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o 216 — 18-9-1998
8) Zona de produção — qualquer parte de território 20) E. coli — o coliforme fecal que produz indol a
marinho, lagunar ou de estuário que contenha bancos partir de triptofano a 44oC ± 0,2oC, num período de
naturais de moluscos bivalves ou áreas utilizadas para vinte e quatro horas.
a cultura de moluscos bivalves, em que os moluscos
bivalves vivos são capturados.
9) Zona de transposição — qualquer parte do terri- CAPÍTULO II
tório marinho, lagunar ou de estuário, aprovada pela
autoridade administrante da área dominial em causa, Prescrições aplicáveis à produção comunitária
mediante proposta do IPIMAR, claramente delimitada 1 — 1) A colocação no mercado de moluscos bivalves
e assinalada por balizas, estacas ou qualquer outro mate- vivos para consumo humano directo está sujeita às
rial fixo e exclusivamente consagrada à depuração natu- seguintes condições:
ral de moluscos bivalves vivos.
10) Centro de expedição — qualquer instalação, ter- a) Devem ser originários de zonas de produção
restre ou flutuante licenciada, reservada à recepção, ao que satisfaçam os requisitos do capítulo I do
acabamento, à lavagem, à limpeza, à calibragem e ao anexo. Contudo, no que se refere aos pectiní-
acondicionamento de moluscos bivalves vivos próprios deos, esta disposição apenas se aplica aos pro-
para consumo humano. dutos de aquicultura, tal como se encontram
11) Centro de depuração — qualquer estabeleci- definidos no artigo 2.o, n.o 2), do anexo à Por-
mento licenciado contendo tanques alimentados por taria n.o 553/95, de 8 de Junho, que adopta as
água do mar, naturalmente limpa ou tornada limpa por normas sanitárias relativas à produção e à colo-
tratamento adequado, nos quais os moluscos bivalves cação no mercado dos produtos da pesca;
vivos são colocados durante o tempo necessário para b) Devem ter sido capturados numa zona de pro-
eliminação dos contaminantes microbiológicos, tornan- dução e transportados dessa zona para um cen-
do-os assim próprios para consumo humano. tro de depuração, para um centro de expedição,
12) Transposição — a operação que consiste em para uma zona de transposição, para um esta-
transferir moluscos bivalves vivos para zonas marítimas belecimento de transformação, nas condições
ou lagunares aprovadas ou para zonas de estuário apro- especificadas no capítulo II do anexo II;
vadas, sob vigilância da autoridade competente, durante e) Nos casos previstos no presente anexo e no
o tempo necessário à eliminação de contaminantes. Esta anexo II, devem ter sido sujeitos a transposição
operação não inclui a operação específica que consiste em zonas aprovadas para o efeito, que satis-
em transferir os moluscos bivalves para zonas mais ade- façam as condições especificadas no capítulo III
quadas ao crescimento ou engorda ulterior. do anexo II;
13) Meios de transporte — as partes reservadas à d) Devem ter sido manipulados de modo higiénico
carga nos veículos automóveis, nos veículos que circulam e, se necessário, depurados em centros licen-
sobre carris, nas aeronaves, nos porões dos navios ou ciados ou zonas de transposição aprovadas para
nos contentores, para transporte por terra, mar ou ar. o efeito e que satisfaçam os requisitos do capí-
14) Acondicionamento — a operação pela qual os tulo IV do anexo II;
moluscos bivalves vivos são colocados em material de e) Devem obedecer às prescrições do capítulo V
embalagem adequado para o efeito. do anexo II;
15) Remessa — a quantidade de moluscos bivalves f) Devem ter sido objecto de um controlo sanitário
vivos manipulados num centro de expedição ou tratados que satisfaça os requisitos do capítulo VI do
num centro de depuração que é em seguida enviada anexo II;
a um ou mais clientes. g) Devem ter sido acondicionados de modo ade-
16) Lote — a quantidade de moluscos bivalves vivos, quado, em embalagem inviolável, de acordo com
de uma mesma espécie, capturada numa zona de pro- o capítulo VII do anexo II;
dução por um mesmo produtor ou embarcação e des- h) Devem ter sido armazenados e transportados
tinada a ser enviada, devidamente registada e acondi- em condições sanitárias satisfatórias de acordo
cionada, para um centro de depuração, para um centro com os capítulos VIII e IX do anexo II;
de expedição, para uma zona de transposição ou para i) Devem ostentar a marca de salubridade prevista
um estabelecimento de transformação. no capítulo X do anexo II.
