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INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA QUENTE

3.1. PRINCÍPIOS GERAIS PARA ÁGUA QUENTE

As instalações prediais de águas quente são regidos pela NBR 7198/82 da ABNT que fixa as
exigências técnicas mínimas para criar um ambiente de maior conforto aos usuários.
O uso da águas quente é comum em quase todas as atividades humanas e as instalações
hidráulicas para a sua condução ser específicas para indústrias, hospitais, hotéis, motéis e residências.
A demanda de água quente e instalações hidráulicas industriais não serão abordadas neste manual.

As temperaturas mais usuais da água quente, são as seguintes:

- uso pessoal em banhos ......................................................................................... 35 a 50°C


- em cozinhas (gorduras) ......................................................................................... 60 a 75°C
- lavanderias ........................................................................................................ 75 a 80°C
- finalidades hospitalares .................................................................................. 100° ou mais.

Para reduzir as perdas de calor no sistema de distribuição de água quente, costuma-se envolver
as tubulações com materiais isolante, tais como: lã de vidro amianto em pó ou cortiça moída, mistura
com leite de cal; vermiculita; etc.
Já existem tubos e conexões de materiais com propriedades termoplásticas que isolantes
térmicos. Tais produtos dispensam o revestimento utilizado com a finalidade de diminuir a perda de
calor; porém alguns fabricantes recomendam envolver as tubulações para minimizar os efeitos da
dilatação térmica.

3.2. TIPOS DE SISTEMAS DE AQUECIMENTO

O sistema de aquecimento poderá ser:

a) Individual
O sistema de aquecimento é individual quando alimenta uma única peça de utilização.
Ex.: chuveiro, torneiras.
b) Central Privado
O sistema de aquecimento é central privado, quando alimenta várias peças de utilização de um
único domicílio. Ex.: aquecedor de acumulação.
c) Central Coletivo
O sistema de aquecimento é central coletivo, quando alimenta peças de utilização de vários
domicílios.

3.3. CONSUMO PREDIAL

A NBR 7198/82 dita as bases para se determinar o consumo predial. Conhecida a população da
edificação, calcula-se o consumo predial através da tabela 3.1.
Tabela 3.1
ESTIMATIVA DE CONSUMO DE ÁGUA QUENTE

PRÉDIO CONSUMO LITROS/DIA


Alojamento provisório de obra 24 por pessoa
Casa popular ou rural 36 por pessoa
Residência 45 por pessoa
Apartamento 60 por pessoa
Quartel 45 por pessoa
Escola (internato) 45 por pessoa
Hotel (sem incluir cozinha e lavandeira) 36 por hóspede
Hospital 125 por leito
Restaurantes e similares 12 por refeição
Lavanderia 15 por de roupa seca

3.4. CONDUÇÃO DE ÁGUA QUENTE

3.4.1. QUANTO À PRESSÃO MÁXIMA E MÍNIMA

A pressão estática máxima para as peças de utilização e para os aquecedores é de 400 Kpa
(40,00 m H2O).
As pressões mínimas nas torneiras e chuveiros são 10 Kpa e 5 Kpa (1,00 m H2O e 0,50 m
H2O), respectivamente.

3.4.2. QUANTO AS VAZÕES E VELOCIDADES MÁXIMAS DE FLUXO

A tabela 3.2 fornece as vazões e velocidades máxima em 4,00 m/s e o projeto de revisão adota
o valor máximo de 2,50 m/s.

3.4.3. QUANTO ÀS PERDAS DE CARGA

O cálculo das perdas de carga é idêntica ao do item 2.6.5, de água fria.

