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As instalações prediais de águas quente são regidos pela NBR 7198/82 da ABNT que fixa as
exigências técnicas mínimas para criar um ambiente de maior conforto aos usuários.
O uso da águas quente é comum em quase todas as atividades humanas e as instalações
hidráulicas para a sua condução ser específicas para indústrias, hospitais, hotéis, motéis e residências.
A demanda de água quente e instalações hidráulicas industriais não serão abordadas neste manual.
Para reduzir as perdas de calor no sistema de distribuição de água quente, costuma-se envolver
as tubulações com materiais isolante, tais como: lã de vidro amianto em pó ou cortiça moída, mistura
com leite de cal; vermiculita; etc.
Já existem tubos e conexões de materiais com propriedades termoplásticas que isolantes
térmicos. Tais produtos dispensam o revestimento utilizado com a finalidade de diminuir a perda de
calor; porém alguns fabricantes recomendam envolver as tubulações para minimizar os efeitos da
dilatação térmica.
a) Individual
O sistema de aquecimento é individual quando alimenta uma única peça de utilização.
Ex.: chuveiro, torneiras.
b) Central Privado
O sistema de aquecimento é central privado, quando alimenta várias peças de utilização de um
único domicílio. Ex.: aquecedor de acumulação.
c) Central Coletivo
O sistema de aquecimento é central coletivo, quando alimenta peças de utilização de vários
domicílios.
A NBR 7198/82 dita as bases para se determinar o consumo predial. Conhecida a população da
edificação, calcula-se o consumo predial através da tabela 3.1.
Tabela 3.1
ESTIMATIVA DE CONSUMO DE ÁGUA QUENTE
A pressão estática máxima para as peças de utilização e para os aquecedores é de 400 Kpa
(40,00 m H2O).
As pressões mínimas nas torneiras e chuveiros são 10 Kpa e 5 Kpa (1,00 m H2O e 0,50 m
H2O), respectivamente.
A tabela 3.2 fornece as vazões e velocidades máxima em 4,00 m/s e o projeto de revisão adota
o valor máximo de 2,50 m/s.
a) Vazão Mínima
A NBR 7198/82 fornece a vazão mínima das peças de utilização, conforme a tabela 3.3 para
que elas tenham um perfeito desempenho.
b) Diâmetro Mínimo
A NBR 7198/82 recomenda também que os diâmetros mínimos das tubulações não sejam
inferiores aos da tabela 3.4.
Tabela 3.2
VELOCIDADES E VAZÕES MÁXIMAS PARA ÁGUA QUENTE
Tabela 3.3
VAZÃO MÍNIMA E PESO DAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO
Tabela 3.4
DIÂMETRO MÍNIMO DOS SUB-RAMAIS
A NBR 7198/82 recomenda os diâmetros mínimos para os sub-ramais conforme a tabela 3.4.
Quando sistema de aquecimento utilizado for do tipo central coletivo a distribuição da água
quente se faz pelas colunas e deve ser ascendente; descendente ou mista. O sistema pode ser projeto
com sentido unidirecional de fluxo da água ou com o retorno da mesma. O retorno pode ser feito com
ou sem bombeamento independente do tipo de sistema de distribuição de água quente adotado, a
alimentação com água fria do sistema de aquecimento deve ser totalmente separada da tubulação que
distribui água fria para a edificação. Deve ser colocada uma válvula de retenção junto a saída do
reservatório de água fria para evitar o acesso de água quente neste. O diâmetro da coluna deve ser
calculado pelo sistema provável.
A produção de água quente se dá pela transferência de calorias de uma fonte de calor para que a
água alcance a temperatura desejada. Estas calorias poderão ser obtidas através de diversas fontes de
energia térmica, dentre as quais temos:
A tabela 3.5 é utilizada para o dimensionamento dos aquecedores de acumulação. A figura 3.5
ilustra um aquecedor de acumulação e a figura 3.3 mostra um isométrico utilizando aquecedor de
acumulação.
Tabela 3.5
EXEMPLO 3.1
Resolução:
Da tabela 3.1 tem-se que o consumo “per capita” é de 45 litros/dia.
O consumo diário será: 5 x 45 = 225 litros.
Na tabela 3. 5 verifica-se que o aquecedor deverá ter capacidade para 200 litros.