17) Colocação no mercado — a detenção ou expo-
sição destinada à venda, colocação à venda, venda, 2) Os moluscos bivalves vivos destinados à transfor-
entrega ou qualquer outra forma de colocação no mer- mação ulterior devem observar os requisitos pertinentes
cado de moluscos bivalves vivos destinados ao consumo do n.o 1) e ser tratados de acordo com os requisitos
da Portaria n.o 553/95, de 8 de Junho.
humano directo ou à transformação na Comunidade
2 — Os responsáveis dos centros de depuração e de
Europeia, de ora em diante designada Comunidade.
expedição devem:
18) Importação — a introdução no território da
Comunidade de moluscos bivalves vivos provenientes a) Colher e analisar regularmente quantidades
de países terceiros. representativas de amostras destinadas a exame
19) Coliforme fecal — a bactéria em forma de bas- de laboratório, de modo a estabelecer uma rela-
tonete, aeróbia facultativa, gram negativa, não forma- ção cronológica, em função das zonas de origem
dora de esporos, citocromo oxidase negativa, que pode dos lotes, da qualidade sanitária dos moluscos
fermentar a lactose com produção de gás na presença bivalves vivos antes e depois da manipulação
de sais biliares ou outros agentes tensoactivos com carac- num centro de depuração ou num centro de
terísticas semelhantes de inibição de crescimento, a expedição;
44oC ± 0,2oC, num período de, pelo menos, vinte e qua- b) Assegurar um registo em que sejam inscritos
tro horas. os resultados dos vários controlos, que será man-
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tido para apresentação das autoridades compe- devem ser equivalentes às que regulam a produção e
tentes quando solicitado. colocação no mercado dos mesmos produtos na Comu-
nidade.
3 — 1) A DGPA emite a licença de exploração dos 2 — A fim de assegurar a aplicação uniforme do
centros de depuração e dos centros de expedição após requisito previsto no n.o 1) do n.o 5 do capítulo II, é
a verificação do cumprimento do disposto no presente aplicável o seguinte procedimento:
anexo e no anexo II, ouvidos o IPIMAR e a DGV em 1) São efectuados controlos no local por peritos da
vistoria convocada para o efeito. Comissão e dos Estados membros, para verificar se as
2) A DGPA procede à elaboração e actualização da condições de produção e de colocação no mercado
lista dos centros de depuração e dos centros de expe- podem ser consideradas equivalentes às aplicáveis na
dição licenciados, da qual consta o número de controlo Comunidade:
veterinário. a) Os peritos portugueses incumbidos dos contro-
3) A DGV, na sua qualidade de autoridade sanitária los serão designados pela Comissão, sob pro-
veterinária nacional, comunica à Comissão a lista refe- posta da DGV;
rida no número anterior, bem como toda e qualquer b) Os controlos serão efectuados por conta da
alteração da mesma. Comunidade, que suportará as despesas cor-
4) Os estabelecimentos licenciados estão sujeitos a respondentes;
inspecções e controlos regulares, sob a responsabilidade c) A periodicidade e as modalidades dos controlos
das autoridades competentes, as quais têm livre acesso serão determinadas de acordo com o procedi-
a todas as partes dos estabelecimentos, de modo a cer- mento comunitariamente previsto.
tificarem-se do cumprimento do disposto no presente
anexo e no anexo II. 2) Para decidir se as condições de produção e de
5) O IPIMAR elabora listas das zonas de produção colocação no mercado dos moluscos bivalves vivos num
e de transposição, com indicação da sua localização e país terceiro podem ser consideradas equivalentes às
limites, em que podem ser capturados moluscos bivalves da Comunidade serão tidos em conta, nomeadamente:
vivos, em conformidade com as prescrições do presente
anexo e do anexo II e, nomeadamente, com as do capí- a) A legislação do país terceiro;
tulo I deste, providenciando a sua publicação no Diário b) A organização da autoridade competente do
da República. país terceiro e dos seus serviços de inspecção,
6) A DGV, na sua qualidade de autoridade sanitária os poderes desses serviços e a fiscalização a que
veterinária nacional, comunica à Comissão as listas a estão sujeitos, bem como as possibilidades que
que se refere a alínea anterior, bem como toda e qual- esses serviços têm de verificar, de modo eficaz,
quer alteração das mesmas. a aplicação da respectiva legislação em vigor;
7) A vigilância das zonas de produção, apanha e de c) As condições sanitárias aplicadas na prática para
transposição realiza-se sob a responsabilidade do IPI- a produção e introdução no mercado dos molus-
MAR e se, no decurso da mesma, se verificar que as cos bivalves vivos e, nomeadamente, para a vigi-
exigências do presente anexo e do anexo II deixaram lância das zonas de produção no que se refere
de ser observadas, o IPIMAR propõe a autoridade marí- à contaminação microbiológica e do ambiente,
tima o encerramento da zona de produção ou de trans- bem como com a presença de biotoxinas mari-
posição em causa, até que a situação se normalize. nhas;
4 — Os peritos da Comissão podem, de acordo com d) A regularidade e rapidez das informações for-
o procedimento comunitariamente previsto, efectuar necidas pelo país terceiro quanto à presença de
controlos no local, em colaboração com a DGV e demais plâncton contendo toxinas nas zonas de pro-
dução e, nomeadamente, de espécies inexisten-
autoridades competentes, para verificar o cumprimento
tes nas águas comunitárias, bem como quanto
das disposições do presente anexo e do anexo II.