3.4.4. QUANTO Á VAZÃO E DIÂMETRO MÍNIMOS

a) Vazão Mínima
A NBR 7198/82 fornece a vazão mínima das peças de utilização, conforme a tabela 3.3 para
que elas tenham um perfeito desempenho.

b) Diâmetro Mínimo
A NBR 7198/82 recomenda também que os diâmetros mínimos das tubulações não sejam
inferiores aos da tabela 3.4.
Tabela 3.2
VELOCIDADES E VAZÕES MÁXIMAS PARA ÁGUA QUENTE

DIÂMETRO NOMINAL VELOCIDADES VAZÕES


MÁXIMAS MÁXIMAS
DN (DIÂMETRO NOMINAL) REFERÊNCIA
(mm) (Polegada) m/s l/s
15 1/2 1,60 0,20
20 3/4 1,95 0,55
25 1 2,25 1,15
32 11/4 2,50 2,00
40 1 1/2 2,75 3,10
50 2 3,15 6,40
65 2 /12 3,55 11,20
80 3 3,85 17,60
100 4 4,00 32,50

Tabela 3.3
VAZÃO MÍNIMA E PESO DAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO

PEÇAS DE UTILIZAÇÃO VAZÃO l/s PESO


Banheira 0,30 1,0
Bidê 0,06 0,1
Chuveiro 0,12 0,5
Lavatório 0,12 0,5
Pia de cozinha 0,25 0,7
Pia de despejo 0,30 1,0
Lavadora de roupa 0,30 1,0

Tabela 3.4
DIÂMETRO MÍNIMO DOS SUB-RAMAIS

PEÇAS DE UTILIZAÇÃO DIÂMETRO (mm)


Banheira 15
Bidê 15
Chuveiro 15
Lavatório 15
Pia de cozinha 15
Pia de despejo 20
Lavadora de roupa 20

3.5. DIMENSIONAMENTO PARA A DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA QURNTE

O dimensionamento para distribuição da água quente segue o mesmo raciocínio empregado


para a água fria, porem fazendo as devidas alterações quanto ao consumo, conforme a NBR
7198/82.
3.5.1. SUB-RAMAIS

A NBR 7198/82 recomenda os diâmetros mínimos para os sub-ramais conforme a tabela 3.4.

3.5.2. RAMAIS DE ALIMENTAÇÃO

A NBR 7198/82 recomenda o sistema de funcionamento máximo provável das peças de


utilização. Em casos especiais poderá ser usado o sistema máximo possível.
O dimensionamento dos ramais de alimentação de água quente, pelo sistema máximo provável
é feito conforme o item 2.9 de água fria.

3.5.3. COLUNAS DE DISTRIBUIÇÃO

Quando sistema de aquecimento utilizado for do tipo central coletivo a distribuição da água
quente se faz pelas colunas e deve ser ascendente; descendente ou mista. O sistema pode ser projeto
com sentido unidirecional de fluxo da água ou com o retorno da mesma. O retorno pode ser feito com
ou sem bombeamento independente do tipo de sistema de distribuição de água quente adotado, a
alimentação com água fria do sistema de aquecimento deve ser totalmente separada da tubulação que
distribui água fria para a edificação. Deve ser colocada uma válvula de retenção junto a saída do
reservatório de água fria para evitar o acesso de água quente neste. O diâmetro da coluna deve ser
calculado pelo sistema provável.

3.6. PRODUÇÃO DE ÁGUA QUENTE

A produção de água quente se dá pela transferência de calorias de uma fonte de calor para que a
água alcance a temperatura desejada. Estas calorias poderão ser obtidas através de diversas fontes de
energia térmica, dentre as quais temos:

- combustíveis sólidos, líquidos e gasosos;


- energia elétrica;
- energia solar;
- vapor.

3.6.1. ELETRICIDADE E GÁS

Os aquecedores de água residências normalmente utilizam eletricidade ou gás como fonte de


energia térmica. Podem ser de dois tipos:

a) de passagem contínua da água, que são os aquecedores individuais ou central privado.

b) de acumulação, aparelho no qual a água acumulada é aquecida. É constituído de dois


reservatórios: um interno, de aço ou cobre, no qual a água é acumulada e aquecida; outro
externo, de aço, criando assim uma camada de ar entre os dois tambores, necessário para
isolação térmica do sistema. Os aquecedores são fabricados para atender a baixa pressão de
serviço, 20Kpa (2 m H2O) e alta pressão, acima de 20Kpa (2 m H2O).

