico; e 3 — Naqueles documentos deve constar, de um modo
b) As três cargas anteriores transportadas no reser- claramente visível e indelével, num ou em mais idiomas
vatório devem ter sido géneros alimentícios. da Comunidade Europeia, a seguinte frase: «Produto
a submeter obrigatoriamente a um processo de refinação
Artigo 9.o antes de ser utilizado para consumo humano.»
4 — O agente económico do ramo alimentar respon-
Verificação das cargas anteriores nos navios sável pelo transporte do açúcar bruto ou pelo processo
1 — O comandante de um navio de mar que trans- de refinação deve, sempre que solicitado, facultar os
porte, em reservatórios, óleos ou gorduras líquidos des- documentos referidos nos números anteriores às auto-
ridades responsáveis pelo controlo oficial.
tinados ao consumo humano, ou que possam ser uti-
lizados para esse fim, deve ser portador de documentos
comprovativos da natureza das três cargas anteriores Artigo 12.o
efectuadas nos reservatórios em causa, bem como da Refinação do açúcar bruto
eficácia do processo de limpeza utilizado entre essas
cargas. 1 — O açúcar bruto que tiver sido transportado por
2 — Nos casos em que as cargas sejam objecto de via marítima em caixas de carga ou em contentores-
transbordo, o comandante do navio receptor deve ser -cisternas não reservados exclusivamente ao transporte
portador, além dos documentos referidos no número de géneros alimentícios é obrigatoriamente submetido
anterior, de documentos comprovativos de que o trans- a um processo de refinação completo e eficaz antes de
porte dos óleos ou gorduras líquidos a granel pelo navio poder ser considerado adequado para utilização como
de procedência foi efectuado em conformidade com o género alimentício ou como ingrediente de géneros
disposto no artigo anterior, bem como da eficácia do alimentícios.
processo de limpeza utilizado pelo navio de procedência 2 — Os agentes económicos do ramo alimentar res-
entre duas cargas. ponsáveis pelo transporte e pelo processo de refinação
3 — O comandante do navio deve apresentar às auto- devem considerar as operações de limpeza efectuadas
antes do carregamento do açúcar bruto como aspectos
ridades competentes de controlo, a pedido destas, os
determinantes — ponto «crítico» — para a segurança e
documentos referidos nos números anteriores.
salubridade do açúcar refinado, na acepção do artigo 3.o,
tendo, para o efeito, em conta a natureza da carga ante-
Artigo 10.o rior da caixa de carga ou do contentor-cisterna.
Transporte de açúcar bruto
Artigo 13.o
1 — É autorizado o transporte marítimo a granel, em Transporte de outras substâncias
caixas de carga ou em contentores-cisternas não uti-
lizados exclusivamente no transporte de géneros alimen- 1 — Sempre que as caixas de carga e os contentores
tícios, de açúcar bruto que não tenha sido previamente forem utilizados para o transporte de quaisquer outras
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substâncias que não sejam géneros alimentícios ou para 4 — Devem ser tomadas medidas adequadas para a
o transporte simultâneo de géneros alimentícios dife- remoção e armazenagem dos resíduos alimentares e
rentes, os produtos deverão, sempre que necessário para outros.
assegurar a segurança e salubridade dos géneros ali- 5 — Os locais de armazenagem dos resíduos devem
mentícios, ser devidamente separados para assegurar a ser concebidos e utilizados de modo a permitir boas
protecção contra o risco de contaminação. condições de limpeza e impedir o acesso de animais
2 — Sempre que as caixas de carga e os contentores e a contaminação dos alimentos, da água potável, dos
tiverem sido utilizados para o transporte de quaisquer equipamentos e das instalações.
outras substâncias que não sejam géneros alimentícios
ou para o transporte de géneros alimentícios diferentes,
dever-se-á proceder a uma limpeza adequada entre os Artigo 17.o
carregamentos, para evitar o risco de contaminação. Abastecimento de água