aos riscos que essa presença pode representar
5 — 1) No que diz respeito aos moluscos bivalves,
para a Comunidade;
equinodermes, tunicados e gastrópodes marinhos vivos
e) As garantias que pode dar o país terceiro quanto
destinados ao consumo humano, são aplicáveis as regras à observância das regras enunciadas no capí-
previstas no Decreto-Lei n.o 110/93, de 10 de Abril, tulo V do anexo II.
e na Portaria n.o 576/93, de 4 de Junho, nomeadamente
no que respeita à organização e às medidas a tomar 3) A Comissão, de acordo com o procedimento
na sequência dos controlos a efectuar pelo listado mem- comunitariamente previsto, adoptará:
bro de destino e às medidas de salvaguarda a aplicar.
2) Os moluscos bivalves vivos não depurados des- a) A lista dos países terceiros que satisfazem as
tinados ao mercado comunitário ou à exportação terão condições de equivalência referidas no n.o 2);
de passar obrigatoriamente por um centro de expedição, b) Para cada país terceiro, as condições especiais
donde sairão devidamente embalados. No caso de se de importação aplicáveis aos moluscos bivalves
tratar de produto que careça de depuração, deverá ser vivos, que devem incluir:
identificado, por processo não adulterável, como um i) As modalidades da certificação sanitária
produto que carece de depuração. que deve acompanhar qualquer remessa
destinada à Comunidade;
ii) A delimitação das zonas de produção em
CAPÍTULO III que os moluscos bivalves vivos podem ser
Importações a partir de países terceiros capturados e a partir das quais podem
ser importados;
1 — As disposições aplicáveis às importações de iii) A obrigação de uma informação imediata
moluscos bivalves vivos provenientes de países terceiros da Comunidade sobre qualquer possível
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alteração da aprovação das zonas de c) Podem ser capturados, mas só podem ser colo-
produção; cados no mercado após transposição durante
iv) A eventual depuração após chegada ao um período longo (mínimo de dois meses), com-
território da Comunidade; binada ou não com uma depuração, ou após
depuração intensiva durante um período e
c) A lista dos estabelecimentos de cuja proveniên- segundo as modalidades a determinar de acordo
cia é autorizada a importação de moluscos bival- com o procedimento comunitariamente pre-
ves vivos, podendo para esse efeito ser elaborada visto, de modo a observar os mesmos requisitos
uma ou várias listas, tendo em atenção que um que os constantes da alínea a). Os moluscos
estabelecimento só pode constar de uma lista bivalves vivos provenientes dessas zonas não
se for oficialmente aprovado pela autoridade devem exceder o limite, baseado num teste NMP
competente do país terceiro que exporta para de cinco tubos e três diluições, de 60 000 coli-
a Comunidade. Esta aprovação deverá subor- formes fecais por 100 g de carne.
dinar-se aos seguintes condicionalismos:
i) Observância de requisitos equivalentes 2 — Qualquer alteração dos limites das zonas de pro-
aos previstos pelo presente anexo e pelo dução ou sua interdição devem imediatamente ser comu-
anexo II; nicadas pelo IPIMAR às restantes autoridades compe-
ii) Vigilância por um serviço oficial de con- tentes, à autoridade marítima e aos profissionais abran-
trolo do país terceiro. gidos pelas matérias tratadas no presente anexo e no
anexo I.
