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A Evoluçãoda Dieta das Populações Pré -históricas da Costa Sul do Brasil, Santa Catarina

através da análise dos isótopos estáveis de 13/12C e 15/14 N.

Marco Aurélio Nadal De Masi, Ph.D.


Laboratório de Arqueologia
Departamento de Engenharia Ambiental
UNISUL – Campus Ponte do Imaruí

Resumo
Através da análise dos isótopos estáveis de 13/12 C e 15/14N do colágeno de 82 esqueletos
humanos provenientes de 15 sítios arqueológicos do litoral de Santa Catarina, foi possível fazer
uma inferência indireta sobre a evolução da dieta destas populações. Os dados indicam uma
adaptação costeira com uma dieta essencialmente marinha nos sítios mais antigos, havendo um
aumento dos componentes terrestres na dieta com o passar do tempo, mas a mesma continua
predominantemente marinha, mesmo após a aquisição da tecnologia cerâmica Gê. A presença de
indivíduos de grupos caçadores-coletores com uma dieta essencialmente terrestre é diagnosticada
em alguns sítios com cerâmica Gê mais recentes. Estes indivíduos possivelmente estão
relacionados a grupos da encosta da serra, os quais apresentam um dieta essencialmente
terrestre (caçadores-coletores), provavelmente ancestrais dos atuais Xokleng. Embora haja um
aumento de componentes terrestres em vários grupos humanos, alguns destes grupos mantém a
dieta essencialmente marinha até períodos mais recentes. Para comparação com um grupo
distinto, foi utilizada uma amostra de indivíduos da Amazônia, identificados na análise como
grupos de caçadores-coletores com uma dieta essencialmente terrestre.

1.1 Introdução

A análise de colágeno é um modo indireto para determinar dieta pré-histórica em arqueologia.

O colágeno é a proteína principal formadora dos ossos e preserva a assinatura isotópica das fontes de

carbono e nitrogênio dos recursos que o indivíduo consumiu, com uma reposição muito lenta de 30

anos (Stenhouse et al., 1979). A maioria das plantas é dividida em três grupos, baseada no

fracionamento do carbono durante o processo de fotossíntese. Primeiro, são as plantas C3, que formam

um ácido com três carbonos (ribulose bifosfato carboxilase ). Estas plantas apresentam uma proporção
de 13/12
C variando de -33 ‰ a -22 ‰, com uma média de -27 ‰. Estas plantas incluem a maioria das

espécies de floresta temperada e tropical e também o trigo, o qual é um dos representantes mais

famosos deste grupo. Segundo, são as plantas C4 , que produzem um ácido com quatro carbonos

durante a fotossíntese (fosfenol piruvate carboxilase). Os valores da proporção de 13/12C variam de -16
‰ a -9 ‰, com uma média de –12,5 ‰. O milho é uma das plantas bem conhecidas neste grupo, o qual

inclui gramas e alguns arbustos de savana subtropical, regiões áridas e pântanos salgados ao longo do

oceano (Van Der Merwe, 1982). O terceiro grupo de plantas é chamado CAM (metabolismo ácido

crassuleáceo), que exibe dois tipos de assinatura isotópica, a qual depende do tipo de ambiente no qual

elas crescem. Ambientes áridos produzem uma assinatura isotópica do tipo C4 . Estas plantas podem

produzir assinaturas isotópicas de plantas C3 em certas condições, se necessário. O nitrogênio não é

fracionado durante a fotossíntese como é o carbono; ao contrário, o nitrogênio presente nas plantas

reflete as fontes que as plantas usam para sua retirada. O nitrogênio divide as plantas em dois grupos

adicionais. Eles são os legumes (feijões, ervilhas, castanhas) e os não- legumes. O primeiro retira

nitrogênio do ar e o segundo retira nitrogênio da terra. Legumes têm mais baixa proporção de

nitrogênio do que não- legumes.

