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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI


TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS

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MATERIAL DE APOIO- N.º1: FISCAL E TRIBUTARIA – CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS


PROFESSOR: JOSE WILKE P. V. S. – TURMA: 6 PERIODO.
Tema: Introdução a Legislação Tributária e Impostos sobre Variações Cambiais Ativas e Passivas

1 – FISCALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA:

De início, deve-se salientar que a legislação tributária, observando o disposto no CTN, regulará, em caráter
geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das
autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação (art. 194 do CTN). Com efeito, o conceito de
legislação tributária deve ser compreendido de acordo com o art. 96 do CTN, abrangendo as leis, os tratados e as
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem sobre tributos e relações jurídicas a
eles pertinentes, sendo que essa legislação aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às
que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. Porém, em razão do princípio da legalidade tri
butária e da necessária observância das regras do CTN, ressalto que nem todas as normas sobre a competência e os
poderes das autoridades administrativas podem ser reguladas exclusivamente por normas infralegais (decretos e
normas complementares), tal como as normas referentes à quebra de sigilo fiscal e bancário, que dependem
previamente de lei. Por sua vez, para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais
excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos
comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los, segundo art.
195 do CTN. Destarte, o CTN afasta a possibilidade das pessoas físicas ou jurídicas invocarem normas contratuais, ou
até mesmo normas legais de direito civil ou empresarial, que não permitam ou limitem o direito do Fisco competente
de fiscalizar e examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos e papéis, ou que limitem a obrigação acessória do
sujeito passivo de exibir a regularidade dos seus livros ou documentos contábeis obrigatórios. O próprio Código Civil
de 2002 corrobora com o disposto no CTN, estabelecendo que as restrições estabelecidas ao exame da escrituração
contábil, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do
pagamento dos tributos (art. 193). Nesse rumo, estabelece o CTN que as autoridades administrativas federais poderão
requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou
desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária,
ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção (art. 200). Entretanto, ressaltamos que o
CTN não pode e nem exclui os direitos e garantias fundamentais estabelecidos no texto constitucional, tais como o
direito à intimidade e a vida privada (art. 5°, X), a inviolabilidade do domicílio (art. 5°, XI), o sigilo da
correspondência e das comunicações telegráficas (art. 5°, XII), o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão (art. 5°, XIII), dentre outros.
Nota-se também que há norma constitucional explícita dispondo que é facultada a administração tributária,
sobretudo para conferir efetividade ao princípio constitucional da capacidade contributiva, identificar o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, sempre respeitando os direitos individuais nos termos da lei
(art. 145, §1°). Neste mesmo tema, Luiz Martins de Oliveira dita o seguinte: “Não são absolutos os poderes de que se
acham investidos os órgãos e agentes da administração tributária, pois o Estado, em tema de tributação, inclusive em
matéria de fiscalização tributária, está sujeito à observância de um complexo de direitos e prerrogativas que assistem,
constitucionalmente, aos contribuintes e aos cidadãos em geral. Na realidade, os poderes do Estado encontram, nos
direitos e garantias individuais, limites intransponíveis, cujo desrespeito pode caracterizar ilícito
constitucional. A administração tributária, por isso mesmo, embora podendo muito, não pode tudo. É que, ao
Estado, é somente lícito atuar, ‘respeitados os direitos individuais e nos termos da lei’ (CF, art. 145, § 1º),
consideradas, sobretudo, e para esse específico efeito, as limitações jurídicas decorrentes do próprio sistema instituído
pela Lei Fundamental, cuja eficácia – que prepondera sobre todos os órgãos e agentes fazendários – restringe-lhes o
alcance do poder de que se acham investidos, especialmente quando exercido em face do contribuinte e dos cidadãos
da República, que são titulares de garantias impregnadas de estatura constitucional e que, por tal razão, não podem ser
transgredidas por aqueles que exercem a autoridade em nome do Estado” (HC 82.788).
Neste sentido, o STF tem fixado relevantes interpretações e balizas restritivas para a atuação legítima e
eficiente da administração tributária no exercício da sua essencial função de fiscalização tributária, a saber:

Campus I e Reitoria: Rua da Glória, nº 187 - Centro / CEP: 39100-000 Diamantina-MG-Brasil / PABX: (38) 3531-1811
Campus II: Rodovia MGT 367, km 583, nº 5000 - Alto da Jacuba / CEP: 39100-000 Diamantina-MG-Brasil / PABX: (38) 3532-1200
Campus Avançado do Mucuri: Av. Dr. Luiz Boali Porto Salman, s/nº - Ipiranga / CEP: 39801-000 Teófilo Otoni-MG-Brasil / PABX: (33) 3522-6037
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(i) Inadmissibilidade de apreensão de livros contábeis e documentos fiscais realizada, em escritório de contabilidade,
por agentes fazendários e policiais federais, sem mandado judicial e sem consentimento do sujeito passivo da
relação tributária, em razão da proteção constitucional da inviolabilidade domiciliar (HC 93.050/RJ, junho/08).

(ii) “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária, quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos
pontos objeto da investigação” (Súmula 439 do STF).

(iii) “É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo” (Súmula 70 do
STF); “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos” (Súmula 323 do
STF); “Ao contribuinte em débito, não é lícito à autoridade proibir que adquira estampilhas, despache mercadorias nas
alfândegas e exerça suas atividades profissionais” (Súmula 547 do STF); Estas súmulas proíbem e consideram
inconstitucionais as denominadas sanções políticas na seara tributária. Este tipo de sanção é um meio coercitivo
indireto de cobrança do tributo utilizado pela administração tributária, que não observa o princípio constitucional do
devido processo legal (art. 5º, LIV).

(iv) É inconstitucional a obrigação de comprovação de regularidade fiscal na hipótese de transferência de domicílio


para o exterior e a vinculação do registro ou arquivamento de contrato social e atos similares à quitação de créditos
tributários. Estas medidas são sanções políticas e ofendem ao direito ao exercício de atividades econômicas e
profissionais lícitas (CF, art. 170, parágrafo único), ao substantive due process of law (devido processo legal
substantivo), em razão da falta de proporcionalidade e razoabilidade de medidas gravosas que se predispõem a
substituir os mecanismos de cobrança de créditos tributários, bem como ao devido processo legal formal, manifestado
na garantia de acesso aos órgãos do Executivo ou do Judiciário tanto para controle da validade dos créditos tributários
quanto para controle do próprio ato que culmina neste tipo de restrição (ADI 173/DF e ADI 394/DF, setembro/08).

(v) Não ofende aos Enunciados 70, 323 e 547 da Súmula do STF e também não afronta a garantia fundamental do
livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão (art. 5º, XIII, da CF/88), a apreensão de mercadorias
desacompanhadas de documentação fiscal idônea e sua retenção até a comprovação da legitimidade da posse
pelo proprietário, uma vez que, neste caso, não se trata de coação para fins de pagamento de valores ao Fisco, mas
sim de atribuição inerente a fiscalização do cumprimento da legislação tributária, sendo considerada uma atuação
constitucional da administração tributária e medida legítima no exercício do poder de polícia tributário (ADI 395/SP,
maio de 2007).