4) As decisões referidas no n.o 3) podem ser alteradas
de acordo com o procedimento comunitariamente pre-
visto, devendo as decisões e respectivas alterações ser CAPÍTULO II
publicadas no Jornal Oficial das Comunidades Europeias,
série L. Normas aplicáveis à colheita e ao transporte de lotes
5) Na pendência das decisões referidas no n.o 3), são para um centro de depuração, um centro de expe-
aplicáveis às importações de moluscos bivalves vivos pro- dição, uma zona de transposição, um estabelecimento
venientes de países terceiros condições pelo menos equi- de transformação.
valentes às que dizem respeito à produção e colocação 1 — As técnicas de colheita não devem causar danos
no mercado dos produtos comunitários. excessivos às conchas ou tecidos dos moluscos bivalves
3 — 1) As regras e princípios previstos no Decreto- vivos.
-Lei n.o 111/93, de 10 de Abril, e na Portaria n.o 774/93, 2 — Os moluscos bivalves vivos devem ser adequa-
de 3 de Setembro, são aplicáveis no âmbito deste damente protegidos de esmagamento, abrasão ou vibra-
diploma, nomeadamente no que respeita à organização ção após a captura e não devem ser expostos a tem-
e à sequência a dar aos controlos a efectuar pelos Esta- peraturas extremas, quentes ou frias.
dos membros e às medidas de salvaguarda a aplicar. 3 — As técnicas de captura, transporte, descarga e
2) Os moluscos bivalves vivos importados deverão ser tratamento dos moluscos bivalves vivos não devem resul-
comercializados nas mesmas condições que são exigidas tar numa contaminação adicional do produto, numa
ao produto de origem nacional e desde que sanitaria- redução significativa da sua quantidade ou em quaisquer
mente certificados pela autoridade competente do país alterações que afectem de modo significativo a possi-
de origem. bilidade de tratamento por depuração, transformação
ou transposição.
ANEXO II 4 — Entre a captura e o desembarque, os moluscos
bivalves vivos não devem ser reimersos numa água que
CAPÍTULO I possa causar contaminação adicional.
5 — Os meios utilizados para o transporte de molus-
Condições aplicáveis às zonas de produção cos bivalves vivos devem ser utilizados em condições
que os protejam de uma contaminação adicional e evi-
1 — A localização e os limites das zonas de produção
tem o esmagamento das conchas. Devem permitir um
são fixados pelo IPIMAR, a fim de identificar as zonas
escoamento e limpeza adequados.
em que os moluscos bivalves vivos:
Em caso de transporte a longa distância de moluscos
a) Podem ser capturados para consumo humano bivalves vivos para um centro de depuração, um centro
directo. Os moluscos bivalves vivos provenientes de expedição, uma zona de transposição, um estabe-
dessas zonas devem satisfazer os requisitos do lecimento de transformação ou uma lota, os meios de
capítulo V do presente anexo; transporte devem estar equipados de modo a garantir
b) Podem ser capturados, mas só podem ser intro- as melhores condições de sobrevivência dos moluscos
duzidos no mercado para consumo humano e devem, nomeadamente, observar o disposto no n.o
após tratamento num centro de depuração ou 2 do capítulo IX do presente anexo.
após transposição. Os moluscos bivalves vivos 6 — Um documento de registo destinado à identi-
provenientes dessas zonas não devem exceder ficação dos lotes de moluscos bivalves vivos deve acom-
os limites, baseados num teste NMP (número panhar cada lote durante o transporte da zona de pro-
mais provável) de cinco tubos e três diluições, dução para um centro de depuração, um centro de expe-
de 6000 coliformes fecais por 100 g de carne dição, uma zona de transposição, um estabelecimento
ou 4600 E. coli por 100 g de carne em 90 % de transformação.
das amostras. Após depuração ou transposição, O documento será emitido pela DGPA, a pedido do
deve ser dado cumprimento a todos os requisitos produtor. Em relação a cada lote, o produtor deve preen-
constantes do capítulo V do presente anexo; cher as respectivas secções do documento de registo,
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em triplicado, entregando dois exemplares no local de 6) As zonas de transposição dos moluscos bivalves
destino, sendo um deles para o IPIMAR, de modo legí- vivos devem ser claramente identificadas por balizas,
vel e indelével, as quais devem incluir as seguintes varas ou outros materiais fixados. As zonas de trans-
informações: posição devem estar separadas umas das outras e das
zonas de produção por uma distância mínima de 300 m.
a) A identidade e o endereço do produtor; 7) As áreas de uma mesma zona de transposição
b) A data da captura; devem ser claramente separadas, de modo a evitar a
c) A localização da zona de produção, descrita o mistura dos lotes. Deve ser utilizado o sistema «tudo
mais pormenorizadamente possível ou através dentro, tudo fora», de modo a não permitir a introdução
de um número de código; de um novo lote antes de todo o lote anterior ter sido
d) O estatuto sanitário da zona de produção, tal retirado.