1 — A água utilizada no abastecimento deve corres-


Artigo 14.o ponder às características de qualidade da água para con-
sumo humano indicadas no anexo VI ao Decreto-Lei
Temperaturas nos transportes
n.o 236/98, de 1 de Agosto, ser suficiente e permitir
Sempre que necessário para assegurar a segurança uma utilização que garanta a não contaminação dos
e salubridade dos géneros alimentícios, as caixas de carga géneros alimentícios.
e os contentores utilizados para o transporte devem estar 2 — Sempre que necessário para assegurar a segu-
equipados de forma a manter os géneros alimentícios rança e salubridade dos géneros alimentícios, o gelo
a temperaturas adequadas e ser concebidos de forma deve ser fabricado a partir de água potável e em con-
a permitir que essas temperaturas sejam controladas. dições que previnam qualquer tipo de contaminação.
3 — O gelo deve ser fabricado, manipulado e arma-
zenado em condições que o protejam de qualquer tipo
CAPÍTULO IV de contaminação.
4 — O vapor utilizado em contacto directo com os
Equipamentos alimentos não deve conter substâncias que representem
um risco para a saúde ou possam contaminar o produto.
Artigo 15.o 5 — A água imprópria para consumo que for utilizada
para produção de vapor, refrigeração, combate a in-
Requisitos gerais
cêndios e outros fins semelhantes, não directamente
Todos os materiais, utensílios e equipamentos que relacionados com os alimentos, deve ser canalizada em
entrem em contacto com os alimentos devem ser man- sistemas separados, facilmente identificáveis e sem qual-
tidos limpos e ser: quer ligação nem possibilidade de refluxo para os sis-
temas de água potável.
a) Fabricados com materiais adequados e mantidos
em boas condições de arrumação e em bom
estado de conservação, de modo a reduzir ao CAPÍTULO VI
mínimo qualquer risco de contaminação dos ali-
mentos, permitir uma limpeza perfeita e, sempre Pessoal
que necessário para assegurar a segurança e
salubridade dos géneros alimentícios, a sua Artigo 18.o
desinfecção, excepto quanto aos recipientes e Higiene pessoal
embalagens não recuperáveis;
b) Instalados de modo a permitir a limpeza ade- 1 — Qualquer pessoa que trabalhe num local em que
quada da área circundante. sejam manipulados alimentos deve manter um elevado
grau de higiene pessoal, devendo, nomeadamente,
observar as regras de higiene aplicáveis fixadas em lei
CAPÍTULO V ou regulamento.
2 — O pessoal a que se refere o número anterior
Resíduos e abastecimento de água receberá vestuário adequado às tarefas a desempenhar,
que deve manter limpo e protegido, e abster-se de o
Artigo 16.o utilizar fora dos locais de trabalho.
Resíduos alimentares 3 — Qualquer pessoa que tenha contraído ou suspeite
ter contraído uma doença potencialmente transmissível
1 — Os resíduos alimentares ou outros não devem ou que apresente, por exemplo, feridas infectadas, infec-
ser acumulados em locais onde são manipulados ali- ções cutâneas, inflamações ou diarreia não poderá tra-
mentos, excepto na medida em que tal seja inevitável balhar em locais onde se manipulam alimentos ou em
para a execução adequada do trabalho. funções em que haja possibilidade de contaminar directa
2 — Os resíduos alimentares ou outros devem ser ou indirectamente os alimentos com microrganismos
depositados em contentores que possam ser fechados, patogénicos.
excepto se as empresas do sector alimentar demons- 4 — O pessoal referido no número anterior deverá
trarem à autoridade competente que os outros tipos dar conhecimento da situação aos superiores hierárqui-
de contentores utilizados são adequados. cos ou responsáveis pela empresa, devendo estes tomar
3 — Os contentores devem ser de fabrico adequado, as medidas adequadas e imediatas no sentido de evitar
mantidos em boas condições e permitir a fácil limpeza que o pessoal se mantenha ao serviço nos locais onde
e desinfecção. se manipulem géneros alimentícios.
7052 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 246 — 21-10-1999

Artigo 19.o paração, se este tipo de processamento não for utilizado,


até uma temperatura de que não resultem riscos para
Formação
a saúde.
As empresas do sector alimentar devem certificar-se Artigo 23.o
de que as pessoas que manuseiam alimentos sejam devi-
Armazenagem de substâncias perigosas
damente orientadas e esclarecidas e disponham de for-
mação em matéria de higiene adequada à sua actividade As substâncias perigosas ou não comestíveis,
profissional. incluindo os alimentos para animais, devem ser acom-
panhadas de uma indicação adequada e armazenadas
CAPÍTULO VII em recipientes ou contentores separados e fechados de
forma segura.
Géneros alimentícios