Nesse ínterim, deve-se dizer que a atividade de fiscalização tributária deve ser documentada, obedecendo ao
princípio documental. Esta atividade também não pode ser realizada por prazo indefinido ou por prazo desarrazoado,
devendo existir início, meio e fim. Assim, a autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências
de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação
aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas (CTN, art. 196). Os termos do procedimento de
fiscalização tributária serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em
separado deles se entregará cópia autenticada à pessoa sujeita à fiscalização, de acordo com o parágrafo único do art.
196 do CTN. Com efeito, no âmbito federal, segundo a Portaria n° 11.371, de 12 de Dezembro de 2007, os
procedimentos fiscais serão executados, em nome da Receita Federal do Brasil (RFB), pelos Auditores-Fiscais da
Receita Federal do Brasil (AFRFB) e instaurados mediante Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Entende-se por
procedimento fiscal:
a) de fiscalização, as ações que objetivam a verificação do cumprimento das obrigações tributárias, por parte
do sujeito passivo, relativas aos tributos administrados pela RFB, bem como da correta aplicação da legislação do
comércio exterior, podendo resultar em constituição de crédito tributário, apreensão de mercadorias, representações
fiscais, aplicação de sanções administrativas ou exigências de direitos comerciais;
b) de diligência, as ações destinadas a coletar informações ou outros elementos de interesse da administração
tributária, inclusive para atender exigência de instrução processual. Atualmente, em relação aos tributos federais, o
termo de fiscalização tributária é emitido exclusivamente em forma eletrônica e assinado pela autoridade
administrativa, mediante a utilização de certificado digital válido. A ciência pelo sujeito passivo deste termo de
fiscalização dar-se-á por intermédio da Internet, no endereço eletrônico www.receita.fazenda.gov.br, com a utilização

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de código de acesso consignado no termo que formalizar o início do procedimento fiscal. O início do procedimento
fiscal delineia os contornos jurídicos de dois importantes institutos do direito tributário, que são a exclusão da
possibilidade da denúncia espontânea e a antecipação do início do prazo decadencial. O parágrafo único do art. 138 do
CTN, dispõe que não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento
administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. E o parágrafo único do art. 173 do mesmo
Código estabelece que o direito de constituir o crédito tributário extingue-se definitivamente com o decurso do prazo
de cinco anos, contados da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao
sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Segundo o art. 7º, do decreto
70.235/72, o procedimento fiscal tem início com: (i) o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor
competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; (ii) a apreensão de mercadorias,
documentos ou livros; (iii) o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. Por outro lado, realçamos que
os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados deverão
ser conservados pelo sujeito passivo da relação tributária até que ocorra a prescrição dos créditos tributários
decorrentes das operações a que se refiram, de acordo com o parágrafo único do art. 195 do CTN.

2 – VÁRIAÇÕES CAMBIAIS

As variações monetárias são os ajustes efetuados nos valores de direitos e/ou obrigações decorrentes da
atualização de seu valor em função de índices, coeficientes ou ainda pela taxa de câmbio, por disposição legal ou
contratual. Podem ser classificadas como despesas ou receitas financeiras de acordo com legislação do Imposto de
Renda. Em uma economia em que a moeda nacional sempre se desvaloriza em relação á moeda estrangeira, a
atualização das obrigações de uma empresa por determinada taxa de cambio gera sempre uma despesa com variação
cambial, (variação cambial passiva), já atualização de um direito gera, sempre, uma receita com variação cambial,
chamada aqui como variação cambial ativa. O mesmo não ocorre quando a taxa de cambio é flutuante, ou seja,
quando a cotação da moeda estrangeira se modifica em função da procura e oferta. Se a moeda nacional se valorizar
frente a moeda estrangeira, a atualização das obrigações da empresa em virtude da alteração da taxa de cambio
acarretará o reconhecimento de uma variação ativa e a atualização dos direitos como uma variação passiva. Para
exemplificar, considere a empresa ACVS S/A que contraiu um empréstimo no valor de US$ 500.000,00 (quinhentos
mil dólares americanos), quando US$ 1,00 equivalia R$ 0,90. Quando do encerramento do primeiro mês após a
obtenção do empréstimo, a cotação era de R$ 1,00 por US$ 1,00. Os lançamentos contábeis seriam:

CAIXA VALOR R$ TOTAL


a EMPRES. S/MOEDA ESTRANG. 450.000 450.000
COTAÇÃO 500.000 X 0,90 450.000

Quando do encerramento do mês, é necessário proceder a atualização do valor do empréstimo. Como a cotação vale
R$ 1,00, o empréstimo atualizado é no valor de R$ 500.000,00, devendo ser feita atualização de R$ 50.000,00:

VARIAÇÃO CAMBIAL PASSIVA VALOR R$ TOTAL


a EMPRES. S/MOEDA ESTRANG. 50.000 50.000
COTAÇÃO 500.000 X 1,00 500.000

Considerando agora que no final do segundo mês a cotação fosse de R$ 0,95 para US$ 1,00, ao proceder a atualização
da obrigação, o lançamento contábil será:
VALOR R$ TOTAL
EMPRES. S/MOED. ESTRANG.
a VARIAÇÃO CAMBIAL ATIVA 25.000 25.000
COTAÇÃO 500.000 X 0,95 475.000

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2.1 – IMPOSTOS SOBRE OPERAÇÕES CAMBIAIS

No Brasil, em Janeiro de 1999, ocorreu uma enorme mudança na política cambial, passando a cotação da
moeda estrangeira flutuar em função da oferta e procura, neste mesmo ano a legislação tributaria federal alterou a
base de calculo das Contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP) e para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). A partir de
01/02/1999 a base de calculo dessas contribuições passou a ser o Faturamento, assim entendido o total das receitas
auferidas pela empresa, independente da denominação adotada, conforme arts. 2° e 3°, e seu § 1°, da Lei n° 9.718/98,
atualizada por lei complementar e dita o seguinte:

“Art. 2° - As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão
calculados com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta lei.
Art. 3° - O faturamento que se refere o artigo anterior corresponde á receita bruta da pessoa jurídica.
§ 1° - Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo
de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”.

Esta mesma lei, em seu art. 9°, determinou que as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações em
função da taxa de cambio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual sejam
consideradas como receitas ou despesas financeiras, vejamos a transcrição do artigo:

“Art. 9° - As variações monetárias dos direitos de credito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de
cambio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual, serão consideradas, para efeitos
da legislação do imposto de renda, da contribuição social sobre o lucro liquido, da contribuição PIS/PASEP e da
COFINS, como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso”.

Nesta nova configuração, mês a mês, as empresas, quando da atualização de seus direitos ou obrigações em função da
taxa de cambio, passaram a pagar PIS/PASEP e COFINS sobre as variações cambiais ativas, sem poder abater as
eventuais despesas decorrentes de atualizações anteriores por falta de previsão legal, uma vez que a base de calculo
das contribuições é o faturamento, ou seja, o total das receitas, só sendo permitida a exclusão de algumas despesas.
Este fato gerou uma enorme insatisfação por determinar a tributação de ganhos que poderiam nunca se realizar,
bastando que a partir do mês seguinte apurasse despesas com variação cambial sobre os mesmos direitos e obrigações.
Esses mesmos fatos não influenciavam as bases de cálculos do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro
liquido, uma vez que as despesas são dedutíveis e as receitas tributáveis. Para minimizar os efeitos desta nova
legislação (PIS/PASEP e COFINS) foi editada a Medida Provisória n° 1.856-10, 26 de outubro de 1999 (foi reeditada
sendo hoje o n°2.158-35), determinando o regime de Caixa para a tributação das variações monetárias em função da
taxa de cambio, desde que adotado este regime para o PIS/PASEP, a COFINS, o IRPJ e a CSSLL durante todo ano
calendário. Assim, a partir de 01/01/2000, as variações cambiais monetárias dos direitos de credito e das obrigações
em função da taxa de cambio são consideradas, para fins fiscais pelo regime de Caixa ou, por opção, pelo regime de
Competência. O regime de Caixa significa reconhecer as variações quando da liquidação dos direitos e obrigações. Se
a empresa adota o regime de Competência em sua contabilidade e quiser adotar e quiser adotar o regime de Caixa para
o pagamento dos impostos devidos na variação cambial, deverá, solicitar alteração junto a RFB e adotar controles
externos à contabilidade, indicando os valores que devam ser excluídos ou adicionados nas diversas bases de cálculo.
Cabe observar que a partir de 01 de agosto de 2004, as Receitas Financeiras (as variações cambiais são consideras
como receitas financeiras) deixam de ser tributadas pelo PIS/PASEP Não-Cumulativo e pela COFINS Não-
Cumulativa. Verificando o exemplo anterior, vamos efetuar algumas considerações, a primeira que o empréstimo fora
quitado no terceiro mês e que, o dólar americano estava cotado à R$ 0,95, e a empresa adotou o regime de Caixa para
o reconhecimento das varias cambiais, deve-se neste caso analisar a situação mês a mês:

Primeiro Mês:
1) Base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido – Adição no valor de
R$ 50.000,00, uma vez que a atualização da obrigação gerou uma despesa com variação cambial.