como previsto no capítulo I; 8) Os utilizadores das zonas de transposição devem
e) A indicação mais exacta possível das espécies manter à disposição das autoridades competentes regis-
de moluscos e sua quantidade; tos permanentes da origem dos moluscos bivalves vivos,
f) O número de controlo veterinário, sendo o caso, dos períodos de transposição, áreas de transposição e
e o local de destino para a depuração, a expe- destino dado ao lote após a transposição.
dição, a transposição, a transformação. 9) Após a apanha na zona de transposição e durante
o seu transporte da zona de transposição para o centro
O documento de registo deve ser datado e assinado de depuração, para o centro de expedição ou para o
pelo produtor. estabelecimento de transformação, os lotes devem ser
Os documentos de registo devem ser todos numerados acompanhados do documento de registo previsto no
de forma contínua e sequencial. n.o 6 do capítulo II do presente anexo.
A DGPA manterá um registo com indicação do
número dos documentos de registo, juntamente com
os nomes dos produtores a quem foram distribuídos.
CAPÍTULO IV
O documento de registo relativo a cada lote de molus-
cos bivalves vivos deve ter indicada a data de entrega Condições de licenciamento dos centros
do lote a um centro de depuração, um centro de expe- de depuração ou de expedição
dição, uma zona de transposição ou um estabelecimento
de transformação e deve ser mantido à disposição pelos I — Condições gerais de organização das instalações,
de equipamento e materiais
responsáveis desses centros, zonas ou estabelecimentos
durante, pelo menos, 12 meses. 1 — Os centros não devem situar-se em zonas pró-
Além disso, o produtor deverá, obrigatoriamente, ximas de odores desagradáveis, fumo, poeira e outros
conservar o documento de registo durante o mesmo contaminadores. O local não deve estar sujeito a inun-
período. dação em condições normais de maré cheia, nem a
7 — Caso uma zona de produção ou de transposição escoamento proveniente de zonas adjacentes.
seja declarada interdita, a DGPA deixa de emitir os 2 — Os centros devem dispor, pelo menos:
documentos de registo para essa zona, dando cumpri- 1) Nos locais em que os moluscos bivalves vivos são
mento ao estabelecido no n.o 2 do capítulo I do presente tratados e armazenados:
anexo e anula imediatamente a validade de quaisquer
documentos de registo já emitidos. a) De edifícios ou instalações de boa construção,
concebidos e mantidos de modo adequado para
evitar a contaminação dos moluscos bivalves
vivos por qualquer tipo de resíduos, água suja,
CAPÍTULO III vapor ou sujidade ou pela presença de roedores
Condições aplicáveis à transposição ou outros animais;
de moluscos bivalves vivos b) De um solo fácil de limpar e disposto de forma
a facilitar o escoamento dos líquidos;
Para a transposição de moluscos bivalves vivos devem c) De um espaço de trabalho suficiente para a boa
ser satisfeitas as seguintes condições: execução de todas as operações;
1) Os moluscos bivalves vivos devem ter sido cap- d) De paredes resistentes e fáceis de limpar;
turados e transportados em conformidade com as pres- e) De uma iluminação natural ou artificial sufi-
crições do capítulo II do presente anexo. ciente.
2) As técnicas de manipulação dos moluscos bivalves
vivos destinados a transposição devem permitir o reinício 2) De acesso a um número adequado de vestiários,
da alimentação por filtração após imersão em águas lavatórios e retretes. Deve existir um número suficiente
naturais. de lavatórios na proximidade das retretes.
3) Os moluscos bivalves vivos não devem ser trans- 3) De material adequado para a limpeza dos instru-
postos numa densidade que impeça a depuração. mentos de trabalho, dos recipientes e dos equipamentos.
4) Os moluscos bivalves vivos devem ser imersos em 4) De instalações para o abastecimento ou, se neces-
água do mar na área de transposição durante um período sário, a armazenagem de água exclusivamente potável,
adequado, que deve ser superior ao tempo necessário na acepção do Decreto-Lei n.o 74/90, de 7 de Março,
para reduzir a taxa de bactérias fecais para níveis admi- ou de instalações que permitam o abastecimento de água
tidos pelo presente diploma, atendendo a que devem do mar limpa. Podem ser autorizadas as instalações que
ser respeitadas as normas do capítulo V deste anexo. forneçam água não potável. A água em causa não pode
5) A temperatura da água para uma transposição efi- entrar em contacto directo com os moluscos bivalves
caz deve ser a adequada a cada espécie de moluscos vivos nem ser utilizada para limpeza ou desinfecção dos
bivalves vivos e zona de transposição aprovada. recipientes, das instalações ou do equipamento que
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entre em contacto com os moluscos bivalves vivos. As ques de depuração deve ser suficientemente inclinado
condutas em que circula água não potável devem ser e equipado com escoadores suficientes para o volume
claramente diferenciadas das que se destinam à água de trabalho.