EXEMPLO 3.2
EXEMPLO 3.3
Resolução:
Da tabela 3.1 125 litros por leito
Volume do reservatório:
50 (leito) x 125 (litros/leito = 6250 litros.
a) Coletor solar
b) Reservatório de água quente
c) Distribuição
A figura 3.4 ilustra de forma esquemática uma instalação de aquecimento solar. As placas
deverão ser direcionadas para o norte a fim de obter melhor exposição ao sol. A inclinação do coletor
solar para a cidade de Belo Horizonte é da ordem de 30°a 35°. A tabela 3.6 indica as inclinações
recomendáveis para algumas cidades brasileiras.
Tabela 3.6
LEGENDA:
O esgotamento das águas pluviais deverá ser projetado e executado de maneira tal que permita
a rápida coleta e escoamento das águas para córregos, rios, lagos ou oceanos, a fim de evitar
inundações em edificações e logradouros públicos.
A Norma que rege as instalações prediais de águas pluviais é a NB 611/81 da ABNT que
estabelece as seguintes prescrições básicas:
- uso exclusivo para recolhimento e condução de água pluvial, não sendo permitida
qualquer interligações com outras instalações prediais.
- Permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da tubulação;
- inclinação mínima de 0,5% nas superfícies horizontais das lajes, a fim de garantir o
escoamento águas pluviais até os pontos previstos de drenagem;
- As calhas e condutores horizontais deverão ter declividade uniforme, com valor mínimo
de 0,5%;
- os condutores verticais devem ser projetados, sempre que possível, em uma só prumada.
Os desvios são permitidos, quando necessários, se providos de peças de inspeção;
- nos condutores horizontais aparentes devem ser previstas inspeções a cada trecho de
20,00 m, em percurso retilíneo e quando houver:
•conexão com outra tubulação;
•mudança de declividade;
•mudança de direção;
- nos condutores horizontais enterrados devem ser previstas caixa de areia a cada trecho
de 20,00 m, nos percursos retilíneos e quando houver:
•conexão com outra tubulação;
•mudança de declividade;
•mudança de direção;
- a ligação entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por curva de raio
longo com inspeção ou caixa de areia, segundo o condutor horizontal esteja aparente ou
enterrado.
Nota:
a) Para locais não mencionados nesta tabela, deve-se procurar correlação com dados dos postos
mais próximos que tenham condições meteorológicas semelhantes às do local em questão.
b) Os valores entre parênteses indicam os períodos de retorno, a que se referem as intensidades
pluviométricas, em vez de 5 ou 25 anos, em virtude dos períodos de observação dos postos não
terem sido suficientes.
IxA
Q = 60
Sendo:
Figura 5.1
INDICADORES PARA CÁLCULOS DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO
CALHAS
Quando a saída da calha estiver a menos de 4,00 m de mudança de direção, a vazão de projeto
deve ser multiplicada pelos coeficientes da tabela 5.2. Os coeficientes de rugosidade dos materiais
normalmente utilizados na confecção de calhas estão reproduzidos na tabela 5.3.
Tabela 5.2
S 2/3 1/2
Q = Kx x R x i
n H
Sendo,
Tabela 5. 3
COEFICIENTE DE RUGOSIDADE
MATERIAL N
Plástico fibrocimento, aço, metais não ferrosos 0,011
Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012
Cerâmica, concreto não alisado 0,013
Alvenaria de tijolos não revestida 0,015
Figura 5.3
CAPACADADE DE CALHAS SEMICIRCULARES COM COEFICIENTE DE
RUGOSIDADE
DIÂMETRO
INTERNO DECLIVIDADE
(mm) 0,5% 1% 2%
100 130 183 256
125 236 333 466
150 384 541 757
200 829 1167 1634
As calhas de concreto fundidos “in loco” em geral apresenta seção retangular, devido à facilidade
de execução. Para o seu dimensionamento utiliza-se as equações da hidráulica.
Q = S V ➤ equação da continuidade
3
V = ( VR² x Vi n equação de Manning
)/ ➤
Sendo,
A figura 5.2 ilustra uma calha de seção retangular. O cálculo do raio hidráulico é obtido
dividindo-se a área molhada pelo perímetro molhado.