Animais em ambientes terrestres preservam a assinatura isotópica de sua dieta baseada em

carbono. Herbívoros preservam a assinatura isotópica das plantas que eles consomem e assim fazem os

carnívoros que consomem estes herbívoros. De Niro (1987), baseado em estudos de laboratório com

animais tratados com dietas específicas, sugeriu que as proporções de carbono nos tecidos animais são

± 2 ‰ mais positivas que as proporções de sua dieta, e as proporções de nitrogênio são 2 a 4 ‰ mais

positivas que as proporções de sua dieta. A análise do isótopo de carbono, por si só, não pode distinguir

uma dieta marinha de uma dieta a base de plantas C4 , porque uma dieta marinha apresenta às

proporções de carbono iguais as proporções de carbono de uma dieta baseada em plantas C4 . Somente a

análise dos isótopos de nitrogênio pode diferenciar ambas as dietas. As proporções de nitrogênio para

dietas marinhas são altas e variam de 10 ‰ a 20 ‰; e dietas a base de plantas C4 têm baixas

proporções de nitrogênio que variam de 10 ‰ a –5 ‰. As exceções são dietas de áreas de recife de

corais que têm uma assinatura isotópica de nitrogênio semelhante a dietas com plantas C4 (Keegan &

DeNiro, 1984).
A combinação da análise dos isótopos de carbono e nitrogênio torna possível distinguir que tipo

de recursos foram usados pelas populações pré-históricas. Os primeiros estudos utilizando análise de

colágeno em arqueologia apenas analisaram as proporções de 13/12C. A maioria das pesquisas iniciais e

mesmo as pesquisas atuais têm sido sobre o consumo de plantas C 4 , para se obter dados sobre o início

da agricultura (Vogel & Van Der Merwe, 1977; Burleigh & Brothwell, 1978; Van Der Merwe &

Vogel, 1978; Bender, 1978; Katzenberg et al., 1995). DeNiro e Epstein (1976) sugeriram a aplicação

dos isótopos de carbono e nitrogênio para interpretar dietas marinhas versus dietas terrestres (Tauber,

1981; Chrisholm et al., 1983; Lubell et al., 1994; Pate, 1995). Na África do Sul, Sealy (1984) utilizou a

análise dos isótopos de carbono para medir a mobilidade sazonal das populações pré- históricas

litorâneas, em relação às populações das terras altas, mostrando que não havia nenhum movimento

populacional entre a costa e as terras altas (Sealy & Van Der Merwe, 1986). Somente depois dos

experimentos de laboratório de DeNiro e Epstein (1978, 1981), com ratos tratados com dietas

diferentes, é que a combinação de carbono e nitrogênio na análise isotópica foi instituída. Depois,

Schoeninger e DeNiro (1984) compararam as dietas terrestre e marinha, usando os isótopos de carbono

e nitrogênio. Desde então, vários investigadores, em diferentes partes do mundo, começaram a usar

ambos os isótopos em suas análises (Keegan & DeNiro, 1984; Farnsworth et al., 1985; Hastorf e

DeNiro, 1985; Schwarcz et al., 1985; DeNiro, 1987; Minagawa & Akazawa, 1991; Ambrose & Norr,

1992; Larsen et al., 1992; Bourque & Krueger, 1994; Reed, 1994; Fizet et al., 1995; MacGovern-

Wilson & Quinn, 1996).

1.2 Metodologia

Neste estudo, a análise do colágeno tem dois objetivos principais: primeiro, definir a dieta das

populações pré-históricas e segundo demonstrar como estas dietas evoluíram através do tempo. A

amostra é composta por um total de 82 indivíduos de 15 sítios arqueológicos da costa de Santa Catarina

e alguns indivíduos da Amazônia da coleção do Museu Universitário Oswaldo Cabral da Universidade


Federal de Santa Catarina (Tab. 01). As amostras foram preparadas para análise no Earth Sciences

Laboratory na Universidade de Stanford, USA, e as análises isotópicas foram realizadas no Lawrence

Berkeley National Laboratory na Universidade da Califórnia em Berkeley, USA.