potável. 2) Antes da depuração, os moluscos bivalves vivos
5) Do equipamento e instrumentos ou suas super- devem ser lavados com água do mar limpa ou água
fícies susceptíveis de entrar em contacto com moluscos potável sob pressão, de modo a retirar-lhes o lodo. A
bivalves vivos, constituídos de materiais fáceis de lavar lavagem inicial pode também ocorrer nos tanques de
e limpar com frequência e resistentes a corrosão. depuração, antes do início da depuração, mantendo
3 — Nos centros devem existir registos dos lotes de abertos os escoadores durante toda a operação inicial
moluscos bivalves vivos entrados, em livros com páginas de lavagem e esperando, em seguida, o tempo suficiente
sequencialmente numeradas e onde se mencionem as entre as duas operações para que os tanques estejam
seguintes informações: limpos ao começar o processo de depuração.
a) O número do documento de registo de iden- 3) Os tanques de depuração devem receber um débito
tificação do lote: de água do mar suficiente por hora e por tonelada de
b) O número do lote; moluscos bivalves vivos tratados.
c) A constituição do lote (espécie e quantidade); 4) A água do mar utilizada para a depuração dos
d) A identificação do produtor ou da embarcação moluscos bivalves vivos deve ser limpa ou tornada limpa
(nome e matrícula); por tratamento adequado. A distância entre o ponto
e) O local da captura; de extracção da água do mar e os tubos de descarga
f) A data de entrada do lote. das águas residuais deve ser suficiente para evitar a con-
taminação. Se necessário, será utilizado o processo de
II — Condições gerais de higiene tratamento da água do mar logo que a sua eficácia tenha
sido verificada pelo IPIMAR.
É exigido um elevado grau de limpeza e higiene no A água potável utilizada para a preparação da água
que respeita ao pessoal, locais, equipamento e condições do mar a partir dos seus principais constituintes químicos
de trabalho: deve estar em conformidade com as prescrições do
1) O pessoal que proceda ao tratamento ou à mani- Decreto-Lei n.o 74/90, de 7 de Março.
pulação de moluscos bivalves vivos deve, nomeada- 5) O funcionamento do sistema de depuração deve
mente, vestir roupa de trabalho limpa e, se necessário, permitir que os moluscos bivalves vivos recomecem rapi-
calçar luvas adequadas ao trabalho que efectua. damente a alimentar-se por filtração, eliminem a con-
2) É proibido ao pessoal cuspir ou ter qualquer tipo taminação residual, não voltem a ser contaminados e
de comportamento pessoal que possa resultar na con- possam permanecer vivos em boas condições após depu-
taminação dos moluscos bivalves vivos; qualquer pessoa ração para fins de acondicionamento, armazenagem e
que sofra de uma doença transmissível por moluscos transporte antes de serem colocados no mercado.
bivalves vivos deve temporariamente ser proibida de tra- 6) A quantidade de moluscos bivalves vivos a depurar
balhar ou manipular estes produtos até ao seu res- não deve exceder a capacidade do centro de depuração.
tabelecimento. Os moluscos bivalves vivos devem ser depurados de
3) Devem ser destruídos todos os roedores, insectos modo contínuo durante um período suficiente para res-
e outros parasitas e deve evitar-se qualquer nova infes- peitar as normas microbiológicas fixadas no capítulo V
tação. Os animais domésticos não devem penetrar nas do presente anexo. Esse período começa no momento
instalações. em que os moluscos bivalves vivos colocados nos tanques
4) Os locais, equipamento e instrumentos utilizados de depuração são cobertos de água e estende-se até
na manipulação de moluscos bivalves vivos devem ser ao momento em que são retirados da água.
mantidos limpos e em bom estado. O equipamento e Caso seja necessário prolongar o período de depu-
os instrumentos devem ser integralmente limpos no final ração para garantir que os moluscos bivalves vivos satis-
de cada dia de trabalho e sempre que necessário. façam as condições bacteriológicas do capítulo V do pre-
5) Os locais, equipamento e instrumentos não devem, sente anexo, o centro de depuração deve ter em con-
sem autorização da autoridade competente, ser utili- sideração os dados relativos à matéria-prima (o tipo
zados para fins que não sejam a manipulação de molus- de moluscos bivalves, a sua zona de origem, o teor de
cos bivalves vivos. micróbios, etc.).