R = (a x b) / (b + 2 a)
A seção retangular mais favorável ao escoamento ocorre quando a base é o dobro da altura
d’água no canal, isto é, para valores de b=2a.
Figura 5.2
CALHA DE SEÇÃO RETANGULAR
5.2.4. CONDUTORES VERTICAIS
O dimensionamentos dos condutores verticais pode ser feito com o emprego da tabela 5. 5 que
fornece o diâmetro do condutor e o valor máximo da área de telhado drenada pelo tubo.
Tabela 5.5
O dimensionamento dos condutores verticais para grades áreas é feito a partir dos seguintes
dados:
Q = vazão de projeto, em ℓ/min.
H = altura da lâmina d’água na calha, em mm.
L = comprimento do condutor vertical, em m.
O diâmetro do condutor vertical é obtido através dos ábacos da figura 5.3 confeccionado com
dois desvios na base e coeficiente de artigo f=0,04. O procedimento para a utilização dos ábacos é o
seguinte:
1. levanta-se uma perpendicular por Q até interceptar as curvas H e L correspondentes; caso
não haja curvas nos valores de H e L, deve-se interpolar entre as curvas existentes;
2. transportar a interseção mais alta até o eixo D;
3. adotar o diâmetro nominal (DN) cujo diâmetro interno seja superior ou igual ao valor
encontrado.
Exemplo 5.1
Com estes dados, no ábaco da figura 5.3a conclui-se que o condutor vertical deve ter DN 100.
Tabela 5.3
Qual o valor do DN para o condutor vertical de águas pluviais que atende as condições:
Tabela 5.6
Exemplo 5.3.
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na figura abaixo, sendo
dados:
•casa de dois pavimentos
•intensidade pluviométrica: I = 160 mm/h
•material empregado: PVC
O telhado é simétrico, basta calcular para uma água.
1) Área de contribuição
3) Calhas
Da tabela 5.3 tem-se que o coeficiente de rugosidade para o PVC é igual a 0,011. O diâmetro da
calha será determinado pela tabela 5.4, em função da vazão de projeto.
Q = 240 ℓ/min
Na tabela 5.4, diâmetro 100 mm e declividade 2% ou diâmetro 125 mm e declividade 1%.
4) Condutores verticais
Podem ser analisadas duas situações:
a) um condutor
A = 90,00 m2 na tabela 5.5, DN100 (na prática será adotado DN 75)
b) dois condutores
A = 90/2 = 54,00 m2 na tabela 5.5, DN 75
Outro processo para o dimensionamento dos condutores verticais, muito utilizado na pratica , é
fixar o diâmetro e calcular o número de condutores necessários em função da área a ser esgotada.
Os condutores verticais deságuam nas caixas de inspeção e a interligação destas caixas é feita
através dos condutores ou redes horizontais que devem ser dimensionadas para drenar também o
piso das áreas externas de edificação. Para o caso ilustrado em b, temos:
OBS: DIMENSÕES EM m.
A área de contribuição para cada caixa é de, aproximadamente, 94,00 m2 e a correspondente é:
Trecho CI a CI 3
Trecho CI 3 à rede a área de 375,00 m2, cuja vazão é 1000 ℓ/min e o que leva a um diâmetro de 150
mm e declividade de 2%.
É uma caixa detentora de areia e/ou de inspeção que permite a junção de coletores, mudança de
seção ou mudança de declividade e de direção.
As caixas de areia e/ou de inspeção, deverão ser executadas em anéis de concreto, alvenaria de
tijolo maciço ou blocos de concreto, com paredes mínima de 0,10m quando feitos no local. A caixa de
areia é empregada quando ocorre a possibilidade do arrastamento de lama e de areia para a tubulação,
em caso contrário, é suficiente o emprego da caixa de inspeção. A figura ilustra uma caixa de areia e
uma caixa de inspeção, ambas dotadas de grelha.
Pode-se adotar também a caixa coletora de água pluviais ilustrada na figura 5.5, com
enchimento de brita e cascalho, no mesmo nível do piso ou acima deste com altura variável a critério
do projetista. Nestes casos os condutores verticais podem ser substituídos por correntes que são usadas
para direcionar o fluxo da água.
As caixas de areia ou de inspeção deverão ter:
Figura 5.4
a) CAIXA DE AREIA
b) CAIXA DE INSPEÇÃO
Figura 5.5