A tabela 3.5 é utilizada para o dimensionamento dos aquecedores de acumulação. A figura 3.5
ilustra um aquecedor de acumulação e a figura 3.3 mostra um isométrico utilizando aquecedor de
acumulação.
Tabela 3.5

DIMENSIONAMENTO INDICADO PARA AQUECEDORES ELÉTRICOS DE


ACUMULAÇÃO

CONSUMO DIÁRIO CAPACIDADE DO POTÊNCIA


A 70°c AQUECIMENTO (LITROS) (kw)
60 50 0,75
95 75 0,75
130 100 1,0
200 125 1,25
260 200 1,50
330 250 2,5
430 300 2,5
570 400 3,0
700 500 4,0
850 600 4,5
1.150 750 5,5
1.500 1.000 7,0
1.900 1.250 8,5
2,300 1.500 10,0
2,900 1.750 12,0
3.300 2.000 14,0
4.200 2.500 17,0
5.000 3.000 20,0
Figura 3.2
AQUECEDOR DE ACUMULAÇÃO
Figura 3.3

BANHEIRO COM AQUECEDOR DE ACUMULULAÇÃO


c) ISOMÉTRICO

EXEMPLO 3.1

Determinar o volume de um aquecedor de acumulação par atender a uma residência com 5


pessoas.

Resolução:
Da tabela 3.1 tem-se que o consumo “per capita” é de 45 litros/dia.
O consumo diário será: 5 x 45 = 225 litros.
Na tabela 3. 5 verifica-se que o aquecedor deverá ter capacidade para 200 litros.
EXEMPLO 3.2

Calcular o volume do reservatório de água quente para um sistema de aquecimento solar de


edifício residencial, com oito apartamentos de dois quartos e dependência de empregada.
Resolução:

Da tabela 3.1 consumo “per capita” = 45 litros.


População de o prédio: o procedimento é análogo ao de água fria, então teremos: 2 pessoas por
quarto mais uma empregada, por apartamento.
População do prédio: 5 x 8 = 40 pessoas.
Volume do reservatório:
40 pessoas x 45 litros/pessoa = 1800 litros

EXEMPLO 3.3

Determinar o volume do reservatório de água quente do sistema de aquecimento solar, para


atender a um hospital com cinqüenta litros.

Resolução:
Da tabela 3.1 125 litros por leito
Volume do reservatório:
50 (leito) x 125 (litros/leito = 6250 litros.

3.6.2. ENERGIA SOLAR

O aquecimento da água utilizando a energia solar é um processo muito econômico de se obter


maior conforto nas residências. Apenas o investimento inicial do sistema pode ser considerado
elevado, mas não o é, e a manutenção é praticamente inexistente e a fonte de energia é considerado
inesgotável. Não produz qualquer forma de poluição ambiental. O sistema de aquecimento solar sofre
interferências das variações meteorológicas. Em dias de chuvas ou mesmo nublados a eficiência do
sistema é bastante reduzida, sendo necessário a utilização de um sistema misto, com energia solar e
elétrica, por exemplo.

O sistema de aquecimento da água através da energia solar consta de:

a) Coletor solar
b) Reservatório de água quente
c) Distribuição

A figura 3.4 ilustra de forma esquemática uma instalação de aquecimento solar. As placas
deverão ser direcionadas para o norte a fim de obter melhor exposição ao sol. A inclinação do coletor
solar para a cidade de Belo Horizonte é da ordem de 30°a 35°. A tabela 3.6 indica as inclinações
recomendáveis para algumas cidades brasileiras.

Tabela 3.6

INCLINAÇÃO DOS COLÇETORES SOLARES EM RELAÇÃO À HORIZONTAL

LUGAR LATITUDE α (RECOMENDADO)


Belém 2°S 12° à 17º
Manaus 3°S 13° à 18º
Fortaleza 4°S 14° à 19º
Recife 8°S 18° à 23º
Salvador 13°S 23° à 28º
Brasília 16°S 26° à 31º
Belo Horizonte 20°S 30° à 35º
Rio de Janeiro 23°S 33° à 38º
Campinas 23°S 33° à 38º
São Paulo 23°S 33° à 38º
Curitiba 26°S 36° à 41º
Porto Alegre 30°S 40° à 45º