6) Os resíduos devem ser armazenados, de modo 7) Caso um tanque de depuração contenha vários
higiénico, numa zona separada e se necessário colocados lotes de moluscos, estes devem pertencer à mesma espé-
em contentores cobertos adaptados para esse efeito. Os cie e provir de uma mesma zona de produção ou de
resíduos devem ser retirados das proximidades do esta- zonas diferentes com o mesmo estatuto sanitário. O tra-
belecimento com uma periodicidade adequada.
tamento deve prolongar-se em função do período exi-
7) Os produtos acabados devem ser armazenados num
gido pelo lote que necessite do período de depuração
local coberto e mantidos separados das zonas em que
mais longo.
são manipulados animais que não sejam moluscos bival-
ves vivos, tais como crustáceos. 8) Os recipientes destinados a conter moluscos bival-
ves vivos nos sistemas de depuração devem ser cons-
tituídos de forma a permitir a circulação de água do
III — Condições aplicáveis aos centros de depuração
mar. A altura das camadas de moluscos bivalves vivos
Além das condições enunciadas nos n.os I e II, devem não deve impedir a abertura das conchas durante a
ser satisfeitas as seguintes condições: depuração.
1) O fundo e as paredes dos tanques de depuração 9) Não devem ser mantidos crustáceos, peixes ou qual-
e dos reservatórios de água devem ter uma superfície quer outra espécie marinha num tanque de depuração
lisa dura e impermeável e que seja fácil de limpar esfre- em que os moluscos bivalves vivos estejam a ser sujeitos
gando ou utilizando água sob pressão. O fundo dos tan- a depuração.
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10) Após a depuração, as conchas dos moluscos bival- b) O equipamento e os contentores utilizados nas
ves vivos devem ser integralmente lavadas em água cor- instalações de acabamento não devem constituir
rente com água potável ou água do mar limpa. Este uma fonte de contaminação;
processo pode, se necessário, ser efectuado no tanque c) Os processos de calibragem dos moluscos bival-
de depuração, não devendo a água de lavagem ser ves vivos não devem resultar numa contamina-
reciclada. ção adicional do produto ou em quaisquer alte-
11) Os centros de depuração devem possuir um labo- rações que afectem a faculdade de o produto
ratório próprio, reconhecido pelo IPIMAR, ou ter ser transportado e armazenado após acondi-
acesso aos serviços de um laboratório que disponha dos cionamento;
equipamentos necessários para verificar a eficácia da d) Qualquer lavagem ou limpeza de moluscos
depuração através de especificações microbiológicas. Os bivalves vivos deve ser efectuada com água do
laboratórios exteriores aos centros devem ser labora- mar limpa ou água potável sob pressão. A água
tórios acreditados pelo Sistema Português da Qualidade de lavagem não deve ser reciclada.
ou equivalente ou laboratórios oficiais de referência.
12) Os centros de depuração devem registar regu- 2 — Os centros de expedição só devem aceitar lotes
larmente os seguintes dados: de moluscos bivalves vivos acompanhados do documento
de registo referido no n.o 6 do capítulo II do presente
Resultados dos exames microbiológicos da água do
anexo e provenientes de uma zona de produção de
sistema de depuração à entrada dos tanques de
moluscos bivalves que possam ser capturados para con-
depuração; sumo humano directo, conforme referido na alínea a)
Resultados dos exames microbiológicos dos molus- do n.o 1 do capítulo I do presente anexo, de uma zona
cos bivalves vivos antes da depuração; de transposição, ou do centro de depuração.
Resultados dos exames microbiológicos dos molus- 3 — Os centros de expedição devem ter o seu próprio
cos bivalves vivos após a depuração; laboratório, reconhecido pelo IPIMAR, ou ter acesso
Datas e quantidades de moluscos bivalves vivos aos serviços de um laboratório equipado com o material
recebidos no centro de depuração e número dos necessário para verificar, nomeadamente, se os moluscos
respectivos documentos de registo; satisfazem as normas microbiológicas do capítulo V do
Horas de enchimento e esvaziamento dos sistemas presente anexo. Os laboratórios exteriores aos centros
de depuração (duração da depuração); devem ser laboratórios acreditados pelo Sistema Por-
Pormenores da expedição das remessas após depu- tuguês da Qualidade ou equivalente ou laboratórios ofi-
ração. ciais de referência.