Artigo 20.o
Matérias-primas e ingredientes
MINISTÉRIO DA SAÚDE
1 — As empresas do sector alimentar não devem acei-
tar matérias-primas ou ingredientes cujo grau de con-
taminação por parasitas, microrganismos patogénicos ou Decreto-Lei n.o 426/99
substâncias tóxicas, substâncias em decomposição ou de 21 de Outubro
corpos estranhos se saiba ou se possa razoavelmente
suspeitar ser tal que, após processos normais de triagem A actividade hospitalar nos concelhos da Covilhã e
ou preparação ou transformação, higienicamente apli- do Fundão e nas zonas limítrofes carece de um suporte
cados pelas empresas do sector alimentar, continuem de instalações adequado e devidamente equipado, face
a ser impróprios para o consumo humano. às exigências hoje impostas por uma assistência de qua-
2 — As matérias-primas e ingredientes armazenados lidade e humanizada, no âmbito da satisfação do direito
no estabelecimento devem ser conservados em condi- à saúde dos cidadãos, constitucionalmente garantido
ções adequadas que evitem a sua deterioração e os pro- através do Serviço Nacional de Saúde.
tejam de contaminação. Nesse sentido foi construído um novo estabeleci-
mento hospitalar, com serviços de dimensão e diferen-
ciação técnica adequados à população abrangida, cuja
Artigo 21.o entrada em funcionamento se prevê para breve.
Alimentos
Torna-se, assim, necessário adoptar medidas que con-
tribuam para uma gestão mais racional, eficiente e eficaz
1 — Os alimentos que forem manipulados, armaze- dos equipamentos hospitalares existentes naquela área
nados, embalados, transportados e expostos devem ser geográfica, razão por que se cria um centro hospitalar
protegidos de qualquer contaminação que os torne que os passa a integrar e a gerir.
impróprios para o consumo humano ou perigosos para Assim:
a saúde e em condições que impeçam o seu consumo Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
impróprio ou perigoso. Constituição, o Governo decreta o seguinte:
2 — Os alimentos devem ser colocados e protegidos
de forma a reduzir ao mínimo qualquer risco de con- Artigo 1.o
taminação e ser instalados processos adequados para
controlo dos animais nocivos. Objecto
3 — Para além do disposto nos números anteriores,
É criado o Centro Hospitalar da Cova da Beira, pes-
os alimentos deverão ainda estar sujeitos às regras de
soa colectiva de direito público dotada de autonomia
higiene previstas na Portaria n.o 329/75, de 9 de Março.
administrativa e financeira e património próprio, nos
termos do artigo 1.o do Decreto-Lei n.o 284/99, de 26
Artigo 22.o de Julho, que integra o Hospital Distrital da Covilhã
e o Hospital Distrital do Fundão.
Modo de conservação

1 — As matérias-primas, os ingredientes e os produ- Artigo 2.o


tos intermédios e acabados susceptíveis de permitir o
crescimento de microrganismos patogénicos ou a for- Instalação
mação de toxinas devem ser conservados a temperaturas O Centro Hospitalar da Cova da Beira fica sujeito
de que não possam resultar riscos para a saúde. ao regime de instalação constante do Decreto-Lei
2 — Desde que tal não afecte a segurança dos ali- n.o 215/97, de 18 de Agosto, aplicando-se-lhe ainda o
mentos, são permitidos períodos limitados sem controlo disposto no Decreto-Lei n.o 284/99, de 26 de Julho, e
de temperatura sempre que for necessário para permitir o regime dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
as operações de preparação, transporte, armazenagem,
conservação e colocação à venda ou à disposição do
público consumidor. Artigo 3.o
3 — Quando se destinarem a ser conservados ou ser- Comissão instaladora
vidos frios, os géneros alimentícios devem ser arrefe-
cidos o mais rapidamente possível após a fase final de Compete à comissão instaladora a gestão do Centro
processamento pelo calor, ou após a fase final de pre- Hospitalar da Cova da Beira, a transferência dos serviços

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