Os resultados das análises, isto é, as médias de cada sítio arqueológico são comparados com os

resultados das análises de colágeno vários componentes da dieta destas populações (background)

realizado anteriormente por De Masi (1999) (Tab. 02). O período de tempo que as amostras cobrem

inicia-se em 4280 A.P. até 560 A.P. (calibrado) (Tab. 03).

A preparação e extração do colágeno seguiram os procedimentos de Ambrose (1990), com

exceção dos seguintes passos. Colágeno para extração de carbono e nitrogênio foram feitos em tubos

separados de 9 mm de diâmetro. Os tubos foram preenchidos com colágeno, Cu e CuO para extração

de carbono, e foi adicionado o CaO, quando para extração de nitrogênio. Amostras de referência de

fenilalanina foram usadas nas análises isotópicas de carbono para testar o método, uma vez que as

proporções de carbono da fenilalanina são conhecidas. As amostras de carbono e nitrogênio foram

analisadas em um espectrômetro de massa de duplo inlet no Geochemistry Center for Isotopes Studies

no Lawrence Berkeley National Laboratory. As proporções dos isótopos para carbono são expressadas

em relação à referência padrão PDB (Peedee Belemnite) e para nitrogênio são expressadas em relação

ao ar atmosférico que é considerada a referência padrão de nitrogênio. Em ambas as análises a fórmula

utilizada é a seguinte:

d *X = [{(*X/X) amostra/(*X/X) referência padrão} -1] x 1,000 ‰

onde carbono *X/X é 13/12 C e para nitrogênio *X/X é 15/14


N. A precisão das medidas dos isótopos é de

± 0.2 ‰.

Tradicionalmente, são medidas as proporções de C/N para inferir a preservação do colágeno. De

acordo com DeNiro (1985), amostras com proporções de C/N fora do intervalo -2.9 ‰ a -3.6 ‰ não

são mais colágeno, mas algum outro componente orgânico alterado pela queima ou diagênese. De

acordo com Schwarcz & Schoeninger (1991), as proporções de C/N dentro do limite de -2.9 ‰ a -3.6
‰ também não asseguram a presença do colágeno. Para Schwarcz & Schoeninger (1991), as

proporções de C/N são supérfluas para medir a preservação do colágeno, quando pelo menos 5 % da

matéria orgânica do peso total do osso original está presente. Schurr (comunicação pessoal) aceita 2 %

do resíduo orgânico do pêso total do osso original. Se há menos que 1 %, pode haver o enriquecimento

de nitrogênio até 15 ‰ relativo ao colágeno original (Schwarcz & Schoeninger, 1991). Todo o

colágeno amostrado nesta pesquisa teve mais que 2 % do peso total do osso original.

Foram analisadas amostras de recursos provenientes da área de pesquisa para estabelecer os

valores médios dos recursos terrestres e marinhos locais. Dezenove amostras de animais pré-históricos

e modernos de ossos e plantas foram coletadas e analisadas para este propósito. As proporções

isotópicas médias para carbono nos recursos terrestres são –25,5 ‰ e para os recursos marinhos são –

12,3 ‰ (Tab.2). As amostras dos recursos terrestres são: dois omnívoros, porco selvagem (Tayassu

sp.), e o maior mamífero terrestre americano, a anta (Tapirus terrestris), e dois herbívoros, o veado

(Mazama sp.), e a capivara (Hydrochaeris hidrochaeris). Duas amostras de plantas pré-históricas. Uma

espécie não foi identificada e a outra é o coquinho (Gerivá) de uma palmácea (Arecastrum

romanzoffianum ). As amostras de recursos marinhos modernos são: tartaruga, tubarão e os peixes

(Peprilus paru, Pomatomus saltator, Mugil brasiliensis, Pomadosys corvinaformis, Micropogonias

furnieri), golfinhos (Delphinus sp.) e carne de molusco (Anomalocardia brasiliana). As amostras de

recursos marinhos pré-históricos são: outro tubarão, leões marinhos (Arctocephalus tropicalis,

Arctocephalus australis), baleia (Eubalaena australis), pingüim chamado localmente de Pingüim de

Magalhães (Tab. 2).