Todavia, as presentes disposições não abrangem os
As anotações devem ser completas, exactas, legíveis centros de expedição que recebam os moluscos bivalves
e inscritas num registo permanente a que as autoridades vivos exclusiva e directamente dos centros de depuração
competentes devem ter acesso para efeitos de inspecção. que foram examinados, após depuração.
13) Os centros de depuração só aceitam os lotes de 4 — Os centros de expedição não instalados em cen-
moluscos bivalves vivos que sejam acompanhados do tros de depuração devem manter à disposição das auto-
documento de registo referido no n.o 6 do capítulo II ridades competentes os seguintes dados:
do presente anexo.
14) Os centros de depuração devem dispor de um Os resultados dos exames microbiológicos, reali-
centro de expedição onde, obrigatoriamente, sejam zados aleatoriamente, dos moluscos bivalves
embalados os moluscos bivalves vivos nos mesmos depu- vivos provenientes de zonas de produção ou de
rados, nas condições previstas no n.o 3 do capítulo VII zonas de transposição;
do presente anexo. Os elementos referidos no n.o 3 do n.o I do capí-
15) Qualquer embalagem que contenha moluscos tulo IV, bem como no n.o 4 do capítulo IX, do
bivalves vivos depurados deve estar munida de uma eti- presente anexo.
queta atestando a sua depuração.
16) Os centros de depuração devem manter à dis- Estes dados devem ser classificados cronologicamente
posição das autoridades competentes os dados referidos e arquivados durante um período a determinar pela
no n.o 3 do n.o I do capítulo IV do presente anexo, DGPA, num mínimo de 12 meses.
os quais serão classificados cronologicamente e arqui- 5 — Os centros de expedição situados em navios
vados durante um período a determinar pela DGPA, encontram-se abrangidos pelas condições enunciadas no
num mínimo de 12 meses. n.o 1, alíneas b), c) e d), e nos n.os 3 e 4. As condições
enunciadas nos n.os I e II aplicam-se, mutatis mutandis,
IV — Condições aplicáveis aos centros de expedição a esses centros de expedição, mas poderão ser definidas
condições específicas, de acordo com o procedimento
1 — Além das condições enunciadas nos n.os I e II, comunitariamente previsto.
devem ser observadas as seguintes condições: 6 — Os centros de expedição só podem embalar
moluscos bivalves vivos destinados a serem consumidos
a) O acabamento não deve causar contaminação sem depuração desde que, sendo de origem nacional,
do produto. As instalações de acabamento procedam de zonas de produção abrangidas pela alí-
devem ser utilizadas de acordo com as regras nea a) do n.o 1 do capítulo I do presente anexo, ou,
reconhecidas pelo IPIMAR, em especial no que sendo de proveniência comunitária ou importados,
diz respeito à qualidade bacteriológica e química desde que sanitariamente certificados pela autoridade
da água do mar utilizada nessas instalações; competente do país de origem.
4836 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 216 — 18-9-1998
A existência de normas muito pormenorizadas rela- 2 — Exclui-se do âmbito de aplicação deste diploma:
tivas aos períodos de transporte, intervalos para alimen-
tação e abeberamento, períodos de repouso e espaço a) Os transportes sem carácter comercial de ani-
disponível em alguns Estados membros da União Euro- mais de companhia que acompanhem o dono
peia é por vezes invocada para limitar o comércio intra- em viagens particulares, bem como qualquer
comunitário de animais vivos. animal individual acompanhado de uma pessoa
Tendo sido constatado que as disposições constantes por ele responsável durante o transporte;
do Decreto-Lei n.o 153/94, de 28 de Maio, bem como b) Os transportes de animais efectuados:
da Portaria n.o 160/95, de 27 de Fevereiro, relativas à
protecção dos animais durante o transporte, se têm mos- i) Numa distância não superior a 50 km a
trado insuficientes na salvaguarda do bem-estar dos partir do início do transporte até ao lugar
animais; de destino;
Sendo necessário que os operadores que intervêm ii) Pelos produtores que procedam à criação
nos transportes de animais disponham de critérios cla- ou engorda, quando o transporte se faça
ramente definidos, que lhes permitam exercer a sua acti- em viaturas agrícolas ou outros meios de
vidade à escala comunitária, sem entrarem em conflito transporte que lhes pertençam, nos casos
com as diversas normas nacionais; em que as circunstâncias geográficas
Havendo a necessidade de harmonizar a Directiva obriguem a uma transumância sazonal de
n.o 95/29/CE, do Conselho, de 29 de Junho, que altera determinados tipos de animais.