LEGENDA:

1. RESERVATÓRIO DE ÁGUA FRIA


2. ALIMENTAÇÃO DO AQUECEDOR
3. VÁLVULA DE ALÍVIO OU SEGURANÇA
4. DRENO DO AQUECEDOR
5. RESERVATÓRIO DE ÁGUA QUENTE
6. COLETORES SOLARES
7. RETORNO DOS COLETORES
8. ALIMENTAÇÃO DOS COLETORES
9. ALIMENTAÇÃO DE ÁGUA QUENTE AOS PONTOS DE CONSUMO
10. ALIMENETAÇÃO DE ÁGUA FRIA AOS PONTOS DE CONSUMO
11. DRENO DOS COLETORES
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUAS PLUVIAIS

5.1. PRINCÍPIOS GERAIS PARA ÁGUA PLUVIAIS

O esgotamento das águas pluviais deverá ser projetado e executado de maneira tal que permita
a rápida coleta e escoamento das águas para córregos, rios, lagos ou oceanos, a fim de evitar
inundações em edificações e logradouros públicos.
A Norma que rege as instalações prediais de águas pluviais é a NB 611/81 da ABNT que
estabelece as seguintes prescrições básicas:
- uso exclusivo para recolhimento e condução de água pluvial, não sendo permitida
qualquer interligações com outras instalações prediais.
- Permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da tubulação;
- inclinação mínima de 0,5% nas superfícies horizontais das lajes, a fim de garantir o
escoamento águas pluviais até os pontos previstos de drenagem;
- As calhas e condutores horizontais deverão ter declividade uniforme, com valor mínimo
de 0,5%;
- os condutores verticais devem ser projetados, sempre que possível, em uma só prumada.
Os desvios são permitidos, quando necessários, se providos de peças de inspeção;
- nos condutores horizontais aparentes devem ser previstas inspeções a cada trecho de
20,00 m, em percurso retilíneo e quando houver:
•conexão com outra tubulação;
•mudança de declividade;
•mudança de direção;
- nos condutores horizontais enterrados devem ser previstas caixa de areia a cada trecho
de 20,00 m, nos percursos retilíneos e quando houver:
•conexão com outra tubulação;
•mudança de declividade;
•mudança de direção;
- a ligação entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por curva de raio
longo com inspeção ou caixa de areia, segundo o condutor horizontal esteja aparente ou
enterrado.

5.2. DIMENSIONAMENTO PARA ÁGUA PLUVIAS

5.2.1. FATORES METEOROLÓGICOS

Os fatores meteorológicos que interferem no cálculo da vazão de projeto são a intensidade


pluviométrica (“I”) e o período de retorno (“T”), cujos valores, recomendados pela Norma, foram
obtidos do trabalho “Chuvas Intensas no Brasil” de Otto Pfafstetter, do Ministério de Viação e Obras
Públicas, DNOS, 1957, que estão reproduzidos na tabela 5.1.
O período de retorno deve ser fixado segundo as características da área a ser drenada,
obedecendo os valores:
T = 1 ano, para áreas pavimentadas, onde empoçamentos possam ser tolerados;
T = 5 anos, para coberturas e/ou terraços;
T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamento ou extravasamento não
possa ser tolerado.
Tabela 5.1

CHUVAS INTENSAS NO BRASIL (DURAÇÃO: 5 MIN)

INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA (mm/h)


LOCAL PERÍODO DE RETORNO (anos)
1 5 25
1- Aracaju/SE 116 122 126
2- Belém/PA 138 157 185(20)
3- Belo Horizonte/MG 132 227 230(12)
4- Cuiabá/MT 144 190 230(12)
5- Curitiba/PR 132 204 228
6- Florianópolis/SC 114 120 144
7- Fortaleza/CE 120 156 180(21)
8- Goiana/GO 120 178 192(17)
9- João Pessoa/PB 115 140 163(23)
10- Maceió/AL 102 122 174
11- Manaus/AM 138 180 198
12- Natal/RN 113 120 143(19)
13- Porto Alegre/RS 118 146 167(21)
14- Porto Velho/RO 130 167 184(10)
15- Rio Branco/AC 126 139 (2) -
16- Rio de Janeiro/RJ(Bangu) 122 156 174(20)
17- Rio Grande/RS 121 204 222(20)
18- Salvador/BA 108 122 145(24)
19- São Luis/MA 120 126 152(21)
20- Teresina/ PI 154 240 262(23)
21-São Paulo/SP(Congonhas) 122 132 -