1.3 A dieta da população do litoral

A amostra do sítio da Caieira com 9 indivíduos apresenta uma variação média de 13/12 C
15/14
igual a -9,50 ‰ e de N igual a 13,66 (Tab.01). O sítio da Carniça com 7 indivíduos apresenta uma

média para ambos os isótopos muito similar a população amostrada do sítio da Caieira com valores de
13/12
C igual a -10,42 ‰ e de 15/14N igual a 13,73 ‰, com apenas dois indivíduos com valores de 15/14
N

diferenciados dos demais. O sítio de Congonhas com 9 indivíduos também apresenta suas médias de
13/12
valores isotópicos similar aos sítios apresentados anteriormente com C igual a -10,92 ‰ e de
15/14
N igual a 12,52 ‰. Apenas um indivíduo foi analisado para os sítios de Vila Nova/Imbituba,
13/12
Garopaba, Imaruí e Armação do Sul cujos valores de C variam de -12,65 ‰ a –11,86‰ e de
15/14
N variando de 7.57‰ a 11,08‰. Apresentando valores de 13/12 C similares aos anteriores, mas com

valores de 15/14N mais baixos para alguns indivíduos. O sítio Ponta das Almas apresenta uma média de
13/12
C igual a -11,87 ‰ e de 15/14 N igual a 10,64 ‰ para as 15 amostras, sendo que destes 8 tem valores

acima de 10‰ e abaixo de 14,5‰ para 15/14N e os restantes 7 com valores variando entre 7‰ e 10‰. O

sítio arqueológico de Porto Belo e Laranjeiras também ap resentam apenas um indivíduo cada com
13/12 15/14 13/12
valores de C igual a -10,82 ‰ e de N igual a 16,07 ‰ no primeiro e com C igual a -10,89

‰ e de 15/14 N igual a 14,04 ‰ no segundo. Até aqui os sítios arqueológicos analisados são sítios dentro

de um horizonte tecnológico caracterizado pela não existência de cerâmica, com um dieta

essencialmente marinha marcada por valores altos em nitrogênio ao redor de 14‰ e carbono ao redor

de 12‰. A exceção são alguns indivíduos de Pontas das Almas que apresentam nitrogênio ao redor de
13/12
10‰, embora o carbono tenha valores similares aos outros sítios. Os valores de C do sítio Morro

do Ouro com média igual a -14,30 ‰ é diferente dos demais indicando uma diminuição na quantidade
15/14
de carbono e diminuição no N com média igual a 10,21 ‰. Morro do Ouro portanto se diferencia

dos demais sítios, indicando uma dieta mais terrestre, comparativamente as dietas essencialmente

marinhas, mais ainda é uma dieta predominantemente marinha embora diferenciada das demais.
13/12 15/14
O sítio da Tapera com apenas dois indivíduos apresenta C igual a -10,36 ‰ e de N

igual a 10,72 ‰ similar a alguns indivíduos de Pontas das Almas com valores baixos de nitrogênio

quando comparados aos outros sítios analisados anteriormente. Rio Lessa apresenta um total de 4
13/12 15/14
indivíduos com C igual a -12,04 ‰ e de N igual a 11,08 ‰, similar a Tapera e a alguns

indivíduos de Pontas das Almas. Dois indivíduos são distintos nesta população do Rio Lessa um
apresenta uma dieta essencialmente marinha similar a dos sítios arqueológicos sem cerâmica, e outro

indivíduo apresenta uma dieta essencialmente terrestre similar aos grupos de caçadores-coletores da

encosta do planalto. Os indivíduos (4) do sítio arqueológico Morro do Ouro apresentam uma média de
13/12
C igual a -14,30 ‰ e de 15/14 N igual a 10,21 ‰,