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2) Base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS – Nenhum ajuste de ser efetuado, uma vez que a base de calculo
é o Faturamento e a atualização da obrigação não gerou o reconhecimento de qualquer valor a titulo da
receita. Porém, cabe ressaltar que, por sua vez a despesa gerada irá deduzir do Lucro Bruto, ou seja, sobre o
Faturamento, isso, irá reduzir a carga tributária, claro, se houvesse a liquidação da operação.

Segundo Mês:
1) Base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido – Exclusão no valor de
R$ 25.000,00; uma vez que a atualização da obrigação gerou uma receita com variação cambial. Como não
houve a liquidação da operação, não haverá reconhecimento para fins fiscais.
2) Base de cálculo PIS/PASEP e da COFINS – Deve ser efetuada uma exclusão no valor de R$ 25.000,00, uma
vez que houve o reconhecimento de uma receita e esta deveria entrar na base de calculo das contribuições.
Porém, como a empresa optou pelo regime de Caixa e não houve a liquidação da operação, não será obrigada
neste momento incluir tal receita na base de calculo das incidências dos impostos.

Terceiro Mês:
Neste mês ocorreu a liquidação do empréstimo e deve-se verificar os efeitos fiscais da operação. Para simplificar o
entendimento é suficiente determinar qual era o valor da operação ao inicio e ao final. Como o empréstimo foi obtido
quando a cotação da moeda estrangeira era R$ 0,90 e no encerramento era 0,95, constata-se que a obrigação passou de
R$ 450.000,00 para 475.000,00, ocasionando uma perda de R$ 25.000,00. Sendo assim, os ajustes a serem realizados
nas bases de cálculo dos impostos e das contribuições são as seguintes:
1) Base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido – Exclusão no valor de
R$ 25.000,00, uma vez que a atualização da obrigação, considerando o inicio e o final do empréstimo, gerou
uma perda com variação cambial, e esta perda não foi considerada para fins fiscais, em função das exclusões e
adições efetuadas nos meses anteriores.
2) Base de cálculo PIS/PASEP e da COFINS – Nenhum ajuste deve ser efetuado, uma vez que a base de calculo
é o faturamento e a atualização da obrigação não gerou o reconhecimento de qualquer valor a titulo de receita.

TRABALHO – 10 PONTOS

QUESTÃO 1.

Os empresários Julio Cesar e Luiz Fabiano decidiram abrir uma empresa, que revende mercadorias e também efetua
fabricação de peças para maquinários pesados, então, alugaram um deposito, compraram imobilizado, estoque para
revenda e estoque de matéria-prima, com isso, os sócios criaram a empresa Industria de Solda e Maquinas Ltda. Os
lançamentos contábeis foram os seguintes:

1) Subscrição de Capital no valor de R$ 2.000.000,00, integralizando 70% para constituição do Caixa da


Empresa.
2) Compra de Maquinas de Produção – pelo valor de R$ 500.000,00, com ICMS 12% e IPI de 8% - a prazo.
3) Compra de Estoque para Revenda – pelo valor de R$ 150.000,00, com ICMS de 18% e IPI de 10%, a
operação foi a vista.
4) Compra de Estoque de Matéria-Prima – pelo valor de R$ 200.000,00, com ICMS de 18% e IPI de 10%, dando
entrada de 50% e o resto para o exercício fiscal seguinte.
5) Contratou 25 empregados, provisionando a Folha de Pagamento – Valor de R$ 150.000,00, com IRRF –
Funcionário a base de 15%, com INSS – Funcionário a base de 8% e Contribuição Patronal a base de 20%
sobre a Folha.
6) Venda de 50% do Estoque de Revenda – pelo valor de R$ 250.000,00, com incidência dos impostos sobre
venda, a operação foi efetuada a vista.
7) Integralização do restante subscrito no Item 1.