Nota:

a) Para locais não mencionados nesta tabela, deve-se procurar correlação com dados dos postos
mais próximos que tenham condições meteorológicas semelhantes às do local em questão.
b) Os valores entre parênteses indicam os períodos de retorno, a que se referem as intensidades
pluviométricas, em vez de 5 ou 25 anos, em virtude dos períodos de observação dos postos não
terem sido suficientes.

5.2.2. ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO

No cálculo da área de contribuição, além da área plana horizontal, deve-se considerar os


incrementos devidos à inclinação da cobertura e às paredes que interceptem água de chuva que
também deve ser drenada pela cobertura, tal como ilustrado na figura 5.1.

5.2.3. VAZÃO DE PROJETO

A vazão de projeto é calculada pela fórmula:

IxA
Q = 60
Sendo:

Q = vazão de projeto, em ℓ/min


I = intensidade pluviométrica, em mm/h
A = área de contribuição, em m2

Figura 5.1
INDICADORES PARA CÁLCULOS DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO

CALHAS
Quando a saída da calha estiver a menos de 4,00 m de mudança de direção, a vazão de projeto
deve ser multiplicada pelos coeficientes da tabela 5.2. Os coeficientes de rugosidade dos materiais
normalmente utilizados na confecção de calhas estão reproduzidos na tabela 5.3.
Tabela 5.2

COEFICIENTES MULTIPLICATIVOS DA VAZÃO DE PROJETO

TIPO DE CURVA CURVA A MENOS DE 2 M DA CURVA ENTRE 2 E 4 M DA


SAÍDA DA CALHA SAÍDA DA CALHA
Canto reto 1,2 1,1
Canto arredondado 1,1 1,05

Para o dimensionamento das calhas a NB 611/81 recomenda o emprego da fórmula de


Manning-Strickler, ou qualquer outra equivalente da hidráulica.

S 2/3 1/2
Q = Kx x R x i
n H
Sendo,

Q = vazão de projeto, em ℓ/min


S = área de seção molhada, em m2
N = coeficiente de rugosidade, conforme a tabela 5.3
RH = S/P raio hidráulico, em m
P = perímetro molhado, em m
I = declividade da calha, em m/m
K = 60.000

A tabela 5.4 permite o dimensionamento de calhas semicirculares cujos diâmetros foram


calculados utilizando a fórmula de Manning-Strickler, com a lâmina d’água a meia seção do tubo.

Tabela 5. 3
COEFICIENTE DE RUGOSIDADE

MATERIAL N
Plástico fibrocimento, aço, metais não ferrosos 0,011
Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012
Cerâmica, concreto não alisado 0,013
Alvenaria de tijolos não revestida 0,015

Figura 5.3
CAPACADADE DE CALHAS SEMICIRCULARES COM COEFICIENTE DE
RUGOSIDADE

N = 0,011 (vazão em ℓ/min)

DIÂMETRO
INTERNO DECLIVIDADE
(mm) 0,5% 1% 2%
100 130 183 256
125 236 333 466
150 384 541 757
200 829 1167 1634

As calhas de concreto fundidos “in loco” em geral apresenta seção retangular, devido à facilidade
de execução. Para o seu dimensionamento utiliza-se as equações da hidráulica.

Q = S V ➤ equação da continuidade

3
V = ( VR² x Vi n equação de Manning
)/ ➤

Sendo,

Q = vazão de projeto, em m3/s


S = área de seção molhada em m2
V = velocidade de escoamento, em m/s
R = raio hidráulico, em m
I = declividade, em mm/m
N = coeficiente de rugosidade

A figura 5.2 ilustra uma calha de seção retangular. O cálculo do raio hidráulico é obtido
dividindo-se a área molhada pelo perímetro molhado.