O sítio da Enseada apresenta duas ocupações distintas tecnologicamente. Uma mais antiga sem
14
cerâmica com data de C por AMS de 3920 ± 40 A.P. (3960A.P. calibrada). E uma ocupação com

cerâmica datada também por AMS em 1390 ± 40 A.P. (920A.P. calibrada). A média do sítio é de
13/12
C igual a -12,50 ‰ e de 15/14 N igual a 11,66 ‰. Dois indivíduos são distintos nesta amostra a qual

indiac uma dieta essencialmente marinha. Eles são os sepultamentos números 17 e 7 os quais
13/12 15/14
apresentam dieta essencialmente terrestre com valores de C igual a -19,13 ‰ e de N igual a
13/12 15/14
9,7 ‰ para o sep. 17 e C igual a -16,82 ‰ e de N igual a 9,75 ‰ para o sep. 7. O sítio do

Espinheiro com 4 indivíduos apresenta resultados similares aos sítios cerâmicos com valores médios de
13/12 15/14
C igual a –12,80 ‰ e de N igual a 8,69 ‰. Por último uma amostra da Amazônia da coleção
13/12 15/14
Tom Wild, com 3 indivíduos com valores de C igual a -17,52 ‰ e de N igual a 7,73 ‰,

indicando uma dieta essencialmente terrestre.

1.3. Conclusão

Durante o período que vai de 4280 A.P. até 1000 A.P. a dieta das populações costeiras dos

sítios arqueológicos analisados indicam uma composição essencialmente marinha, caracterizados por

altos valores isotópicos de nitrogenio ao redor de 14‰ e carbono 12,80 ‰. Havendo alguns indivíduos

com dietas essencialmente terrestre em sítios como Enseada (sep. 17) onde os valores de nitrogênio

são mais baixos 7,73‰ assim como os valores de carbono também são mais baixos –17,52‰. A partir

de 1000 A.P. em sítios cerâmicos e não cerâmicos a dieta continua essencialmente marinha com

valores elevados de nitrogênio e carbono como no período anterior, mais alguns grupos baixam seus

valores de nitrogênio mantendo o valor de carbono ao redor de 12 ‰ os valores de nitrogênio baixam


ao redor de 10‰, caracterizando ainda uma dieta predominantemente marinha (limite). Outros grupos

como Morro do Ouro apresentam dietas com uma tendência mais terrestre do qualquer outro grupo

litorâneo da amostragem analisada, exceto pelos dois indivíduos de Enseada mencionados

anteriormente, os quais são muito parecidos com o grupo amazônico analisado.

Isto nos permite inferir diferenças entre os grupos humanos adaptados a região costeira,

os quais produzem resíduos culturais muito semelhantes, embora possuam hábitos culturais distintos

diagnosticados em suas dietas. Grupos com diferentes hábitos alimentares parecem conviver ao mesmo

tempo e partilhar o mesmo espaço ao nível de grupo, e possivelmente ao nível de unidades domésticas.

A princípio dois grupos bem distintos são caracterizados os grupos com dietas essencialmente

marinhos e os grupos com dieta essencialmente terrestre. Os primeiros localizados na costa e o segundo

provavelmente proveniente das encostas da Serra onde este tipo de dieta já foi identificado

anteriormente em alguns sítios arqueológicos (De Masi, 1999). Alguns grupos costeiros apresentam um

aumento de componentes terrestres em sua dieta indicado pela diminuição dos valores de carbono de

–12‰ para -14 ‰, com valores de nitrogênio ao redor de 10‰ (limite inferior de dietas marinhas).

Outros grupos costeiros parecem apresentar variações nos valores de nitrogênio, indicando a

entrada de um componente alimentar diferente o qual mantém valores similares de carbono mas

relativamente baixos de nitrogênio. Poderiamos pensar em cultivo de plantas C4 , mas como os valores
15/14
de N estão apenas no limite, muito próximos de 10‰, esta hipótese torna-se difícil de ser
15/14
comprovada, porque os valores de N deveriam se menores do que 10 ‰ para valores entre 10‰ e

5‰ . A introdução de cultivos deve ser melhor averiguada com amostras maiores de sítios com

tecnologia cerâmica.
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Mapa do Estado de Santa Catarina

Fig.01 - Localização dos sítios arqueológicos amostrados.