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8) Venda de 30% do Estoque de Revenda – pelo valor de R$ 150.000,00, recebendo 70% da operação à vista e o
restante para o exercício fiscal seguinte, com incidência dos impostos sobre venda.
9) Venda de 40% do Estoque Matéria-Prima – Custo da Produção (R$ 12.000,00) – Valor da venda por R$
450.000,00; a operação foi realizada à vista.
10) Transferência de 30% do Caixa para Constituição de conta bancaria no Banco do Brasil S/A.
11) Pagamento de Água, Luz, Telefone por R$ 13.000,00 – a vista.
12) Pagamento de Aluguel da Fabrica por R$ 5.500,00 – a vista.
13) Pagamento Despesas Administrativas Diversas por R$ 3.500,00.
14) Observações: A empresa é contribuinte do IPI – Sobre o Faturamento houve incidência de PIS/PASEP a base
de 1,65% e da COFINS a base de 7,6%.
15) A empresa Constitui Reserva Legal.
16) A empresa foi Tributada com IRRF-PJ a base de 12% e CSSLL a base de 5%.

 Efetue os Lançamentos Contábeis, extraia a D.R.E e o Balanço Patrimonial, Apure o impacto dos impostos
sobr5e a empresa (todos) indicando o quanto tal tributação influencia na vida útil da empresa.

QUESTÃO 2.

(FCC/Fiscal de Rendas/SP/2009) Na realização de atividade fiscalizatória, os agentes fiscais podem entrar nos
estabelecimentos dos contribuintes. Sobre o procedimento de fiscalização é correto afirmar que:

a) não se aplicam os princípios da inviolabilidade do domicílio, do direito à intimidade e do sigilo da correspondência,


tendo em vista o poder de polícia conferido à administração tributária.

b) existem restrições, pois o contribuinte não está obrigado a exibir livros contábeis ou fiscais obrigatórios, visto que a
Constituição Federal lhe garante o direito à intimidade.

c) realiza-se informalmente e não precisa ser documentado.

d) deverá ser documentado por meio de termos específicos lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais
exibidos ou, quando lavrados em separado, o sujeito passivo deverá ficar com cópia autenticada.

e) é possível ao sujeito passivo até a sua conclusão, se valer da denúncia espontânea em relação às infrações
praticadas, beneficiando-se do pagamento sem imposição de multas.

QUESTÃO 3.

(FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2009) Em relação à fiscalização tributária, analise as afirmativas a seguir:

I. Determina o código tributário nacional que a autoridade administrativa que presidir quaisquer diligências de
fiscalização deverá, preferencialmente, lavrar termo autônomo de início do respectivo procedimento, cuja cópia será
entregue ao sujeito fiscalizado; caso haja recusa de recebimento do aludido termo pelo contribuinte, o início da ação
fiscal há de ser certificado em um dos livros fiscais a serem exibidos na forma da legislação.

II. Somente antes do início de qualquer procedimento de fiscalização é possível ao contribuinte se socorrer do
benefício da denúncia espontânea, afastando-se a responsabilidade por infrações à legislação tributária, desde que haja

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o pagamento integral do tributo devido acrescido dos juros de mora.

III. O artigo 195 do CTN reza que “para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições
legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos
comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los”. Com base
nesse dispositivo, o Supremo Tribunal Federal editou súmula de modo a consolidar o entendimento de que se sujeitam
à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, ilimitadamente, independentemente dos pontos
objeto da investigação. Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Nas questões fechadas justifique as suas respostas com base no CTN e/ou CF ou livros de Apoio indicados em sala de
aula.

"A inteligência é quase inútil para quem não tem outras qualidades." (Alexis Carrel )

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