R = (a x b) / (b + 2 a)

A seção retangular mais favorável ao escoamento ocorre quando a base é o dobro da altura
d’água no canal, isto é, para valores de b=2a.

Figura 5.2
CALHA DE SEÇÃO RETANGULAR
5.2.4. CONDUTORES VERTICAIS

O dimensionamentos dos condutores verticais pode ser feito com o emprego da tabela 5. 5 que
fornece o diâmetro do condutor e o valor máximo da área de telhado drenada pelo tubo.

Tabela 5.5

ÁREA MÁXIMA DE COBERTURA PARA CONDUTORES VERTICAIS DE SEÇÃO


CIRCULAR

DIÂMETRO NOMINAL ÁREA MÁXIMA DE COBERTURA


DN (mm) (m2)
50 13,6
75 42,0
100 91,0
150 275,0

O dimensionamento dos condutores verticais para grades áreas é feito a partir dos seguintes
dados:
Q = vazão de projeto, em ℓ/min.
H = altura da lâmina d’água na calha, em mm.
L = comprimento do condutor vertical, em m.

O diâmetro do condutor vertical é obtido através dos ábacos da figura 5.3 confeccionado com
dois desvios na base e coeficiente de artigo f=0,04. O procedimento para a utilização dos ábacos é o
seguinte:
1. levanta-se uma perpendicular por Q até interceptar as curvas H e L correspondentes; caso
não haja curvas nos valores de H e L, deve-se interpolar entre as curvas existentes;
2. transportar a interseção mais alta até o eixo D;
3. adotar o diâmetro nominal (DN) cujo diâmetro interno seja superior ou igual ao valor
encontrado.

Exemplo 5.1

Determinar o diâmetro do condutor vertical para as seguintes condições:

•calha com saída em aresta viva


•vazão: Q=1300 ℓ/min
•comprimento: L=2,00m
•altura da lâmina d’água na calha: H=80mm

Com estes dados, no ábaco da figura 5.3a conclui-se que o condutor vertical deve ter DN 100.
Tabela 5.3

ÁBACOS PARA A DETERMUNAÇÃO DE DIÂMETROS DE CONDUTORES


VERTICAIS

b) Calha com funil de saída


Exemplo 5.2.

Qual o valor do DN para o condutor vertical de águas pluviais que atende as condições:

•Calha com funil de saída


•Q = 1010 ℓ/min
•L = 6,00m
•H = 70mm

No ábaco da figura 5.3b conclui-se que DN 75 atende às condições descritas.

5.2.5. CONDUTORES HORIZONTAIS

Para o dimensionamento dos condutores horizontais de seção circular emprega-se a fórmula de


Manning-Strckler, com altura de lâmina d’água a 2/3 do diâmetro interno do tubo. A tabela 5.6 fornece
o diâmetro interno dos condutores horizontais calculados com o emprego da fórmula recomendada.

Tabela 5.6

CAPACIDADE DE CONDUTORES HORIZONTAIS DE SEÇÃO CIRCULAR


(vazões em ℓ/min)

DIÂME- N = 0,011 N = 0,012 N = 0,013


TRO IN-
TERNO 0,5% 1% 2% 4% 0,5% 1% 2% 4% 0,5% 1% 2% 4%
(D)(mm)
50 32 45 64 90 29 41 59 83 27 38 54 76
63 59 84 118 168 55 77 108 154 50 71 100 142
75 95 133 188 267 87 122 172 245 80 113 159 226
100 204 287 405 575 187 264 372 527 173 243 343 486
125 370 521 735 1040 339 478 674 956 313 441 622 882
150 602 847 1190 1690 552 777 1100 1550 509 717 1010 1430
200 1300 1820 2570 3550 1190 1670 2360 3350 1100 1540 2180 3040
250 2350 3310 5660 6620 2150 3030 4280 6070 1990 2800 3950 5600
300 3820 5380 7590 10800 3500 4930 6960 9870 3230 4550 6420 9110

Exemplo 5.3.

Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na figura abaixo, sendo
dados:
•casa de dois pavimentos
•intensidade pluviométrica: I = 160 mm/h
•material empregado: PVC
O telhado é simétrico, basta calcular para uma água.

1) Área de contribuição

Da figura 5.1 (b) tem-se a inclinação para o cálculo da água de contribuição.


A = (a + h/2) b
A = (5 + 2/2) 15
A = 90,00 ℓ/min
2) Vazão de projeto
Q = (I x A)/60
Q = (160 x 90)/60
Q = 240 ℓ/min

3) Calhas
Da tabela 5.3 tem-se que o coeficiente de rugosidade para o PVC é igual a 0,011. O diâmetro da
calha será determinado pela tabela 5.4, em função da vazão de projeto.
Q = 240 ℓ/min
Na tabela 5.4, diâmetro 100 mm e declividade 2% ou diâmetro 125 mm e declividade 1%.

4) Condutores verticais
Podem ser analisadas duas situações:
a) um condutor
A = 90,00 m2 na tabela 5.5, DN100 (na prática será adotado DN 75)
b) dois condutores
A = 90/2 = 54,00 m2 na tabela 5.5, DN 75
Outro processo para o dimensionamento dos condutores verticais, muito utilizado na pratica , é
fixar o diâmetro e calcular o número de condutores necessários em função da área a ser esgotada.

5) Condutores horizontais e caixas

Os condutores verticais deságuam nas caixas de inspeção e a interligação destas caixas é feita
através dos condutores ou redes horizontais que devem ser dimensionadas para drenar também o
piso das áreas externas de edificação. Para o caso ilustrado em b, temos:

PARA REDE PÚBLICA


DE ÁGUAS PLUVIAS

OBS: DIMENSÕES EM m.
A área de contribuição para cada caixa é de, aproximadamente, 94,00 m2 e a correspondente é:

Q = (160 x 94)/60 = 250 ℓ/min

O dimensionamento é feito por trechos utilizando a tabela 5.6.


Trecho CI 1 a CI 3 é igual ao trecho CI 2 a CI 4 com a vazão de 250 ℓ/min, na tabela 5.6 encontra-se o
diâmetro 100 mm e declividade mínima de 1%.

Trecho CI a CI 3

A área de contribuição é 188,00 m2 e a vazão correspondente é de 500 ℓ/min, encontrando-se na tabela


5.6 o diâmetro 125 mm com declividade de 1%.

Trecho CI 3 à rede a área de 375,00 m2, cuja vazão é 1000 ℓ/min e o que leva a um diâmetro de 150
mm e declividade de 2%.

Terminado o dimensionamento, anota-se no desenho os valores encontrados.

5.2.6. CAIXA DE AREIA E CAIXA DE INSPEÇÃO

É uma caixa detentora de areia e/ou de inspeção que permite a junção de coletores, mudança de
seção ou mudança de declividade e de direção.
As caixas de areia e/ou de inspeção, deverão ser executadas em anéis de concreto, alvenaria de
tijolo maciço ou blocos de concreto, com paredes mínima de 0,10m quando feitos no local. A caixa de
areia é empregada quando ocorre a possibilidade do arrastamento de lama e de areia para a tubulação,
em caso contrário, é suficiente o emprego da caixa de inspeção. A figura ilustra uma caixa de areia e
uma caixa de inspeção, ambas dotadas de grelha.
Pode-se adotar também a caixa coletora de água pluviais ilustrada na figura 5.5, com
enchimento de brita e cascalho, no mesmo nível do piso ou acima deste com altura variável a critério
do projetista. Nestes casos os condutores verticais podem ser substituídos por correntes que são usadas
para direcionar o fluxo da água.
As caixas de areia ou de inspeção deverão ter:

- seção circular de 0,60m de diâmetro ou quadrada de 0,60m de lado, no mínimo:


- profundidade máxima de 1,00m;
- distância máxima entre as caixas de 20,00 m.

Figura 5.4

a) CAIXA DE AREIA

b) CAIXA DE INSPEÇÃO
Figura 5.5

CAIXA COLETORA DE ÁGUA PLUVIAL

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