Tabela 01 - Listagem dos sítios e valores isotópicos das amostras.

Análise de Colágeno - 13/12C e


15//14 N

Amostras 13/12C 15/14N

CAIEIRA
Caieira 01 -12.11 11.65
Caieira 02 13.87
Caieira IIIA -10.40
Caieira 07 (child) -10.74 11.32
Caieira 08 -10.87 13.89
Caieira 4 (patella) -11.28 17.13
Caieira 5 (MAO 51) -10.45 15.74
Caieira 5 (Talus) -9.80 14.79
Caieira X -10.93 12.64
Caieira XIII -11.54 11.91
AVERAGE -9.50 13.66

CARNIÇA
Carniça 01 -9.88 10.85
Carniça 01 (4b) 15.60
Carniça 01 S01 -9.83 12.36
Carniça 04 -11.60 17.53
Carniça 05 -9.96 17.02
Carniça 06 14.95
Carniça 07 -10.83 7.83
AVERAGE -10.42 13.73

CONGONHAS
Congonhas 04 -10.72 -10.26 12.51
Congonhas 06 -10.09 -10.71 13.32
Congonhas 11 -11.39 11.39
Congonhas 11 -10.83 12.36
Congonhas 12 -10.76 12.10
Congonhas 13 -10.84 12.36
Congonhas I -11.46 15.21
Congonhas II -10.62 10.18
Congonhas S2 -11.45 13.25
AVERAGE -10.92 12.52

VILA NOVA - IMBITUBA


Vila Nova (Imbituba) -12.65 7.57
GAROPABA
Garopaba -13.70 11.08

IMARUÍ
Imaruí -12.08

ARMAÇÃO DO SUL
Armação (Araújo) -11.86 10.64

PONTA DAS ALMAS


Ponta das Almas 1 (Araújo) -12.69 8.23
Ponta das Almas 1 (Piazza) -12.80 13.02
Ponta das Almas 1A -13.04 13.72
Ponta das Almas 1B -9.21 10.47
Ponta das Almas 2B -12.56 13.16
Ponta das Almas 3 -10.37 8.10
Ponta das Almas 3 (Beck) -14.69 13.82
Ponta das Almas 3 (Piazza) -10.26 14.52
Ponta das Almas 3 (Piazza) -13.11 9.15
Ponta das Almas 66-3 -10.74 11.05
Ponta das Almas I2 -11.80 12.62
Ponta das Almas IV -10.75 14.92
Ponta das Almas s/n -14.42 7.99
Ponta das Almas S4 -10.74 9.14
Ponta das Almas SII.2 -10.93 8.72
AVERAGE -11.87 10.64

TAPERA
Tapera -10.36 10.82
Tapera 1 10.63
AVERAGE -10.36 10.72

RIO LESSA
Rio Lessa 1 -14.92 10.00
Rio Lessa 3 -10.88 -11.03 14.35 1000+-40
Rio Lessa 4 -11.01 10.03
Rio Lessa 6 -11.23 10.08
AVERAGE -12.04 11.08

PORTO BELO
Porto Belo (Praia do Embrulho) -10.82 16.07

LARANJEIRAS
Laranjeiras (Samb.) -10.89 14.04

MORRO DO OURO
Morro do Ouro 2B 11.51
Morro do Ouro 6 -15.08 8.11
Morro do Ouro 7 -13.21 12.00
Morro do Ouro II -14.93 11.48
Morro do Ouro III -14.10 -14.00 7.95
AVERAGE -14.30 10,21

ENSEADA
Enseada 10 -12.88 14.35
Enseada 10 (pé) -13.60
Enseada 14 -10.48 11.24
Enseada 16 -10.07 13.48
Enseada 17 (Assoc. 17) -19.13 9.79
Enseada 18 -10.50 9.82 3920+-40
Enseada 2S5B -10.94 11.80
Enseada 4 -12.80 12.99
Enseada 5 -10.76 12.07
Enseada 7 -16.82 9.75
Enseada 8A -13.76 7.66
Enseada 8B -13.28 14.04
Enseada I -13.60 11.78 1390+-40
Enseada I sep.II -12.89 10.69
Enseada I5 -10.15 12.74
Enseada IX -9.21 13.13
Enseada SII -12.81 11.24
AVERAGE -12.50 11.66

ESPINHEIRO
Espinheiro 4 -12.58 7.71
Espinheiro 7 9.68
Espinheiro 2 -13.11
Espinheiro 1 -12.72
AVERAGE -12.80 8.69

AMAZÔNIA
Tom Wild 04 (Amazônia) -17.98 6.62
Tom Wild (Amazônia) -15.65 8.18
Tom Wild 01 (Amazonia) -18.95
AVERAGE -17.52 7.37
Tabela 02 – Valores isotópicos dos recursos terrestres e marinhos.

RECURSOS

Recursos terrestres 13/12C 15/14N

animais
Tayassu sp. (porco do mato) pré-histórico -21,523 3,644
Mazama sp. (veado) pré-histórico -18,729 4,731
Tapirus terrestris (anta) pré-histórico -21,86 2,361
Hidroachaeris hidrochaeris (capivara) pré-histórico -14,984
MÉDIA -19,274 3,578667
DESVIO PADRÃO 3,185725 1,18635
MAX -14,984 4,731
MIN -21,86 2,361

plantas
não-identificado pré-histórico -29,508 2,087
Arecastrum romanzoffianum (Palmácea) pré-histórico -25,577
phenilalanina -31,173

MÉDIA -25,577

recursos marinhos
tartaruga moderno -13,216 8,655
tubarão pré-histórico -9,825 15,965
tubarão moderno -9,503 15,965
Peprilus paru (Gordinho) moderno -11,776 8,653
Pomatomus saltator (Enxova) moderno -11,395 13,328
Mugil brasiliensis (Tainha) moderno -10,373 10,444
Pomadasys corvinaformis (Corcoroca) moderno -11,865 ?
Micropogonias furinieri (Corvina) pré-histórico -9,729
Arctocephalus tropicalis (leão marinho) pré-histórico -10,951 16,033
Arctocephalus australis (leão marinho) pré-histórico -11,4 16,42
Delphinus sp. (golfinho) pré-histórico -17,283
eubalaena australis (baleia) pré-histórico -15,237 6,858
pinguin de magalhães pré-histórico -11,228 14,477
Anomalocardia brasiliana (carne) moderno -20,233 5,669
phenilalanina -30,812

MÉDIA -12,3691 12,3812


DESVIO PADRÃO 3,236005 4,134344
MAX. -9,503 16,42
MIN. -20,233 5,669
Tabela 03 – Comparação dos valores isotópicos médios entre as amostras e cronologia.

Valores Médios de 13/12C e


15/14N e Cronologia por
Sítio Arqueológico

Sítios 13/12C 15/14N Cronologia C14 AMS Calib.


Caieira -9,5 13,66 3230. a 710 A.P.
Carniça -10,42 13,73 3370 a 2400 A.P.
Congonhas -10,92 12,52 3270 A.P.
Vila Nova -12,65 7,57
Garopaba -13,7 11,08
Armação -11,86 10,64 2670 A.P.
Ponta das Almas -11,87 10,64 4280 a 2400 A.P.
Tapera -10,36 10,72 1140 a1030 A.P.
Rio Lessa -12,04 11,08 1000 +- 40 A.P. 560
110 +- 40 A.P.
Porto Belo -10,82 16,07
Laranjeiras -10,89 14,04 3815 A.P.
Morro do Ouro -14,3 10,21
Enseada -12,5 11,66 3920 +- 40 A.P. 3960
1390 +- 40 A.P. 920
Espinheiro -12,8 8,69
Amazônia -17,52 7,37

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